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FARMACOLOGIA

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Farmacologia

SOBRE A FACULDADE

Propósito

• Mudar a vida das pessoas para melhor.

Missão

• Educar profissionais da saúde e negócios para fazer diferença no mercado e


na vida.

Visão

• Proporcionar educação de qualidade segmentos da Saúde, Estética, Bem-


Estar e Negócios, tornando-se referência nos mercados regional, nacional e
internacional.

Valores

• Liderança: porque devemos liderar pessoas, atraindo seguidores e


influenciando mentalidades e comportamentos de formas positiva e vencedora.
• Inovação: porque devemos ter a capacidade de agregar valor aos produtos da
empresa, diferenciando nossos beneficiários no merca- do competitivo.
• Ética: porque devemos tratar as coisas com seriedade e em acordo com as
regulamentações e legislações vigentes.
• Comprometimento: porque devemos construir e manter a confiança e os bons
relacionamentos.
• Transparência: porque devemos sempre ser verdadeiros, sinceros e ca- pazes de
justificar as nossas ações e decisões.

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Farmacologia

NOTA DO AUTOR

A disciplina de Farmacologia e noções fundamentais de injeções na estética tem


por objetivo levar conhecimento e desenvolver as suas habilidades na área de uso e
administração de medicamentos utilizados na estética e em clínica, como para a
mesoterapia, microagulhamento, dentre outros, e para o uso “home care”, como uso
de suplementos, medicamentos fitoterápicos, homeopáticos e alopáticos não tarjados.
É importante ressaltar que atualmente, em meados de 2019, os profissionais
estetas, biomédicos, enfermeiros e farmacêuticos, seguindo a legislação vigente
podem prescrever medicamentos não tarjados, suplementos alimentares, cosméticos
e outros produtos para saúde, desde que estejam habilitados pelo seu conselho de
classe para a atuação na área estética. Por isso é fundamental que você esteja
acompanhando a questão legal da sua profissão para poder analisar qual tipo de
produto e/ou medicamento que possa estar prescrevendo para os seus clientes.
Este material está organizado para o desenvolvimento contextualizado para a área
de estética, sendo recomendado o estudo de algumas bibliografias complementares,
descritas no final deste, para aprofundar nos conhecimentos de farmacologia,
toxicologia e aplicação de medicamentos injetáveis.

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Farmacologia

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
1.1 Definições .......................................................................................................... 6
2 FARMACOLOGIA .................................................................................................... 8
2.1 Farmacocinética ............................................................................................. 10
2.1.1 Absorção .................................................................................................... 10
2.1.2 Distribuição ................................................................................................ 14
2.1.3 Metabolização ............................................................................................ 15
2.1.4 Excreção .................................................................................................... 16
2.2 Farmacodinâmica............................................................................................. 17
2.4 Toxicologia ....................................................................................................... 19
3 CONCEITOS GERAIS DE PROCESSO INFLAMATÓRIO E IMUNOLOGIA ........ 21
3.1 Imunologia ....................................................................................................... 23
4 MESOTERAPIA ..................................................................................................... 26
5 PRESCRIÇÃO ....................................................................................................... 28
6 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS ............................................. 31
6.1 Agulhas ............................................................................................................ 31
6.2 Seringas ........................................................................................................... 33
6.3 Via de Administração de Medicamentos Injetáveis .......................................... 34
6.3.1 Via de Administração Intramuscular .......................................................... 34
6.3.2 Via de Administração Subcutânea ............................................................. 39
6.3.3 Via de Administração Intradérmica ............................................................ 41
7 FITOTERAPIA ....................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 50

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Farmacologia

LISTA DE ABREVIAÇÕES

[] Concentração
ATP Trifosfato de Adenosina
kDa Kilo Daltons
IFA Insumo Farmacêutico Ativo
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
RDC Resolução da Diretoria Colegiada
AINE Anti-inflamatório Não Esteroidal
mL Mililitro
mm Milímetro
pKa Constante de Dissociação de Ácido ou Constante de
Acidez
pK Constante de Dissociação
SC Via Subcutânea
IM Via Intramuscular
IV Via Intravenosa
ID Via Intradérmica
IT Via Intratecal
VO Via Oral
q.s.p. Quantidade Suficiente Para

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Farmacologia

1 INTRODUÇÃO

A farmacologia é a área da Farmácia que estuda de que maneiras substâncias


químicas interagem com sistemas biológicos, para o diagnóstico, prevenção, alívio,
tratamento ou cura de doenças1,2.
Os primeiros registros sobre a base teórica da farmacologia referem-se a
Claudius Galen (129 – 200 d.C.). Ele afirma que: Os empíricos afirmam que tudo é
descoberto por meio da experiência. Contudo, sustentamos que a descoberta ocorre
em parte pela experiência e em parte pela teoria. Nem a experiência nem a teoria,
isoladamente, são aptas a descobrir tudo1.
Theophrastus von Hohenheim (1493 – 1541), também conhecido como
Paracelso, é considerado o pai da Farmácia. Ele tentou conhecer os componentes
ativos dos medicamentos, questionando assim as antigas doutrinas. Suas prescrições
tinham tanto sucesso, que chegou a ser acusado pelos inimigos. É dele a célebre
frase: Se quiserem explicar adequadamente o que é um veneno, o que, então, não é
um veneno? Todas as coisas são venenos, e nada é sem veneno; somente a dosagem
estabelece se algo não é um veneno1.
Depois de 1920 surgem os primeiros laboratórios de Farmacologia, além de
institutos universitários. Em 1960, a Farmacologia evolui mais ainda, e começam a
surgir departamentos de farmacologia clínica em industrias e universidades 1.

1.1 Definições

Para iniciar os estudos em Farmacologia, é necessário entender algumas


terminologias e conceitos, segundo os padrões determinados pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA), e com base e grandes publicações da área da
Farmácia1–4.
Cosméticos (produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes): são
preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas
diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais
externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo
ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores
corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado (ANVISA, RDC n. 07/2015).

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Farmacologia

Dermocosméticos: São produtos cosméticos grau 2 que trazem um efeito


fisiológico benéfico aos consumidores na região dérmica da pele, terminologia esta
não reconhecida pela ANVISA.
Fármaco ou Insumo Farmacêutico Ativo (IFA): “É uma substância química
ativa, fármaco, droga ou matéria-prima que tenha propriedades farmacológicas com
finalidade medicamentosa, utilizada para diagnóstico, alívio ou tratamento,
empregada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos,
em benefício da pessoa na qual se administra.”
Forma Farmacêutica: são as formas como os medicamentos são
apresentados ao cliente, como por exemplo: cápsulas, comprimidos, soluções,
xaropes, pomadas, cremes, loções, séruns, dentre outros.
Medicamentos: Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com
finalidade para fins de diagnóstico, profilática (prevenção), alívio, paliativa (tratamento)
ou curativa.
Nutracêuticos: são conhecidos também como alimentos funcionais, os quais
apresentam mais do que uma simples nutrição (energética e de reposição de
nutrientes); trazem um efeito fisiológico benéfico aos consumidores, como no
crescimento, desenvolvimento e organização das funções normais do organismo,
permitindo a manutenção da saúde e reduzindo os riscos de doenças. Atualmente
essa terminologia não é reconhecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária –
ANVISA, a qual reconhece esses produtos como alimentos, simplesmente, mesmo
sabendo dos benefícios para a saúde.
Produtos Cosméticos Grau 1: são produtos de higiene pessoal, cosméticos e
perfumes que se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou elementares,
cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações
detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às
características intrínsecas do produto (ANVISA, RDC n. 07/2015).
Produtos Cosméticos Grau 2: são produtos de higiene pessoal, cosméticos e
perfumes cuja formulação apresentam indicações específicas, cujas características
exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados,
modo e restrições de uso (ANVISA, RDC 07/2015).

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Farmacologia

Remédio: é qualquer ação que tenha finalidade com finalidade para fins de
diagnóstico, profilática (prevenção), alívio, paliativa (tratamento) ou curativa, como por
exemplo chás, massagens, dentre outras ações.
Suplementos alimentares: produto para ingestão oral, apresentado em
formas farmacêuticas, destinado a suplementar a alimentação de indivíduos
saudáveis com nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos, isolados ou
combinados (ANVISA, RDC n. 243/2018)
Veículo ou Excipiente: substância que não tem atividade farmacológica. São
misturados aos fármacos para obter-se a forma farmacêutica e via de administração.

2 FARMACOLOGIA

Farmacologia pode ser definida como a ciência que estuda como as


substâncias interagem com os sistemas vivos, através de reações químicas que
alteram os processos corporais normais, trazendo benefícios para o sistema (efeito
terapêutico benéfico), em oposição a Toxicologia, que é o ramo da farmacologia que
estuda os efeitos indesejáveis das substâncias químicas nos sistemas vivos.1–3.
As substâncias químicas estudadas pela farmacologia e utilizadas em
medicamentos são conhecidas como Fármacos, que são a parte ativa dos
medicamentos, a qual promove a resposta biológica1–3
Três princípios são importantes serem recordados em relação as substâncias
químicas e os fármacos, que são:
1º - TODAS as substâncias químicas são tóxicas em certas quantidades, sendo
a diferença entre fármaco e veneno a quantidade administrada (dose), tempo de
exposição, via de administração, e características químicas da substância;
2º - Uma substância química botânica não é diferente da mesma substância
química sintética; o que pode alterar são as concentrações e as impurezas que
compõe o produto;
3º - Não importa a terapia utilizada (alternativa, complementar ou
convencional), esta deve ser promovida como potencializadora da saúde e deve ser
eficaz e segura.

