Você está na página 1de 10

O IMPERATIVO CATEGÓRICO KANTIANO E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA

VIDA MORAL DO HOMEM

Francisco Gabriel López González1

RESUMO

O intuito desse artigo é discutir a concepção do imperativo categórico, desde


sua origem no pensamento kantiano, destinando-se a ser o fundamento para o
agir moral. A partir da liberdade e boa vontade do sujeito racional, que são os
pontos de partida do filósofo alemão, no que diz respeito à moralidade. Aborda-
se por conseguinte a relação existente entre a ética do imperativo categórico
junto a concepção do direito kantiano e o ideal que tinha o filósofo iluminista de
outorgar uma autonomia ao homem. Recorreu-se a estudiosos do filósofo
prussiano como Ernst Cassirer, Giovanni Reale que ajudaram na discussão e
compreensão do tema.

Palavras-chave: Imperativo categórico. Moralidade. Liberdade. Boa vontade.

INTRODUÇÃO

No presente artigo, analisa-se imperativo categórico, a liberdade e boa


vontade como postulados da moralidade no pensamento kantiano e relação
existente com o direito segundo o pensamento do mesmo autor. Há-se como
base as obras Fundamentação da metafísica dos costumes, Crítica da Razão
Prática e Introdução à Doutrina do Direito.
Primeiramente, explicita-se o imperativo categórico desde as suas
origens, desde o contexto em que o pensador alemão o apresentou, como
também os tipos de imperativos que se há. Passa-se logo a analisar a
liberdade e boa vontade como postulados da moralidade e sua relação
intrínseca com o imperativo categórico.
Após as discussões destes dois termos, estabeleceu-se um encontro
entre as concepções da ética e do direito que aparentemente possuem
semelhanças. Apresenta-se a este respeito os fundamentos do direito,

1 Aluno do segundo ano do Bacharelado em Filosofia do Centro Universitário Salesiano de


São Paulo (UNISAL). E-mail: franga955@gmail.com, Orientador: Prof. Dr. Jefferson Da silva.
estabelecendo uma diferenciação em relação à ética que se fundamenta no
imperativo categórico.
Para abordar esta problemática, as leitura das obras de Kant foram
necessárias além de recorrer a estudiosos do filósofo prussiano que
enriqueceram a presente discussão.

1. O IMPERATIVO CATEGÓRICO COMO FUNDAMENTO PARA O AGIR


MORAL

O contexto no qual desenvolve-se a filosofia moral kantiana possui como


pano de fundo o formalismo e o moralismo que já enraizavam um certo
imperativismo. Essa afirmação diz respeito à moral dominante, isto é, os
regimes monárquicos que impunham-se aos seus súditos, as variadas
prescrições emitidas pelos pregadores religiosos, os vozeiros públicos e
também professores universitários. Concretamente observa-se nas pregações
eclesiais, as regras de piedade que emanavam de ordens autoritárias e se
impunham como dever.
Contextualmente, o código geral da Prússia continha uma mistura
eclética de normativas e ameaças derivando possíveis castigos que
consequentemente, convertiam-se em medo e motor dos atos morais. Tal foi a
cultura imperativa autoritária que motivou o pensador alemão a buscar uma
saída para a moralidade que imperava na sua época. Dita saída segundo Kant
é o iluminismo.

Para Kant, o Iluminismo é a saída do homem do estado de


minoridade,
que imputa a si próprio. E, a minoridade é a incapacidade de
valer-se de suas próprias condições intelectuais, sem ser
guiado por um outro. o Iluminismo nem sempre se apresenta
como um sistema doutrinário, mas como um movimento, cuja
evolução representa o progresso da humanidade e a libertação
das ataduras cegas e absurdas da tradição, das superstições e
principalmente da opressão. (FERRAZ, 2002 p. 18).

