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João Luiz

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86208039720
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APRESENTAÇÃO
Este manual irá tratar dos cinco critérios de dimensionamento de condutores elétricos,
além de ensinar a realizar a escolha correta de disjuntores, como exigido pela norma
técnica "mãe" das instalações elétricas no Brasil, a ABNT NBR 5410:2004 - Instalações
elétricas de baixa tensão.

Falar sobre condutores elétricos e disjuntores é até comum, mas como dimensiona-los
e aplicá-los seguindo todos os critérios estabelecidos pela norma, é que não. Muitos
profissionais deixam de lado alguns vários pontos que fazem toda a diferença no
momento da escolha segura deles. Quando mal dimensionados e aplicados, geralmente
são os maiores causadores de graves acidentes envolvendo eletricidade.

Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2021 - ano base 2020,
da ABRACOPEL (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da
Eletricidade), ocorreram 1.502 acidentes (e mortes) envolvendo eletricidade em 2020,
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sendo 583 causados por incêndios por sobrecarga de energia (curto-circuito), com 26
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mortes. Acidentes causados por erros 86208039720
graves de dimensionamento e/ou de aplicação de
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produtos, falta de manutenção nas instalações, entre outros.

O objetivo deste manual é ensinar o passo a passo do dimensionamento de condutores


elétricos e disjuntores, de uma forma bem didática, através de ilustrações e uma
linguagem simples, além de esclarecer dúvidas comuns do dia a dia e "quebrar"
grandes mitos existentes no universo das instalações elétricas. Ele não dispensa a
leitura da norma ABNT NBR 5410:2004.

Bons estudos!

Professor Engenheiro Lincoln Costa - Guerreiros da Elétrica


Instagram: @eng.lincolncosta

2
SUMÁRIO

1. Tipos de condutores permitidos pela NBR 5410 em instalações fixas...................... 04

2. Dimensionamento pelo critério da seção mínima...................................................... 08

3. Dimensionamento pelo critério da capacidade de condução de corrente................. 11

4. Dimensionamento na presença de harmônicas......................................................... 32

5. Dimensionamento pelo critério da queda de tensão.................................................. 41

6. Dimensionamento pelo critério da sobrecarga........................................................... 48

7. Dimensionamento pelo critério proteção contra curto-circuito................................... 50

8. Dimensionamento condutores de proteção e aterramento........................................ 57


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9. Aplicação 01. Dimensionamentojlpitangui@gmail.com
circuito de chuveiro elétrico................................... 61
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10. Aplicação 02. Dimensionamento circuito de aparelho de ar condicionado.............. 64

11. Aplicação 03. Dimensionamento circuito monofásico alimentador.......................... 67

12. Aplicação 04. Dimensionamento circuito trifásico alimentador................................ 70

13. Aplicação 05. Dimensionamento circuito forno elétrico trifásico.............................. 73

14. Tabelas da NBR 5410 para consulta....................................................................... 78

15. Leitura complementar.............................................................................................. 97

16. Sobre o autor professor engenheiro Lincoln Costa................................................. 98

Versão 1.0

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1. TIPOS DE CONDUTORES PERMITIDOS
PELA NBR 5410 EM INSTALAÇÕES FIXAS
Bom... a NBR 5410 na "Tabela 33 - Tipos de linhas elétricas", diz quais tipos de cabos
devem ser utilizados e em quais situações. Esta tabela trás o Método de instalação
(números com o objetivo de ordenar e facilitar a identificação), o esquema ilustrativo
(para facilitar a visualização de como os condutores devem ser instalados), a descrição
(qual tipo de condutor deve ser utilizado e em qual tipo de conduto) e o método de
referência (estas letras serão utilizadas para fazer o dimensionamento através do
critério de capacidade de condução de corrente dos condutores, através das tabelas
que veremos mais à frente).

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Parte da Tabela 33 (NBR 5410) - Tipos de linhas elétricas

Como você pôde observar, a própria Tabela 33 da norma, diz quais tipos de cabos
devem ser utilizados e de qual modo. Para facilitar ainda mais este entendimento, serão
utilizados alguns exemplos práticos aqui neste manual.

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Em resumo, os tipos de condutores que a NBR 5410 permite serem utilizados em
instalações elétricas fixas são os seguintes...

Condutor Isolado
Este tipo de condutor é provido apenas de isolação, ou seja, só mesmo uma camada
que isola eletricamente a parte metálica do seu entorno. Por ele não possuir uma
camada que o proteja mecanicamente, não pode ser instalado em qualquer tipo de
conduto, apenas nos fechados (canaletas de parede, eletrodutos, eletrocalhas), para
que não venham a sofrer danos, o que poderia ocasionar graves acidentes, como por
exemplo, curto-circuitos seguidos de incêndios, ou até mesmo choques elétricos fatais.
A NBR 5410 é uma norma técnica que prioriza a segurança das instalações e dos
usuários.

Este tipo de condutor possui isolação em composto termoplástico policloreto de vinila


(PVC) 70 ºC. Existe também o de composto especial, do tipo não halogenado (não
propaga chama, auto-extingue o fogo e emite uma baixa quantidade de fumaça) para 70
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ºC, isolado com polimérico tipo poliolefínico. Não podem ficar expostos ao sol. Eles são
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para tensões nominais de até 450/750V, comumente.
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Isolação

Condutor

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Condutor Unipolar
Além de possuir a isolação, este tipo de condutor possui uma cobertura que o protege
mecânica e quimicamente contra as influências externas. Por ser provido desta
proteção, a NBR 5410 diz que ele pode ser instalado em condutos abertos (Bandejas,
perfilados sem tampa, escadas para cabos).

Este tipo de condutor possui geralmente isolação em composto termofixo etileno


propileno (HEPR), mas pode ser também em composto termoplástico PVC. Sua
cobertura pode ser em PVC, polietileno, material não halogenado (não propaga chama,
auto-extingue o fogo e emite uma baixa quantidade de fumaça), etc. A escolha do
material da cobertura depende das influências externas a que o condutor está exposto
(Tabela 34 da NBR 5410). Eles são para tensões nominais de até 600/1000V (0,6/1kV),
comumente.

Isolação
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Condutor

Cobertura

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Condutor Multipolar
Este tipo de condutor também possui uma cobertura para proteção mecânica e química,
e como o próprio nome já diz (multi), é composto por veias, mais de um condutor
isolado. Por ser provido desta proteção, a NBR 5410 diz que ele pode ser instalado em
condutos abertos (Bandejas, perfilados sem tampa, escadas para cabos).

Este tipo de condutor assim como o unipolar, possui geralmente isolação em composto
termofixo etileno propileno (HEPR), mas pode ser também em composto termoplástico
PVC. Sua cobertura pode ser em PVC, polietileno, material não halogenado (não
propaga chama, auto-extingue o fogo e emite uma baixa quantidade de fumaça), etc. A
escolha do material da cobertura depende das influências externas a que o condutor
está exposto (Tabela 34 da NBR 5410). Eles são para tensões nominais de até
600/1000V (0,6/1kV), comumente.

Isolação

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Veia

Veia
Veia

Condutor

Cobertura

ATENÇÃO: O condutor Multipolar pode ser utilizado em instalações


fixas, o PP não. Embora pareçam ser iguais, mas possuem algumas
diferenças em relação aos materiais que são construidos.

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2. DIMENSIONAMENTO PELO CRITÉRIO
DA SEÇÃO MÍNIMA
A NBR 5410 no subitem 6.2.6.1 trata da seção de condutores de fase e no 6.2.6.1.1
diz o seguinte: "a seção dos condutores de fase, em circuitos de corrente alternada, e
dos condutores vivos, em circuitos de corrente contínua, não deve ser inferior ao valor
pertinente dado na tabela 47", esta logo aqui abaixo.

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Tabela 47 (NBR 5410) - Seção mínima dos condutores

Esta tabela estabelece valores mínimos de seções de condutores que devem ser
utilizados em instalações elétricas. Se tratando das instalações fixas, a norma diz que
condutores e cabos isolados utilizados em circuitos de iluminação devem ser de seção
mínima 1,5 mm² sendo de cobre ou 16 mm² sendo de alumínio. Em circuitos de força
(que "alimentam" tomadas de corrente, fornos, motores, chuveiros, etc) devem ser de
seção mínima 2,5 mm² sendo de cobre ou 16 mm² sendo de alumínio. Os circuitos de
sinalização e controle devem ter seção mínima 0,5 mm² de cobre (não deve utilizar
alumínio nesta situação por conta da sua baixa resistência mecânica), mas abre uma

8
exceção dizendo que em circuitos de sinalização e controle destinados a equipamentos
eletrônicos, é admitida uma seção mínima de 0,1 mm² mantendo o mesmo material, o
cobre.

Em instalações com condutores nus a norma diz que em circuitos de força devem ser
utilizados condutores de seção mínima 10 mm² sendo de cobre ou 16 mm² sendo de
alumínio, já nos de sinalização e controle devem ser utilizados condutores de seção
mínima 4 mm² de cobre.

Este é um método que não requer cálculo, então mesmo que a corrente de um circuito
seja muito inferior do que a máxima suportada pelos condutores, devem ser utilizadas
as seções mínimas exigidas pela NBR 5410. Ela estabelece esses valores mínimos, por
razões mecânicas, ou seja, para que os condutores suportem as forças de tração que
lhes são impostas no momento da enfiação e/ou desenfiação, como é mostrado na
figura abaixo.

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ÃO

TR

9
O subitem 6.2.10.2.a da NBR 5410 só permite a instalação de condutores em
eletrodutos, caso tenham seções nominais contidas dentro de um intervalo de três
valores normalizados consecutivos.

O que ela quis dizer com isto? Veja na tabela logo aqui abaixo.

CERTO ERRADO

10
6 mm²
mm²

2,5 2,5 25
mm² mm²
mm²
4 João Luiz
mm²
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2,5 - 4 - 6 mm² 2,5 - 10 - 25 mm²

Estão dentro de um intervalo de três Não estão dentro de um intervalo de


valores normalizados sucessivos três valores normalizados sucessivos

A norma trás esta importante recomendação por um "simples" motivo, garantir que os
condutores não sejam danificados no momento da enfiação e/ou desenfiação, já que a
força necessária para "puxar" um cabo de 25 mm² com certeza será maior do que a
para "puxar" um cabo 2,5 mm², por exemplo. Neste momento, eles estando juntos em
um mesmo eletroduto, o de 2,5 mm² (seção muito menor) pode ser facilmente
danificado. Este é um erro muito comum visto nas instalações elétricas.

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3. DIMENSIONAMENTO PELO CRITÉRIO
DA CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE
CORRENTE
Em 6.2.5.1.1 da norma diz que os condutores elétricos como um todo (condutor e
isolação) devem ter sua vida satisfatória garantida, para a segurança das instalações e
das pessoas. A tabela 35 da norma trás valores máximos de temperatura suportados
pela isolação dos condutores em três regimes de funcionamento, o de serviço contínuo
(funcionamento a todo o tempo), o de sobrecarga (quando há a circulação de corrente
elétrica acima do esperado para um circuito, por um período de tempo não tão longo) e
o de curto-circuito (quando há a circulação de corrente elétrica acima do esperado para
um circuito, por um período de tempo muito curto).

