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SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS

Administração Financeira

Amaury José Alves Aranha


2000

BOU – Brazilian Open University

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SUMÁRIO:

1 – Introdução ao sistema de informação gerencial, análise contábil e


financeira.

2 – Primeiro Capítulo.
2.1 –Aspectos Gerenciais dos Demonstrativos Contábeis, qualidade e
eficácia na administração das Fontes e Usos de Recursos.
2.2 Fórmula de apuração dos custos e estoques.
2.3 Técnica de escrituração do Diário
2.4 Técnica de Escrituração do Razão / Razonete
2.5 Estrutura de um Balancete de Verificação
2.6 Estrutura da Demonstração dos Resultados
2.7 Conceito de Usos e Fontes de Recursos
2.7.1 Usos de Recursos
2.7.2 Fontes de Recursos
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
CURSO: Análise Contábil e Financeira
2.8 Conceito e estrutura de Fluxo de Caixa

3 - Segundo Capítulo –
3.1 Os diversos Demonstrativos Contábeis conforme Lei das S/A ( lei 6.404 de
15/12/76 ) e alterada pela lei 9.457 de 05/07/1997.
3.1.1 Balanço Patrimonial
3.1.2 Demonstração dos Resultados.
3.1.3 Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos.
3.1.4 Demonstrativo das Mutações do Patrimônio Líquido.
3.1.5 Relatório da Administração
3.1.6 Notas Explicativas
3.1.7 Parecer dos Auditores Independentes
3.1.8 Parecer do Conselho Fiscal

4 - Terceiro Capitulo
4.1 Análise dos Indicadores Tradicionais

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4.2 Conceito de análise vertical e horizontal
4.2.1 Análise Vertical.
4.2.2 Análise Horizontal.
4.3 Conceito dos indicadores de Liquidez
4.3.1 Índice de Liquidez Geral
4.3.2 Índice de Liquidez Corrente

4.3.3 Índice de Liquidez Seca


4.4 Ciclo Financeiro
4.5 Indicadores de Endividamento
4.6 Estrutura de Capitais
4.7 Indicadores de Resultados

5. Quarto Capítulo
5.1 Geração Econômica Própria.
5.2 Fluxo de Caixa Operacional
5.2.1 Financiamentos Concedidos
5.2.2 Financiamentos Recebidos
5.3 Fluxo de Caixa
5.4 Fluxo de Fontes e Usos de Caixa
5.5 Efeito Tesoura

6. Quinto Capítulo – Comportamento do Mercado


6.1 Quem é a empresa?
6.2 Em que Mercado a Empresa está Inserida?
6.3 Clientes
6.4 Fornecedores
6.5 Concorrentes
6.6 Banqueiros
6.7 Qual o tamanho do mercado em que a empresa está inserida?
6.8 Como Geraremos ampliações de receitas?
6.9 Qual as principais barreiras do mercado?
6.10 Como está composta a equipe da empresa e o capital Intelectual ?
6.11 Qual o Futuro do Negócio?
6.12 Qual a quantia de Capital a Investir?
6.13 Qual a estimativa de Retorno?

7. Bibliografia

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1. INTRODUÇÃO

Este curso destina-se aos diversos usuários dos Demonstrativos Contábeis para variadas
tomadas de decisão, e consiste no desenvolvimento do aluno com técnicas mais avançadas
da análise econômico-financeira de empresas, possibilitando flexibilidade e eficácia na
tomada de decisões através da avaliação de todos os itens que compõe os Demonstrativos
Contábeis de uma empresa.

Desenvolveremos e aprimoraremos aqui um modelo de Gestão com base na interpretação


dos Demonstrativos Contábeis, para tanto distribuiremos o material em 05 capítulos, que
abaixo descrevemos:

a – Aspectos Gerenciais dos Demonstrativos Contábeis, qualidade e eficácia na


administração das Fontes e Usos de Recursos;

b- Os diversos Demonstrativos Contábeis e as informações Gerenciais que podemos


utilizar;

c – Análise dos Indicadores tradicionais ( análise Vertical, Horizontal, Índices de Liquidez,


Ciclo Financeiro, Índices de Endividamento, Índices de Estrutura de Capitais, Índices de
Rentabilidade );

d – Análise Dinâmica dos Demonstrativos Contábeis, Geração Econômica Própria,


Necessidade de Capital de Giro ( IOG / NCG ), Fluxo de Recursos, Fluxo de Caixa e
Capacidade de Geração Interna de Recursos em Giro e/ou Overtrade ( efeito-tesoura );

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e- Avaliação do desempenho de uma empresa em relação ao seu ambiente próximo e
remoto.

Este trabalho tem um bom grau de pioneirismo pois é efetivamente um processo de


democratização da informação, que só está sendo possível com o advento da Internet
somado a dedicação de pessoas que pretendem utilizar dessa ferramenta para o
desenvolvimento técnico, profissional e intelectual do ser humano.

2. Primeiro Capítulo:

2.1 Aspectos Gerenciais dos Demonstrativos Contábeis, qualidade e eficácia na


administração das Fontes e Usos de Recursos.

Os aspectos gerenciais dos demonstrativos contábeis, tem sido enfatizado nos últimos anos
por diversas literaturas e evoluindo para medidas da capacidade de movimentação do
disponível, através dos demonstrativos do Valor Adicionado, e aprimorando-se através dos
sofisticados softwares de medição comportamental histórica para desenvolvimento de
vetores que permitam simular com maior grau de acertabilidade os resultados futuros,
inclusive na medição/projeção dos aspectos intangíveis que influenciam os resultados de
uma empresa.

Entretanto nosso objetivo neste capítulo é qualificar os efeitos das fontes e usos de recursos
nos resultados presente de uma empresa e vetorizar os efeitos futuros.
Portanto iniciaremos demonstrando a primeira fonte de recursos de uma empresa, que
ocorre em sua fundação e vem através da integralização do Capital Social constituindo o
Patrimônio Líquido:

a) Exemplificando – número 01, vamos supor que, uma empresa recém constituída, faça
sua primeira integralização de Capital Social no Montante de R$ 700.000,00 e distribua
esta fonte de recursos entre a compra de um veículo no valor de R$ 25.000,00 a compra de
um imóvel no valor de R$ 75.000,00, compra de máquinas no valor de R$ 100.000,00 e
use o restante do recurso, no montante de R$ 500.000,00 para ficar disponível na conta

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corrente bancária, para aquisições de outros itens operacionais e não operacionais
complementares para iniciar a atividade da empresa.
.

Portanto transformando estes movimentos contábeis no Demonstrativo Contábil teríamos


um Balanço com a seguinte posição:

BALANÇO PATRIMONIAL ( EM R$ mil )

Ativo Circulante 500

Disponível 500

Ativo

Não Circulante 200

Veículos 25 Patrimônio Líquido 700

Imóvel 75 Capital Social 700

Máquinas 100

Ativo Total 700 Passivo Total 700

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Portanto apresentamos aqui o primeiro passo de fontes e usos de recursos, onde da fonte
inicial dos sócios integralizada em Capital social no montante de R$ 700.000,00, foi
usado em contrapartida na aquisição de imóveis/veículos/equipamentos e na
disponibilização em “conta corrente bancária”, de parte do dinheiro para uso futuro .