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Farmacologia

Os medicamentos podem apresentar quatro tipos de efeitos. O efeito


terapêutico, é aquele desejável. O efeito secundário, não é nem prejudicial nem útil.
O efeito adverso é um efeito indesejável, enquanto o efeito colateral é prejudicial 2.
As interações do fármaco com o organismo vivo são, didaticamente, divididas
em duas fases (figura 1) que são:
Farmacocinética – são as interações necessárias para que ao administrar um
fármaco, entre no organismo, seja transportado para todos os tecidos, inclusive para
o local de ação, e que após o efeito, este seja possível ser retirado do organismo,
compreendendo os parâmetros de Absorção, Distribuição, Biotransformação e
Eliminação do fármaco1.
Farmacodinâmica – são as interações químicas necessárias do fármaco com
o tecido alvo (célula ou partes dela) para que produza a resposta terapêutica
desejada1.

Figura 1: Relação entra a farmacocinética e a farmacodinâmica de um fármaco 5

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Farmacologia

2.1 Farmacocinética

O corpo humano apresenta características que o torna resistente a danos


causados por microrganismos e substâncias tóxicas. Estas defesas do corpo acabam
por limitar a capacidade de medicamentos de agirem em nosso organismo. Todo
medicamento deve apresentar uma efetividade clínica mínima, onde, para ter
sucesso, deve ser capaz de atravessar as barreiras fisiológicas do corpo2.
A absorção dos fármacos pode ocorrer de diferentes maneiras feitas
justamente para romper as barreiras de proteção. Após ser absorvido, o fármaco será
distribuído dentro do corpo, até atingir o seu alvo em uma concentração adequada.
A capacidade de se atingir o alvo é limitada pela sua metabolização, onde o
organismo causa a degradação enzimática do fármaco, e pela excreção, onde o
corpo elimina o medicamento, principalmente pelos rins, fígado e fezes 2.

2.1.1 Absorção

Absorção é o processo de passagem do fármaco do meio onde foi


administrado, passando pelas ou entre as células, até chegar na corrente sanguínea.
Somente a via de administração endovenosa não apresenta absorção, pois o fármaco
já é inserido na corrente sanguínea2.
Para que a absorção ocorra, primeiro a droga deve ser administrada. Existem
diversas vias de administração de fármacos, sendo elas parenterais ou enterais. As
vias não injetáveis têm as vantagens de apresentar baixa incidência de infecção e
conveniência de sua administração. Além das vantagens e desvantagens de cada via,
deve-se considerar o veículo do medicamento, que deve ser apropriado para cada
tipo de administração de drogas2.
A principal via de administração de uma droga é a via enteral (via oral ou VO).
É um método muito conveniente de administração de medicamentos, porém
apresenta alguns desafios como o ambiente ácido do estômago e básico do duodeno,
que podem comprometer sua absorção. Um fármaco, quando administrado por via
enteral, precisa permanecer estável enquanto é absorvido pelo epitélio do trato
gastrintestinal. A hidrofobicidade e tamanho do fármaco são dois fatores que
influenciam muito em sua absorção (fármacos mais hidrofóbicos são mais

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Farmacologia

rapidamente absorvidos do que os hidrofílicos, salvo em alguns casos específicos).


Após sua absorção, os fármacos vão para o fígado, e, então, para a circulação
sistêmica. No fígado os fármacos podem passar pelo metabolismo de primeira
passagem (que somente ocorre na via enteral), onde parte da droga pode ser
inativada por enzimas hepáticas. Substâncias que sofram muito metabolismo de
primeira passagem devem ser administrados em doses maiores, normalmente, para
garantir que uma quantidade suficiente atinja a circulação sistêmicas2.
Existem diversos modos de administração de drogas por via parenteral, ou
seja, qualquer via que não seja oral. Pode ser feita através de injeções em via
subcutânea (SC), intramuscular (IM), intravenosa (IV),
transdérmica/intradérmica (ID) ou intratecal (IT), que é a injeção de substâncias no
canal raquidiano. O início de ação do fármaco é muito mais rápido do que por via
enteral. A via subcutânea, por exemplo, proporciona um início de ação mais lento do
que a via IM. E ambas são mais lentas do que as vias IV ou IT. A via ID é a mais lenta
de todas. Em termos de biodisponibilidade, a via IV apresenta o maior nível (100%),
seguido, em ordem decrescente, pelas vias IM, SC e ID. Apesar de todas as
vantagens (início de ação mais rápido, maior biodisponibilidade, não ser submetido à
ácidos ou bases do trato gastrintestinal), esta via apresenta algumas desvantagens
como: deve ser feita apenas por profissional treinado; causa dor; risco de
complicações como necrose, abscesso, hiperpigmentação pós-inflamatória, embolia,
lesão a nervos e risco de infecção2.
Ainda é possível administrar fármacos pelas membranas de mucosas, como
por via sublingual, ocular, pulmonar, nasal, retal, urinário e trato reprodutor. Como as
mucosas são muito vascularizadas, o medicamento consegue atingir a circulação
sistêmica rapidamente, e, em alguns casos, atingir o seu órgão-alvo imediatamente,
como é o caso de medicamentos na forma de aerossóis para o tratamento de asma 2.
Comum à todas as vias, são os fatores que podem interferir no processo de
absorção de um fármaco2:
• Solubilidade;
• Tamanho da partícula;
• pH do local da absorção;
• pK do fármaco;
• Interferência com outras moléculas.

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Farmacologia

• Dose administrada;
• Via de administração;
• Características químicas do fármaco;
• Barreiras físicas, químicas e biológicas do organismo (epitélio, ácido
estomacal, anticorpos, etc.);
• Fluxo sanguíneo regional.
Todos estes fatores podem melhorar ou retardar a absorção de um fármaco
nas diferentes vias de administração, como por exemplo, quanto maior for o tamanho
do ativo, maior a dificuldade de passagem entre as células e consequentemente a
absorção dele2.
Para que ocorra a passagem dos ativos até a corrente sanguínea, essas
substâncias devem passar pelas membranas celulares, por isso é de fundamental
importância conhecer os principais mecanismos de como os fármacos atravessam
essa membrana, que são: difusão passiva, transporte ativo, pinocitose e fagocitose,
difusão facilitada e passagem através de lacunas intercelulares1,2.
Difusão passiva: o ativo passa livremente pela membrana celular,
principalmente os fármacos lipossolúveis, que atravessam a bicamada de fosfolipídios
e entram na célula. Algumas moléculas hidrossolúveis também conseguem atravessar
a membrana desta forma, mas são moléculas que tem peso molecular menor que 150
kDa, face que os canais aquosos da membrana celular são extremamente pequenos.
Transporte ativo: corresponde a passagem de substâncias entre as
membranas com gasto energético (ATP), saturabilidade, movimento contra o
gradiente eletroquímico e a seletividade para inibição competitiva. Neste caso o
fármaco deve ter afinidade pelo transportador.
Fagocitose e pinocitose: acontece por invaginação de uma parte da
membrana celular e o encerramento, no interior da célula de uma vesícula, contendo
os componentes extracelulares. Mecanismo este que pode ser importante para o
transporte de pequenas macromoléculas.
Difusão facilitada: realizada por moléculas transportadoras, mas que não
demandam gasto energético.
Passagem através de lacunas intercelulares: nos capilares principalmente,
formam poros intercelulares suficientemente grandes para a passagem de
substâncias para o tecido intercelular.

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Farmacologia

Ainda dentro da absorção, se tem o conceito de biodisponibilidade, que é a


relação entre o fármaco administrado, e o fármaco que atinge a circulação sistêmica,
e que pode ser descrito pela equação:

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝐹á𝑟𝑚𝑎𝑐𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑎𝑙𝑐𝑎𝑛ç𝑎 𝑎 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑚𝑖𝑐𝑎


𝐵𝑖𝑜𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑓á𝑟𝑚𝑎𝑐𝑜 𝑎𝑑𝑚𝑖𝑛𝑖𝑠𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜

Esta equação baseia-se no fato de que a maioria dos fármacos alcança seus
locais de ação diretamente a partir da circulação sistêmica. Fármacos administrados
por via intravenosa, por exemplo, apresentam uma biodisponibilidade de 1,0. Já, por
via oral, subcutânea ou intramuscular, a ela encontra-se em torno de 50%, como visto
na figura 22.

Figura 2: Comparação entre as vias de administração e sua biodisponibilidade 2.

Ainda dentro da absorção, devemos considerar de que forma o medicamento


será entregue. Isso é definido pela forma farmacêutica do medicamento, que se
utilizará de diferentes veículos para ser alcançada, e, que pode existir em três formas
básicas6:
• Sólida: Cápsulas, comprimidos, pós e drágeas.
• Líquida: Soluções, suspensões e xaropes.
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Farmacologia

• Semissólidas: pomadas, cremes, loções, sérum e géis.