Os valores de temperatura máxima em serviço contínuo não devem ultrapassar os


estabelecidos na tabela 35 da norma, para
Joãoque
Luizseja garantida a vida útil principalmente
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da isolação dos condutores e consequentemente a segurança das instalações e das
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pessoas. HP02416441630075

Isto só possível quando não são ultrapassados os valores contidos nas tabelas 36 a 39,
e quando necessário, a aplicação dos fatores de correção contidos nas tabelas 40 a 45
da norma.

Tabela 35 (NBR 5410) - Temperaturas características dos condutores

11
A norma trás quatro tabelas (36, 37, 38 e 39) sobre capacidade de condução de
corrente dos condutores, em ampères. Vejamos abaixo, a título de exemplo, o
detalhamento da tabela 36.

1 3
4
2 5

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9
Parte da Tabela 36 (NBR 5410) - Capacidade de condução de corrente, em
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ampères, para os métodos 86208039720
de referência A1, A2, B1, B2, C e D.
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1. Esta tabela é exclusiva para condutores de cobre ou alumínio;


2. Esta tabela é somente para condutores que possuem isolação em PVC;
3. Pelo fato de ser para condutores com isolação em PVC, os valores desta tabela
garantem que a temperatura não ultrapasse 70 ºC;
4. Esta tabela garante que a temperatura nos condutores não ultrapasse 70 ºC, caso
estejam instalados em locais com temperatura ambiente de 20 ºC no solo ou 30 ºC
fora dele;
5. Método de referência D indicado na tabela 33 da norma, um dos cinco que a tabela
36 considera para dimensionamento;
6. A tabela trás também o número de condutores carregados a serem considerados (a
norma considera condutor carregado, aquele que de fato circula corrente);
7. Estes números tem a função de ordenar as colunas da tabela;
8. Esta coluna mostra as seções nominais (valores comerciais) em mm², consideradas;
9. Nestas colunas estão os valores de IZ (corrente máxima suportada), para dois ou três
condutores carregados.

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O que a norma diz sobre número de condutores carregados?

Ela trata disto em 6.2.5.6.1, onde trás a tabela 46 com a relação de condutores de fase
e neutro a serem considerados carregados.

Tabela 46 (NBR 5410) - Número de condutores carregados a ser


considerado em função do tipo de circuito.

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As tabelas 36 a 39 consideram dois e três condutores
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dimensionamento, mas não consideram quatro.
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Bom... Segundo a norma, caso precise dimensionar um circuito trifásico com neutro
(quatro condutores carregados), você precisará aplicar o fator de correção devido ao
carregamento do neutro, que ela denomina 0,86, à capacidades de condução de
corrente válidas para três condutores carregados. Ela ainda diz que ao aplicar este
fator, não há prejuízo dos demais fatores de correção eventualmente aplicáveis, como
os referentes a temperatura ambiente, resistividade térmica do solo e agrupamento de
circuitos.

Em 6.2.5.6.2 a norma diz que os condutores utilizados unicamente como condutores de


proteção (PE) não são considerados como carregados e que os condutores de proteção
elétrica mais neutro (PEN) são considerados como condutores neutros. Isso pelo
simples fato de que o condutor de proteção só deverá circular eventuais correntes de
falta (de defeito).

ATENÇÃO: Circuitos trifásicos balanceados contendo neutro,


considera-se três condutores carregados.

13
Para facilitar ainda mais o entendimento, nada melhor do que exemplificar, não é
mesmo? Então vamos lá!

EXEMPLO 1
Um circuito que "alimentará" uma máquina trifásica (sem neutro) possui uma
corrente de projeto IB = 17 A, os condutores serão de cobre isolado em PVC e
instalados em um eletroduto exclusivo, embutido em parede. A temperatura
ambiente será 30 ºC. Qual seção deverá ter este condutor?

1º Passo: Verificar na tabela 33 da norma, qual o método de referência. Neste caso


utilizaremos o B1.

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2º Passo: Como sabemos que o condutor é de cobre isolado em PVC, precisamos


agora verificar entre as tabelas 36 e 39, qual se aplica a esta situação. A que se aplica é
a 36.

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3º Passo: Este é um circuito trifásico sem neutro, ou seja, iremos considerar três
condutores carregados. Utilizaremos a coluna (7).

4º Passo: Agora basta fazermos a interseção entre a coluna (7) e a linha do condutor
de seção 2,5 mm². Nestas condições ele suporta uma corrente máxima (IZ) de 21 A,
sem que o condutor atinja uma temperatura maior que 70 ºC.

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Por que foi escolhido o condutor de seção 2,5 mm² e não o 1,5 mm²? Primeiro porque
este circuito irá alimentar um equipamento (circuito de força deve ser no mínimo 2,5
mm²) e segundo, devemos dimensionar os condutores considerando valor de IZ sendo
igual ou superior ao valor da corrente de projeto IB do equipamento. Vale ressaltar que
o valor encontrado é o de seção mínima estabelecido pela norma. Pode ser maior.

1,5 mm² IB 2,5 mm² SEÇÃO


ESCOLHIDA

15,5 A < 17 A < 21 A


IZ

ATENÇÃO: Utilizar sempre condutores de qualidade, aqueles


fabricados de acordo com as normas técnicas específicas. Desta
forma conseguiremos obter os resultados esperados pela NBR 5410.
Para consultar fabricantes clique aqui: www.qualifio.org.br.

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Até aqui nós aprendemos a dimensionar um único circuito em um conduto, a uma
temperatura ambiente de 20 ºC no solo ou 30 ºC fora dele, mas sabemos que na
prática, dificilmente iremos encontrar exatamente esta condição. No geral mais de um
circuito é instalado em um mesmo conduto, para que os projetos fiquem
economicamente viáveis, só que desta maneira a capacidade de condução dos
condutores é reduzida. Pensando nisto, a própria NBR 5410 trás tabelas com fatores de
correção.

Em 6.2.5.3 a norma trata de temperatura ambiente, onde trás a tabela 40 que contém
fatores de correção para temperaturas ambientes diferentes de 30 ºC para linhas
não-subterrâneas e de 20 ºC (temperatura do solo) para linhas não subterrâneas,
valores estes tomados como referência nas tabelas 36 a 39.

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Tabela 40 (NBR 5410) - Fatores de correção para temperaturas


ambientes diferentes de 30 ºC para linhas não-subterrâneas e
de 20 ºC (temperatura do solo) para linhas não subterrâneas.

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A norma diz que os fatores de correção da tabela 40 não consideram o aumento de
temperatura devido à radiação solar ou a outras radiações infravermelhas e que se caso
hajam, as capacidades de condução de corrente devem ser calculadas pelos métodos
especificados na norma técnica NBR 11301.

A tabela 40 trás fatores de correção para temperatura, de acordo com a temperatura do


ambiente (ar ou solo) onde os condutores estão inseridos e o tipo de isolação (PVC,
EPR ou XLPE) deles.

Para facilitar o entendimento, vamos exemplificar. Utilizaremos o IZ do condutor 2,5


mm² (21 A), encontrado no "EXEMPLO 1".

EXEMPLO 2
Um condutor de seção 2,5 mm², de acordo com a Tabela 36 da norma, tem um IZ =
21 A a uma temperatura de 30 ºC. Se ele estiver instalado em um local com
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temperatura ambiente de 50 ºC, qual corrente máxima ele irá suportar? Ele
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poderá conduzir os 17 A do equipamento do EXEMPLO 1?
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1º Passo: Verificar na tabela 40 da norma, qual o fator de correção aplicar para esta
temperatura (50 ºC), para condutores com isolação de PVC (tipo de condutor do
EXEMPLO 1).

17
Ao fazermos a interseção entre a coluna do tipo de condutor PVC e a linha da
temperatura 50 ºC, encontramos um fator de correção 0,71.

2º Passo: Multiplicaremos o valor de IZ do condutor 2,5 mm², por 0,76 para


encontrarmos o novo valor máximo de condução de corrente (IZ) deste condutor.

IZ = 21 x 0,71
IZ = 14,91 A
O novo valor de IZ passa então a ser 14,91 A. Pelo fato de ter aumentado em 20 ºC a
temperatura ambiente, o condutor só consegue conduzir 71% (14,91 A) dos 21 A.

A corrente do equipamento do EXEMPLO 1 é 17 A, desta forma o condutor de 2,5 mm²


não irá suportar este nível de corrente, então precisamos redimensiona-lo.

Vamos lá... João Luiz


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A próxima seção é 4 mm² e tem um IZ = 28 A. Ao multiplicarmos 28 por 0,71


encontramos um novo valor de IZ = 19,88 A. Desta forma o condutor 4 mm² conseguirá
conduzir os 17 A do equipamento tranquilamente.

Se a temperatura ambiente fosse 15 ºC, deveríamos aplicar o fator de correção de


temperatura 1,17, assim o condutor 2,5 mm² conseguiria conduzir 24,57 A (21 x 1,17).

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Quando os circuitos passam pelo solo (linhas subterrâneas), a norma diz que devem ser
aplicados os fatores de correção contidos na tabela 41 para valores de resistência
térmica diferentes de 2,5 K.m/W. Ela diz que quando a resistividade térmica do solo for
superior a 2,5 K.m/W, caso de solos muito secos, os valores indicados nas tabelas
devem ser adequadamente reduzidos, a menos que o solo da vizinhança imediata dos
condutores seja substituído por terra ou material equivalente com dissipação térmica
mais favorável. Tudo isso para que não haja sobreaquecimento dos condutores.

Em uma nota a norma diz que o valor de 2,5 K.m/W é o recomendado pela IEC
(Comissão Eletrotécnica Internacional), quando o tipo de solo e a localização geográfica
não são especificados, no entanto o correto é fazer um estudo geológico preciso para
saber qual a resistividade térmica específica de determinado solo.

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Tabela 41 (NBR 5410) - Fatores de correção para linhas subterrâneas


em solo com resistividade térmica diferente de 2,5 K.m/W.

Para linhas enterradas a norma admite que sejam utilizados condutores isolados
450/750 V, se no trecho enterrado não houver caixas de passagem e/ou de derivação
enterrada e for garantida a estanqueidade do eletroduto. Preferencialmente utilizar
condutores unipolares ou multipolares, ou até mesmo os armados (possuem uma
resistência mecânica ainda maior).

A seguir podemos ver a representação da dissipação do calor em uma linha elétrica


subterrânea. Quanto menor a resistividade térmica do solo, maior será a troca de calor.

SOLO

19
Os fatores de correção da tabela 41 da norma, devem ser aplicados ao método de
referência D, contido nas tabelas 36 e 37.

EXEMPLO 3
Um circuito com três condutores de 2,5 mm² carregados, está instalado em
eletroduto, em um solo com resistividade térmica de 3 K.m/W. Qual corrente
máxima ele irá suportar?