Portanto a primeira fonte de recursos de uma empresa vem via a integralização de capital
social, e como o dinheiro é algo escasso, e a sobrevivência de uma empresa passa
necessariamente pela rentabilização dos investimentos, os usos dos recursos deverão ser
muito bem dimensionados e direcionados. Portanto se houver ineficácia ou planejamentos
inadequados no processo empreendedor de uma empresa ( investimento em capacidade de
produção superior ao que o mercado terá condições de absorver, imobilizando
desnecessariamente recursos ) a empresa apresentará no futuro rentabilidade inferior, ou até
mesmo poderá exigir outras fontes de recursos para suprir as necessidades de sua atividade
operacional.

b) Exemplificando número 02 – Vamos Supor agora que a empresa inicie a aquisição de


produtos para processa-los / revende-los e compre á vista com recursos do caixa o montante
de R$ 300.000 em matéria prima, compre também novos equipamentos necessários ao
andamento do investimentos no valor de R$ 100.000. E faça gastos pré-operacionais com
propagandas no montante de R$ 70.000 necessitando Diferir esta Despesa ou seja apropria-
la no Ativo Diferido e ser considerada efetivamente uma despesa na Demonstração dos
Resultados de acordo com o regime de competência.

Notem que a empresa, quando baixa os recursos de suas disponibilidades ( dinheiro em


conta corrente bancária ) contabilmente a empresa está proporcionando uma origem de
recursos para usa-los na compra de matéria-prima, máquinas e ainda fazer gastos de
propaganda, onde esses em função do Principio do Regime de Competência será
primeiramente Diferido no Ativo não Circulante, para em um segundo momento ser
alocado na Demonstração de Resultados.

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Então teríamos a seguinte nova fotografia dos números da empresa:

BALANÇO PATRIMONIAL em ( R$ mil )

Ativo Circulante 330

Disponível 30

Estoques Matéria Prima 300

Ativo

Não Circulante 370

Veículos 25 Patrimônio Líquido 700

Imóvel 75 Capital Social 700

Máquinas 200

Despesas Pré-operacionais 70

Ativo Total 700 Passivo Total 700

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Aqui a nossa conclusão para esta fase da empresa é que já começa a se tornar escasso os
recursos disponíveis em conta corrente bancária, antes mesmo da nossa empresa exemplo
começar a vender.

Deverá então os empreendedores sócios desta empresa, começar a rever o tamanho do


investimento, podendo até mesmo ser necessário no futuro, aporte de capitais, pois quando
a empresa começar a processar o produto para revenda, haverá além dos custos fixos, os
custos variáveis que crescerão conforme o volume de encomendas e vendas de produto.

Entretanto poderá também a empresa não mais poder contar com os recursos dos sócios (
que também são escassos ) podendo estes terem sub-projetado a necessidade de recursos
para realizar os investimentos. Assim sendo, deverá a empresa ir buscar outras fontes de
recursos se o disponível não for suficiente para fazer frente a nova fase que empresa
entrará .

c) Exemplificando número – 03 - Neste momento nossa empresa exemplo começa a


processar a matéria-prima, gerando portanto custos e despesas variáveis além de todas as
despesas fixas já existentes, e começa a requerer mais recursos para financiar suas
atividades operacionais, que chamamos de ciclo financeiro, desgastes e manutenção dos
maquinários e despesas de departamentos de suporte como: administrativo, financeiro,
informática, vendas, marketing, departamento pessoal e outros suportes necessários.
Todos estes itens correspondem a usos de recursos, que deverá vir ou de novas
capitalizações dos sócios ou de origens de terceiros via Passivo Circulante ou Passivo
Exigível a Longo Prazo, que também é um investimento da empresa para gerar as Receitas
Operacionais ( Vendas ) agregada de um Mark up ( margem de lucro pretendida ) para
remunerar o capital investido pelos sócios, pagar os custos financeiros do capital de
terceiros, os custos fixos e variáveis de produção, as despesas fixas e variáveis incluso o
desgaste e obsoletismo das máquinas e ainda sobrar recursos para incrementar o capital
de giro para dar suporte ao crescimento futuro.

Então imaginemos que a empresa precisou comprar mais matéria-prima no valor de R$


30.000 e pagou com recursos disponível, precisou pagar mão-de-obra terceirizada para
processamento do seus produtos e por não ter mais dinheiro em caixa, pediu um prazo até o
próximo exercício para pagar ao terceirizador de mão de obra cujo o custo total pelo
período contratado ficou em R$ 150.000,00 e a contrapartida contábil desta origem de
recursos foi considerada no comput do CPV ( CUSTO DO PRODUTO VENDIDO ). Este
inicio de atividade também gerou algumas outras necessidades de recursos adicionais,
como: Despesas Administrativas no valor de R$ 70.000 e Despesas de Vendas no Valor de
R$ 70,000. Obrigando a empresa a fazer um empréstimo bancário no total de R$ 170.000 (

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R$ 140 000 pagando as Despesas, R$ 17.000 foram juros bancários e R$ 13.000 ficou na
conta-corrente bancária). A empresa também precisou apropriar as Despesas de
Propaganda valor de R$ 70.000 que estava registrado em gastos pré-operacionais. Por fim
realizaram depreciação dos equipamentos em 5% a.a ( valor de R$ 10.000 ) .

Mas a empresa gerou, no exercício social, a primeira origem de recursos econômica


obtendo uma Receita Operacional Bruta de R$ 700.000 ( baixa respectiva dos estoques de
R$ 325.000,00 ), sendo o montante de R$ 70.000 á vista e R$ 630.000 à prazo com emissão
de duplicatas a receber. E provisionaram impostos incidentes sobre as vendas no montante
de R$ 70.000.

2.2 Fórmula de apuração dos custos e estoques


Como os movimentos contábeis começaram a ficar fora de controle chamaram um Gestor
Empresarial, para ajudarem no planejamento financeiro e realizarem a apuração dos custos,
e um movimento contábil mais detalhado e em melhores condições de observação.

Primeiramente foi a apuração dos custos de produção:

CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final

CMV = 300.000 + 30.000 – 5.000

CMV = 325.000

Porém o custo final de produção foi de :

CPV ( Custo Produto Vendido ) = CMV + Mão de Obra + Depreciação das Máquinas
CPV = 325.000 + 150.0000 + 10.000

CPV = 485.000

Assim sendo os donos da empresa pediram para que o Gestor da Informação


reorganizasse o departamento contábil que começou a ficar fora de controle, com tantos
aparecimentos de novas transações contábeis e começou a se tornar inviável uma
visualização mais sistemática dos movimentos contábeis, que permitissem, tomadas de
decisões ágeis, eficazes e segura para não comprometer a saúde financeira e econômica
da empresa .

