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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

JULIANA CABRAL DA SILVA

A organização da informação em arquivos de cientistas:

representação do arquivo pessoal de Lauro Travassos Filho

São Paulo

2022
JULIANA CABRAL DA SILVA

A organização da informação em arquivos de cientistas:

representação do arquivo pessoal de Lauro Travassos FIlho

Versão Corrigida

Dissertação apresentada ao Programa de


Pós-Graduação em Ciência da Informação da
Universidade de São Paulo para
obtenção do título de Mestre em
Ciências.

Área de concentração: Ciência da Informação


Linha de pesquisa: Organização da Informação e do
Conhecimento
Orientadora: Dra. Cibele A. C. Marques dos
Santos

São Paulo
2022
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo
e pesquisa, desde que citada a fonte.

Catalogação na Publicação
Serviço de Biblioteca e Documentação
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
Dados inseridos pelo(a) autor(a)

________________________________________________________________________________

Silva, Juliana
A organização da informação em arquivos de cientistas:
: representação do arquivo pessoal de Lauro Travassos
Filho / Juliana Silva; orientadora, Cibele A. C. Marques
dos Santos. - São Paulo, 2022.
182 p.

Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em


Ciência da Informação / Escola de Comunicações e Artes /
Universidade de São Paulo.
Bibliografia
Versão corrigida

1. Arquivos pessoais de cientista. 2. Recuperação da


informação. 3. Descrição arquivística. 4. Classificação.
I. A. C. Marques dos Santos, Cibele . II. Título.

CDD 21.ed. - 020


________________________________________________________________________________

Elaborado por Alessandra Vieira Canholi Maldonado - CRB-8/6194


3

Nome: Silva, Juliana Cabral da


Título: A organização da informação em arquivos de cientistas: representação do
arquivo pessoal de Lauro Travassos Filho
Dissertação apresentada Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências.

Aprovado em: 19/08/2022

Banca Examinadora

Profa. Dr. Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos


Instituição: ECA - USP
Julgamento: Aprovado

Profa. Dra. Natália Bolfarini Tognoli


Instituição: UFF - Externo
Julgamento: Aprovado

Profa. Dra. Marcia Cristina de Carvalho Pazin Vitoriano


Instituição: UNESP - Externo
Julgamento: Aprovado
4

Aos meus filhos, Carolina e Pedro, razões da minha motivação.


E Diego que está sempre ao meu lado, compartilhando os mesmos sonhos.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço à professora Dra. Cibele A. C. Marques dos Santos pela orientação


afetuosa. Às professoras Dra. Marcia Cristina de Carvalho Pazin Vitoriano e Dra.
Cristina Dotta Ortega pelas ricas contribuições trazidas durante o exame de
qualificação. Aos professores Dr. Marivalde Moacir Francelin, Dr. Marcos Luiz
Mucheroni, Dr. Fernando Modesto, Dr. Francisco Carlos Paletta e às professoras
Dra. Vânia Mara Alves Lima e Dra. Giovana Deliberali Maimone, pelas aulas que tive
a oportunidade de participar durante o curso de pós-graduação, sem dúvida todas
foram muito importantes para o meu trabalho.

Agradeço a equipe do Centro de Memória do Museu de Zoologia,


principalmente à Carmina Lupo e Dione Seripierri pelas informações e
disponibilização dos documentos solicitados.

Agradeço à Dra. Flávia Virginio e a todos os colegas curadores da coleção


entomológica do Instituto Butantan, pelas dicas e pelas informações compartilhadas
do universo dos insetos. Ainda no campo entomológico, agradeço ao Roberto
Henrique Pinto de Moraes pela solicitude durante e após a entrevista.

Agradeço a todos os meus colegas e amigos do Instituto Butantan, (Ellen


Nicolau, Deborah Lavorato Leme, Letícia Rocha, Erivelton Gomes, Eny Stanger e
Nelson Roberto Rudiger) pela parceria, pelas trocas e distrações, durante a minha
rotina exaustiva. Em especial agradeço a Dra. Suzana Cesar Gouveia Fernandes e
Audrea Santos Santana pelo incentivo, confiança e apoio principalmente durante a
reta final.

Por fim, agradeço a minha família que deu suporte aos meus filhos e a minha
casa enquanto estive focada no desenvolvimento da pesquisa e das disciplinas.
Nestes 30 meses, passamos juntos por uma pandemia, perdas na família,
isolamento, duas crianças presas em casa, trabalho remoto/trabalho presencial,
problemas de saúde, diagnóstico do meu filho Pedro de TEA, terapias e
intervenções, foi uma luta, mas vencemos juntos. Sou muito grata a vocês: Dr.
Diego Trindade de Souza (meu marido, pai dos meus filhos, cientista e meu
consultor acadêmico), Antonia Maria da Silva (minha mãe) e Geovane Cabral da
Silva (meu irmão). Não posso deixar de mencionar e agradecer ao meu pai, que
6

embora já falecido, junto a minha mãe, ambas pessoas que foram relegadas do
direito ao estudo, mas que sempre me encorajaram a seguir em frente, não
poupando esforços, você também faz parte disso.
7
8

RESUMO

Silva, Juliana Cabral da. A organização da informação em arquivos de cientista:


representação do arquivo pessoal de Lauro Travassos Filho. 2022. Dissertação
(Mestrado em Ciência da Informação) – Escola de Comunicações e Artes,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022.

No acervo do Centro de Memória do Instituto Butantan está depositado o arquivo


pessoal de Lauro Pereira Travassos Filho (1918-1989), médico e biólogo. O objetivo
principal deste trabalho é realizar um estudo sobre arquivos pessoais de cientistas e
a organização da informação arquivística, valorizando os arquivos pessoais de
cientistas como patrimônio científico ao operacionalizar mecanismos de recuperação
da informação, para isso temos como objeto de pesquisa o arquivo pessoal de Lauro
Travassos Filho. Como metodologia, a representação do Fundo Pessoal de Lauro
Travassos Filho implicou processos técnicos arquivísticos da tipologia documental e
descrição arquivística, consulta bibliográfica, pesquisa documental, história oral e
análise exploratória de normas de descrição. Realizamos uma revisão da literatura
sobre arquivos pessoais e arquivos pessoais de cientistas para inserir o objeto do
trabalho no campo de discussões da área. Abordamos a contextualização da
produção documental da entomologia e parasitologia, vislumbrando as
problemáticas das áreas, a institucionalização destes campos de conhecimento no
Instituto Butantan, a trajetória profissional de Lauro Travassos Filho e os
documentos que são produzidos por essas áreas do conhecimento científico.
Discutimos os procedimentos de organização e representação em arquivos, a
classificação e descrição arquivística, as normas de descrição e aplicação delas no
universo dos arquivos pessoais de cientistas. Concluímos que a descrição
documental e o plano de classificação desempenham a recuperação da informação
através da qualificação da linguagem, em processos de sínteses, generalizações,
agrupamentos e eliminações de termos. No Fundo Pessoal de Lauro Travassos
Filho entendemos que o sistema organizador das informações se baseia
obrigatoriamente nas funções e atividades desenvolvidas pelo seu produtor, o que
confere significância aos conjuntos documentais, colocados de forma orgânica e
única. Ao abordarmos os padrões de descrição arquivística vimos que eles são
importantes instrumentos norteadores, mas que podem ser complementados nos
casos dos arquivos de cientista com campos que qualificam as informações
presentes no arquivo.

Palavras-chave: Arquivos pessoais de cientista; Recuperação da informação;


Descrição arquivística; Classificação
9

ABSTRACT

Silva, Juliana Cabral da. The organization of information in scientist archives:


representation of the personal archive of Lauro Travassos Filho. 2022.
Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Escola de Comunicações e
Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022.

The personal archive of Lauro Pereira Travassos Filho (1918-1989) is in the


collection of the Memory Center of the Butantan Institute. The main objective of this
work is to conduct a study on personal files of scientists and the organization of
archival information. As a methodology, the representation of the Personal Fond of
Lauro Travassos Filho involved technical archival processes of document typology
and archival description, bibliographic consultation, document research, oral history,
and exploratory analysis of description standards. We first perform a literature review
of personal archives and personal archives of scientists to insert the object of the
work into the field of discussions in the area. We address the contextualization of the
documental production of entomology and parasitology, looking at the challenges in
these areas, the institutionalization of these fields of knowledge at the Butantan
Institute, and the professional development of Lauro Travassos Filho, and the
documents that these fields of scientific knowledge production. We discussed archive
organization and representation processes, archival classification and description,
description standards, and their application in the universe of scientists' archives.
We conclude that the document description and classification plan perform
information retrieval through language qualification, in processes of synthesis,
generalization, grouping, and elimination of terms. In the personal fond of Pessoal de
Lauro Travassos Filho, we understand that the information organizing system is
necessarily based on the functions and activities developed by its producer, which
gives significance to the sets of documents, placed organically and uniquely. When
addressing archival description standards we saw that while they are crucial guiding
principles, they can be enhanced in the case of scientist archives by fields that
qualify the information included therein.

Key-words: Personal archive; Scientist archive; Information retrieval; Archival description;


Classification
10

LISTA DE FOTOGRAFIAS

Figura 1 - Fotografia do Grupo Escolar Rural do Butantan 55


Figura 2 - Seção de Parasitologia. Biotéria de animais silvestres 57
Figura 3 - Fotografia de Flávio da Fonseca com grupo de pessoas 58
Figura 4 - Fotografia de caramujos 60
Figura 5 - Retrato de José Manuel Ruiz 61
Figura 6 - Retrato 3/4 de Lauro Pereira Travassos Filho 63
Figura 7 - Retrato de Lauro Pereira Travassos 63
Figura 8 - Prontuário de Lauro Travassos Filho no Departamento de Zoologia 64
Figura 9- Lauro Travassos Filho e grupo de pesquisadores 65
Figura 10 - Lauro Travassos Filho no Departamento de Zoologia 66
Figura 11 - Estação Biológica de Boracéia 66
Figura 12 - Laboratório de Travassos no Departamento de Zoologia 67
Figura 13 - Rosa Maria de Oliveira Veiga na Seção de Parasitologia 71
Figura 14- III Congresso Brasileiro de Bioteristas e Entidades Afins 71
Figura 15 - Fotografia de Lauro Pereira Travassos Filho 72
Figura 16 - Brassolis Astyra Dodart 75
Figura 17 - Euchromiidae 76
Figura 18 - Euchromiidae de Salobra 77
Figura 19 - Fotografias sem identificação 78
Figura 20 - Termo-higrômetro 78
Figura 21 - Fichário de anotações de experimento 79
Figura 22 - Cadernos de consulta 80
Figura 23 - Inventário da coleção entomológica 81
Figura 24 - Fichário de estudos 81
Figura 25 - Versões de artigo científico 82
11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Trajetória Profissional de Lauro Travassos Filho 73


Quadro 2 - Atuação de Lauro Travassos Filho em Sociedades Científicas 74
Quadro 3 - Elementos descritivos do ISAAR (CPF) 98
Quadro 4 - Elementos descritivos da ISAD(G) e NOBRADE 101
Quadro 5 - Glossário de documentos 112
Quadro 6 - Ficha de descrição arquivística 118
12

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AACR2 Anglo-American Cataloging Rules

CIA Conselho Internacional de Arquivos

CM Centro de Memória

Conarq Conselho Nacional de Arquivos

CONDEPHAAT Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,


Arqueológico, Artístico e Turístico

CPDOC Centro de Pesquisa e Documentação de História


Contemporânea do Brasil MAST Museu de Astronomia e Ciências Afins

CTNDA Câmara Técnica de Normalização da Descrição


Arquivística

ESALQ/USP Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da


Universidade de São Paulo

IB Instituto Butantan

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IEB Instituto de Estudos Brasileiros

ISAAR (CPF) Norma Internacional de Registo de Autoridade


Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias

ISAD(G) Norma geral internacional de descrição arquivística

MARC Machine Readable Cataloging

NOBRADE Norma Brasileira de Descrição Arquivística

PIM Personal Information Management

RG Registro de identificação

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 17

2 REVISÃO DA LITERATURA SOBRE OS ARQUIVOS PESSOAIS 24


2.1 Sobre a acumulação de documentos por indivíduos 25
2.2 Arquivos pessoais no universo da arquivística 30
2.3 Os arquivos pessoais de cientistas 38

3 A ENTOMOLOGIA E OS SEUS ARQUIVOS: CONHECENDO OS PAPÉIS DE UM


CIENTISTA 49
3.1 A parasitologia e a entomologia como campos de conhecimento científico 50
3.2 A Seção de Parasitologia do Instituto Butantan (1930-1968) 54
3.3 Atuação profissional de Lauro Pereira Travassos Filho 63
3.4 Os arquivos da parasitologia e entomologia 75

4 ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO EM ARQUIVOS DE CIENTISTAS 85


4.1 Classificação em arquivos: definições e trajetórias 87
4.2 Descrição: a produção de conhecimento sobre o arquivo 90
4.3 A padronização da descrição arquivística: as normas internacionais e a brasileira 94
4.4 Organização e representação em arquivos de cientistas 102

5 REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA DO FUNDO PESSOAL DE LAURO TRAVASSOS


FILHO 108
5.1 Plano de Classificação 109
5. 2 Controle de vocabulário: tipologia documental 112
5.3 Ficha de descrição arquivística 120
5.4 Inventário do Fundo Lauro Travassos Filho 122
127

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 164

REFERÊNCIAS 166

ANEXOS 176
14

1 INTRODUÇÃO

O Instituto Butantan é uma instituição centenária vinculada à Secretaria de


Saúde do Estado de São Paulo, hoje com reconhecimento nacional por ser o
precursor no Brasil da produção e distribuição de imunizadores em combate ao
COVID-19. Foi fundado no início do século XX para atender uma demanda da
época, um surto de peste bubônica que atingia São Paulo e prejudicava a economia
cafeeira por trazer empecilhos para a imigração. Vital Brazil foi incumbido da missão
de desenvolver um soro antibubônico. Vital Brazil se destacou na descoberta de
soro específico para cada gênero de serpente, atuando na produção de soro
antiofídico. Desde este episódio, que marca as origens do Instituto Butantan, até os
tempos atuais, o Instituto Butantan tem se dedicado a três pilares fundamentais:
produção de imunizadores e medicamentos, pesquisas básicas e aplicadas
relacionadas à saúde e a divulgação e educação científica (TEIXEIRA, et. al, 2014;
IBAÑEZ, et. al, 2005 ).

O Centro de Desenvolvimento Cultural é o responsável pelo terceiro pilar, a


divulgação e a educação científica, com a ação conjunta de cinco museus, Museu
Histórico, Museu Emílio Ribas, Museu Biológico, Museu de Microbiologia e Museu
da Vacina (em construção) e o Centro de Memória.

O Centro de Memória do Instituto Butantan (CM) é o setor responsável pela


gestão do patrimônio histórico do Instituto Butantan e por desenvolver pesquisas em
história das ciências e história institucional. Foi criado em 2019 (Decreto No. 64.518
de 10 de outubro de 2019) em um movimento que integrou dois setores do Instituto
Butantan - o Núcleo de Documentação e o Laboratório Especial de História das
Ciências.

A gênese da reunião do acervo e das primeiras iniciativas na construção da


memória do Instituto Butantan é da década de 1970, em movimento para a criação
do Museu Histórico pela comissão que levantou objetos e documentos históricos do
Instituto. Essa movimentação foi motivada pela comemoração do aniversário de 80
anos do Instituto Butantan, liderada por Jandira de Oliveira sob a gestão de Bruno
Sorensen. Além da criação do Museu Histórico e do recolhimento dos documentos
históricos houve o tombamento do conjunto do patrimônio edificado do Instituto
15

Butantan pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e


Turístico (CONDEPHAAT).

A documentação recolhida na ocasião passa a fazer parte da reserva técnica


do Museu Histórico, mas sem um tratamento de organização e preservação
sistematizado, em razão da falta de equipe especializada. Em 2004 é criado no
Instituto Butantan o Laboratório Especial de História da Ciência com o objetivo de
realizar pesquisa e difusão sobre a história do Instituto Butantan:

o desenvolvimento de pesquisas na área de História da Ciência relacionada


ao Instituto Butantan, visando abranger os temas relativos ao
desenvolvimento científico e tecnológico, à inserção social e à saúde pública
brasileira; estabelecer cooperações formais com instituições universitárias e
afins, visando a ampliação do campo de pesquisa no Instituto Butantan;
auxiliar através do desenvolvimento de projetos de pesquisa na área a
organização e a ampliação do acervo documental do IB; organizar e
participar de atividades relacionadas à educação continuada e à
capacitação multiprofissional na área de História da Ciência e organizar,
através de publicações específicas da área, a difusão de pesquisas
realizadas de interesse para o desenvolvimento do Instituto Butantan
(IBAÑEZ, 2005, p. 7).

Em 2010 é criado o Núcleo de Documentação (Decreto No. 33.315 de 5 de


janeiro de 2010) que estaria incumbido de gerir a documentação arquivística do
Instituto Butantan e pretendia:

1. Reativação das ações coordenadas entre o SAESP e o Instituto Butantan


– participando com mais sistemática da CADA, aplicando a Tabela de
Temporalidade dos documentos das Atividades Meio, participação na
elaboração da Tabela de Temporalidade das Atividades Fim e identificando
a documentação permanente; 2. Reavaliação dos tipos documentais que
fazem parte do Arquivo; 3. Ampliação do acesso à documentação por meio
de programas continuados de conservação preventiva e atendimento aos
pesquisadores (FERNANDES; et. al, 2020, p. 37).

O Núcleo de Documentação estabeleceu uma primeira organização do acervo


em fundos institucionais, coleções e fundos pessoais. Além de avançar no
processamento técnico do acervo, também foi responsável por coordenar a gestão
documental no IB e fazer ações de difusão promovendo oficinas, palestras e cursos.
O acervo do Núcleo de Documentação era composto por documentos textuais,
iconográficos, fotográficos, cartográficos, sonoros e audiovisuais, documentos
produzidos pelas diversas atividades do Instituto Butantan ao longo de décadas
(FERNANDES; et. al, 2012).
16

Com a criação do Centro de Memória, em 2019, além de juntar as equipes do


Núcleo de Documentação e do Laboratório Especial de História da Ciência,
pretendeu-se abarcar três atividades fundamentais: a gestão do acervo, que opera
com as atividades de gestão documental, aquisição, organização e catalogação de
acervos, conservação preventiva, e serviço de acesso aos documentos; pesquisa
em história das ciências e ações de difusão. O acervo foi ampliado com a inclusão
do acervo museológico, que antes estava sob a guarda do Museu Histórico.

Os centros de memória são setores criados dentro de empresas públicas e


privadas para realizarem ações em torno da memória da empresa, se apresentando
em diferentes modelos dentro das organizações. Camargo e Goulart (2015), em
busca de uma definição, entendem que esse setor assume, nas empresas,
diferentes funções, e a responsabilidade por colecionarem acervos da instituição é
um fator predominante na existência desses espaços, articulado a isso, a função de
difundir a memória institucional. Geralmente armazenam acervos híbridos, como os
convencionalmente encontrados em arquivos, bibliotecas e museus, assumindo
também papel de produzir conhecimento, ao pesquisarem a história institucional.
Pazin (2019) diz que o conceito de memória organizacional e a atuação de centros
de memória exercem papel na Gestão do Conhecimento, operado como fontes de
informação para tomadas de decisões em benefício da instituição.

Os acervos do Centro de Memória do Instituto Butantan são compostos por


documentos relacionados à história do Instituto Butantan, distribuídos em fundos
institucionais - Fundo Instituto Butantan e Fundo Grupo Escolar Rural - e fundos
pessoais de cientistas e funcionários do Instituto Butantan (FERNANDES, et. al
2012; FERNANDES, et. al 2020).

Dentro do acervo está incluído o arquivo pessoal de Lauro Travassos Filho,


esse conjunto documental estava mesclado no Fundo Instituto Butantan (IB). No
processo de identificação documental foi percebido que os documentos não faziam
parte da competência do IB, por trazerem documentos pessoais desse indivíduo e
documentos de outras instituições em que ele teve vinculação. Em 2018 houve a
separação destes documentos, seguindo o princípio da proveniência, e se iniciou o
processo de identificação documental, empreendido por esta pesquisadora durante
o programa de especialização em História, Museologia e Divulgação da Ciência do
17

Centro de Formação de Recursos Humanos para o Sistema Único de Saúde de


Saúde (CEFOR/SUS/SP) (SILVA, 2019).

Os documentos são relativos à atuação desse sujeito como cientista, gestor


em instituições de pesquisa e também referentes a sua vida íntima e familiar.
Travassos ao longo de sua trajetória profissional se dedicou à entomologia,
especialidade das ciências biológicas que abarca o estudo dos insetos e sua relação
com o ser humano e o meio ambiente.

Os documentos referentes ao Fundo Lauro Travassos Filho são relativos às


atividades profissionais e pessoais, compreendem atividades administrativas,
científicas, culturais e familiares, durante a sua trajetória profissional no
Departamento de Zoologia da Secretaria de Agricultura de São Paulo, no Instituto
Butantan e como membro das diversas sociedades científicas e revistas científicas
em que ele fez parte.

A produção científica está contemplada por meio dos artigos científicos e dos
documentos preparatórios para essas produções: cartas, versões, anotações,
listagem bibliográfica, gráficos, recibos de compra de material, recortes de artigos
científicos e recortes de jornal. Documentos da esfera administrativa, de acordo com
os cargos de gestão que ele ocupou: ofícios, declarações, regimentos, comunicado,
decreto, circular, requerimento, ata, atestado, faturas, recibo, caderno de nota de
caixa e contratos. Além disso, documentos estritamente vinculados à esfera pessoal
como cartão de natal, cartão de aniversário, cartão postal e cartas pessoais.

Os documentos iconográficos são formados por fotografias com a


funcionalidade científica, ilustrando artigos ou usados no registro de processos de
pesquisa. Inclui fotografias de materiais zoológicos da ordem Lepidoptera e
Mantodea, equipamentos científicos e registros de expedições científicas.

Para o tratamento arquivístico em arquivos pessoais os documentos devem


ser organizados em conjuntos significativos de acordo com o contexto de produção,
acrescentando a esse princípio fundamental, a descrição arquivística também tem
como finalidade a recuperação da informação e localização de documentos, visto
que na contemporaneidade tem se um novo perfil de usuários, que necessita
acessar a informação de forma rápida e consistente. Aliado a isso, as mudanças
18

ocorridas na arquivologia pelo incremento de tecnologias, possibilitam criar


instrumentos de pesquisa eficientes para a recuperação da informação (DAVANZO;
VITORIANO; MOREIRA, 2021).

A presente pesquisa se justifica pois os arquivos pessoais de cientistas são


fontes inestimáveis para as pesquisas em História da Ciência, são patrimônio
científico e fragmentos de práticas sociais e políticas, por isso a relevância de
conceber e verificar as aplicabilidades de instrumentos organizadores e
recuperadores de informação, para facilitar uso e acesso aos usuários de arquivo,
pelas particularidades destes arquivos. Como as pesquisas em organizações de
arquivos científicos e mais em arquivos pessoais de cientistas são ocasionais, e
muito circunscritos nas experiências e produções da Casa de Oswaldo Cruz e do
Museu de Astronomia e Ciências Afins1 se faz necessário fortalecer esse campo de
estudo com a contribuição de outros casos. Cada fundo pessoal de cientista tem
peculiaridades, motivada primeiramente pela área de conhecimento em si, e depois
pela individualidade dos sujeitos que produzem esses arquivos.

O objetivo principal deste trabalho é realizar um estudo sobre arquivos


pessoais de cientistas e a organização da informação arquivística, valorizando os
arquivos pessoais de cientistas como patrimônio científico ao operacionalizar
mecanismos de recuperação da informação, para isso temos como objeto de
pesquisa o arquivo pessoal de Lauro Travassos Filho.

Temos os seguintes objetivos específicos:

● Revisitar a literatura sobre os arquivos pessoais e de cientistas,


buscando a trajetória histórica e os atributos dos arquivos de cientistas;
● Analisar como a informação se manifesta nos arquivos produzidos pela
parasitologia e entomologia, partindo da contextualização da produção
documental e de seu registros materiais;
● Analisar a organização e representação arquivística voltadas para os
arquivos pessoais de cientistas, considerando as normas de descrição
existentes e a literatura especializada.
● Produzir uma representação do arquivo pessoal de Lauro Travassos

1
Aqui me refiro especificamente aos estudos de Paulo Elian dos Santos e Maria Celina Soares Mello
e Silva, que são referências para a área.
19

Filho, pautada nos princípios da proveniência, respeito aos fundos e na


problemática da recuperação da informação, para isso temos como
cerne o controle linguístico.

A representação do Fundo Pessoal de Lauro Travassos Filho implicou


processos técnicos arquivísticos da tipologia documental e descrição arquivística,
consulta bibliográfica, pesquisa documental e história oral. Para a construção de um
controle de vocabulário, tanto para tipologia documental como para a representação
do conteúdo, a orientação da terminologia da área de especialidade a que deriva o
fundo, biologia e ciências médicas, foram aplicadas.

Além disso, em primeiro momento a representação do fundo seguiu as


diretrizes da Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE) e da General
International Standard Archival Description (ISAD(G). Consultamos glossários
especializados e outras experiências publicadas em análise e organização de
arquivos pessoais ou arquivos científicos (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 1997;
CAMARGO, 2007; FUNDAÇÃO INSTITUTO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO,
2015; SILVA, 2015), como orientadores.

A biografia pessoal e profissional de Lauro Travassos Filho foi primordial para


fundamentarmos a gênese documental, a função dos documentos enquanto reflexo
de ações de um cientista. Considerando que os documentos foram produzidos e
acumulados por Lauro Travassos Filho, nas atividades de cientista e gestor
vinculado a instituições, e nas atividades pessoais, para compreendermos o
conjunto documental e as funções que cada documento representa. Essa biografia
foi construída com base nas informações provenientes dos próprios documentos e
da história oral, como metodologia para a entrevista de Roberto Henrique Pinto de
Moraes, colega de Travassos no IB, a fim de preencher lacunas em que a
documentação não foi suficiente, como também foi fonte para a própria
compreensão dos processos científicos em que Travassos atuava.

Para além da compreensão da entomologia, por exemplo, é fundamental o


conhecimento do modo de como os cientistas atuam, quais as práticas, experiências
e por consequência seus registros (LATOUR, 2000; SANTOS, 2008). Foi analisada a
efetividade das normas de descrição para os arquivos pessoais, baseando-se na
organização deste fundo especificamente, e das particularidades dos documentos
20

encontrados.

A dissertação está estruturada em 6 capítulos, o primeiro e o último se


referem a introdução e a conclusão. No capítulo 2, apresentamos a literatura sobre
os arquivos pessoais e os arquivos pessoais de cientistas para inserir o objeto do
trabalho no campo de discussões da área. No capítulo 3, abordamos a
contextualização da produção documental da entomologia e parasitologia,
vislumbrando as problemáticas das áreas, a institucionalização destes campos de
conhecimento no Instituto Butantan, a trajetória profissional de Lauro Travassos
Filho e os documentos que são produzidos por essas áreas do conhecimento
científico. No capítulo 4 discutimos os procedimentos de organização e
representação em arquivos, a classificação e descrição arquivística, as normas de
descrição e aplicação delas no universo dos arquivos pessoais de cientistas. O
capítulo 5 conta com o plano de classificação, o glossário de documentos e a
descrição por séries.
21

2 REVISÃO DA LITERATURA SOBRE OS ARQUIVOS PESSOAIS

As pessoas em suas atividades cotidianas e de trabalho produzem uma


grande quantidade de informações registradas em muitos suportes, para
gerenciarem sua vida pessoal, acadêmica e profissional ou por questões afetivas.
Esses registros correspondem a uma heterogeneidade de tipos, espécies, gêneros e
formatos documentais, muitas vezes não entendidos pelo seus criadores como
documentos, mas que são gerados por um motivo funcional. Os registros em papel
sempre foram predominantes ao longo da história, hoje na contemporaneidade
temos outro cenário com a transição do analógico para o digital, os registros estão
sendo criados cada vez mais em uma ambiência eletrônica.

Os documentos gerados e acumulados por um indivíduo no curso de sua vida


recebem o nome de arquivo pessoal. Uma das características encontradas nos
arquivos pessoais é o vínculo com a atividade profissional daquele indivíduo o
distinguindo e o especializando como de interesse para uma área de saber. É o caso
dos arquivos pessoais de cientistas que trazem indícios legítimos para a história da
ciência e para construção da memória científica.

A pesquisa em história da ciência, além de se debruçar sobre os arquivos


institucionais das instituições de pesquisa, também se volta para a produção
documental dos sujeitos atuantes no desenvolvimento da ciência, os cientistas. A
preservação desses acervos também é justificada pelo seu caráter memorialístico,
contribuindo para um processo de valorização do saber científico ao vislumbrar
como a ciência foi feita.

Temos como objeto de análise documentos que foram acumulados pelo


entomólogo Lauro Travassos Filho e se encontram custodiados no Centro de
Memória do Instituto Butantan. Antes de entrarmos neste objeto cumpre abordar a
literatura sobre os arquivos pessoais e especificamente os arquivos pessoais de
cientistas para inserirmos este trabalho no corpus científico a que ele faz parte e
para nos apoiarmos na bibliografia para as discussões que o fundo Lauro Travassos
Filho atinge.
22

2.1 Sobre a acumulação de documentos por indivíduos

Richard Cox (2017) considera o ato de arquivar como umas das atividades
humanas fundamentais ao lado da fala, da escrita e da leitura. O ato de criação e
manutenção de arquivo é uma ação muito antiga, evidenciadas pelas formas mais
remotas de documentos, o controle da propriedade e das finanças, que vigora nos
arquivos pessoais atuais.

No mesmo livro Cox vai além ao falar de colecionismo e argumenta que é


uma ação inata aos seres humanos, do mesmo modo que uma necessidade básica
como comer, beber e dormir. O arquivo pessoal está vinculado como uma medida de
resistir ao esquecimento, um desejo de possuir um sentido de nós mesmos e
transmitir esse significado para os outros - sobreviver deixando algo para trás. Os
indivíduos guardam documentos de acordo com algo que seja especial para eles
sob o risco de se perderem, tem o objetivo de marcar no mundo sua memória
através de documentos e artefatos. Prevalece o apego em acessar o passado e
também contribuírem com ele, pela geração de documentos.

Ao abordar o colecionismo nos gabinetes de curiosidade, Cox compara-os


aos arquivos pessoais, que por vezes guardam “lixos”, em que marcas singulares de
atividade são mantidas, sem uma função racional para isso. Por outro lado, os
arquivos pessoais também guardam documentos de exigência legal. Sobre o
colecionismo, o autor aponta que é um fenômeno pessoal e anterior ao colecionismo
institucional, sendo maior em termos de quantidade (COX, 2017).

Os arquivos pessoais enquanto produtos de atividades humanas representam


ações dos indivíduos em várias esferas da vida, relacionamentos, política,
economia, trabalho e educação. As pessoas guardam documentos por diferentes
justificativas, Mâcedo e Oliveira (2017) consideram como principal motivo o
testemunho dos documentos sobre a existência dos indivíduos.

Philippe Artières (1998) acrescenta que os arquivos pessoais são constituídos


e preservados pelos indivíduos como testemunho de sua trajetória e inserção social.
Os documentos fazem parte da vida das pessoas desde o princípio, quando se
produzem os primeiros documentos civis, a certidão de nascimento, a carteira de
vacina, o registro de identificação e as primeiras fotos do bebê. Na infância os
23

desenhos, cadernos, trabalhos e provas são criados e por vezes guardados como
forma de lembrança. Na adolescência é comum surgirem os diários que guardam
registros da vida íntima, como o primeiro beijo, paixões e conflitos e funcionam como
ponto de resgate das memórias. Na vida adulta, muitos documentos necessários à
vida civil, certidões, boletos, declarações, comprovantes, currículos, documentos do
âmbito profissional e escolar, mas também documentos afetivos, fotografias, cartas,
diários. G. Perec corrobora com essa ideia ao dizer que:

existem poucos acontecimentos que não deixam ao menos um vestígio


escrito. [Se] Quase tudo, em algum momento, passa por um pedaço de
papel, uma folha de bloco, uma página de agenda, ou não importa que outro
suporte ocasional sobre o qual vem se inscrever, numa velocidade variável
e segundo técnicas diferentes, de acordo com o lugar a hora, o humor, um
dos diversos elementos que compõem a vida de todo dia. (PEREC, 1974,
apud ARTIÈRES, 1998, p. 9 e 10).

A produção documental ao longo de uma vida é enorme, por isso as pessoas


fazem escolhas, selecionam o que será guardado ou descartado. Esse processo de
seleção sofre mudanças de critérios ao longo da vida e cumpre questões
burocráticas da vida civil ou estão relacionadas a aspectos profissionais e escolares,
mas a conservação de documentos pessoais dizem respeito também a fatores
subjetivos, a vontade pessoal em deixar para o mundo uma representação de si.
Artières (1998) provoca ao questionar “por que arquivamos nossas vidas?” e em
uma investida esclarece que:

não arquivamos nossas vidas, não pomos nossas vidas em con­serva de qualquer
maneira; não guardamos todas as maçãs da nossa cesta pessoal; fazemos um
acordo com a realidade, manipulamos a existência: omitimos, rasuramos, riscamos,
sublinhamos, damos destaque a certas pas­sagens (ARTIÈRES, 1998, p. 11).

O arquivo pessoal representa a trajetória do titular, por isso tem como data
limite o seu falecimento. Outras razões para a formação de um acervo pessoal são o
desejo em deixar um legado para a posteridade, inscrever a pessoa no mundo,
narrar histórias pessoais e da sua comunidade, motivações sentimentais, como
evidência da sua atuação profissional, fins acadêmicos (BRITTO; CORRADI, 2020).

Bass (2013) ao se debruçar sobre a gestão de informações pessoais


sobretudo em ambientes digitais, que ele nomeia como PIM (Personal Information
Management) estabelece os valores que as pessoas atribuem aos seus documentos
e também os valores atribuídos por arquivista aos arquivos pessoais, conforme
citação abaixo:
24

PIM Identifications of Value


Identity Value: Items involved in the continued construction and expres-sion
of the self.
Personal Memory Value: Items facilitating re-encounters with the
personal past.
Personal and Familial Historical Value: Items recording individual and shared
narrative.
Emotional and Sentimental Value: Items witnessing creativity and
achievement, and eliciting emotion.
Functional Value: Items serving as reference or administrative utility in
day-to-day life.
Posterity and Legacy Value: Items perpetuating a conception of a life or
career for external consideration.
Archival Identifications of Value
Evidential Value: Records documenting functions, activities, and
trans-actions of persons.
Informational Value: Records providing information on significant persons
and of potential use for historical and sociological research.
Narrative Value: Records involved in the process of storytelling and
autobiography.
Societal and Cultural Value: Records documenting the contemporary
character, personality, intimacy, beliefs, and spirituality of individuals
within society. (BASS, 2013, p. 67)

A partir desse valores as pessoas gerenciam os seus documentos, definindo


seu destino: seleção ou descarte. Claro que as fronteiras entre os valores dos
documentos pessoais não são rígidas, como os arquivos institucionais, podendo um
mesmo documento coexistir em mais de um valor que justifique a guarda pelo seu
titular. A seleção de documentos se torna indispensável pela enorme quantidade de
documentos produzidos pelo indivíduo cotidianamente. Em um dos quesitos
destacados por Bass (2013) está o Narrative Value em que o indivíduo constrói uma
“escrita de si”2 através dos documentos selecionados:

A escrita de si em Arquivos não se procede mediante textos nos quais um


autor reserva um tempo para escrever sobre a sua história, mas na
preservação de documentos já existentes que o titular julgou importante
manter e que irão compor um conjunto que forma o seu discurso narrativo
(BRITO; CORRADI, 2020, p. 106).

Em Artières (1998) vimos que se torna consistente a dimensão autobiográfica


dos arquivos pessoais, a escolha por alguns acontecimentos em detrimento de
outros, a construção de uma narrativa de si mesmo pela seleção de documentos. Ao
abordar o arquivo pessoal de Émile Nouguier, um jovem detento acusado de
assassinato, que por recomendações médicas inicia uma saga para escrever sua
2
O termo “escrita de si” é usado por Foucault no livro Ética, Sexualidade e Política (2004) para
apresentar a constituição da subjetivação do indivíduo.
25

própria história, Artières revela que o ato de arquivamento pessoal não é atribuído
apenas aos cidadões notáveis (como escritores e políticos), todo indíviduo pode
produzir coleções documentais que busquem retratar a sua vida. O arquivamento
pessoal não é uma prática neutra, mas está relacionada com a imagem que o
indivíduo quer deixar para a posteridade.

O sujeito pode assumir várias imagens em momentos diferentes, a imagem


de “eu” pode ser provisória e pouco coerente, haja visto a presença de documentos
estranhos à atuação do titular, como documentos religiosos no acervo de um
cientista, os documentos refletem as várias personalidades e os interesses de um
sujeito (BRITO; CORRADI, 2020).

Luciana Heymann (2009) argumenta que a acumulação de documentos de


um indivíduo passa por critérios subjetivos de seleção e guarda de registros. Até os
documentos que são relativos à esfera profissional não seguem o mesmo padrão
dos arquivos institucionais, por isso os princípios da organicidade e da naturalidade
parecem inconsistentes para os arquivos pessoais.

Por isso, Heymann acrescenta que o contexto de acumulação também deve


ser pautado para a organização e o entendimento destes arquivos, uma vez que a
lógica de guarda dos documentos é distinta dos arquivos institucionais. Nestes
arquivos o fator da intencionalidade deve ser considerado, o que diverge dos
preceitos arquivísticos da naturalidade e organicidade. O atributo da intencionalidade
remete muito mais as coleções enquanto conjuntos criados artificialmente do que
uma produção ou acumulação orgânica. Como já visto em alguns estudos de
acervos pessoais, o indivíduo seleciona para guarda documentos que projetam uma
imagem de si (artificialmente), construindo uma trajetória excepcional.

