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O HOMEM LIVRE EM RELAÇÃO COM O ESTADO E A HISTÓRIA

SEGUNDO HEGEL E AS DECORRÊNCIAS DESSE PENSAMENTO

Francisco Gabriel López González1

RESUMO

O intuito desse artigo é discutir a concepção hegeliana do homem livre e sua


relação com o Estado a partir do processo filosófico que inicia com a vontade
puramente abstrata perpassando pela moralidade até a consumação da
liberdade dentro de um Estado absoluto. Nesse percurso a história tem um
protagonismo significativo por ser espaço de manifestação do espírito do mundo,
expondo assim, um progresso histórico racional do homem e como esse
pensamento hegeliano influencia e tem consequências na filosofia até nossos
dias, tornando-se sinal de contradição e de debate. Recorreu-se a estudiosos do
filósofo prussiano como, Giovanni Reale, Robert Sinnerbrink que ajudaram na
discussão e compreensão do tema.

Palavras-chave: Liberdade. Estado. História. Espírito Absoluto.

INTRODUÇÃO

No presente artigo, analisam-se a liberdade do homem em relação com o


Estado, a história segundo Hegel, e as decorrências desse pensamento. Há-se
como base as obras Princípios da Filosofia do Direito, Fenomenologia do
Espírito, A Razão na história.
Primeiramente, explicita-se as características do homem que quer ser
livre, e o itinerário filosófico de desenvolvimento da autoconsciência que deve
realizar passando pela moralidade e eticidade, isto acontece dentro de um
Estado, quer dizer, é neste contexto civil que o homem poderá ser livre.
Passa-se logo a analisar a história como desenvolvimento, isto é, a
encarnação do espírito em forma de evento. Contudo, é o homem que busca a
realização de sua consciência como ser histórico através de um progresso
racional e necessariamente em relacionamento com o meio social, ou seja, o
Estado.

1Aluno do segundo ano do Bacharelado em Filosofia do Centro Universitário Salesiano de São


Paulo (UNISAL). E-mail: franga955@gmail.com, Orientador: Prof. Sérgio Augusto Baldin.
Após as discussões destes dois itens, se expõem alguns corolários da
filosofia hegeliana como são os movimentos de direita e esquerda, assim
também, estabeleceu-se uma crítica à visão hegeliana de Estado e sua tese do
fim da história desde a perspectiva do filosofo do século XX Theodor Adorno.
Para abordar esta problemática, a leitura das obras de Hegel foi
necessária além de recorrer a estudiosos do filósofo alemão que enriqueceram
a presente discussão.

1. O HOMEM LIVRE E SUA RELAÇÃO COM O ESTADO

O homem, desde que possui uso da razão, é um ser que procura se


realizar no mundo. Uma das características fundamentais do ser humano é a
vontade insaciável de ser reconhecido pelo outro. Nessa esteira, ao longo de sua
vida, o indivíduo enfrenta-se a uma série de conflitos até se tornar um ser livre.
O filósofo Hegel, como fiel filho de seu tempo, reflete sobre a questão da
liberdade. A realidade no século XIX era permeada pelas ideais de liberdade, de
expansão de pensamento, de cultura, as sequelas que a revolução francesa
tinha deixado eram sementes de dominação, de autoridade, de hegemonia,
traços estes que caracterizam o pensamento hegeliano. (REALE, 1994).
Na sua obra Princípios da Filosofia do Direito o filósofo alemão apresenta
o percurso filosófico que o homem como sujeito dotado de razão deve percorrer
pare se tornar senhor de si mesmo, em relação aos outros e na vida social como
protagonista dentro da história, na qual o espírito do mundo se manifesta, logo é
missão do indivíduo em busca de liberdade reconhecer o espírito que rege o
mundo.
O sistema hegeliano, em que prevalece a dialética segue uma lógica de
confronto, em todo momento encontra-se uma tese, antítese e uma síntese, um
movimento pelo qual realidades novas se explicitam, se deduzem, graças à
contradição, à oposição que existe na realidade anterior.
Contrariamente a Kant, para Hegel, influenciado pelo romantismo alemão,
a presença da vontade não pode ser negada como o ponto de partida de toda a
realização filosófica do homem. Embora a vontade não seja ainda portadora do
espírito do mundo. É nela que se origina o desejo de expansão de consciência,
por esse motivo que o filósofo alemão a chama de vontade imediata.
A vontade que ainda só em si é vontade livre é a vontade imediata ou
natural. As determinações diferenciadoras que o conceito, ao
determinar-se a si mesmo, situa na vontade surgem na vontade
imediata como um conteúdo imediato, são os instintos, os desejos, as
tendências, nos quais a vontade se encontra determinada por sua
natureza. [...] A vontade é assim finita em si mesma. (HEGEL,1997 p.
19).