O que diferencia as formas farmacêuticas entre si, é o seu uso. Medicamentos
utilizados por via oral precisam resistir aos ácidos do estômago. Ao mesmo tempo é
necessário controlar a velocidade de liberação do medicamento. Existem
medicamentos formulados para terem uma liberação mais lenta (cápsula de liberação
de liberação lenta), garantindo que ele tenha uma ação mais longa, e medicamentos
com liberação rápida, que garantem um início de ação rápido (comprimido), mas que
não apresenta tanta duração, por exemplo6.
Já em relação a escolha entre um creme e uma pomada, deve-se considerar se
se procura uma melhor espalhabilidade, absorção mais rápida e sem a presença de
resíduos (creme) ou procura-se algo que vá permanecer mais tempo na pele e que
gere uma camada protetora (pomada). Caso procure um veículo de textura leve,
rápida absorção, fácil espalhabilidade e com grande concentração do princípio ativo,
pode-se utilizar um sérum6.

2.1.2 Distribuição

A distribuição de um medicamento ocorre principalmente pelo sistema


circulatório, e, em uma escala menor, pelo sistema linfático. Assim que atinge a
circulação sistêmica, o fármaco é então capaz de atingir qualquer órgão-alvo, com
exceção do cérebro e testículos. Normalmente utiliza-se a concentração do fármaco
na corrente sanguínea afim de determinar os níveis terapêuticos, pois é difícil avaliar
a quantidade de medicamento captada pelos órgãos2.
O fluxo sanguíneo é um dos principais responsáveis por afetar a distribuição,
visto que nem todos os órgãos recebem a mesma quantidade de sangue. Isto afeta a
quantidade de fármaco que deve ser administrado no organismo. A massa dos
tecidos, densidade de locais de ligação específicos e inespecíficos para o fármaco,
também afetam sua distribuição2.
A ligação dos fármacos com proteínas plasmáticas pode alterar completamente
sua distribuição. A principal proteína plasmática é a albumina, e esta é a que mais se
liga com fármacos. Sua ligação com os medicamentos acabam por diminuir a
disponibilidade do medicamento em sofrer difusão ou transporte para o órgão-alvo,

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Farmacologia

tendo em vista que apenas a forma livre (ou não ligada à proteínas) do fármaco é
capaz de se difundir através da membrana2.
As características químicas dos fármacos também influenciam sua distribuição,
pois afetam diretamente sua capacidade de penetrar as membranas. Fármacos
hidrofílicos não são captados pelas células e nem se ligam as superfícies celulares,
permanecendo assim, em maior quantidade, no espaço extracelular. Em contrapartida
os fármacos lipofílicos se difundem facilmente através da membrana celular, e
conseguem alcançar uma distribuição uniforme nos líquidos corporais 1.

2.1.3 Metabolização

A metabolização ou biotransformação são modificações químicas que os


fármacos sofrem no organismo. Em geral isto causa diminuição da atividade do
fármaco, e aumento de sua solubilidade em água, para facilitar a excreção renal. Na
Figura 3 se vê a relação da metabolização com a biodisponibilidade dos fármacos. As
principais formas de metabolização são a clivagem hidrolítica, a oxidação, redução,
alquilação e desalquilação. Estas foram as reações de fase I. As reações de fase II
compreendem a conjugação do fármaco ou de seus metabólitos (visto que um
fármaco pode gerar mais de um metabólito) com ácido glicurônico ou ácido sulfúrico 1.
Vale ressaltar que alguns fármacos são administrados em sua forma inativa
(pró-fármaco) e só apenas sua metabolização ele se torna ativo (fármaco). Isto é feito
para melhorar sua biodisponibilidade oral, diminuir sua toxicidade gastrintestinal ou
aumentar sua meia-vida2.
O principal órgão responsável pela metabolização de fármacos é o fígado,
pelas enzimas do sistema do citocromo p450 microssomal, envolvido principalmente
nas reações de oxidação e redução2

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Farmacologia

Figura 3: Esquema generalizado da biodisponibilidade dos fármacos7.

2.1.4 Excreção

A metabolização dos fármacos aumenta sua hidrofilicidade de um fármaco e


seus metabólitos, para que eles possam ser excretados de maneira mais eficaz. A
grande maioria dos fármacos é excretado por via renal (Figura 4) e biliar, sendo a
primeira a mais importante. Os fármacos também podem ser excretados, em
quantidades mínimas, pelas vias respiratórias e dérmicas2.
A velocidade com que os fármacos são excretados, também chamada de
depuração, afeta diretamente o tempo de ação do medicamento em seus alvos
moleculares, celulares e orgânicos. A equação que define a depuração é a seguinte 2:

𝑀𝑒𝑡𝑎𝑏𝑜𝑙𝑖𝑠𝑚𝑜 + 𝐸𝑥𝑐𝑟𝑒çã𝑜
𝐷𝑒𝑝𝑢𝑟𝑎çã𝑜 =
[𝐹á𝑟𝑚𝑎𝑐𝑜] 𝑛𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑠𝑚𝑎

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Farmacologia

Figura 4: Filtração, secreção e reabsorção dos fármacos nos rins2.

Todos estes processos afetam a meia-vida do fármaco, que pode ser definida
como “o tempo durante o qual a concentração do fármaco no plasma diminui para a
metade de seu valor original”. Este conceito permite definir a dose e frequência de
administração de um medicamento dentro de sua faixa terapêutica2.

2.2 Farmacodinâmica

A farmacodinâmica é o ramo da farmacologia que descreve os efeitos de um


medicamento no corpo. Baseia-se no conceito de ligação fármaco-receptor. Quando
isto ocorre, surge uma resposta decorrente desta ligação. Isto pode ser quantificado
através da relação entre a dose do fármaco e a resposta do organismo do paciente 2.
Os receptores normalmente encontram-se em dois estados: ativo e inativo. A
diferença entre estes dois estados está na conformação estrutural do receptor2.
Quando um fármaco incrementa um estado ativo, dizemos que ele é um
medicamento agonista2.
Por outro lado, se um fármaco impede a ativação de um receptor por um
agonista endógeno, se diz que ele é um antagonista. Neste caso ele não gera
nenhuma resposta; apenas impede que o receptor seja ativado 2.
Existem ainda os fármacos agonistas parciais, que resultam em uma resposta
parcial, e os fármacos agonistas inversos. Neste último caso, eles agem em
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Farmacologia

receptores que, mesmo na ausência de um ligante (molécula endógena), encontram-


se ativos. São receptores livres, que mesmo assim induzem resposta. O fármaco
agonista inverso inibe esta resposta do receptor livre2.
Na figura 5 visualiza-se um esquema mostrando os tipos de antagonistas
existentes. No exemplo A, vê-se um receptor inativo não-ligado. No exemplo B, o
receptor está ativado por um agonista. Já na imagem C, o fármaco antagonista liga-
se no sítio agonista do receptor, bloqueando, assim, a ligação com o ligante agonista.
Ele não ativa o receptor, mas o bloqueia. Na última imagem, o fármaco se liga em um
sítio alostérico. Ele não impede a ligação de um agonista, mas ainda assim impede a
ativação do receptor2.

Figura 5: tipos de antagonistas dos receptores2.

Esta ligação, seja por agonistas ou antagonistas, acabam por gerar respostas
celulares, e, por consequência, sistêmica. Enzimas podem ser ativadas ou inibidas.
Moléculas transportadores podem ser bloqueadas ou terem sua atividade aumentada.
Canais iônicos podem ser abertos ou fechados. Pode-se ter a indução de síntese
proteica ou a diminuição desta. Ainda, podem causar alterações no funcionamento da
célula (induzir apoptose ou lipólise, por exemplo)1,3.
Algo a se considerar dentro da farmacologia é o sinergismo. O sinergismo é
definido como a interação entre dois ou mais fármacos. No caso do sinergismo, o
efeito final é maior do que a soma dos efeitos individuais 8. Por exemplo (figura 6): o
fármaco A gera um efeito de 50%; o fármaco B gera um efeito de 50%. Combinados,
o efeito final deveria ser de 100%, mas caso eles sejam sinérgicos, o efeito será de
135% (este valor é apenas um exemplo). A cafeína e a ioimbina são dois fármacos
que apresentam sinergismo9.

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Farmacologia

Figura 6: Demonstração de efeito de sinergismo. Vemos que a resposta combinada dos fármacos A
e B é maior (linha contínua) do que a soma dos efeitos individuais (linha pontilhada). No eixo X vemos
o tempo (time) e no eixo Y vemos a resposta (response)10.

