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Diferença entre insalubridade e periculosidade

Os termos são parecidos, porém com significados diferentes.

Para a caracterização de insalubridade o empregado deve estar


exposto, em caráter habitual e permanente, a agentes nocivos à saúde, como
químicos, ruídos, exposição ao calor, poeiras, etc., que podem causar o seu
adoecimento. Apesar do requisito da permanência ser importante, a submissão
intermitente do empregado a condições insalubres não afasta, por si só, o
direito ao recebimento do adicional (Súmula 47, TST). A insalubridade é
regulada pelos artigos 189 a 192 da CLT e pela NR nº 15 do Ministério do
Trabalho e Emprego. O adicional pode variar entre 10, 20 ou 40% sobre o
salário mínimo.
Já a periculosidade caracteriza-se pelo fator “fatalidade”, ou seja, a
submissão do empregado a risco de vida, em função das atividades por ele
exercidas. Como exemplo cita-se o uso de explosivos, inflamáveis, substâncias
radioativas ou ionizantes, atividades de segurança pessoal e patrimonial que
exponham o empregado a roubos, etc. A periculosidade é definida nos artigos
193 a 196 da CLT e na NR nº 16 do MTE. O adicional é correspondente a 30%
sobre o salário-base.
Note-se bem a diferença: enquanto o adicional de insalubridade (10 a
40%) é pago sobre o salário mínimo, o adicional de periculosidade (30%) é
pago sobre o salário-base do empregado.
Além disso, ao contrário da insalubridade, a permanência ou
habitualidade não é relevante para a caracterização da periculosidade, já que
apenas uma fração de segundo submetido a condições perigosas pode ser o
suficiente para tornar o empregado definitivamente inválido ou custar-lhe a
vida.
Para que o empregado faça jus aos respectivos adicionais será
indispensável a realização de uma perícia no local de trabalho, por autoridade
competente, que ateste a presença dos agentes insalubres ou perigosos. No
entanto, mesmo constatada a presença desses agentes, caso eles sejam
totalmente eliminados pela utilização de equipamentos de proteção (EPI’s)
ficará excluído o direito a percepção do adicional (Súmula 80, TST). Caberá ao
empregador verificar a efetiva utilização dos equipamentos de proteção pelos
seus empregados e promover medidas que diminuam ou eliminem a
nocividade no ambiente de trabalho, sob pena de arcar com o pagamento do
adicional respectivo (Súmula 289, TST).
Por fim, cabe lembrar que há uma discussão atualmente em vigor, na
qual debate-se se os adicionais de periculosidade e insalubridade são
cumuláveis ou não. A princípio, a teor do art. 193, § 2º da CLT, eles não seriam
cumuláveis, e o empregado poderia optar por aquele que for maior. Porém, há
julgamentos, inclusive do Tribunal Superior do Trabalho, que consideram a
possibilidade de cumular os dois adicionais, em razão das Convenções 148 e
155 da Organização Internacional do Trabalho, e do art. 7º, inciso XXIII da
Constituição Federal. Segundo tal entendimento, deve-se aplicar a norma mais
favorável ao trabalhador, considerando, ainda, que a acumulação se justifica
em virtude de os fatos geradores dos direitos serem diversos e não se
confundirem.

NORMA REGULAMENTADORA 16

ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS

16.1 São consideradas atividades e operações perigosas as constantes dos


Anexos desta Norma Regulamentadora - NR. 
16.2 O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao
trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre
o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participação nos lucros da empresa. 
16.2.1 O empregado poderá optar pelo adicional de Insalubridade que
porventura lhe seja devido. 
16.3 É responsabilidade do empregador a caracterização ou a
descaracterização da periculosidade, mediante laudo técnico elaborado por
Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, nos termos do
artigo 195 da CLT. 
16.4 O disposto no item 16.3 não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério
do Trabalho nem a realização ex-officio da perícia. 
16.5 Para os fins desta Norma Regulamentadora - NR são consideradas
atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos a: 
a) degradação química ou autocatalítica; 
b) ação de agentes exteriores, tais como, calor, umidade, faíscas, fogo,
fenômenos sísmicos, choque e atritos. 
16.6 As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos,
em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de
periculosidade, exclusão para o transporte em pequenas quantidades, até o
limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis líquidos e 135 (cento e trinta
e cinco) quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos. 
16.6.1 As quantidades de inflamáveis, contidas nos tanques de consumo
próprio dos veículos, não serão consideradas para efeito desta Norma. 
16.7 Para efeito desta Norma Regulamentadora considera-se líquido
combustível todo aquele que possua ponto de fulgor maior que 60ºC (sessenta
graus Celsius) e inferior ou igual a 93ºC (noventa e três graus Celsius).
(Alteração dada pela Portaria SIT 312/2012). 
16.8 Todas as áreas de risco previstas nesta NR devem ser delimitadas, sob
responsabilidade do empregador. (Incluído pela Portaria SSST n.º 25, de 29 de
dezembro de 1994)

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O adicional de periculosidade é um valor devido ao empregado exposto


a atividades periculosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério
do Trabalho e Emprego.
São consideradas atividades ou operações perigosas, aquelas que, por
sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de
exposição permanente do trabalhador a:
Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de
segurança pessoal ou patrimonial.
São periculosas as atividades ou operações, onde a natureza ou os
seus métodos de trabalhos configure um contato com substâncias inflamáveis
ou explosivos, substâncias radioativas, ou radiação ionizante, ou energia
elétrica, em condição de risco acentuado.
Atividades descritas, conforme anexos da NR 16:

CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

A periculosidade é caracterizada por perícia a cargo de Engenheiro do


Trabalho ou Médico do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho (MTE).

VALOR A SER PAGO

O valor do adicional de periculosidade será o salário do empregado


acrescido de 30%, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros da empresa.

TRABALHADOR NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


RADIAÇÃO IONIZANTE E SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS

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