Uma das principais características dos arquivos pessoais é a liberdade que se


expressa por meio de três quesitos: acumulação, organização e seleção. A liberdade
de acumulação, corresponde a possibilidade de guardar apenas os documentos que
desejamos, estabelecendo critérios próprios de acordo com entendimento individual.
Ao mesmo tempo que há uma liberdade na organização pela inexistência de
normativas. Por outro lado, a liberdade de seleção estabelece critérios próprios para
seleção e descarte (SILVA, 2013, apud MÂCEDO; OLIVEIRA, 2017).
26

A primeira razão pela qual os indivíduos guardam documentos é sua


funcionalidade, a necessidade de registrar ações, cumprindo obrigações. Todavia,
há outros motivos para o arquivamento como seleções afetivas, superstições, hobby
ou como forma de registrar impressões pessoais sobre o mundo. Nesse sentido, as
pessoas produzem diferentes documentos que só fazem sentido enquanto
documento de arquivo, quando produzidos no decorrer de alguma atividade inerente
à vida do titular. Por isso, nos arquivos pessoais coexistem documentos formais e
aqueles difíceis de serem identificados (MÂCEDO; OLIVEIRA, 2017).

Aliado a isso, a institucionalização de arquivos pessoais se articula como


julgamento de relevâncias, a relevância do sujeito produtor de documentos, e a
relevância da massa documental produzida. Atribui-se certa notoriedade ao sujeito
produtor dos documentos pela contribuição em vida para a sociedade e seus
arquivos devem ser testemunhos dessas práticas. Nesse sentido, o que
naturalmente ocorre é a seleção de documentos pelos sujeitos que os produziram
considerados por eles pertinentes a serem guardados e a apreciação pelas
instituições de memória que colocam a importância do conjunto documental.

A preservação e doação de arquivos pessoais é motivada por um espírito de


notabilização, efetuando-se como uma demanda tanto para as pessoas que buscam
deixar seus documentos sob a custódia de uma instituição como legado de sua
existência, quanto para aqueles que buscam nos arquivos pessoais fontes para a
investigação histórica (MACIEL; BORGES, 2012).

A produção de uma imagem é fruto tanto do que se exibe quanto do que se


esconde. Nessa operação participam tanto o círculo familiar do arquivador
quanto as instituições de memória. Só doa arquivo quem supõe que seus
documentos vão configurar para a história o que o titular enquanto ator foi
para a sua época. É difícil imaginar o gesto de doação sem o espírito de
notabilização. Do ponto de vista da memória não se exibe o que não se
releva; não se expõe, conscientemente, o que não seja rentabilizável como
preservação de imagem (VIANNA, et al, 1986, p. 69).

Os arquivos pessoais fazem parte de uma memória coletiva e são vestígios


de práticas humanas e relacionamentos sociais. As acumulações pessoais são uma
forma de memorializar não só a vida do indivíduo, mas também o coletivo e a
identidade cultural da sociedade, através da sua natureza probatória (MCKEMMISH,
2013). O interesse pelos arquivos pessoais como fontes históricas inscritas em
documentos de suportes variados advém do seu valor em revelar sobre o contexto
27

histórico e social dos personagens e não apenas sobre os indivíduos em si


(MACIEL; BORGES, 2012).

Os arquivos pessoais são caracterizados pela associação ao vínculo


profissional do produtor (político, cientista, literato). Luciana Heymann (2009)
considera que as representações associadas aos arquivos pessoais articulam
valores históricos, entendidos como patrimônio quando esses sujeitos exerciam
atividades públicas que conferem aos seus documentos um forte interesse público e
histórico, enquanto que os documentos de artistas se configurariam como uma
gênese autoral (rascunhos e versões). Os cientistas, se inserem no meio termo, por
ocuparem cargos em instituições de pesquisa ao mesmo tempo que coexiste a
dimensão autoral em seus arquivos.

Millar (2006) questiona se os documentos são a memória dos indivíduos ou


apenas a memória dos eventos que motivaram a sua produção e acumulação. Esta
autora argumenta que os documentos de arquivo atuam como gatilhos no
desencadeamento de processos de rememoração.

De fato os arquivos pessoais sempre existiram nas sociedades letradas mas


foram poucos explorados e tratados de forma incógnita pela arquivística, não eram
vistos como arquivos ou entendidos como arquivos menores, dada a sua
peculiaridade em comparação com os arquivos institucionais, como a lógica de
acumulação, a presença de documentos familiares e de laços de amizade e a
heterogeneidade dos suportes documentais, vistos como documentos com lacunas e
sem objetividade (SILVA; SANTOS, 2012).

2.2 Arquivos pessoais no universo da arquivística

O Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (ARQUIVO NACIONAL,


2005, p. 27) define como arquivo “conjunto de documentos produzidos e
acumulados por uma entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no
desempenho de suas atividades, independentemente da natureza do suporte". A
inclusão dos documentos produzidos por indivíduos como arquivos também é vista
na Lei de Arquivos, Lei n. 8.159, de janeiro de 1991:

Art. 2º - Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os conjuntos de


documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de
caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de
28

atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o
suporte da informação ou a natureza dos documentos.

O capítulo III da Lei de Arquivos é dedicada aos arquivos privados e dentre


outras diretrizes estabelece a declaração de interesse público e social, dos arquivos
privados considerados importantes para a história de interesse coletivo, incluindo os
arquivos pessoais:

Art. 11 - Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos


produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de
suas atividades. Art. 12 - Os arquivos privados podem ser identificados pelo
Poder Público como de interesse público e social, desde que sejam
considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e
desenvolvimento científico nacional. Art. 13 - Os arquivos privados
identificados como de interesse público e social não poderão ser alienados
com dispersão ou perda da unidade documental, nem transferidos para o
exterior. Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o Poder Público
exercerá preferência na aquisição. Art. 14 - O acesso aos documentos de
arquivos privados identificados como de interesse público e social poderá
ser franqueado mediante autorização de seu proprietário ou possuidor. Art.
15 - Os arquivos privados identificados como de interesse público e social
poderão ser depositados a título revogável, ou doados a instituições
arquivísticas públicas.

Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (ARQUIVO


NACIONAL, 2005, p. 97), o fundo é um termo equivalente a arquivo, entendido como
o “conjunto de documentos de uma mesma proveniência” . Tomemos nesse contexto
semântico o arquivo3 como sinônimo de fundo. Na definição trazida pela Norma
Geral Internacional de Descrição Arquivística (ISAD(G)), elaborada pelo Conselho
Internacional de Arquivos e traduzido no Brasil pelo Grupo de Trabalho do Arquivo
Nacional, o fundo é o “conjunto de documentos, independente de sua forma ou
suporte, organicamente produzido e/ou acumulado e utilizado por um indivíduo,
família ou entidade coletiva no decurso das suas atividades e funções” (2000, p. 15).

Os documentos produzidos por indivíduos também aparecem inseridos nas


definições de arquivo de textos clássicos da literatura arquivística. No livro
Archivística General. Teoría Y Práctica, Antonia Heredia Herrera aborda a definição
de arquivo:

archivo es uno o más conjuntos de documentos, sea cual sea su ficha, su


forma y soporte material, acumulados en un proceso natural por una

3
Arquivo é uma palavra polissêmica, seu significado é atribuído de acordo com o contexto. Além do
significado equivalente ao fundo, o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (ARQUIVO
NACIONAL, 2005, p. 27) também traz outras definições para a palavra arquivo: “2 Instituição ou
serviço que tem por finalidade a custódia, processamento técnico, e a conservação; 3 Instalações
onde funcionam arquivos; 4 Móvel destinado à guarda de documentos”.
29

persona o institución pública o privada en el transcurso de su gestión,


conservados, respetando aquel orden, para servir como testimonio e
información para la persona o institución que los produce, para los
ciudadanos o para servir de fuentes de historia (HERRERA, p. 89, 1991).

Em Arquivos Permanentes Tratamento Documental, Heloísa Liberalli Bellotto,


define o fundo como:

o conjunto de documentos produzidos e/ou acumulados por determinada


entidade pública ou privada, pessoa ou família, no exercício de suas
funções e atividades, guardando entre si relações orgânicas, e que são
preservados como prova ou testemunho legal e/ou cultural, não devendo ser
mesclados a documentos de outro conjunto, gerado por outra instituição,
mesmo que este, por quaisquer razões, lhe seja afim (BELLOTTO, p. 128,
2006).

Neste mesmo livro, Bellotto (2006) aborda também outras definições para
fundo, algumas inserem os documentos de pessoas físicas outras não, é o exemplo
do Léxico de Terminologia de Arquivística de Amsterdam (1964) e o Manual Francês
de Arquivística (1970) que trazem a acumulação de pessoas físicas no exercício das
atividades como fundo. Enquanto o Manual inglês de Hilary Jenkinson (1922),
Manual dos Arquivistas Holandeses (1960), o Manual espanhol de Vicenta Cortés
(1979) em suas definições de arquivo abordam apenas os documentos produzidos
por instituições.

Os documentos produzidos e acumulados por sujeitos no cumprimento de


suas atividades de vida, hoje estão instituídos e amplamente aceitos, tanto na
literatura arquivística, como em normas, leis e protocolos como sendo arquivos, ao
lado dos arquivos institucionais, mas como já visto, os arquivos pessoais nem
sempre foram considerados arquivos ou colocados no mesmo nível de
representação e tratamento dos arquivos institucionais.

Os arquivos pessoais se diferenciam dos arquivos institucionais por


apresentarem “traços de personalidade, juízos de valor, preconceitos, anseios,
opiniões expressadas pelo produtor, bem como os tipos de atividades desenvolvidas
no decorrer de sua vida, que não serão encontradas nos arquivos de pessoas
jurídicas” (GOMES; SILVA, 2011, p. 40).

O tratamento e a preservação desses acervos ficavam a cargo de bibliotecas


e museus. Isso se deve ao movimento pela guarda de arquivos de escritores no
século XIX, iniciada com a doação de Victor Hugo dos seus manuscritos à Biblioteca
30

Nacional da França. Os manuscritos de escritores eram associados aos seus livros e


recebiam organizações biblioteconômicas (ARTIÈRES, 1998).

O Manual dos Holandeses de 1898 é um importante marco para a teoria


arquivística, no entanto aparecem retratados apenas os arquivos públicos e
administrativos. Os arquivos pessoais não foram considerados arquivos por naquele
momento não atribuírem o princípio da organicidade a esses conjuntos,
considerando-os coleções artificiais (BERG, 2017).

A primeira menção aos arquivos pessoais na literatura arquivística aparece a


primeira vez em 1928, no manual do arquivista italiano Eugenio Casanova, no qual
ele define arquivo como “acumulação ordenada de documentos criados por uma
instituição ou pessoa no curso de suas atividades e preservados para a consecução
de seus objetivos políticos, legais e culturais, pela referida instituição ou pessoa”
(CASANOVA, 1928, p. 535). Casanova se torna o pioneiro na introdução do tema
apesar de não aprofundar e não problematizar esses tipos de arquivos.

Cook (1998) ressalta que os princípios e os conceitos arquivísticos foram


desenvolvidos para documentos de instituições. Os arquivos em sua gênese foram
concebidos como documentos provenientes de atividades administrativas públicas
que passaram a ser custodiadas por instituições arquivísticas. A exclusão dos
arquivos pessoais no tratamento dado pela arquivologia tradicional (século XIX a
meados do século XX) é dada pelo interesse dos historiadores pelos arquivos
administrativos, eles consultavam essa documentação como fonte para a pesquisa
histórica ao mesmo tempo que foram importantes teóricos da arquivística, dentre
eles Natalis de Wailly, S. Muller, J. A. Feith, R. Fruin, Hilary Jenkinson e Theodore
Schellenberg. Nas obras destes autores eram colocadas teorias em reflexo ao
trabalho de pesquisa em arquivos públicos, assim a arquivística passa a ser
desenvolvida com base nestes arquivos, pelo interesse dos teóricos pela história
administrativa (BERG, 2017). Os arquivos privados de origem pessoal eram
nomeados por esses autores como manuscripts, historical manuscripts, manuscript
collection ou papers, pela suposta fragmentação no processo de acumulação
documental (MÂCEDO; OLIVEIRA, 2017).

Gomes (1998) argumenta que os arquivos pessoais passaram a ganhar


espaço nas práticas arquivísticas com a renovação da historiografia no século XX,
31

com a Escola do Annales que tinha um olhar para a história cultural, e percebiam os
documentos produzidos na vida privada como fontes riquíssimas para esses
estudos.

A partir da década de 1980 há um interesse pela memória como fenômeno


social da parte dos historiadores e cientistas sociais, então surgem estudos
relacionados a memória cultural e os lugares de memória, tornando os arquivos
pessoais também alvo de atenção. Além disso, o surgimento de centros de memória,
da metodologia de História Oral e de estudos biográficos, valorizam o interesse
pelos documentos de indivíduos (BERG, 2017).

Os arquivos pessoais e familiares começaram a se destacar quando foram


vistos como fontes para a história e como o registro da memória da nação, passando
a ser entendidos como patrimônio a ser preservado pela sociedade, o contato mais
próximo entre historiadores e arquivistas evidenciaram os arquivos pessoais
(OLIVEIRA, 2012). Os arquivos pessoais acabam se tornando importantes para a
memória coletiva, por serem testemunhos não apenas da vida do indivíduo, mas da
sociedade em que ele fez parte. Os primeiros olhares para os arquivos pessoais
tiveram viés histórico e não arquivístico, limitado aos estudos enquanto fontes para a
pesquisa.

Os estudos acadêmicos que problematizam os arquivos pessoais do ponto de


vista da arquivística são recentes, os primeiros estudos foram realizados na visão
pragmática e metodológica, como manuais, não aprofundando as discussões sobre
o tema. Hoje no Brasil os arquivos pessoais custodiados por instituições
arquivísticas são comuns, mas isso nem sempre foi natural, ocorreu uma mudança
na transferência de documentos privados para o âmbito público. Essa mudança de
paradigma aconteceu devido a centros de documentação, pesquisa e memória que
incorporaram os arquivos pessoais em seus acervos. Foram pioneiros nesse
processo o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do
Brasil (CPDOC), o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) e o Instituto de
Estudos Brasileiros (IEB). Esses centros de documentação se tornaram referências
para preservação de arquivos de interesse político, científico e artístico,
respectivamente (CRIVELLI; BIZELLO, 2020). Silva e Santos (2012) destacam
32

também o Arquivo Edgar Leuenroth na Universidade Estadual de Campinas


(UNICAMP) como pioneiro na preservação de arquivos pessoais de cientistas.

A institucionalização de arquivos pessoais teve como grande influência a


história cultural e os pesquisadores das ciências sociais e história, que direcionaram
as iniciativas de custódia de acervos pessoais. Além de serem precursores na
preservação de arquivos pessoais no Brasil, os centros de documentação também
foram responsáveis por um modo de pensar esses arquivos, ao escolher o que
deveria ser preservado ou não (CRIVELLI; BIZELLO, 2020). Como já dito, a
avaliação sobre os documentos pessoais se torna um ato de escolhas, já que as
diretrizes para avaliação de documentos são próprias para arquivos institucionais e
não fazem sentido para arquivos pessoais, recaindo sobre a instituição de guarda a
aceitação da preservação de documentos.

Por isso, se estabelece o que será lembrado e o que será esquecido. Os


documentos pessoais quando custodiados por instituições se tornam disponíveis
para consulta, pelo tratamento documental de preservação, organização e
divulgação do acervo, servindo como fontes para pesquisa histórica. Ao passo que
os arquivos pessoais guardados em âmbito doméstico ficam impossibilitados para o
acesso público (CRIVELLI; BIZELLO, 2020).

Crivelli e Bizello (2020) acrescentam que as instituições pioneiras na função


de tratamento de arquivos pessoais para disponibilização de pesquisas científicas
foram muito importantes para a consolidação da preservação de arquivos pessoais
no Brasil. A preocupação pela guarda dos arquivos pessoais foi pautada pelos
centros de documentação e abriram caminhos para pesquisa historiográfica em
novos horizontes, viabilizando o caminho para a preservação dos arquivos pessoais
no Brasil. A institucionalização dos arquivos pessoais, legitima esses acervos,
tornando-os acessíveis para a pesquisa e para a construção de memórias.

Apesar da institucionalização dos arquivos pessoais iniciada nas décadas de


1960 e 1970 pelo IEB e CPDOC, no Brasil ainda careciam de estudos arquivísticos
sobre os arquivos pessoais. Devido a falta de diretrizes para o tratamento de
arquivos pessoais, em 1980 o CPDOC elabora um manual de procedimentos
técnicos para a organização de arquivos privados, publicado oficialmente em 1998.
33

Uma outra importante publicação foi o volume da Revista de Estudos


Históricos (1998), em que foram publicados textos gerados pelo Seminário
Internacional sobre Arquivos Pessoais, que contou com a autoria de vários
intelectuais brasileiros e estrangeiros, trazendo temas multidisciplinares para o
campo dos arquivos pessoais, sobressaindo o ponto de vista historiográfico, mas
também abarcando as temáticas de organização arquivística (CRIVELLI; BIZELLO,
2020).

Mâcedo e Oliveira (2017) destacam que além dos arquivos pessoais por
muito tempo não serem reconhecidos como arquivos, quando passaram a ser
reconhecidos como tal, a metodologia de organização não atendia a uma
representação dos documentos tendo em vista a arquivística. Como pioneiros no
tratamento de arquivos pessoais e consolidação desta área destacam-se os estudos
de Camargo4, Heymann5, Santos6, Fraiz7 que foram além dos métodos do CPDOC.

Atualmente na literatura brasileira arquivística prevalece o mesmo tratamento


dos arquivos pessoais aos arquivos institucionais. Bellotto (2006) coloca que nos
arquivos pessoais o tratamento advém da identificação das atividades e funções do
seu produtor. Camargo e Goulart (2007), enfatizam a importância de tratar os
arquivos pessoais como conjuntos indissociáveis, no qual o seu sentido é atribuído
pela articulação entre as partes, por isso essas autoras apontam o método funcional
para o tratamento desses documentos, apesar de muitos dos documentos não terem
ação probatória.

Os arquivos pessoais pela sua história recente na disciplina arquivística,


acabam por ter que se enquadrar aos princípios da arquivologia que foram pensados
primordialmente para os arquivos institucionais e não necessariamente se adequam
às peculiaridades encontradas nos conjuntos documentais produzidos por
indivíduos. Por isso, os documentos que fazem parte de arquivos pessoais são
4
Ana Maria Camargo escreveu diversos artigos sobre o tema dos arquivos pessoais, além de
ministrar palestras e minicursos. Destacam-se também a metodologia utilizada para o tratamento do
acervo do Instituto Fernando Henrique Cardoso, lideradas por ela e Silvana Goulart, descritas no livro
Tempo e Circunstância: a abordagem contextual dos arquivos pessoais.
5
Luciana Heymann (1997, 2009, 2012) publicou diversos artigos sobre os arquivos pessoais e a
construção de legados .
6
Paulo Elian Santos (2002, 2008) em seus trabalhos de mestrado e doutorado escreve sobre os
arquivos pessoais de cientistas, abordando os documentos do ponto de vista de sua ação geradora,
para isso utiliza-se de teóricos da sociologia da ciência para analisar a prática científica.
7
Priscila Fraiz (1994, 1998) escreve sobre a construção de um eu autobiográfico nos arquivos
pessoais, tendo como estudo de caso o Arquivo de Gustavo Capanema.
34

tratados de forma diversa pelas instituições de memória, pela dificuldade em aplicar


os princípios da arquivística (SANTOS, 2010; SILVA, 2013).

Os documentos pessoais devem ser analisados durante a identificação, a fim


de compreender as razões pelas quais foram criadas e acumuladas ao longo do
tempo. É importante destacar que embora os documentos em arquivos pessoais
tenham organicidade e possam ser organizados com base em funções, ou
indivíduos não seguem a mesma lógica que uma empresa, em seus arquivos tem
relações de amizade e sociabilidade, além, da liberdade que as pessoas têm em
lidar com os seus documentos (MÂCEDO; OLIVEIRA, 2017).

Ao contrário dos arquivos institucionais, que trazem documentos que a


própria estrutura evidencia suas funcionalidades, os arquivos pessoais são muitas
vezes desprovidos de metadados, incluem fotografias e anotações sem sentido,
objetos desvinculados dos conjuntos que lhes deram origem. Nesse sentido, além
dos nexos internos entre os documentos de arquivo cumpre caracterizar os
elementos que lhes são exteriores, os contextos que os criaram (CAMARGO;
GOULART, 2007).

No entanto, a identificação do contexto de produção em arquivos pessoais


não é tarefa simples, muitas vezes a acumulação documental por um indivíduo
advém da sua vida íntima e do cotidiano o que dificulta a demarcação do tempo e
espaço. Camargo e Goulart falam que ao arquivista compete identificar ações
particulares cujo tempo e circunstância se fazem consignar nos documentos:

a organização lógica do acervo, na área de arquivo, é norteada pela


funcionalidade, pela identificação do elo entre os documentos e as
atividades que lhes deram origem, de modo a garantir que, individual ou
coletivamente, os diferentes itens que o integram possam evocar ou
representar, de modo inequívoco, as circunstâncias e o contexto que
justificaria sua acumulação e guarda (CAMARGO; GOULART, 2007, p. 60).

O contexto de produção é mais identificável nos documentos escritos: “Cuja


vocação probatória repousa, em grande parte, no uso de convenções dotadas de
grande força ilusionária (propriedade de auto contextualização), no recurso a
fórmulas redutos de ambiguidade e na explicação das circunstâncias em que foram
produzidos” (CAMARGO; GOULART, 2007, p. 61).
35

O documento textual evoca pela palavra a sua funcionalidade, o que não


ocorre com sons, imagens e objetos. O arquivista cabe a função de recuperar o
contexto de produção dos documentos imagéticos para buscar informações que
possam esclarecer sobre o sentido dos documentos. Para os arquivos pessoais isso
se mostra mais desafiador. Ao realizar pesquisa nos arquivos institucionais, é
possível verificar a função de uma fotografia, pela associação de outros documentos
como contratos de serviços e roteiros. Esses vestígios geralmente não são
encontrados nos arquivos pessoais (LACERDA, 2013). Para o tratamento de
arquivos pessoais é necessário analisar as relações entre os documentos de acordo
com a ação que o gerou, para esse reconhecimento cabe uma ação de pesquisa
sobre a estrutura e os métodos operacionais de sua criação (LODOLINI, 1990, apud,
MÂCEDO; OLIVEIRA, 2017).

Os arquivos pessoais de cientistas se assumem como um tipo de arquivo


pessoal, que pela atuação dos sujeitos e pela prática científica em si, merecem um
olhar direcionado para vislumbrar as suas especificidades.

2.3 Os arquivos pessoais de cientistas

A dificuldade no tratamento de arquivos pessoais de cientistas é motivada


pela idiossincrasia da documentação, que por vezes carrega documentos
imprevisíveis e pouco abordados pela literatura que se preocupa com a diplomática
e a tipologia documental (SANTOS, 2010). Como ainda não se criou uma tradição
desses estudos, a análise tipológica nos arquivos pessoais é feita de forma insólita e
por isso, leva a dificuldades no tratamento documental e na recuperação de dados
para os usuários de arquivos.

Na década de 1980 houve uma efervescência na preservação dos arquivos


institucionais no processo de redemocratização e valorização da memória. Nesse
movimento os arquivos produzidos pela ciência também são beneficiados, iniciativas
como sistemas de gestão de arquivos na Fundação Oswaldo Cruz, Universidade de
São Paulo, Universidade de Campinas e Museu de Astronomia e Ciência Afins, setor
de Memória Institucional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o
Centro de Memória da Eletricidade da Eletrobrás são implantadas (SANTOS, 2010;
MACIEL; BORGES, 2012). A preservação dos arquivos científicos entendidos como
patrimônio da humanidade inclui também os arquivos de cientistas.
36

Santos (2010) corroborando com Ana Maria de Camargo problematiza sobre


o uso do termo arquivos científicos, dizendo que essa denominação acaba
contaminando a representação dos arquivos, já que podem ter documentos além da
atividade científica, e essa denominação acaba sugerindo um valor para esses
documentos. Esses autores consideram que o termo mais apropriado é “arquivos de
interesse para a ciência ou para a história da ciência”. Nesse sentido, ainda são
corretas as denominações de arquivos de instituições de pesquisa ou arquivos de
cientistas. Fazendo essa ressalva ainda usaremos o termo arquivos científicos,
como um termo genérico, visto que a bibliografia ainda trabalha com essa
denominação.

Os arquivos científicos podem ser divididos em três grupos principais de


acordo com a entidade produtora dos documentos: 1. documentos provenientes de
estabelecimentos governamentais como ministérios, secretarias ou agências de
fomento à pesquisa, possibilitam a investigação sobre o planejamento e gestão de
políticas públicas no campo da ciência; 2. documentos produzidos em
estabelecimentos de pesquisa e ensino, universidades, centros de pesquisa e
laboratórios, sejam eles dos serviços administrativos ou de pesquisa; 3. Os arquivos
pessoais de cientistas (CHARMASSON, 1999 apud SANTOS, 2010). Essas
instituições citadas têm como atividade principal a pesquisa e o ensino além de
financiarem e fazerem políticas públicas em prol da ciência, acresce ainda os
cientistas que são os principais responsáveis pelo processo científico, razão esta
que seus arquivos merecem muita atenção.

A ciência se desenvolve dentro do laboratório, mas o laboratório pode ter a


conotação de um ambiente com infra estrutura, computadores, mesas, cadeiras,
equipamentos para experimentos, livros, espécimes de animais, cobaias ou pode ser
entendida como a junção de um grupo de pessoas direcionadas na produção de
conhecimentos sobre um área do saber. Dentro do laboratório o cientista é peça
fundamental para a produção científica (SILVA, 2007).

Welfelé (2004) ao se debruçar sobre os arquivos de laboratório faz distinção


dos documentos guardados pelos cientistas e os arquivados por secretarias, este
último tem caráter mais burocrático (gestão de pessoal, recursos financeiros e
infra-estrutura) ao passo que o outro apresenta o desenvolvimento da ciência em
37

seu fazer cotidiano. A denominação arquivos científicos abrange os documentos


produzidos pela administração de pesquisa (documentos meio) e os originários do
fazer científico em si (documentos fim).

Os arquivos da administração de pesquisa têm suas configurações similares


aos arquivos científicos tradicionais. Já os documentos da pesquisa em si
(exploração, experimentação e teorização) se apresentam em formas e
composições sui generis, tem a propensão de não serem tratados como arquivos e
por isso são menos conservados. Welfelé expõe que os documentos de dentro dos
laboratórios são os mais importantes como fontes para a história da ciência, “lá onde
a ciência se elabora, se transforma, trabalha, manipula-se” (WELFELÉ, 2004, p. 65).

Apesar de ter essa relevância, a documentação produzida no laboratório


dificilmente é tratada como arquivo em razão de seus diferentes suportes, que vão
além dos documentos em papel. A geração de documentos em papel é
predominante nos laboratórios, entretanto a atividade de pesquisa produz muitos
outros documentos em suportes diversos “culturas de células sobre plaquetas,
coleções (de rochas, de insetos, genótipos...), máquinas-ferramenta, protótipos,
bases de dados, mapas, gráficos, animais, filmes e... papel” (WELFELÉ, 2004, p.
68). No entanto, o que geralmente é conservado são as separatas e os produtos
finais como os artigos, os documentos intermediários que evidenciam o processo
científico são perdidos.

Os arquivos da ciência tem a característica da personificação do chefe ou de


líderes, ficando muito impresso a imagem desses cientistas nos documentos. Esse
cenário é alterado a partir da década de 1970 com a insurgência da big science, de
pesquisas realizadas por um grupo grande de pessoas além de relações
interinstitucionais. Mesmo nesse cenário de despersonalização da pesquisa
científica, a trajetória do cientista, por titulações e publicações, ainda é
preponderante como um marcador de seu poder dentro do laboratório (SANTOS,
2010).

Nos arquivos de cientistas encontramos documentos de origem pública,


quando esses pesquisadores exerciam cargos de chefia em laboratórios ou
instituições de pesquisa (WELFELÉ, 2004). Santos (2010) ao entrevistar cientistas
sobre as dimensões entre o institucional e o pessoal, verificou que os cientistas
38

consideram os documentos produzidos pela atividade científica intimamente ligados


à sua figura, assumindo um caráter de pessoalização da ciência.

Os cientistas muitas vezes trabalham resolvendo questões burocráticas,


coordenando pesquisas e encabeçando projetos, sem de fato “ir para a bancada",
fazer o “mão na massa da ciência”. Por isso, é predominante nos arquivos de
cientistas os documentos de caráter administrativo. A carreira científica coloca o
pesquisador como detentor de um capital cultural, expressos por meio de títulos,
publicações e patentes, também evidenciados em seus arquivos. As atuações de
ensino e pesquisa se confundem, os chefes de laboratório estão o tempo todo
pesquisando e ensinando, e seus alunos aprendendo e pesquisando, dificultando a
separação dos documentos entre docência e pesquisa (SANTOS, 2010).

O laboratório é o lugar de registros textuais, o fazer ciência é constantemente


documentado, através de anotações, cadernos de protocolo, no meio digital ou no
meio físico. O produto final do fazer científico é a comunicação científica, expressa
por meio de artigos, livros e apresentações. Nos arquivos de cientistas os textos
intermediários e versões dessas publicações estão presentes. Ademais compunham
o arsenal bibliografias do campo do pesquisador, a fim de se relacionar
cientificamente com a sua comunidade, são presentes separatas e cópias de artigos
científicos (SANTOS, 2010). Sobre o corpus documental nos arquivos de cientista
Welfelé acrescenta:

separatas ou publicações do pesquisador, teses e trabalhos recebidos por ele,


correspondência, cadernos de notas e de experiências, rascunhos de artigos, notas
de leitura e de trabalhos, diplomas, prêmios e recompensas, textos de cursos,
conferências, palestras e seminários, bem como fotografia (WELFELÉ, 2004, p. 69).

Ainda sobre os tipos documentais encontrados nos laboratórios, Santos


(2010) diz que o caderno de protocolo, ou o caderno de laboratório é um documento
primordial, por serem registrados informações cotidianas das experiências científicas
das ações em bancada. Destaca-se também no caso das ciências de observação
naturalística o uso dos cadernos de campo ou diários de viagem. A comunicação por
meio de carta é muito presente, mas na contemporaneidade esses registros estão
se esgotando pela competitividade das carreiras, os cientistas trocam informações
em grupos fechados e pelo uso do e-mail.
39

Outro ponto presente nos arquivos pessoais de cientistas, é a incorporação


de objetos tridimensionais aos fundos arquivísticos. Sobre isso, faço uma ressalva
em relação à terminologia. Alguns autores colocam o tridimensional como um
gênero documental, no entanto tendo a concordar com Ana Maria Camargo (2015)
quando ela argumenta que todos os documentos têm tridimensionalidade e esse
termo acaba não dizendo muita coisa. Considerando o gênero documental, como a
linguagem inserida no documento, no caso dos objetos sem linguagem, o termo
mais apropriado é realia, “objetos coletados na natureza (pedras, conchas, insetos
etc.) e também àqueles fabricados pelo homem, artesanal ou industrialmente” (p.
158) que não apresentam linguagem. Além disso, existem nos arquivos documentos
em forma de objetos mas que contém inscrições textuais, os colocando em outros
gêneros.

Gomes e Silva (2011) consideram que os objetos podem ser tratados e


inseridos em arquivos pessoais desde que estes contextualizam a história do seu
acumulador e digam respeito às suas práticas profissionais, os objetos tornam-se
parte integrante dos arquivos, e por isso são indissociáveis na organicidade dos
arquivos. No entanto, os objetos que são produzidos e acumulados pela atividade
científica são armazenados e preservados geralmente em acervos museológicos.

Os cientistas conservam objetos como forma de lembranças ou relíquias de


suas realizações. Borges (2008) escreve sobre os tipos de objetos encontrados em
arquivos pessoais de cientistas e suas funções:

Estes objetos (medalhas, objetos pessoais diversos, instrumentos


científicos, espécies coletadas em pesquisas, lâminas e muitos outros) são
documentos que muitas vezes tiveram a sua origem nas atividades
desenvolvidas pelo cientista, por um laboratório ou instituição, e que,
portanto, possuem relação orgânica com o acervo arquivístico produzido por
instituições ou pessoas (BORGES, 2008, p. 27).

Welfelé (2004) considera importante o diálogo entre pesquisadores e


arquivistas a fim de criar um entendimento sobre o que deve ser preservado, já que
cientistas acabam guardando apenas documentos burocráticos e os resultados finais
da pesquisa como os artigos, deixando para trás os documentos que testemunham o
processo científico, os documentos intermediários.

Como visto, os arquivos pessoais sofrem seleções e descartes, o mesmo


ocorre com os arquivos pessoais de cientistas, nesse caso vale o questionamento
40

enquanto juízo de valor para a escolha de documentos. Silva (2007) questiona:


quais documentos mais importantes para testemunharem as práticas da ciência?
Para esta autora, a memória científica advém de documentos distintos, documentos
em papel, equipamentos e objetos zoológicos. Os documentos produzidos pela
ciência muitas vezes são mal entendidos como documentos a serem preservados
tanto pelos cientistas quanto pelos arquivistas. Os documentos da ciência são
testemunhos de práticas científicas, tendo valor probatório, testemunhos de fatos.
Os documentos intermediários acabam não se preservando, os cientistas julgam
apenas como importante e necessário apenas a preservação de documentos finais,
justificando que estes já contém todos os dados de interesse. No entanto, os
historiadores da ciência se voltam para os documentos intermediários para
vislumbrar o processo de desenvolvimento científico, as redes, trocas,
financiamentos, disputas e situações pormenores (SILVA, 2007).

O processo de avaliação de documentos de cientistas pode ser arbitrário


devido a ausência de normas voltadas para os arquivos pessoais, para não ocorrer
seleções falhas, é importante conhecer a trajetória do indivíduo e como sua atuação
social e profissional estava inserida em seu meio (LISBOA, 2012).

Os arquivos pessoais de cientistas trazem registros da produção e do


desenvolvimento científico, revelam a rede de atores, procedimentos, resultados,
discussões, experimentações, adversidades e controvérsias. Por isso, são
importantes suportes de informações que colaboram com o entendimento da ciência
como um todo, e com aspectos da vida pública e privada, ao manifestarem também
políticas públicas, como de financiamento para pesquisas e ações individuais.

Esses arquivos também apresentam documentos das esferas públicas,


quando nas trajetórias profissionais, estes indivíduos exerceram cargos de chefia ou
de gestão em instituições públicas de pesquisa, o que torna a separação entre
arquivos pessoais e arquivos institucionais também problemática. Além disso, outro
problema é a esfera íntima e de relacionamento social que frequentemente é
abarcada em arquivos pessoais, embora os documentos relacionados à trajetória
científica sejam mais volumosos, e entendidos como mais significativos pelas
instituições de guarda, muitas vezes esses documentos têm em seu conteúdo e
41

contextos o trânsito entre essas duas esferas, tornando a distinção árdua (SANTOS,
2010).

Maria Celina Soares Silva (2007) em sua tese de doutorado realizou


entrevistas com cientistas sobre a preservação dos documentos produzidos em
laboratórios e em suas atividades científicas, investigando o entendimento que eles
têm sobre o caráter pessoal ou institucional dos documentos produzidos pela
atividade científica. Apesar do resultado das entrevistas demonstrarem que a
maioria dos cientistas localizam nos documentos produzidos pela atividade científica
um caráter institucional, a autora argumenta que a falta de critérios entre alguns que
definem os documentos como pessoais, faz com que muitos dos registros das
atividades científicas sejam perdidos.

Silva (2007) se ancora nos números contrários e na literatura que evidencia a


dificuldade dos limites entre a documentação pessoal e institucional para argumentar
que muitos dos documentos essenciais para a memória científica são destruídos. Os
cientistas que consideram a documentação produzida pelas atividades científicas
como sendo documentos pessoais, argumentam que foram eles os chefes das
pesquisas, e o valor da personalidade nos documentos é muito forte. Charmasson
(1999) fala que os arquivos pessoais de cientistas são considerados pelos próprios
como privados, mesmo quando o essencial de suas atividades seja desenvolvido em
instituições públicas. Já Welfelé (1999) diz que há uma distinção nos documentos de
laboratórios, há aqueles que são arquivados por secretarias do laboratório, que tem
um tom mais administrativo e aqueles que ficam a cargo do pesquisador.

Demeulenaere-Douyère (1999) acrescenta ao debate ao dizer que existem


vários exemplos de documentos institucionais incorporados em arquivos pessoais de
cientistas, entre eles o arquivo Lavoisier, que traz uma série de documentos
institucionais. Há ainda os documentos produzidos pelas universidades que só estão
resguardados pela preservação em arquivos pessoais.

Brito (2002) em um trabalho de investigação com os cientistas da Fundação


Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) também aponta que a maioria considera os documentos
da atividade científica como pertencentes à instituição, mas que os critérios por
vezes ficam condicionados ao apoio financeiro que o pesquisador teve para a sua
42

pesquisa, ou seja só após a aprovação do contrato, os documentos gerados pela


pesquisa em fase inicial ficariam com a propriedade do cientista.

Quando os cientistas consideram a documentação pessoal, fica a cargo deles


sua preservação, gestão e disponibilização. Silva (2007) aponta questões que
tornam difíceis os limites da documentação pessoal e institucional: a falta de
diretrizes institucionais; o número de pesquisadores de uma equipe; a natureza dos
documentos. A alegação do caráter pessoal também se deve aos documentos
estarem ligados a vida e trajetória dos cientistas e não apenas das instituições em
que ele atuou. Os cientistas acumulam documentação referente ao seu trabalho,
documentos com aspectos da sua trajetória profissional, e no meio acadêmico
produzem uma série de documentos, notas de leitura, sumários de cursos,
exercícios de laboratório, projetos de estudante, também acumulam documentos de
sociedades e associações em que fizeram parte. Esse repertório documental traz
importantes vestígios para a história das ciências, que podem ser perdidos se não
forem considerados em programas de preservação.