2.4 Toxicologia

Toxicologia é o ramo da farmacologia que estuda os efeitos prejudiciais dos


fármacos2.
Não existe nenhum fármaco que seja completamente específico à um receptor,
o que causa tanto os efeitos desejados como os indesejados (efeitos colaterais ou
efeitos adversos). Os efeitos colaterais normalmente são neutros ou até benéficos, já
os adversos podem gerar efeitos graves, inclusive causar a morte do paciente2.
A toxicidade de uma substância, é o potencial de geração de danos ao
organismo. Sua toxicidade depende de fatores como11:
• Via de administração;
• Dose administrada da substância;
• Tempo de exposição;
• Meia-vida da substância;
• Características químicas da substância.
De modo geral, existem três tipos de intoxicações. A intoxicação aguda, onde
os sintomas surgem minutos ou horas após a exposição ao agente tóxico. Esta
reação pode ser tanto leve quanto extremamente grave, dependendo das

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Farmacologia

características citadas acima. Já na intoxicação subcrônica, os sinais e sintomas


de intoxicação surgem dias ou semanas após o contato. Na intoxicação crônica,
podem passar meses ou anos até que a substância cause danos irreversíveis a
saúde do paciente11.
Mesmo em doses benéficas a saúde, os medicamentos (ou cosméticos) podem
causar efeitos adversos, que podem ser considerados tóxicos11.
Todo medicamento ou cosmético apresenta a chamada janela terapêutica
(Figura 7). Este é o intervalo de dose onde há eficácia do produto, sem que haja
efeitos colaterais (ou ao menos onde não existam efeitos colaterais graves). Acima
da dose terapêutica temos a dose tóxica. E abaixo da janela terapêutica, temos a
ineficácia da substância1,11.

Figura 7: Gráfico demonstrando a concentração terapêutica de uma droga, dentro de sua janela
terapêutica. Acima da janela terapêutica temos doses tóxicas. Abaixo, doses inefetivas 12.

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Farmacologia

3 CONCEITOS GERAIS DE PROCESSO INFLAMATÓRIO E IMUNOLOGIA

Quando houver uma lesão ao tecido, seja ela causada por microrganismos,
agentes químicos, radiações, calor, trauma, haverá a liberação de diversas
substâncias pelos tecidos danificados. As alterações que estas substâncias causam
aos tecidos chama-se de inflamação ou processo inflamatório. De acordo com
Guyton e Hall (2011), a inflamação é caracterizada por13:
(1) Vasodilatação dos vasos sanguíneos locais, com o consequente
aumento do fluxo sanguíneo local; (2) aumento da permeabilidade dos
capilares, permitindo a saída de grande quantidade de líquido para os
espaços intersticiais; (3) coagulação do líquido nos espaços intersticiais,
devido à quantidade aumentada de fibrinogênio e outras proteínas que
saíram dos capilares; (4) migração de grandes quantidades de granulócitos
e monócitos para os tecidos e (5) dilatação das células teciduais
(GUYTON, 2011, p. 452).
O processo inflamatório tem como objetivo remover o estímulo que causou a
injúria e iniciar o processo de reparação tecidual. São cinco os sinais cardinais da
inflamação: eritema (rubor ou vermelhidão), causado pelo aumento de fluxo
sanguíneo no local afetado; edema (inchaço), causado pelo aumento da
permeabilidade vascular e consequente extravasamento de líquido; calor, causado
por citocinas específicas e pelo aumento do metabolismo local; dor, causado pelo
dano ao tecido, e que serve como um alerta ao corpo de que algo está errado e, por
fim, perda de função, que ocorre por toda desestabilização do tecido inflamado. Este
processo inflamatório inicia-se sempre nos vasos sanguíneos, em direção ao tecido
afetado14.
O processo inflamatório (fase inflamatória) apresenta três fases distintas, mas
que ocorrem de maneira simultânea15,16:
Fase aguda: são os fenômenos vasculares, como vasodilatação, aumento de
fluxo sanguíneo e aumento da permeabilidade vascular. Há também o
extravasamento de proteínas, citocinas e outras moléculas envolvidas no processo
inflamatório, além do tamponamento do tecido.
Fase tardia: ocorre a ação de células do sistema imunológico, que migram para
o tecido afetado através da quimiotaxia. Estas células saem dos vasos e entram no
tecido através de um processo chamado diapedese. Neutrófilos, fagócitos,
macrófagos e várias outras células irão capturar, destruir e dar início a terceira fase.
21
Farmacologia

Fase de degeneração tecidual (fase fibroblástica e de deposição de matriz


extracelular): fibroblastos são ativados e iniciam a produção de tecido de granulação.
Quatro dias após o início da fase inflamatória, entramos na fase proliferativa,
onde existe a migração de células essenciais ao reparo da ferida. Ao final desta fase,
a lesão estará preenchida, com a circulação retomada pela neovascularização. O
tecido começa a acumular mais fibras de colágeno, e uma cicatriz começa a surgir.
Após aproximadamente 10 a 14 dias, inicia-se a fase de remodelamento tecidual,
onde o corpo tentará substituir o tecido fibrótico pelo tecido original presente antes da
lesão e onde ocorre o aumento da síntese de fibras de colágeno do tipo I. O tecido
atingirá o máximo de reparo em aproximadamente três meses. O tecido reparado
jamais será igual ao tecido original, apresentando normalmente apenas 80% das
características originais15,16
Deve-se compreender que o processo inflamatório é algo benéfico, que existe
como meio de eliminar agentes agressores e reestruturar o tecido danificado. É a partir
deste conceito que agem boa parte dos tratamentos estéticos: induz-se uma
inflamação controlada afim de produzir um tecido novo e sadio, em especial
com mais colágeno, a fim de reduzir a flacidez. Há de se compreender que uma
inflamação em excesso pode trazer problemas para o paciente. Processo inflamatório
muito aumentado pode gerar cicatrizes hipertróficas, queloides, hiperpigmentação
pós-inflamatória, abcessos, necrose tecidual, coagulação intravascular disseminada,
entre outros. Sendo assim é de suma importância considerar o processo inflamatório
local e sistêmico ao tratar um paciente, e evitar associar protocolos que gerem muita
inflamação ao mesmo tempo, inclusive protocolos que induzam necrose direta ou
apoptose (morte programada da célula). Durante o período de fase aguda, tardia e
degeneração tecidual, que pode levar entre 1 a 3 meses, muitas células são
destruídas e proteínas liberadas na corrente sanguínea. Tudo isto pode levar a uma
sobrecarga renal13,15–17.

22
Farmacologia

3.1 Imunologia

O corpo tem a capacidade de resistir a quase todos os tipos de organismos e


toxinas. Esta capacidade é chamada de imunidade, e ela é composta pela 13:
Imunidade Inata: que é a imunidade mediada pela fagocitose de microrganismos,
pela destruição de microrganismos pelas secreções ácidas do estômago e enzimas
digestivas, pela resistência da pele à invasão por microrganismos e pela presença de
lisozimas, polipeptídeos básicos, sistema complemento e linfócitos NK. Ela tem como
principais características não gerar memória imunológica, ser inespecífica e não ter
sua intensidade aumentada de acordo com o número de exposições.
Imunidade Adquirida (Adaptativa): é a imunidade específica, mediada por
anticorpos e/ou linfócitos, que é adquirida durante a vida, com o contato com os
agentes estranhos ao corpo. Ela é específica, gera memória, e tem sua intensidade
aumentada com o número de exposições (Figura 8).
O sistema imunológico baseia-se muito na capacidade de diferenciar o próprio
(ou seja, aquilo que é do organismo) do não próprio (coisas estranhas ao organismo).
Esta diferenciação é feita através da detecção e identificação de antígenos, que em
geral são proteínas ou grandes polissacarídeos presentes em microrganismos ou
qualquer outro composto. Para que algo seja antigênico, ou seja, desencadeie
resposta imune, em geral deve ter um peso molecular acima de 8.000 kDa. Grandes
polissacarídeos e proteínas geralmente apresentam muitos epítopos em sua
superfície, que são os locais efetivos de ligação de anticorpos e identificação
imunológica. Os epítopos são grupos moleculares que podem ser reconhecidos
antigenicamente, normalmente presente na superfície dos antígenos 13.

Figura 8: Imagem mostrando como a resposta imunológica adaptativa apresenta uma resposta maior
numa segunda exposição ao mesmo antígeno13.
23
Farmacologia

Um dos grandes problemas enfrentados com o uso de fármacos e cosméticos


é a alergia e hipersensibilidade. São quatro os tipos de Hipersensibilidades. Na figura
10 podemos ver um resumo de cada um destes tipos13,18,19.
Hipersensibilidade do Tipo I: Esta hipersensibilidade também é conhecida
como imediata ou reação de Anafilaxia. Ao entrar em contato com qualquer antígeno,
este pode reagir com basófilos e mastócitos no sangue, que, por sua vez, podem ser
sensibilizados com anticorpos do tipo IgE. Ao entrar em contato com o antígeno outra
vez, haverá uma reação alérgica imediata, caracterizada principalmente por: edema
de glote, vasodilatação periférica, vasoconstrição brônquica, aumento de secreção,
irritabilidade, edema e prurido generalizado, e choque anafilático (pressão sanguínea
de 0 por 0 mmHg). Todo este processo pode ocorrer em questão de minutos
(aproximadamente 15 a 60 minutos). Ao entrar na fase de choque anafilático, se não
tratado imediatamente, o paciente pode vir a óbito. Vale ressaltar que qualquer pessoa
pode desenvolver uma reação de hipersensibilidade a qualquer composto, em
qualquer momento da vida, seja ele no primeiro contato com o antígeno ou não.
Hipersensibilidade do Tipo II: é a mediada por células. Ocorre principalmente
em transfusões sanguíneas, na anemia hemolítica e na eritroblastose fetal.
Hipersensibilidade do Tipo III: Mediada por imunocomplexos com ativação de
fagócitos, neutrófilos e mastócitos. Ocorre horas ou dias após o contato, e pode causar
vasculite, glomerulonefrite, artrite, doença do soro. Causada principalmente por
cefalexina, amoxicilina, cotrimoxazol, AINEs e diuréticos.
Hipersensibilidade do Tipo IV: Mediada por Linfócitos T. Também conhecida
como Hipersensibilidade Tardia. É muito comum ao contato com determinados metais,
como aquelas em bijuterias, e a cosméticos. Ocorre dias ou semanas após o contato.
É neste tipo de hipersensibilidade que encontramos as dermatites, como a dermatite
atópica, caracterizada por eczema, e a dermatite de contato (Figura 9)

24
Farmacologia

Figura 9: Exemplo de reação de dermatite de contato20.