1º Passo: Verificar na tabela 36, no método de referência D (linha subterrânea) o IZ do


condutor. Neste caso 24 A.

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2º Passo: Verificar na tabela 41 para uma resistividade térmica de 3 K.m/W, qual o fator
de correção a ser aplicado. Neste caso o 0,96.

3º Passo: Multiplicar o IZ (24 A) encontrado na tabela 36 pela fator de correção (0,96)


da tabela 41 para encontrar o novo IZ, que é 23,04 A.

IZ = 24 x 0,96
IZ = 23,04 A

20
Além do fator de correção de temperatura ambiente e de solo, a NBR 5410 trata de um
outro também muito importante, o fator de correção para agrupamento de circuitos.
Os valores de IZ das tabelas 36 a 39 são previstos para o número de condutores
carregados indicados em cada uma de suas colunas. Elas consideram desta maneira:

a) dois condutores carregados (dois condutores isolados, dois cabos unipolares ou um


cabo bipolar);

b) três condutores carregados (três condutores isolados, três cabos unipolares ou um


cabo tripolar).

Desta forma, não há necessidade de aplicar os fatores das tabelas 42 a 45.

Quando temos mais circuitos (condutores) do que é considerado pelas tabelas 36 a 39,
os fatores de correção para agrupamento devem ser aplicados, pois o aquecimento de
um condutor somado ao dos demais, reduz a capacidade de condução de todos eles.

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A norma diz em 6.2.5.5.2 que os jlpitangui@gmail.com
condutores para os quais se prevê uma corrente de
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projeto não superior a 30% de sua capacidade de condução de corrente, já determinada
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observando-se o fator de agrupamento incorrido, podem ser desconsiderados para
efeito de cálculo do fator de correção aplicável ao restante do grupo.

A ilustração a seguir mostra um eletroduto com dois circuitos, com um total de 8


condutores carregados. Quanto maior esta quantidade, maior será o aquecimento e
consequentemente eles irão ter suas capacidades de condução de corrente reduzidas.

Elevação da
temperatura interna

21
Na nota 1 do subitem 6.2.5.5.3 diz que os fatores de agrupamento foram calculados
admitindo-se todos os condutores vivos permanentemente carregados com 100%
de sua carga, mas que se caso o carregamento seja inferior a 100%, os fatores de
correção podem ser aumentados.

Na nota 2 ela diz que os fatores de correção da tabela 42 são aplicáveis a condutores
agrupados em feixe, seja em linhas abertas ou fechadas (os fatores pertinentes são os
da linha 1 da tabela 42), e a condutores agrupados num mesmo plano e uma única
camada (demais linhas da tabela). Já os fatores de correção da tabela 43 são aplicáveis
a agrupamentos consistido em mais de uma camada de condutores. Assim, no caso de
agrupamento em camadas, os fatores de correção aplicáveis são os da tabela 42,
quando a camada for única, ou os da tabela 43, quando houver mais de uma camada.

Por fim, na nota 3 ela diz que os fatores de agrupamento das tabelas 44 e 45 são
aplicáveis a linhas subterrâneas: os da tabela 44 a cabos diretamente enterrados e os
da tabela 45 a linhas em eletrodutos enterrados.

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CONDUTOS
FECHADOS

CONDUTOS
ABERTOS

Tabela 42 (NBR 5410) - Fatores de correção aplicáveis a condutos agrupados em


feixe (em linhas abertas ou fechadas) e a condutores agrupados num mesmo
plano, em camada única.

22
EXEMPLO 4
Dois circuitos, cada um com três condutores de seção 2,5 mm² carregados, de
cobre com isolação em PVC, serão instalados juntos em um mesmo eletroduto
embutido em parede. Como não há somente um circuito com no máximo três
condutores carregados, este tipo de condutor deixa de ter um IZ = 21 A (segundo
a tabela 36). Qual será o novo IZ destes condutores?

1º Passo: Verificar na tabela 42, em qual situação o exemplo acima se encaixa. Neste
caso na linha 1, referente a circuitos instalados em condutos fechados (eletrodutos,
eletrocalhas, perfilados com tampa, canaletas).

João Luiz
jlpitangui@gmail.com
86208039720
HP02416441630075

2º Passo: Fazer a interseção entre a linha 1 e o número de circuitos (dois) dado no


exemplo, para descobrir qual fator de correção a ser aplicado. Neste caso o 0,80.

23
3º Passo: Multiplicaremos o valor de IZ do condutor 2,5 mm² (21 A - tabela 36) por 0,80
para encontrarmos o novo valor máximo de condução de corrente (IZ) deste condutor.

IZ = 21 x 0,80
IZ = 16,80 A

O novo valor de IZ passa a ser 16,80 A. Pelo fato de estarem passando mais de um
circuito com 3 condutores carregados, eles só conseguem conduzir 80% (16,80 A) dos
21 A.

EXEMPLO 5
Cinco circuitos, cada um com três condutores unipolares de seção 2,5 mm²
João Luiz
carregados, de cobre com isolação em EPR, serão instalados juntapostos em uma
jlpitangui@gmail.com
mesma bandeja perfurada. Qual será86208039720
o IZ destes condutores?
HP02416441630075

1º Passo: Verificar na tabela 33 da norma, qual o método de referência. Neste caso


utilizaremos o F (cabos unipolares).

24
2º Passo: Como sabemos que o condutor é unipolar de cobre com isolação em EPR,
precisamos agora verificar entre as tabelas 36 e 39, qual se aplica a esta situação. A
que se aplica é a tabela 39.

João Luiz
jlpitangui@gmail.com
Como os três condutores carregados 86208039720
serão instalados justapostos (organizados um ao
HP02416441630075
lado do outro sem espaço, no mesmo plano), foi escolhida a coluna (6).

3º Passo: Agora faremos a interseção entre a coluna (6) e a linha do condutor de seção
2,5 mm² para encontrarmos o seu IZ.

25
Nestas condições o condutor 2,5 mm² suporta um corrente máxima (IZ) de 30 A.

4º Passo: Verificar na tabela 42, em qual situação o exemplo acima se encaixa. Neste
caso na linha 4, referente a circuitos instalados em camada única em bandeja
perfurada.

5º Passo: Fazer a interseção entre a linha 4 e o número de circuitos (cinco) dado no


João Luiz
exemplo, para descobrir qual fator jlpitangui@gmail.com
de correção a ser aplicado. Neste caso 0,75.
86208039720
HP02416441630075

6º Passo: Multiplicaremos o valor de IZ do condutor 2,5 mm² (30 A) por 0,75. O novo
valor máximo de condução de corrente (IZ) deste condutor será 22,50 A.

IZ = 30 x 0,75
IZ = 22,50 A

26
EXEMPLO 6
Um circuito "alimentará" uma máquina trifásica (três condutores carregados) com
corrente de projeto IB = 72 A, os condutores serão unipolares com isolação em
EPR e instalados justapostos em uma bandeja perfurada. Este circuito "passará"
junto a outros dois com três condutores carregados cada um. A temperatura
ambiente será 45 ºC. Qual seção deverá ter estes condutores?

1º Passo: Verificar na tabela 42, em qual situação o exemplo acima se encaixa. Neste
caso na linha 4, referente a circuitos instalados em camada única em bandeja
perfurada.

João Luiz
jlpitangui@gmail.com
86208039720
HP02416441630075

2º Passo: Fazer a interseção entre a linha 4 e o número de circuitos (três) dado no


exemplo, para descobrir qual fator de correção a ser aplicado. Neste caso 0,82.

27
3º Passo: Verificar na tabela 40 da norma, qual o fator de correção aplicar para a
temperatura de 45 ºC, para condutores com isolação de EPR.

Ao fazermos a interseção entre a coluna do tipo de condutor EPR e a linha da


temperatura 45 ºC, encontramos um fator de Luiz
João correção 0,87.
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86208039720
HP02416441630075

Fórmula para cálculo de corrente imaginária

IB
I'B =
F1 x F2
Onde:

I'B = Corrente imaginária;


IB = Corrente de projeto (equipamento);
F1 = Fator de correção para agrupamento de circuitos;
F2 = Fator de correção para temperatura ambiente.

28
4º Passo: Agora vamos calcular a corrente imaginária, utilizada apenas para
dimensionar os condutores. A corrente medida no equipamento será a IB (real).

IB
Utilizar a fórmula citada
acima I'B =
F1 x F2

Inserir IB e os fatores de
72
correção na fórmula.
Multiplicar primeiramente I'B =
(0,82 x 0,87) (0,82 x 0,87)

72
Fazer a divisão I'B =
0,71

I'B = 101,4 A
João Luiz
Corrente de projeto (I'B) jlpitangui@gmail.com
86208039720
HP02416441630075

Ao aplicarmos o valor de IB e os fatores de correção na fórmula, chegamos a uma


corrente imaginaria (I'B) de 101,4 A.

5º Passo: Verificar na tabela 33 da norma, qual o método de referência. Neste caso


utilizaremos o F (cabos unipolares).

29
6º Passo: Por te tratar de condutores unipolares de cobre com isolação em EPR,
iremos verificar entre as tabelas 36 e 39, qual se aplica a esta situação. A que se aplica
é a tabela 39.

João Luiz
jlpitangui@gmail.com
86208039720
HP02416441630075
Como os três condutores carregados serão instalados justapostos (organizados um ao
lado do outro sem espaço, no mesmo plano), foi escolhida a coluna (6).

30
7º Passo: Vamos na coluna (6) da tabela 39 e em seguida escolheremos um valor igual
101,4 A (I'B) ou ligeiramente superior. Iremos aplicar o valor de 105 A, IZ do condutor
16 mm².

João Luiz
jlpitangui@gmail.com
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A seção dos condutores deste circuito será 16 mm² para os condutores de fase.

31
João Luiz
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4. DIMENSIONAMENTO NA PRESENÇA
DE HARMÔNICAS
Em 6.2.6.1.2 da norma diz que a seção dos condutores deve ser determinada de forma
a que sejam atendidos, no mínimo, todos critérios que estão descritos nas suas alíneas.
Uma delas diz que a capacidade de condução de corrente (IZ) dos condutores (de fase)
deve ser igual ou superior à corrente de projeto (IB) do circuito, incluindo as
componentes harmônicas, afetada dos fatores de correção aplicáveis em 6.2.5.

As correntes harmônicas estão cada vez mais presentes nas instalações elétricas
devido ao aumento crescente da utilização de equipamentos eletrônicos (cargas não
lineares). O circuito deles causa deformações nas senóides das redes elétricas e isso
pode ser bastante prejudicial a elas.

Estas correntes são compostas pela João


frequência
Luiz
de primeira ordem ou fundamental
(60Hz), de segunda ordem (120 Hz), terceira ordem (180 Hz), quarta ordem (240 Hz),
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86208039720
quinta ordem (300 Hz), sexta ordem (360 Hz), sétima ordem (420 Hz) e por aí vai...
HP02416441630075

CICLO

É de grande importância considerarmos as correntes harmônicas para o


dimensionamento de condutores elétricos, já que também circulam por eles. Caso estas
correntes não sejam consideradas, pode haver sobreaquecimentos (perda de vida útil,
consumo desnecessário de energia elétrica) e atuação dos disjuntores.