Outro fator é a independência do cientista frente a instituição, ao trabalharem


com outros projetos acabam vinculando um aspecto de propriedade à
documentação. Apesar dos arquivos de cientistas serem considerados privados,
ainda possuem um interesse público, especialmente para a história das ciência
(SILVA, 2007). Os arquivos de cientista não são gerados para serem históricos, são
criados para atenderem ações cotidianas das práticas científicas, questões
burocráticas ou de pesquisa, mas trazem um interesse público ao serem parcelas
de uma memória coletiva, colocada nos testemunhos de documentos acumulados
por indivíduos:

Os arquivos pessoais, ao representarem uma parcela da memória coletiva,


contribuem ao lado dos arquivos de origem institucional para a salvaguarda
do patrimônio documental e a compreensão das sociedades modernas.
Interessam como fontes de pesquisa e são dotados de uma singularidade.
Não se criam com uma finalidade histórica e cultural inicial, mas são
formados por homens e mulheres ao longo de uma vida, e adquirem ‘valor’
testemunhal por um gesto de quem os produziu e/ou de quem os identificou
e lhes atribuiu significado social e cultural (SANTOS, 2012).

Nesse sentido, os arquivos pessoais são importantes fontes históricas,


podendo ser complementares aos acervos de instituições ou às vezes as únicas
fontes para a história de instituições, quando inexistem documentação (SILVA,
43

2012). Cada disciplina científica produz um corpus documental específico de acordo


com suas atividades operacionais e estes documentos possuem linguagens
próprias. Para a organização e representação dos arquivos de cientistas, muito mais
do que conhecer o conteúdo documental, é importante conhecer o contexto de
produção dos documentos, identificando as principais atividades de seus criadores
(SILVA, 2007).

Os cientistas são primariamente indivíduos que se destacam pelas suas


ações científicas, ademais são leitores e escritores de um campo de conhecimento,
e por isso seus arquivos também carregam essa característica, abarcando livros e
textos. O local onde é produzida a documentação também se faz importante para
compreender o contexto de geração documental, aqui entendido por Paulo Santos
(2008) como o laboratório, o grande local de destaque, mas que pode ser alterado
conforme as práticas científicas dos campos de conhecimento, como no caso das
ciências de observação e coleta da natureza, exemplo da entomologia, em que as
expedições científicas são fundamentais e produzem muitos registros materiais.

Como já descrito, os arquivos institucionais configuram de forma mais estável


ao apresentarem a estrutura administrativa do órgão produtor dos documentos, pois
a organização dos documentos geralmente respeita essa estrutura. Enquanto que,
são marcas dos arquivos pessoais a subjetividade para a acumulação documental,
que acontece por meio de escolhas arbitrárias ou não, como nos casos de
intencionalidade, quando o titular do arquivo cria uma imagem de si por meio dos
documentos guardados. Por isso, cabe verificar “vazios” no acervo, períodos ou
funções que não são cobertos pela documentação, e também verificar padrões de
organização dos documentos pelo titular, desde que sejam identificáveis (ABELLÁS,
2012). Um bom exemplo, foi analisado por Fraiz (1998) no arquivo pessoal de
Gustavo Capanema, onde ele produziu o que ela nomeou de “meta-arquivo”, um
sistema de organização de seu arquivo pessoal.

Ducrot (1998) argumenta que para organização do acervo é crucial manter a


organicidade refletindo sobre as facetas do produtor, as diversas funções por ele
desempenhadas. Deste modo, o primeiro passo é o mapeamento das funções dos
cientistas, sua biografia e o contexto de produção dos documentos - reconhecer as
funções primordiais. O contexto de produção se faz necessário também para uma
44

correta tipologia documental. Outro ponto é pesquisar nas instituições que o cientista
atuou para procurar vestígios que possibilitem a construção de sua trajetória. Em
relação aos documentos extremamente especializados relacionados à disciplina de
atuação dos cientistas é recomendado a consulta com profissionais da área para
esclarecer dúvidas (ABELLÁS, 2012). Há um desafio metodológico de adaptação da
teoria arquivística para os arquivos pessoais, já que nos arquivos institucionais o
reconhecimento de funções e atividades é muito evidente, o que não ocorre sempre
com os arquivos pessoais (SILVA, 2012).

A dificuldade no tratamento arquivístico de arquivos pessoais se justifica pela


peculiaridade nos processos de criação e acumulação, como visto, configuram-se
obedecendo critérios funcionais no cumprimento de ações durante a vida de um
sujeito, mas também podem assumir outras motivações, como valores afetivos ou
acumulações de documentos que possam moldar uma imagem do indivíduo para a
posteridade. Esse aspecto encontrado nos arquivos pessoais os excluíram por muito
tempo das definições de arquivo, ao considerar apenas documentos produzidos por
instituições no exercício de suas atividades. Outro fator foi o interesse da geração
dos arquivistas modernos pelos arquivos institucionais, que eram fontes para suas
pesquisas históricas, e a partir do trabalho histórico com esses conjuntos
documentais, construíram as teorias arquivísticas. Com a renovação da história a
partir da Escola dos Annales, outros temas e formas de fontes começam a ser
priorizados, como a história dos subalternos, a micro-história, a valorização de
trajetórias individuais, fazendo com que os arquivos pessoais ganhassem um foco
de interesse para a pesquisa histórica.

No entanto, ainda havia uma lacuna na teoria arquivística para o tratamento


dos arquivos pessoais. No Brasil, temos como pioneiro na institucionalização dos
arquivos pessoais as instituições de documentação e memória, que ao incorporarem
os arquivos pessoais consolidaram uma agenda de preservação das produções
documentais provenientes de sujeitos, e trouxeram discussões sobre o seu
tratamento.

Os arquivos de cientistas trazem documentos que refletem as várias


personalidades do sujeito, suas afinidades e predileções, configuram-se como
documentos profissionais e documentos mais íntimos, por vezes transitando nas
45

duas instâncias. São documentos que testemunham a prática científica cotidiana, ao


contrário dos documentos institucionais, trazem vestígios de toda a criação
científica, ultrapassando os documentos mais burocráticos e administrativos, que
acabam sendo mais preservados institucionalmente. Pelo caráter de personalidade
que envolve a pesquisa científica, nos arquivos pessoais encontramos documentos
institucionais, que foram trazidos pelo cientista e guardados como sua posse.

A partir da caracterização teórica dos arquivos pessoais e especialmente os


arquivos de cientistas, abordaremos no próximo capítulo a contextualização da
produção e acumulação documental de Lauro Travassos Filho.
46

3 A ENTOMOLOGIA E OS SEUS ARQUIVOS: CONHECENDO OS


PAPÉIS DE UM CIENTISTA

A ciência moderna se consolida pela racionalidade, objetividade e


experimentação. A estrutura científica e as práticas científicas são alteradas ao
longo do tempo através de paradigmas científicos (KUHN, 2020), em que a relação
entre o cientista e a sociedade suscita novas maneiras de se fazer ciência
acarretando em diferentes registros materiais. Com a era digital, muitos dos
registros científicos foram transfigurados e um novo paradigma de preservação se
faz necessário (SANTOS, 2010). Por isso, é fundamental a compreensão dos
procedimentos científicos e das formas de registros em voga do momento de
geração documental para a organização de um fundo pessoal de cientista.
Lauro Travassos Filho era biólogo e médico de formação, durante sua
trajetória profissional se especializou na entomologia, segmento da biologia
dedicada aos insetos, atuando durante muitos anos na Seção de Parasitologia do
Instituto Butantan. Para compreender as produções documentais de um cientista,
primeiramente é necessário o conhecimento do modus operandi da área de
atuação, nesse caso, especialmente a entomologia e a parasitologia. Não
pretendemos trazer aqui discussões sobre o conteúdo da área, já que este não é um
trabalho das ciências biológicas, mas vislumbrar o cotidiano dos entomologistas no
século XX, o modo como essa área constrói o conhecimento científico, quais são as
ferramentas utilizadas, os objetivos da área, os métodos, quais são os experimentos
e de que forma as informações da ciência são registradas em suportes materiais.
Abordaremos a trajetória da Seção de Parasitologia, desde a sua criação até
a gestão de Lauro Pereira Travassos Filho, buscando as mudanças que ocorreram
no setor ao longo dos anos. Em seguida entraremos na biografia profissional de
Lauro Pereira Travassos Filho, reconhecendo as instituições em que ele atuava,
suas funções e produções científicas. Fazer este exercício é fundamental para a
concepção do conhecimento acerca dos documentos gerados pelo universo
científico, que estão guardados em arquivos pessoais, como de Lauro Pereira
Travassos Filho. Para isso nos apoiaremos na bibliografia da entomologia, textos
mais atualizados e também mais antigos, datados da época de vivência de
Travassos, para a apropriação dessa área de saber nessa época circunscrita. Foi
utilizado entrevista com Roberto Henrique Pinto de Moraes, colega de Travassos na
47

Seção de Parasitologia para recuperação de informações que não foram


encontradas nos documentos oficiais do Instituto Butantan como os relatórios de
gestão.
3.1 A parasitologia e a entomologia como campos de conhecimento
científico

O inter-relacionamento entre seres vivos é primordial para a manutenção da


vida, incluindo a colaboração mútua (simbiose), predatismo, canibalismo e o
parasitismo. Segundo David Pereira Neves (2005) o parasitismo foi gerado pela
associação quando um organismo menor se sentiu beneficiado da relação com o
outro, pela proteção ou pela alimentação, transcorrendo milhares de anos essa
relação evoluiu tornando o parasito mais dependente do hospedeiro e não causando
o óbito dele. A parasitologia se interessa pelo estudo de cinco grandes filos:
“Protozoa (animais unicelulares), Platyhelminthes (vermes achatados), Nematoda
(vermes redondos), Acanthocephala (vermes arredondado, com
pseudo-segmentação e apresentando uma probóscida armada de gancho) e
Arthropoda (insetos e ácaros em geral)” (NEVES, 2005, p. 28). Destes grupos de
animais destacamos os insetos, que foi a área de maior interesse de Lauro Pereira
Travassos Filho.
A entomologia se dedica essencialmente ao estudo dos insetos, mas se
relaciona também com outros segmentos da biologia, como a botânica, evolução,
comportamento animal, anatomia, fisiologia, bioquímica e genética. Os entomólogos
a partir dos insetos observam, coletam e desenvolvem pesquisas.
Pessoas abastadas e curiosas foram as precursoras da entomologia
moderna, iniciada no século XVII, que contou com o apoio de instrumentos ópticos
que possibilitaram a investigação de pequenos animais, eram entomólogos
amadores, pois essa prática até então não era vista como uma atividade profissional
(GULLAN; CRANSTON, 2017). Dentro da entomologia há vários segmentos de
estudos como a entomologia forense, agrícola, veterinária, médica, taxonomia,
sistemática e morfologia.
A biologia classifica os seres vivos a partir de características comuns e
parentesco evolutivo, do geral para o particular, esse tipo de organização do
conhecimento tem o nome de taxonomia. As categorias são: reino, filo, classe,
ordem, gênero e espécie (MESSIAS, 2011). Os elementos usados para distinguir os
48

filos são “o número de células, simetria, forma e segmentação do corpo, a natureza


dos apêndices e a disposição dos órgãos internos” (BORROR; DELONG, 1969, P.
39). A unidade básica é a espécie, definida como seres vivos semelhantes com a
capacidade de reprodução de descendentes fecundos.
A classe Insecta, contempla os invertebrados com exoesqueleto, corpo
dividido em três segmentos (cabeça, tórax e abdômen), seis membros articulados,
olhos compostos e pares de antenas (CARRERA, 1963). Esta classe, que pertence
ao filo Arthropoda, representa uma grande biodiversidade, compreendendo
aproximadamente 1 milhão de espécies descritas, esse número pode ser incerto
pois algumas espécies foram registradas mais de uma vez. Muitos desses animais
ainda não foram descritos, e por isso a descrição de espécies é uma das principais
atividades dos entomologistas. As espécies descritas são divididas em ordens, das
quais cinco são preponderantes em termos numéricos, Coleoptera (besouros),
Diptera (moscas e mosquitos), Hymenoptera (vespas, abelhas e formigas),
Lepidoptera (borboletas e mariposas), Hemiptera (percevejos), cada uma dessas
ordens com mais de 100 mil espécies descritas. Há ainda as ordens Orthoptera
(gafanhotos, grilos e esperanças) Dermaptera (tesourinha) e Blattodea (baratas e
cupins), que apesar de terem números inferiores de espécies descritas, ainda
contam com grandes diversidades de espécies, com mais de 2 mil espécies
descritas em cada ordem. A proporção e a distribuição destes insetos variam de
acordo com geografia.
Para Gullan e Cranston (2017) a constatação que a ordem dos besouros é a
maior pode estar enviesada, já que estes insetos são predominantes de regiões
temperadas, onde existem maiores pesquisas entomológicas para a descrição de
novas espécies. Ao passo que as ordens Diptera e Hymenoptera são prevalentes
em regiões tropicais, com menos investimento de pesquisa (GULLAN; CRANSTON,
2017). Os insetos estão presentes em todas as regiões do globo terrestre e a
sobrevivência de espécies está associada a fatores ambientais e climáticos, uma
espécie de inseto do ártico, como o Isotoma saltans, não sobreviveria em um clima
tropical ou mesmo temperado (BARTH, 1972).
A relação dos insetos com outros seres vivos amplia os horizontes dos
estudos desta classe no reino animal. Inúmeros insetos podem ser considerados
neutros por não trazerem nem benefícios e nem malefícios para os homens e para
os outros animais. Outros são fecundadores de plantas, por isso a existências
49

desses animais são importantes para a continuidade de muitas plantas. Os insetos


também agem na distribuição de sementes e na destruição de fragmentos de
plantas mortas. As abelhas produzem mel que é usado pelos humanos, a cochonilha
(Dactylopius coccus) produz ácido carmínico que é usado em corante alimentício e
o bicho-da-seda que é a lagarta da mariposa (Bombyx mori) é produtor da seda. Os
insetos têm um ciclo de vida muito curto, se reproduzem facilmente em grandes
quantidades, por isso muitos são usados para estudos de genética, como é o caso
da Drosóphila spp (mosca das frutas). Assim como existem estes exemplos de
insetos com caráter utilitário, existem também insetos que são nocivos para outros
seres vivos por provocarem ou por serem vetores de doenças (como dengue,
chikungunya, febre amarela, malária), por serem pragas para agricultura, por serem
parasitas de outros animais (pulgas, piolhos), alguns são hematófagos se alimentam
de sangue de animais (mosquitos, percevejos, barbeiros). Acresce ainda as lagartas
urticantes que podem causar envenenamento como as lonomias e pragas
domésticas como as baratas e cupins (Blattodea). Por essa questão a entomologia
se fundamenta como um campo de conhecimento com aplicabilidade iminente,
conhecer o inseto significa pautar soluções sanitárias, aumentar a produção de
alimentos e outros fins comerciais, como também a permanência de outras espécies
de interação ecológica com os insetos (BORROR; DELONG, 1969, Barth, 1972).
As principais atividades dos entomologistas são a coleta, preservação,
curadoria e identificação de espécies. A identificação tem o propósito de comunicar
a informação sobre o inseto com exatidão, tanto para outras pessoas terem acesso
a esse conhecimento, como também para a aproximação de estudos já publicados
sobre o mesmo animal. A correta identificação necessita da preservação do
espécime para uma cautelosa análise das características morfológicas e
amplificação do Ácido Desoxirribonucleico (DNA). Posteriormente à identificação, a
conservação do espécime se faz necessário para comparar com outro espécime
coletada e para confirmar a identificação, e também como forma de registrar o que
foi estudado. Os espécimes geralmente são depositados em museus ou instituições
de pesquisa, para que outros pesquisadores possam usar estes exemplares para
outros estudos (GULLAN; CRANSTON, 2017).
A coleta envolve retirar os indivíduos da natureza com o auxílio de
equipamentos específicos e armadilhas, de acordo com a característica de cada
inseto. Na preservação e curadoria os insetos quando adultos são fixados com
50

alfinetes compatíveis com o tamanho do animal ou armazenados em frascos com


soluções de etanol no caso de insetos imaturos. Cada ordem de insetos tem uma
maneira adequada para a coleta e preservação. A atividade de curadoria inclui a
catalogação das informações sobre o espécime preservado. Essas informações
podem ser registradas em um caderno de campo no instante da coleta e
subsequentemente colocadas em etiquetas junto ao espécime, e também em bases
de dados. De acordo com Gullan e Cranston (2017) as informações essenciais para
o registro são:
Local – normalmente em ordem descendente deste país e estado (o seu
material pode ser de interesse não apenas local), município, ou distância de
locais identificados em mapa. Inclua nomes com base em mapas de
hábitats, tais como lagos, lagoas, pântanos, córregos, rios, florestas etc.
Coordenadas – preferencialmente utilizando um sistema de posicionamento
global (GPS, do inglês global position system) e citando latitude e longitude,
em vez de sistemas métricos não universais. De modo crescente, esses
locais são utilizados em sistemas de informação geográfica (GIS, do inglês
geographic information systems) e em modelos fundamentados em clima,
os quais dependem de um posicionamento preciso de área.
Altitude – extraída de um mapa ou de um GPS (uma vez que a precisão na
detecção da altitude aumentou).
Data – em geral em sequência de dias em números arábicos, mês
preferencialmente em letras abreviadas ou números romanos (para evitar a
ambiguidade de, por exemplo, 9.11.2001, que é 9 de novembro em muitos
países, mas 11 de setembro em outros), e ano, do qual o século pode ser
omitido. Dessa forma, 2.iv.1999 e 2 Abr.1999 são alternativas aceitáveis.
Identificação do coletor - uma breve identificação do projeto e quaisquer
códigos que se refiram ao caderno de campo
Método de coleta - qualquer associação a hospedeiros, ou registro de
criação e qualquer informação de micro-hábitat. (GULLAN; CRANSTON,
2017, p. 765 e 766)

A identificação de espécies é atividade fundamental dos entomólogos, por


isso muitos pesquisadores recorrem a uma rede de especialistas que se dedicam à
taxonomia. Na identificação são usadas chaves de identificação que são as
características morfológicas dos insetos. As fotografias servem para ilustrar esses
detalhes morfológicos, e para a divulgação do conhecimento entre o grupo de
interesse. Outro recurso é a identificação fundamentada em DNA e a utilização de
bases de dados de espécimes já identificadas (GULLAN; CRANSTON, 2017).
No Instituto Butantan (IB) os estudos de entomologia foram iniciados na
Seção de Parasitologia e Protozoologia, esta seção ainda em vigor, foi iniciada no
ano de 1930, passou por algumas gestões com focos em linhas de pesquisa e
atividades que foram alteradas ao longo do tempo. Abordaremos no próximo tópico
51

a trajetória da seção até a entrada de Lauro Travassos Filho, buscando entender


como essa área foi instituída ao longo dos anos dentro do Instituto Butantan.

3.2 A Seção de Parasitologia do Instituto Butantan (1930-1968)

No Instituto Butantan a Seção de Parasitologia e Protozoologia foi iniciada no


ano de 1930, era subordinada à seção de Ofiologia e Zoologia Médica, a vinculação
aparece nos Relatórios de Gestão como algo provisório pela situação financeira do
IB até a possibilidade de desmembramento e transformação em departamento
autônomo. O primeiro chefe da seção foi Alcides Prado que permaneceu na gestão
até 1935. Alcides Prado trabalhava com malariologia na Diretoria Geral do Serviço
Sanitário, ingressou no Butantan em novembro de 1930 e se dedica ao estudo da
entomologia e parasitologia, iniciando a organização das coleções da seção
(INSTITUTO BUTANTAN, 1930).
Alcides Prado se dedica principalmente ao estudo dos mosquitos e de outros
artrópodes de interesse médico. Nessa gestão constavam na coleção entomológica
40 frascos contendo insetos identificados e catalogados, 120 preparações
microscópicas, além de inúmeras gavetas com exemplares de Triatomíneos,
Muscídeos, Tabanídeos, Sirfídeos, Cerambicídeos, Formicídeos, Culicídeos e de
muitas famílias de Lepidópteros. Além da coleção entomológica, faziam parte a
coleção de helmintos armazenados em 40 frascos. Prado também realizava cursos
de Malariologia no Instituto Butantan e atuava no serviço de profilaxia de parasitoses
entre os alunos do Grupo Escolar Rural8 do Butantan e de pessoas próximas ao
Instituto Butantan (INSTITUTO BUTANTAN, 1931 a 1935).

8
O Grupo Escolar Rural do Butantan foi efetivado através do Decreto nº 6.047, de 19 de agosto de
1933 e normatizado em 03 de julho de 1935. Idealizado pelo então diretor do Instituto Butantan,
Afrânio do Amaral, a escola atendia os filhos dos funcionários e de pessoas da vizinhança, baseado
no ensino rural.
52

Figura 1 - Fotografia do Grupo Escolar Rural do Butantan

Alunos do Grupo Escolar Rural durante o aniversário da professora Noêmia. Data: 1940.
Fonte: Fundo Grupo Escolar Rural do Butantan. Acervo Instituto Butantan/Centro de
Memória.

Em 1935 a Seção de Protozoologia e Parasitologia se torna autônoma, passa


a ser chefiada por Flávio Ribeiro Oliveira da Fonseca e Alcides Prado se torna
assistente encarregado da Subseção de Parasitologia. Neste período a seção
continuou os estudos sobre os espécimes coletadas ou recebidas da Seção de
Ofiologia Médica. Flávio da Fonseca se dedicou principalmente nos estudos sobre
acarologia que era a sua área de especialidade, além de estudos sobre entomologia,
micologia, malariologia e protozoologia. Flávio da Fonseca organiza e sistematiza a
coleção acarológica que conta com milhares de exemplares, catalogados e
ordenados, sendo a maioria identificados como material tipo9 (INSTITUTO
BUTANTAN, 1935).

Em 1936 Flávio da Fonseca assume interinamente a direção do Instituto


Butantan, a Seção de Imunologia Experimental e Soroterapia, a Seção de Ofiologia
e Zoologia Médica e a Seção de Vírus e Virusterapia o que torna as pesquisas e o
trabalho desenvolvido na Seção de Parasitologia comprometidos, como as

9
É o espécime que o autor designou no momento da descrição de uma espécie, família ou gênero.
53

excursões científicas que não ocorreram no referido ano. Eram realizadas pelo
laboratório necropsias em animais para verificar a fauna parasitológica presente. O
laboratório também colaborava com o Serviço Especial da Defesa contra a Febre
Amarela (INSTITUTO BUTANTAN, 1936).

As excursões científicas eram feitas com o objetivo de coleta de espécimes e


contava com o apoio de colaboradores de outras seções e laboratórios do IB. No
Relatório de Gestão Anual de 1937, Flávio da Fonseca conta que houve muitas
excursões às Serras da Cantareira e na Estrada Piedade-Juquiá, os trabalhos de
coleta se iniciavam às 02:00 e terminavam por volta das 21:00. A Seção de
Protozoologia e Parasitologia contava com poucos funcionários, as pesquisas eram
conduzidas por Flávio da Fonseca com o apoio de dois a três assistentes ou
auxiliares a depender do ano. Foram descritas muitas espécies de insetos, ácaros e
protozoários e realizadas publicações em periódicos especializados nacionais e
internacionais.

A Seção de Protozoologia e Parasitologia prestava consultoria sobre assuntos


da parasitologia à outras seções do IB e para outras instituições e pesquisadores
como o Instituto Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, Office of the Trustees of the
Pacific Entomological Survey, de Londres, Chas. D. Radford, de Manchester, e para
o Dr. A. Ronna, do Rio Grande do Sul, por exemplo.

A fim de aumentar a variedade dos exemplares da coleção eram feitas


permutas entre instituições, como o Instituto Oswaldo Cruz e a Escola Paulista de
Medicina, principalmente de espécies exóticas. O laboratório recebia a visita de
estudantes e pesquisadores que se interessavam pelos estudos que estavam sendo
feitos na seção, como o estudo de protozoário e a micologia (INSTITUTO
BUTANTAN, 1938).
54

Figura 2 - Seção de Parasitologia. Biotério de animais silvestres

Fonte: Relatório de Gestão dos anos de 1938 a 1940. Fundo Instituto Butantan. Acervo
Instituto Butantan/Centro de Memória.

Está descrito no Relatório de Gestão Anual de 1941, que a partir dessa data a
seção passa se chamar apenas Seção de Parasitologia, sem no entanto alterar os
assuntos pesquisados e as atividades realizadas. Naquele ano houve a colaboração
com o Serviço de Profilaxia da Malária com a orientação de estudo das seções de
Sistemática, de Ecologia, de Protozoologia e de Enfermaria, da Estação
Experimental do Guarujá, bem como da Estação Experimental de Guaratinguetá.

Flávio da Fonseca além do estudo direcionado às questões da parasitologia,


também se ocupou da difusão sobre animais peçonhentos, ministrando cursos e
produzindo o livro “Animais peçonhentos”. Essa publicação foi motivada por sua
experiência como diretor do Instituto Butantan, em que verificou a falta de
bibliografia sobre este assunto, da qual o Instituto Butantan, já era universalmente
reconhecido (INSTITUTO BUTANTAN, 1944).
55

Figura 3 - Fotografia de Flávio da Fonseca com grupo de pessoas

Visita do Embaixador e Cônsul Geral da Áustria. Demonstração com serpente, da esquerda


para direita, 1º Jairo Mendes de Souza, 2º Dr. Flávio da Fonseca, 3º Dr. Wolfgang Bücherl,
o Cônsul Geral da Áustria Sr. Otto Hiller. Data: nov/55. Autoria: Alois Feichtenberger. Fonte:
Fundo Instituto Butantan. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

No Relatório de Gestão Anual de 1944, Flávio da Fonseca reclama que no


laboratório só tem um técnico superior para o estudo de cinco distintas áreas -
protozoologia, helmintologia, entomologia, acarologia e micologia. Para Fonseca
seria necessário mais especialistas no laboratório para potencializar as pesquisas e
as atividades que o laboratório demanda. Na falta de pessoas especializadas, Flávio
da Fonseca menciona que o auxiliar técnico da seção, o sr. Aristóteles Teixeira Leão,
se dedica na helmintologia, com trabalhos publicados sobre a fauna parasitária dos
ofídios.

Flávio da Fonseca deixou a chefia da Seção de Parasitologia no ano de 1946


para assumir o Serviço de Profilaxia da Malária, e com a saída de Flávio, Aristóteles
Teixeira Leão tornou-se o chefe da seção. No ano seguinte Flávio da Fonseca
retorna a chefia da Seção de Parasitologia, mas logo em seguida no ano de 1948
Aristóteles reassume a seção. Em 1949 Aristóteles entra em licença, neste ano com
a ausência de funcionários a seção de parasitologia não produz atividade científica,
o Dr. Wolfgang Bucherl fica responsável pela manutenção dos armários das
56

coleções fechadas, renovando todos os líquidos conservantes nos frascos. Neste


período, houve a entrada de novos espécimes, eles eram armazenadas e algumas
informações registradas, como a procedência, o remetente e data de entrada, na
tentativa de manter a coleção parasitológica bem conservada e organizada
(INSTITUTO BUTANTAN, 1946 a 1949).

De acordo com o Relatório de Gestão Anual de 1949, Flávio da Fonseca, que


neste período não estava presente na Seção de Parasitologia, retira com a
autorização da diretoria do Instituto Butantan, parte da coleção e o fichário
correspondente à catalogação das espécies, materiais que seriam do interesse de
sua pesquisa. O fato de Flávio da Fonseca ter levado parte da coleção
parasitológica e os arquivos pertinentes a elas com a autorização do diretor do
Instituto Butantan, evidencia o caráter pessoal com que a documentação de
pesquisa era tratada pelos pesquisadores, tomando como sua posse. Os relatórios
não explicitam se após o retorno de Flávio da Fonseca ao Instituto Butantan se ele
traz consigo a coleção ou não. Mas ao considerar que ele volta para a parasitologia,
o mais provável é que a coleção tenha retornado também.

Em 1951, assume a chefia da Seção de Parasitologia, José Manoel Ruiz, que


se dedica à classificação de espécies parasitos e na conservação da coleção do
laboratório. Mantém intercâmbio com instituições científicas nacionais e
estrangeiras, estudando os principais helmintos e protozoários parasitos,
veiculadores ou causadores de enfermidades humanas. Investiga os métodos de
profilaxia e de tratamento das doenças parasitárias do homem, visando o
aperfeiçoamento dos mesmos. Neste ano, Flávio da Fonseca retorna à seção de
parasitologia como pesquisador e executa exames coprológicos, de funcionários e
de suas famílias para o diagnóstico de parasitoses, solicitados pela Seção de
Veterinária do IB. José Manoel Ruiz se dedica ao estudo do Schistosoma mansoni ,
realizando excursões à Santos, para a coleta de Australorbis glabratus (caramujo
hospedeiro do Schistosoma mansoni), infestados ou não. José Manoel Ruiz também
desenvolve pesquisa sobre a Doença de Chagas, apresentando trabalhos em
eventos científicos (INSTITUTO BUTANTAN, 1951).
57

Figura 4 - Fotografia de caramujos

Caramujos. Foto colada na ficha da seção de fotografia nº1255, solicitação da seção de


parasitologia (Dr. Flávio da Fonseca). Ficha frente e verso. Autoria: J. Talarico. Data:
05/06/1940. Fonte: Fundo Instituto Butantan. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

No ano de 1953, Flávio da Fonseca retoma a direção da Seção de


Parasitologia e junto com José Manuel Ruiz ministram aulas no curso de Patologia
Experimental do Instituto Butantan. Além disso, Ruiz colabora como professor no
Centro de Estudos de Parasitologia na Escola Paulista de Medicina (Figura 4). Flávio
da Fonseca também participava de bancas de pós-graduação, livre docência e de
concursos públicos. Ele se tornou um dos maiores especialistas em ácaros, com
mais de 50 publicações e com a descrição de 70 espécies e 20 gêneros
(INSTITUTO BUTANTAN, 1953).
58

Figura 5 - Retrato de José Manuel Ruiz

Retrato do Dr. José Manuel Ruiz (assistente do Dr. Flávio da Fonseca) Centro de Estudos de
Parasitologia na Escola Paulista de Medicina. Fonte: Fundo Instituto Butantan. Acervo
Instituto Butantan/Centro de Memória.

Em 1956 é cedido para a Seção de Parasitologia as dependências do Horto


Oswaldo Cruz para os estudos de José Manuel Ruiz sobre esquistossomose. Com o
falecimento de Ruiz em 1959, os estudos de helmintologia, principalmente as
pesquisas sobre esquistossomose são interrompidas, Demar Perez é colocado para
dar continuidade a este trabalho, exigindo dele um período de adaptação para
assimilar as bases científicas desta área (INSTITUTO BUTANTAN, 1956 a 1959).

Em 1962, Flávio da Fonseca fundou a Sociedade Internacional de Acarologia


e se tornou membro do Comité Internacional da Revista “Acarologia”. No ano
seguinte, Flávio da Fonseca faleceu. Demar Perez assumiu a Parasitologia em 1964
até o ano de 1967, continuando os estudos sobre esquistossomose em parceria com
outras instituições como a Universidade de São Paulo (INSTITUTO BUTANTAN,
1962 a 1967).

Ao longo desses 40 primeiros anos, a Seção de Parasitologia foi o lugar em


que os pesquisadores desenvolveram pesquisas de acordo com a problemática de
afinidade do Instituto Butantan, as questões de saúde pública. Durante esta primeira
59

fase, de acordo com o pesquisador responsável, houve pesquisas sobre helmintos,


ácaros, entomologia médica e protozoários parasitos. A falta de estrutura em que
este e outros laboratórios do Instituto Butantan estavam condicionados é perceptível
pela composição dos funcionários do setor. Na Seção de Parasitologia sempre
houve poucos pesquisadores, em torno de 1 a dois especialistas, considerando que
o campo da parasitologia envolve o estudo de cinco principais grupos de animais
(protozoários, platelmintos, acanthocephalus e artrópodes), dependendo da área de
formação e atuação do pesquisador as pesquisas eram direcionadas com mais
ênfase a esses assuntos. No entanto, de acordo a documentação consultada
distinguimos atividades e pesquisas de vocação da Seção de Parasitologia,
que eram realizadas regularmente, instituindo-se como atividades e funções
deste laboratório:

● Excursões científicas - destinadas a coleta de espécimes e estudos do habitat


de animais;
● Incremento e manutenção de coleção zoológica, usadas para novos estudos;
● Necropsias de animais para investigação de fauna parasitária;
● Exames coprológicos na população para verificar a presença de parasitos;
● Estudos voltados para as questões de saúde pública (ácaros, doença de
Chagas, malária, febre amarela e esquistossomose).
● Publicações de artigos e participações em eventos científicos;
● Ministração de cursos e participações em bancas de programas de
pós-graduação;
● Parcerias com pesquisadores e outras instituições de pesquisa.

Lauro Pereira Travassos Filho assumiu a Seção de Parasitologia em 1969,


permanecendo até a sua aposentadoria no ano de 1988. Como a história da seção
está intimamente ligada ao pesquisador responsável, entraremos na biografia de
Travassos relacionando com as atividades desenvolvidas nas instituições de
atuação. Lauro Pereira Travassos Filho foi pesquisador em duas instituições
principais, no Departamento de Zoologia da Secretaria de Agricultura (1939-1969),
que posteriormente passou a se chamar Museu de Zoologia e na Seção de
Parasitologia do Instituto Butantan (1969-1988), destacados no próximo tópico.
60

3.3 Atuação profissional de Lauro Pereira Travassos Filho

Lauro Travassos Pereira Filho nasceu em 07 de fevereiro de 1918 no Rio de


Janeiro e faleceu em 1989. Era filho de Odette Pereira Travassos e Lauro Pereira
Travassos, eminente helmintologista do Instituto Oswaldo Cruz (SANTOS, 2010). Foi
casado com Bertha Edna Lane Travassos com quem teve três filhos (Eliana, Lauro
Guilherme, Ricardo), Bertha faleceu no ano de 1963. Em 1965 Travassos se casa
novamente com Delminda Vargas Travassos, ilustradora do Instituto Butantan,
gerando dessa união seu filho caçula, Lauro Travassos Neto.

Figura 6 - Retrato 3/4 de Lauro Pereira Travassos Filho

Fonte: Fundo Lauro Travassos Filho. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

Figura 7 - Retrato de Lauro Pereira Travassos

Retrato de Lauro Pereira Travassos, pai de Travassos Filho. Fonte: Fundo Lauro Travassos
Filho. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.
61

Ainda no Rio de Janeiro, Travassos seguiu o caminho do seu pai se


interessando no estudo da entomologia, principalmente os lepidópteros. Em São
Paulo, formou-se em biologia geral e zoologia (1936 e 1937) pela Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP) e em medicina pela
Escola Paulista de Medicina em 1940, se tornando especialista em entomologia.

Trabalhou no Departamento de Zoologia da Secretaria da Agricultura de São


Paulo, no ano de 1939 até 1969, ocupando as funções de biólogo, chefe da Estação
Biológica de Boracéia e chefe do Serviço de Invertebrados. Travassos participou de
excursões científicas para a coleta de espécimes, com a participação de renomados
cientistas da época, como Oswaldo Paulo Forattini, Hugo de Souza Lopes, Angelo
Moreira da Costa Lima, pesquisador e autor da coletânea ``Insetos do Brasil''.
Nessas expedições foram coletados espécimes da ordem Lepidoptera e Mantodea,
contabilizados mais de 30.000 exemplares para a coleção de lepidópteros noturnos
do Departamento de Zoologia, atual Museu de Zoologia da USP (MORAES, 1989).

Figura 8 - Prontuário de Lauro Pereira Travassos Filho no Departamento de Zoologia

Fonte: Acervo Museu de Zoologia/Centro de Memória.


62

Figura 9- Lauro Travassos Filho e grupo de pesquisadores

Fotografia frente verso de Lauro Travassos Filho e grupo de pesquisadores do Clube


Zoológico do Brasil (Fred, Clemente, Waldemar, Bagley, Damico, Romeu, Lauro, Antonio,
Mario). Araçatuba - São Paulo. Data: 15/01/1941. Fonte: Fundo Lauro Travassos Filho.
Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.
63

Figura 10 - Lauro Travassos Filho no Departamento de Zoologia

Lauro Travassos Filho no Departamento de Zoologia da Secretaria de Agricultura. Fonte:


Fundo Lauro Travassos Filho. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

Figura 11 - Laboratório de Travassos no Departamento de Zoologia

Laboratório de Lauro Pereira Travassos Filho no Departamento de Zoologia da Secretaria de


Agricultura. Fonte: Fundo Lauro Travassos Filho. Acervo Instituto Butantan/Centro de
Memória.
64

Junto com outros pesquisadores fundou a Estação Biológica de Boracéia em


1954, compreendendo aproximadamente 40 alqueires dentro de uma reserva de
matas primárias de floresta atlântica, atraindo os interesses de pesquisadores
dedicados em botânica e zoologia (TRAVASSOS FILHO; CAMARGO, 1958).
Após a chegada de Paulo Vanzolini no Departamento de Zoologia, Travassos
é desligado deste departamento e posteriormente convidado para assumir a direção
da Seção de Parasitologia do Instituto Butantan que estava desativada e se
encontrava em condições inconstantes desde e o falecimento de Flávio da Fonseca,
que chefiou a seção por muitos anos.

Figura 12 - Estação Biológica de Boracéia

Área da sede da Estação Biológica de Boracéia. Composto por: 1.Edifício de pesquisa. 2.