Figura 10: Resumo das principais características das Hipersensibilidades 19.

25
Farmacologia

4 MESOTERAPIA

A intradermoterapia, ou mesoterapia, é um procedimento introduzido pelo


médico francês Michel Pistor (1924-2003), em 1952, para tratar a dor. Sua descoberta
foi publica em uma revista médica local em 1958. Ele deu a ela o nome de
mesoterapia. Então a mesoterapia pode ser considerada como a aplicação de
diversas injeções de substâncias farmacológicas, diluídas, em pequenos volumes,
diretamente na região a ser tratada. Nas próprias palavras de Pistor (1976) temos um
resumo sucinto: Pouco volume, algumas vezes, no local correto21.
Hoje em dia considera-se a mesoterapia não como um tratamento, mas como
uma técnica de drug delivery (entrega de ativos), sendo que se utilizam medicamentos
aplicados localmente, através de várias injeções. Os fármacos utilizados normalmente
apresentam uma dosagem menor do que a convencional. São realizadas múltiplas
injeções (em alguns casos podendo chegar a cinquenta ou mais) em via intradérmica,
subcutânea ou intramuscular. O método de aplicação normalmente consiste no uso
de agulhas de 0,3x13mm (30G ½). Na maioria dos casos são utilizados vários
fármacos em uma sessão. Esta associação de fármacos chama-se de mescla
(mélange em francês)21,22.
A mesoterapia pode ser utilizada, dentro do ramo da estética, para o tratamento
de gordura localizada, fibroedema gelóide, flacidez tissular corporal e facial,
tratamento de Desvitalização facial, redução de gordura submentoniana, alopecia,
auxílio no hipertrofismo muscular e emagrecimento. Ela não deve ser aplicada em
gestantes ou lactantes, hipertensos, pacientes com doença cardiovascular, hepática,
renal, autoimunes, hormonais, doença ativa, com câncer ou em remissão e vários
outros casos21,22.
Os produtos utilizados em mesoterapia e em outras técnicas com injetáveis são
divididos em:
Medicamentos Lipolíticos: fármacos que, por diferentes mecanismos, tem a
capacidade de reduzir a gordura. Na mesoterapia muitas vezes trabalha-se com
medicamentos que induzem a lipólise, necrose ou que inibam a lipogênese 23.
Medicamentos Venolinfocinéticos: Responsáveis pela vasodilatação,
drenagem e estímulo da circulação periférica. Auxiliam em áreas edemaciadas, além
de melhorarem a permeação de outros ativos24.

26
Farmacologia

Medicamentos Anestésicos: Usados para a redução da dor no local de


aplicação da mesoterapia, pelo bloqueio da propagação de impulsos nervosos25.
Medicamentos Reguladores Metabólicos: São utilizados para o controle do
metabolismo, principalmente utilizado para manutenção de metabolismo de
carboidratos e lipídeos.
Suplementos: Vitaminas, aminoácidos, minerais, utilizados para auxiliar no
emagrecimento e no ganho de massa muscular magra.
Esclerosantes: Utilizados no tratamento de microvasos e varicoses, por
promoverem a esclerose de vasos.
Medicamentos Eutróficos: são aqueles que estimulam a síntese de proteínas
e/ou diferenciação celular. São utilizados para a recuperação de áreas de pele
danificada, como em estrias e flacidez. Podem ser utilizados também para hidratação
e rejuvenescimento26.
Medicamentos Capilares: Ativos para o tratamento de alopecia e melhora da
saúde do couro cabeludo.
Medicamentos Antioxidantes: Utilizados para proteger o organismo da ação
nociva dos radicais livres, garantindo uma maior saúde das células, e sua proteção.

27
Farmacologia

5 PRESCRIÇÃO

Diversas classes de profissionais podem realizar a prescrição de substâncias.


Qual profissional e qual substância este pode prescrever, irá depender do que diz
cada um dos Conselhos Federais e do que é permitido pela ANVISA.
Na área da estética a prescrição é muito utilizada tanto para formulação de
produtos, como aqueles utilizados em tratamentos homecare, quanto para compra de
fármacos injetáveis, preenchedores, etc. A prescrição deve ser feita,
preferencialmente, por meio digital (computador). Ela não pode conter abreviaturas, e
deve-se utilizar a nomenclatura e sistema de pesos e medidas oficiais. Se feita a mão
deve apresentar letra clara, legível, sem rasuras, por extenso e feito à tinta.
Uma prescrição deve conter:
• Nome da substância e sua forma farmacêutica;
• Quantidade total da substância de acordo com dose e duração do tratamento;
• Via de administração
• Intervalo entre doses;
• Dose máxima por dia;
• Duração do tratamento;
• Nome completo do prescritor;
• Assinatura e número de registro no Conselho de Classe;
• Local, endereço e telefone do prescritor;
• Data da prescrição.

28
Farmacologia

Dois exemplos de prescrição seriam:


NOME DA CLÍNICA
ENDEREÇO E TELEFONE
Para Maria da Silva (nome do cliente)

Administração tópica. (via de administração recomendada)

1. (primeiro produto a ser prescrito)


Ácido Hialurônico -------------------- 4% (nome das substâncias e concentração)
Belides ---------------------------------- 4%
Biowhite -------------------------------- 4%
Talasferas de Vitamina C ---------- 8%
Hidroviton ----------------------------- 3%
Extrato de Hamamelis ------------- 3%
Sérum q.s.p. ------------------------- 60 mL (quantidade total de produto, baseado na posologia)

Aplicar o equivalente a 2 mL (uma colher de chá) na face pela manhã, por 30 dias. (posologia, via de
administração, outras instruções e período de uso)

2. (segundo produto a ser prescrito)

Filtro Solar FPS 50 -------------- 120 mL

Aplicar no rosto duas vezes ao dia, manhã e noite, por 30 dias.

ASSINATURA

DR. RODRIGO NORONHA DE MELLO (Nome do prescritor e número do conselho)


BIOMEDICINA ESTÉTICA
CRBM 5 – xxxx

Data: 10/07/2019

29
Farmacologia

Na prescrição se utiliza muito alguns termos:


• q.s.p. – Quantidade suficiente para. A quantidade final de produto desejada.
• q.s. – Quantidade suficiente.

NOME DA CLÍNICA
ENDEREÇO E TELEFONE
Para Maria da Silva (nome do cliente)

Administração oral. (via de administração recomendada)

Ibuprofeno 400 mg ------------ 1 cápsula (nome das substâncias, concentração e dose)

Tomar de 12 em 12 horas, durante 3 dias, por via oral, se tiver dor. (posologia, via de administração,
outras instruções e período de uso)

DR. RODRIGO NORONHA DE MELLO (Nome do prescritor e número do conselho)


BIOMEDICINA ESTÉTICA
CRBM 5 – xxxx

Data: 10/07/2019

30
Farmacologia

6 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

As técnicas de administração de medicamentos por via parenteral (ou seja,


através de injeções) são muito utilizadas tanto para o tratamento ou prevenção de
doenças, quanto como na mesoterapia. Ela apresenta algumas vantagens em relação
as outras vias (oral, retal, inalatória, etc.) como uma absorção mais rápida e completa,
maior precisa na determinação de dose, resultados mais seguros, e a possibilidade
de administrar substâncias que não possam ser injetadas por outras vias. Em
contrapartida, a via parenteral apresenta algumas desvantagens como dor, risco de
aplicar a substância na camada anatômica errada, risco de equimoses e infecção, e a
impossibilidade de remoção da substância caso ocorra algum problema 27.
As substâncias devem estar em forma líquida, em veículo aquoso ou oleoso ou
suspensão, ser cristalina e devem ser completamente estéreis.

6.1 Agulhas

As injeções são administradas por agulhas. Estas agulhas apresentam


comprimentos e espessuras diferentes, cada uma com a devida finalidade. Elas são
identificadas pelo sistema métrico, como, por exemplo, 13 x 0,45 mm (sendo 13 mm
o comprimento da agulha e 0,45 o seu diâmetro), pelo sistema inglês, em polegadas,
como por exemplo 26 G ½” (G é o termo em inglês para gauge, que significa calibre),
ou pela cor do canhão, como, por exemplo, marrom. A cor do canhão não é
padronizada em alguns casos. Vale notar que no sistema inglês, quanto menor o
número, maior o diâmetro da agulha. Ou seja, uma agulha 18 G é muito mais calibrosa
do que uma agulha 30 G. Já no sistema métrico é o contrário. Uma agulha 1,2 mm é
muito mais grossa do que uma agulha 0,3 mm. Cada agulha tem seu uso específico28.
A agulha é composta por três partes, como visto na Figura 10: o canhão, que
tem uma cor específica para cada agulha, e se acopla a seringa, a haste e o bisel, que
é o ponto perfurante da agulha e por onde o medicamento é injetado. Alguns exemplos
de agulhas podem ser vistos na Figura 11.