Tendo em vista a relação que o homem tem com a natureza, quer dizer,
o itinerário filosófico de ser sujeito na história, por essa via de mediação a
consciência encontra a verdade, inicialmente imediata e vai adquirindo conteúdo
e vai se formando, se expandindo em um constante devir deixando de ser uma
consciência meramente abstrata visando ser cada vez mais objetiva.
(HEGEL,1997).
Segundo Hegel para conceituar o homem é preciso, antes de tudo, se
esforçar em compreender a consciência de si, para poder efetivar o
desenvolvimento da consciência, isto é, um avançar especulativo no contato com
os opostos, o sensível. O eu, segundo o autor, percorro em busca de si, do
sensível e do outro até se tornar consciência que procura o espírito absoluto.

[Der Gegenstand] para nós, ou em si, o objeto que para a consciência-


de-si é o negativo, retornou sobre si mesmo, do seu lado; como do
outro lado, a consciência também [fez o mesmo]. Mediante essa
reflexão-sobre-si, o objeto veio-a-ser vida. O que a consciência-de-si
diferencia de si como essente não tem apenas, enquanto é posto como
essente, o modo da certeza sensível e da percepção, mas é também
ser refletido sobre si; o objeto do desejo imediato é um ser vivo.
(HEGEL,1992 p. 121).

Fica então esclarecido o ponto de partida desse caminho da liberdade


hegeliana nessa tríade lógica, ideia, natureza e espírito absoluto. Mas como o
homem é por natureza um ser social esse primeiro momento de consciência de
si não produzirá efeito nenhum se não avançar o percurso de expansão de
consciência e busca de reconhecimento do espírito absoluto.
O seguinte passo a ser feito pelo sujeito é se enfrentar com a sociedade
à qual pertence, isto é, a vida ética. Este processo é também dialético, embora
seja uma moralidade muito semelhante à proposta moral kantiana se deve
compreender que, para Hegel, não é o imperativo categórico que rege a
moralidade do sujeito.
O pensamento ético hegeliano é exposto como uma dura crítica ao
formalismo kantiano por valorizar demais o subjetivismo, a superação de Hegel
se deu propondo o trânsito da moralidade subjetiva à moralidade objetiva, quer
dizer, o homem sozinho não possui as condições de ser livre, precisa do Estado.

A moralidade objetiva é a ideia da liberdade enquanto vivente bem, que


na consciência de si tem o seu saber e o seu querer e que, pela ação
desta consciência, tem a sua realidade. Tal ação tem o seu fundamento
em si e para si, e a sua motora finalidade na existência moral objetiva.
É o conceito de liberdade que se tornou mundo real e adquiriu a
natureza da consciência de si. (HEGEL,1997 p. 141).

Sem dúvida, as condições que compreendem a moralidade encontram-se


no âmbito normativo das instituições sociais e do Estado político. Esta eticidade
dentro do convívio social é apresentada na obra Princípios da Filosofia do Direito
em três dimensões ou aspectos que são os seguintes:
Primeiro, a substancialidade imediata do espírito “A família realiza-se em
três aspectos: a) como casamento; b) propriedade, bens de família e cuidados
correspondentes; c) Na educação dos filhos e na dissolução da família
“(HEGEL,1997 p. 150).
Em segundo lugar, a sociedade Civil, na qual “a pessoa particular está,
por essência, em relação com a análoga particularidade de outrem
“(HEGEL,1997 p. 168). Estes são os mecanismos e instituições formais que
regulam a o intercâmbio econômico dentro da sociedade.
Por último, o homem que possui a consciência de si e que se aventura na
moralidade adquire sua plena realização através do Estado político, é nesse
momento em que o homem possui as condições de pensar e vivenciar a
liberdade na esfera da moral objetiva.