Depósito de adubos e ferramentas. 3. Residência do administrador. 4. Residência dos
biologistas. 5. Residência dos operários. 7. Cocheira. Fonte: TRAVASSOS FILHO;
CAMARGO, 1958

Travassos ingressou no ano de 1969 como chefe da Seção de Parasitologia e


em 1977 se tornou Pesquisador Científico, permanecendo no Instituto Butantan até
o ano de 1988, quando se aposentou. No ano seguinte, Travassos faleceu. Em
1968, a Seção de Parasitologia estava desativada e o Horto Oswaldo Cruz onde era
a sede se encontrava em péssimas condições. Ao assumir a direção da Seção de
Parasitologia em maio de 1969, Lauro Pereira Travassos Filho encontrou a em
situação anormal, pois embora no Nível Seção, estava diretamente ligada à Diretoria
65

de Divisão (vagas na ocasião) e à Diretoria Técnica, funcionando


administrativamente em Nível Serviço. Os equipamentos presentes no laboratório
estavam muito desgastados e desatualizados. No decorrer daquele ano, Travassos
analisou às solicitações de serviço interno e externo, e apresentou projeto de
mudança da Seção de Parasitologia para Serviço de Parasitologia, com 3 seções:
Protozoários, Helmintos e Hematófagos – Vetores, 2 dois setores: Coleção
Parasitológica e Biotério de Invertebrados. A ideia de Travassos era desenvolver
serviços de parasitologia independentes, mas dentro de um eixo integrado, essa
proposta não se efetivou visto a estrutura descrita nos Relatórios de Gestão
posteriores (INSTITUTO BUTANTAN, 1969).

Além de Travassos que chefiava a seção, faziam parte da equipe técnica


Therezinha de Jesus Heitzmann-Fontenelle (biologista), Mário Valentini Nogueira
(conservador de coleção). Este último tinha como função principal manter a
preservação e a ordem da coleção parasitológica e a coleção acarológica “Prof.
Flávio da Fonseca”, que fora desmembrada e nomeada em homenagem a Flávio da
Fonseca, pesquisador que durante muitos anos se dedicou ao estudo dos ácaros, se
tornando internacionalmente conhecido. Para esta equipe a preservação destas
coleções tinha uma grande importância, pois estes exemplares foram estudados por
diversos pesquisadores parasitológicos que passaram pelo Instituto.

Travassos no Relatório de Gestão do ano de 1969, conta que devido à


escassez de recursos naquele ano, as atividades da seção foram limitadas a uma
mínima rotina, com o estabelecimento de contatos com diversas entidades com
afinidade em parasitologia dentro e fora do Instituto Butantan no sentido de obter um
maior entrosamento com as mesmas, em benefício de trabalhos a serem
desenvolvidos na área da Saúde Pública. Apesar das circunstâncias de dificuldade e
de adaptação inicial, já no primeiro ano é desenvolvido pesquisa sobre a eliminação
de larvas de mosquitos e caramujos aquáticos em parceria com a Divisão de
Combate a Vetores.

Travassos e sua equipe se concentraram no trabalho de revisão e


conservação da coleção parasitológica, distribuída em 1.000 lâminas (20 caixas),
250 frascos com helmintos, 425 lotes de acarinos em tubos e 1.200 tubos com
naftalina. Realizaram exames coprológicos e na presença de parasitos, indicavam
66

medicação apropriada. As consultas eram atividades realizadas rotineiramente no


laboratório, consistem na identificação de animais trazidos por pessoas e quando o
animal era de interesse para o laboratório era guardado em coleção.

As pesquisas com esquistossomose foram continuadas na gestão de


Travassos, com a criação de caramujos vetores para a observação, já que os
caramujos recolhidos da natureza geram riscos de infestação. Foi criada a coleção
de insetos hematófagos como culicídeos e flebotomíneos, recolhidos durante o dia e
a noite, com o auxílio de armadilhas e de luz ultravioleta, depois de coletado o
material era encaminhado para identificação.

Foram realizadas parcerias com outros pesquisadores, como Hugo Souza


Lopes, do Instituto Oswaldo Cruz para o levantamento de moscas necrófagas da
família Sarcophagidae. E em colaboração com o Frei Walter Kempf, especialista
internacional em formigas, foi feito o levantamento desses insetos no Horto.
Therezinha Fontenelle, se dedicou na reunião de bibliografia e contatos com os
especialistas para a identificação de carrapatos não identificados da coleção de
parasitologia (INSTITUTO BUTANTAN, 1969).

Pela vocação do Instituto Butantan em ser uma instituição de pesquisa em


saúde pública, Travassos que já pesquisava os lepidópteros, enfatiza as larvas
urticantes que causam acidentes em humanos, que são larvas das mariposas. No
Museu de Zoologia ele se dedicava mais às borboletas. Travassos foi o responsável
por unificar as coleções de insetos que estavam dispersos pelo Instituto Butantan,
segundo Roberto Henrique Pinto de Moraes em entrevista concedida, nessa época
ainda não havia um setor para as coleções zoológicas, como hoje existe o
Laboratório de Coleções Zoológicas, as coleções não eram vistas como oficiais para
a instituição. No Instituto Butantan, Travassos não participa de excursões científicas
para coleta de animais, se dedicando mais nas questões da instituição. Pela sua
formação em medicina, também colaborou com o Hospital Vital Brazil.10

Foram realizados estudos sobre o ciclo evolutivo dos barbeiros com espécies
recebidas de outras regiões do país, inseto causador da doença de Chagas, com o
objetivo de tomar conhecimento de sua biologia para experimentação de
10
Informações retiradas da entrevista com Roberto Pinto de Moraes, realizada no dia 30 de junho de
2022.
67

praguicidas. A coleção parasitológica era muito consultada por especialistas de


diferentes áreas, com destaque para os pesquisadores internacionais que
estabeleciam colaborações de pesquisa (INSTITUTO BUTANTAN, 1970).

Lauro Travassos Filho realizava viagens a fim de comparar os insetos


coletados em outras localidades, com os insetos guardados na coleção
parasitológica, como os barbeiros no Instituto Oswaldo Cruz e no Museu Nacional.
As viagens também eram realizadas para o acréscimo de exemplares para a
coleção. A coleção de insetos agressivos foi incrementada pelo recebimento de
espécimes do Hospital Vital Brazil (INSTITUTO BUTANTAN, 1971). Em 1975, Nélida
M. Lizaso fica responsável pela coleção acarológica, que se desvincula da coleção
da parasitologia (INSTITUTO BUTANTAN, 1975).

Além de Lauro Pereira Travassos Filho, que era chefe da seção, a equipe
técnica da seção era formada por Theresinha Heitzmann-Fontenelle, Rosa Maria de
Oliveira Veiga, Antonio Roberto Ali e Ana Maria Marassá. Na ausência de Travassos,
Roberto Henrique Pinto de Moraes, biologista da seção, respondia pela
Parasitologia.Travassos assume a edição da revista Studia Entomológica em 1976 e
designa a sua equipe para revisarem os artigos que eram submetidos à revista.
Roberto lembra que essa experiência foi muito boa para a sua formação. A Revista
Studia Entomológica foi fundada pelos freis Thomás Borgmeier e Walter Wolfgang
Kempf em 1958.

Na seção de parasitologia Roberto se especializa nos Lepidópteros seguindo


o caminho de Travassos e desvirtuando do seu desejo inicial de estudar os parasitas
clássicos como os helmintos e protozoários. Roberto começou a trabalhar no estudo
das lagartas urticantes. Por intermédio de Travassos foi apresentado ao Evoneo
Berti Filho, professor da ESALQ/USP, que se torna seu orientador de mestrado
originando a dissertação “Identificação dos inimigos naturais de Lonomia obliqua
Walker, 1855 (Lepidoptera, Saturniidae) e possíveis fatores determinantes do
aumento da sua população”. Evoneo tinha uma relação muito próxima de Travassos,
a qual chamava de seu padrinho (no sentido acadêmico) e Travassos retribuía ao
chamá-lo de seu afilhado11.

11
Informações retiradas da entrevista com Roberto Pinto de Moraes, realizada no dia 30 de junho de
2022.
68

Figura 13 - Rosa Maria de Oliveira Veiga na Seção de Parasitologia

Rosa Maria de Oliveira Veiga (de roupa xadrez) e auxiliar de laboratório não identificada
(avental branco) na Seção de Parasitologia. Fonte: Fundo Instituto Butantan/Centro de
Memória

Figura 14- III Congresso Brasileiro de Bioteristas e Entidades Afins

Imagem da platéia no III Congresso Brasileiro de Bioteristas e Entidades Afins. Na primeira


fileira Rosa Maria de Oliveira Veiga e Lauro Travassos Filho, na segunda fileira no canto
direito Roberto Henrique Pinto de Moraes. Fonte: Fundo Instituto Butantan/Centro de
Memória
69

A seção também realizava cursos sobre insetos agressivos, participava de


eventos científicos e publicava trabalhos em revistas especializadas. Travassos se
aposenta em 1988 e Roberto Pinto de Moraes se torna o responsável pela seção de
parasitologia INSTITUTO BUTANTAN, de 1972 a 198812).

Nos estudos de Lauro Pereira Travassos Filho focados na entomologia


abarcam pesquisas sobre ácaros, insetos agressivos e larvas urticantes,
dismorfismo e dicromatismo sexual em lepidópteros, controle biológico baseados em
dados sobre as etapas evolutivas de classificação bionômica, combate a insetos
vetores de doenças e insetos parasitos.

Travassos também atuou na docência, foi professor do curso do curso de


pós-graduação na disciplina de Taxonomia de Insetos na Escola Superior de
Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP). Nesta
instituição também participou de bancas de avaliação de cursos de pós-graduação
(MORAES, 1989).

Figura 15 - Fotografia de Lauro Pereira Travassos Filho

Lauro Pereira Travassos Filho na Seção de Parasitologia do Instituto Butantan. Fonte:


Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.
12
Os Relatórios de Gestão de 1972 a 1988 são pouco descritivos, apresentando poucas informações
sobre a Seção de Parasitologia.
70

Quadro 1 - Trajetória Profissional de Lauro Travassos Filho

Período Cargo Instituição

1935 - 1937 Assistente de Parasitologia Escola Paulista de Medicina

1937 - 1939 Assistente de Biologia Colégio Universitário - USP

1939 - 1969 Biólogo Departamento de Zoologia da Secretaria


de Agricultura de São Paulo

1959 - 196(?) Chefe da Estação de Boracéia Departamento de Zoologia da Secretaria


de Agricultura de São Paulo

1960 - 1969 Chefe do Serviço de Departamento de Zoologia da Secretaria


Invertebrado de Agricultura de São Paulo

1969 - 1977 Biólogo Instituto Butantan

1969 - 1988 Chefe da Seção de Parasitologia Instituto Butantan

1972, 74 e 77 Professor de Taxonomia de Faculdade Superior de Agricultura “Luiz


Insetos de Queiroz”/USP

1977 - 1988 Pesquisador Científico Instituto Butantan


Fonte: SILVA, 2019.

Além da entomologia que era sua área de especialidade por excelência,


Travassos também tinha interesse por estudos em botânica. Era frequentador do
Instituto Botânico, membro da Sociedade Brasileira de Floricultura e editor da
Revista Flores do Brasil. Nesta revista, publicou artigos sobre a relação da
entomologia e o cultivo de plantas. Foi membro de diversas sociedades e revistas
científicas (Quadro 2). As publicações de Lauro Travassos Filho contabilizam 76
artigos científicos e de divulgação científica (anexo 1).
71

Quadro 2 - Atuação de Lauro Travassos Filho em Sociedades Científicas

Sociedade Ocupação

Academia Brasileira de Ciências Membro

American Entomological Society, B.S.A Sócio

Associação para defesa da Flora e da Fauna, SP Sócio fundador e membro da diretoria

Clube Zoológico do Brasil - SP Sócio fundador

Entomological Society of Southern Africa Sócio.

Lepidopterists Society, USA Sócio fundador

Museu de Ciência e Técnica, SP Sócio fundador e conselheiro

Organização Internacional de Controle Biológico Membro

Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, GB Sócio.

Sociedade de Biologia de São Paulo, SP Sócio

Sociedade Brasileira de Entomologia, SP Sócio fundador, vice presidente


Presidente

Sociedade Brasileira de Floricultura, SP Sócio, Diretor Cultural e editor da


Revista “Flores do Brasil”

Sociedade Brasileira de Zoologia, RJ, Sócio fundador

Associação Brasileira de Bioteristas, SP Sócio fundador

Sociedade Entomológica da Brasil Sócio fundador


Sócio honorário

Fonte: SILVA, 2019.

Depois de investigarmos a trajetória e as funções da Seção de Parasitologia e


de Lauro Travassos Filho, abordaremos os registros documentais provenientes das
práticas científicas no campo da entomologia e parasitologia.
72

3.4 Os arquivos da parasitologia e entomologia

No cotidiano de atuação dos entomólogos há uma grande produção


documental, muitas atividades necessitam do aportes de registros de informações,
que são concebidos em diferentes suportes materiais ou digitais. Por seu caráter de
observação e análise a entomologia se utiliza de fotografias e ilustrações científicas
para apoiar as pesquisas e documentá-las. Esses registros iconográficos, muitas
vezes estão associados a textos o que contribui para a identificação e a relação dos
documentos e de seus contextos.

Figura 16 - Brassolis Astyra Dodart

Fotografias do dossiê de criação do artigo científico "Xanthozona Melanopyga (wiedman,


1830) (Diptera: Tachinade) Predadora de Brassolis Astyra Dodart, 1824 (Lepidoptera:
Brassolidae, Praga das Palmeiras). No dossiê contém bibliografia, recorte de livro,
anotações, rascunhos, fotografias e versões manuscritas e datilografadas do artigo. Fonte:
Fundo Lauro Travassos Filho. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.
73

As fotografias acima foram usadas para o estudo e a produção de artigo


científico. Na primeira e segunda fotografia constam as larvas da mariposa Brassolis
Astyra Dodart, 1824, popularmente conhecida como lagartas das palmeiras,
encontradas em ambiente natural e na terceira fotografia a mesma espécie mais
madura evidencia seus detalhes morfológicos.

Figura 17 - Euchromiidae

Na imagem à direita colagens de fotografias científicas com detalhes morfológicos de


lepidóptero, usadas para a composição de artigo científico. À esquerda a mesma imagem
reproduzida na publicação do artigo “Contribuições para o conhecimento dos Euchromiidae,
Gênero Isanthrene Huebner (Lepidoptera)”. Fonte: Fundo Lauro Travassos Filho. Acervo
Instituto Butantan/Centro de Memória.

No arquivo de Lauro Travassos Filho encontramos documentos que


evidenciam o processo de criação do artigo científico, como vimos na figura 17, além
dessas colagens compõem os dossiês de elaboração de artigo científico, anotações,
rascunhos, fotografias e versões manuscritas e datilografadas do artigo.
74

Figura 18 - Euchromiidae de Salobra

Fotografias do dossiê de criação do artigo científico "Euchromiidae de Salobra". Contém


anotações, rascunhos, fotografias e versões manuscritas e datilografadas do artigo. Fundo
Lauro Travassos Filho. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

As fotografias acima são da espécie Euchromiidae de Salobra, a numeração


das fotografias refere-se ao número tombo da espécime, que provavelmente foi
incorporada na coleção entomológica do Departamento de Zoologia, quando
Travassos atuava.
Por outro lado, nos arquivos pessoais de cientistas é habitual encontrarmos
fotografias de animais sem identificação ou fotografias sem vinculação a outro
documento que permita vislumbrar o seu significado enquanto vestígio de uma ação
e o que está representado.
75

Figura 19 - Fotografias sem identificação

Fotografias sem descrição, soltas na documentação, sem relação aparente com outros
documentos. Fonte: Fundo Lauro Travassos Filho. Acervo Instituto Butantan/Centro de
Memória.

A figura 20 apresenta a fotografia de instrumento chamado termo-higrômetro,


utilizado para medir a temperatura e umidade do ambiente, gerando gráficos com a
variação. A figura 21 é um fichário com anotações diárias de um experimento
envolvendo espécimes de caramujos (Pomacea sp), os exemplares de animais
foram numerados, são anotados o tamanho dos animais, a temperatura e umidade
do dia, caso o animal morresse a informação também era registrada. Possivelmente
o termo-higrômetro foi utilizado para fazer o estudo do caramujo, possibilitando o
controle ambiental.

Figura 20 - Termo-higrômetro

Na imagem acima instrumento para controle de temperatura e umidade (termohigrômetro),


ao lado gráfico gerado com as medições. Fonte: Fundo Lauro Travassos Filho. Acervo
Instituto Butantan/Centro de Memória.
76

Figura 21 - Fichário de anotações de experimento

Observação do tamanho de caramujos "Pomacea sp". Data: 1979. Fonte: Fundo Lauro
Travassos Filho. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

Os cadernos de consulta (figura 22) foram documentos usados rotineiramente


na Seção de Parasitologia, instaurados na gestão de Travassos, foram continuados
por Roberto Moraes quando ele assumiu a Seção de Parasitologia. Nesses
cadernos que na verdade eram fichas que posteriormente foram encadernadas ou
mantidas em formato de fichário, eram registradas informações sobre o recebimento
de insetos na seção. Os animais eram classificados e quando eram do interesse do
laboratório eles eram incorporados na coleção zoológica. Em entrevista, Roberto
Moraes diz que para ele esses documentos são os melhores representantes da
rotina e das atividades da Seção de Parasitologia, como testemunhos da prática do
laboratório13.
13
Informações retiradas da entrevista com Roberto Pinto de Moraes, realizada no dia 30 de junho de
2022.
77

Figura 22 - Cadernos de consulta

Cadernos de consulta da Seção de Parasitologia. Data: 1985. Fonte: Fundo Instituto


Butantan Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

Encontramos nos documentos provenientes da Seção de Parasitologia, o


inventário da coleção entomológica do ano de 1938 (Figura 23), nesse período
Flávio da Fonseca era o responsável pela seção e pela curadoria das coleções
parasitológicas, incluindo a entomológica.
78

Figura 23 - Inventário da coleção entomológica

Inventário da coleção entomológica. Data: 1938. Fonte: Fundo Instituto Butantan. Acervo
Instituto Butantan/Centro de Memória.

Figura 24 - Fichário de estudos

Fichário de estudos sobre esquistossomose. Data: 1977. Fonte: Fundo Instituto Butantan
Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.
79

Cadernos e fichários de estudos (Figura 24) trazem anotações de pesquisas,


como resumos, referências bibliográficas e apontamentos sobre experimentos. Os
diários de campo trazem anotações do cotidiano de expedições científicas em que
os entomologistas estudam os insetos na natureza e coletam os espécimes para
pesquisa e preservação em coleções.

Figura 25 - Versões de artigo científico

Na primeira imagem artigo publicado “Excursão científica à Porto Cabral, Margem Paulista
do Rio Paraná. Na segunda imagem há uma versão do artigo datilografada. Fonte: Fundo
Lauro Travassos Filho. Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória.

A correspondência também é uma fonte muito rica em termos de informação,


trazendo elementos sobre o modo de se fazer ciência na época de atuação de
Travassos. Por meio da comunicação entre cartas Travassos e outros pesquisadores
trocavam informações científicas, estabeleciam colaborações, solicitavam materiais,
espécimes de insetos e bibliografias. Esses documentos evidenciam que a ciência
se faz de forma coletiva e cumulativa. Além destas redes de colaboração científica,
nas cartas também notamos os laços de amizade, que em meio aos assuntos
científicos presentes, os assuntos pessoais e familiares se misturam.
80

O dossiês de trabalho científico (Figura 25) são importantes fontes para a


história da ciência, pois reúnem todo o material intelectual utilizado na produção do
artigo científico (rascunhos, anotações, relatórios, fotografias, separatas, diário de
campo, referências bibliográficas e versões dos artigos científicos antes da
publicação). A docência também é representada no arquivo de Travassos,
compreende programas de cursos, esquemas de aula, avaliações e lista de
frequência. Fazem parte do arquivo pessoal documentos de instituições em que
Travassos atuou, como sociedades e revistas científicas, o Clube Zoológico do Brasil
e o Departamento de Zoologia. Esses documentos foram trazidos e acumulados por
Travassos no Instituto Butantan.
Como abordado, os registros da atividade científica estão guardados nos
fundos institucionais e nos fundos pessoais, estes limiares às vezes não aparecem
de forma clara, Travassos guardou consigo documentos institucionais de sua
atuação e trouxe ao Instituto Butantan. Roberto Moraes em entrevista14 esclarece
sobre a preservação da documentação pessoal de Travassos na Seção de
Parasitologia, segundo ele, Travassos arquivava tudo em seu laboratório e fazia dele
a sua casa. Após o seu falecimento, Delminda Vargas Travassos (esposa de
Travassos, que também era desenhista do Instituto Butantan), recolheu parte dos
documentos pessoais dele. Os demais foram deixados no laboratório até a
transferência para o Núcleo de Documentação15.
Apesar da seleção de documentos por Delminda Vargas Travassos, não
notamos na acumulação de Travassos artificialidade como forma de forjar uma
imagem de si, como abordado por parte da literatura da área. Identificamos que
Travassos guardava ao mesmo tempo documentos de suas pesquisas e papéis
triviais, como anotações em guardanapo, santinhos e folders de produtos. Já que
não encontramos muitos documentos referentes à sua família, tudo indica que foram
estes papéis que Delminda guardou para si.
Nos arquivos pessoais de cientista, como o Fundo de Lauro Travassos Filho,
vislumbramos os estágios preparatórios das produções científicas, a comunicação
entre pesquisadores, anotações e estudos, fotografias e ilustrações de insetos,

14
Informações retiradas da entrevista com Roberto Pinto de Moraes, realizada no dia 30 de junho de
2022
15
Em 2019 é criado o Centro de Memória que agrupa as equipes do Núcleo de Documentação e do
Laboratório de História da Ciência, passando a gerir os acervos arquivísticos e museológicos do
Instituto Butantan e realizar pesquisa em história da ciência, saúde e história institucional.
81

dentre outros muitos exemplos, que configuram o arquivo como de interesse cultural
e científico para a sociedade, ao passo que se caracteriza como registros de
processos científicos, como também da trajetória de seu titular e da memória de
instituições, que estão abarcadas nos documentos.
Devido a importância de preservação e disponibilização destes conjuntos
documentais para pesquisa, no próximo capítulo discutiremos a representação e a
organização arquivística destes documentos.
82

4 ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO EM ARQUIVOS DE CIENTISTAS

Os arquivos pessoais de cientistas expressam a memória científica e cultural,


e ao lado de outros arquivos, colaboram para o entendimento da civilização
moderna. Os documentos de cientistas são vestígios de uma história, que envolve
pessoas, instituições, saberes, funções, criações e pesquisas, bem como
testemunham as atividades de laboratório e outras do cotidiano. Estes documentos
foram produzidos pelo efeito de ação que necessitava de um registro textual,
audiovisual, iconográfico ou sonoro. A estes documentos foram atribuídos valores
sociais e culturais pelo pesquisador, família ou instituição e por isso foram
preservados (SANTOS, 2010).

Por isso, é fundamental a preservação e o acesso a estes documentos. A


representação dos documentos tem como objetivo facilitar a recuperação das
informações, através de instrumentos de pesquisa produzidos para os usuários
(LOPEZ, 2002).

Smit (2013) aponta que o termo recuperação é pouco utilizado na bibliografia


arquivística, aparecendo com o sentido associado a busca em sistemas
informatizados ou simplesmente como localização da informação desejada,
independente do meio para isso, sendo importante o apoio de instrumentos de
pesquisa.

O termo acesso aparece com mais frequência na literatura, mas com


conotações muitas vezes divergentes, podendo ser correspondente ao termo
recuperação “usuário alcança a informação desejada” (CRUZ MUNDET, 2011 apud
SMIT, 2013, p. 14), o acesso como direito do cidadão à informação ou como uma
função arquivística: promover a utilização de documentos. Portanto, o acesso se tem
como premissa uma atividade intelectual, na medida que se criam condições para
disponibilizar os documentos e em caráter legal, direito à informação e as restrições
em casos de sigilos.

A viabilização da recuperação e o acesso aos documentos acontece por meio


de processos intelectuais de organização e representação do conhecimento. Para
Hjørland (2008) a organização e representação do conhecimento operacionaliza e
conceitua atividades como catalogação dos documentos, indexação e classificação
83

em instituições colecionadores. No âmbito da arquivística, a organização e a


representação do conhecimento se manifesta nos processos de descrição e
classificação documental (TOGNOLI; BARROS, 2015). A linguagem constitui-se
como cerne fundamental, impressa nos registros documentais e como recurso de
recuperação da informação orgânica, manifestada em instrumentos de pesquisa.

A linguagem natural presente nos documentos é produto de atividades


humanas, que em sua originalidade derivam de uma funcionalidade específica.
Enquanto que os mecanismos de representação e organização, através da
linguagem representam a informação documental, tornando passível de recuperação
e acesso, situando como a linguagem para revelar o documento (ALENCAR;
CERVANTES, 2019). Por isso, exerce o esforço de sintetização, generalização e
agrupamento, sendo a intenção de comunicar o documento através de padronização
uma re-apresentação do conteúdo do documento. Em uma abordagem direcionada
aos usuários, Smit (2013) acrescenta que: “não há acesso sem organização, e uma
organização que não vise ao acesso não se justifica” (p. 15).

Em um cenário de globalização e informatização surge a Norma Geral


Internacional de Descrição Arquivística, (ISAD(G)), com o objetivo de criar padrões
para a atividade fundamental da arquivologia, a descrição documental (CONSELHO
INTERNACIONAL DE ARQUIVOS, 2000). Esta norma internacional seria a base
para os países formarem a sua própria norma. No Brasil, a Norma Brasileira de
Descrição Arquivística (NOBRADE) foi criada com o objetivo de normatizar a
descrição em âmbito nacional (BRASIL, 2006). Além disso, foi criado pelo Conselho
Internacional de Arquivos a Norma Internacional de Registo de Autoridade
Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias, (ISAAR (CPF))
que pretende padronizar a criação de registros de autoridades para atores
relacionadas à produção, acumulação ou uso documentos em arquivos
(CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS, 2004).

Nesta seção pretendemos trazer discussões sobre os processos de


organização e representação do conhecimento em arquivos, como mecanismos de
recuperação da informação, e problematizar as normas de descrição que pretendem
uniformizar essa prática entre os arquivos. Considerando que os arquivos de
cientistas configuram patrimônio científico e cultural inestimável, que também
84

precisam ser representados, analisaremos a aplicabilidade das normas


internacionais, ISAD(G) e ISAAR (CPF), e a NOBRADE, nos fundos pessoais de
cientistas. Para isso, faremos uma revisão da literatura sobre os processos de
classificação e descrição arquivística e análise exploratória das normas.

4.1 Classificação em arquivos: definições e trajetórias

A classificação e a descrição arquivísticas são atividades vistas


historicamente como sendo essenciais nas práticas de arquivos, viabilizando a
preservação e o acesso, entendidas como representações de arquivos (BARROS,
2016).

Na classificação, os documentos são organizados de acordo com as


funcionalidades do órgão produtor. O agrupamento dos documentos de arquivos em
séries, entendidas como conjuntos de um mesmo tipo documental, coloca em
evidência as funcionalidades da existência desses registros e os identifica como
comuns, servindo como pontos de acesso para sua recuperação.

A classificação, como a descrição se destina tanto para o controle interno


quanto para o acesso, o esquema de classificação deve ter em vista a
contextualização dos documentos, por isso devem ser expressos suas relações com
outros documentos e com o todo. Pois nos fundos arquivísticos a associação entre
os documentos é fundamental para o seu sentido, enquanto inscrição de uma
atividade geradora. Este vínculo entre os documentos de arquivos revela a
potencialidade em termos de informação que os documentos carregam. Visto que
os documentos foram produzidos por uma atividade, a principal orientação para sua
identificação está na incumbência de reconhecer a gênese documental, a ação que
representam ou que viabilizam (SMIT, 2013).

A descrição e a classificação operam por meios linguísticos, sobre isso Smit


chama atenção que apesar da linguagem ser naturalizada nas práticas de
representação, ela deveria ser ponto de reflexão pois:

● os termos não são neutros e os documentos do arquivo não serão


forçosamente consultados no mesmo momento em que foram descritos
ou por usuários que compartilham a mesma rede semântica dos
arquivistas;
85

● a língua é viva, se altera ao sabor dos neologismos, das modas, dos grupos
sociais e dos momentos;
● o mesmo usuário, de acordo com a necessidade do momento, é capaz de
recorrer a palavras diferentes para designar o mesmo conjunto de
documentos (SMIT, 2013, p. 17).

A importância da linguagem está ligada ao acesso aos documentos,


superando a organização para o controle interno, que se for considerada apenas
para esse fim pode ser feita sem critério. Assim a adoção de padrões de descrição e
controles de vocabulário se torna muito importante para atender aos usuários de
arquivos (SMIT, 2013).

Atualmente está consagrado na literatura, a classificação em arquivos que


tem como base as funcionalidades e estruturas do produtor documental,
baseando-se no princípio da proveniência, mas nem sempre a classificação foi
entendida deste modo, por influências de outras áreas do saber e pelo contexto da
época, a concepção de classificação em arquivos sofreu importantes mudanças ao
longo da história (SOUSA, 2006).

A questão da organização de documentos sempre foi pautada pela


humanidade na medida em que surgiam os registros textuais (SCHELLENBERG,
2002). As formas de organização de documentos compreendiam assuntos,
cronologias, tipos de documentos, locais, ou estruturas e as atividades do órgão
produtor. Até o século XVII era prevalente a organização por cronologia, alguns
poucos casos traziam documentos classificados por origem (ROUSSEAU;
COUTURE, 1998 apud SOUSA, 2006).

Na França, no período até a Revolução Francesa, o Arquivo Nacional contava


com documentos de diferentes origens mesclados e com organização pautada em
assuntos, ordem cronológica e valores, como a seção histórica. Com esse método
foi perdido a distinção da origem do documento. A classificação por tema era
reflexo da influência de outras áreas do saber como a biblioteconomia, que em seu
método de classificação se aproximava de classificações científicas, como a
biológica, por exemplo. O advento da Revolução Francesa e a criação de escolas
arquivísticas reorientam as noções de arquivo, entendidos como propriedade pública
aberta aos cidadãos e coloca a necessidade de preservar o contexto documental,
surgindo o princípio arquivístico do respeito aos fundos, ditando que não se deve
86

misturar conjuntos de diferentes proveniências, e um conjunto documental de um


mesmo produtor deve se manter íntegro (DUCHEIN, 1986).

No século XIX, o Manual dos Holandeses (1997) aparece com um marco da


arquivística moderna elencando princípios e orientações para a classificação e
descrição em arquivos, como a classificação interna dos fundos e o princípio da
ordem original.

Um outro marco é a obra de Schellenberg que insere o problema do aumento


exponencial de documentos do setor público e por isso inaugura a questão da
avaliação de documentos. Schellenberg diferencia a organização em arquivos
correntes (classificação), e arquivos permanentes (arranjo), para ele as idades
arquivísticas têm usos distintos e por isso a organização deve ter em mente este
tratamento específico. Além do arranjo ter sua organização em torno de um órgão
produtor, a organização interna do fundo deveria ser baseada em uma atividade
orgânica (SCHELLENBERG, 1980).

Bellotto (2006) defende que o fundo corresponde ao primeiro nível de


organização, referente ao conjunto de um mesmo produtor, em outro nível de divisão
a estrutura organizacional e por último a tipologia documental, de acordo com uma
atividade geradora. Essa autora acrescenta que no Brasil consagrou a concepção
de Schellemberg, adotando arranjo para arquivos permanentes e classificação para
arquivos correntes.

No Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005), os termos,


arranjo e classificação, aparecem de forma dúbia e confundindo-se também ao
termo arquivamento:

Arranjo Seqüência de operações intelectuais e físicas que visam à


organização dos documentos de um arquivo(1) ou coleção, de acordo com
um plano ou quadro previamente estabelecido. Ver também o método de
arquivamento, método de arquivamento, nível de arranjo, quadro de arranjo
e sistema de arranjo. (p. 37)

Classificação 1 Organização dos documentos de um arquivo(1) ou coleção,


de acordo com um plano de classificação, código de classificação ou quadro
de arranjo. 2 Análise e identificação do conteúdo de documentos, seleção
da categoria de assunto sob a qual sejam recuperados, podendo-se-lhes
atribuir códigos. 3 Atribuição a documentos, ou às informações neles
contidas, de graus de sigilo, conforme legislação específica. Também
chamada de classificação de segurança. Ver também desclassificação,
documento classificado e documento classificado documento sigiloso. (p.
49)
87

Como vimos, essas definições não trazem distinção entre a organização de


documentos em arquivos correntes e permanentes, os termos arranjo e classificação
aparecem como sinônimos. Para evitar confusões, usaremos neste trabalho o termo
classificação também para os arquivos permanentes, por considerá-lo mais
abrangente, que inclui uma dimensão organizacional intelectual e física dos
documentos.

Dado que a classificação em arquivos tem uma estrutura hierárquica, do geral


para o particular, o todo (o fundo) é dividido em seções, subseções e séries,
refletindo a estrutura, as funções e atividades do produtor. A classificação é uma das
atividades centrais do arquivista, a partir das informações sobre o sujeito gerador da
massa documental, “ele constrói uma representação ideológica, que revela o sentido
e o conteúdo das relações entre os documentos” (SOUSA, 2006, p. 137).

4.2 Descrição: a produção de conhecimento sobre o arquivo

O plano de classificação deve ser feito primordialmente antes da descrição,


para se conceber a correlação entre os documentos da mesma série, do mesmo
grupo e do mesmo fundo, evidenciando a relação entre os documentos. Bellotto
(2006) considera que a descrição deve ser feita por profissionais especializados
para garantir que os documentos sejam aproveitados como fontes para pesquisa
histórica, por isso os instrumentos de pesquisa devem ser feitos considerando o
trabalho do historiador, seu vocabulário e seus questionamentos.

A descrição é o recurso pelo qual as informações contidas nos documentos


são inseridas, de acordo, com a análise das características em dois pontos
principais: 1. substanciais – “indicando-se unidade de organização, funções,
atividades, operações, assuntos”; 2. estruturais – “indicando-se esquema de
classificação adotado, unidades de arquivamento, datas abrangentes, classes ou
tipos físicos dos documentos, quantidade” (HAGEN, 1998, p. 2).

Todos os documentos de arquivo devem ser descritos, inobstantemente à sua


forma ou suporte. Em relação à aplicação da descrição em todas as idades
arquivísticas não há consenso entre os especialistas. Bellotto (2006) considera que
a atividade de descrição é própria dos arquivos permanentes, enquanto que nos
88

arquivos intermediários e correntes, devem apenas fazer planos de classificação


capazes de auxiliar na recuperação de dados. Para Heredia Herrera (1995), Lopes
(1997) e Costa et. al (2016) a descrição deve ser feita em todas as fases
arquivísticas, podendo diferir os campos descritores e o detalhamento em que são
preenchidos. Já Rodrigues (2003) considera que a descrição em todas as fases está
no plano ideal, pois considerando a realidade dos arquivos, é uma tarefa difícil de
ser empreendida.

Há uma clara visão que quanto maior e mais exaustivo forem os elementos
de descrição, independentemente da idade da documentação, maior será o
potencial de recuperação e o acesso às informações. Além disso, a descrição dos
documentos na fase corrente contribui para um melhor processamento dos
documentos a serem preservados, favorecendo a descrição na fase permanente. No
entanto, essas ações demandam recursos humanos e financeiros, o que acaba
tornando a prática descritiva direcionada apenas aos arquivos permanentes.

De acordo com Bellotto (2006), a teoria das idades arquivísticas diz respeito
ao ciclo de vida dos documentos. As diferentes fases de vida demonstram
necessidades diferentes de descrição, que podem ser incrementadas ao longo da
vida de um documento. A fase corrente é a idade de criação dos documentos, com
uso primário e cotidiano. Na fase intermediária os documentos também têm valor
primário, com uso administrativo ou jurídico, mas são consultados com menos
frequência, são guardados em razão de precauções e podem ser abertos à
pesquisa. O arquivo permanente é por excelência o lugar dos documentos de valor
histórico, representam a acumulação de conjuntos documentais de uma instituição
ou pessoa e é reflexo de suas atividades jurídicas, administrativas, científicas ou
pessoais. Os documentos no arquivo permanente tem valor secundário e são
preservados pelo seu valor de prova e caráter testemunhal, não tem uso
administrativo mas histórico.

Nos arquivos permanentes, através da descrição é representado os fundos


arquivísticos e suas unidades (seções, séries e item documental); revelando o
conteúdo e o contexto dos documentos (SOUZA; RONCAGLIO, 2018). Deste modo,
garante o conhecimento sobre o acervo documental provendo ao arquivista
ferramentas para a gestão dos documentos custodiados (MILLAR, 2015). Além
89

disso, possibilita a produção de instrumentos de pesquisa: guias, inventários,


catálogos e índices (LOPEZ, 2002) que são utilizados pelos usuários de arquivos
para o acesso aos documentos e as informações.

De todo modo, os processos de descrição em documentos de arquivos tem o


propósito de viabilizar o acesso aos dados através do controle dos fundos
documentais. A partir do conhecimento dos fundos, organização e localização dos
tipos documentais, a recuperação da informação e a consulta do público é facilitada
(MORAES et. al, 2018).

A descrição permite o acesso às informações contidas nos documentos,


seus conteúdos e seus aspectos formais, em conjuntos ou em itens documentais. A
descrição transcende o documento, tratando também das suas funções e seus
órgãos produtores, por isso o princípio da proveniência se coloca de forma muito
importante, para a estrutura dos níveis que serão descritos (TOGNOLI, 2012).

Schellenberg (1980) afirma que por mais que os instrumentos de pesquisa


sejam bem construídos, a consulta ao arquivista para a localização dos documentos
que respondam aos questionamentos dos usuários de arquivo ainda é essencial. Os
instrumentos de pesquisa seriam auxiliares para a busca de documentos. Bellotto
(2006, p. 177) refuta esse argumento ao dizer que: “É provável que “folhetos de
instruções” não forneçam mesmo informações tão completas quanto as exigidas por
um pesquisador experimentado, mas instrumentos de pesquisa bem-planejados e
executados podem perfeitamente fazê-lo”.

O pesquisador de arquivos necessita que os instrumentos de pesquisa


estejam ao seu alcance, ao se produzir a descrição busca-se apresentar ao máximo
as possibilidades de uso dos documentos.

Se o historiador deve submeter-se às coordenadas que limitam seu


trabalho, isto é, à existência de documentos utilizáveis e à lógica de sua
própria análise, interpretação e síntese, o arquivista, por seu conhecimento
do acervo e por sua técnica de descrição, indexação e resumo, pode
fornecer-lhe elementos que, muitas vezes, permaneceriam para sempre
ignorados, gerando lacunas, distorções graves ou mesmo fatais para a
historiografia (BELLOTTO, 2006, p. 178).