31
Farmacologia

Figura 10: Esquema mostrando as três partes de uma agulha29.

Figura 11: Esquema mostrando as diferentes agulhas e suas identificações por cor, sistema métrico e
sistema inglês30.

Para injeções intradérmicas e subcutâneas normalmente utilizamos as agulhas


0,45 x 13 mm, 0,38 x 13 mm ou 0,30 x 13 mm (amarela). Para injeções intramusculares
utilizamos as agulhas 0,7 x 30 mm, 0,7 x 25 mm ou 0,8 x 40 mm. A escolha será
baseada no tamanho da prega do paciente, espessura do tecido e densidade do
fármaco utilizado. Para a aspiração e preparo de medicamentos normalmente
utilizamos a agulha rosa, 1,20 x 40 mm28.

32
Farmacologia

6.2 Seringas

As seringas utilizadas nas injeções variam em volume e graduação. As


principais são as de 1,0 mL, 3 mL, 5 mL e 10 mL. Existem ainda seringas de 0,5 mL,
20 mL, 60 mL, entre outras29.
A seringa é composta (Figura 12) pelo corpo, onde a medicação é introduzida,
pelo bico, onde a agulha é encaixada e pelo êmbolo, que é a parte emborrachada da
seringa que irá puxar e empurrar o medicamento29.

Figura 12: Esquema mostrando as partes da seringa29.

O bico da agulha pode ser do tipo Luer Slip (como visto na imagem 12. Slip, do
inglês, significa deslizar) ou Luer Lock, que é o bico de rosca. As seringas com bico
Luer Lock são mais caras, porém provém maior segurança na acoplagem da agulha,
evitando que ela se desconecte da seringa durante uma injeção 31. A comparação
entre os dois tipos de bicos pode ser visualizada na Figura 13.

Figura 13: Diferença entre o bico Luer Lock e Luer Slip32.

Ao utilizar uma seringa, deve-se ficar atento à sua graduação. A seringa de 10


mL é dividida de 1 em 1 mL, e cada mililitro é dividido em 0,2 mL (Figura 12). A seringa
de 5 mL segue a mesma marcação. Já a seringa de 3 mL é dividida de 0,5 em 0,5 mL,
33
Farmacologia

e cada 0,5 mL é dividido em 0,1 mL, conforme visto na figura 14. A seringa de 1 mL é
dividida de 0,1 em 0,1 mL, e estes são divididos em 0,01 mL ou 0,02 mL (isto irá
depender da marca, tipo de seringa de 1 mL, etc.).

Figura 14: Seringa de 3,0 mL, dividida de 0,5 mL em 0,5 mL, e graduada em 0,1 mL29.

6.3 Via de Administração de Medicamentos Injetáveis

Antes de se realizar uma injeção, é extremamente importante observar os


requisitos de biossegurança, incluindo o uso de EPIs, organização da bancada,
utilização de materiais estéreis e descartáveis, entre outros. Sempre deve-se verificar
estão corretos: o paciente, medicamento, via de administração, dose, horário de
preparo e administração do medicamento, registro do medicamento utilizado,
orientações pré e pós injeção, e resposta fisiológica do paciente. Um erro, por
exemplo, na via de escolha para administração do medicamento pode levar à sérias
consequências, como necrose tecidual, e o paciente pode inclusive evoluir à óbito 33.

6.3.1 Via de Administração Intramuscular

A via intramuscular é uma das vias parenterais mais utilizadas, porém requer
conhecimento técnico e anatômico do profissional que irá aplicar a injeção. O local
mais comum (e seguro) para esta aplicação é na região dorso-glútea, no músculo
glúteo máximo. Em alguns casos o medicamento ainda pode ser aplicado no músculo
vasto lateral da coxa, glúteo médio na região ventro-glútea, e no músculo deltoide. A
região ventro glútea é indicada em qualquer idade, enquanto a região dorso-glútea é
indicada em pessoas entre 2 e 60 anos, e não deve ser utilizada em pessoas
excessivamente magras. A região da face anterolateral da coxa pode ser utilizada em
crianças até 10 anos, e em lactantes. A região do deltoide fica reservada apenas para
34
Farmacologia

algumas vacinas33–35. Para mesoterapia utilizar apenas a região ventro ou dorso


glútea.
A agulha de escolha deve ser 0,7 x 30 ou 0,8 x 40 (em pessoas com mais
gordura no local), e uma seringa de 3 ou 5 mL. O ângulo de entrada da agulha deve
ser sempre de 90° em relação à pele (figura 15). Deve-se observar também o volume
máximo de medicamento que cada músculo comporta. Este volume nunca deve ser
ultrapassado33–35:
• Deltoide – 2 mL (não usar para mesoterapia)
• Vasto Lateral da Coxa – 3 mL (não usar para mesoterapia)
• Ventro-glútea – 5 mL
• Dorso-glútea (glúteo máximo) – 5 mL
Na estética a técnica de injeção IM é muito utilizada para mesoterapia
intramuscular, com fins de auxiliar no emagrecimento ou de modulação metabólica,
além de aplicação de Toxina Botulínica A.

Figura 15: Esquema demonstrando a aplicação de uma injeção intramuscular. A agulha está em um
ângulo de 90º, e é introduzida até o fim. Fonte: www.freepik.com

Para a aplicação de injeção IM nunca se deve realizar prega. A agulha deve


ser introduzida em um só movimento rápido, porém sem força, até o fim. Deve-se
realizar um movimento de aspiração. Caso seja verificado a presença de sangue no
canhão da agulha, o procedimento deve ser interrompido, pois isto significa que o bisel
está dentro de um vaso sanguíneo. Deve-se descartar a seringa e agulha, assim como
35
Farmacologia

o medicamento, e buscar nova região anatômica para aplicação. O bisel dá agulha


deve estar paralelo a direção das fibras musculares. Na região dorso-glútea, por
exemplo, o bisel deve estar direcionado para a crista ilíaca. Na região do vasto lateral
da coxa, o bisel deve estar direcionado em direção ao joelho, e no deltoide em direção
ao cotovelo ou ombro33,34.
O mais importante na técnica de injeção IM é localizar o ponto anatômico exato
para a aplicação. Os pontos anatômicos para injeções são locais seguros, longe de
nervos e vasos calibrosos33–35.
Para determinar a área correta de injeção na região dorso-glútea (glúteo
máximo), deve-se fazer o seguinte36:
• Na altura do cóccix, traçar uma linha horizontal no glúteo que receberá a
injeção;
• Na região central do glúteo, traçar uma linha vertical;
• A injeção será aplicada no quadrante superior externo (este local é afastado
do nervo ciático) (figura 16).

Figura 16: Local de aplicação de injeção IM na região dorso-glútea (glúteo máximo)36.

Para determinar a área de aplicação IM no músculo glúteo médio (ventro-


glútea), deve-se fazer o seguinte36:
• Se realizar a injeção no glúteo esquerdo, utilizar a mão direita para localizar a
região. Se realizar a técnica no glúteo direito, utilizar a mão esquerda;
• Localizar o trocânter maior do fêmur e colocar a palma da mão em cima;
• Com o dedo indicador localizar a espinha ilíaca anterossuperior e manter o
dedo neste local;
• Afastar os outros dedos em direção as costas do paciente;
36
Farmacologia

• A injeção será aplicada no espaço formado entre o dedo indicador e demais


dedos (Figura 17).

Figura 17: Local de aplicação de injeção IM na região ventro-glútea (glúteo médio)36.

Para aplicar a injeção no deltoide deve-se36:


• Localizar o acrômio;
• O ponto de aplicação será a uma distância de três dedos abaixo do acrômio,
na linha medial lateral (Figura 18).

Figura 18: Local de aplicação de injeção IM na região do deltoide36.

37
Farmacologia

Para aplicação IM no músculo vasto lateral36:


• Localizar a região inguinal do paciente;
• Localizar a porção superior da patela do paciente;
• Dividir esta área em 3 partes;
• A injeção será aplicada no terço médio (Figura 19).

Figura 19: Local de aplicação de injeção IM na região do vasto lateral36.