32
Para calcular a corrente de projeto (IB) em condutores de fase de um circuito,
considerando as harmônicas, é preciso saber quais as correntes eficazes e de qual
ordem, circulam por eles. Para este cálculo é utilizada a fórmula a seguir.

Fórmula para cálculo de corrente de projeto (IB) contendo


harmônicas

IB = I1² + I2² + I3² + ... + In²

Onde:

IB = Corrente de projeto (considerando as harmônicas);


I1² = Harmônica de primeira ordem elevada ao quadrado;
João Luiz
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I2² = Harmônica de segunda ordem elevada ao quadrado;
86208039720
I3² = Harmônica de terceira ordemHP02416441630075
elevada ao quadrado;
In² = Harmônica de enésima ordem elevada ao quadrado;

33
EXEMPLO 7
No circuito do EXEMPLO 6 a corrente de projeto (IB) do equipamento é 72 A
(primeira ordem), mas além dela circulam 43 A (terceira ordem) e 31 A (quinta
ordem) de valores eficazes. Qual a corrente de projeto nas fases considerando
estas correntes?

Vamos inserir na fórmula os valores de corrente de 1º, 3º e 5º ordens dados no


exemplo, para encontrar a corrente IB.

Utilizar a fórmula citada


acima IB = I1² + I3² + I5²

Inserir os valores e
elevar ao quadrado IBJoão
= Luiz(72)² + (43)² + (31)²
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Somar os três valores IB = 5184 + 1849 + 961

Calcular a raiz quadrada


de 7994 IB = 7994

Corrente de projeto (IB) IB = 89,4 A

Ao considerarmos também as correntes harmônicas de 3º e 5º ordens, a corrente de


projeto IB do EXEMPLO 6 passa a ser 89,4 A e não apenas 72 A (fundamental, 60 Hz),
ou seja, uma elevação de 17,4 A ( 24%). Neste caso se os condutores fossem
dimensionados de acordo com a corrente de 72 A, haveria um sobreaquecimento. Por
isso devemos sempre considerar as correntes harmônicas.

34
Para encontrar os valores das harmônicas de determinado equipamento, consultar o
seu catálogo, caso não encontre, entrar em contato com o fabricante. Não encontrando
dessas duas maneiras, estes valores deverão ser estimados ou medidos.

Dimensionamento do Neutro incluindo as harmônicas

Muito se fala em simplesmente dimensionar o neutro de acordo com a tabela 48 da


NBR 5410, mas pouco se fala em considerar as harmônicas quando devem ser
consideradas. A depender do nível de distorção harmônica nos circuitos, isso pode
fazer com que o neutro possa ter uma seção menor que os condutores de fase, deva
ser igual ou até maior que eles.

Em 6.2.6.2.3 diz que quando num circuito trifásico com neutro, a taxa de terceira
harmônica e seus múltiplos for superior a 15%, a seção do condutor neutro não deve
ser inferior à dos condutores de fase, podendo ser igual à dos condutores de fase se
essa taxa não for superior a 33%. João Luiz
jlpitangui@gmail.com
86208039720
A norma também diz em 6.2.6.2.4 que a seção do condutor neutro de um circuito com
HP02416441630075
duas fases e neutro não deve ser inferior à seção dos condutores de fase, podendo
ser igual à dos condutores de fase se a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos não
for superior a 33%.

Ela ainda diz em 6.2.6.2.5 que quando, num circuito trifásico com neutro ou num
circuito com duas fases e neutro, a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos for
superior a 33%, pode ser necessário um condutor neutro com seção superior à dos
condutores de fase.

35
Segundo a norma, para que possamos utilizar a tabela 48 para dimensionar o neutro,
devem ser atendidas simultaneamente as três condições:

a) o circuito for presumivelmente equilibrado, em serviço normal;

b) a corrente das fases não contiver uma taxa de terceira harmônica e múltiplos
superior a 15%; e

c) a condutor neutro for protegido contra sobrecorrentes conforme 5.3.2.2.

Na nota ele ainda diz que os valores desta tabela são aplicáveis quando os condutores
de fase e o condutor neutro forem do mesmo metal.

João Luiz
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HP02416441630075

Tabela 48 (NBR 5410) - Seção reduzida do condutor neutro.

36
Esta tabela quer dizer que quando os condutores de fase forem de seção igual ou
menor a 25 mm², o neutro deve ter pelo menos a mesma seção. Caso os de fase sejam
acima de 35 mm², a tabela diz que a seção do neutro pode ser reduzida para valores
estabelecidos (mínimos) na coluna da direita. Isso caso a taxa de distorção harmônica
de terceira ordem (THD3 ) seja inferior a 15%.

Por exemplo, se em um circuito trifásico os condutores de fase são 6 mm², o condutor


de neutro deve ser no mínimo 6 mm², já em um outro circuito com condutores de fase
120 mm², o neutro deve ter uma seção mínima de 70 mm².

Se caso o THD3 fosse superior a 15% e menor ou igual a 33%, o condutor de neutro
que poderia ser de pelo menos 70 mm², deveria ter no mínimo a mesma seção dos
condutores de fase (120 mm²).

Na nota 2 do subitem 6.2.6.2.5 diz que para se determinar a seção do condutor neutro,
com confiança, é necessária uma estimativa segura do conteúdo de terceira harmônica
das correntes de fase e do comportamento
João Luiz imposto à corrente de neutro pelas
condições de desequilíbrio em quejlpitangui@gmail.com
o circuito pode vir a operar.
86208039720
HP02416441630075
Para isso a norma trás o Anexo F (informativo) que trata de dimensionamento do
condutor neutro quando o conteúdo de terceira harmônica das correntes de fase for
superior a 33%. Ele diz que quando, num circuito trifásico com neutro ou num circuito
com duas fases e neutro, a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos for superior a
33%, a corrente que circula pelo neutro, em serviço normal, é superior à corrente das
fases.

A seção do condutor neutro pode ser determinada calculando-se a corrente no neutro


utilizando a tabela F.1 e a fórmula abaixo.

37
Fórmula para cálculo da corrente de neutro

IN = f h x I B

Onde:

IB é a corrente de projeto do circuito, valor eficaz (fórmula aplicada no EXEMPLO 7);


fh é o fator pertinente dado na tabela F.1.

João Luiz
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Tabela F.1 (Anexo F da NBR 5410) - Fator fh para a determinação da corrente de neutro

38
A norma diz neste Anexo F que na falta de uma estimativa mais precisa da taxa de
terceira harmônica esperada, recomenda-se a adoção de um fh igual a 1,73 no caso de
circuito trifásico com neutro e igual a 1,41 no caso de circuito com duas fases e neutro.

Para facilitar o entendimento, vamos calcular a seção do neutro do EXEMPLO 7.

EXEMPLO 8
No EXEMPLO 7 encontramos uma corrente de projeto considerando as
harmônicas, de valor 89,4 A. Na questão também foi dada as correntes
harmônicas de primeira (72 A) e terceira ordens (43 A). Considerando a existência
do neutro, qual será a corrente (IN) nele?

1º Passo: Já temos a corrente de projeto, agora precisamos calcular a taxa de distorção


harmônica de terceira ordem (THD ). João 3Luiz
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Corrente de terceira ordem


Utilizar esta fórmula THD3 = Corrente de primeira ordem

Inserir e fazer a divisão 43


dos valores eficazes de THD3 =
1º e 3º ordens 72

Taxa de distorção
harmônica THD3 = 59,7%

Ao aplicarmos os valores das correntes de terceira e primeira ordens na fórmula,


chegamos a uma taxa de distorção harmônica de terceira ordem de 59,7%.

39
2º Passo: Agora que encontramos a THD3 , vamos na ver na tabela F.1 qual fator (fh)
corresponde a ela.

João Luiz
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Ao fazermos a interseção entre a coluna de circuito trifásico com neutro e a linha da


taxa de terceira harmônica 56% a 60% (59,7% está nesta faixa), encontramos um fator
fh = 1,55.

3º Passo: Como já sabemos a corrente de projeto considerando as harmônicas (89,4 A)


e o fator fh (1,55), agora conseguimos calcular a corrente (IN) no neutro.

Utilizar esta fórmula IN = f h x I B


Inserir e fazer a
multiplicação dos IN = 1,55 x 89,4
valores de fh e IB

Corrente (IN) no neutro IN = 138,57 A

40
Pelo fato da taxa de distorção harmônica de terceira ordem ser 59,7%, a corrente no
neutro é 55% (138,57 A) maior em relação à corrente nas fases. Isto nos mostra o
quanto é importante considerarmos as harmônicas, tanto nas fases, quanto no neutro.

Segundo o subitem 6.2.5.6.1, em um circuito trifásico, quando a corrente nos


condutores de fase contém componentes harmônicas de ordem três e múltiplos numa
taxa superior a 15%, o condutor de neutro deve ser considerado como condutor
carregado. No EXEMPLO 7 os condutores de fase contém uma taxa de 59,7% de
harmônica de terceira ordem. Sendo assim precisamos aplicar o fator de correção 0,86
(assim como são aplicados os fatores de correção para agrupamento de circuitos e
temperatura ambiente) às capacidades de condução válidas para três condutores
carregados (tabelas 36 a 39), para escolher a seção do neutro.

5. DIMENSIONAMENTO PELO CRITÉRIO


DA QUEDA DE TENSÃO
João Luiz
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Em 6.2.7 a NBR 5410 trata de quedas de tensão e em 6.2.7.1 ela diz que em qualquer
HP02416441630075
ponto de utilização da instalação, a queda de tensão verificada não deve ser superior
aos seguintes valores, dados em relação ao valor da tensão nominal da instalação.

A queda de tensão máxima permitida pela norma é de 7% (da fonte até qualquer
equipamento de utilização), para quando há transformador (particular ou da
distribuidora) ou gerador particular, calculados a partir dos terminais secundários em BT
(a partir dos terminais de saída no caso de gerador).

MT/BT
Equipamento
de utilização

Circuito alimentador Circuito terminal

Transformador Quadro de
próprio ou da distribuição
distribuidora

3% 4% máx

7% máx

41
BT Equipamento
de utilização

Circuito alimentador Circuito terminal

Quadro de
Gerador
distribuição
próprio

3% 4% máx

7% máx

A norma diz que nestes casos apresentados anteriormente, quando as linhas principais
da instalação tiverem um comprimento superior a 100m, as quedas de tensão podem
ser aumentadas de 0,005% por metro de linha superior a 100m, sem que, no entanto,
essa suplementação seja superior a 0,5%.