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2.3 Técnica de escrituração do Diário


Então os Gestores decidiram inicialmente passar as movimentações contábeis para ao
Diário, fazer o Livro Razão e fechar um novo balanço patrimonial, que abaixo podemos
verificar:

DIÁRIO EM R$ mil

REF HISTÓRICO TIPO DE CONTA DÉBITO CRÉDITO


01
Aquisição matéria-prima Ativo 30,00

a Banco Conta Movimento ( disponibilidade ) Ativo 30,00

02 Custos de mão de obra ( CPV ) DRE 150,00

a Prestação de Serviços de mão de obra á pagar Passivo 150,00

03 Banco Conta Movimento Ativo 153,00

Despesas Financeiras DRE 17,00

a Empréstimo Bancário Passivo 170,00

04 Despesas Administrativas pagas DRE 70,00

Despesas de Vendas pagas DRE 70,00

a Banco Conta Movimento ( disponibilidade ) Ativo 140,00

05 Despesas de Propaganda ( apropriação Diferido ) DRE 70,00

a Despesas Diferidas Ativo 70,00

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06 Despesas de Depreciação ( CPV ) DRE 10,00

á Depreciação ( Conta passiva/redutora Ativo ) Ativo 10,00

07 Banco Conta Movimento Ativo 70,00

Duplicatas a receber Ativo 630,00

a Receita Operacional Bruta DRE 700,00

08 Impostos Incidentes sobre Vendas DRE 70,00

a Impostos a Pagar PASSIVO 70,00

09 Uso Matéria Prima Incorporada ao Custo ( CPV ) DRE 325,00

a Baixa na Conta Estoque Ativo 325,00

2.4 Técnica de Escrituração do Razão / Razonete

LIVRO RAZÃO/RAZONETE EM R$ mil


Ativo

Banco Cta. Movimento Duplic. A Receber Estoque Mat. Prima


Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito
30 30 630 300 325
153 140 30
70

83 630 5

Imóvel Máquinas Veículos


Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito
75 200 25

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75 200 25

Desp.Pré Operacional Depreciação


Débito Crédito Débito Crédito
70 70 10

0 10

PASSIVO em R$ mil

Desp..Prestação Serviço Empréstimo Bancário Impostos a Pagar


Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito
150 170 70

150 170 70

Capital Social Lucro/Prej. Acumulado


Débito Crédito Débito Crédito
700 -82

700 -82

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS Em R$ mil

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Receita Operac.Bruta Custo Prod.Vendido Imp. Inc.s/Vendas
Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito
700 150 70
10
325

700 485 70

Desp. Administrativa Despesa de Vendas Desp.Propaganda


Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito
70 70 70

70 70 70

Desp. Financeira
Débito Crédito
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2.5 Estrutura de um Balancete de Verificação

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
EM R$ MIL
ATIVO PASSIVO
X1 X2 X1 X2
ATIVO CIRCULANTE: 330,00 718,00 PASSIVO CIRCULANTE: 0,00 390,00
CAIXA 0,00 0,00 FORNECEDORES 0,00 0,00
BANCO CONTA MOVIMENTO 30,00 83,00 EMPRÉSTIMO BANCÁRIO 0,00 170,00
DUPLICATAS A RECEBER 0,00 630,00 DESP. PREST.SERV. A PAGAR 0,00 150,00
ESTOQUE 300,00 5,00 IMPOSTO A PAGAR 0,00 70,00
DIVIDENDOS 0,00 0,00

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REALIZÁVEL A LONGO PRAZO: 0,00 0,00 EXEGÍVEL A LONGO PRAZO: 0,00 0,00
FINANCIAMENTO 0,00 0,00
DUPLICATAS A PAGAR 0,00 0,00

PERMANENTE: 370,00 290,00 PATRIMONIO LÍQUIDO: 700,00 618,00


VEÍCULOS 25,00 25,00 CAPITAL SOCIAL 700,00 700,00
IMOVEIS 75,00 75,00 LUCRO ACUMULADO -82,00
MAQUINAS 200,00 200,00
DESP.PRÉ OPERACIONAL 70,00 0,00
DEPRECIAÇÃO MAQUINAS 0,00 -10,00

TOTAL DO ATIVO 700,00 1.008,00 TOTAL DO PASSIVO 700,00 1.008,00

2.6 Estrutura da Demonstração dos Resultados

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS Em R$ mil


RECEITA OPERACIONAL 700,00

( - ) Vendas Canceladas 0,00


( - ) Impostos incidentes sobre vendas 70,00

( = ) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 630,00

( - ) Custos de Mercadorias Vendidas (CMV) 485,00

( = ) LUCRO BRUTO 145,00

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( - ) Despesas com Vendas 70,00


( - ) Despesas Administrativas 70,00
( - ) Despesas Financeiras 17,00
( + ) Receitas Financeiras 0,00
( - ) Despesas Pré Operacional 70,00
( +/- ) Resultados da Equivalência Patrimonial 0,00

( = ) LUCRO OPERACIONAL -82,00

( + ) Receitas não Operacionais 0,00


( - ) Despesas não Operacionais 0,00

( = ) LUCRO ANTES -82,00


IMPOSTOS / CONTRIBUIÇÃO / PARTICIPAÇÃO

( - ) Provisão para Imposto de Renda 0,00


( - ) Provisão para Contribuição Social 0,00
( - ) Participações 0,00

( = ) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO -82,00

2.7 Conceito de Usos e Fontes de Recursos

Os Gestores, percebendo que, houve um novo nível de atividade da empresa, tomaram a


iniciativa ( enquanto não fosse desenvolvido um fluxo de caixa para controle do dia-dia ) de
demonstrar aos sócios da empresa a importância de conhecer o conceito de Usos e Fontes
de Recursos e distribuíram as contas dos Demonstrativos Contábeis em um quadro onde
aprimorassem ao sócio, este conceito, e possibilitassem identificar a qualidade das Fontes e
Usos de recursos do exercício de x1.

2.7.1) Usos de Recursos

Conta Ativo Valor Usos de Recursos

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Caixa sim 0 sim


Banco Conta Movimento sim 30 sim
Duplicatas á Receber sim 00 sim
Estoques sim 300 sim
Veículos sim 25 sim
Imóveis sim 75 sim
Equipamentos sim 200 sim
Despesas Pré-operacionais sim 70 sim

2.7.2) Fontes de Recursos

Conta Passivo Valor Fontes de Recursos

Fornecedores sim 0 sim


Empréstimos Bancários sim 0 sim
Desp.Prest.Serv. a Pagar sim 0 sim
Impostos /Contrib.a pagar sim 0 sim
Dividendos sim 0 sim
Capital Social sim 700 sim
Lucro/prej. (*) Sim 0 sim/não
(*) a eventualidade de prejuízos em uma empresa é um uso de recursos, pois está havendo
uma evasão monetária.

As fontes de recursos de uma empresa necessariamente originam-se através do Passivo de


uma empresa, a primeira fonte é quando constitui-se a empresa através da integralização do
Capital Social, e respeitando a técnica da partida dobrada, estes valores imediatamente são
usados em diversas situações, como por exemplo para deixar disponível em Caixa ou
Depositado em uma Conta Corrente Bancária, para futuramente ser feitos outros usos
como compra de equipamentos, veículos, móveis e utensílios, imóveis etc.