Três características da moralidade podem ser destacadas onde Kant


debruçou-se a superar: primeiramente, a heterogeneidade da cultura moral
vigente, por conseguinte, a heteronomia dos diversos imperativos que segundo
o filósofo prussiano não se estabelecem por eles mesmos, mas para satisfazer
outros motivos. Exemplifica-se na obtenção de proveito ou evitar um castigo.
Por terceiro, o modo de pensar hedonista e utilitarista que o Estado queria
inculcar aos súditos através da moral baseada em preceitos e castigos.
(CASSIRER, 1993).
O itinerário proposto pelo filósofo alemão não foge do imperitivismo
reinante porque segundo Kant qualquer ato moral contém um imperativo, mas
nem todo imperativo é um ato moral. Estabelecem-se assim, os imperativos
categóricos e hipotéticos.

O imperativo categórico seria aquele que nos representasse uma


ação como objetivamente necessária por si mesma, sem relação com
qualquer outra finalidade [...] no caso de a ação ser apenas boa como
meio para qualquer outra coisa, o imperativo é hipotético. (KANT,
2007 p. 49).

Kant acredita que a questão abordada a partir do imperativo hipotético


resolve-se facilmente; tendo em vista o seu caráter técnico, prescrevendo
certas condutas para quem queira alcançar determinados fins. A vontade
necessariamente deve estar disposta por motivos alheios ao imperativo
querendo esses fins. Dessa forma então o imperativo limita-se a lhe prescrever
os meios para alcançá-los. A vontade do homem racional que quer os fins
assume também os meios pertinentes.
Muito pelo contrário, na questão do imperativo categórico, Kant justifica
seu argumento comparando o imperativo categórico ao hipotético, quer dizer,
quando se concebe um imperativo hipotético, não se sabe de antemão o que
contem enquanto não se apresenta a condição. Ao contrário, quando se
concebe um imperativo categórico, sabe-se em seguida o conteúdo, pois é
uma lei formal a priori, que contém somente a necessidade de uma máxima
que se ajuste a essa lei, não havendo nenhuma condição que a limite. (KANT,
2007).
Destaca-se como único rigor o imperativo categórico ao apresentar a
necessidade da máxima do agente racional de ajustar-se à universalidade
dessa lei do intelecto do mesmo agente que é o homem. A conclusão de Kant
nota-se em três formulas: a primeira é a de universalização - "O imperativo
categórico é, portanto, só um único, que é este: Age apenas segundo uma
máxima tal que deva ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal. "
(KANT, 2007 p. 58).
A segunda diz respeito à pessoa como um fim em si mesmo " O
imperativo prático será pois o seguinte: Age ‘de tal maneira que uses a
humanidade, tanto na primeira pessoa como na pessoa de qualquer outro.
Sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio"
(KANT, 2007 p. 69).
A terceira, refere-se à vontade livre ao consentimento de uma regra
universal da conduta. A vontade segundo Kant "não está pois simplesmente
submetida à lei, mas sim submetida de tal maneira que tem de ser considerada
também como legisladora ela mesma, e exatamente por isso e só então
submetida à lei (de que ela se pode olhar como autora)." (KANT, 2007 p. 69).
A razão prática não é uma faculdade distinta da razão teórica. Em forma
geral, à razão lhe é inerente a capacidade de superar o campo dos sentidos
através do uso teórico no conhecimento e o uso pratico na ação. O homem ao
realizar esse processo de universalização da lei moral interna consegue
adquirir uma autonomia que lhe permite seguir uma lei própria para o
desenvolvimento de sua moralidade.
O iluminismo é por fim a saída que propõe o filósofo prussiano, pois é
através do desenvolvimento da razão que o sujeito toma consciência de si
mesmo e das suas capacidades. Os limites do seu intelecto, poderão só desse
modo identificar e viver de acordo com o imperativo categórico e
consequentemente agirão pelo dever livrando-se dos interesses empíricos.