BT João Luiz
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HP02416441630075
Equipamento
de utilização

Circuito alimentador Circuito terminal

Ponto de Quadro de
entrega distribuição

1% 4% máx

5% máx

Segundo a NBR 5410, em nenhum caso a queda de tensão nos circuitos terminais pode
ser superior a 4%. Em muitas situações é interessante reduzir o percentual de queda de
tensão permitido nestes circuitos terminais e aumentar nos circuitos alimentadores
(estes tem um custo mais elevado), para que possamos ter uma maior economia.

42
Esta tabela a seguir é referente à queda de tensão em V/A.km do grande fabricante de
cabos Prysmian. Ela será utilizada para os cálculos.

João Luiz
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43
Fórmula para cálculo de queda de tensão

U = Z C x IB x L
Onde:

U é a queda de tensão em Volts;


Zc é o valor da impedância aproximada dos cabos elétricos, fornecido pelos
fabricantes, geralmente dado em V/A.km;
IB é o valor da corrente de projeto, considerando as harmônicas;
L é o comprimento do circuito, dado em km.

EXEMPLO 9 João Luiz


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Foram dimensionados cabos de seção 35 mm² para um circuito monofásico (2
86208039720
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condutores carregados), com comprimento 180m, método de instalação B1
(eletroduto embutido em alvenaria - tabela 36 da norma), que irá alimentar um
forno (funcionará em 220 V) com uma corrente de projeto (IB) 110 A, já
considerando as harmônicas. Qual a queda de tensão nele? Este cabo suportará
esta corrente? Se não suportará, qual deverá ser a seção?

1º Passo: Encontrar Zc na tabela de queda de tensão. Neste caso Zc = 1,25 V/A.km.

44
2º Passo: Converter 180m e km, para que possamos aplicar na fórmula.

m
Utilizar esta fórmula Valor em km =
1000

Inserir o valor em 180


metro e fazer a divisão Valor em km =
1000

Valor convertido para km 0,180 km

3º Passo: Inserir os valores Zc, IB e comprimento em km, na fórmula.


João Luiz
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U = Z C x IB x L
HP02416441630075
Utilizar esta fórmula

Inserir os valores na
fórmula a fazer a U = 1,25 x 110 x 0,180
multiplicação

Queda de tensão em V U = 24,75 V

45
4º Passo: Calcular a queda de tensão em porcentagem (%), para comparar com o valor
máximo permitido pela NBR 5410 (4%).

U
Utilizar esta fórmula U (%) =
V

Inserir os valores na 24,75


fórmula a fazer a U (%) =
divisão
220

Resultado da divisão U (%) = 0,11

Multiplica 0,11 por 100


para encontrar em % U (%) = 0,11 x 100
João Luiz
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Queda de tensão em % U (%) = 11%

A norma permite uma queda de tensão de no máximo 4% para circuitos terminais.


Encontramos 11%. Quando não dá para reduzir o comprimento do circuito e/ou a carga,
o que nos resta é redimensionar o cabo.

5º Passo: Vamos determinar a seção do cabo de uma forma direta (mais prática),
inserindo na fórmula a seguir o valor máximo de queda de tensão em %, que nós
desejamos.

U
Utilizar esta fórmula ZC =
IB x L

46
Utilizar 4% de 220 V U = 8,8 V
Inserir os valores na
fórmula. 8,8
Multiplicar primeiro ZC =
(110 x 0,180) (110 x 0,180)
8,8
Fazer a divisão ZC =
19,8
Queda de tensão
em A/V.km
Z C = 0,44 A/V.km

Agora que encontramos o Zc, vamos na tabela de queda de tensão em A/V.km para
João Luiz
encontrarmos a seção do condutor. Neste caso consideramos 0,41 por não existir o
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0,44 (para esta situação). Sempre considerar o menor valor, caso não encontre na
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tabela, o valor calculado.

Na tabela o 0,41 corresponde ao condutor de seção 120 mm², então esta passa a ser a
nova seção dos condutores do circuito que irá alimentar o forno.

47
6. DIMENSIONAMENTO PELO CRITÉRIO
PROTEÇÃO CONTRA SOBRECARGA
Para garantir o bom funcionamento da instalação elétrica, vida útil dos condutores e
consequentemente a segurança de quem a utiliza, os circuitos devem prover de
proteção contra sobrecarga. A atuação dos dispositivos de proteção devem ser em um
curto espaço de tempo e suficiente para que os condutores não alcancem as
temperaturas máximas estabelecidas pela tabela 35 da NBR 5410.

João Luiz
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Tabela 35 (NBR 5410) - Temperaturas características dos condutores

Na nota de 5.3.4 a norma diz que os condutores vivos protegidos contra sobrecargas
conforme as prescrições desta seção são considerados igualmente protegidos contra
qualquer falta (corrente de defeito) capaz de produzir sobrecorrentes na faixa das
correntes de sobrecarga.

Em 5.3.4.1 ela trata de coordenação entre condutores e dispositivos de proteção e diz


que para que a proteção dos condutores contra sobrecargas fique assegurada, as
características de atuação do dispositivo destinado a provê-la devem ser tais que:

IB In IZ e I2 1,45 I Z

48
Onde:

IB é o valor da corrente de projeto, considerando as harmônicas;


Iz é a capacidade de condução de corrente dos condutores, nas condições previstas
para a sua instalação (tabelas 36 a 39);
In é a corrente nominal do dispositivo de proteção (ou corrente de ajuste, para
dispositivos ajustáveis), nas condições previstas para sua instalação;
I2 é a corrente convencional de atuação, para disjuntores, ou corrente convencional
de fusão, para fusíveis.

Neste manual iremos considerar a proteção dos condutores apenas por meio de
disjuntores, então para simplificação do cálculo nós não iremos aplicar a segunda
condição ( I 2 1,45 I Z ), já que por fabricação estes dispositivos (de acordo com a NBR
NM 60898) já atendem ela. Será aplicada para dimensionamento de fusíveis.

EXEMPLO 10 João Luiz


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Um circuito monofásico com condutores de seção 10 mm² (Iz = 57 A - tabela 36),
possui uma corrente de projeto (IB) 45 A. Qual disjuntor deverá ser utilizado para
fazer a proteção destes condutores?

Utilizar esta condição IB In IZ

Inserir os valores de IB
e Iz. 45 In 57

Inserir valor comercial


de disjuntor entre IB e Iz 45 50 57

Este é o valor In do
disjuntor, encontrado In = 50 A
no mercado

49
Para que haja a coordenação entre condutores e proteção, foi escolhido o disjuntor de
In = 50 A, pois o anterior a ele é o de In = 40 A (atuaria por conta da corrente de projeto
ser maior) e o superior de In = 63 A (desta forma o condutor estaria desprotegido, já que
a corrente máxima suportada por ele é Iz = 57 A). Pelo fato dos condutores terem
isolação em PVC, eles suportam até 100 ºC em regime de sobrecarga, por isso a
proteção deve atuar de forma eficiente. É interessante que se utilize o disjuntor
termomagnético, pois além dele atuar por sobrecarga, irá atuar por curto-circuito.

Se por exemplo, a corrente de projeto fosse 50 A, poderíamos utilizar o disjuntor com


corrente nominal (In) 50 A?

Sim, com certeza! O disjuntor começa a atuar quando a corrente passa do seu valor de
corrente nominal.

7. DIMENSIONAMENTO PELO CRITÉRIO


João Luiz

PROTEÇÃO CONTRA CURTO-CIRCUITO


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No momento de um curto-circuito a corrente pode chegar até alguns kA (kilo-Amperes),


logo os dispositivos de proteção e os condutores devem suportar a passagem desta
energia durante determinado período de tempo sem sofrer danos.

A norma diz em 5.3.5.5.2 que a energia que o dispositivo de proteção deve deixar
passar deve ser inferior ou igual à necessária para aquecer o condutor desde a
temperatura máxima para serviço contínuo até a temperatura limite de curto-circuito, o
que pode ser indicado pela seguinte expressão:

Energia máxima que o


Energia que o disjuntor condutor suporta.

t
deixa passar no momento de
um curto circuito, até atuar.

2 2 2
I dt k S
0

50
Onde:
t
2
I dt é a integral de Joule (energia) que o dispositivo de proteção deixa passar,
0
em Ampères quadrados-segundo (A²S);

2 2
k S é a integral de Joule (energia) capaz de elevar a temperatura do condutor
desde a temperatura máxima para serviço contínuo até a temperatura de
curto-circuito, supondo-se aquecimento adiabático.

Na tabela 30 encontramos o valor de K, de acordo com o tipo de material do condutor


(cobre, alumínio ou emendas soldadas em condutores de cobre) e do material que é
feito a sua isolação (PVC, XLPE ou EPR). Em caso de isolação em PVC, a tabela indica
diferentes valores de k para condutor com seção maior ou menor/igual a 300 mm².

João Luiz
jlpitangui@gmail.com
86208039720
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Tabela 30 (NBR 5410) - Valores de k para condutores com isolação de PVC, EPR ou XLPE

51
Na nota de 5.3.5.5.2 a norma diz que para curto-circuitos de qualquer duração em que a
assimetria da corrente não seja significativa, e para curto-circuitos assimétricos de
duração 0,1 s t 5 s, pode-se escrever:

2 2 2
I t k S

Onde:

I é a corrente de curto-circuito presumida simétrica, em ampères, valor eficaz;


t é a duração do curto-circuito, em segundos.

A corrente de curto-circuito presumida deverá ser calculada em cada ponto onde serão
João Luiz
instalados os disjuntores de uma instalação elétrica (ex: nos quadros de distribuição), a
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partir dos níveis de curto-circuito que a86208039720
concessionária fornece, por exemplo.
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Nos nossos exemplos e aplicações, utilizaremos a equação acima (para tempos de até
5 s), a fim de obtermos resultados de forma mais prática.

EXEMPLO 11
No EXEMPLO 10, os condutores são de seção 10 mm², com isolação em PVC. A
corrente de curto-circuito presumida no ponto onde serão instalados os
disjuntores é 6 kA (calculada). Esta seção suporta este nível de curto-circuito? Se
não, qual deverá ser esta seção?

1º Passo: Encontrar o valor de k na tabela 30 na norma.

52
Utilizaremos o valor k = 115.

2º Passo: Encontrar a energia máxima que o condutor suporta (k² S²)

João Luiz
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2 2
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k S
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Utilizar integral de Joule

2 2
115 x 10
Elevar ao quadrado os
valores de k e a seção
do condutor

Multiplicar os valores
13.225 x 100

6 2
1,3 x 10 A S
Esta é energia máxima
suportada pelo condutor

53
3º Passo: Calcular quantas vezes a corrente de curto-circuito é maior que a nominal.

Fazer a divisão entre os


valores de I e a corrente 6000
nominal do disjuntor
EXEMPLO 10 50

Número de vezes em
120
que a corrente de
curto-circuito é maior
que a corrente nominal
do disjuntor (In)

4º Passo: Encontrar o tempo (t) de atuação do disjuntor, em função da corrente de


curto-circuito presumida (6 kA), no gráfico
Joãoa Luiz
seguir. Ele é apenas para mini disjuntores
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(conhecidos como DIN), aqueles fabricados de acordo com a NBR NM 60898.
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Para um valor de
120 vezes In, o
tempo de atuação é
menor que 0,01 s.

