Você está na página 1de 7

• Unidade de Ensino: 2

Antropologia
• Competência da Unidade: Capacitar para a reflexão
sobre a diversidade cultural; a relação entre igualdade e
diferença; discutir o lugar das instituições na sociedade

• Resumo: Trata do conceito de cultura, da reflexão sobre


a diversidade e o que nos torna diferentes.
Cultura e instituições sociais
• Palavras-chave: Diversidade; cultura; instituições

• Título da Teleaula: Cultura e instituições sociais

Elias Barreiros • Teleaula nº: 2

1 2

Igualdade e diferenças
As diferenças entre as pessoas se dá por questões
Igualdade, biológicas, mas fundamentalmente por questões
sociais e culturais.
identidade e Alguns conceitos nos ajudam a pensar sobre essas
Fonte da imagem:
https://creazilla.com/nodes/6985-children-holding-
hands-clipart acesso em 14/03/2023

diferenças
diferenças, como o de etnocentrismo e relativismo
cultural, trataremos deles a seguir:

3 4

Etnocentrismo Relativismo cultural


“etnocentrismo é uma visão do mundo onde o O relativismo cultural ou relativização é a
nosso próprio grupo é tomado como centro de compreensão de que cada cultura tem sua lógica e
tudo, e todos os outros são pensados e sentidos deve ser olhada a partir de seu próprio sistema de
por meio dos nossos valores, modelos e definições referências. Cada uma está de acordo com o
do que é a existência. No plano intelectual, pode contexto no qual está inserida e, portanto, tem sua
ser visto como a dificuldade de pensarmos a própria coerência.
diferença; no plano afetivo, como sentimentos de
estranheza, medo, hostilidade, etc.” (ROCHA, 1988,
p. 5).

5 6
Identidade Identidade, igualdade e diferenças
O conceito de identidade, de maneira geral, pode ser descrito como Ivo Cípio Aureliano

o sentimento de pertencimento a um grupo, compartilhando regras


ou “Ivo Makuxi”.
Fonte da imagem:
• A identidade é dinâmica,
https://ponte.org/br
está em constante
e condutas próprias. asil-tem-ao-menos-
887-indigenas-
privados-de-
liberdade-222-
transformação, não devendo
estao-em-prisao-
provisoria/ acesso
em 14/03/2023
ser tomada como algo fixo,
único e imutável.

Fonte da imagem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Xoclengues acesso em 14/03/2023

7 8

Identidade e direitos
• A identidade tem uma conotação política: ao se identificar, as pessoas,
ao mesmo tempo em que se diferenciam de outros grupos, lutam por A perspectiva
reconhecimento e direitos
Fonte da imagem: funcionalista:
Malinowski e
https://www.geledes.or
g.br/dos-clubes-sociais-
a-militancia-a-historia-
do-movimento-negro-
em-sc/ acesso em

Radcliffe-Brown
14/03/2023

9 10

A perspectiva funcionalista: Malinowski e • Na perspectiva funcionalista de Malinowski, o


Radcliffe-Brown estudo científico das sociedades deve
privilegiar a análise da organização social no
Crítica à visão evolucionista, argumentando que presente ou num tempo claramente
ela se baseia em conjecturas sobre o passado delimitado.
histórico da humanidade, que dificilmente • O Funcionalismo é uma corrente da teoria
poderiam ser comprovadas. social que vê a sociedade como um conjunto de
instituições sociais que desempenham funções
específicas de modo a garantir a integração e
continuidade do todo social.

11 12
A perspectiva funcionalista: Malinowski e A perspectiva estruturalista: Lévi-Strauss
Radcliffe-Brown
• Claude Lévi-Strauss -> estudo dos mitos - buscou
Um dos problemas do Funcionalismo é não levar encontrar uma estrutura comum em todas as sociedades,
que é pensamento lógico
em conta os conflitos sociais, vendo-os como
“disfunções” de algo que não está indo bem, e não
como parte da sociedade. Nesse sentido, o
Funcionalismo não questiona as desigualdades
de poder.

https://www.travessa.com.br/tristes-tropiques-1-ed-2019/artigo/0f5a0530-1cc7-43e2-8128-f45f52cb70c5 acesso em
14/02/2023

13 14

A perspectiva estruturalista: Lévi-Strauss A perspectiva estruturalista: Lévi-Strauss


Cultura é um sistema simbólico, no qual se incluem
a linguagem, a arte, a ciência, a religião, as regras • A perspectiva estruturalista não subordina a
matrimoniais e as normas econômicas, não cultura à satisfação das necessidades básicas.
estando subordinada ao utilitarismo ou aos
aspectos materiais da vida social. • Por exemplo: Segundo Lévi-Strauss, as espécies
de plantas e animais não são conhecidas
apenas porque são boas para comer, mas
EB1
porque são sobretudo boas para pensar.