O Estado, como realidade em ato da vontade substancial, realidade


que esta adquire na consciência particular de si universalizada, é o
racional em si e para si: esta unidade substancial é um fim próprio
absoluto, imóvel, nele a liberdade obtém o seu valor supremo, e assim
este último fim possui um direito soberano perante os indivíduos que
em serem membros do Estado têm o seu mais elevado dever.
(HEGEL,1997 p. 217).

Enfim, demonstra-se desse modo todo o itinerário filosófico que o homem


deve realizar na busca da liberdade. A lógica que segue o pensamento hegeliano
coloca o Estado como cume da realização do homem. Portanto, para aquele que
desejar expandir sua consciência e encontrar a liberdade, necessariamente
deverá se relacionar com o Estado político.

2. A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO


HOMEM NO ESTADO

A história se torna um elemento de vital importância na filosofia hegeliana,


pois considera-se que é na história que o espírito do mundo, quer dizer, a ideia
racional que move o mundo se manifesta. Para Hegel essa ideia que se situa no
mundo só como abstração intelectual ou como um simples dever não constituem
uma ideia absoluta.
Desse modo, se entende o protagonismo da história ao conceber a
manifestação do espírito do mundo nas experiências históricas e sociais. Por
exemplo, na arte se evidencia a ideia da beleza, assim como nas instituições
sociais se encarna a ideia de liberdade. (SINNERBRINK, 2017).
Na obra Princípios da Filosofia do Direito é colocada pelo autor de maneira
resumida o percurso que é traçado por esse espírito universal que rege o mundo
e processo filosófico que permeia a autorrealização autônoma dentro uma
comunidade até chegar ao cume que é o Estado.

O elemento de existência do espírito universal que é intuição e imagem


na arte, sentimento e representação na religião, pensamento puro e
livre na filosofia - é, na história universal, a realidade espiritual em ato,
em toda a sua acepção: interioridade e exterioridade. (HEGEL,1997 p.
307).

Nessa esteira, Hegel cita o movimento concreto que acontece na história


a par do desenvolvimento do homem e sua consciência. “Porque a história é a
encarnação do espírito na forma do evento “(HEGEL,1997 p. 309). Tornando-se
assim, uma realidade histórica antropológica e geográfica.
Tendo em vista que “A história do mundo em geral é o desenvolvimento
do Espírito no Tempo, assim como a natureza é o desenvolvimento da Ideia no
Espaço “(HEGEL,2004 p. 122). Esse processo começa desde a civilização
oriental2 em que o imperador era o sujeito livre que governava e a quem os outros
permaneciam submissos.

2 O primeiro império é a visão substancial do mundo. (HEGEL,1997 p. 309).


Esse tipo de sociedade é conhecido também como uma comunidade
patriarcal na qual aparece um chefe considerado um Ser supremo ou um Deus
predominando o modelo teocrático de governo e, portanto, o desenvolvimento
da ideia de liberdade e autoconsciência do homem não pode se desenvolver
totalmente.
O segundo momento desse evoluir filosófico dentro da história acontece
na civilização grega3 em que a autoconsciência do homem desperta com maior
força, especificamente através dos cidadãos livres, ou seja, os cidadãos de sexo
masculino, deixando à margem as mulheres e os escravos.
O seguinte nível de desenvolvimento histórico se dá no Império Romano4
em que impera um poder frio e ambicioso, que valoriza a aristocracia. Embora
muito desenvolvida a vida ética e jurídica em Roma, o governo arbitrário
predominante impede a autorrealização plena do homem nesse momento
histórico.
Por último, conforme Hegel a ideia de liberdade alcança seu cume no
império germânico5 onde os indivíduos são considerados dignos de
reconhecimento. O ambiente cristão do ocidente pós-revolucionário torna-se
então, apto para pensar e viver a liberdade através do Estado.
Contudo, o homem que busca a realização de sua consciência, o Estado
e a história são partes fundamentais do sistema hegeliano, é nesse terreno que
atua o espírito racional. Esta consciência histórica da ideia da liberdade e sua
relação com o Estado pensado por Hegel desembocam na controvertida tese
hegeliana do fim da história.
O que Hegel tenta articular com a tese do fim da história é que a história
realiza um progresso racional e que as instituições do Estado que o filósofo
alemão pensou e estabeleceu na obra Princípios da Filosofia do Direito estão
preparadas para ajudar ao homem que tem consciência de si para si a pensar
vivenciar a liberdade. (SINNERBRINK, 2017).
Esta tese é ainda muito estudada e influenciou a grandes filósofos
posteriores entre os quais podem ser citados Karl Marx, através da instituição