Tempo a ser
utilizado
0,01 s
120

Faixa de atuação instantâneas de disjuntores conforme a NBR NM 60898


(Imagem retirada do Livro 5º Edição Ademaro Cotrim)

54
Iremos utilizar o tempo 0,01 s encontrado através do gráfico para calcular I² t.

5º Passo: Calcular a energia que o disjuntor deixa passar no momento de um curto-


circuito, até atuar (I² t).

2
Utilizar integral de Joule I t

Elevar ao quadrado o
2
(6000) x 0,01
valor da corrente de
curto-circuito
presumida e multiplicar
pelo tempo

6
Multiplicar os valores (36 x 10 ) x 0,01
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Esta é a energia que o 6 2


disjuntor deixa passar
enquanto não atua 0,36 x 10 A S

6º Passo: Comparar os dois valores encontrados para ver se satisfaz a condição.

2 2 2
I t k S
Z
ATISFA
S
)
)

6 2 6 2
0,36 x 10 A S 1,3 x 10 A S
Disjuntor deixa passar Condutor suporta

55
Ao compararmos os valores encontrados, observamos que a condição foi satisfeita, pois
o disjuntor deixa passar uma energia bem menor do que o condutor suporta, isto
significa que ele será devidamente protegido em caso de um curto-circuito.

Ao contrário como muitos dizem, as faixas de atuação (B, C e D) dos disjuntores


fabricados de acordo com a NBR NM 60898, não devem ser escolhidas simplesmente
como B para proteger cargas resistivas, C para partidas elevadas (indutivos) ou D para
partidas muito elevadas. A corrente de curto-circuito presumida influencia diretamente
na escolha delas.

Para proteger o circuito do exemplo acima, será utilizado um disjuntor monopolar


(unipolar), curva C, In = 50 A, Icn = 10 kA (valor comercial) para um tensão nominal de
400V.

João Luiz
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C 50
(Curva e In)

10000 A
400 V (10 kA)
Tensão
máxima de
trabalho

Fabricado de
acordo com a
NBR NM 60898

56
Disjuntores NBR NM 60898

Curva Características
- Começam a atuar entre 3 x In e 5 x In;

B
- Para circuitos com baixas correntes de curto-circuito presumidas;
- São os que têm maior sensibilidade, logo não devem ser
instalados em circuitos que alimentem cargas com média ou alta
corrente de partida ou transitórias.

- Começam a atuar entre 5 x In e 10 x In;

C - Para proteção de circuitos elétricos no geral;


- Não devem ser utilizados em circuitos que alimentem cargas
com alta corrente de partida ou transitórias.

- Começam a atuar entre 10 x In e 20 x In;

D
- Para circuitos com elevadas correntes de curto-circuito
presumidas;
- Devem ser utilizados em circuitos que alimentem cargas com
alta corrente de partida
João ou transitórias.
Luiz
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Tabela com características dos disjuntores fabricados de acordo com a NBR NM 60898
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8. DIMENSIONAMENTO CONDUTORES
DE PROTEÇÃO E ATERRAMENTO
Muito é falado em dimensionar os condutores de proteção apenas por tabelas contidas
na NBR 5410, mas o que ela prioriza na verdade é calcular (ver 6.4.3.1.2) a seção
deles. As tabelas podem ser utilizadas, mas como alternativa aos cálculos.

Condutores de proteção (PE) são aqueles que conduzem a correntes de fuga ou de


falta (defeito) para o eletrodo de aterramento. Eles propiciam a equipotencialização
entre massas metálicas e a instalação elétrica.

Já o condutores de aterramento são os que interligam o eletrodo de aterramento da


edificação ao BEP (Barramento de Equipotencialização Principal) da edificação.

57
De modo prático, nós vamos utilizar a tabela 58 da norma para dimensionar os
condutores de proteção. Desta forma atendemos as recomendações dela, mesmo que
de forma não tão econômica quanto por cálculos.

A norma diz em 6.4.3.1.3 que quando a aplicação da tabela (abaixo) conduzir a seções
não padronizadas, devem ser escolhidos condutores com seção padronizada mais
próxima (acima).

João Luiz
Tabela 58 (NBR 5410) - Seção mínima do condutor de proteção
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86208039720
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EXEMPLO 12
No EXEMPLO 10, os condutores de fase são de seção 10 mm². Qual deverá ser a
seção do condutor de proteção?

Verificar na tabela 58, qual a seção mínima do condutor do proteção correspondente à


seção dos condutores de fase.

58
Para condutores de fase com seção menor ou igual a 16 mm², devem ser utilizaremos
condutores de proteção com seção mínima S, ou seja, iguais aos de fase. Neste caso
utilizaremos um condutor de 10 mm².

Já para dimensionarmos o condutor de aterramento, aquele interliga o BEP ao eletrodo


de aterramento, nós utilizaremos a tabela 52 da norma. Ela trata de seções mínimas de
condutores de aterramento enterrados no solo.

Tabela 52 (NBR 5410) - Seções mínimas de condutores de aterramento enterrados no solo

Segundo a tabela, alguns quesitos influenciam no dimensionamento deste condutor, tais


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como: se ele é protegido ou não jlpitangui@gmail.com
contra danos mecânicos, ou se é protegido ou não
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contra corrosão. HP02416441630075

QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO

ELEMENTO CONDUTIVO INTERLIGADO


DIRETAMENTE AO BEP
BEP

EX: TUBULAÇÃO METÁLICA

Condutor de Condutor de
aterramento aterramento

SOLO

ELETRODO DE ATERRAMENTO DA EDIFICAÇÃO

59
EXEMPLO 13
Um condutor cobre que irá interligar o BEP ao eletrodo de aterramento de uma
residência, será protegido mecanicamente por eletroduto em todo o seu percurso
e terá proteção contra corrosão. Qual deverá ser a seção mínima deste condutor?

Verificar na tabela 52, qual a seção mínima do condutor do aterramento, nas condições
nas quais será instalado.

João Luiz
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Nesta situação a norma recomenda utilizarmos no mínimo condutor de seção 2,5 mm²,
mas por possuir uma resistência mecânica relativamente baixa, iremos utilizar um de
seção mínima 10 mm².

60
João Luiz
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09. APLICAÇÃO 01: DIMENSIONAMENTO CIRCUITO DE
CHUVEIRO ELÉTRICO

Características

Potência: 5500 W
Tensão: 127 V
Corrente de projeto (IB) máxima: 43,3 A
Condutor: Cobre
Isolação do condutor: PVC
Utilização do circuito: Circuito de força
Tipo de conduto: Eletroduto embutido em laje
Método de referência: B1
Temperatura referência do ambiente: 35 ºC
Quantos circuitos no conduto: 1
Comprimento do circuito: 10 metros João Luiz
Taxa de harmônicas (THD): Não possui por ser puramente resistivo
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Qual deverá ser a seção do condutores e o disjuntor?

Quadro de distribuição

Chuveiro 5500 W

Linha elétrica

61
1º Critério - Seção mínima: Circuito de força (cobre), seção mínima 2,5 mm² - (tabela
47)

2º Critério - Capacidade de condução de corrente: Isolação em PVC, método B1, 2


condutores carregados - (tabela 36).

1º passo: Escolher valor de IZ = 57 (próximo maior que 43,3 A) - 10 mm².

2º passo: Aplicar fator de correção de temperatura - 35 ºC, PVC - (tabela 40).

57 x 0,94 = 53,6 A (novo IZ). É maior que 43,3 A? Sim! Caso não fosse, voltaria na tabela
para definir a nova seção.

3º passo: Definir o condutor de neutro (será a mesma seção do de fase - 10 mm²).

3º Critério - Queda de tensão: Comprimento 10 metros, Zc = 4,23 V/A.km (FP = 0,95).


João Luiz
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1º passo: Fazer a conversão (10 m = 0,01 km)

2º passo: Zc x IB x L (4,23 x 43,3 x 0,01 = 1,83 V). Queda de tensão 1,83 V.

3º passo: Encontrar a queda de tensão em % ((1,83/127) x 100 = 1,44%). É menor que


4%, máximo admitido pela norma. Mantém a seção 10 mm².

Os condutores de fase deverão ter cores diferentes das utilizadas no neutro (azul claro) e
no condutor de proteção (verde ou verde e amarelo).

A NBR 5410 não obriga a utilização de cores, contanto que sejam identificados com
anilhas, por exemplo.

4º Critério - Sobrecarga: Corrente de projeto (IB) = 43,3 A, capacidade de condução


do condutor (IZ) = 53,6 A

Encontrar um In (corrente nominal do disjuntor) que seja maior ou igual a IB e menor ou


igual a IZ. No caso será um de In = 50A (mini disjuntor de valor comercial).

62
5º Critério - Proteção contra curto-circuito: Calcular K²S² e i² t e igualar para ver se a
condição é atendida.

1º passo: Utilizaremos k = 115 (tabela 30) e a seção do condutor para calcular K²S².
(115)² x (10)² = 1,3 x 10⁶ K²S².

2º passo: Dividiremos a corrente de curto-circuito presumida 8 kA (a título de exemplo, pois


deverá ser calculada) por In do disjuntor. 8000/50 = 160.

3º passo: Ir na tabela de faixas de atuação de disjuntores (pág 55) e ver qual o tempo de
atuação. Neste caso utilizaremos 0,01 s.

4º passo: Calcular i² t. (8000)² x 0,01 = 640.000,00 (0,64 x 10⁶ i² t).

5º passo: Comparar 0,64 x 10⁶ i² t com 1,3 x 10⁶ K²S². A energia (i² t) que o disjuntor deixa
passar é menor (praticamente a metade) que a energia (K²S²) que o condutor suporta. O
condutor estará protegido.
João Luiz
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86208039720
Dimensionamento do condutor de proteção: Utilizaremos a tabela 58 da norma. O
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condutor de proteção será de mesma seção que os de fase e neutro (10 mm²). Deverá
ser verde ou verde e amarelo, ou identificado por anilhas.

Este circuito possui condutores (unipolares) de cobre com isolação em PVC que
devem ser protegidos por mini disjuntor monopolar (unipolar) termomagnético
com In = 50 A, Icn = 10 kA, de curva C.

63
10. APLICAÇÃO 02: DIMENSIONAMENTO CIRCUITO DE
APARELHO DE AR CONDICIONADO

Características

Potência: 1100 W (9.000 BTU)


Tensão: 220 V
Corrente de projeto (IB) máxima: 5 A (incluindo as harmônicas)
THD3 : 8%
Condutor: Cobre
Isolação do condutor: PVC
Utilização do circuito: Circuito de força
Tipo de conduto: Eletroduto embutido em laje
Método de referência: B1
Temperatura referência do ambiente: 40 ºC
Quantos circuitos no mesmo conduto: 3
João Luiz
Comprimento do circuito: 25 metros
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Qual deverá ser a seção do condutores e o disjuntor?