15 16

A perspectiva hermenêutica: Clifford Geertz


• Cultura -> símbolos públicos;
A perspectiva • Cultura -> um texto que precisa ser
interpretado, não havendo uma explicação
hermenêutica: única e universal, mas a possibilidade de

Clifford Geertz
diferentes interpretações;

17 18
Slide 16

EB1 Para o autor, o que distingue o ser humano do animal é que o


primeiro transforma o seu alimento por meio de um traço
cultural, ao cozinhá-lo, por exemplo, ao invés de comê-lo cru.
Nesse sentido, o ser humano faz o que faz não apenas para
satisfazer suas vontades básicas, mas para se afirmar enquanto
tal e se diferenciar de outros animais.
Elias Barreiros; 22/07/2020
A perspectiva hermenêutica: Clifford Geertz A perspectiva hermenêutica: Clifford Geertz

A cultura é vista como texto e contexto, assim, o O ser humano é um animal ligado a teias de
mais importante não é tanto o que as pessoas significados criadas por ele próprio.
fazem, mas os significados que elas atribuem ao
que fazem. Aos antropólogos, caberia buscar a interpretação
desses significados que permeiam os modos
de se expressar e as formas de comportamento.

19 20

Apresentando a SP
“Mesmo embrulhado dentro de uma bela camisa,
Cultura dentro de mim eu continuava sendo um habitante
da floresta! Por isso costumo repetir aos rapazes
de nossa casa: 'Talvez vocês estejam pensando em
virar brancos um dia? Mas isso é pura mentira!
Não fiquem achando que basta se esconder nas
roupas deles e exibir algumas de suas mercadorias
para se tornar um deles!'"(KOPENAWA, D. A queda do céu: palavras
de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 289).

21 22

Imagem 1 Imagem 2

Problematizando a SP
A partir das discussões sobre os aspectos
simbólicos e materiais da cultura, podemos refletir
sobre a fala de Davi Kopenawa, e nos
questionarmos o seguinte:
O que nos torna pertencentes a uma cultura?

Fonte da imagem1 : https://www.companhiadasletras.com.br/livro/9788535926200/a-queda-do-


ceu acesso em 14/03/2023
Fonte da imagem 2: https://www.flickr.com/photos/sesai/25326721720 acesso em 14/03/2023

23 24
Resolvendo a SP
Como vimos, a cultura é dinâmica, não é pura, ou
seja, ela tem influências de outras culturas e está
em constante transformação. Nesse sentido, não é
Instituições sociais:
errado fazer uso de símbolos de outras culturas e
fazemos isso o tempo todo, seja ao comer comida
continuidades e
japonesa, deitar-nos numa rede – que foi transformações
inventada pelos índios –, usar determinada
tecnologia, dançar tango, falar inglês etc.

25 26

Instituições sociais: continuidades e Família


transformações
Em que medida a família, a religião e o Estado Família: Abordar formas diversas da família em
configuram nossa visão de mundo? Como conciliar diferentes sociedades, em grupos sociais distintos
a liberdade individual com o pertencimento a vivendo num mesmo país, e as mudanças pelas
grupos sociais mais amplos e com regras próprias? quais passa essa instituição ao longo da história,
Quais são os desafios que isso pode trazer? leva cientistas sociais e historiadores a considerar
que o correto seria utilizar essa palavra sempre no
plural: famílias.

27 28

Instituições sociais: continuidades e Instituições sociais: continuidades e


transformações transformações
Religião: A religião é constituída por um conjunto Estado para Max Weber é um agrupamento
de regras seguidas por todos os membros daquele político, com regras próprias, delimitado por um
grupo, as quais implicam maneiras coletivas de território, e que tem o monopólio do uso legítimo
pensar, agir e ser, tidas como corretas e da força.
verdadeiras pelos participantes. Karl Marx entende que o Estado surge para
garantir a propriedade privada e os interesses da
classe dominante.

29 30
Apresentando a SP
Eu estava na estação com o turbante toda linda,
Apropriação Cultural me sentindo diva. E eu comecei a reparar que
tinha bastante mulheres negras, lindas aliás, que
tavam me olhando torto, tipo ‘olha lá a branquinha
se apropriando da nossa cultura’, enfim, veio uma
falar comigo e dizer que eu não deveria usar
turbante porque eu era branca.(...)

31 32

Apresentando a SP Problematizando a SP
Tirei o turbante e falei ‘tá vendo essa careca, isso Se você tivesse que tomar uma posição sobre a
se chama câncer, então eu uso o que eu quero! polêmica, qual seria? Quais argumentos usaria
Adeus’. Peguei e saí e ela ficou com cara de tacho’. para defender ou criticar o uso do turbante pela
Desde então, Thauane, você deu entrevistas, foi moça branca? Tente pensar em outros exemplos
xingada e foi elogiada nas redes sociais. (BRUM, de apropriação cultural. Por que você acha que
2017). eles existem? O que as pessoas buscam ao se
apropriar desses símbolos? O sentido deles muda
quando é usado por pessoas de uma cultura
diferente da qual eles se originaram? Por quê?

33 34

Resolução da Situação-Problema Recapitulando


• A cultura é dinâmica, não é pura; • Tratamos do conceito de cultura; dinâmicas e
• Apropriação cultural; hibridas;
• As culturas são atravessadas por relações de • Discutimos os conceitos de etnocentrismo e
poder e desigualdade; relativismo cultural;
• Elemento político: o uso desse símbolo cultural. • Abordamos as instituições sociais; a relação
entre indivíduo e sociedade.

35 36

Você também pode gostar