3 No império grego o espírito se diferencia para atingir a espiritualidade individual.


(HEGEL,1997 p. 314).
4 Dá-se neste império a separação infinita da vida moral objetiva (HEGEL,1997 p. 309).
5 Estado. Nele, por uma evolução orgânica, adquire a consciência de si a realidade em ato

(HEGEL,1997 p. 317).
revolucionária do comunismo. Alexandre Kojève e a posição pós-histórica do
pós-modernismo. Francis Fukuyama, que cita Hegel e o fim da história para
abordar o tema do capitalismo de livre mercado e a democracia liberal ocidental.
Enfim, é uma questão ainda muito discutida.

3. DECORRÊNCIAS DO PENSAMENTO HEGELIANO EM RELAÇÃO


AO HOMEM LIVRE, A HISTÓRIA E O ESTADO

É evidente que os traços do pensamento hegeliano se encontram vigentes


na filosofia como a conhecemos hoje, e talvez seja correto afirmar que Hegel é
o ultimo que se aventurou a estabelecer um sistema filosófico com a pretensão
de conhecer o todo, isto é, um sistema metafísico.
Tendo em vista a abordagem apresentada nos dois itens anteriores, o
homem livre e sua relação com o Estado e a relevância que possui a história
como espaço de manifestação do espírito do mundo para o desenvolvimento do
homem no Estado, percebe-se que a obra Princípios da Filosofia do Direito
tornou-se fonte filosófica imprescindível para o pensamento ocidental.
Mas qual era realmente o intuito da Filosofia do direito de Hegel? a esse
respeito diz Robert Sinnerbrink, que a Filosofia do Direito possui uma tarefa
fundamental: “uma descrição e compreensão filosófica das condições
normativas exigidas para a realização da liberdade no mundo moderno
“(SINNERBRINK, 2017 p. 50).
Segundo Hegel, o Estado ideal é o Estado apresentado na Filosofia do
Direito, pois através desse Estado, o homem adquirirá as condições de pensar
sobre sua liberdade e conseguirá desenvolver sua autoconsciência em um
progresso histórico, mas as diversas interpretações colocam a obra hegeliana
como causa de contradições, principalmente depois da morte de Hegel.
Entre as principais manifestações do hegelianismo na intenção de
conceber um Estado ideal, como Hegel pretendeu, encontram-se os movimentos
filosóficos de esquerda e de direita, cuja intenção é entender a significância do
pensamento hegeliano. Assim como estão os independentes, como o
existencialismo e o marxismo.
Mas, como é que apareceram estas discrepâncias no hegelianismo a tal
ponto de chegar a uma divisão? Qual foi o ponto chave dessas divisões? Para
compreender essas discordâncias deve se ter em conta o pano de fundo da
Europa naquela época, após a caída de Napoleão, a situação política abriu as
portas às diferenças políticas, religiosas e acadêmicas. (SINNERBRINK, 2017).
Os hegelianos de direta acolheram a interpretação conservadora da teoria
de Hegel, considerando que o Estado prussiano era portador das condições
necessárias para fornecer a liberdade aos homens e tornar-se sede da
encarnação histórica do espírito racional, associando também a religião como
fornecedora da verdade.
Os hegelianos de esquerda, por outro lado, davam ênfase ao ponto de
vista histórico da teoria de Hegel, visando uma mudança da realidade social. O
principal representante desse movimento é Marx com suas teorias
revolucionárias e a rejeição da religião, para ele, a verdade da filosofia devia se
tornar ação.
Ambos os dois movimentos hegelianos, embora em contradição, uns se
distanciando e outros tentando conservar as ideias originais, ainda tratam sobre
a questão da liberdade do homem e o progresso de uma sociedade com o intuito
de se tornar um Estado que propicie ao homem as condições de uma vida
adequada.
Se poderia até dizer que depois de Hegel, os filósofos simplesmente
interpretaram desde pontos de vista diferentes os escritos hegelianos e tentaram
aplica-lo. Como então pode-se criticar a este filósofo? Desde qual perspectiva
pode-se encontrar uma falência na teoria hegeliana?
O filósofo Theodor Adorno é um caminho que leva a uma crítica à proposta
hegeliana apresentada neste artigo, especificamente, tratando a questão do
Estado ideal proposto por Hegel na obra Princípios da Filosofia do Direito, tal
parece que com os dois itens anteriores poderia se concluir com Hegel e sua
tese do fim da história.
No entanto, desde a perspectiva de Theodor Adorno esse Estado absoluto
que encarna o espírito do mundo em Hegel, no século XX fica totalmente
refutado com os acontecimentos horríficos das guerras. Adorno refaz a metáfora
de Hegel em relação ao espírito do mundo encarnado, "Eu vi o espírito do
mundo, mas não a cavalo: vi-o nas asas de um míssil" (ADORNO,1993 p. 53).
Assim também, outra das críticas apresentadas contra Hegel na filosofia
de Adorno diz respeito ao fim da história que, embora tenha virado um mito
comum que colocou Hegel como propugnador do Estado prussiano que buscava
articular a história como uma progressão racional em vista da realização da
liberdade.
A crença de que as instituições tais como foram expostas na Filosofia do
Direito hegeliano, ficam desmentidas à luz dos eventos históricos do século XX,
por exemplo, com Adorno pode-se citar a tentativa nazista de exterminar os
judeus da região europeia acaba objetando o otimismo histórico racional de
Hegel. (SINNERBRINK, 2017).
Enfim, o pós-modernismo torna-se o ambiente propício para criticar Hegel,
mas também, deve-se reconhecer que por conta do pensamento hegeliano, a
liberdade, o Estado, e a história permanecem em contínua análise. Mas se pode
dizer que Hegel, embora tenha criado um sistema filosófico bem consistente não
responde a todas as implicações filosóficas que abrangem o homem como
sujeito histórico imerso em um contexto social em busca de liberdade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo do artigo, logrou-se compreender o homem livre e sua relação