2. A LIBERDADE E BOA VONTADE COMO POSTULADOS DA


MORALIDADE KANTIANA

Um dos fatos históricos para a reflexão de Kant foram os avanços


inegáveis da ciência na predição matemática dos fenômenos naturais, que
trouxeram como consequência a revolução industrial e a dominação técnica do
mundo. Assim também, a forte pretensão da verdade da ciência expressada
em juízos universais faz-se necessária. Ao perguntar-se como tem sido
possível a revolução da ciência moderna, o filósofo alemão terminará
apresentando o fundamento a priori da ciência remetendo-a à subjetividade
transcendental. A grande sacada de Kant foi fundamentar a ciência moderna
colocando limites ao conhecimento racional.
O filósofo prussiano contribui a partir da moralidade apresntando uma
nova estrutura moral moderna como pressuposto a vontade moral livre que
consequentemente, é também compatível com a concepção científica do
mundo que era predominante na realidade cotidiana de Kant.
A principal preocupação de Kant foi buscar e fixar o princípio supremo
da moralidade. Na sua obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes
segue a separação proposta pela antiga filosofia grega que expunha o
conhecimento racional como correspondente às ciências que formalmente
correspondia à lógica Ao contrário do que necessariamente se corresponde à
física que se apresenta de formamaterial e referia-se à natureza; já o
relacionado à liberdade, então, correspondia à ética. (KANT, 2007).
Haja vista que a Crítica da Razão Pura apresenta como manifesto a
impossibilidade da metafísica como ciência, alegando que alma e Deus não
são fenômenos que se dão à experiência, entendendo-os como inacessíveis ao
conhecimento científico que só há lugar na aplicação das categorias dos
fenômenos. Kant os coloca fora do alcance da razão teórica, mas se impõem a
analise da razão prática.
A liberdade, a imortalidade da alma e a existência de Deus, segundo
Kant são postulados da razão prática. Deve-se entender pelo termo postulado
como aquilo que não é demonstrável, mas é pressuposto necessário para a
moral, isto nota-se na obra Critica da Razão Pura Prática do mesmo autor.

Tais postulados são da imortalidade, da liberdade, considerada


positivamente (como a causalidade de um ser enquanto ele pertence
ao mundo inteligível) e da existência de Deus. O primeiro é derivado
da condição praticamente necessária da conformidade da duração
com o cumprimento integral da lei moral, o segundo, da suposição
necessária da independência em relação ao mundo sensível e da
faculdade da determinação da sua vontade, segundo a lei de um
mundo inteligível, isto é, da liberdade; o terceiro, da necessidade da
condição exigida para esse mundo inteligível ser o sumo bem,
mediante o pressuposto do sumo bem independente, isto é, a
existência de Deus.(KANT, 2007 p. 148).

A ideia de liberdade que a princípio era só um conceito problemático e


ilusório transcendental, para a razão pura teórica é agora o meio efetivo pelo
qual chega-se à liberdade real, ponto de partida para colocar em prática a lei
moral. Tal lei é, de fato uma norma de causalidade através da liberdade.
Referindo-se com isso à palavra supracitada em um sentido amplo, cujo
acepção negativa é de independência, mostra-se não estar regido
exclusivamente por leis da natureza, e em sentido positivo de autonomia. A
possibilidade de reger-se pelas leis morais vem desse sentido. (KANT, 2007)
O Pensamento kantiano aponta a boa vontade como postulado do agir
moral, por isso antes de qualquer ação moral deve-se pressupor o que Kant
denomina como boa vontade. Para o filosofo, uma vontade não age para
alcançar fins determinados, mas pelo sujeito racional que adere
exclusivamente ao dever. Esse raciocínio já é apresentado pelo filósofo alemão
na Fundamentação da Metafísica dos Costumes.

A boa vontade não é boa por aquilo que promove ou realiza, pela
aptidão para alcançar qualquer finalidade proposta, mas tão somente
pelo querer, isto é em si mesma, e, considerada em si mesma, deve
ser avaliada em grau muito mais alto do que tudo o que por seu
intermédio possa ser alcançado em proveito de qualquer inclinação,
[....], e só afinal restasse a boa vontade (é claro que não se trata aqui
de um simples desejo, mas sim do emprego de todos os meios de
que as nossas forças disponham), ela ficaria brilhando por si mesma
como um jóia, como alguma coisa que em si mesma tem o seu pleno
valor (KANT, 2007 p. 22).