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Existem outras fontes que classificamos como sendo de terceiros a empresa, cujo o registro
desta conta será ou no Passivo Circulante ou no Passivo Exigível a Longo Prazo, e
constituirá também em uma obrigação.

Temos também uma fonte tão importante como as acima expostas, que é o principal motivo
de criação da empresa, que são gerados economicamente, ou seja Receitas menos as
Despesas que são registradas na Demonstração dos Resultados, sendo que quando
Obtivermos maior volume de Receita em relação as Despesas, obteremos lucro, o qual é a
finalidade da empresa. Entretanto quando não estivermos auferindo o lucro estaremos
fazendo Usos de Recursos, e portanto não estará havendo eficácia na administração das
Fontes e Usos de recursos para atingir o objetivo final que é o lucro.

Assim sendo, temos que avaliar com muito critério a qualidade das Fontes de Recursos, o
grau de onerosidade destas fontes na Demonstração dos Resultados e se não geraram custos
( financeiros ou outros ) que comprometam a obtenção de lucros.

Ocorre muitas vezes do investidor não ter dimensionado adequadamente o quanto de


recursos necessitaria para dar vida a empresa e torná-la emancipada economicamente, e
tendo a necessidade de Injetar novos recursos, através de novas integralizações de capitais.

Portanto como os recursos são escassos, a empresa acabará tendo a necessidade de compor
estes recursos com obrigações de terceiros de curto prazo ( aconselhável para a formação
do capital de giro ) e de longo prazo ( aconselhável caso necessário maiores imobilizações
).

Agora pelas regras das partidas dobradas, todas as Fontes de Recursos, necessariamente
deverá ter um Uso de Recursos, e estes usos ocorrem quando a empresa gera ou uma
despesa ou um gasto com ativos financeiros, ou seja a despesa é sempre algo que,
respeitando o regime de competência, será alocado na Demonstração dos Resultados para
apuração dos seus lucros ( origem recursos ) ou prejuízos ( usos recursos ). Enquanto que
os gastos são alocação de recursos financeiros em Bens ( Imóveis, Veículos, Equipamentos,
Estoques etc.... ) e Direitos ( Duplicatas a Receber, Adiantamentos à Fornecedores,
Impostos a Recuperar etc.... ).

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O mal Uso destes Recursos deverão comprometer os Resultados Econômicos (


Demonstração dos Resultados ) das empresas, podendo também afeta-la Financeiramente (
Balanço Patrimonial – Ativo e Passivo ) e leva-la a insolvência.

Portanto a administração e o planejamento das Fontes e Usos de Recursos são muito


Importante para a eficácia da empresa.

Voltando a nossa empresa exemplo, prestem a atenção, com o que aconteceu com a
empresa. Ela acabou apresentando Despesas superiores as Receitas e acabou dando
prejuízo ( Usos de Recursos ).
Qual o motivo do prejuízo ??? Será que neste início de atividade não há investimentos em
Ativos Intangíveis que são muito importantes para a emancipação futura dos resultados da
empresa??? Os sócios dimensionaram adequadamente os recursos próprios necessários para
serem utilizados na atividade??? E o fluxo de Caixa como está a posição atual ??? A
empresa com os prejuízos atuais não está comprometendo o Fluxo de Caixa futuro??? Se a
empresa aumentar vendas ela terá Capital de Giro suficiente para sustentar esta
alavancagem ???

2.8 Conceito e estrutura de Fluxo de Caixa

No decorrer do curso teremos as respostas dos itens, mas neste momento vamos analisar
diariamente o que ocorreu com a empresa e vamos desenvolver um fluxo de caixa de
entradas e saídas diária para entendermos melhor a capacidade de pagamentos:

FLUXO DE CAIXA

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Exerc.01 Exerc.02 Exerc.03 Exerc. 04
Saldo Inicial 0 500 30 83

Recebimentos 700 0 240 0


Integralização Capital 700 O fluxo de caixa permite a
Vendas 0 70 empresa uma administração
Financiamentos 0 170 diária de seus negócios com
os registros de entradas e
Pagamentos 200 470 170 0 saídas efetivas de caixa.
Aquisição Veículos 25 Para o dia-dia a análise do
Aquisição Imóveis 75
Fluxo de Caixa e os
Orçamentos em cima de
Aquisição Máquinas 100 100
Receitas e Despesas,
Aquisição Estoques 0 300 30 efetivamente ocorridas,
Pg. Desp.Pré-operac. 0 70 constituem em ferramentas
Pg. Desp. Diversas indispensáveis para o
Pg. Desp.Administr. 70 acompanhamento financeiro
Pg. Desp.Vendas 70 e tomadas de decisões ágeis,
que contribuam para a
continuidade dos projetos,
investimentos e
continuidade da empresa,
objetivando o retorno do
capital investido.

Saldo Operacional 500 -470 70 0

Receita Financeira Nossa empresa exemplo


Despesas Financeiras 17
como podemos observar,
necessitou tomar recursos
onerosos, ( que geram
Saldo Final 500 30 83 83
despesas financeiras, as
quais foram apropriadas na demonstração dos resultados ) complementando a necessidade
de capital de giro. Portanto o Fluxo de Caixa deve ser pensado como uma ferramenta do
dia-a-dia.

3 - Segundo Capítulo – Os diversos Demonstrativos Contábeis e as informações


Gerenciais que podemos utilizar.

3.1 Principais Demonstrativos Contábeis conforme Lei das S/A ( lei 6.404 de 15/12/76 )
e alterada pela lei 9.457 de 05/07/1997.

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-Balanço Patrimonial;
-Demonstração dos Resultados;
-Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos;
-Demonstrativo das mutações do Patrimônio Líquido;
-Relatório da Administração
-Notas Explicativas
-Parecer dos Auditores Independentes
-Parecer do Conselho Fiscal

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Parecer dos Relatório da


Auditores Independentes Administração

Balanço Resultado Origens e Aplicações Mutações do


Patrimonial do exercício de Recuros Patrimônio Líquido

Notas Explicativas Parecer do


Conselho Fiscal

3.1.1 ) Balanço Patrimonial – Como já visto no capítulo anterior ele é onde se registra-
as origens de recursos ( Passivo ) e os usos de recursos ( Ativo ).
As contas são registradas no Ativo Circulante conforme o Grau de Realização, seguindo
a ordem da disponibilização, ex: Caixa, Banco Conta Movimento, Duplicatas a
Receber, Estoques que fazem parte do Ativo Circulante, e Imóveis, Veículos e
Equipamentos que fazem parte do Ativo Permanente.
No Passivo esta ordem segue o grau de exigibilidade, a conta com grau de exigibilidade
mais rápida encabeçara o lado do Passivo ex: no Passivo Circulante convencionou-se o
seguinte: Fornecedores, Financiamentos Bancários, Impostos a
Pagar/Salários/Contribuição Social, No Passivo Exigível a Longo Prazo registra-se os
vencimentos acima de 360 dias, e no Patrimônio Líquido registra-se as integralizações
de capital, reservas, lucros/prejuízos acumulados e distribuição de lucros aos sócios.