Neste ponto de vista, os instrumentos de pesquisa são essenciais para os


pesquisadores acessarem os documentos que necessitam. A descrição documental,
mais do que a organização em fundos, que também é importante, incita sobre o
90

valor secundário dos documentos e seus possíveis usos, que ultrapassam as


funcionalidades originais dos documentos (BELLOTTO, 2006).

No entanto, também devemos considerar que a descrição tem um caráter


subjetivo e interpretativo, produzida por um ator sob sua óptica e influenciado pelo
seu meio sociocultural. A representação se torna passível de transformações pela
incursão de novos atores, profissionais de gestão arquivística ou pelos usuários da
informação. Para Heather MacNeil (MACNEIL, 2007 apud COOK, 2007) a descrição
arquivística se configura como um texto cultural pela similaridade entre a descrição
arquivística e a crítica textual, o arquivista realiza tanto o trabalho de pesquisa
quanto de interpretação.

Segundo Tognoli (2012) ao final da década de 1980 surge na arquivística um


novo olhar para as teorias em voga, principalmente devido às novas formas de
produção documental e das tecnologias de informação, emerge a “Arquivística
Pós-Moderna” que busca tratar da criação, organização e descrição de forma a
indagar “o que a Arquivística moderna até então assumiria como natural, normal e
racional” (TOGNOLI, 2012, p. 82).

Neste cenário, o documento de arquivo anteriormente entendido como um


produto neutro de uma atividade passa a ser visto em seu contexto social e cultural
conforme objetivo de seu produtor, por isso a descrição deve considerar esse ponto
de vista, a imparcialidade e a intencionalidade da geração documental. Cabe
destacar também o papel do arquivista enquanto agente de construção da memória
ao atribuírem sentidos a determinados documentos, através de processos de
preservação e representação do conhecimento arquivístico, no contexto
pós-moderno os sentidos atribuídos aos documentos se alteram de acordo com
interesses dos usuários. Duffy e Harris (2002), argumentam que:

[...] os documentos estão sempre sendo feitos, ‘suas’ histórias


nunca terminam, e as histórias daqueles que são convencionalmente
chamados de criadores de documentos, gerenciadores, arquivistas, e
usuários, são partes de histórias maiores compreensíveis apenas
em contextos maiores da sociedade e em constante mudança (apud
TOGNOLI, 2012, p. 84 e 85).

Neste ponto de vista, a classificação e a descrição devem ser vistos como


processos instáveis que devem ser repensados continuamente, em face de novas
perspectivas (YAKEL, 2003). Tognoli (2012) ao se debruçar sobre as discussões dos
91

autores canadenses e australianos percebe uma mudança de perspectiva dos


métodos e teorias arquivísticas, principalmente sobre o princípio da proveniência. Ao
considerar os documentos gerados na pós-modernidade, tem se visto uma fluidez e
trânsito dos documentos, em que o mesmo documento é gerado, acumulado e
usado por diferentes sujeitos e órgãos. Portanto, configura-se como necessário
situar o documento em todas essas situações, nos processos de descrição e
classificação, a proveniência assume um caráter conceitual e dinâmico e não mais
uma entidade física.

Em contrapartida a essa visão dinâmica da representação do conhecimento


em arquivos, estão as normas de descrição, que se colocam como modelos
estáticos, não considerando as novas discussões da arquivística.

4.3 A padronização da descrição arquivística: as normas internacionais


e a brasileira

A partir dos anos 1980, no cenário de intensas trocas de informações em


partes motivadas pela computação, criou-se a necessidade de padronizar a ação de
descrever documentos de arquivos. Nesse sentido a comunidade arquivística,
principalmente do Reino Unido, Canadá e Estados Unidos se engajaram em
construir normas de descrição que atendessem as informações do acervo em
ambiência digital e com influências claras da catalogação em biblioteconomia. Este
é o caso dos Estados Unidos, em que a norma de descrição foi formulada por
professores universitários que tinham familiaridade com os padrões de catalogação
da biblioteconomia, como o Machine Readable Cataloging (MARC) e o
Anglo-American Cataloging Rules (AACR2) (OLIVEIRA, 2012).

Com o intuito de formar diretrizes básicas que fossem adaptadas à realidade


de cada país, o Conselho Internacional de Arquivos (CIA) em 1989 estabeleceu um
comitê de normas de descrição, composto por especialistas de várias nações.
Adotando como base as normas dos países que já haviam estabelecido normas de
descrição arquivística (Canadá, Estados Unidos e Inglaterra), o comitê que contava
com representantes de Portugal, Suécia, Espanha, Malásia, Reino Unido, França,
Canadá e Estados Unidos, se organizou para a criação de uma norma internacional
de descrição arquivística. A padronização da descrição arquivística foi entendida
como fundamental para a interoperabilidade de informações entre os acervos,
92

principalmente em fundos fragmentados ou acervos que foram copiados (OLIVEIRA,


2012). Foi nesse contexto que foi aprovado em 1993, em Estocolmo, na Suécia, a
Norma Internacional de Descrição Arquivística Geral, reconhecida pela sigla, em
inglês, ISAD(G), após diversas discussões e contribuições de arquivistas
especialistas. No ano de 2000, também em Estocolmo foi publicada a 2ª edição do
ISAD(G) que sofreu acréscimos e alterações (LOPEZ, 2002). O ISAD(G) foi a
maneira em que a comunidade arquivística concebeu para inserir a informação
registrada nos documentos arquivísticos em um horizonte de globalização e
automação, viabilizando a troca de informações no âmbito nacional e internacional
(RODRIGUES, 2003).

Enquanto a ISAD(G) pretende ser uma norma geral para descrição


arquivística, a ISAAR (CPF), a Norma Internacional de Registro de Autoridade
Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias, criado pelo
mesmo comitê do CIA em 1996, estabelece normas para o controle de autoridade
arquivística, mirando nos produtores de documentos e seus relacionamentos
(SOUZA; RONCAGLIO, 2018). Apesar de serem publicações distintas
recomendam-se a adoção do ISAD(G) e ISAAR (CPF) em conjunto, servindo de
base para que os países estabeleçam suas próprias normas.

As duas normas do CIA seguem o princípio arquivístico da proveniência,


respeito aos fundos. A ISAAR (CPF) ao focalizar no controle de autoridades dos
produtores de documentos, compreende que um fundo arquivístico é o conjunto de
documentos produzidos (elaboração, recepção e guarda) por indivíduos, famílias ou
instituições no decorrer de suas atividades e funções. Por isso, é essencial
reconhecer o contexto de produção dos documentos, a história do organismo
produtor, evidenciando as atividades e as funções por ele desenvolvidas
(GONÇALVES, 1998).

A ISAD(G) coloca regras principais para normalização, a primeira delas é a


descrição multinível, partindo do princípio do geral para o particular de acordo com o
plano de classificação do fundo arquivístico (Figura 26). A classificação é o processo
arquivístico de agrupamento de documentos singulares em unidades significativas.
É o processo de dividir documentos em grupos distintos, de acordo com
características comuns e características diferenciadoras (SOUSA, 2003). A
93

classificação deve respeitar os princípios arquivísticos da proveniência e da


organicidade, isto é, os documentos gerados por um organismo devem ser mantidos
em um mesmo fundo e a organização em classes deve se basear nos
conhecimentos das atividades e funções documentais do organismo produtor,
mantendo assim a integridade das informações advindas dos conjuntos
documentais. Os documentos de um fundo podem ser compostos por gêneros e
suportes heterogêneos, devendo ser fisicamente separados, para preservar sua
integridade, mas devem ser feitas as referências do fundo a que pertencem. Esse
modo de organização preserva o contexto de produção dos documentos,
possibilitando o entendimento da natureza e dos significados dos documentos
enquanto produto de uma organização ou pessoa. De outro modo, a organização
documental por temas ou assuntos tornaria a classificação artificial perdendo as
informações das circunstâncias de criação dos documentos, a razão de ser do
documento (BELLOTTO, 2006).

As outras regras da ISAD(G), dizem respeito às unidades descritivas -


fundos, seções, séries, dossiês, item, é expresso que as relações entre os níveis
devem ser explícitas, as informações do contexto e do conteúdo da unidade
descritiva devem ser feitas com exatidão e sem repetições.

Rodrigues (2003) a se debruçar sobre as áreas de descrição da ISAD (G)


aponta a especificidade da descrição arquivística, ao registrar as informações
objetivas e subjetivas, características físicas e textuais. Assim, essa autora vê
aproximações e divergências com a representação descritiva na biblioteconomia. No
livro em seu formato clássico16, a estrutura descritiva aparece de forma direta,
enquanto em um documento de arquivo essa estrutura, muitas vezes, não se
manifesta, requerendo do arquivista o uso da Diplomática para a análise
documentária. A Diplomática indica que os documentos têm uma estrutura fixa,
composta por:

- uma parte introdutória, denominada protocolo, onde se encontram as


informações que contextualizam os documentos (data, local, assunto
destinatário do ato/do documento, fórmulas de polidez introdutórias, etc). É
aqui também que se pode localizar o autor do ato/autor do documento. -
uma segunda parte, denominada texto, onde se encontram as informações
acerca do ou dos atos que deram origem ao documento e do objeto do ato.
É aqui que se encontra a razão de ser do documento e se pode identificar o

16
Com exceção aos livros raros que podem ter uma estrutura diversa.
94

ato consignado por meio de um verbo. - uma terceira e última parte,


denominada escatocoio (ou protocolo final), onde se identificam as fórmulas
de polidez conclusivas, o redator do documento (responsável pela
articulação do discurso) e outras intervenções no documento.
(RODRIGUES, 2003, P. 225)

No entanto, os arquivos pessoais trazem complexidade nos tipos


documentais e em suas formas, superando as características dos documentos
institucionais, onde a Diplomática pode ser melhor empregada, como veremos no
próximo tópico, o qual trataremos especificamente da documentação presente nos
arquivos de cientistas.

A ISAAR (CPF) tem seis campos descritivos para a normalização da


descrição dos produtores e do contexto de produção dos documentos, além de seus
relacionamentos (Quadro 3).
95

Quadro 3- Elementos descritivos do ISAAR (CPF)


ISAAR (CPF)
ZONAS ELEMENTOS
Tipo de entidade
Forma(s) autorizada(s) do nome
Formas paralelas do nome
IDENTIFICAÇÃO Formas normalizadas do nome de acordo com outras
regras
Outras formas do nome
Identificadores para pessoas colectivas
Datas de existência
História
Lugares
Estatuto legal
DESCRIÇÃO
Funções, ocupações atividades
Mandatos/Fontes de autoridade
Estruturas internas/Genealogia
Contexto geral
Nome/Identificador da pessoa colectiva, da pessoa
singular ou da família relacionadas

RELAÇÕES Tipo de relação


Descrição da relação
Datas da relação
Identificador do registo de autoridade
Identificadores da instituição
Regras e/ou convenções
Estatuto
CONTROLE Nível de detalhe
Datas de criação, revisão ou eliminação
Línguas e escritas
Fontes
Notas de manutenção
Identificadores e títulos dos recursos relacionados
RELAÇÕES DAS PESSOAS
COLETIVAS, PESSOAS SINGULARES E Tipos de recursos relacionados
FAMÍLIAS COM A DOCUMENTAÇÃO DE Natureza das relações
ARQUIVO E OUTROS RECURSOS
Datas dos recursos relacionados e/ou das relações
96

Por meio do registro destes campos é possível reconhecer os geradores de


documentos em toda sua trajetória, marcando as mudanças administrativas ou
alterações na denominações de indivíduos e famílias. Permite registrar as conexões
entre os produtores e os documentos que foram gerados e acumulados. Potencializa
a recuperação dos dados ao criar pontos de acesso nas descrições arquivísticas e
facilita a interoperabilidade de informações entre as instituições (SOUZA;
RONCAGLIO, 2018).

A ISAD(G) na área de contextualização também coloca o registro de


autoridade e a história dos produtores, porém a ISAAR (CPF) foi feita para criar um
registro de autoridade separado da descrição documental com o intuito de
compartilhar informações sobre os produtores entre instituições que detém a
custódia de documentos do mesmo produtor. Além do que, é interessante para o
usuário pois condensa um repertório maior de informações sobre a entidade
produtora, indivíduos, instituições ou família (SOUZA; RONCAGLIO, 2018).

No Brasil, baseando-se nos modelos do ISAD(G) e ISAAR (CPF), a Câmara


Técnica de Normalização da Descrição Arquivística (CTNDA), do Conselho Nacional
de Arquivos (Conarq) criou a NOBRADE (Norma Brasileira de Descrição
Arquivística), no ano de 2006 e foi aprovado depois de discussões de especialistas
pela Resolução nº. 28, de 17 de fevereiro de 2009 pelo Conarq. A NOBRADE
propõe a descrição arquivística no cenário nacional, a fim de normatizar essa ação,
facilitando o intercâmbio de informações (CARPES; FLORES, 2014).

A NOBRADE compreende oito áreas de descrição arquivística, englobando


tanto a estrutura como o conteúdo, seus elementos se aproximam da ISAD(G),
conforme o quadro 4, no entanto, na NOBRADE apenas sete elementos são
obrigatórios (elementos em asteriscos). A NOBRADE em conformidade com a
ISAD(G) também adota a descrição multinível, do geral para o particular e prevê o
registro apenas de informações importantes e não redundantes em cada nível.
Coloca a descrição em todas as idades arquivísticas e em todos os gêneros
documentais e suportes.

Sobre a ISAD(G) e a ISAAR(CPF), Cook argumenta que auxiliam no


processo de descrição do conteúdo e contexto dos documentos, porém falham:
97

em apoiar o processo integralmente ao não lidarem especificamente com a


informação que estabeleceria a autenticidade. Por exemplo, dados
referentes à história do arranjo de um fundo ou série podem ser
categorizados tanto em história administrativa quanto em procedência
(COOK, 2007, p. 127 e 128)

Oliveira (2012) tece críticas a normalização da descrição arquivística que tem


a finalidade objetiva de elaboração de instrumentos de pesquisa, mas que não leva
em conta o caráter científico da descrição arquivística, colocando a descrição como
atividade exclusivamente técnica. Segundo a autora:

O desenvolvimento da pesquisa na descrição arquivística tem como


objetivos principais tornar aparentes os relacionamentos entre o contexto de
produção dos documentos e os próprios documentos, além da
compreensão dos arquivos. Essa atividade tipicamente de pesquisa - que
envolve o pleno conhecimento não somente do contexto de produção dos
arquivos, dos vínculos arquivísticos, mas também dos contextos social,
cultural e político em que o arquivo é produzido - extrapola a mera utilização
de formatos de instrumentos de pesquisa. A atividade de pesquisa
pertinente à descrição arquivística contribui para a percepção da
arquivologia como campo científico (OLIVEIRA, 2012, p. 15).

Como veremos no próximo tópico, as normas de descrição apresentadas aqui


não contemplam todas as particularidades de fundos que têm documentação
complexa, como os fundos de cientistas.

Os instrumentos de pesquisa geralmente são considerados pelos usuários de


difícil compreensão, os arquivistas defendem e explicam o porquê de basear seus
sistemas em contextos e níveis, ao passo que os usuários acham difícil: “Os
usuários que não tiveram treinamento nos sistemas sempre dizem que os
instrumentos de pesquisa são difíceis, enquanto os arquivistas sempre concluem
que precisam explicar o porquê de basear seus sistemas em contexto e níveis”
(COOK, 2007, P. 129).

As questões relacionadas ao uso de tecnologias para a descrição arquivística


são fundamentais para a contemporaneidade. Cook (2007) faz críticas às normas de
descrição por não se adequarem bem à flexibilidade da abordagem necessária para
acomodar novas categorias de usuários e por impor uma aparência de uniformidade
que nem sempre se reflete nos arquivos.
98

Quadro 4 - Elementos descritivos da ISAD(G) e NOBRADE


ISAD(G) NOBRADE
Nota sobre
Áreas Elementos publicação Elementos
Código(s) de referência Código de referência*
Título Título*
Identificação Data(s) Identificação Data(s)*
Nível de descrição Nível de descrição*
Dimensão e suporte Dimensão e suporte*
Nome(s) do(s) produtor(es) Nome(s) do(s) produtor(es)*
História História
Contextualização administrativa/Biografia Contextualização administrativa/Biografia
História arquivística História arquivística
Procedência Procedência
Âmbito e conteúdo Âmbito e conteúdo
Avaliação, eliminação e Avaliação, eliminação e
Conteúdo e temporalidade Conteúdo e estrutura temporalidade
estrutura
Incorporações Incorporações
Sistema de arranjo Sistema de arranjo
Condições de acesso Condições de acesso*
Condições de reprodução Condições de reprodução
Condições de Idioma Condições de acesso Idioma
acesso e uso e uso
Características físicas e Características físicas e
requisitos técnicos requisitos técnicos
Instrumentos de pesquisa Instrumentos de pesquisa
Existência e localização dos Existência e localização dos
originais originais
Existência e localização de Existência e localização de
Fontes cópias cópias
Fontes relacionadas
relacionadas
Unidades de descrição
relacionadas
Nota sobre publicação Nota sobre publicação
Notas Notas sobre conservação
Notas Notas
Notas gerais
Nota do arquivista Nota do arquivista
Controle da
Regras ou convenções Controle da descrição Regras ou convenções
descrição
Data(s) da(s) descrição(ões) Data(s) da(s) descrição(ões)
Pontos de acesso e
indexação de Pontos de acesso e
assuntos indexação de assuntos
99

Fonte: BRASIL. Conselho Nacional de Arquivos. NOBRADE: Norma Brasileira de Descrição


Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006. CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS.
ISAD(G): Norma geral internacional de descrição arquivística: segunda edição, adotada pelo Comitê
de Normas de Descrição, Estocolmo, Suécia, 19-22 de setembro de 1999, versão final aprovada pelo
CIA. – Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2000.119p.

Como visto no quadro 4, a NOBRADE reproduz os mesmos campos que a


ISAD (G), no entanto, apenas sete campos são obrigatórios. A área 8, pontos de
acesso e descrição indexação de assuntos, presente apenas na NOBRADE é um
mecanismo para a potencialização da recuperação de informações e pode ser
operacionalizada por meio de linguagens documentárias.

4.4 Organização e representação em arquivos de cientistas

O tratamento dos arquivos pessoais mantêm a mesma abordagem


arquivística dos arquivos institucionais, mas pelas idiossincrasias encontradas nos
documentos produzidos por indivíduos, necessitam de uma análise mais atenta do
arquivista para fornecer uma representação do arquivo, tanto para a classificação
como para a descrição. Nos arquivos institucionais encontramos facilmente uma
pré-organização dos documentos, geralmente os documentos chegam nos arquivos
permanentes, com algum esquema classificatório. Os arquivos pessoais podem
apresentar uma organização por classes, mas isso não é a regra. Não há nos
arquivos pessoais uma tabela de temporalidade para determinar aquilo que deve ser
excluído ou preservado: “os arquivos pessoais são produzidos para atender as
necessidades informacionais de seu produtor” (OLIVEIRA, 2012, p. 74). Por isso,
seu esquema de classificação, quando existe, se molda às necessidades do titular:

No decorrer das atividades diárias e das obrigações sociais, enfim, da vida


em sociedade, o produtor do arquivo acumula livros de despesas, artigos,
contos, diários íntimos, convites, receitas e fotografias. Muitas vezes cria
pastas específicas, para determinadas situações, como imposto de renda,
entradas de teatro, cartas de noivado, artigos publicados, notas de aulas, ou
contas. Esse processo de acumulação pode ser continuado. Naturalmente,
em algumas situações o produtor dá alguma classificação, apesar de não
criar o hábito de registrar suas decisões. Muitas vezes acumula
documentos, colocando-os numa ordem cronológica que reflete seu
cotidiano (OLIVEIRA, 2012, p. 74).

No processo de organização e representação em arquivos pessoais há de se


ter em mente, que esses documentos articulam os registros de uma vida, são reflexo
das ações de um indivíduo e também configuram-se como memórias e
pertencimentos dos sujeitos Em razão da complexidade dos arquivos pessoais, é
100

importante a contextualização do indivíduo em seu meio histórico e social, a


reconstrução da trajetória do titular e o seu envolvimento com outras pessoas. Como
também verificar lacunas no conjunto preservado, períodos ou fatos que a
documentação não cobre, vale evidenciar as ausências do arquivo. Já que a
conduta para a conservação de documentos, não seguiram um processo
normatizador, mas foram escolhas individuais, em razão de funcionalidades ou como
forma de deixar um legado, uma escrita de si, impressa em seus papéis. No entanto,
são esses vestígios que vão guiar as narrativas dos usuários, cabe ao arquivista
fornecer as informações também sobre o contexto de acumulação dos documentos
e as interferências que o arquivo teve, como distorções de familiares, por exemplo
(OLIVEIRA, 2012).

Entendemos como arquivos de cientistas a reunião de documentos


produzidos (gerados e acumulados) por indivíduos cuja principal atividade
profissional fosse de cientista. Os arquivos de cientistas são o reflexo das atividades
de pesquisa, ensino, difusão, atividades administrativas e em alguns casos também
concentram documentos próprios da esfera íntima do indivíduo. Os documentos de
cientistas trazem vínculos com o próprio indivíduo, mas também com as instituições
em que ele atuava: universidades, institutos de pesquisa, agências de fomento,
associações, revistas científicas, museus e sociedades. Inclusive, expressam
ligações com outros indivíduos, outros cientistas.

Por isso, a aplicação da ISAAR (CPF) em fundos pessoais, sobretudo, em


arquivos de cientistas é interessante. A ISAAR (CPF) normatiza o registro de
autoridade e todas as relações do produtor documental, relações geográficas,
institucionais e com outros indivíduos. Com isso, facilita a consulta nos arquivos ao
se buscar por um indivíduo ou instituição em que esteja relacionado com
documentos em um fundo com esse grau de representação. Porém, a Norma de
Descrição Brasileira não coloca o contexto do produtor com esse nível de
aprofundamento, como a ISAAR (CPF). Apesar de recomendar a utilização da
ISAAR (CPF), a NOBRADE coloca como obrigatoriedade apenas o nome do
produtor no contexto de produção, deixando a critério da instituição de custódia a
adoção de uma descrição mais apurada. Além disso, a NOBRADE não estabelece
um registro de autoridade, apenas recomenda o uso do Código de Catalogação
Anglo-Americano (AACR2) e a norma NBR 1084, da Associação Brasileira de
101

Normas Técnicas, enquanto não é elaborado a norma para registro de autoridade


arquivística.

Em razão da diversidade das atividades de atuação dos cientistas, os


documentos que compõem estes fundos pertencem a uma heterogeneidade de
tipos, espécies, gêneros e formatos. Como em outros tipos de arquivos, os fundos
de cientistas também precisam ter suas informações representadas, pois a
descrição dos documentos possibilita a criação de instrumentos de pesquisa e o
rastreamento de informações a fim de atender aos usuários dos arquivos. Silva e
Trancoso corroboram com essa concepção, dizendo que:

os pesquisadores de história da ciência, quando se deparam com um


instrumento de busca bem elaborado, com informações sobre o contexto de
produção dos documentos, percebem o quanto de trabalho poupado o
instrumento lhe permitiu. A descrição documental fica engrandecida com a
identificação e a correta nomeação dos documentos (SILVA, TRANCOSO,
2015, p. 861).

A análise tipológica é o processo de nomear os documentos conforme a sua


estrutura e funcionalidade, evidenciando as espécies e os tipos documentais. A
NOBRADE utiliza as definições de espécie e tipos documentais para normatizar as
descrições arquivísticas, diferentemente da ISAD(G), onde essa nomenclatura não é
contemplada.

Nos arquivos pessoais de cientistas encontramos documentos institucionais,


já que esses indivíduos exerciam cargos em instituições públicas, os documentos
diplomáticos (representação de um ato administrativo ou jurídico) tem em sua
configuração elementos que propiciam a identificação do tipo documental.
Diferentemente dos documentos não diplomáticos, também encontrados nos
arquivos pessoais de cientistas, que sua análise tipológica advém do estudo das
atividades e funções do titular, aquilo que Bellotto (2006) chama de “gênese
documental”. A análise tipológica permite iluminar as formas de comunicação entre
as pessoas e os níveis de relacionamento entre sujeitos e instituições (OLIVEIRA,
2012).

O desenvolvimento da ciência se faz no ambiente do laboratório, que também


é o lugar da geração e conservação de documentos, entendidos como os
testemunhos das práticas científicas. Os historiadores da ciência não se interessam
apenas pelas fontes que demonstram apenas os resultados e os produtos da
102

pesquisa, mas também documentos que evidenciam todos os fatores que acarretam
no desenvolvimento científico:

A história da ciência busca conhecer os apoios e patrocínios recebidos, a


estrutura institucional que propiciou as pesquisas, os profissionais
envolvidos e as dificuldades enfrentadas para seu desenvolvimento.
Relevantes também são o estudo da história institucional e o papel dos
funcionários e das equipes para a realização das atividades institucionais
(SILVA; TRANCOSO, 2015, p. 850).

São os diversos documentos produzidos na rotina do laboratório que


registram a prática científica. Os dossiês de trabalho científico são importantes
fontes para a história da ciência, pois reúnem todo o material intelectual utilizado na
produção do artigo científico (rascunhos, anotações, relatórios, fotografias,
separatas, diário de campo, referências bibliográficas e versões dos artigos
científicos antes da publicação). Camargo sobre isso acrescenta que:

as instituições de custódia manifestam nítida preferência pelos documentos


remanescentes dos estágios anteriores e das versões da obra: esboços, minutas,
rascunhos, originais, matrizes, negativos etc. A suposição de que tais documentos
possam oferecer indícios da gênese e do desenvolvimento dos processos de criação,
conhecimento e tomada de decisões passa então a justificar a cisão entre o que se
julga extremamente relevante para a pesquisa (a obra e suas formas) e o que é
secundário, a ponto de ser descartado (CAMARGO, 2009, p. 29).

A ISAD(G) se apresenta como uma norma aplicável em arquivos


institucionais, pessoais e familiares harmonizando essas diferentes formas de
coleções em um mesmo padrão descritivo (OLIVEIRA, 2012). No entanto, as
normas de padronização da representação arquivística, tanto em âmbito nacional,
NOBRADE, como internacional, ISAD(G), não contemplam a descrição de
documentos arquivísticos especiais. São normas que auxiliam na descrição de
documentos arquivísticos tradicionais, como no gênero textual, por exemplo, e
funcionam bem na descrição no nível do fundo. Mas nos arquivos encontramos uma
diversidade de documentos, particularmente os documentos dos fundos de
cientistas, como já mencionado, onde estas normas servem como referência, mas
como padrões de descrição ainda é insuficiente.

Abordando esta questão, a particularidade dos fundos de cientistas Santos


acrescenta que:

O arquivo pessoal carrega o “inusitado”, nele emergem os materiais mais


diversos que precisam ser considerados numa nova abordagem. Como, por
exemplo, considerar uma extensa coleção de separatas de artigos
103

científicos, como constituída de itens bibliográficos, tecnicamente tratados


como tal, e desligados intelectual e fisicamente do restante do arquivo?
Como não tratar, dentro de uma única lógica de classificação, um pequeno
conjunto de retratos emoldurados de pesquisadores, encontrado em um
arquivo de cientista? (SANTOS, 2008, p. 23).

Por isso, surgem manuais e glossários arquivísticos para suprir a carência


das normas de descrição arquivística, que acabam sendo gerais. Por outro lado, fica
a critério da instituição de custódia definir os padrões de descrição, de acordo com a
peculiaridade documental de cada fundo.

Cumpre destacar que, apesar do discurso da ISAD (G) com a questão do


acesso, a norma não traz campos específicos para pontos de acesso em seu
escopo e também não traz a padronização de conteúdos para acesso. Já a
NOBRADE por incluir na área 8 o assunto do documento (Pontos de acesso e
indexação de assuntos) permite complementar algumas informações em nível de
item, potencializando a recuperação de informações e o uso dos documentos em
arquivos de cientistas, como buscas direcionadas a trabalhos científicos específicos,
por exemplo. Mais uma vez, nesse caso o controle de vocabulário atua de forma
importante em promover um sistema eficiente de busca.

Oliveira (2012) considera que as normas de descrição reduzem o trabalho de


pesquisa do arquivista ao contemplarem a descrição arquivística como um processo
mecânico e técnico. Para a autora, a ISAD (G) dispõe de estruturas mínimas para a
descrição e difusão das informações arquivísticas, o que funcionaria em países que
ainda não contam com uma comunidade arquivística qualificada, mas em países
que já tem uma tradição arquivística, a norma se mostra como limitadora, já que não
compreendem a atividade de descrição como uma atividade científica e não
abordam a especificidade de cada arquivo.

Por outro lado, a normalização facilita a pesquisa, o controle do vocabulário


reduz ruídos entre os usuários e os instrumentos de pesquisa, ao eliminar as
ambiguidades, polissemias e sinonímias (DAVANZO; VITORIANO; MOREIRA,
2021).

Ao considerar as peculiaridades dos arquivos pessoais, sobretudo, os


arquivos de cientistas, onde consta uma heterogeneidade de documentos, vimos
que as normas de padronização são instrumentos norteadores, mas que podem ser
104

complementados com campos que qualificam as informações presentes nos


arquivos de cientistas.

A ISAAR (CPF) que tem a função de normatizar o registro de autoridade e


contextualizar o produtor documental entre seus diversos relacionamentos, se
mostra muito adequada para a descrição dos fundos de cientistas, por criar padrões
que possibilitam abordar toda a trajetória do cientista, as instituições em que ele
atuou, posições geográficas e os vínculos com outros pesquisadores. A partir desta
contextualização a representação se torna mais rica e favorece o intercâmbio de
informações entre diferentes instituições custodiadoras que detém documentos de
um mesmo produtor, ou que tenha relação com ele. Apesar da NOBRADE
recomendar o uso da ISAAR (CPF), ela não coloca como obrigatoriedade o grau de
detalhamento presente na norma internacional.

Tanto a ISAD(G) como a NOBRADE estabelecem a descrição multinível, do


geral para o particular, a aplicação em fundos de cientistas é satisfatória
considerando a descrição no nível do fundo, que compreende a contextualização do
produtor. Mas ao considerar outros níveis, como o item documental, estas normas
não são efetivas pela heterogeneidade dos documentos presentes nos arquivos de
cientistas, que incluem diferentes tipos documentais, formas e formatos.

Além disso, reduz a atividade de descrição a um processo mecânico sem o


aprofundamento científico que cada arquivo de cientista demanda. Dentro desta
perspectiva, os diversos fundos de cientistas devem ser mais explorados, para a
partir do conhecimentos destes arquivos, promover a sua difusão.
105

5 REPRESENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA DO FUNDO PESSOAL DE LAURO


TRAVASSOS FILHO

A Ciência da Informação (CI) se consolida como uma disciplina que busca


entender as propriedades e os comportamentos da informação, procurando
maneiras de disponibilizá-las eficientemente para o uso, por isso se preocupa com a
origem, a coleta, a organização, o armazenamento, a recuperação, a interpretação,
a transmissão e o uso de informação (BORKO, 1968, apud SARACEVIC, 1996, p.
46).
Talámo e Smit (2007), entendem que a CI objetiva a elaboração de sistemas
significantes dos conteúdos registrados com o propósito de facilitarem a
recuperação da informação. A museologia, arquivologia e a biblioteconomia, todas
disciplinas operam com a problemática da recuperação da informação, e por isso
tem como principal procedimento a informação documentária: descrição,
catalogação ou legenda, que é uma informação secundária à informação primordial,
que o próprio documento em si carrega.
A informação documentária não é neutra, pois é feita a partir do ponto de
vista de um sujeito com o objetivo de promover o acesso à informação. É um filtro,
um mediador, a representação da informação segue normas, padrões e protocolos e
condiciona a facilidade ou dificuldade para o usuário encontrar a informação. O
gerenciamento de documentos em instituições de memória determinam quais os
documentos são importantes para serem preservados e quais as perguntas elas
respondem, a representação tenta facilitar o acesso a essas respostas.
A informação documentária busca representar os documentos para fins de
acessibilidade a eles. Por isso, é uma operação de resumo, é a substituição do
conteúdo por uma etiqueta padronizada. Na medida que se assume como um
sistema cognitivo-comunicativo do usuário, o qual é submetido à natureza dos
registros, a linguagem como sistema de tratamento da informação visa através de
síntese reunir para recuperar a massa documental existente. A representação se
insere como mediadora da própria informação e opera na linguagem e com a
linguagem (TÁLAMO; LARA, 2006).
Um sistema eficiente de busca advém da organização e representação
arquivística dos documentos, sempre se baseando no princípio da proveniência e
das relações entre os documentos, como produtos de uma atividade geradora que
106

necessitava de apoio de registros materiais. Deste modo, a organização e


representação do conhecimento em arquivos operam com dois processos
essenciais: a classificação e a descrição arquivística.
Neste capítulo apresentaremos uma proposta de organização e
representação arquivística do Fundo Lauro Travassos baseados no conhecimento
das funcionalidades do proprietário do arquivo e da massa documental acumulada,
norteados pelo controle do vocabulário.

5.1 Plano de Classificação

Um fundo arquivístico é o conjunto de documentos produzidos (elaboração,


recepção e guarda) por uma pessoa física ou jurídica no decorrer de suas atividades
e funções. Por isso, é essencial reconhecer o contexto de produção dos
documentos, a história do organismo produtor, evidenciando as atividades e funções
por ele desenvolvidas (GONÇALVES, 1998).

Santos (2010) esclarece que nos arquivos de cientistas é essencial:

compreender a gênese e as características dos documentos de arquivo


produzidos pela atividades científica (...), bem como estabelecer uma
relação direta com seus aspectos organizacionais, garantido, assim, uma
abordagem arquivística ancorada nos elementos constitutivos do arquivo,
isto é, no conjunto dos documentos e das relações orgânicas existentes
entre eles desde a origem. (SANTOS, 2010, p. 122)

Considerando a organização de arquivos pessoais, a classificação deve ser


pautada em consonância com a trajetória profissional do indivíduo e a relação com
a geração e a acumulação documental. Macêdo e Oliveira (2017) consideram que
assim como os arquivos institucionais, os arquivos pessoais também possibilitam a
distinção de funções e atividades por meio dos documentos. Essas autoras
argumentam que para o conhecimento sobre o arquivo é fundamental o
entendimento sobre o produtor e a sua inserção social, as atividades
desempenhadas por ele e suas redes de relacionamentos. Desta forma, a
classificação busca evidenciar o contexto de produção dos documentos de forma
que eles permaneçam como representantes de atividades geradoras.

Os documentos do Fundo Lauro Travassos Filho são datados entre os anos


de 1928 a 1987 e foram produzidos no contexto de atividades pessoais e
profissionais. Na esfera científica e profissional, a grande maioria dos documentos
107

refletem as atividades de Lauro Travassos Filho como sócio do Clube Zoológico do


Brasil, como Biólogo e chefe da Estação de Boracéia, Biólogo e chefe da Seção de
Parasitologia do Instituto Butantan e nas atividades de editor das revistas Flores do
Brasil e Studia Entomológica. Configuram-se como documentos administrativos e
relativos à produção científica.

Segundo Silva e Trancoso (2015), geralmente nos arquivos pessoais de


cientistas a maioria dos documentos configuram-se como documentos próprios das
atividades da ciência e tecnologia, enquanto que nos documentos relativos à esfera
pessoal, família, amizade, lazer e crença, são raros nesse tipo de arquivo. No
entanto, apesar da maioria dos documentos do Fundo Pessoal de Lauro Travassos
Filho trazerem registros característicos do desenvolvimento da ciência, os
documentos pessoais também são significativos.

Os documentos relativos à esfera pessoal configuram-se como documentos


legais ou financeiros, documentos sobre saúde, documentos de atividades culturais
e documentos de relacionamentos pessoais. Os documentos de relacionamentos
pessoais, sobretudo as correspondências, derivam de relações familiares e de
relações de amizade. Em muitos casos, se confundem ou são simultaneamente
alusivos à esfera profissional e pessoal pois, concomitantemente ao processo de
desenvolvimento científico estabelecido pela comunicação mediante carta, também
há a existência de laços de amizade entre os sujeitos.

Santos (2012) em sua pesquisa sobre arquivos de cientistas da área de


Biomedicina sugere um plano de classificação que foi adaptado e é utilizado na
organização de arquivos de cientistas na Casa de Oswaldo Cruz, conforme colocado
no Manual de Organização de Arquivos Pessoais (2015). Neste modelo são
colocados 6 grupos principais (Vida Pessoal, Formação e Administração de Carreira,
Docência, Pesquisa, Gestão Institucional, Relações Interinstitucionais e Intergrupos),
e conforme a necessidade de cada arquivo a inclusão de subgrupos. O plano de
classificação de Paulo Elian Santos se baseia no método funcional.

Nos arquivos pessoais consideramos mais adequado para o tratamento


arquivístico o método funcional, já que a vida de uma pessoa não segue a mesma
lógica de uma empresa, com estruturas definidas. Em nossa concepção cada
arquivo é único, nos arquivos pessoais isso se mostra mais evidente, os
remanescentes dos registros de uma pessoa advém da sua trajetória profissional,
108

das suas predileções, e de suas escolhas para a seleção dos documentos,


caracterizando como processos de acumulação subjetivos.

Nos baseamos no modelo da Casa de Oswaldo Cruz (2015) para o


desenvolvimento do plano de classificação do Arquivo de Lauro Travassos Filho,
conforme as particularidades deste arquivo fizemos algumas alterações, no grupo
Docência, incluímos a difusão, e excluímos o grupo Formação e Administração de
Carreira, pois não localizamos documentos com esta funcionalidade. Os demais
grupos seguem a mesma nomeação, ressaltando a importância de agrupar
documentos que tenham a mesma funcionalidade. Como já mencionado na seção
3.3, Travassos ao longo de sua carreira profissional trabalhou em duas instituições
de pesquisa (Departamento de Zoologia e Instituto Butantan), além de participações
em revistas e sociedades científicas, o fundo de Travassos tem ressonância nesta
trajetória, abarcando muitos documentos institucionais.