A faculdade apontada por Kant denomina razão prática como


equivalente à vontade. O valor moral só pode se enraizar na vontade do sujeito
racional, no querer fazer o bem através de uma boa vontade para cumprir o
dever, tornando-se critério máximo para a moralidade. O filósofo iluminista
toma um caminho diferente à filosofia tradicional cujo fundamento estabelecia-
se em realidades exteriores e transcendentes ao próprio individuo.
Immanuel Kant aponta seu pensamento moral tem como elemento
fundante a partir de um princípio de subordinação da vontade a algum objeto,
seja esta alguma finalidade empírica como a felicidade. O filósofo prussiano
também trabalha a questão da vontade diferentemente: submetendo-a única e
exclusivamente ao dever. Com base na vontade, a mesma fica livre de toda
determinação dos desejos empíricos.
Torna-se impossível a começar do ponto de vista kantiano conceber
uma moralidade segundo a razão prática sem a intervenção da razão pura
teórica. Os dois pensamentos caminham juntos e são norteados pelo
conhecimento puro a priori que é o alicerce de toda filosofia kantiana.
A moral kantiana intrinca seu estudo no momento em que não houver
formulação das seguintes perguntas: “como pode a razão pura legislar na
ordem prática e orientar à vontade sem deixar-se influenciar por nenhum
desejo empírico? E como pode a razão pura reafirmar sempre à vontade e à
liberdade?”
Pode-se extrair uma resposta em Kant no momento que ele expõe a
vontade como fonte ou ponto de partida. Essa aspiração pode se tornar má se
não conta com a devida orientação da razão pura, ou seja, a capacidade de
entendimento, de julgar, de tomar decisões, haja vista que a vontade é
iluminada sempre por um imperativo categórico e este é por sua vez produto da
razão pura teórica.
Nesta relação entre a vontade e o imperativo categórico radica a
liberdade do sujeito racional. Ser livre é estar desprovido de motivações
externas e ser capaz do próprio individuo determinar a lei no seu próprio agir
através de uma vontade boa e livre.

3. A MORALIDADE DO IMPERATIVO KANTIANO E SUA RELAÇÃO


COM O DIREITO

Kant como filósofo iluminista apresenta uma linha de pensamento com


fortes pretensões de emancipação do homem. Esses anseios são frutos do
contexto do século XVIII. Como o próprio filósofo afirma " iluminismo é a saída
do homem da sua menoridade de que ele próprio é culpado" (FERRAZ, 2002 p.
18).
A partir do filósofo prussiano a noção de autonomia do sujeito racional
tem efetiva relação com o pensamento ilustrado, implicando assim uma
independência no que diz respeito aos fatores externos à vontade. Logo, a
pessoa autônoma se autodetermina racionalmente através da sua capacidade
racional prática, mantendo estreita relação com a pretensão de chegar até uma
maioridade racional.
Tendo em vista que o homem sujeito principal da ação moral constitui-se
como tal e age dentro de uma sociedade, necessariamente todo o processo
filosófico para assumir um imperativo categórico desde sua liberdade e boa
vontade deve se realizar em meio do relacionamento social. Formula-se a
pergunta: “Como pode a ética baseada no imperativo categórico ser vivenciada
dentro de uma sociedade de pessoas?”.
A resposta mais clara para essa questão pode se encontrar na
Introdução à Doutrina do Direito na qual Kant apresenta os fundamentos do
seu pensamento jurídico. A convivência civil é retratada, que por sua vez,
distancia-se da noção ética do filósofo alemão colocando-se o imperativo
categórico como fundamento da sua ética e uma convenção como origem do
direito, que salvaguarda a liberdade das pessoas.
É importante destacar que a filosofia anterior ao filosofo ilustrado
pautava a convivência civil sob a luz da justiça, como um bem que todo homem
virtuoso deve viver, motivado pela sua vontade e o fim teleológico que norteia
toda sua filosofia.
Ora, para compreender o direito proposto por Kant é necessário expor o
princípio universal do mesmo. Tal princípio se deduz fundamentalmente da lei
substancial da razão prática, e diz assim.

Qualquer ação é justa se for capaz de coexistir com a liberdade de


todos de acordo com uma lei universal, ou se na sua máxima a
liberdade de escolha de cada um puder coexistir com a liberdade de
todos de acordo com uma lei universal. (KANT, 2007 p. 46).