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BALANÇO PATRIMONIAL

Ativo Circulante Passivo Circulante


Disponibilidade Fornecedores

Duplicatas a Receber Empréstimos Bancários

Estoques Impostos /Salários e Contribuições

Outros Imposto de Renda

Ativo Não Circulante Passivo Exigível a L Prazo

Patrimônio Líquido

- Ativo Realizável a L Prazo Capital Social

Reservas

- Ativo Permanente Lucros Prejuízos Acumulados

Ativo Total Passivo Total

3.1.2 – Demonstração dos Resultados

É o Demonstrativo que indica as receitas e despesas de uma empresa em um determinado


período, conseqüentemente demonstrando se a empresa apresentou lucro ou prejuízo.

Permite também visualizar quais as contas de resultados, seus valores e proporções que
contribuíram com o resultado final de um exercício social.

Em suma é onde avaliamos a situação Econômica da Empresa

22
_____________________________________________________

•Receita Operacional Bruta


•(-) Vendas Canceladas
•(-) Impostos incidentes sobre as vendas
•(=)Receita Operacional líquida

(-) Custos dos produtos,mercadorias ou serviços vendidos
•(=) Lucro Bruto
•(-) Despesas com vendas
•(-) Despesas administrativas
•(-) Despesas Financeiras
•(+) Receitas Financeiras
•(-) Outras despesas Operacionais
•(+-)Resultado da Equivalência Patrimonial
•(=) Lucro Operacional
•(+) Receitas não Operacionais
•(-) Despesas não Operacionais
•(+-) Saldo correção monetária ( atualmente não aplicável )
•(=) Lucro Antes Impostos/Contrib./Particip.
•(-) Provisão para Imposto de Renda
•(-) Provisão Para contribuição Social
•(-) Participações
•(=) Lucro Líquido do Exercício

3.1.3 – Demonstrativo das Origens e Aplicações de recursos.

O Quadro de Origens e Aplicações de Recursos é uma excelente fonte de Informações para


conhecermos os usos e fontes de recursos, bem como a qualidade destes usos e fontes e os
efeitos financeiros e econômicos entre dois exercícios sociais.

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_____________________________________________________

Demonstração das Origens e


Aplicações de Recursos
• ORIGENS DE RECURSOS • APLICAÇÕES DE
• DAS OPERAÇÕES RECURSOS
• # Lucro Líquido do exercício
• # Dividendos
• # Depreciação, amortização e exaustão
• # Resultado da Equivalência Patrimonial • # Aquisição Investimentos
• # • # Aquisição de Imobilizados
• DOS ACIONISTAS • # Adições no ativo diferido
• # Integralização de Capital
• # Aumento Realizável Longo
• DE TERCEIROS
Prazo
• # Empréstimos Longo Prazo
• # Redução Realizável Longo Prazo • # Transferência para curto
• # Venda de Ativo prazo de obrigações de longo
prazo.
• TOTAL DAS ORIGENS • TOTAL DAS APLICAÇÕES
19

3.1.4)- Demonstrativo das Mutações do Patrimônio Líquido

Este demonstrativo nos mostra as movimentações ocorridas nas contas que compõe o
Patrimônio Líquido, permitindo verificarmos , as transferências de lucros para reservas,
para aumento de capital e inclusive distribuição de Lucros aos acionistas.

Conforme a lei das S/A ( lei 6.404 de 15/12/76 ) sua publicação não é obrigatória,
entretanto para as empresas S/A de Capital Aberto há instruções de obrigatoriedade de
lançamento.

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_____________________________________________________

COMPOSIÇÃO DEMONSTRAÇÃO
Patrimônio Líquido

• MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

• Capital Reserva Reservas Reserva Lucros


• Realizado de de de ou Somatória
• Capital reavaliação Lucros Prejuízos
• acumulados
• Saldo em 12/x1

• Aumento de Capital
• Resultado do Exercício
• Ajustes Ex.anteriores
• Dividendos Propostos
• Compensação Prejuízos
• Correção Monetária

• Saldo em 12/x2

20

3.1.5) Relatório da Administração

É uma prestação de contas dos administradores aos acionistas, clientes, fornecedores,


funcionários, bancos, e a sociedade como um todo e abrange diversas informações sobre a
empresa em um exercício social.

Principais Itens abordados:

- Histórico da Empresa;
- Desempenho e estratégia de crescimento;
- Política de Investimentos;
- Análise Prospectiva;
- Projetos Importantes;
- Política de Recursos Humanos;
- Política de Distribuição de Dividendos;
- Análise no ambiente em que operam.

25
_____________________________________________________

3.1.6 – Notas Explicativas :

As notas explicativas tem como finalidade a complementação das demonstrações contábeis,


objetivando um detalhamento dos dados contidos nos Demonstrativos Financeiros e
Demonstrativos Econômicos.

Principais critérios utilizados:

-Critérios de apuração de estoques, cálculos de depreciações, amortização, exaustão,


provisões e ajustes com efeitos sobre os ativos;

-Investimentos em outras sociedades;

-Reavaliações;

-Garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades;

-Descrição das responsabilidades de longo prazo ( taxa de juros, prazos de amortizações e


garantias das obrigações);

-Número, espécies e classes das ações do capital social, outorgas de opções de compras de
ações.

-Eventos subseqüentes à data do encerramento do balanço que alterem com relevância a


situação econômico-financeira da empresa.

3.1.7 – Parecer dos Auditores Independentes

Nas companhias abertas o parecer dos Auditores Independentes são obrigatórios,


constituindo-se em importante fonte de análise de uma empresa. É através dos pareceres
dos auditores independentes que podemos ter a confirmação de estarem os balanços dentro
dos princípios contábeis geralmente aceitos.

26
_____________________________________________________

3.1.8 – Parecer Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal examinam as Demonstrações Contábeis, anuais, trimestrais, convocam


assembléias, fiscalizam os atos Administrativos, submetem planos estratégicos em
assembléia etc.

Exemplo Parecer Conselho Fiscal

“ Os membros do Conselho fiscal, no uso de suas atribuições legais e estatutárias,


examinaram os demonstrativos financeiros e suas notas explicativas referente ao
período xx/xx/xxxx.
Contando também, com o parecer dos Auditores Independentes, concluíram que as
devidas demonstrações refletem adequadamente a situação financeira e patrimonial
da empresa, estando em condições de serem submetidas à deliberação da Assembléia
Geral dos Acionistas”.

4 - Terceiro Capítulo:

4.1 Análise dos Indicadores Tradicionais ( análise Vertical, Horizontal, Índices de


Liquidez, Ciclo Financeiro, Índices de Endividamento, Índices de Estrutura de
Capitais e Índices de Rentabilidade ) .