No caso dos documentos de gestão do Instituto Butantan, eles foram


incorporados ao fundo Instituto Butantan, o mesmo não pode ser feito com as outras
instituições contempladas, que perfazem parte da seção 4. Relações Institucionais
e Intergrupos

Na seção 3. Pesquisa, as séries de dossiês de trabalhos científicos estão


sendo utilizados para evidenciar eventos que contextualizam a geração documental,
para o arquivo de Travassos muitas vezes apontam para as etapas de preparação
de produções científicas: artigos, livros, apresentações ou aulas. A opção pela
descrição seriada evidencia os relacionamentos entre os documentos e traz indícios
do processo da geração do conhecimento científico.

Classificação

1. Vida pessoal
1.1. Correspondência
1.2. Contatos
1.3. Recreação, cultura e religião
1.4. Administração pessoal
1.5. Saúde
2. Docência e difusão
2.1. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/Universidade de São Paulo
2.2. Difusão
3. Pesquisa
109

3.1. Acervo bibliográfico


3.1.1. Artigos
3.1.2. Revistas, boletins e livros
3.1.3. Referências
3.2. Diário de experimento
3.3. Dossiê de trabalho científico
4. Relações Institucionais e Intergrupos
4.1. Clube Zoológico do Brasil
4.1.1. Correspondência
4.1.2. Gestão
4.2. Departamento de Zoologia da Secretaria de Agricultura do Estado de São
Paulo
4.2.1. Correspondência
4.2.2. Financiamento de pesquisa
4.3. Comunicação entre grupos e entre pesquisadores
4.3.1. Solicitação de livro
4.3.2. Correspondência

A sistematização das atividades desenvolvidas por Lauro Travassos Filho


permitiram compreender o contexto geral da produção documental, contribuindo
com a organização arquivística do Fundo Lauro Travassos Filho e possibilitando a
construção de um plano de classificação. A classificação auxilia na preservação da
integridade física dos documentos e na recuperação dos dados, opera como
instrumento organizador e de controle pela unidade custodiadora, além de servir
como canal de comunicação, pois não há acesso sem organização (SOUSA, 2003;
SMIT, 2013).

5. 2 Controle de vocabulário: tipologia documental

O Fundo Pessoal de Lauro Travassos Filho é composto por documentos do


gênero textual e iconográfico. Na organização arquivística foram identificados todos
os documentos totalizando mais de 1300 itens.

A análise tipológica tem como norte a gênese documental, levando em conta


a contextualização dos documentos (BELLOTTO, 2006). Na identificação dos
documentos encontramos uma variedade de espécies e tipos documentais (Quadro
1). Para fazer a análise tipológica consideramos as características substantivas dos
documentos: estrutura do texto, conteúdo e funcionalidade.
110

A elaboração e a utilização de glossários terminológicos para a nomeação


das espécies documentais é essencial para definir um vocabulário controlado, capaz
de traduzir a funcionalidade dos documentos e que tenha o caráter de
universalidade, sendo do entendimento de todos os profissionais da área.

os pesquisadores de história da ciência, quando se deparam com um


instrumento de busca bem elaborado, com informações sobre o contexto de
produção dos documentos, percebem o quanto de trabalho poupado o
instrumento lhe permitiu. A descrição documental fica engrandecida com a
identificação e a correta nomeação dos documentos. Para tal, é
fundamental a elaboração de um glossário com a definição dos termos, que
pode ser consultado tanto por arquivistas – para a própria atividade de
identificação, descrição e classificação – como por pesquisadores, que
terão a facilidade de reconhecer e compreender o que representa cada tipo
documental (SILVA; TRANCOSO, 2015, p. 861).

Assim, os tipos documentais devem ser nomeados de forma uniforme,


garantindo a confiabilidade nos sistemas de buscas. O vocabulário controlado deve
ser produzido em relação às funcionalidades do órgão produtor, aproximando o
máximo possível da linguagem natural dos documentos, mas fazendo o exercício
de agrupar documentos que tinham em sua originalidade nomes distintos, mas que
são relativos a mesma função e por isso devem ser descritos com a mesma
denominação. Isso tudo é uma operação de redução e controle de sinonímias e a
eleição de um termo mais apropriado para uso (SMIT; KOBASHI, 2003).

A utilização de vocabulários controlados para arquivos já concebidos por


outras instituições podem ser apropriados para uso, no entanto às vezes as
especificidades dos arquivos ultrapassam os tipos documentais já previstos, sendo
necessário a formulação de vocabulários controlados próprios. De acordo com Smit
e Kobashi (2003), para a promoção do intercâmbio entre instituições similares a
adoção de um vocabulário controlado comum é desejado. Para a construção do
vocabulário controlado é necessário a identificação das atividades e funções do
organismo produtor dos documentos.

O Glossário de Documentos do Fundo Lauro Travassos Filho contempla todo


o conjunto documental, foi elaborado com base em outros manuais já publicados17,

17
FUNDAÇÃO INSTITUTO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO. Glossário de termos utilizados na
descrição do acervo. São Paulo, 2015.
SILVA, M. C. S. Glossário de espécie e tipos documentais em arquivos de laboratórios. Rio de
Janeiro: Museu de Astronomia e Ciências Afins, Arquivos de História da Ciência, 2014.
SISTEMA DE ARQUIVOS USP. Glossário de Espécies, Formatos e Tipos Documentais da
Universidade de São Paulo. 1997.
111

com a inclusão das particularidades encontradas neste arquivo. Na primeira coluna


em negrito foi colocado a espécie ou formato, dependendo do caso, tendo em vista
que há documentos que são nomeados pelo seu formato, como o caderno. Abaixo
em letra menor foram colocadas os tipos documentais, caracterizando a razão de
existência do documento. Na segunda coluna é colocado definições gerais para as
espécies ou formatos.

Quadro 5 - Glossário de documentos

ESPÉCIES/FORMATOS
DEFINIÇÕES
TIPOS DOCUMENTAIS

Agenda
Caderno destinado a registrar datas, assuntos,
(agenda de telefones, agenda de compromissos, endereços e contatos.
compromissos)

Alvará Autorização expressa por autoridade competente para a


realização de ato ou evento validado por período
(Alvará de posse de arma) definido.

Anotação
Registro informal com diversos propósitos.
(Anotação de aula, anotação de evento
científico).

Artigo
Texto não literário abordando um ou mais assuntos
(Artigo científico, artigo de divulgação específicos para fim de publicação.
científica, artigo de jornal)

Ata
Resumo de uma reunião ou evento.
(Ata de reunião, ata de congresso)

Atestado
Manifestação de uma situação ou condição de uma
(Atestado de credenciamento, atestado de pessoa, feita por pessoa qualificada.
participação, atestado de rendimentos)

Balancete Cálculo financeiro de uma instituição.

Bilhete
Comunicação informal, podendo ter linguagem coloquial
(Bilhete em resposta, bilhete de e abreviada expressa em suporte variado.
solicitação, bilhete de despedida)

Boletim Texto informativo destinado à circulação interna ou


divulgação pública.
(Boletim informativo)
112

Texto informativo com dados de medicamentos:


Bula de medicamento composição, dosagem, contra indicações e indicações.

Caderno
Conjunto de páginas em branco destinada ao registro.
(Caderno de notas de caixa, caderno de
cartas expedidas)

Carta
(Carta convite, carta convocatória, carta de
agradecimento, carta de confirmação,
carta-corrente, carta de esclarecimento, Comunicação com assuntos variados entre particulares
carta de intercâmbio de informações ou de um particular para uma autoridade pública.
científicas, carta de manifestação de
estima, carta de notícias, carta de pedido
de esclarecimento, carta de reclamação,
carta de solicitação)

Cartão
Meio de comunicação em suporte de papel espesso em
(Cartão com mensagem, cartão comercial, formato pequeno ou médio destinado a mensagens
cartão de aniversário, cartão de natal, curtas.
cartão de recebimento, cartão postal)

Catálogo Conjunto de informações ordenada sobre um


determinado assunto.
(Catálogo de escola e institutos)

Cartão emitido por órgão qualificado com registro geral,


Cédula de identidade nome, filiação, naturalidade, data de nascimento,
fotografia e assinatura do portador.

Certificado Declaração emitida por instituição comprovando alguma


atividade ou situação por meio da realidade ou de outros
(Certificado de participação) registros.

Folha contendo dados bancários para o titular de uma


Cheque conta realizar saques ou pagamentos, em benefício
próprio ou destinado a outra pessoa.

Circular
Comunicação destinada a várias pessoas com o mesmo
(Circular de comunicação, circular de conteúdo, estrutura similar à carta.
solicitação)

Código
Conjunto de regras e preceitos.
(Código do Clube Zoológico, código de
caça)

Comunicado Mensagem dirigida a alguém ou para o conhecimento do


público.
(Comunicado de reunião)

Acordo firmado entre duas ou mais pessoas jurídicas ou


Contrato físicas em que se estabelece direitos e/ou obrigações
113

(Contrato de transporte, contrato de


compra e venda, contrato de locação)

Convite
(Convite de inauguração, convite de Convocação para um evento ou lugar em data marcada.
lançamento de livro, convite de reunião,
convite de casamento)

Declaração
Manifestação de opinião, resolução ou observação
(Declaração de autorização, declaração de
emitida por pessoa física ou por autoridade competente.
pagamento, declaração serviço,
declaração de doação)

Decreto Ato emitido pelos poderes legislativo, judiciário ou


executivo com força de obrigatoriedade.
(Decreto de contratação)

Demonstrativo Representação dos elementos de um valor a ser recebido


ou pago.
(Demonstrativo de pagamento)

Diário
Caderno destinado à anotação diária de eventos ou
(Diário de experimento, diário de situações.
laboratório)

Discurso Comunicação solene sobre determinado assunto


expressada para um grupo de pessoas.
(Discurso de homenagem)

Edital Comunicação publicada por autoridade competente na


imprensa oficial ou colocada a público.
(Edital de inscrição)

Correções de uma publicação percebidos depois de sua


Errata impressão.

Etiqueta
Adesivo contendo registro para se aplicar a um objeto.
(Etiqueta comercial)

Exame
Instrumento de avaliação de uma situação ou condição.
(Exame médico)

Fatura Relação de mercadorias ou serviços expedidos,


informando a quantidade, característica do produto e
(Fatura de compra) valor.

Ficha
(Ficha de cadastro, ficha de descrição de Folha com formato e campos padronizados para o
espécie, ficha catalográfica, ficha do registro de informações sucintas.
serviço de profilaxia da malária, ficha de
empréstimo de livros)
114

Folheto
Propaganda de eventos, produtos, serviços ou de
(Folheto de produto, folheto de ação
instituições.
educativa, folheto de tratamento de
doenças, folheto de evento)

Formulário
Folha padronizada com campos para o registro de
(Formulário para registro de porte de informações
arma)

Fotografia
Iconografia gerada em reprodução digital ou analógica.
(Fotografia científica, fotografia de
paisagem, retrato 3x4, fotografia familiar,
retrato)

Gráfico Representação e desenho técnico de resultados de


pesquisa.
(Gráfico de variação de climática,

Ilustração Imagem de representação de objetos, pessoas,


paisagens.
(Ilustração científica)

Informe
Descrição do fato da realidade.
(Informe de pagamento, Informe técnico)

Instrução
Orientação sobre procedimentos para a execução de
(Instrução de concessão de bolsa, determinado fim.
instrução para registro e porte de arma)

Jornal Publicação diária noticiando fatos e informações.

Livro
Conjunto de folhas impressas ou brancas encadernadas.
(Livro científico, Livro caixa)

Manual Publicação com normas e procedimentos para serem


seguidos no cumprimento das rotinas e atividades de um
(Manual de exercícios físicos) órgão ou de uma área.

Memorando Comunicação institucional interna utilizada em assuntos


cotidianos.
(Memorando informativo)

Nota
Comprovante de compra, venda ou recebimento.
(Nota de pedido, Nota de pedido, nota de
venda)

Ofício
Comunicação própria do serviço público, em caráter
(Ofício de agradecimento, Ofício de
oficial.
solicitação, Ofício informativo, Ofício de
convocação, Ofício de aprovação de
115

auxílio, Ofício de prestação de contas,


Ofício de relatório de atividade, Ofício de
autorização)

Orçamento Cálculo de receita e despesa.

Determinação das atividades a serem desenvolvidas em


Ordem do dia um dia ou em uma reunião.

Apreciação técnica ou científica sobre um ato, motivando


Parecer tomadas de decisão.

Plano Perspectiva de ações a serem realizadas com um


objetivo específico.
(Plano de pesquisa, Plano de curso)

Ato expedido por autoridade em que é estabelecido


Portaria normas administrativas, instruções ou situações
funcionais.

Documento autorizando uma pessoa praticar ações em


Procuração nome de outra.

Texto curto advindo da religião cristã com o intuito de


Provérbio bíblico educar ou aconselhar.

História disposta em pequenos quadros composto por


Quadrinhos texto e imagens.

Receita Prescrição de medicamentos por profissional competente


para uso.
(Receita médica)

Recibo
Manifestação do recebimento de alguma coisa ou
(Recibo de venda, Recibo de serviço,
quantia.
Recibo de pagamento, Recibo de
depósito)

Recorte/clip
Fragmento de jornal, revista ou livro.
(Recorte de reportagem, Recorte de
propaganda, Recorte de livro)

Relatório
Manifestação de ações, de gastos, de ocorrências com o
(Relatório de viagem, Relatório de
objetivo de prestar contas ou preservar informações.
pesquisa, Relatório financeiro, Relatório de
congresso)

Requerimento
Solicitação à uma autoridade pública sobre algo que
(Requerimento de anulação, Requerimento julgue justo ou legal.
de abertura de inquérito)

Requisição
Solicitação de ação com autorização legal.
(Requisição de material)
116

Retificação
Correção de algo que está errado ou inadequado.
(Retificação de imposto de renda)

Revista
Publicação periódica em formato de folhas reunidas e
(Revista científica, Revista de divulgação encadernadas.
científica)

Tabela
Quadro usado para sistematizar informações.
(Tabela conta dias, Tabela de preços)

Lâminas, transparências ou folhas de apresentação para


Slide serem projetadas.

Telegrama Notícia ou mensagem veiculada por telégrafo.

Termo
Declaração veiculada em processo ou livro próprio,
(Termo de concessão de bolsas, Termo de assinalando um ato administrativo ou contratual.
concessão de auxílio

Teste Verificação da qualidade, comportamento ou natureza de


alguma coisa.
(Teste avaliativo)

Fonte: Adaptado de SILVA, 2020.


117

5.3 Ficha de descrição arquivística

Para a descrição arquivística elaboramos um modelo de ficha apropriado para


representar o conjunto de documentos do Fundo Lauro Travassos Filho (Quadro 7),
consideramos os elementos característicos dos documentos, externos
(configurações físicas) e internos (componentes substantivos) (BELLOTTO, 2002).
Para a descrição as informações foram preenchidas de forma padronizada, unívoca,
com atenção à grafia a fim de se produzir um sistema de busca eficiente.

Os campos suporte, formato, técnica de registro e forma, contemplam as


complexidades encontradas em fundos pessoais, no caso do Fundo de Lauro
Travassos Filho, os documentos de estágios preparatórios da construção de artigos
científicos. Pois são documentos que embora tenham a mesma tipologia
documental (ex. artigo científico) se manifestam em diferentes estágios de produção
(forma), rascunhos ou original, técnicas de registros (manuscrito, datilografado ou
impresso), ou formatos (cartão, caderno, livro, folheto, folha) por isso essas
características devem ser contempladas na descrição

Quadro 6 - Ficha de descrição arquivística


Campos Modo de preenchimento

Localização Identificar o número da caixa onde está acondicionado o documento.

Notação Código utilizado para individualizar documentos e localizá-los. A notação se baseia


no plano de classificação.

Unidade de Preencher com Item (menor unidade arquivística) ou Dossiê (conjunto de


descrição documentos agrupados pelo produtor ou na organização arquivística com base no
mesmo assunto, atividade ou transação).

Espécie Caracterização do documento em relação a disposição e a natureza das


informações. Preencher apenas com as espécies listadas no glossário de espécies
e tipos documentais (quadro 5).

Tipologia Caracterização da espécie em função da atividade geradora do documento.


documental

Título do Preencher apenas nos casos de artigos e outros textos que apresentam título.
documento Manter a grafia original do documento.
118

Assuntos Usar palavras-chave que sintetizem o conteúdo do documento.

Local Preencher com País/Estado/Cidade conforme a existência dessas informações no


documento.

Ano Preencher com o ano de publicação do documento, no formato XXXX

Data Preencher com a data completa de publicação do documento, no formato


XX/XX/XXXX. Quando não houver data preencher Sem Data. Dúvidas preenchidas
em colchetes [ ] colocar traço na falta de informação: Ex. [19--], [191-].

Produtores Pessoas e/ou instituições criadoras do documento. Usar nome autorizado


conforme registro de autoridade. Quando não for possível a identificação completa
usar apenas o nome como descrito no documento. No caso de mais de dois nomes
usar ponto e vírgula (;) para a separação.

Destinatário Preencher apenas em caso de correspondências. Usar nome autorizado conforme


registro de autoridade.

Quantidade Quantidade de documentos identificados por folha.

Idioma Identificar o(s) idioma(s) do(s) documento(s).

Gênero Identificar o sistema de signos do documento. Opções: 1 Textual, 2 Iconográfico


documental

Suporte Identificar o material do documento. Opções: 1 Papel; 2 Papel fotográfico

Formato Caracterização do documento quanto à configuração física do suporte utilizado.


Opções: 1 Folha; 2 Caderno; 3 Livro (mais de 80 páginas); 4
Folheto (até 80 páginas); 5 Fichário 6 Ficha; 7 Cartão; 8 Diapositivo (slide); 9
Adesivo

Técnica de Preencher com as opções 1 Manuscrita; 2 Datilografia; 3 Impressão; 4


Fotografia;
registro

Forma Preencher com a caracterização do documento quanto ao seu estágio de


elaboração. Opções: 1 Original; 2 Cópia; 3 Rascunho; 4 5 Negativo;

Fonte: Elaborada pela autora.

Os documentos foram descritos individualmente com o objetivo de propiciar a


recuperação de forma eficiente e agrupados em séries, levando em consideração os
vínculos entre os documentos de acordo com a atividade geradora.
119

5.4 Inventário do Fundo Lauro Travassos Filho

Na proposta de inventário trazemos a descrição em séries documentais,


organizadas conforme a hierarquia do plano de classificação, em seções e
subseções, agrupando e generalizando informações advindas das descrições
individuais. De acordo com as séries os campos de descrição sofrem alteração, na
maioria das séries foi colocado o campo assunto, com exceção das séries de artigos
em que consta o título original do documento.

SEÇÃO - 1. VIDA PESSOAL

Série: 1.1 Correspondência

Data-limite 1976-1986
Número de itens 39
Documentos Cartão postal; Cartão; Cartão de natal; Cartão; Cartão de
aniversário; Bilhete; Convite; Telegrama; Carta corrente; Carta
de agradecimento; Carta de manifestação de estima; Carta de
notícias; Carta de corrente
Assuntos votos de natal; votos de ano novo; votos de páscoa;
agradecimento; instituto metodista izabela hendrix; religião;
plantas; votos de natal; exame de qualificação; votos de
recuperação; exame de qualificação; votos de feliz natal;
votos de paz; votos de felicitações; votos de natal; votos de
feliz ano novo; clima em teresina; notícias de gilberto;
amizade; viagem à londres; votos de natal; agradecimento por
contribuição em pesquisa; votos de aniversário; felicitações de
boa festa; votos de aniversario; resposta de recebimento de
carta; despedida; votos de boa viagem; convite para
inauguração de filial da lavoisier; convite de lançamento do
livro "O Espelhar Das Palavras"; convite de casamento; votos
de felicitações; corrente com oração de Santo Antônio;
agradecimento por cartão de Natal; problemas de saúde na
família; estima pela amizade e saudosismo pela respectivos
pais (Travassos e Ihering); saúde; corrente com instruções
para garantir sorte
Locais Sem local; Belo Horizonte/Minas Gerais/Brasil; São Paulo/São
Paulo/Brasil; Caruaru/Pernambuco/Brasil; Piracicaba/São
Paulo/Brasil; Rio de Janeiro/Rio de Janeiro/Brasil; Ribeirão
120

Preto/São Paulo/Brasil; Recife/Pernambuco/Brasil;


Lindóia/São Paulo/Brasil; Alemanha
Produtores Mirna Martins Casagrande; Manoel; Paulo Nogueira Neto;
Edson; Instituto Metodista Izabela Hendrix; Sem autoria;
Gilberto José de Moraes ; Delma Vargas Travassos; Edilene
Maria de Menezes Oliveira; Evoneo Berti Filho; Augusto
Portugal; FMC do Brasil S/A; Chica; S.O.S de S.B.C; Cecília;
Yonne; Hugo Souza Lopes; Instituto Missionário Vem. Gaspar
Bertoni; Sylvia; Nakano; Sinval; Biociência Lavoisier; Maria
Eliene M. de Oliveira; Maria Helena e Roberto; Lauro
Travassos Filho; Charles Alexander; Denise Portugal Santos;
Dora von Ihering Bonança; Chico
Destinatário Lauro Travassos Filho; Sem destinatário; Christiane; Marcelo
Idioma Português; Inglês;
Suporte Papel; Papel fotográfico
Formato Cartão; Folha
Gênero Textual; Textual; Iconográfico
Técnica de Manuscrito; Datilografado; Impresso; Fotografia;
registro
Forma Original; Cópia

Série: 1.2 Contatos

Data-limite Sem datas


Número de itens 10
Documentos Etiqueta com endereço pessoal; Agenda de telefones; Anotação
com endereço; Anotação com telefone; Cartão de visita
Assuntos Endereço de Hugo Souza Lopes; Endereço do Dr. Pedro
Reyes-Castillo, Instituto de Ecología/México; Contatos de
telefone; Endereço do laboratório Welcome; Endereço de Lauro
Travassos Filho; Endereço de Gilberto José de Moraes;
Endereço de Dra. Ione Chehuan; Telefone de Carlos Augusto
Bertelho; Luiz de Otero ; José Flávio Teixeira Lima
Locais Rio de Janeiro/Rio de Janeiro/Brasil; México; Sem local; São
Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Hugo Souza Lopes; Lauro Travassos Filho; Luiz de Otero; José
Flávio Teixeira Lima
Idioma Português; Português/inglês; Francês
121

Suporte Papel
Formato Adesivo; Caderno; Folha; Cartão
Gênero Textual
Técnica de Impresso; Manuscrito
registro
Forma Original

Série: 1.3 Recreação, cultura e religião

Data-limite 1969-1985
Número de itens 30
Documentos Folheto de divulgação de produto; Poema; Listagem
bibliográfica; Quadrinhos; Provérbio bíblico; Cartão com
mensagem biblica; Santinho; Liturgia; Manifesto; Exame de
inglês; Exercícios de inglês; Ilustração; Artigo de jornal; Nota
de pedido; Tabela para contagem de dias; Manual de
exercícios físicos; Anotação; Catálogo de livros; Instruções
para vestibular;
Assuntos Ginástica de Resistência Progressiva; Rochas do Brasil;
Noticiário veras; Indústria de móveis; Tapete Salutar "Mágico";
Poesia; Literatura; Artes; ; Psicoterapia; Psicanálise; Falou,
Bicho!; Religião; Santinho de São Francisco de Assis; Religião;
O domingo - semanário litúrgico-catequético; Política; Curso
de inglês; Cachorros; A carta-aberta da professora do
governador; Revistas da empresa “Mapa Verde”; Aves da
Restinga; Contagem de dias; Condicionamento físico; Homem
flutuando em cima de insetos; Manual de sobrevivência;
Acupuntura; Catálogo de livros; Instruções para vestibular
PUC - 1974; Alegremos o próximo; Milhões de homens
Locais Sem local; São Paulo/São Paulo/Brasil; Los
Angeles/Califórnia/Estados Unidos
Produtores Olga Missae Urushibata Tajima; Instituto de Fisioterapia
Mizuki; Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A;
Livraria "Veras" Ltda; Hamburg-süd informationen; Tartaruga
artigos de novidade Ltda; Sem autoria; Adelaide; Editora Pia
Sociedade de São Paulo; Carlos Eduardo de Magalhães;
National Schools; Mapa Verde; Escola de Educação Física da
Universidade de São Paulo; E. Rontani; Jac; Editora Abril;
122

PUC; Lauro Travassos Filho; Seicho Taniguchi; Revista


Shirohato; Ana Maria P. Bahiana
Idioma Português; Alemão; Inglês
Suporte Papel
Formato Folheto; Folha; Selo
Gênero Textual; Iconográfico;
Técnica de Impresso; Datilografado; Manuscrito; Desenho
registro
Forma Original; Cópia

Série: 1.4 Administração pessoal

Data-limite 1957-1986
Número de itens 20

Documentos Demonstrativo de pagamento; Cédula de Identidade; Ficha


com dados pessoais; Recibo de compra; Nota de recebimento;
Nota de venda; Formulário para transferência de cheques;
Formulário de crédito; Cheque; Retificação de imposto de
renda; Currículo
Assuntos Ernesto Xavier Rabello; Delminda Vargas Travassos;
Frederico Lane; Lauro Travassos Filho; Juventina dos Santos;
Ernesto Xavier Rabello; Juventina dos Santos; Recibo de
farmácia; Revista Ecossistema; Plantas aquáticas; Selos;
Embalagens; Cheque; Banco; Crédito; Denise Honorato
Travassos; Lauro Travassos Filho; Denise Honorato
Travassos; Imposto de Renda de Lauro Travassos Filho;
Ricardo Lane Travassos
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil; Sem local; Rio de Janeiro/Rio de
Janeiro/Brasil
Produtores Faculdade de Saúde Pública/Universidade de São Paulo;
Governo do Estado de São Paulo; Secretaria da Segurança
Pública/SP; Tabelião José Cyrillo; Universidade de São Paulo;
Ecossistema - Revista oficial da Faculdade de Agronomia e
Zootecnia "Manoel Carlos Gonçalves"; Instituto de Botânica;
Banco Banespa; Denise Honorato Travassos; Charles P.
Alexander; Banespa; Denise Honorato Travassos; Ministério
da Fazenda; Lauro Travassos Filho
123

Idioma Português; Inglês


Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de Datilografado; Impresso; Manuscrito
registro
Forma Original; Cópia; Rascunho

Série: 1.5 Saúde

Data-limite Sem data-1985


Número de 7
itens
Documentos Bula; Bula de medicamento; Receita médica; Folheto
Assuntos Diese wichtige Bescheinigung; Neurotrophol; Venalot; Saúde;
Remédio; Alergia; Imunologia; Tratamento da ascaridíase;
Tratamento de amebíase intestinal e giardíase; Produtos
andrómaco; Helmintíases intestinais
Locais Alemanha; Sem local; São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Behringwerke; Espasil; Byk-Procienx; Maria do Carmo Toschi
Alario; Lafi; Laboratorios andromaco
Idioma Alemão; Português
Suporte Papel
Formato Folha; Folheto
Gênero Textual
Técnica de Impresso; Manuscrito
registro
Forma Original
124

SEÇÃO - 2. DOCÊNCIA E DIFUSÃO

Série: 2.1 ESALQ/USP

Data-limite 1972-1980
Número de itens
6
Documentos Roteiro de aula; Lista de presença; Carta; Atestado de
credenciamento; Atestado de participação
Assuntos Taxonomia; Nomenclatura; Entomologia; Insetos;
Melanocephala; Convite para o curso de Taxonomia de Insetos;
Identificação de formigas; Lauro Travassos Filho; Cursos de
entomologia; Pós-graduação; Defesa de Tese; Paulo Cesar
Rodrigues Cassino; Entomologia
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho; Dirce Alessi Pelegrino
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Manuscrito; Datilografado
Forma Original

Série: 2.2 Difusão

Data-limite 1953

Número de itens 1
Documentos Artigo de divulgação científica
O Louva-deus, simulando estar em prece, na realidade espera
Título apetitosa presa
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho; Folha da manhã
Idioma Português
125

Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Manuscrito
Forma Rascunho

SEÇÃO - 3. PESQUISA

Subseção: 3.1 Acervo bibliográfico

Série: 3.1.1 Artigos

Data-limite 1941-1984
Número de itens 66

Documentos Artigo científico; Artigo de divulgação científica; Livro científico;


Título
Entomologia médica; Systematic Interpretation of the Oligocene Fossil, Passalus
indomitus (Coleoptera: Passalidae); Sôbre Bernathonomus (Lepdoptera,
Heterocera, Arctiidae); Neoctangium Travassoi, Gen. N., SP. N. (Trematoda:
Paramphistomidae), parasito de quelônio marinho. Chave dos gêneros da família
Microscaphidudae Travassos, 1922; Lepidópteros desfolhadores de banana e seus
inimigos naturais; Faune des grutas das areias (São Paulo, Brazil); Proteção
Florestal. A lagarta da Araucária. Dirphia araucariae Jones, 1908. Parasitologia
Ixodoidea; Infecção Natural de Tetranychus evansi (Acarina:Tetranychidae por
Triplosporium sp. (Zygomycetes: entomophthorales) no Nordeste; Sobre las
especies brasileñas del género amblynodes seevers, 1955, com descripción de dos
nuevas especies; Novos Sciaridae do Brasil (Diptera, Nematocera, Mycetophilidae
(Fungivoridae); Problems in Naming the Setae of Lepidopterous Larvae; Nota sôbre
Anopheles (Arribálzaga) Fluminensis Root, 1927; Observações sôbre a propagação
de Periplaneta australasiae Fabri. (Orth. Blattidae); Quilópodes brasileiros; Parasitic
Nematode Larvae as agents of transmission of pathogenic bacteria; Probable
accion vectorial de blatarios contaminados con el Trypanosoma Cruzi Chagas.
1909 Mediante Triatominofagia; Algumas observações sôbre as aranhas do gênero
Loxosceles Heinecken & Lowe, 1832.; A medicalização da sociedade (2 cópias); As
formas de dominação legítima; O capitalismo e a saúde pública; Espaço, social,
distância social e posição social; Uma possível raça hospedeira do Aleurodicus
cocois (Curtis, 1846) (Homoptera, Aleyrodidae); Distribution and frequency of the
Sibling Species; Conheça melhor as cobras; A Cultura do cogumelo; Broca da
126

banana, já tem nome!; Notas sobre as espécies brasileiras do gênero Aradus


(Aradidae, Hemiptera); Studies on some apterous Aradidae from Brazil (Hemiptera);
Organe de Ribaga et Fécondation chez un hémiptère cimicidae du cambodge:
aphraniola orientalis ferris et usinger; Notas sôbre a biologia e o desenvolvimento
de Macrocephalus notatus Westwood (Phymatidae, Reduvioidea, Hemiptera);
Contribuição ao conhecimento do Gênero Elasmodema Stal, 1860
(Elasmodemidae, Reduviidae, Hemiptera); A new fossorial bug of the genus
scaptocoris Perty, 1830 (Hemiptera, Cydnidae); Estudos sobre a subfamília
Scaptocorinae na Região Neotropical (Hemiptera: Cydnidae); The cephalic and
prothoracic skeletomusculature and nervous system in Lethocerus (Heteroptera,
Belostomatidae); The endoskeleton salivary pumping apparatus in representative
belostomatidae (Heteroptera); Notas y descripciones de reduviidae bilivianas
(Hemiptera); Über die verbreitung and synonymie ploiaria dohrni (signoret, 1863)
(Hemiptt., Reduviidae); Labial skleton and musculature os the hydrocorisae
(Heteoptera) ; On the habits and life history of captive emesine bugs (Hemiptera,
Reduviidae) ; Reduvioidea from new south wales; Contribution towards the
knowledge of the emesinae (Reduvidae, Hemiptera); Sobre um novo gênero e uma
nova espécie da subfamlia Emesinae (Reduviidae, Hemiptera); Notas e descrições
de Emesinae Neotropicais (Reduviidae, Hemiptera); Notas sobre reduviidae de
Venezuela, com a descrição de uma nova espécie de emesinae (Hemiptera); Sobre
duas novas espécies de emesinae do Brasil, com notas sobre Stenolemoides
Arizonensis (Banks) (Reduviidae, Hemiptera); Sobre um novo gênero e uma nova
espécie de chrynae e considerações sobre a subfamília (Reduviidae, Hemiptera);
Reduvioidea from new south wales description of a remarkable new genus and
species of emesinae (Reduviidae, Hemiptera); On some reduviidae belonging to the
naturhistorisches museum at vienna (Hemiptera); Nova espécie do gênero
Aradomorpha Chapion, 1989 (Hemiptera, Reduvioidea); Notas sobre saicinae
(Hemiptera, Reduviidae); Sobre uma nova espécie do gênero Chryxus Champion,
1898 (Chrynae, Reduviidae, Hemiptera); Descripción de géneros y especies
nuevos de la familia cryptosteammatidae (Hemiptera); On a new species of
Eugubinus Distant, 1903, with notes on the genus (Emesinae Reduviidae,
Hemiptera); Scolopophorous organs in the pterothorax and abdomen of
Gelastocoris Oculatus (fabricius) (Hemiptera-heteroptera); Electrophoretic
separation and identification of esterases in eggs and young nymphus of the large
milkweed bug, oncopeltus fasciatus (Dallas); The role of esterases in oathion
poisoning of eggs of the large milkweed bug; Transactions of the royal
entomological society of london; Clypeal modification in some littoral and aquatic
heteroptera; The oriogin and development of the Hemipteran cranium;
Redescription of Gamotolus subantarcticus (Berg, 1883) (Enicocephalidae,
Hemiptera); Latrocimex spectans n. gen. N. sp. Parasito de morcegos no Brasil
(Hemiptera, Cimicidae); Novo Saicinae (Hemiptera, Reduviidae); Proteção
Florestal. A lagarta da Araucária. Dirphia araucariae Jones, 1908; Sobre alguns
emesinae
127

Locais São Paulo/São Paulo/Brasil; Rio De Janeiro/Rio de


Janeiro/Brasil; Grã Bretanha; Canadá; Estados Unidos da
América
Produtores Sem autoria; Pedro Reyes-Castillo; Entomological Society of
America; Sergio A. Fragoso; Revista Brasileira de Biologia;
José M. Ruiz; Memórias do Instituto Butantan; Antonio
Lindemberg Martins Mesquita, Élio José Alves; Embrapa;
Pierre Strinati; José Henrique Pedrosa-Macedo; Gilberto José
de Moraes; Embrapa; C.E. Machado Allison; Papéis Avulsos do
Departamento de Zoologia; Secretaria da Agricultura, São
Paulo; J. Lane; Universidade de São Paulo; Margaret Rae
Mackay; Renato R. Correia; Margarete Speer; Wolfgang
Buecherl; A. Mantovani, R. Restani, V. Sanguinetti; Manuel
Gallardo Zerpa; Manuel Salvador Yépez; Vera Regina
Dessimoni von Eickstedt ; Paul Singer; Max Weber; Emerson
Elias Meryy; Pitirim A. Sorokim; M. B. Carvalho; E. C. Arruda;
G. P. Arruda; Anais da Sociedade Entomológica do Brasil;
Giuseppe Puorto; Revista de Ensino de Ciências; J. Franco do
Amaral; O Biológico; Petr Wygodzinsky; Instituto de
Experimentação Agrícola; Revista de Entomologia; Petr
Wygodzinsky; Instituto de Experimentação Agrícola; Boletim do
Museu Nacional; Jacques Carayon; José C. M. Carvalho;
Miriam Becker; Margaret. C. Parsons; Departamento de
Zoologia, Universidade de Toronto, Canadá; J. D. Gillett; Petr
Wygodzinsky; Instituto de Experimentação Agrícola; Revista
Brasileira de Biologia; Herman Lent; Oscar Monte; Instituto
Biológico; Revista Brasileira de Biologia; Petr Wygodzinsky;
Instituto de Experimentação Agrícola; Revista Brasileira de
Biologia; ; E. H. Salkeld; E. H. Salkeld; E. H. Smith; Herman
Lent; Revista Brasileira de Biologia;
Idioma Português; Inglês; Francês; Espanhol; Alemão
Suporte Papel
Formato Folha; Folheto;
Gênero Textual
Técnica de Impresso; Datilografado
registro
Forma Cópia; Original;

Série: 3.1.2 Revistas, boletins e livros


128

Data-limite 1943-1982
Número de itens
19
Documentos Boletim informativo; Folheto de reunião científica; Livro
científico; Revista científica; Revista de divulgação científica
Título Boletim do Museu Nacional; Boletim Informativo n.° 1,
Sociedade Brasileira de Zoologia; Boletim Informativo n.° 9,
Sociedade Brasileira de Zoologia; Boletim informativo n°3 da
Sociedade Brasileira de Zoologia; Insetos pragas da cana de
açúcar no Nordeste do Brasil; Entomologia médica; Revista
brasileira de entomologia, XII; Ciência e Cultura, vol. 14, n° 3;
Boletim do Museu Nacional n° 73; Medical Newsletter, WA-448;
Boletim Médico Britânico, Volume 1; Boletim Médico Britânico,
Volume 2, n. 1; Boletim Médico Britânico, Volume 2, n. 2;
Boletim Médico Britânico, Volume 2, n. 10-11; Boletim Médico
Britânico, Volume 2, n. 12; Boletim Médico Britânico, Volume 3,
n. 1-3; Boletim Médico Britânico, Volume 3, n. 4-5;
Epidemiological and vital statistics report, vol. 17, No. 8;
Agroinforme 1, Natureza = Saúde: fato ou Falácia
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil; Recife/Pernambuco/Brasil; Rio De
Janeiro/Rio de Janeiro/Brasil; Grã Bretanha
Produtores Boletim do Museu Nacional; Philip P. Calvert; Sociedade
Brasileira de Zoologia; P. Guagliumi; C. Menêzes; Sociedade
Brasileira de Entomologia; Sem autoria; Revista Brasileira de
Entomologia; Sociedade Brasileira Para o Progresso da
Ciência; Ministério da Educação e Saúde; Medical Newsletter;
The British Council; Epidemiological and vital statistics report;
Edgar W. Faust; Agroinforme
Idioma Português; Inglês; Francês;
Suporte Papel
Formato Folheto; Folha
Gênero Textual
Técnica de Impresso; Datilografado; Manuscrito
registro
Forma Original; Cópia