Quadro de distribuição Ar condicionado 9000 BTU

Linha elétrica

64
1º Critério - Seção mínima: Circuito de força (cobre), seção mínima 2,5 mm² - (tabela
47)

2º Critério - Capacidade de condução de corrente: Isolação em PVC, método B1, 2


condutores carregados - (tabela 36).

1º passo: Escolher valor de IZ = 24 (próximo maior que 5 A, considerando o critério da seção


mínima) - 2,5 mm².

2º passo: Aplicar fator de correção de temperatura - 40 ºC, PVC - (tabela 40).

24 x 0,87 = 20,8 A (novo IZ). É maior que 5 A? Sim! Caso não fosse, voltaria na tabela para
definir a nova seção.

3º passo: Aplicar fator de correção para agrupamento de circuitos - 3 circuitos no eletroduto


(tabela 42)
João Luiz
Utilizar a linha Ref. 1 (condutos fechados) e a coluna 3 (para 3 circuitos agrupados).
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20,8 A x 0,80 = 16,64 (Novo IZ). É maior86208039720
que 5 A? Sim! Caso não fosse, voltaria na tabela
HP02416441630075
para definir a nova seção.

3º Critério - Queda de tensão: Comprimento 25 metros, Zc = 14,3 V/A.km (FP = 0,8).

1º passo: Fazer a conversão (25 m = 0,025 km)

2º passo: Zc x IB x L (14,3 x 5 x 0,025 = 1,79 V). Queda de tensão 1,79 V.

3º passo: Encontrar a queda de tensão em % ((1,79/220) X 100 = 0,81%). É menor que 4%,
máximo admitido pela norma. Mantém a seção 2,5 mm².

Os condutores de fase deverão ter cores diferentes entre si e da utilizada no condutor de


proteção (verde ou verde e amarelo).

A NBR 5410 não obriga a utilização de cores, contanto que sejam identificados com anilhas,
por exemplo.

65
4º Critério - Sobrecarga: Corrente de projeto (IB) = 5 A, capacidade de condução do
condutor (IZ) = 16,64 A

Encontrar um In (corrente nominal do disjuntor) que seja maior ou igual a IB e menor ou igual
a IZ. No caso utilizaremos um de In = 10A (mini disjuntor de valor comercial).

5º Critério - Proteção contra curto-circuito: Calcular K²S² e i² t e igualar para ver se a


condição é atendida.

1º passo: Utilizaremos k = 115 (tabela 30) e a seção do condutor para calcular K²S².
(115)² x (2,5)² = 0,08 x 10⁶ K²S².

2º passo: Dividiremos a corrente de curto-circuito presumida 2 kA (a título de exemplo, pois


deverá ser calculada) por In do disjuntor. 2000/10 = 200.

3º passo: Ir na tabela de faixas de atuação de disjuntores (pág 55) e ver qual o tempo de
atuação. Neste caso utilizaremos 0,01 s.
João Luiz
4º passo: Calcular i² t. (2000)² x 0,01 = 640.000,00 (0,04 x 10⁶ i² t).
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5º passo: Comparar 0,04 x 10⁶ i² t com 0,08 x 10⁶ K²S². A energia (i² t) que o disjuntor deixa
passar é menor (praticamente a metade) que a energia (K²S²) que o condutor suporta. O
condutor estará protegido.

Dimensionamento do condutor de proteção: Utilizaremos a tabela 58 da norma. O


condutor de proteção será de mesma seção que os de fase (2,5 mm²). Deverá ser
verde ou verde e amarelo, ou identificado por anilhas.

Este circuito possui condutores (unipolares) de cobre com isolação em PVC que
devem ser protegidos por mini disjuntor bipolar termomagnético com In = 10 A,
Icn = 5 kA (para 230 V), de curva C.

66
11. APLICAÇÃO 03: DIMENSIONAMENTO CIRCUITO
MONOFÁSICO ALIMENTADOR

Características

Potência instalada: 7000 W


Tensão: 127 V
Corrente de projeto (IB) máxima: 55 A (incluindo as harmônicas)
THD3 : 8%
Condutor: Cobre
Isolação do condutor: EPR
Utilização do circuito: Circuito de força
Tipo de conduto: Eletroduto embutido em parede e solo
Método de referência: B1 e D
Temperatura referência do ambiente e solo: 40 ºC (ambiente) e 30 ºC (solo)
Quantos circuitos no conduto: 1
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Comprimento do circuito: 20 metros
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Qual deverá ser a seção do condutores e o disjuntor?

Padrão de entrada

Quadro de distribuição

Trecho linha elétrica


em alvenaria
CAIXA DE
PASSAGEM

Trecho linha elétrica


enterrada SOLO

67
Nesta situação, o circuito passa por dois trechos diferentes (solo e alvenaria), ou
seja, há variação de método de instalação dos condutores (parede e solo). Sendo
assim, iremos dimensiona-los considerando a pior situação (maior temperatura e
menor dissipação de calor), o trecho em que ele passa pela parede.

1º Critério - Seção mínima: Circuito de força (cobre), seção mínima 2,5 mm² - (tabela
47)

2º Critério - Capacidade de condução de corrente: Isolação em EPR, método B1, 2


condutores carregados - (tabela 37).

1º passo: Escolher valor de IZ = 75 (próximo maior que 55 A) - 10 mm².

2º passo: Aplicar fator de correção de temperatura ambiente - 40 ºC, EPR - (tabela 40).

75 x 0,91 = 68,3 A (novo IZ). É maior que 55 A? Sim! Caso não fosse, voltaria na tabela
para definir a nova seção.
João Luiz
3º passo: Definir o condutor de neutro (será a mesma seção do de fase - 10 mm²).
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3º Critério - Queda de tensão: Comprimento 20 metros, Zc = 3,63 V/A.km (FP = 0,8).

1º passo: Fazer a conversão (20 m = 0,02 km)

2º passo: Zc x IB x L (3,63 x 55 x 0,02 = 3,99 V). Queda de tensão 3,99 V.

3º passo: Encontrar a queda de tensão em % (3,99/127 = 3,14%). É maior que 1%,


máximo admitido pela norma (alimentação em BT concessionária).

4º passo: Fazer o cálculo de queda de tensão com uma seção acima (no caso, 16 mm²).
Zc = 2,32.

Zc x IB x L (2,32 x 55 x 0,02 = 2,55 V). Queda de tensão 2,55 V.

5º passo: Encontrar a queda de tensão em % ((2,55/127) X 100 = 2 %). É maior que 1%.
Reduziremos de 4 % para 2,5 % nos circuitos terminais e aumentaremos de 1% para 2%
no alimentador. Desta forma fica de acordo com a NBR 5410. Se for possível, utilizar
condutores de 25 mm² nesta situação.

68
Os condutores de fase deverão ter cores diferentes entre si e da utilizada no condutor de
proteção (verde ou verde e amarelo). A NBR 5410 não obriga a utilização de cores, contanto
que sejam identificados com anilhas, por exemplo.

4º Critério - Sobrecarga: Corrente de projeto (IB) = 55 A, capacidade de condução do


condutor (IZ) = 91 A (100 x 0,91) do condutor 16 mm².

Encontrar um In (corrente nominal do disjuntor) que seja maior ou igual a IB e menor ou igual
a IZ. No caso utilizaremos um de In = 63 A (mini disjuntor de valor comercial).

5º Critério - Proteção contra curto-circuito: Calcular K²S² e i² t e igualar para ver se a


condição é atendida.

1º passo: Utilizaremos k = 143 (tabela 30) e a seção do condutor para calcular K²S².
(143)² x (16)² = 5,2 x 10⁶ K²S².

2º passo: Dividiremos a corrente de curto-circuito presumida 3 kA (a título de exemplo, pois


deverá ser calculada) por In do disjuntor. 3000/10 = 300.
João Luiz
jlpitangui@gmail.com
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3º passo: Ir na tabela de faixas de atuação de disjuntores (pág 55) e ver qual o tempo de
HP02416441630075
atuação. Neste caso utilizaremos 0,01 s.

4º passo: Calcular i² t. (3000)² x 0,01 = 90.000,00 (0,09 x 10⁶ i² t).

5º passo: Comparar 0,09 x 10⁶ i² t com 5,2 x 10⁶ K²S². A energia (i² t) que o disjuntor deixa
passar é muito menor que a energia (K²S²) que o condutor suporta. O condutor estará
protegido.

Este circuito possui condutores (unipolares) de cobre com isolação em EPR que
devem ser protegidos por mini disjuntor monopolar (unipolar) termomagnético
com In = 63 A, Icn = 5 kA (230 V), de curva C.

69
12. APLICAÇÃO 04: DIMENSIONAMENTO CIRCUITO
TRIFÁSICO ALIMENTADOR

Características

Demanda máxima: 28260 VA 26000 W


Tensão entre fases: 220 V
Corrente de projeto (IB) máxima: 68 A (incluindo as harmônicas)
THD3 : 10%
Condutor: Cobre
Isolação do condutor: EPR
Utilização do circuito: Circuito de força
Tipo de conduto: Eletroduto embutido no solo
Método de referência: D
Temperatura referência do ambiente e solo: 30 ºC (solo)
Quantos circuitos no conduto: 1
João Luiz
Comprimento do circuito: 10 metrosjlpitangui@gmail.com
Resistividade térmica do solo: 2,5 K.m/W86208039720
HP02416441630075

Qual deverá ser a seção do condutores e o disjuntor?

Padrão de entrada

Quadro de distribuição

70 cm
Linha elétrica enterrada SOLO

70
1º Critério - Seção mínima: Circuito de força (cobre), seção mínima 2,5 mm² - (tabela
47)

2º Critério - Capacidade de condução de corrente: Isolação em EPR, método D, 3


condutores carregados - (tabela 37).

1º passo: Escolher valor de IZ = 79 (próximo maior que 68 A) - 16 mm².

2º passo: Aplicar fator de correção de temperatura do solo - 30 ºC, EPR - (tabela 40).

79 x 0,93 = 73,5 A (novo IZ). É maior que 68 A? Sim! Caso não fosse, voltaria na tabela
para definir a nova seção.

3º passo: Para definirmos a seção do condutor de neutro, iremos utilizar a tabela 48, pois
trata-se de um circuito devidamente equilibrado, em serviço normal e com taxa de terceira
harmônica de 10%. Ele terá a mesma seção que os de fase (16 mm²).

João Luiz
3º Critério - Queda de tensão: Comprimento 10 metros, Zc = 2,03 V/A.km (FP = 0,8).
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1º passo: Fazer a conversão (10 m = 0,01 km)

2º passo: Zc x IB x L (2,03 x 68 x 0,01 = 1,38 V). Queda de tensão 1,38 V.

3º passo: Encontrar a queda de tensão em % ((1.38/220 V) x 100 = 0,63%). É menor que


1%, máximo admitido pela norma (alimentação em BT concessionária). Mantém a seção
2,5 mm².