O objetivo do direito é tido como regular à coexistência da liberdade,


entendendo-se como arbítrio de todos os homens. Tal afirmação só poderá ser
possível se for aplicado em sentido negativo, ou seja, proibindo as ações que
são obstáculos à liberdade na ação externa. A lei universal do direito ressalta
essencialmente a exterioridade das ações e a salvaguarda da liberdade de
cada um. " Age externamente de modo que o livre uso de teu arbítrio possa
coexistir com a liberdade de todos de acordo com uma lei universal" (KANT,
2007 p. 47).
Certamente a relação existente entre o direito e a ética kantiana são
inerente pois em ambos raciocínios aparece a liberdade como tema central. A
maneira na qual o sujeito racional consegue conciliar essa liberdade na sua
sociedade e no agir moral é a grande questão kantiana.
Ao falar do direito kantiano torna-se impreterível não fazer referência à
noção de coerção. A faculdade de obrigar está essencialmente ligada ao
direito, pois não pode se conceber uma coexistência das liberdades da ação
sem conceber ao mesmo tempo a faculdade de obrigar. Segundo Kant o direito
assim funda-se na consciência da obrigação de todos segundo a lei. (KANT,
2007).
É de vital importância distinguir as características da legislação jurídica,
especificamente em relação a qualquer outro tipo de normas, incluindo às
normas éticas. A significação universal da ética apresenta-se como a teoria do
dever, já que todo dever quanto dever pertence à ética. Para Kant, então, a
ética do imperativo categórico adquire a significação de ciência da vontade e
comunidade morais. Para diferenciá-las das leis naturais ou físicas, as
chamadas ações externas, são entendidas por Kant como jurídicas.
A legislação jurídica admite como motivo da ação um impulso distinto à
ideia do dever, pelo fato de não exigir que a ideia do encargo seja por si
mesmo um motivo determinante da vontade. Considera-se o dever como
externo, ao contrário da ética em que o dever não pode ser externo.
A única relação entre direito e a ética do imperativo categórico kantiano
é a obrigação que impera em ambas as propostas. Na ética há a obrigação de
cumprir o dever pelo dever, para agir desde a liberdade. Já no direito a
obrigação da faculdade torna-se de coerção para salvaguardar a liberdade das
pessoas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo do artigo, logrou-se compreender o imperativo categórico


kantiano a partir de seu contexto histórico, como norteia-se toda a moralidade
proposta por Kant, como também, esclareceram-se os termos liberdade e boa
vontade, os quais são elementos fundamentais para a concepção ética do
filosofo alemão. Outorga-se ao homem uma independência com a possibilidade
de reger-se de forma autônoma por uma lei interna, isto é, o imperativo
categórico.
Se destaca no presente artigo como a metodologia kantiana realiza a
transição da ética para o direito valorizando a liberdade do homem,
universalizando uma lei moral interna. Torna-se a partir de tal concepção
supramencionada uma lei externa através do direito podendo assim aplicar
essa norma a todos os homens.
A influência do pensamento kantiano para a moral como também para o
direito é amplo. A convivência entre lei, moral e liberdade fundamentando
assim um estado que juridicamente favorece à autonomia dos cidadãos, para
pensar por si mesmos em um grau de maioridade ou emancipação. Um
exemplo que demonstra a presença do pensamento kantiano na
contemporaneidade é a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em que o
direito de igualdade e dignidade, à propriedade entre outros artigos somente
desvelam como o pensamento kantiano ainda segue vigente e continua sendo
estudado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASSIRER, Ernst. Kant, Vida y Doctrina. Madrid: Fondo de Cultura


Económica, 1993.
FERRAZ RIBEIRO, Elza Benedita. Um estudo sobre Immanuel Kant: A arte
de educar. 2002. 89 f. Dissertação (Mestrado em História, filosofia e educação)
– Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas. Campinas,
2002.
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Tradução
de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 2007.
______. Crítica da Razão Prática, tradução de Rodolfo Shaefer. São Paulo:
Martin Claret, 2007.
______. Introdução ao Estudo do Direito, Tradução de Edson Bini. São
Paulo: Edipro, 2007.
REALE, Giovanni. História da Filosofia: de Spinoza a Kant, V. 4. Tradução
de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2005.

Você também pode gostar