Série: 3.1.3 Referências

Data-limite 1974
129

Número de itens 5
Referências Bibliográficas; Catálogo de insetos; Ficha de
Documentos classificação de espécies; Catálogo
Sobre doenças e pragas das plantas; Entomologie; Descriptions
of new genera and species of Anatidae Lithosiidae and
Noctuidae; On New genera and species of Lepidoptera phalaena
with characters of two new families; Liste des travaux de la
chaire de zoologie générale et faunistique; Catálogo de livros
Título para o desenvolvimento do ensino de ciências;
São Paulo/São Paulo/Brasil; Bruxelas; Bélgica; Grã Bretanha;
Locais França
Sem autoria; Museu Royal de História Natural; Fundação
Produtores Brasileira para o desenvolvimento do ensino de ciências;
Idioma Francês; Português; Inglês
Suporte Papel
Formato Folheto; Folha
Gênero Textual
Técnica de Impresso; Datilografado
registro
Forma Original

Subseção: 3.2 Diário de experimento

Data-limite 1973-1979

Número de itens 5
Diário de experimento; Gráficos; Roteiro de viagem; Diário
Documentos de campo
Observação do tamanho de caramujos - Pomacea sp;
Registro de variações climáticas; Experimento
"Mediguinhas"; Roteiro de viagem saída de Natiara para
Assuntos São Paulo; Diário de expedição científica
Locais São Paulo/São Paulo/SP
Produtores Lauro Travassos Filho; Helga Urban
Idioma Português
130

Suporte papel
Formato Fichário; Caderno
Gênero Textual
Técnica de
registro Manuscrito
Forma Original

Subseção: 3.3 Dossiê de trabalho científico

Série: 3.3.1 Aspecto médico e comentários sobre a localidade de Salobra


(Estado de Mato Grosso)

Data-limite 1938-1970

Número de itens 6
Fichas com manifestações clínicas de pacientes; Bula de
Documentos remédio; Anotações; Artigo
Locais Mato Grosso/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de Manuscrito; Datilografado; Impresso
registro
Forma Original
131

Série: 3.3.2 Contribuição para o conhecimento dos Euchromiidae

Data-limite 1938-1970

Número de itens 20
Documentos Artigo Científico; Fotografias científicas; Ilustrações científicas
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Lauro Travassos Filho; Museu Paulista; Clube Zoológico do
Produtores Brasil
Idioma Português
Suporte Papel fotográfico; Papel
Formato Folha; Folheto
Gênero Textual; Iconográfico

Técnica de registro Manuscrito; Datilografado; Impresso; Fotografia


Forma Original

Série: 3.3.3 Xanthozona melanopyga e Brassolis Astyra Godart

Data-limite 1938-1970

Número de itens 20
Artigo Científico; Fotografias científicas; Bibliografia;
Documentos Separata; Anotações; Rascunhos; Fotografias científicas
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho; Messias Carrera
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha; Folheto
Gênero Textual; Iconográfico
Técnica de registro
Manuscrito; Datilografado; Impresso
Forma Original
132

Série: 3.3.4 Notas de uma expedição realizada de fevereiro a março de 1940, às


localidades de Ilha Seca, no Estado de São Paulo, e Salobra, Estado de Mato
Grosso

Data-limite 1938-1970

Número de itens 2
Documentos Artigo científico; Relatório de viagem
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual

Técnica de registro Manuscrito; Datilografado


Forma Rascunho; Original

Série: 3.3.5 Excursão científica a Porto Cabral, margem paulista do Rio Paraná

Data-limite 1938-1970

Número de itens 30
Relatório de viagem; Anotações com nomes científicos e
populares de animais; Classificação de animais; Declaração
de material recebido para excursão; Artigo Científico;
Documentos Gráficos; Fotografias científicas
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel fotográfico; Papel
Formato Folha
Gênero Textual; Iconográfico

Técnica de registro Manuscrito; Datilografado; Impresso; Fotografia


Forma Original; Rascunho
133

Série: 3.3.6 Técnicas gerais seguidas no estudo da ordem Mantodea


Burmeister, 1838

Data-limite 1938-1970

Número de itens 8
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual; Iconográfico
Técnica de Manuscrito; Datilografado; Impresso
registro
Forma Original; Rascunho

Série: 3.3.7 Última ecdise e período de fixação dos caracteres cromáticos


alares no Mantodea. Parastagmatoptera unipunctata

Data-limite 1938-1970

Número de itens 7
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual

Técnica de registro Manuscrito; Datilografado; Impresso


Forma Original; Rascunho
134

Série: 3.3.8 Sobre as datas de publicações das “Mélandes


Orthoptérologiques”, de Henri de Saussure, com referência à ordem Mantodea
Burmeister, 1838

Data-limite 1938-1970

Número de itens 5
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Manuscrito; Datilografado; Impresso
Forma Original; Rascunho

Série: 3.3.9 Líquido para preservação das estruturas internas de lepidópteros e


demais insetos que habitualmente se montam em alfinetes

Data-limite 1938-1970

Número de itens 2
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Datilografado; Manuscrito
Forma Rascunho
135

Série: 3.3.10 Disschematidae, novo nome para Pericopidae Walker, 1869 (Lep.
Heterocera)

Data-limite 1938-1970

Número de itens 8
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Lauro Travassos Filho; Instituto Oswaldo Cruz; Lauro
Travassos Filho; Departamento de Zoologia da Secretaria de
Produtores Agricultura de São Paulo
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de Datilografado; Impresso
registro
Forma Original; Rascunho

Série: 3.3.11 Redescrição de Pericopis picta (Guerin, 1844) (lep. Periscopidae)

Data-limite 1938-1970

Número de itens 3
Artigo Científico; Ficha de bibliografia; Ficha de classificação
Documentos de espécies
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de Datilografado
registro
Forma Original; Rascunho
136

Série: 3.3.12 Redescrição de Corematura Butler, 1876 e de suas duas espécies


(Lepidoptera ctenuchidae)

Data-limite 1938-1970

Número de itens 2
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho; Arquivos de Zoologia do Estado de São
Paulo
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de Datilografado
registro
Forma Rascunho

Série: 3.3.13 Sobre a família Acanthopidae. Burmeister, 1838

Data-limite 1938-1970

Número de itens 15
Documentos Artigo científico; Relação bibliográfica; Anotações;
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Datilografado; Manuscrito
Forma Original; Rascunho
137

Série: 3.3.14 A Estação Biológica de Boracéia

Data-limite 1938-1970

Número de itens 4
Documentos Relatório; Artigo científico
Locais Boracéia/São Paulo/Brasil
Lauro Travassos Filho; Departamento de Zoologia da
Produtores Secretaria da Agricultura de São Paulo
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Manuscrito; Datilografado; Impresso
Forma Original; Rascunho

Série: 3.3.15 Variação das manchas das asas de Dirphia multicolor


(Lepidoptera - Hemileucidae)

Data-limite 1938-1970
Número de
itens 1
Documento
s Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho; Revista Brasileira de Entomologia
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Impresso
Forma Original
138

Série: 3.3.16 Ctenuchidae Kirby, 1837

Data-limite 1938-1970

Número de itens 2
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Datilografado; Manuscrito
Forma Original; Rascunho

Série: 3.3.17 Nota sobre Lepidoneiva Erubescens (Butler, 1876). (Lepid.:


Ctenuchidae)

Data-limite 1938-1970

Número de itens 2
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Datilografado; Manuscrito
Forma Original; Rascunho

Série: 3.3.18 Interessante anomalia em um Cosmosoma teuthras (Walker, 1854)


(Lepid.: Ctenuchidae Kirby, 1837)

Data-limite 1938-1970
139

Número de itens 2
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Datilografado; Manuscrito
Forma Original; Rascunho

Série: 3.3.19 Organização dos gêneros Neuthysia Butler, 1876, e Netamya, novo
nome para Paramya Druce, 1898. (Lep.: Ctenuchidae).

Data-limite 1938-1970

Número de itens 2
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Datilografado; Manuscrito
Forma Original, Rascunho

Série: 3.3.20 Comportamento da unidade em recipiente de barro poroso para a


criação de artrópodos

Data-limite 1938-1970

Número de itens 12
Documentos Artigo Científico; Gráfico; Fotografia científica
140

Locais São Paulo/São Paulo/Brasil


Produtores Lauro Travassos Filho; Clemente Pereira
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual; Iconográfico
Técnica de Datilografado; Manuscrito; Fotografia
registro
Forma Original, Cópia

Série: 3.3.21 Uma borboleta inimiga da Giesta

Data-limite 1938-1970

Número de itens 1
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Impresso
Forma Original

Série: 3.3.22 Excursão científica realizada nas zonas das Estrada de Ferro
Noroeste do Brasil e Brasil - Bolívia em janeiro e fevereiro de 1955

Data-limite 1938-1970

Número de itens 1
Documentos Artigo Científico
Locais Rio De Janeiro/Rio de Janeiro/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho; Haroldo Travassos; Alfredi R.
Rego-Barros; Dalcy de O. Albuquerque; S. J. Oliveira; Alceu
141

Lemos de Castro; Hugo de Souza Lopes; Publicações avulsas


do Museu Nacional
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de Impresso
registro
Forma Original

Série: 3.3.23 Reconhecimento dos caracteres específicos dos Pericopidae

Data-limite 1938-1970

Número de itens 1
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de Impresso
registro
Forma Original

Série: 3.3.24 Primeiras observações sobre a ação larvi e moluscicida do tego-5

Data-limite 1938-1970

Número de itens 2
Documentos Relatório de experimento científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Lauro Travassos Filho; Bruno Soerensen; Therezinha J. H.
Produtores Fontenelle
Idioma Português
142

Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de Manuscrito; Datilografado
registro
Forma Original; Rascunho

Série: 3.3.25 Alphabetical list of common names of pests and diseases with
reference to crops or commodities attacked, usual causal organism and page
reference

Data-limite 1938-1970

Número de itens 2
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Inglês
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Datilografado; Impresso
Forma Original; Rascunho

Série: 3.3.26 Common names for agricultural and forestry insects and mites in
east Africa

Data-limite 1938-1970
Número de itens 2

Documentos Artigo Científico


Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Inglês
Suporte Papel
143

Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de Datilografado; Impresso
registro
Forma Original; Rascunho

Série: 3.3.27 Insect File

Data-limite 1938-1970

Número de itens 2
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Inglês
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de Datilografado; Impresso
registro
Forma Original; Rascunho

Série: 3.3.28 Pesticides and fungicides

Data-limite 1938-1970

Número de itens 1
Documentos Artigo Científico
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho
Idioma Inglês
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de
registro Datilografado; Impresso
144

Forma Original; Rascunho

SEÇÃO - 4. RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E INTERGRUPOS

Subseção: 4.1 Clube Zoológico do Brasil

Série: 4.1.1 Correspondência

Data-limite 1935-1941

Número de itens 16
Documentos Carta; Carta de requisição; Ofício de convocação; Ofício de
solicitação; Ofício informativo
Assuntos Clube Zoológico do Brasil; Receitas e despesas do Clube
Zoológico do Brasil; Locação de imóvel para o Clube
Zoológico do Brasil; Desfalque no Clube Zoológico do Brasil;
Solicitação de exclusão como fiador da sede de campo
"Jaraguá"; Pedido de esclarecimento sobre bibliografia;
Reclamação pelo tratamento do Clube Zoológico do Brasil aos
membros do interior; Confirmação da devolução de talões do
Clube Zoológico do Brasil a; Confirmação da devolução de
repartições do Clube Zoológico do Brasil; Requisição para
pagar taxa de caça; Requisição para pagar a taxa de caça;
Substituição de licenças especiais; Instruções para uso e
treino de cães de caça; Terreno no Jaraguá para o Clube
Zoológico do Brasil; Caça de animais nocivos
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Modesto Laso Monteiro; Sem autoria; Clemente Pereira;
Lucilia Leme de Oliveira Santos; Antonio Jafet; Commercio
Reunido; Martins Francisco Vieira; Claudino Aranha; Sylvio F.
Vieira; Abel de Almeida; Clemente Pereira (Clube Zoológico do
Brasil); Benedicto Marques Oliveira Filho
Presidente do “Clube Zoológico do Brasil”; Antonio Leme de
Oliveira Santos; Agenor Couto de Magalhães; Clemente
Pereira (Instituto Biológico); Sem destinatário; Philippe Westin
Destinatário Filho; Francisco; Alberto Catani; Textual
Idioma Português;
Suporte Papel; Folha
145

Formato Folha; Manuscrito


Gênero Textual;
Técnica de Manuscrito; Original
registro
Forma Original; Cópia

Série: 4.1.2 Gestão

Data-limite 1935-1944;

Número de itens 60
Documentos Anotação; Ata de reunião; Autos; Balancete geral ; Caderno de
cartas expedidas; Caderno de notas de caixa; Cartão de
recebimento; Lista de sócios; Certidão de autorização para
caça; Certificado de registro de Estatuto; Código de caça;
Código do Clube Zoológico; Comunicado de reunião; Contrato
de compra e venda; Convite de reunião; Declaração de
autorização; Declaração de autorização; Declaração de
retratação; Dossiê financeiro; Estatuto; Fatura de compra;
Ficha; Ficha para registro de porte de arma; Guia de
recolhimento; Guia de recolhimento para licença ; Guia de
recolhimento para licença de treinamento de cães de caça;
Instrução para registro e porte de arma; Lista de empréstimo;
Lista de vendas; Notificação de infração de caça; Ordem do
dia; Parecer; Portaria de regulamentação da caça; Recibo da
taxa de caça; Recibo de pagamento ; Recibo de taxa de caça;
Relatório financeiro; Requerimento de abertura de inquérito;
Requerimento de registro; Requerimento de vistoria de
propriedade; Requisição para porte de arma; Tabela de preços
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
Produtores Sem autoria; Clemente Pereira; Clube Zoológico do Brasil;
Secretaria da Agricultura de São Paulo, Departamento Animal;
Secretária da Agricultura , Indústria e Comércio; Cyro Costa
Filho; Dr. Candido de Mello Leitão; Clemente Pereira; Clube
Zoológico do Brasil; Cartório Adalberto Netto Registro de
Títulos e Documentos; Dolder, Kelleer e Cia.; Nicolas
Tebecherani; Clemente Pereira; Antonio Jafet ; Departamento
de Indústria Animal Secção de caça e Pesca; Benedicto
Marques Oliveira Filho (Ministério da Agricultura, Conselho
Nacional de Caça); Secretária de Estado dos negócios da
Fazenda
146

Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de Manuscrito
registro
Forma Rascunho; Original; Cópia

Subseção: 4.2 Departamento de Zoologia da Secretaria de Agricultura do


Estado de São Paulo

Série: 4.2.1 Correspondência

Data-limite 1952-1972

Número de itens 23
Documentos Ofício de agradecimento; Ofício de aprovação de auxílio;
Ofício de autorização; Ofício de prestação de contas; Ofício de
solicitação; Circular de comunicação; Circular de solicitação;
Carta de solicitação
Assuntos Agradecimento ao CNPq pelos auxílios concedidos;
Agradecimento pelo cheque concedido pelo CNPq; Assinatura
de termo de auxílio; Aquisição de flash eletrônico com verba
do CNPq; Prorrogação do prazo de prestação de contas;
Sobre pagamento de passagem para bolsista Olga de Avila
Pereira; Comprovante de despesas feitas com o auxílio do
CNPq; Aprovação de prestação de contas.; Aquisição de
material fotográfico; Comprovante de despesas feitas com o
auxílio do CNPq; Financiamento de materiais para pesquisa;
Concessão de auxílio; Prestação de contas para o CNPq;
Material óptico Zeiss ; Solicitação de 2 fotografias para
completar a ficha de Lauro Travassos Filho; Solicitação de
auxílio para o CNPq para aquisição de material fotográfico no
valor de 25 mil cruzeiros; Reserva de material; Solicitação de
autorização para apresentar ao Senhor Secretário da
Agricultura um relatório verbal do que foi feito na Estação
Biológica em Boracéia; Comunicação sobre decisão de
acumulação de cargos e bolsas; Solicitação de relatório ;
Solicitação de colaboração científica;
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
147

Lauro Travassos Filho; Departamento de Zoologia da


Secretaria da Agricultura de São Paulo; Antônio Moreira
Couceiro; Antônio Moreira Couceiro (CNPq); Orlando Rangel
Produtores (CNPq); Lauro Travassos Filho; Robert E. Dietz IV
CNPq; Lauro Travassos Filho; Diretoria do Departamento de
Zoologia da Secretaria da Agricultura de São Paulo; Diretor do
Departamento de Zoologia; Lauro Travassos Filho (Secretária
Destinatário da Agricultura)
Idioma Português; Inglês
Suporte Papel
Formato Folha
Gênero Textual
Técnica de Manuscrito
registro
Forma Original

Série: 4.2.2 Financiamento de pesquisa

Data-limite 1952-1972

Número de itens 9
Ficha de inscrição; Informe de pagamento; Instrução de
concessão de bolsa; Recibo retirada de verba; Termo de
Documentos concessão de auxílio; Termo de concessão de bolsas; Carta
Assuntos Ficha de inscrição para bolsista do CNPq; Auxílios e bolsas
concedidas pelo CNPq; Instruções sobre concessão de bolsas;
Fundo de pesquisa do Museu de Zoologia da Universidade de
São Paulo; Termo de acordo proposto pelo CNPq para Lauro
Travassos Filho sobre auxílio para compra de material
fotográfico.; Auxílio concedido; Auxílios CNPq; Termo de
concessão e aceitação de auxílio; Sobre auxílios e bolsas do
CNPq
Locais São Paulo/São Paulo/Brasil
CNPq; Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo;
Produtores Antônio Moreira Couceiro; Lauro Travassos Filho
Destinatário Não se aplica; Lauro Travassos Filho; José Cândido
Idioma Português
148

Suporte Papel;
Formato Folha; Papel
Gênero Textual
Técnica de Manuscrito
registro
Forma Original

Subseção: 4.3 Comunicação entre grupos e entre pesquisadores

Série: 4.3.1 Solicitação de livro

Data-limite 1961-1978

Número de itens 4
Documentos Relação de nomes; Recibo de compra; Recibo de pagamento
Assuntos Interessados no Dicionário dos Animais do Brasil; Compra do
Dicionários dos Animais do Brasil; Recibo referente ao
pagamento da anuidade da Sociedade Brasileira de Zoologia
Locais Sem local; São Paulo/São Paulo/Brasil; Rio de Janeiro/Rio de
Janeiro/Brasil
Produtores Lauro Travassos Filho; Adriano Lucio Peracchi; Universidade
Rural/Serviço Público Federal
Idioma Português
Suporte Papel
Formato Folha; Folheto

Gênero Textual
Técnica de Datilografado; Manuscrito
registro
Forma Original

Série: 4.3.2 Correspondência

Data-limite 1939-1987

Número de itens 466


149

Carta de agradecimento; Carta de solicitação; Carta de


notícias; Carta convite; Carta de intercâmbio de informações
Documentos científicas; Carta de esclarecimento; Carta convocatória; Carta
Assuntos

Hylesia; Mariposa; Saturniidae; Hylesia; Mariposa; Saturniidae; Hylesia metapyrrha


(walker); Hylesia paulex dogmin; Edilene; Caruaru; Escola, Imposto de renda;
Fundação Oswaldo Cruz; Fiocruz; Descrição de espécies; Coleções; Revista do
Ensino de Ciências; Biblioteca; Revista científica; Bernice Bishop Museum;
Parasitologia; Fiocruz; Centro Espírita; Religião; Allan Kardec, ; Relato sobre a vida
pessoal, familiar e acadêmica; Sobre Ctenuchidae e barbeiros.; Sobre
butterflies/microletras; Sobre borboletas noturnas da família Saturniidae;
Agradecimento pela hospitalidade durante visita ao Instituto Butantan; ; Tempo;
Vida acadêmica; Esclarecimento de desligamento da Sociedade Brasileira de
Floricultura; Convocatória para reunião de eleição para a diretoria da Sociedade
Brasileira de Floricultura; Solicitação de devolução de saldo I.C para o Fundo de
pesquisa do Instituto Butantan; Sobre Tinamus tao (família Tinamidae);
Odontophorus Capoeira, Spix (família Gallidae); Aviso de atraso de entrega de
material para pesquisa; Participação em defesa de tese, referências bibliográficas,
etc.; Recomendação de livro; Livros para a biblioteca; Sobre Mirex isca envenenada
para saúva; Agradecimento pelo envio das Revistas de Entomologia; Carta sobre o
envio de exemplares da revista de entomologia; Sobre roubos de equipamentos
científicos; Agradecimento pela carta de 4 de outubro.; Informação sobre as
atividades de Primatologia da Universidade de Brasília estarão sob a direção de
Bráulio Magalhães Castro; Sobre plantas; Sobre soro antiofídico, fazenda com
animais peçonhentos; Sobre soro antiofídico; Votos de Natal e Ano Novo;
Comunicado sobre nova diretoria do Instituto Oswaldo Cruz; Agradecimento pelo
slide; Material enviado; Sobre devolução de empréstimo a Frank Radovsky;
Solicitação de informações sobre utilização de mel; Solicitação de folheto sobre a
utilização de plantas fibrosas; Solicitação de folheto sobre a acerola; Comunicado
sobre o atraso da Revista Ecossistema; Solicitação de folheto sobre a criação de
rãs; Sobre o envio de cheque para pagamento de revista; Sobre o envio de
sementes; Sobre o plantio de sementes; Solicitação para o envio de dois
exemplares do manual de propedêutica do abdômen; Morfologia de lepidópteros;
Sobre o envio de separata; Agradecimento pelo envio da carta e desculpas pela
demora na resposta; Agradecimento pelo envio de espécimes; Slides de
espécimes; Envio de carta solicitada destinada ao prof. Blair; Aviso de chegada de
correspondência e encaminhamento dela para a biblioteca; Envio de xerox sobre
bibliografia de ácaros; Solicitação de envio de xerox de bibliografia de ácaros;
Agradecimento pelo convite da inauguração da Casa Oswaldo Cruz; Sobre soro
antiofídico; Anuidade e mudança da diretoria da sociedade de biologia do Rio de
Janeiro/Rio de Janeiro/Brasil; Sobre soro antiofídico e morte da mãe; Informações
sobre o soro antiofídico; Informações sobre curso de zoologia da USP; Informação
150

sobre livro publicado; Solicitação de ajuda em relação a bibliografia; Convite para


hospedagem na casa de Lauro enquanto Edson estiver de passagem por São
Paulo/São Paulo/Brasil; Confirmação de comparecimento; Solicitação de envio de
comunicação para o professor Blair; Lamentações sobre saúde; Solicitação de
informações sobre serpentes; Agradecimento pelo envio de artigo; Comunicado
sobre nova diretoria; Referências Bibliográficas; Sobre o barbeiro transmissor da
doença de Chagas; Retificação da carta anteriormente enviada com a palavra
feromônio escrita corretamente; Fala sobre o envio de artigos sobre o barbeiro
transmissor da Chagas e sobre a sua situação de saúde; Sobre material de
Pentastomida. (original e cópia); Pedido de identificação de material de Lonomia sp;
Confirmação sobre a identificação Lonomia sp; Pedido de tese sobre Lonomia sp;
Agradecimento por material enviado; Sobre condição de saúde e pagamento de
livros; Solicitação de empréstimo de livro; Recomendação de Harld Artner para
conhecer a Fundação Oswaldo Cruz e conversar sobre moléstias tropicais; Saúde e
incorporação de novos biólogos na seção de parasitologia. Therezinha
Heitz-Fontenelle, Roberto Moraes, Rosa Maria Veiga e Ana Maria Marassá; Saúde
e caixas de Lepidópteros, separatas; Agradecimento pelo envio de nomes
genéricos em manequim. Oferecimento de casa no litoral paranaense para
descanso; Entrega de tese, informação sobre uma foto; Solicitação de identificação
de inseto; Identificação de espécie Antichloris Eriphia; Saúde pessoal, envio de
xerox; Agradecimento por livro; Envio de artigo, "Chronica Botanica" e "A Flora do
Brasil"; Livro "Chronica Botanica"; Livro "Chronica Botânica"; Livro "Flores";
Agradecimento pela revista "Flores do Brasil"; Propaganda médica. Solicitação de
amostras de antialérgicos ACDITIL E PROACTIDIL para uso no Instituto Butantan;
Agradecimento pelo livro "Sistema de Produção para maçã"; Solicitação de retirada
de artigos das Memórias do Instituto Butantan, referente a Triatoma Melanocephala
e Cerodirphia A. Araguensis para atender as solicitações de pesquisadores
interessados; Anexo cheque no valor 57,500,00 referente ao monitor de pulsão e o
artigo do Shopping News; Sobre detergente Tego 51; Solicitação de informação
sobre o Tego 51; Nomeação das ruas do Butantan com nomes célebres; Revista
Flores do Brasil; 8° Congresso de Entomologia em Brasília. Boletim da Adema;
Congresso Brasileiro de Entomologia.; Homenagens à Lauro Travassos (pai) ;
Informação sobre a nova diretoria e valores da anuidade; Solicitação de informação
sobre lesões cutâneas provocadas por artrópodes; Agradecimento pelo convite do
lançamento de livro "O Espelhar das palavras"; Solicitação de identificação de
pulgões; Resposta à solicitação de identificação de pulgões; Envio de folheto
Informativo Butantan; Informação sobre Battus Polydamas (lepidoptera); Solicitação
de parecer técnico para publicação de revista; Agradecimentos à colaboração de
Lauro Travassos Filho; Solicitação de nomes científicos e populares de insetos;
Solicitação de atualização de curriculum vitae; Envio de curriculum vitae;
Solicitação de trabalho científico: "Halipegus tropicus"; Recomendação do prof.
José Luis Moreira (Museu de Zoologia da USP); Menção ao envio de um jornal;
Agradecimentos pela medalha concedida pela sociedade japonesa de parasitologia;
151

Comunicado sobre a vinda do Dr. Takashi Iwabuchi para "6th International


Congress of Neurological Surgery"; Comunicado sobre a vinda do Dr. Takashi
Iwabuchi para "6th International Congress of Neurological Surgery); Vacina contra
Brucelose, estudo de Schistosoma; Solicitação de vacina anti-brucelose. Solicitação
de demissão dessa entidade.; Autorização de reprodução de duas fotos de concha
de caramujo e de barbeiro; Informação sobre o esgotamento do livro "Receitas
Fáceis" Célia Ribeiro; Inseto causador da dermatite; Sociedade brasileira de
entomologia; Indicação de profissional de entomologia; Doutorado no exterior;
Doutorado no exterior. Publicações científicas; Caramujos; Coleção "Informação
Agrícola da Shell); Falta de verba na Embrapa; Viagem para os Estados Unidos;
Esquistossomose, Roberto Moraes, ácaros; Xerox para o trabalho de Otobius;
Pedido de livro "Fresh-water Biology"; Fotografias de inseto. Tese de doutorado.
Publicação de trabalho sobre ácaros; Agradecimento por trabalho enviado sobre
ácaros, e pela foto enviada; Envio de livros. Bolsas de estudo. Publicação.
Premiação "H. S. Smith". Congresso Sociedade Americana de Entomologia;
Cirurgia de Lauro Travassos Filho. Exame de qualificação. Predadores de
caramujo; Votos de fim de ano, parabenização pelo exame de qualificação. Cirurgia
de retirada de pedras de Lauro. Congresso em Brasília; Valor do dólar, inflação.
Exame de qualificação. Artigo do Dr. Fisher; Jogos de loteria. 8° Congresso em
Brasília. Tese de Doutoramento de Mirna Casagrande. Pedras na vesícula de Lauro
Travassos Filho; Congressos Int. anti-ácaros, Mudança de Direção no Instituto
Butantan - Willy Beçak; Controle biológico do ácaro vermelho. Copa do Mundo de
Futebol; Falecimento do Dr. Hoge. Ácaros vermelhos. Posse de Willy Beçak como
diretor do Instituto Butantan. Jogos de loteria; Revista Brasileira de Biologia;
Parabenização pelo sócio honorário na Sociedade Entomológica do Brasil. Livro
sobre intoxicação; Endereço de Edilene Maria de Menezes Oliveira. Trabalhos
sobre ácaros. Morte de Renato L. de Araújo (pesquisador de cupins); Sobre a
Embrapa de Petrolina; Trabalhos sobre ácaros; Tese de doutorado; Situação das
Instituições de pesquisa; Felicitações de aniversário. Livro sobre Toxides. Concurso
para biólogo. Votos de ano novo; Estagiários e funcionários do Instituto Butantan;
Soro; Identificação da Citheronia Armata; Sobre Evoneo Berti Filho. Falecimento de
Walter Kempf; Identificação de animal. Tese de livre-docência; Carta ao Lemaire;
Agradecimento pelo envio de xerox do artigo da "Studia"; Publicação na revista
"Studia"; Nomes para banca avaliativa de doutorado; Confirmação do nome do
adelocefalideo: Citheronia Armata; Identificação de dois "Dirphia"; Resumo de
paper para publicação sobre "Cerodirphia Avenata Araguensis"; Recebimento de
"Danaus serrapeladai"; Solicitação de publicação de "Heilipus bonelli Boheman,
1830"; Agradecimento por cartão. Pedido para o envio de lagartas do Paraná ao
Butantan; Aniversário de 80 anos do Instituto Butantan. Envio de slides de "Eacles
camposportoi". Curso de "Trichogramma"; Fotos de inseto; Agradecimento pelo
envio de xerox da Mariposa "Phasus gigauteus" ; Agradecimento pelos folhetos
enviados. Larvas de mariposas. Informações sobre inseticida; Agradecimentos
pelo envio do impresso "Informativo do Instituto Butantan" e "Acidentes com
152

animais peçonhentos"; Folheto do Museu Histórico; Publicação de livro sobre


borboleta. Venda de cachorros; Museu Entomológico José Pinto da Fonseca;
Agradecimento pela ajuda na publicação de livro; . Endereço do Dr. Ladislau
Deutsch ; . Falecimento Autuori. Publicação de trabalhos; . Solicitação do envio de
folheto do Museu Histórico; . Gravações em fita. Trabalho sobre lagartas urticantes;
Gravação de fita; Gravações em fita. Solicitação de soro para venenos de cobra e
escorpião. Cobras corais conservadas em líquido para serem enviadas ao
Butantan; . Cobras conservadas em álcool; . Gravações em fita; Sobre o senhor
Josef Kadlec, colecionador de slides de borboletas; . Votos de feliz aniversário.
Captura de animais; . Livro insetos no folclore. Mudança de casa; . Falecimento de
Araújo. Livro sobre borboletas; Coleta de animais. Livro em homenagem ao Frei
Walter. Falecimento de Araujo; Agradecimento pelo auxílio na classificação das
borboletas; Agradecimento por convite. Salário e despesas. Falecimento de
Haroldo (irmão de Lauro); Solicitação do envio de desenhos de borboletas;
Identificação de espécies. Voto de feliz aniversário; Solicitação de vacina
anti-rábicas; Greve. Envio de cheque para aquisição de retrato de Oswaldo Cruz;
Internação em Hospital; Saúde. Memórias do Instituto Butantan; Restituição de
cheque a ser revertido em apoio a pesquisa; Envio de cheque para o pagamento da
revista "Arq. UFRJ, vol. 5, n. 1"; Sociedade Brasileira de Zoologia. Cópia de slides
na USP. Greve; Volume do Costa Lima da entomologia do biológico. Sociedade
Brasileira de Zoologia. Estagiários e funcionários da seção de parasitologia. Envio
de livros. Cópia de slides; Pedido do livro de Costa Lima. Resumos do VI
Congresso Brasileiro de Zoologia. Defesa de tese de Paulo Cassino Teremus;
Comunicado sobre envio de recibo referente ao pagamento da anuidade da
Sociedade Brasileira de Zoologia. Vi Congresso Brasileiro de Zoologia; Submissão
de trabalhos e perspectivas para a análise de elevação de nível na carreira de
pesquisador para 1-6. Revistas científicas, "Studia 19". Destinação de animais.
Separatas "I e II de Kuhlman e Jimbo: A flora na alimentação das aves Brasil";
Trabalhos sobre barbeiros; Apresentação de Ulisses que deseja pesquisar material
da coleção da Seção de Parasitologia do Instituto Butantan; Concurso de
livre-docente e para a carreira de pesquisador científico; Comunicação sobre o
envio de declaração assinada por Eugênio (Coordenador da Licenciatura em
História Natural). Concurso para livre-docência. Tese sobre Spelaeornchidae.
Carreira de pesquisador científico. Solicitação para o envio de certificado de aula
ministrada; Identificação de mariposas urticantes; Agradecimento pelo envio da
"Iconografia das orchidaceas" de Hoehne. Livro de Paulo Nogueira, trabalho de
divulgação sobre animais peçonhentos, "Arquivos da Universidade" (periódico da
U.R). Interesse por ouriços. Endereço do Instituto Florestal; Exemplares de
barbeiros. Endereço do Dr. Archibaldo Bello Galvão (Fundação Oswaldo Cruz).
Solicitação de separatas da Dirce Lacombe sobre estruturas de Triatominae;
Separatas da Dyrce. Cartão sobre o caso Dr. Galvão. Solicitação de ampolas de
soro antiofídico. Obra de Hoehne "Iconografia de Orchidaceas do Brasil"; Retirada
de ouriços. Morcegos. Separatas; Morcegos. Solicitação de Desmodus; . Endereço
153

de Domiciano. Ratos capturados. Ratos com Trypanosoma; Coleção da N.S. do


Boletim Biológico, trabalho sobre a Hemipipa Carvalho. Haemaphysalis. Morcegos
de rabo. Slides do Spaeleorhinchus; Reunião de Copertides (Comissão
Permanente de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva. Verificação do
Spaelorynchus. Morcegos de Cotia. Solicitação da coleção do Boletim Biológico;
Ratos que sobrevivem ao fogo dos cerrados. Estudos do couro dos ratos.
Domiciano; . Desaparecimento do Teixeira; Lâmpada ultra-violeta (black light).
Boletim Biológico N. S. Barbeiros. Carrapatos; Congresso entomológico. Coleção
do Boletim Biológico. Schistosoma. Saúde do pai de Lauro Travassos Filho.
Lâmpadas ultravioletas; Barbeiros. Carrapatos; Solicitação de 25 doses de
Hycanthone para ser enviado ao professor James Dobbin Jr. Dobbin Jr., da
Faculdade de Medicina de Recife. Pesquisa sobre Bionomia de Triatomíneos. Fala
sobre o convite de Jandira Planet do Amaral, para Lauro assumir a seção de
Parasitologia do Instituto Butantan; Coleção do Boletim Biológico. Schistosoma.
Hycanthone. Barbeiros. Lâmpadas ultravioletas; . Envio de lanternas e alfinetes.
Barbeiros; Trabalho em conjunto para ser publicado nas Memórias do Instituto
Butantan. Xerox da monografia de Lent&Wygod; Artigo sobre Melanocephala para
ser publicado nas Memórias do Instituto Butantan; Relação com a distribuição do
Melario; Melanocephala infectada; Comemorações de 80 anos do Vital Brasil, envio
de selo comemorativo. Barbeiros. Melanocephala; Nova equipe para o Butantan.
Monografia de Triatominae do Lent & Wygodzinsky. Melanocephala; Problemas de
saúde. Pedido para o envio de mini-caixinhas plásticas para a separação de ovos
de barbeiros; Problemas de saúde de Dobbin. Barbeiros. Votos de feliz páscoa;
Problemas de saúde de Dobbin. Maculata; Amblyopinodes coleopteros.
Pseudomaculata; Ninfas. Amblyopinodes coleopteros. Pseudomaculata; Envio de
ovos de Lutzi. Pedido para o envio de um casal de triatomíneos; Criação de Lutzi.
Casal de Melanocephala. Envio de frascos com insetos capturados em roedores;
Ninfas. Melanocephala; Convite para o curso "Taxonomia de Insetos" no curso de
pós-graduação da ESALQ. Identificação de formigas; Trabalho sobre a evolução do
pseudomaculata; Xerox com desenho de Delma. Congresso de Medicina Tropical
em Belo Horizonte; Mostruário de lepidópteros. Desenho de barbeiro. Centimetralia
(caramujo). Pseudomaculata. Publicação sobre verificações bionômicas e as
morfologias das exúvias. Barbeiro. Coleta de mariposas; Falecimento do Prof.
Antonio Coelho; Nomeação de Lauro Travassos Filho como Diretor de Extensão
Cultural do Instituto Butantan. Revista Saúde Pública F. Hig. Falecimento de
Antonio Coelho. Barbeiros. P. lutzi. Saúde de Lauro Travassos (pai); Medicamento
Etrenol para James Dobbin Jr; Falecimento de Teixeira. Pesquisa sobre helmintos
de roedores. Agradecimentos pela entrega do "Boletim Biológico". Revista da
Saúde Pública da Faculdade de Higiene. Envio de borboletas e barbeiros pelo
correio. Congelamento de verba no Instituto Butantan; Sobre resposta de Lauro
Sollero da Winthrop. Fixador para matar carrapatos; Carta em agradecimento aos
24 zoólogos e biólogos mais destacados; Sobre as relações entre a Estação de
Boracéia e a Repartição de Águas e Esgotos de São Paulo/São Paulo/Brasil; Votos
154

de feliz natal e ano novo; Solicitação de concessão de bolsa de pesquisador nível