Sem desconsiderar a relativa importância dos diversos itens acima descritos, trabalharemos
neste curso a avaliação do Demonstrativo Financeiro ( Balanço Patrimonial ) e
Demonstrativo Econômico ( Demonstração dos Resultados ).

Portanto quando estivermos analisando o Balanço Patrimonial, referimos a este como


Demonstrativos Financeiros – que é por onde conheceremos a análise financeira da
empresa .

27
_____________________________________________________

Quando estivermos avaliando a Demonstração dos Resultados, damos o nome também de


Demonstrativo Econômico, e nos permitirá realizar a analise Econômica da empresa.

Assim sendo, conhecer Financeiramente uma empresa é conhecer como foi aplicado o
Capital Próprio e o Capital de Terceiros na atividade empresarial, o grau de onerosidade ou
a qualidade do capital de terceiros para possibilitar à empresa o desenvolvimento de seu
objeto social. A Analise Financeira também nos permite avaliar qualidade dos usos de
recursos e se a empresa é eficiente na alocação dos recursos .

Portanto definimos Análise dos Demonstrativos Contábeis como:

Sendo um processo de padronização de dados contidos nos demonstrativos contábeis que


permitam a visualização uniforme de informações para que possamos identificar a
situação econômico-financeira de uma empresa e sua capacidade de geração de recursos e
continuidade.

Há diversos usuários que se utilizam dos Demonstrativos Contábeis para tomada de


decisões. Abaixo descrevemos alguns destes usuários:

- acionistas e administradores – tem o objetivo de avaliar o desempenho periódico


para definição de estratégias gerenciais;

- investidores – avaliar e decidir sobre compra e venda de ações e composições de


carteiras de fundos;

- sindicatos e associações de classe - avaliação de desempenho como suporte


estratégicos e reenvidicações diversas;

- financiadores/banqueiros/capitalistas investidores/agências de fomento –


identificar a saúde econômico-financeira de empresas objetivando o recebimento
futuro de empréstimos e financiamentos realizados;

- Governo – usos para fins fiscais, estatísticos, política econômica.

4.2 – Conceito de Análise Vertical e Horizontal

28
_____________________________________________________

A análise vertical e horizontal é uma das ferramentas de medição e interpretação dos


demonstrativos contábeis de uma empresa ( demonstrativo financeiro e demonstrativo
econômico ). Permitindo o desenvolvimento comparativo de dados padronizados, nos
possibilitando mediante as variações entre um exercício social e outro avaliar o
comportamento presente em relação ao comportamento passado, e realizarmos
questionamentos analíticos para uma melhor compreensão do desempenho da empresa.

a) ANÁLISE VERTICAL – É um coeficiente ou percentual que demonstra a


participação relativa de um determinado número de um sub-grupo contábil sobre
uma Base:

Ativo Circulante x 100 = AV


Ativo Total

No Balanço Patrimonial do lado do Ativo a base de Cálculos de todas as contas é o total do


Ativo, portanto faremos uma relação de todas as contas que compõe o Ativo em relação a
seu total. No lado do Passivo a base utilizada é o total do Passivo, onde relacionaremos
todas as contas que compõe o passivo sobre o seu total.

Na Demonstração dos Resultados, a Base utilizada é o Faturamento da Empresa, pois


relacionaremos todas as contas que se posicionarem abaixo do Faturamento em relação a
ele, entretanto conceitualmente devemos usar como base o Faturamento Líquido ( Vendas
Líquidas ) pois estaremos eliminando os efeitos dos Impostos sobre as Vendas e Vendas
Canceladas, que distorcem o real faturamento da empresa, pois os Impostos são valores
embutidos nas vendas e pagos pelos compradores do produto, e o cancelamento ou
devolução de vendas revertem as origens de recursos que havia ocorrido.

b) ANÁLISE HORIZONTAL : é um índice que nos permite comparar uma série de


períodos nos dando uma interpretação histórica, EX:

29
_____________________________________________________

Ativo Circulante Ano 2000 x 100 -100 = AH


Passivo Circulante Ano 1999

Tanto no Balanço Patrimonial como na Demonstração dos Resultados a Base 100 sempre
será o exercício anterior ao que estamos analisando, pois o que nos importa aqui é
avaliarmos o desempenho da empresa em relação ao exercício anterior.

Abaixo Demonstramos um exemplo da Análise Vertical ( AV ) e Horizontal ( AH ) de uma


empresa na Planilha Eletrônica disponibilizada neste curso:

Analisando o exemplo acima verifica-se que na análise vertical do exercício de X2 o Ativo


Permanente apresentou uma participação de 59.6% sobre o Ativo Total e em X1 esta
participação era inferior e representava 34%.

Quanto a análise Horizontal o Ativo Permanente apresentou um crescimento de 126% em


relação a X1.

30
_____________________________________________________
ATIVO 12/X AV 12/XII AV AH
Disponibilidade 186 1,3% 85 0,5% -54%
Contas a Receber 4.726 33,7% 4.641 25,6% -2%
Estoques 4.290 30,6% 2.615 14,4% -39%
Adiantamentos
Impostos a Recuperar
Outras Contas 60 0,4%
Despesas Antecipadas
Outros Finan.Concedidos
Outros Usos de Caixa

Ativo Circulante 9.262 66,0% 7.341 40,4% -21%


Empresas Ligadas
Outros Realizáveis

Realizável L. Prazo - 0,0% - 0,0%


Investimentos Diversos 0,0% 0,0%
Investimentos Lig/Control 0,0% 0,0%
Imobilizado 4.776 34,0% 10.813 59,6% 126%
Diferido 0,0% 0,0%

Ativo Permanente 4.776 34,0% 10.813 59,6% 126%


Ativo Total 14.038 100% 18.154 100% 29%

31
_____________________________________________________
No Passivo temos que o Passivo Circulante apresentava uma analise Vertical de 52,7% em
X1 e em X2 de 59,5% enquanto que na análise Horizontal houve uma evolução de X2 em
relação a X1 de 46%.

PASSIVO 12/X AV 12/XII AV AH

Fornec. Nacionais 882 6,3% 1.037 5,7% 18%

Fornec. Estrangeiro

Financ. Bancário 2.970 21,2% 6.260 34,5% 111%

Desc. Duplicatas 2.245 16,0% 2.416 13,3% 8%

Sal/Trib/Contrib. 1.301 9,3% 1.087 6,0% -16%

Imposto de Renda

Adiant.Clientes

Outras Contas

Outros Finan. Recebidos

Outras Fontes de Caixa

Passivo Circulante 7.398 52,7% 10.800 59,5% 46%

Financ.Inst.Crédito

Impostos Parcelados

Fornec.Estrangeiro

Empr. Ligadas

Outras contas 123 0,9% 123 0,7% 0%

Exigível L. Prazo 123 0,9% 123 0,7% 0,0%

Resultado Exerc.Futuro - -

Capital Integralizado 4.000 28,5% 4.000 22,0% 0%

Reservas de Capital 0,0% 0,0%

Reavaliação 0,0% - 0,0%

Lucros/Prej.acumulados 2.517 17,9% 3.228 17,8% 28%

32
_____________________________________________________
- -

- -

Patrimônio Líquido 6.517 46,4% 7.228 39,8% 10,9%

Passivo Total 14.038 100,0% 18.151 100,0% 29,3%

Peguemos o Lucro Líquido em X1 na Análise Vertical ele representa 3,17% das Vendas e
em X2 representa 3,74% das Vendas.