Escolhida a região anatômica, deve-se seguir os seguintes passos33,34:


1. Posicionar o paciente corretamente;
a. Dorso glútea – paciente deve ficar em pé, e tirar o peso do pé do lado
que receberá a injeção;
i. Alternativamente o paciente pode deitar-se em decúbito ventral e
rotacionar ambos os pés internamente.
b. Ventro glútea – paciente deve ficar em pé, e tirar o peso do pé do lado
que receberá a injeção;
c. Deltoide – paciente deve relaxar o braço;
d. Vasto lateral – paciente deve estar sentado, com a perna em 90°,
relaxada.
2. Realizar assepsia do local com gaze umedecida com álcool 70%;
38
Farmacologia

3. Com a mão dominante segurar a seringa conforme demonstrado na figura 20


(esta mão não irá mais se mover até o final da aplicação. Esta é apenas um
dos tipos de técnicas existentes e aceitáveis);
4. Em um movimento único, rápido e delicado, introduzir a agulha até o fim;
5. Com a mão não dominante realizar a aspiração;
6. Caso não haja a presença de sangue no canhão da agulha, injetar o
medicamento de forma lenta e constante;
7. Com a mão dominante retirar a agulha em um movimento único;
8. Com uma gaze seca, realizar pressão no local da punctura, por alguns
segundos, para estancar o sangramento
a. Neste caso o sangramento é devido a vasos que foram rompidos no
trajeto da agulha até o músculo, e é completamente normal.

Figura 20: Manuseio correto da seringa para aplicação de injeção IM37.

6.3.2 Via de Administração Subcutânea

A via de aplicação subcutânea é muito utilizada, na estética, para tratamentos


de mesoterapia e hidrolipoclasia com fins de redução de gordura localizada e
fibroedema gelóide, sendo uma técnica simples de injeção21.
A seringa utilizada normalmente é a de 5 mL ou 3 mL. É possível utilizar a
seringa de 10 mL, porém ela exige que o profissional exerça muita força para injetar
o medicamento. A agulha de escolha é a 30 G ½ (0,3 x 13 mm). A injeção deve ser
feita em um ângulo de 90° em pacientes que possuam uma camada adiposa maior, e
em 45° em pacientes mais magros. A escolha da angulação tem como único objetivo
garantir que o bisel da agulha entre até o ponto médio da prega adiposa. É possível,
39
Farmacologia

então, que em alguns casos o profissional tenha que realizar uma injeção à 45° e
introduzir apenas parte da agulha. Na maioria dos casos, porém, introduz-se toda a
agulha. A pele tem, em média, 1 a 2 mm de espessura, e que a prega cutânea tem no
mínimo 2 a 4 mm. Considera-se ainda que a agulha 30 G ½ tem um tamanho de 13
mm (1,3 cm)38.

Figura 21: Esquema mostrando a técnica de aplicação de injeção SC. Fonte: www.freepik.com

Na estética, em especial na mesoterapia, são realizadas diversas injeções. O


espaçamento entre cada injeção deve ser de 2 a 4 cm, e o volume aplicado de
medicamento, por ponto, é de 0,2 mL em média.
Para realizar a injeção subcutânea, deve-se seguir as seguintes etapas33,34:
1. Demarcar os pontos de aplicação;
2. Realizar assepsia com gaze umedecida com álcool 70%;
3. Realizar a prega do tecido adiposo (figura 22);
a. A prega tem duas funções: isolar o tecido adiposo do músculo,
diminuindo assim o risco de que o medicamento seja injetado na camada
errada, e aliviar a dor da punctura, através da teoria do portão da dor39,40.
4. Em um movimento único e delicado, introduzir a agulha;
a. No caso de injeções a 45°, o bisel deve estar posicionado para cima.
5. Injetar o volume desejado de forma lenta e constante;
6. Lentamente soltar a prega;
7. Retirar a agulha;
8. Realizar pressão no local para estancar qualquer sangramento.

40
Farmacologia

Figura 22: Esquema mostrando como a prega na injeção subcutânea pode afastar o tecido do
músculo, preservando este40.

6.3.3 Via de Administração Intradérmica

Na estética a injeção intradérmica é utilizada em diversos procedimentos:


preenchimento, carboxiterapia, mesoterapia para flacidez, rejuvenescimento,
manchas e capilar, entre outros.
Normalmente utiliza-se uma seringa de 3 mL para técnicas corporais e 1 mL
para técnicas faciais (por exigir menos força para injetar o medicamento), com uma
agulha 0,3 x 13 mm (30 G ½). O bisel deve estar sempre posicionado para cima33,34.
Utiliza-se um ângulo de 15° a 30°, e introduz-se apenas o bisel (em torno de 1
a 2 mm no máximo) (Figura 23). O objetivo é a formação de uma pápula de 0,5 a 1,0
mm de diâmetro (Figura 24), ou até que se atinja um volume de 0,1 mm. Deve-se
parar de injetar o medicamento assim que uma dessas condições seja alcançada. A
distância entre os pontos, na mesoterapia, é de 2 cm entre si33,34.

41
Farmacologia

Figura 23: Esquema mostrando a angulação da agulha para a injeção ID. Fonte: www.freepik.com

Figura 24: Fotografia demonstrando a formação de uma pápula em uma injeção. Fonte: Centers for
Disease Control and Prevention – Public Health Image Library.

Para realizar a injeção intradérmica deve-se realizar os seguintes passos33,34:


1. Demarcar os pontos de aplicação;
2. Realizar assepsia com gaze umedecida em álcool 70%;
3. Com a mão não dominante retrair a pele (figura 25);
4. Introduzir o bisel, virado para cima, em um ângulo de 15 a 30°;
42
Farmacologia

5. Lentamente injetar o medicamento até que se forme a pápula ou até que se


atinja o volume de 0,1 mL;
6. Retirar a agulha;
7. Aplicar pressão com gaze seca para estancar qualquer sangramento.

Figura 25: Fotografia demonstrando a forma correta de retrair a pele e dar suporte para a seringa em
injeções ID. Nota-se que a agulha não pode encostar na luva, e, caso isso ocorra, deve ser
substituída. Fonte: Arquivo pessoal Dr. Rodrigo Noronha de Mello

Uma variação da técnica ID é a técnica de retroinjeção, utilizada


particularmente no tratamento de estrias e na aplicação de preenchedores dérmicos.
Nesta técnica o bisel é introduzido na pele em um ângulo de 30°. Assim que a ponta
do bisel atinge a profundidade desejada, a agulha deve ser lateralizada, ou seja, ficar
paralela a pele. Após isso a agulha deve ser introduzida até o final. O medicamento
começa a ser injetado à medida que a agulha é retirada lentamente (Figura 26),
permitindo que através de uma única punctura, preencha-se um grande espaço.

Figura 26: Esquema demonstrando o efeito causado pela técnica de retroinjeção. Neste esquema a
agulha foi introduzida até a extremidade direita, e sendo retirada ao mesmo tempo que o
medicamento é injetado41.
43
Farmacologia

7 FITOTERAPIA

Medicamentos fitoterápicos são todos aqueles obtidos com emprego exclusivo


de matérias-primas ativas vegetais. Não se pode considerar um fitoterápico aquele
que possua substância ativa isolada, sintética ou natural, nem associação dessas com
extratos vegetais42.
Fitoterápicos são produtos extraídos de plantas medicinas, e que podem aliviar
sintomas ou curar doenças. Se estima que no Brasil, 25% dos lucros da indústria
farmacêutica provenha da venda de produtos fitoterápicos. Algo importante de se
notar em relação aos fitoterápicos é de que, assim como qualquer substância, eles
podem ser tóxicos, dependendo da via usada ou dose administrada, e podem
apresentar efeitos colaterais. Muitas plantas utilizadas nos dias de hoje ainda não
foram estudadas completamente, e ainda não se sabe ao certo seus benefícios e
malefícios. Fitoterápicos devem ser tratados como qualquer medicamento sintético:
devem existir estudos acerca de sua segurança, comprovação de eficácia,
farmacocinética e farmacodinâmica, entre outros43,44.
No Brasil a Fitoterapia está incluída no SUS, na Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares (PNIC), pela Portaria n° 971 de 03/05/2006. Existe
ainda o Decreto Federal n° 5813 (22/06/2006) que aprova a PNPMF – Política
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
O nome das plantas medicinais deve observar as regras de Taxonomia (Figura
27), conforme descrita por Lineu em 1753: deve-se sempre escrever o gênero e a
espécie da planta, como, por exemplo Solanum lycopersicum, que é popularmente
conhecido como tomate (note que por se utilizar nomes em latim, a grafia deve ser
feita em itálico ou sublinhada)45.

44
Farmacologia

Figura 27: Esquema resumido da Taxonomia de Lineu46.