B; Visita à Caruaru. Notícias de Evoneo. Acidentes com barbeiros e mortes em
Caruaru; Carta em agradecimento pelas publicações da Sociedade Brasileira de
Entomologia; Resposta à solicitação de colaboração científica. Sobre espécies de
Horama: castrensis e flavata; Condição climática. Violência. Desemprego.
Concurso Banco do Brasil. Pesquisa sobre caramujos; Germinação de sementes.
Coleta de espécies; Sementes de Paiveia langsdorfii laurana; Envio de xerox do
Cesar Pinto, da Moléstia de Hugo Laranjeira. Livro de Eurico Santos, do gambá ao
macaco; Envio de cheque para o pagamento dos volumes da Grasse; . Votos de
saúde e felicidade. Pedido para ajudar a ingressar na Fundação Oswaldo Cruz;
Notícias, formação e trabalho. Convite para visita. Contém envelope; Pesquisas.
Abertura do museu para a comemoração do bicentenário do descobrimento do
Hawaii; Envio de espécimes. Artigo sobre tipos de Arctiinae Neotropicais;
Pesquisas, resultados de acarologia sistemática. Recebimento de memórias e
coletâneas. Análise de dados sobre ectoparasitas de mamíferos para o
subprograma do Programa Internacional Biológico; Revisão de artigo sobre
"Trombicula n. sp." Memórias do Instituto Butantan; Solicitação de contatos de
colecionadores de borboletas, para realizar compra. A carta foi encaminhada pela
bibliotecária da UFBA para a Sociedade Brasileira de Entomologia.; Serviço de
coleção de referência de espécimes interessantes ao controle biológico; Rascunho
de carta. Sobre o envio do "Bulletim n°4"; Sobre doença de Chagas. Pesquisa
básica e pesquisa aplicada. Pseudomaculata. Contém envelope; Emagrecimento.
Coleta de material. Descrição da genitália de insetos; Solicitação de informações
sobre publicações.; Solicitação de indicação para o envio de borboletas; Carta
comunicando mudança de endereço, com envelope; Problemas de saúde;
Congresso de entomologia; Sobre a revista Studia. Dificuldade em comunicar com
Lauro Travassos Filho; Solicitação de notícias. Formação e emprego; . Falecimento
de um amigo. Revista Studia. Problemas de saúde; Respostas às perguntas;
Agradecimento por felicitação de aniversário. Problemas de saúde com a mãe de
Evoneo. Viagem a Campos de Jordão, casamento do prof. Joaquim. Reportagem
da Folha de São Paulo/São Paulo/Brasil e artigo sobre a juventude janista.
Correspondência com recortes e um cartão escrito por Adonis para Evoneo. O
cartão faz menção aos recortes que se agrupam pelo tema do sexo no mundo
humano e natural. Estão colocados em um envelope; Envio de fascículo com o
trabalho de Perachi. Separatas de caramujo; Aviso sobre a chegada dos tipos de
Galvão; Envio de foto de aranha coletada em Boracéia. Endereço de residência no
Japão. Condições de saúde; Sobre a Fiocruz de Manguinhos. Percevejos.
Congresso de Malacologia; Livro sobre borboletas. Monografia de Triatoma; Envio
do exemplar da Ordem métis. Saúde de Frei Thomas; Publicação sobre a ordem
dos insetos. . Falecimento de Dona Ada; Identificação do Eutrichopodopsis nitens;
Envio de mudinha de Cambuci e recomendações sobre o plantio; Envio de artigos
sobre mel, atestado de participação em banca. . Copa do mundo. Término de curso
e correção de avaliações; Agradecimento pelo envio de sementes italianas.
155

Coleções entomológicas; Condições climáticas. Envio de sementes; Agradecimento


pelo envio de planta. Trabalho desenvolvido na Embrapa de Goiânia sobre herança
de milho com translocação cromossômica. Contrato de Hugo na Fundação
Oswaldo Cruz em tempo integral; Envio galho, sementes e folhas. Trabalho sobre
Halysidota; Sobre mudas de plantas; Sobre Lauro Travassos (pai); Condições
climáticas. Agradecimento pelo envio de catálogos de cupins; Estudos sobre
cupins. Árvores frutíferas. Fungicida; Solicitação de aquisição de 2 exemplares do
"Studies on Termites"; Excursão com a família; Coleta de pêssegos;
Agradecimento pelo envio da publicação do Instituto Butantan; Visita ao sítio em
Embu-Guaçu. Envio de folha de Collius. Sobre a reativação do Horto Oswaldo
Cruz; Agradecimento pelas mudas de Collius. Plantio de mudas; Condições
climáticas. Retirada de pedras na vesícula. Defesa do Horto Oswaldo Cruz;
Agradecimento pelo envio de sementes de Cambuci; Sobre falecimento de amigo.
Condições de saúde, engessamento de pé; Formação de horta. Desempenho dos
alunos de Lauro Travassos Filho. Compra de carro. Mudança de casa;
Agradecimento pelo envio de sementes. Solicitação para o envio de trabalhos;
Qualificações de Roberto Moraes para concorrer a uma vaga; Agradecimento pelo
envio de saquinhos de plásticos. Currículo de Roberto Moraes; Agradecimento pelo
apadrinhamento de Roberto para associado da AcBrCi, comunicação sobre o envio
de trabalhos e currículo de Roberto. Combate às biofalarias da esquistossomose.
Conhecimento das taturanas urticantes. Laudo para preservar o Horto Oswaldo
Cruz; Apresentação de trabalho de Rosa Maria e Roberto no Congresso 8° de
Entomologia. Envio de separatas. Pedra na vesícula. Indicação de Roberto Moraes
como associado da Academia de Ciências; Willy Beçak novo diretor do Instituto
Butantan. Sementes de Cambuci; Resistência para salvar uma figueira centenária
no Horto Oswaldo Cruz Sobre Evoneo e Alexander. Envio de sementes de
pessegueiros. Artigo sobre Triatoma. Fotos de lagartas e mariposas. Oferecimento
da coleção Flores do Brasil; Envio de anúncio da Sociedade Britânica. Contratação
de novo funcionário; Falecimento de Dalcy. Convite do Pd. Moure para a banca de
tese do doutor Milke. Viagem à Curitiba com a família; Solicitação de informação
sobre substância que impede a germinação. Aspiração em publicar o catálogo de
Sarcophagidae como suplemento das Memórias; Votos de feliz natal. Envio de
cópia do trabalho da Revista Do Departamento de Zoologia da UFMG; Votos de
feliz ano novo. Dúvidas sobre insetos; Agradecimento pelo envio de sacos. Convite
para visitar Petrópolis/Rio de Janeiro/Brasil. Estudos entomológicos; Agradecimento
pelos comentários da revista Biotérios e do trabalho sobre Pomáceas. Congresso
de Soros e Vacinas e Simpósio de Cobras e Aranhas; Publicação sobre Biotérios. .
Casa em Petrópolis/Rio de Janeiro/Brasil; Revista Biotérios. Fotos das Pomacea.
Doação da biblioteca de Lauro Travassos (pai) para o laboratório de Helmintologia.
Condições climáticas. Congressos Biotérios, Soros e Vacinas, Herpetológico;
Agradecimento pelo envio de saquinhos. Cão com suspeita de raiva. Florescimento
de plantas frutíferas, nectarinas e pessegueiros; Alunos de entomologia. Utilização
dos saquinhos nos pêssegos e goiabas. Sobre o Afrânio Amaral. Recebimento de
156

Sarcophagidae vindo do México; Informação que Cincinato não foi ganhador do


prêmio "Costa Lima". Saquinhos para a horta. Comemorações de 80 anos do
Instituto Butantan; Cópia de armadilha para tripeptídeos. Envio do livro "Plantas
Aquáticas". Árvores do Horto Oswaldo Cruz derrubadas pela ventania; Condições
precárias dos livros na biblioteca de Manguinhos. Livro "Plantas Aquáticas".
Descrição de genitálias de insetos; Agradecimento pelo envio de saquinhos.
Fábrica de remédios em Manguinhos; Sala em homenagem a Lauro Travassos em
Manguinhos. Recebimento de Pomáceas. Saquinhos anti Anastrefas.; Envio de
plantas aquáticas. Recebimentos de dois exemplares da Revista de Biologia. .
Carreira do filho de Lauro Travassos Filho, Ricardo, como médico. Curso de
entomologia epidemiológica; Agradecimento pela doação do casal de
Panstrongylus lignarius para a coleção de Parasitologia. Estudos sobre larvas
aquáticas, Pomacea e Schistosoma; Agradecimento pelo envio de Pomáceas.
Estudos com Pomacea; Falta de verbas. Plantio de goiabas. Redução de bolsas do
Conselho de Pesquisa. Férias na Europa; Problemas de saúde de um amigo.
Trabalho sobre Triatomíneos e Pomacea; Solicitação para o envio de um exemplar
da revista "Plantas Aquáticas", faz referência a um cheque em anexo no valor de
C$302,00. No verso há anotações; Estudos sobre Pomacea. Revista Br. Biologia.
Bolsa de aperfeiçoamento do CNPq; Envio de dois exemplares de "Color Guide".
Saquinhos de horta; Posse de Frota-Pessoa. Estudos sobre barbeiros. Plantio de
Nogueira e Mangueira; Comentários sobre o trabalho de Pomacea. Agradecimento
pelo envio dos saquinhos de horta; Agradecimento pelo envio dos saquinhos de
horta. Preocupação com a coleção de Frei Walter; Lamentação sobre a produção
do Butantan ser preterida na pesquisa. Recomendações para o uso dos saquinhos
de horta. Coleção de Frei Walter. Solicitação para examinar trabalhos da nova
equipe de Lauro Travassos Filho e apreciação deste trabalho para publicação na
Revista Biológica. Situação da Fundação Oswaldo Cruz, mudança no nome.
Trabalhos sobre Pomacea, divulgação no programa Fantástico da rede Globo;
Recebimento de livros e separatas enviadas pelo Mielke. Estudos sobre Pomacea;
Agradecimento pelo envio dos artigos de Frei Walter. Viagens; Homenagem a Frei
Walter. Experimentos com Pomacea. Votos de Feliz Natal; Agradecimento pelo
envio de livros. Convite para visitar Petropolis. Plantio de flores; Hérnia inguinal.
Envio de cópias da revista Studia XX. Envio da gravação de aula do Frei Walter.
Identificação de lepidópteros. Envio de sementes. Oferecimento de
Ervilha-de-cheiro; Compra de toda a coleção da Revista Studia pelas publicações
de Frei Walter. Desenvolvimento de plantas frutíferas; Falecimento do Frei Walter.
Lançamento da Revista Studia. Envio de dois volumes do livro de Benemar sobre
cobras, aranhas e escorpiões; Feira de ciências do Instituto Butantan. Dificuldades
em manter revista científica; Lamentação pela morte de Frei Walter. Revista Studia.
Desejo de ter na biblioteca de Santa Úrsula as publicações do Butantan; Viagem a
Guarapari. Problemas de saúde; Trabalho sobre Frei Walter. Estudos sobre
Pomacea; Sobre Lauro Travassos (pai); Trabalho sobre Galápagos; Envio do livro
do Afranio para Wygodzinsky. Solicitação de trabalho sobre reduvideos. Revista
157

Studia XX. Coleta de moscas que frequentam fezes de cachorro; Identificação de


espécie de may e lauroi. Falecimento de Oiticica. Artigo sobre Cerodirphia escrito
em parceria com Roberto Moraes. A carta está dentro de um envelope com a
marca da ESALQ/USP; Wygodzinsky acusa o recebimento de livro e promete
enviar separatas ao aluno de Lauro Travassos Filho; Trabalho sobre Frei Walter. .
Falecimento de parente.; Recebimento de currículo de Frei Walter; Artigo sobre Frei
Walter. Correção de artigo do Prado em Inglês para a revista Studia 19. Inscrição
para concurso de transferência; Parabenização pelo sítio em Petrópolis/Rio de
Janeiro/Brasil. Envio de documentos de Frei Walter. Cobrança da Academia
Brasileira de Ciências. Coleta de sarcófagas; Conclusão da revista Studia 19 com a
colaboração de Evoneo Berti-Filho. Elaboração da Studia 20 em dedicação a Frei
Walter.Solicitação para Hugo fazer o histórico de Frei Walter. Dúvida sobre o valor
do Prêmio Costa Lima. Aulas de Taxonomia de insetos em Piracicaba/São
Paulo/Brasil. Concurso para pesquisador científico. Contribuições para a Revista de
Biologia. Indicação de Fred Lane para o Prêmio Costa Lima; Solicitação para o
reenvio da Revista de Biologia, pois a recebida estava com páginas em branco.
Solicitação para verificação da anuidade da Academia Brasileira de Ciências. Envio
de bibliografia sobre parasitismo; Agradecimento pela doação à coleção
Parasitológica do Instituto Butantan de concha de Pomacea gigas. Solicitação para
identificar a proveniência desta concha e pedido para obtenção de uma dúzia de
exemplares de Pomacea. Solicitação para obtenção de um casal de Panstrongylus;
Solicitação para o envio de dois exemplares do segundo volume em Attacidae
juntamente com a fatura; Coleta de fêmea de Manduca Corumbensis. Identificação
de fungo. Cópia do trabalho de Vicente Isquierdo cedida pelo curador do Museu da
Universidade de Concepción, Chile; Retorno de Edilene e envio de caixinha
contendo 4 espécimes e um vidro com larvas do Marshalls sp.III Congresso
Brasileiro de Entomologia em Maceió/Alagoas. Inundações em São Paulo/São
Paulo/Brasil; Solicitação para Lauro Travassos Filho examinar fotos de libélula,
tiradas por Catarina, podendo ser publicada na Revista Ciência Hoje. M; Envio de
material traduzido. Sobre a carta de Hélio Conte. Votos de Feliz Natal; Solicitação
para identificação de espécie de caramujo encontrada no Recife predando mosca
branca em citros; Envio de caramujos "comedor de mosca branca". Mudança de
endereço; Sobre o falecimento do pai de Atala e homenagem da Sociedade
Brasileira de Entomologia; Solicitação para reprodução de livro "Arthropods and the
human skin"; Correspondência enviada para Lauro Travassos Filho com material
sobre o X Congresso Brasileiro de Entomologia. Contém: Folheto, regulamento e
ficha de reserva de coquetel. O material encontra-se armazenado em envelope.
Locais França; Piracicaba/São Paulo/Brasil; Rio de Janeiro/Rio de
Janeiro/Brasil; São Paulo/São Paulo/Brasil; Porto Alegre/ Rio
Grande do Sul; Honolulu/Hawaii; Guarulhos/São Paulo/São
Paulo/Brasil; Caruaru/Pernambuco/Brasil; Cruz das
Almas/Bahia/Brasil; Europa; Petrópolis/Rio de Janeiro/Brasil;
San Miguel de Tucuman/Argentina; Milão/Itália
158

Produtores

Claude Lemaire; Evôneo; Sergio Arouca; Lauro Travassos Filho; Lauro José
Jantsch; Cynthia Timbrlake; Frank J. Radovsky; Almicar Arandes Rego; Centro
Espírita "Nosso Lar" Casas "André Luiz"; Edilene; Antonio Carlos Zem; lakatos
Peter; Lúia M. Endlich Orth; A. Willink; Rodolfo Ricardo Geiser; José Carlos R. de
Magalhães; Soc. Import. Ópticon Brasil LTDA.; Instituto Butantan - Parasitologia;
Lúcia Oitlli (Editora Vozes); J. C. Novaes (Museu Paraense); Sem autoria; Prof.
Milton Thiago de Mello; Universidade de Brasília; Isa Leal Rocha Miranda; Equipe
de Parasitologia do Instituto Butantan; Henrique de Oliveira Rodrigues; Frank
Radovsky (Bishop Museum); Nélida M. Lizaso; Maria Helena Calafiori
(Ecossistema - Revista oficial da Faculdade de Agronomia e Zootecnia "Manoel
Carlos Gonçalves"; Nayde Machado (Ecossistema - Revista oficial da Faculdade
de Agronomia e Zootecnia "Manoel Carlos Gonçalves"; Parasitologia/Instituto
Butantan; Lauro Travassos Filho. Instituto Butantan/Parasitologia; Instituto
Butantan/Parasitologia; David Blair (Zoology Department, University of canterbury
Christchurch 1 New Zealand); Archibaldo B. Galvão; Joaquim Julio Vicente
(Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro/Rio de Janeiro/Brasil); Edson (Instituto
Metodista Izabela Hendrix); Maurício Matos Peixoto (Academia Brasileira de
Ciências); Instituto Butantan; Edson; Antonio Carlos de Oliveira (Secretaria de
Governo); Deli Corrêa Gomes (Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro/Rio de
Janeiro/Brasil); H. P. Travassos; Instituto Butantan, Biblioteca; Mário Bezerra de
Carvalho; J. Teague Self; University of Oklahoma; Alvaro Machado D´Antonio;
Mirna; Antonio Lindemberg Martins Mesquita (Embrapa); Ezechias Paulo Heringer;
Ezechias Paulo Heringer (IBGE); Lauro Travassos Filho; Instituto Butantan; Th
Goldschidt Indústrias Químicas Limitada; Delir Corrêa Gomes (Sociedade de
Biologia do Rio de Janeiro/Rio de Janeiro/Brasil); Ney Romiti (dermatologia da
FCMS); Valquiria da Rocha Santos Veloso (Depto. Fitossanitário da E.A); Maria
Mércia Barradas (Instituto Biológico); Reinholt Ellert (FUNBEC); U.S. Department of
Agriculture; Anna Kohn Hoineff (Fundação Oswaldo Cruz); Hiss Martins Ferreira
(Academia Brasileira de Ciências); Evonico (USP); Tomio Yamaguchi (Hirosaki
University school of medicine); Osmar Casa (Editora Globo); Gilberto José de
Moraes (Embrapa); Gilberto José de Moraes ; Lauro Travassos Filho ; Maria Etiene
de M. O. Barbosa; Evoneo (USP); Charles Alexander; Robinson e"Pad"; Evoneo
Berti Filho; Evoneo Berti Filho. ESALQ/USP; Augusto Portugal ; Augusto Portugal;
Adriano Lucio Peracchi; Universidade Rural/Serviço Público Federal; José Cândido
de Melo Carvalho (Sociedade Brasileira de Zoologia); James Dobbin Jr; Lauro
Travassos Filho (Seção de parasitologia/Instituto Butantan); James Dobbin Jr;
[James Dobbin Jr] Ministério da Saúde, Departamento Nacional de Endemias
Rurais; Lauro Sollero (Produtos Winthrop); Lauro Travassos Filho; Departamento
de Zoologia da Secretaria da Agricultura de São Paulo/São Paulo/Brasil; Ernani
Bergamo; Dora Von Ihering Bonança; Fontenelle Therezinha de Jesus Heitzmann;
Lucilia Leme de Oliveira Santos; Antonio Jafet (Commercio Reunido); Modesto
159

Laso Monteiro; James C. Brooks; Mattos; Mario Veutet; José de Oliveira Santos
Filho; Frank; W. Donald Duckworth; Bernard Geoffroy; Instituto de Investigación
Biosistematica Rama de Investigación de la Agricultura de Canadá; Galvão; Helia;
Heinz F. Reichmann Editora Polígono S.A); Marco Aurélio e Kátia; Mário de
Cavadelis; William L. Brown Jr.; Edson Gomes Travassos; Hugo; Academia
Brasileira de Ciências; José Henrique (Museu de Zoologia da Universidade de São
Paulo/São Paulo/Brasil); Evoneo; Hugo (Academia Brasileira de Ciências); H. R.
Pearson; Mário Bezerra de Carvalho; Universidade Federal Rural de Pernambuco;
Hugo; Haroldo Pereira Travassos; José R.; Gilberto J. de Moraes; EMBRAPA; Atala
Saraiva; J. O'D Alexander; Congresso Brasileiro de Entomologia
Destinatário

Lauro Travassos Filho; Sérgio Arouca; Almicar Arandes Rego; Rodolfo Ricardo
Geiser; Banco Alemão Transatlantico; Roberta Bolzoni; Dr. Alfredi Manuel Mendes
da Costa; Dr. Altino Alves Moreira; Da. Lucia; Isa Rocha Leal Miranda; Mirna; Dr.
Frank J. Radovsky; Bishop Museum; Sylvia Lucas (Instituto Butantan); Globo Rural;
Instituto Agronômico de Campinas; Universidade Rural de Pernambuco;
Universidade Rural de Viçosa; Nayde Machado; Revista Ecossistema; Edson G.
Travassos; Geraldo Pereira de Arruda; Serviços de imprensa; David Blair;
Archibaldo B. de Galvão; Antonio Sérgio da Silva Arouca; Isa Leal Rocha Miranda;
Maurício Matos Peixoto; Biociência/Lavoisier; Dora; Albino M. Sakakibara; Sem
destinatário; Domiciano; Alba Campos Lavras; Mesquita (Embrapa); Librarian CSIR;
Mário Bezerra de Carvalho; Alvaro Machado D´Antonio; Odettinha; Bibliotecária da
Funbec; Anna; Antonio Lindemberg Martins Mesquita; Ezechias Paulo Heringer;
Laboratório Wellcome; Liana M. F. Vieira (Empresa Catarinense Pesquisa
Agropecuária; Bibliotecária do Instituto Butantan; Ricardo Alves; Th Goldschidt
Químicas; Álvaro José Negret e Rafael A. Negret (Reserva Ecológica do IBGE);
James Dobbin Jr; Aonio; Valquiria da Rocha Santos Veloso; Chiquinha; Evoneo
Berti Filho; Maria Mércia Barradas; Seção de Parasitologia (Instituto Butantan); Hiss
Martins Ferreira (Academia Brasileira de Ciências); Evonico; Tomio Yamaguchi
(Hirosaki University School of Medicine); Anna Kohn (Fundação Oswaldo Cruz);
Associação dos Pesquisadores Científicos de São Paulo/São Paulo/Brasil; Antonio
Lembo; Gilberto José de Moraes; Edilene; Etiene e Rosevaldo; Frederico Lane
(Instituto Butantan/Parasitologia); Evoneo; Prof. Lemaire; Augusto Portugal; Prof.
Dr. Adriano Peracchi; Lauro Solero; Archimedes; Diretor da Divisão de Biologia; Dr.
Piza; Arthur Mascarenhas Façanha (CNPq); Sociedade Brasileira de Entomologia;
Robert E. Dietz IV; João Domingos de Mattos; Universidade da Bahia; Lauro
Travassos Filho; Sociedade Brasileira de Entomologia); Kátia e Marco Aurélio;
Edson; Dr. Kluger; Hugo; Flavio Barbosa de Almeida; Ione Francis Chehuan;
Instituto de Botânica de São Paulo/São Paulo/Brasil; Dr. Lemaire; João Luiz Costa
Cardoso; Hospital Vital Brazil/Instituto Butantan; Dr. Claude Lemaire; Dr. F. da
Fonseca; Lauro Travassos Filho; Instituto Butantan
160

Inglês; Português; Português/Alemão; Espanhol;


Idioma Português/Inglês; Francês/Inglês
Suporte Papel

Formato Folha; Cartão


Gênero Textual
Técnica de Manuscrito; Datilografado; Impresso
registro
Forma Original; Cópia; Rascunho

A Arquivologia lida com a questão da recuperação e o acesso à informação e


por isso, também desenvolve estratégias como pontos de acesso aos documentos,
que são viabilizados através da linguagem e de sistemas organizadores, sendo os
principais instrumentos a descrição documental e o plano de classificação. Ambos
desempenham através da qualificação da linguagem, em processos de sínteses,
generalizações, agrupamentos e eliminações de termos. Por isso, a linguagem se
coloca na arquivologia como principal condicionador para a promoção e acesso aos
documentos e as informações.
No caso particular do Fundo Pessoal de Lauro Travassos Filho entendemos
que o sistema organizador das informações se baseia obrigatoriamente nas funções
e atividades desenvolvidas pelo seu produtor, o que confere significância aos
conjuntos documentais, colocados de forma orgânica e única.
Ao abordarmos os padrões de descrição arquivística vimos que eles são
importantes instrumentos norteadores, mas que podem ser complementados nos
casos dos arquivos de cientista com campos que qualificam as informações
presentes no arquivo, informações que são físicas (formato, suporte, técnica de
registro) e substanciais (assuntos, forma e títulos).
161

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Onde o homem passou, onde deixou qualquer marca da


sua vida e da sua inteligência, aí está a história”
(COULANGES, 1901, p. 245, apud LE GOFF, 1990)

Vivemos em mundo com muitos desafios, a desinformação e a propagação de


fatos falaciosos, constrói uma sociedade cujo imperativo das relações se dá pela
desconfiança. A distância da sociedade com a ciência e o método científico ocasiona
na negação da realidade e em graves retrocessos.
A ciência é um conhecimento humano, com metodologias próprias, em sua
essência almeja alguma contribuição para vida humana e social, o que muitas vezes
pode ser despercebido devido às especializações e as microanálises. Mas ao
considerarmos que a ciência é uma prática colaborativa e acumulativa que envolve
um esforço global, vislumbramos todos os produtos e o desenvolvimento que foram
frutos da ciência.
Fortalecer a memória da ciência é criar condições para se conceber o modo
como a ciência foi desenvolvida, a partir disso criar mecanismos de confiança em
ações ou produtos gerados pelo processo científico. Além disso, pensar
cientificamente é pensar criticamente.
A memória da ciência está guardada em arquivos de instituições de pesquisa,
arquivos de universidades, arquivos de ministérios e agências de fomento. No
entanto, os documentos que evidenciam o dia-a-dia da ciência, a construção do fato
científico estão guardadas nos arquivos pessoais de cientistas. Nos arquivos de
cientistas, além de encontrarmos fragmentos da história do pesquisador, também
nos deparamos com vestígios de instituições, documentos que só foram
preservados, porque o pesquisador guardou essa documentação consigo.
Os arquivos pessoais de cientistas trazem documentos das diversas esferas
da vida, não somente da ciência em si, mas carregam as marcas de predileções, os
afetos e os interesses de uma pessoa. Afinal, somos múltiplos, ao mesmo tempo em
que temos uma carreira, também temos hobbies, religião, família e amigos. Essas
marcas são muito evidentes nos arquivos pessoais. No arquivo pessoal de Lauro
Travassos Filho, a série de correspondências trocadas entre ele e a comunidade
científica revela os limiares entre o fazer científico e os laços humanos de amizade.
162

Em um mundo de pré-informatização as cartas no desenvolvimento científico


foram importantes vetores de comunicação, colocando em evidência a circulação de
ideias e as redes de colaboração científica. Por meio das cartas os pesquisadores
trocaram referências bibliográficas, solicitaram cópias de artigos, livros, discutiam e
pediam contribuições para suas pesquisas. Mas na mesma carta também falavam
de suas vidas pessoais, saúde, política e família. Esses registros humanizam a
figura do cientista, que também é positivo para a aproximação entre a ciência e a
sociedade.
Ao promover a memória do cientista também estamos valorizando as
instituições de pesquisa e saúde em que Travassos teve contribuição, instituições de
máxima relevância para a sociedade brasileira. Configurando o arquivo como de
interesse cultural e científico para a sociedade
Diante da exposição de alguns dos motivos para a preservação da memória
da ciência e dos cientistas, como podemos atuar para promover a sua preservação
e difusão?
Aqui inserimos o propósito deste trabalho, as operações arquivísticas como
atividades de pesquisa, em que o conhecimento sobre o arquivo, propicia
mecanismos e sistemas de organização e representação do conhecimento
arquivístico.
Para potencializar o sistema de busca pode ser adotado sistemas de
organização do conhecimento ou linguagens documentárias como tesauros,
taxonomias e ontologias, que enriquecem as possibilidades de pesquisa. Este seria
um segundo passo, que não foi contemplado neste trabalho devido às dificuldades
geradas pela pandemia que durou cerca de dois anos, dentro de um prazo de 30
meses de pesquisa.
Almejamos que o tratamento arquivístico do Fundo Lauro Travassos Filho
possa contribuir para novas pesquisas em história da ciência, ou de diferentes
temáticas em que os documentos possam servir como fonte de informação. Além
disso, que motivem os cientistas e as instituições de pesquisa a preservarem seus
documentos para a posteridade.
163

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ANEXOS

Anexo 1 - Trabalhos publicados por Lauro Travassos Filho

1. CARRERA, M.; TRAVASSOS FILHO, L. P. Dados morfológicos e bionômicos


sobre Hylemya poeciloptera (Malloch, 1921) (Dip. Anthomydae), minadora das
folhas de beterraba (Betavulgaris L.) Papéis Avulsos Departamento de
Zoologia., 8(4):49-60, 1947.

2. D`ANDRETTA, M. A. V.; TRAVASSOS FILHO, L. P. Romualdisca dalmedai


n.g., n. sp. de Ctenuchidae (lepidoptera). Liv. Homenagem R. F. d`Almeida
SP, n. 3:17-40, 1946.

3. MOURE, J; TRAVASSOS FILHO, L. P. Notas sobre a nomenclatura dos


grupos superiores e gêneros. Publicações avulsas Museu Paraense. n. 4.
nov. 1947, 19p.

4. MUNAO DINIZ, L. S.; BELLUOMINI, H. E.; TRAVASSOS FILHO, L. P.;


ROCHA, M. B. da. Presence of the ear mite otobius megnini in the external
ear canal of lions (Panthera leo). J. Zoo Animal Med., 18(4):154-155, 1987.

5. SANTOS, N.; TRAVASSOS FILHO, L. P. Aspecto médico e comentários sobre


a localidade de Salobra (Estado de Mato Grosso). Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz, 36(3):311-20, 1941.

6. PEREIRA, C., TRAVASSOS FILHO, L. P. O emprego de “Tatuzinhos”,


Oniscidea (Crustacea, Isopoda) na preparação de crânios de vertebrados.
Revista de biologia e hygiene., 5(2): 67-8, 1934.

7. PEREIRA, C., TRAVASSOS FILHO, L. P. Sobre a ação anticulicídica das


Planárias. Revista de biologia e hygiene., 6(1):22-30, 1935.
174

8. TRAVASSOS FILHO, L. P. Contribuição ao conhecimento dos Euchromiidae.


Gênero Corematura Bult., 1876 (Lepidoptera). Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz, 33(2):259-62, 1938.

9. TRAVASSOS FILHO, L. P. Contribuição ao conhecimento dos Euchromiidae.


Gênero Cosmosoma Hübner, 1827 (Lepidoptera). Arquivo do Instituto
Biológico 9(6):59-66, 1938.

10. TRAVASSOS FILHO, L. P. Contribuição ao conhecimento dos Euchromiidae.


Gênero Isanthrene Huebner (Lepidoptera). Boletim Biológico, N. S.
4(3):454-72, 1939.

11. TRAVASSOS FILHO, L. P. Nova espécie de Ecdemus (Herrich-Schaffer, 1854)


(Lepidoptera-Euchromiidae). Arquivos de Zoologia Estado de São Paulo,
1(7):318-30, 1940.

12. TRAVASSOS FILHO, L. P. Lepidoneiva, novo gênero da família Euchromiidae.


(Lepidoptera). Revista Entomológica, 11(1-2):477-87, 1940.

13. TRAVASSOS FILHO, L. P. Notas de uma expedição realizada de fevereiro a


março de 1940, às localidades de Ilha Seca, no Estado de São Paulo, e
Salobra, Estado de Mato Grosso. Papéis Avulsos Departamento de
Zoologia, 1:57-64, 1940.

14. TRAVASSOS FILHO, L. P. Euchromiidae de Salobra. (Lepidoptera) Arquivos


de Zoologia Estado de São Paulo, 2(9):261-80, 1940.

15. TRAVASSOS FILHO, L. P. Contribuição à zoogeografia dos Euchromiidae


brasileiros. I. Material colhido na Ilha Seca, Estado de São Paulo, e Salobra,
Estado de Mato Grosso, de fevereiro a março de 1940. Arquivos de
Zoologia Estado de São Paulo, 2(10):281-98, 1940.

16. TRAVASSOS FILHO, L. P., CARRERA, D. M. Xanthozona melanopyga


(widman, 1830) (Diptera. Tachinidae), predadora de Brassolis astyra Godart,
175

1824) (Lep. Brassolidae), praga das palmeiras. Dados bionômicos dos dois
insetos e morfológicos do tachnideo. Arquivos de Zoologia Estado de São
Paulo, 3(3):337-9, 1943.

17. TRAVASSOS FILHO, L. P. Nota sobre Lepidoneiva erubescens (Butler, 1876)


(Lep. Ctenuchidae). Revista Brasileira de Biologia, 3(3):337-9, 1943.

18. TRAVASSOS FILHO, L. P. Excursão científica a Porto Cabral, margem


paulista do rio Paraná. Arquivos de Zoologia Estado de São Paulo, 4(1):21,
1944.

19. TRAVASSOS FILHO, L. P. Interessante anomalia em um Cosmosa teuthras


(Walker, 1854) (Lepidoptera-Ctenuchidae. Papéis Avulsos Departamento de
Zoologia, 4(13):187-96, 1944.

20. TRAVASSOS FILHO, L. P. Ctenuchidae de Monte Alegre. Papéis Avulsos


Departamento de Zoologia, 6(4):29-36, 1944.

21. TRAVASSOS FILHO, L. P. Sobre as datas de publicações das “Mélandes


Orthoptérologiques”, de Henri de Saussure, com referência à ordem
Mantodea Burmeister, 1838. Papéis Avulsos do Departamento de
Zoologia, 6(14):157-162, 1944.

22. TRAVASSOS FILHO, L. P. Última ecdise e período de fixação dos caracteres


cromáticos alares no Mantodea. Parastagmatoptera unipunctara (Burmeister,
1838). Mantidae: Vatinae. Papéis Avulsos Departamento de Zoologia,
5(12):95-106, 1945.

23. TRAVASSOS FILHO, L. P. Técnicas gerais seguidas no estudo da Ordem


Mantodea. Burmeister, 1838. Arquivos de Zoologia do Estado de São
Paulo, 4(5):113-156, 1945.
176

24. TRAVASSOS FILHO, L. P. Sobre a família Acanthopidae. Burmeister, 1838.


emend, (Mantodea). Arquivos de Zoologia do Estado de São Paulo,
4(6):157-232, 1945.

25. TRAVASSOS FILHO, L. P., CARRERA, M. Segunda expedição científica a


Porto Cabral, margem paulista do Rio Paraná. Arquivos de Zoologia do
Estado de São Paulo, 5(2):89-134, 1946.

26. TRAVASSOS FILHO, L. P. Notas de nomenclatura. I - Estado atual dos


generos Methysia Butler, 1876 e Metamya, novo nome para Paramya Druce,
1898 (Lep. Ctenuchidae). Papéis Avulsos Departamento de Zoologia,
7(23):257-266, 1946.

27. TRAVASSOS FILHO, L. P., PEREIRA, C. Comportamento da unidade em


recipientes de barro poroso para a criação de artrópodes. Papéis Avulsos
Departamento de Zoologia, 8(10):123-126, 1947.

28. TRAVASSOS FILHO, L. P. Redescrição de Pericopis picta (Guerin, 1844) (lep.


Periscopidae. Revista Brasileira de Biologia, 9(1):97-101, 1949.

29. TRAVASSOS FILHO, L. P., CARRERA, M. Contribuição para o conhecimento


de Pseudogavrax longilineatus Sabrosky., parasita de ooteca de Mantodea
(Dip. Chloropidae). Revista Brasileira de Biologia, 9(1):97-101-, 1949.

30. TRAVASSOS FILHO, L. P. On the pririority of Ctenuchidae Kirby, 1837. Lep.


News., 3(3):32, 1949.

31. TRAVASSOS FILHO, L. P. Líquido para preservação das estruturas internas


de lepidópteros e demais insetos que habitualmente se montam em alfinetes.
Arquivos de Zoologia do Estado de São Paulo, 7(7):439-444, 1950.

32. TRAVASSOS, L., TRAVASSOS FILHO, L. P. Disschematidae, novo nome para


Pericopidae Walker, 1869 (Lep. Heterocera). Papéis Avulsos Departamento
de Zoologia, 10(2):77-91, 1951.
177

33. TRAVASSOS FILHO, L. P. Joaquim Franco de Toledo: 31-1-1905-17-5-1952.


Dusenia, Curitiba, PR., 3(5):330-342, 1952.

34. TRAVASSOS FILHO, L. P. Redescrição de Corematura Butler, 1876 e de suas


duas espécies. (Lepidoptera-Ctenuchidae). Arquivos de Zoologia do Estado
de São Paulo, 8(3):89-108, 1952.

35. TRAVASSOS FILHO, L. P. Riccia, novo gênero para Corematura aliaria


(Druce, 1890) e descrição do alótipo dessa espécie. (Lep. Ctenuchidae).
Papéis Avulsos Departamento de Zoologia, 11(17):279-88, 1953.

36. TRAVASSOS FILHO, L. P. Baratas, indesejáveis insetos domésticos que


somente criam problemas para o homem. Folha da manhã, São Paulo,
Assuntos Gerais, 23 ago. 1953, p. 5.

37. TRAVASSOS FILHO, L. P. Distribuem-se por cerca de 150 mil espécies as


borboletas e mariposas. (reportagem). Folha da manhã, São Paulo, Assuntos
Especiais. 20 setembro de 1953, p. 13.

38. TRAVASSOS FILHO, L. P. “Apresenta aspectos dos mais curiosos a evolução


das borboletas e mariposas. (Reportagem). Folha da Manhã. São Paulo,
Assuntos Gerais. 10 out. 1953, p. 5.

39. TRAVASSOS FILHO, L. P., URBAN, H. Sobre a criação de pequenos


Mantodea com insetos da Ordem Collembola. Revista Brasileira de
Entomologia, 1:159-161, 1954.

40. TRAVASSOS FILHO, L., TRAVASSOS FILHO, L. P. Contribuição ao


conhecimento dos Arctiidae. (Lepidoptera) XXXIII - Rhipha curicosilvani n. sp.
Revista Brasileira de Entomologia, 1:213-219, 1954.

41. TRAVASSOS FILHO, L. P. Notas de Nomenclatura. II. Prioridade de Druce


(1898) em alguns gêneros de Ctenuchidae (lep.) atribuídos a Hampson
178

(1898). Arquivos de Zoologia do Estado de São Paulo., 8(10):333-340,


1954.

42. TRAVASSOS FILHO, L. P. “Algumas palavras”. Flores do Brasil, SP. 1(1):5-7,


maio-1954.

43. TRAVASSOS FILHO, L. P. “Uma borboleta inimiga da Giesta”. Flores do


Brasil, SP., 1(1):40-42, maio-1954.

44. TRAVASSOS FILHO, L. P. “As lagartas que comem as folhas das palmeiras”.
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