Quanto a Análise Horizontal verificamos que a empresa apresentou uma involução dos
Lucros em Relação ao exercício imediatamente anterior.
Obs: é feito também as análises Horizontais e Verticais no Demonstrativo Financeiro (
Balanço Patrimonial ) , Ativo e Passivo.

12/X AV 12/XII AV AH
Vendas Líquidas 30.118 100,00% 20.470 100,00% -32,03%
(-) CMV (22.046) -73,20% (9.306) -45,46% -57,79%
(=) Lucro Bruto 8.072 26,80% 11.164 54,54% 38,31%
(-) Desp. Vendas (1.100) -3,65% (1.093) -5,34% -0,64%
(-) Desp. Gerais e Administrativas (4.495) -14,92% (6.900) -33,71% 53,50%
(=) Resultado da Atividade 2.477 8,22% 3.171 15,49% 28,02%
(-) Desp. Financeira (1.119) -3,72% (1.879) -9,18% 67,92%
(+) Receitas Financeiras
(=) Lucro Operacional 1.358 4,51% 1.292 6,31% -4,86%
(+ -) Resultado Equiv. Patrimonial
(+) Receitas Não Operacionais
(-) Despesas Não Operacionais
Outras Contas (D.Médio)
Outras Contas (D.Final)
(=) Lucro antes dos Impostos 1.358 4,51% 1.292 6,31% -4,86%
(-) Impostos e contribuições (148) -0,49% (190) -0,93% 28,38%

33
_____________________________________________________
(-) Imposto de Renda (256) -0,85% (392) -1,91% 53,13%
Variação Cambial -
(=) Lucro Líquido 954 3,17% 710 3,47% -25,58%
Dividendos

4.3 – Conceito de Liquidez

Os indicadores de Liquidez é uma medida de capacidade financeira , relacionando


realizável com os exigíveis, mas a sua característica estática, não nos permite uma
avaliação das origens e usos de recursos, e também são indicadores que devem ser
analisados juntamente com diversos outros indicadores.

Liquidez Geral = ( Ativo Circulante + Realizável a L. Prazo )/(Passivo Circulante+Ex. L. Prazo )


Índices
de
Liquidez Liquidez Corrente= ( Ativo Circulante / Passivo Circulante )

Liquidez Seca = ( Disponibilidades + Contas à Receber ) / Passivo Circulante

a) Índice de Liquidez Geral –

34
_____________________________________________________

Demonstra a capacidade de pagamento da empresa através da relação do “Ativo Realizável


no Curto Prazo e no Longo Prazo” com o Exigível Total” . Este indicador demonstra a cada
real de dívida quanto a empresa possui a realizar.
Quanto menor o resultado desta relação mais comprometida estará a capacidade de
pagamento da empresa.

b) Índice de Liquidez Corrente –

Demonstra a Capacidade de pagamento da empresa no curto prazo, ou seja é quanto ela


possuí de recursos a cada um real de dívida.

Este índice relaciona o Ativo Circulante com o Passivo Circulante, quanto menor este
índice menor será a capacidade de pagamento da empresa.

c) Índice de Liquidez Seca –

Demonstra a capacidade de pagamento com ativos de rápida realização. Quanto maior este
índice melhor será a capacidade de pagamento da empresa.

O exemplo de indicadores de Liquidez abaixo, está usando os números dos Demonstrativos


Contábeis que encontramos nas páginas ( 18 e 19 ).

12/XI 12/XII
Índices de
Liquidez Liquidez Geral 1,23 0,67

35
_____________________________________________________

Liquidez Corrente 1,25 0,68

Liquidez Seca 0,66 0,44

Pode se notar que a empresa apresentava em 12/XI índices de Liquidez satisfatórios,


entretanto e 12/XII houve sensível piora nos indicadores de Liquidez, tanto a Geral como a
Corrente como a Seca.

4.4 – Ciclo Financeiro

Nos proporciona a quantidade de dias que uma empresa completa o ciclo de produção –
entre o momento da compra da matéria-prima, processamento do produto, venda do
produto, pagamento dos fornecedores e recebimento das vendas.
O Ciclo Financeiro, vide formulário abaixo, demonstrará a quantidade de dias que uma
empresa leva para cumprir o ciclo de produção. Quanto mais rápido a quantidade de dias
melhor é a performance do ciclo financeiro.

Praz.Médio Rec.Das Vendas PMRV = Contas.à Receber média / Vendas Líquidas x Dias do período.
Praz.Médio Rotação Estoques PMRE = Estoque médio / CMV x num. Dias período.
Ciclo
Financeiro Praz. Médio Pag.Fornecedores PMPC = Fornecedores / Compras x num.dias período.

Ciclo Financeiro = PMRV + PMRE -- PMPC.

a) Prazo Médio de Recebimento das Vendas – PMRV – é o período de tempo médio


que se leva para efetivamente receber os recursos monetários das vendas.

36
_____________________________________________________

b) Prazo Médio de Rotação dos Estoques – PMRE – é o tempo médio que se leva entre
a Compra da Matéria-Prima até a produção e venda da mercadoria.

c) Prazo de Pagamento dos Fornecedores – PMPC – é o tempo que se leva para pagar
as Matérias Primas aos Fornecedores.

Vide abaixo um exemplo do Ciclo Financeiro, com dados referente ao Balanço e


Demonstração dos Resultados disponível nas paginas 18,19,20.

Praz.Médio Rec.Das Vendas PMRV 56 dias 82 dias

Ciclo Praz.Médio Rotação Estoques PMRE 70 dias 134 dias


Financeiro

Praz. Médio Pag.Fornecedores PMPC 18 dias 49 dias

Ciclo Financeiro 109 dias 167 dias

Como podemos notar o comparativo do ciclo Financeiro de 12/XII em relação a 12/XI nos
indica um aumento neste ciclo, requerendo um maior uso de recursos para fazer frente a
uma maior necessidade de capital de giro.

4.5 – Indicadores de Endividamento

Os índices de endividamento nos permite ver o grau de comprometimento das dívidas de


uma empresa junto a terceiros, como: Bancos. Fornecedores, Governos, Funcionários etc..