com o Estado na perspectiva da filosofia hegeliana. Explicitando as condições
do homem portador de uma vontade, inicialmente abstrata, mas que na relação
com o Estado, que é a manifestação plena do espírito, consegue desenvolver
sua consciência até ter noção da liberdade.
Se destaca, no presente artigo, como a história realiza uma função
fundamental na filosofia hegeliana. Por ser a história do mundo em geral o
desenvolvimento do Espírito no Tempo, do mesmo modo que a natureza é o
desenvolvimento da Ideia no Espaço.
A influência do pensamento de Hegel atinge ainda a filosofia
contemporânea, a convivência entre o homem em busca de liberdade, o Estado
e a história desde o ponto de vista hegeliano são ainda estudados e tidos como
referência para pensar o homem dentro da sociedade.
Mas também, o pensamento hegeliano se encontra aberto às críticas,
principalmente, suas teorias de Estado e sua tese do fim da história, vem-se
duramente refutadas no século XX com as monstruosidades das guerras. Enfim,
a proposta de Hegel segue sendo motivo de controvérsia, debates e estudos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADORNO, Theodor W. Minima moralia: reflexões a partir da vida danificada.


Tradução de Luiz Eduardo Bica. 2. ed. São Paulo: Ática, 1993.
HEGEL, Georg Wilíelm Friedrich. Princípios da filosofia do Direito. Tradução
Orlando Vitorino. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
______. A Razão na história: uma introdução geral à filosofia da história.
Tradução de Beatriz Sidou. 2. ed. São Paulo: Centauro, 2001.
______. Fenomenologia do Espírito. Tradução Orlando Vitorino. São Paulo:
Martins Fontes, 1997.
REALE, Giovanni. História da Filosofia, 5: do romantismo ao
empiriocriticismo. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2005.
SINNERBRINK, Robert. Hegelianismo, Tradução de Fabio Creder. Petrópolis.
Vozes, 2017.

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