Os condutores de fase deverão ter cores diferentes entre si e da utilizada no condutor de


proteção (verde ou verde e amarelo). A NBR 5410 não obriga a utilização de cores,
contanto que sejam identificados com anilhas, por exemplo.

71
4º Critério - Sobrecarga: Corrente de projeto (IB) = 68 A, capacidade de condução do
condutor (IZ) = 73,5 A do condutor 16 mm².

Encontrar um In (corrente nominal do disjuntor) que seja maior ou igual a IB e menor ou igual
a IZ. No caso utilizaremos um de In = 70 A (mini disjuntor de valor comercial).

5º Critério - Proteção contra curto-circuito: Calcular K²S² e i² t e igualar para ver se a


condição é atendida.

1º passo: Utilizaremos k = 143 (tabela 30) e a seção do condutor para calcular K²S².
(143)² x (16)² = 5,2 x 10⁶ K²S².

2º passo: Dividiremos a corrente de curto-circuito presumida 3 kA (a título de exemplo, pois


deverá ser calculada) por In do disjuntor. 3000/10 = 300.

3º passo: Ir na tabela de faixas de atuação de disjuntores (pág 55) e ver qual o tempo de
atuação. Neste caso utilizaremos 0,01 s.
João Luiz
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4º passo: Calcular i² t. (3000)² x 0,01 = 90.000,00 (0,09 x 10⁶ i² t).
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5º passo: Comparar 0,09 x 10⁶ i² t com 5,2 x 10⁶ K²S². A energia (i² t) que o disjuntor deixa
passar é muito menor que a energia (K²S²) que o condutor suporta. O condutor estará
protegido.

Este circuito possui condutores (unipolares) de cobre com isolação em EPR que
devem ser protegidos por mini disjuntor tripolar termomagnético com In = 70 A,
Icn = 5 kA (230 V), de curva C.

Em terreno normal, os condutores elétricos devem ser instalados a pelo menos 70


cm de profundidade, como prevenção contra os efeitos de movimentação de
terra. Em travessia de vias acessíveis a veículos, incluindo uma faixa adicional de
0,50m de largura de um lado e de outro dessas vias, a profundidade deve ser de
pelo menos 1 metro. A NBR 5410 trata disto em 6.2.11.6.3.

72
13. APLICAÇÃO 05: DIMENSIONAMENTO CIRCUITO
FORNO ELÉTRICO TRIFÁSICO
Características

Demanda máxima: 42000 W


Camada 2 C1 C1 C1 C3 C3 C3
Tensão entre fases: 220 V
Camada 1 C2 C2 C2 C4 C4 C4
Corrente de projeto (IB) máxima: 110 A
Condutor: Cobre Bandeja perfurada
(4 circuitos em duas camadas)
Isolação do condutor: EPR
Utilização do circuito: Circuito de força
Tipo de conduto: Bandeja perfurada
Método de referência: F
Temperatura referência do ambiente: 50 ºC
Quantos circuitos no conduto: 4 (justapostos em duas camadas)
Comprimento do circuito: 13 metros
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Qual deverá ser a seção do condutores e o disjuntor?

Bandeja perfurada

Quadro de distribuição Forno elétrico

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1º Critério - Seção mínima: Circuito de força (cobre), seção mín. 2,5 mm² (tabela 47)

2º Critério - Capacidade de condução de corrente: Isolação em EPR, método F, 3


condutores carregados - (tabela 39).

1º passo: Escolher valor de IZ = 135 A (próximo maior que 110 A) - 25 mm² (coluna 6).

2º passo: Aplicar fator de correção de temperatura - 50 ºC, EPR - (tabela 40).

135 x 0,82 = 110,7 A (novo IZ). É maior ou igual a 110 A? Sim! Caso não fosse, voltaria na
tabela para definir a nova seção.

3º passo: Aplicar fator de correção para agrupamento de circuitos - 2 camadas com 2


circuitos por camada (tabela 43).

Utilizar a linha 1 (duas camadas) e a coluna para 2 circuitos trifásicos agrupados por
camada. 110,7 A x 0,68 = 75,28 A (Novo IZ). É maior que 110,7 A? Não!
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4º passo: Escolher um valor de IZ = 17686208039720
A (próximo maior que 135 A do condutor de 35
mm² (coluna 6) HP02416441630075

5º passo: Aplicar novamente o fator de correção de temperatura ao novo IZ - 50 ºC, EPR


(tabela 40).

176 x 0,82 = 144,32 A (novo IZ). É maior ou igual a 110 A? Sim! Caso não fosse, voltaria
na tabela para definir a nova seção.

6º passo: Aplicar novamente o fator de correção (ao novo IZ = 144,32) para agrupamento
de circuitos - 2 camadas com 2 circuitos por camada (tabela 43).

Utilizar a linha 1 (duas camadas) e a coluna para 4 ou 5 circuitos trifásicos agrupados.


144,32 x 0,68 = 98,14 A (Novo IZ). É maior que 110,7 A? Não!

7º passo: Escolher um valor de IZ = 216 A (próximo maior que 176 A do condutor de 50


mm² (coluna 6)

74
8º passo: Aplicar novamente o fator de correção de temperatura ao novo IZ - 50 ºC, EPR
(tabela 40).

216 x 0,82 = 177,12 A (novo IZ). É maior ou igual a 110 A? Sim! Caso não fosse, voltaria
na tabela para definir a nova seção.

9º passo: Aplicar novamente o fator de correção (ao novo IZ = 177,12) para agrupamento
de circuitos - 2 camadas com 2 circuitos por camada (tabela 43)

Utilizar a linha 1 (duas camadas) e a coluna para 2 circuitos trifásicos agrupados por
camada. 177,12 x 0,68 = 120,44 A (Novo IZ). É maior que 110,7 A? Sim!

3º Critério - Queda de tensão: Comprimento 13 metros, Zc = 0,82 V/A.km (FP = 0,95).

1º passo: Fazer a conversão (13 m = 0,013 km)

2º passo: Zc x IB x L (0,82 x 110 x 0,013 = 1,17 V). Queda de tensão 1,17 V.


João Luiz
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3º passo: Encontrar a queda de tensão 86208039720
em % ((1,17/220 V) x 100 = 0,53%). É menor que
4%, máximo admitido pela norma para HP02416441630075
circuitos terminais. Mantém a seção 50 mm².

Os condutores de fase deverão ter cores diferentes entre si e da utilizada no condutor de


proteção (verde ou verde e amarelo). A NBR 5410 não obriga a utilização de cores,
contanto que sejam identificados com anilhas, por exemplo.

4º Critério - Sobrecarga: Corrente de projeto (IB) = 110 A, capacidade de condução do


condutor (IZ) = 120,44 A do condutor 50 mm².

No mercado existem disjuntores caixa moldada de In = 100 A, 125 A ou 150 A. O que melhor
atende esta situação é o 125 A, mas para isso teremos que redimensionar os condutores ou
prever uma bandeja maior, que caiba os quatro circuitos e uma única camada (custo menor).
Estes condutores nessas condições suportam no máximo 120,44 A (valor de IZ abaixo do In
do disjuntor), assim a condição I B In I Z não é atendida e ficarão desprotegidos.

Por possuir um custo menor, iremos prever uma bandeja de maior largura e manter a seção
dos condutores em 50 mm². Desta forma estes condutores passarão a suportar uma corrente
máxima resultado da multiplicação do IZ do condutor 50 mm² (177,12 A) pelo fator 0,77 (linha
4 da tabela 42 - 4 circuitos em bandeja, em linha).

75
Vamos ao cálculo...

177,12 x 0,77 = 136,38 A. Os condutores de seção 50 mm² instalados em bandeja


perfurada, em uma única camada (considerando 4 circuitos agrupados), passarão a ter
uma capacidade de condução de corrente de 136,38 A.

Encontrar um In (corrente nominal do disjuntor) que seja maior ou igual a IB (110 A) e


menor ou igual a IZ (136,38). No caso utilizaremos um de In = 125 A (mini disjuntor de
valor comercial).

5º Critério - Proteção contra curto-circuito: Calcular K²S² e i² t e igualar para ver se a


condição é atendida.

1º passo: Utilizaremos k = 143 (tabela 30) e a seção do condutor para calcular K²S².
(143)² x (50)² = 51,1 x 10⁶ K²S².

2º passo: Dividiremos a corrente de curto-circuito presumida 12 kA (a título de exemplo, pois


deverá ser calculada) por In do disjuntor. João
12000/125
Luiz = 96.
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3º passo: Ir na tabela de faixas de atuação de disjuntores caixa moldada abaixo (DWP-125L
HP02416441630075
WEG) e ver qual o tempo de atuação. Neste caso utilizaremos 0,02 s.

96

76
4º passo: Calcular i² t. (12000)² x 0,02 = 2.880.000,00 (2,88 x 10⁶ i² t).

5º passo: Comparar 2,88 x 10⁶ i² t com 51,1 x 10⁶ K²S². A energia (i² t) que o disjuntor deixa
passar é muito menor que a energia (K²S²) que o condutor suporta. O condutor estará
protegido.

Este circuito possui condutores (unipolares) de cobre com isolação em EPR que
devem ser protegidos por disjuntor tipo caixa moldada tripolar termomagnético
com In = 125 A, Icu = 30 kA (220 V).

Camada 2 C1 C1 C1 C3 C3 C3
Camada 1 C2 C2 C2 C4 C4 C4

Bandeja perfurada
(4 circuitos em duas camadas)

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Melhor 86208039720
dissipação de calor
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Camada 1 C1 C1 C1 C2 C2 C2 C3 C3 C3 C4 C4 C4

Bandeja perfurada
(4 circuitos em uma camada)

Disjuntor caixa moldada WEG DWP125L - Fabricado de acordo com a NBR IEC 60947-2

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14. TABELAS DA NBR 5410 PARA CONSULTA

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15. LEITURA COMPLEMENTAR
ABNT NBR 5410:2004: Instalações elétricas de baixa tensão
Associação Brasileira de Normas Técnicas

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16. SOBRE O AUTOR

PROFESSOR ENGENHEIRO LINCOLN COSTA

É um entusiasta da eletricidade e está constantemente produzindo conteúdo na internet


para levar conhecimento a quem busca evolução e crescimento na área elétrica,
através de publicações gratuitas e cursos online e presenciais.

É engenheiro eletricista e engenheiro de segurança do trabalho, com mais de dez anos


de experiência em projetos de instalações elétricas prediais, residenciais e industriais
de baixa tensão, padrões de entrada de energia, laudos e inspeções elétricas.

Foi professor durante alguns anos na maior instituição de ensino técnico do Brasil e em
outras instituições, é presidente da Regional Bahia ABRACOPEL (Associação Brasileira
de Conscientização para os Perigos da
JoãoEletricidade)
Luiz e é membro da comissão de
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estudos que revisa a NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão e da comissão
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que revisa a NBR 16384 - Segurança em eletricidade - Recomendações e orientações
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para trabalho seguro em serviços com eletricidade.

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