A área da farmácia que estudo os fitoterápicos recebe o nome de


Farmacognosia, que realiza testes de identificação, classificação e análises químicas
e farmacológicas dos insumos vegetais e animais47. Para tal tipo de análise, utiliza-se
a chamada Análise Fitoquímica, que tem como objetivo identificar a espécie vegetal
conhecer os compostos químicos destes, além avaliar a presença e identificar tais
metabólitos48.
Dentro do ramo da Fitoterapia e Fitoterápicos, é importante conhecer alguns
termos muito utilizados43,44,48:
Droga Vegetal: Planta, ou suas partes, que contenha substâncias
responsáveis por alguma ação terapêutica. É considerada droga vegetal a planta após
o processo de coleta, estabilização, secagem e preparação (íntegra, rasurada,
triturada ou pulverizada).
Planta Medicinal: Espécie vegetal que apresente fins terapêuticas. Pode ser
fresca, quando utilizada no momento da coleta, ou seca, quando coletada e submetida
a processo de secagem. No último caso, é o equivalente à droga vegetal.
Fitocomplexo: Substâncias originárias no metabolismo primário e secundário,
responsáveis pelos efeitos biológicos de uma planta medicinal.
Metabólito primário: Substâncias produzidas pelas plantas que são
essenciais para sua sobrevivência.
Metabólito secundário: Substâncias produzidas pelas plantas que não são
essenciais para sua sobrevivência, mas que lhes garante uma maior chance de
sobrevivência (o ardor das pimentas, por exemplo, é devido a um metabólito

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Farmacologia

secundário, que tem como objetivo evitar que predadores consumam o fruto, no caso,
a pimenta).
Fitocosmético: Cosmético que contém matéria prima vegetal.
Fitoterapia: Tratamento através do uso de plantas medicinais e fitoterápicos.
Líquido extrator: Líquido ou mistura de líquidos toxicologicamente seguros,
empregados para extrair, de forma mais seletiva o possível, as substâncias com
propriedades medicinais das plantas.
Infusão: Preparação que consiste em verter água fervente sobre a planta e,
em seguida, tampar ou abafar por um período determinado. Mais indicado para partes
como folhas, flores, inflorescências e frutos.
Decocção: Preparação em que as substâncias são extraídas por fervura em
água potável por um determinado período. Mais indicado para cascas, raízes,
rizomas, caules e sementes.
Maceração: Preparação que resulta na retirada parcial ou total das substâncias
presentes nas drogas vegetais por meio de esgotamento com água ou outro solvente
apropriado, a temperatura ambiente. É indicado para substâncias termosensíveis.
Extrato: Preparação de consistência líquida, sólida ou intermediária, obtida a
partir de matéria-prima de origem vegetal. Os extratos são preparados por percolação,
maceração ou outro método adequado e validado, utilizando como solvente etanol,
água ou outro solvente adequado.
Extrato Seco: Preparação sólida obtida pela evaporação do solvente utilizado
na extração. Os extratos secos apresentam, no mínimo, 95% de resíduo seco,
calculados como percentagem de massa. Podem ser adicionados de materiais inertes
adequados. Os extratos secos padronizados têm o teor de seus constituintes ajustado
pela adição de materiais inertes adequados ou pela adição de extratos secos obtidos
com a mesma droga utilizada na preparação.
Extrato Padronizado: É aquele em que o teor de um ou mais constituintes,
preferencialmente um marcador, é ajustado a valores previamente definidos.
Como exemplos de alguns fitoterápicos, pode-se citar:
Spirulina: É um tipo de alga de água doce rica em proteínas, vitaminas,
minerais e antioxidantes. É bastante usada em fórmula para emagrecer porque
aumenta a saciedade. Além disso, ajuda no controle do colesterol e diabetes.

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Farmacologia

Cascara Sagrada: Bastante utilizada em combinações de fórmulas para


emagrecer manipuladas. É um fitoterápico que possui efeito laxativo e auxilia na perda
de peso. Além de contribuir para o sistema gastrointestinal, ajuda diminuir a retenção
liquida e o inchaço, e dificulta a absorção de gorduras.
Advantra Z (Citrus Aurantium): É extraído da Laranja Amarga. Estudos
revelam que alguns de seus componentes aceleram o metabolismo e intensificam o
gasto calórico, resultando na queima de gordura, sem interferir na frequência cardíaca
e pressão arterial.
Garcinia Camboja (Ácido Hidroxicítrico – AHC): É uma fruta cujo extrato é
usado para auxiliar na redução e controle do excesso de peso. Contém uma
substância chamada Ácido Hidroxicítrico (AHC), que ajuda bloquear gordura e inibir o
apetite.
Chá Verde (Green Tea): Rico em Polifenóis que se apresentam em forma de
Catequinas, o Chá Verde contribui para queimar gordura, controlar o colesterol e
acelerar o metabolismo. Além de auxiliar na perda de peso, contém poderosos
antioxidantes que ajudam a combater os radicais livres e promover outros benefícios
a saúde.
Pholia Magra: Também é chamado de Chá de Bugre ou Poramgaba, no
entanto, ficou conhecida como “erva antibarriga”. Ajuda a reduzir a fome e auxilia na
queima de gordura. Um de seus principais compostos é a cafeína, que pode ser um
dos segredos para acelerar o metabolismo e oferecer excelentes resultados.
Pholia Negra: É um potente emagrecedor que contribui para inibir o apetite. A
Pholia Negra deixa a digestão mais lenta e com isso o estômago ficará cheio por mais
tempo.
Caralluma: Essa substância é extraída de um cacto e ajuda emagrecer
rapidamente. Além disso, inibe o apetite, aumenta a saciedade e impede a absorção
de carboidratos.
Alcachofra: É diurética e combate a retenção de líquidos. Além disso, melhora
o funcionamento do intestino e reduz o apetite.
Centella Asiática: Tem efeito diurético e auxilia no combate da retenção de
líquidos no organismo, reduzindo o volume e o peso corporal. Além disso, estimula a
circulação sanguínea, melhora a produção de colágeno, evita inchaço, queima
gordura e previne celulite e flacidez.

47
Farmacologia

Quitosana: É uma fibra extraída da carapaça de crustáceos como: camarões,


lagostas e caranguejos, que aumenta a saciedade e reduz a absorção de gordura.
Isso porque ao ser ingerido com água transforma-se em gel no estômago, uma
espécie de esponja, que absorve a gordura e não permite que ela seja armazenada
pelo organismo.
Glucomannan: É uma fibra alimentar natural e solúvel em água, extraído das
raízes do inhame elefante, mais conhecido como konjac. Ao ser ingerido, o
glucomannan absorve água no trato digestivo, aumentando a sensação de saciedade.
Além disso, reduz a absorção de carboidratos e colesterol, o que por sinal diminui a
quantidade de calorias absorvida pelo corpo.
Casiolamin: Também conhecida como Cassiolamina. Age diretamente no
metabolismo das gorduras, reduzindo a ação da lípase e evitando que a gordura dos
alimentos seja quebrada e estocada no tecido adiposo.
Faseolamina: É uma glicoproteína encontrada no feijão branco, que impede a
ação da enzima alfa-amilase. Esta enzima transforma carboidrato em glicose. Então,
se ela é inibida, os amidos não são digeridos e nem armazenados no tecido adiposo.
Logo, eles são enviados diretamente ao intestino e eliminados nas fezes.
Pysillium: É uma fibra solúvel proveniente das sementes de Plantago ovata.
Contribui para reduzir a absorção de gordura, melhorar o funcionamento do trânsito
intestinal e aumentar a saciedade.
Sene: Está presente em várias fórmulas para emagrecer por causa do seu
poder laxativo. Ele estimula as contrações do intestino grosso e acelera o trânsito do
bolo fecal, o que favorece a eliminação mais eficaz das fezes e a redução do inchaço
abdominal.
Goji Barry: Ajuda emagrecer, equilibrar os níveis do colesterol, diminuir as
celulites, prevenir diabetes e câncer. Além disso, é rico em vitamina C, nutriente que
melhora o sistema imunológico, o humor, entre outros benefícios.
Cafeína: É um poderoso estimulante metabólico que promove perda de peso,
queima de gordura, redução do apetite, melhora do desempenho físico, aumento do
estado de alerta, foco e concentração.
Café verde (Ácido Clorogênico): Contém alta concentração de Ácido
Clorogênico que favorece a perda de peso, acelera o metabolismo, potencializa a

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Farmacologia

queima de gordura, reduz os níveis de açúcar no sangue e bloqueia a produção de


gordura.
Manga Africana (Irviginia Gabonensis): É o extrato da manga Africana rara.
Ajuda inibir o apetite, quebrar gordura e aumentar a sensibilidade à Leptina (Hormônio
responsável pela saciedade).
Forskolin: É encontrada nas raízes de uma planta herbácea da família da
hortelã. Pesquisadores descobriram que pode ajudar na quebra de gordura e perda
de peso. Além disso, aumenta a termogênese porque pode liberar ácidos graxos do
tecido adiposo, resultando assim na perda de gordura corporal.
Picolinato de cromo: Auxilia na perda de peso, inibe o apetite, estimula a
termogênese e reduz gordura corporal. Além disso, contribui para o metabolismo da
glicose e melhora a atividade da insulina.
Cetona de Framboesa (Raspberry Ketone): Ajuda aumentar o metabolismo,
potencializar o efeito de queima de gordura e reduzir o apetite. Isso se deve ao
aumento da produção de uma proteína chave chamada adiponectina, que ajuda a
quebrar gordura rapidamente e facilmente.
Hoodia Gordonii: É usada como ingredientes de pílulas moderadoras de
apetite. Ela contém um composto chamado P57 que é o responsável pelo efeito
inibidor de apetite. No entanto, por causar efeitos colaterais, o Hoodia Gordonii não é
aprovado pela FDA e no Brasil, em 2007, a ANVISA proibiu a manipulação e
propaganda de todos os medicamentos à base de Hoodia Gordonii.
Carqueja: Potencializa a queima de gordura, ajuda acelerar o metabolismo e a
combater os radicais livres. Além disso, oferece inúmeros benefícios a saúde como:
melhora da circulação sanguínea e processo digestivo, desintoxica o fígado, ajuda a
regular a quantidade de açúcar no sangue – favorecendo ao controle da diabetes,
auxilia no combate a inflamações, entre outros.

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Farmacologia

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