37
_____________________________________________________

Endividamento / Ativo Total = (Passivo.Circulante + E.L.P ) / ( Ativo Total )


Indicadores de Bancos./ Capital Terceiros =(Bancos. CP e LP + Desconto.Duplic )/( P.Circulante + E.L.P )
Endividamento
A Circulante Financiado / Bancos CP = (Bancos CP + Desc. Duplic. ) / ( Ativo Circulante )
total e
Bancário End. Bancário / Patrimônio Líquido = ( Bancos CP + Desc.Duplicatas + Bancos LP ) / PL

Nível de Desconto de Duplicatas = ( Desc.Duplics ) / ( Contas a Receber )

a) Endividamento / Ativo Total = conforme formula disponível no gráfico acima, este


indicador nos permite fazer uma relação do Endividamento de curto prazo e longo
prazo da empresa com o ativo total. Quanto maior este índice maior será o
endividamento da empresa.

b) Bancos / Capitais de Terceiros – Permiti identificar quanto das obrigações totais da


empresa estão concentrados em endividamento bancário de curto prazo.

c) Ativo Circulante Financiado por Bancos de Curto Prazo – permiti-nos mensurar


qual o percentual do Ativo Circulante que está sendo financiado por passivo
oneroso de curto prazo, quanto maior este percentual maior a dependência da
empresa por empréstimos bancários.

d) Endividamento Bancário sobre o Patrimônio Líquido – mensuraremos aqui quanto


representa o passivo bancário da empresa em relação ao Patrimônio Líquido, quanto
maior este indicador maior será o grau de endividamento oneroso da empresa.

e) Nível de Descontos de Duplicatas – é a relação das Duplicatas Descontadas com as


Contas a Receber, quanto maior este percentual maior serão os descontos realizados
pela empresa, identificando insuficiência de capital de giro para fazer frente as
necessidades da empresa.

38
_____________________________________________________

Os indicadores abaixo referem-se aos extraídos do Balanço da empresa exemplo das


Páginas, 18, 19, 20.

Endividamento sobre Ativo Total 53,58% 60,17%

Bancos / Capital de Terceiros 69,34% 79,43%


Endividamento
Ativo Circulante Financ. Por Bancos CP 56,31% 118,19%

End Bancário / Patrimônio Líquido 80,02% 120,03%

Nível de Desconto de Duplicatas 47,50% 52,06%

Notamos que a estrutura de endividamento da empresa apresentou mudanças substanciais


no segundo exercício social em relação ao primeiro, com aumento do endividamento total,
maior participação de recursos bancários ( onerosos ) em relação ao capital de terceiros,
elevação substancial do financiamento do Ativo Circulante com financiamentos
Bancários, os quais até mesmo superam o total do Ativo Circulante. Houve também
maiores proporções de Descontos de Duplicatas no Período.

4.6 - Estrutura de Capitais

Aqui verificaremos o uso das fontes de recursos da empresa em bens e direitos e também as
proporções destas fontes originadas de capitais de terceiros e capitais próprios.

Estrutura
de Capitais

Participação de Capitais de Terceiros = ( Capitais de Terceiros ) / Patrimônio Líquido

39
_____________________________________________________

Composição das Exigibilidades = ( Passivo Circulante ) / Capital de Terceiros

Imobilização do Patrimônio Líquido = ( Ativo Permanente ) / ( Patrimônio Líquido )

a) Participação de Capitais de Terceiros – verificaremos aqui a participação de


capitais de terceiros em relação ao Patrimônio Líquido da empresa, quanto
maior esta relação maior é o percentual de recursos de terceiros usados na
atividade da empresa.

b) Composição das Exigibilidades – este índice nos demonstrará a relação do


Passivo Circulante com o total das obrigações ( Capitais de Terceiros )
quanto maior for este índice maior será a concentração do endividamento da
empresa no curto prazo.

c) Imobilização do Patrimônio Líquido – Aqui verificaremos o grau de


imobilização de uma empresa, sendo que quanto maior este índice maior
será o comprometimento do Patrimônio Líquido em Ativos fixos e menor o
montante de recursos direcionados ao financiamento da atividade
operacional.

Os indicadores abaixo foram extraídos dos números da empresa exemplo que se encontra
nas páginas, 18, 19,20.

Estrutura Participação de Capitais de


de Capitais Terceiros 115,41% 151,12%

40
_____________________________________________________

Composição das Exigibilidades 98,36% 98,87%

Imobilização do Patrimônio Líquido 73,29% 149,60%

A estrutura de capitais da empresa apresenta-se desequilibrada, pois houve um aumento


substancial da participação de capitais de terceiros sobre o Patrimônio Líquido, e
concentração dos capitais de terceiros no curto prazo. Parte considerável deste
desequilíbrio está influenciado pelo substancial aumento no grau de imobilizações no
segundo exercício social que atingiu um percentual de 149,6% sendo que no exercício
anterior era muito inferior e situava-se na casa de 73.29%.

4.7 – Indicadores de Resultados ( Análise do Desempenho Econômico ).

Quando falamos em indicadores de Resultados necessariamente estamos falando de índices


que compõe a análise da situação econômica de uma empresa, estes índices são muito
importantes para confirmamos a eficácia de uma empresa, pois são os resultados
econômicos que justificam em uma economia de mercado a razão de ser de uma empresa,
portanto abaixo descrevemos alguns indicadores:

Índice de
Resultados
Giro do Ativo ( Vendas Liquidas / Ativo Total )
Rentabilidade da Atividade **
Rentabilidade das Vendas ( LL/Vendas )

41
_____________________________________________________
Rentabilidade do Ativo ( LL/Ativo )
Rentabilidade do PL médio (LL/PL médio )

a) Giro do Ativo –

É a relação das Vendas Líquidas com o Ativo Total da empresa, este índice permite-nos
identificar a eficácia de usos de recursos para a geração de receitas, quando maior for o giro
do Ativo mais eficaz terá sido a empresa no uso de recursos para a geração de receitas.

b) Rentabilidade da Atividade

Este índice é o resultado da empresa antes das Despesas Financeiras e Receitas Financeiras
( vide planilha em anexo ), demonstrando se a empresa é viável em sua atividade
operacional, esta margem pode ser positiva ou negativa, quanto maior a margem positiva
melhor é o resultado obtido pela empresa nesta alínea.

c ) Rentabilidade sobre as Vendas

È a Margem líquida da empresa, ou seja a relação do Lucro Líquido com as Vendas


Líquidas, esta margem pode também ser positiva ou negativa – valores negativos refletem a
margem do prejuízo ocorrido na empresa. Quando positiva reflete o Lucro obtido, quanto
maior esta margem melhor é o resultado da empresa.

d) Rentabilidade sobre o Ativo

Temos outro índice de eficiência da empresa onde medimos a rentabilidade da empresa em


relação ao ativo, dividindo o Lucro Líquido pelo Ativo Total. Este índice quanto maior,
melhor será os resultados obtidos pela empresa em relação aos usos de recursos totais no
Ativo

f) Rentabilidade do Patrimônio Líquido Médio

42
_____________________________________________________

Trata-se de outro índice de eficiência e em relação ao Patrimônio Líquido da empresa,


quanto maior for este índice melhor é o resultado, e o resultado obtido é sempre importante
compara-lo com as taxas de juros do mercado, para verificar se os sócios teriam maiores
resultados aplicando os recursos na empresa ou no mercado financeiro.

Dando continuidade a análise de nossa empresa exemplo ( págs. 18,19,20 ) temos:

Giro do Ativo 2,15 1,13


Rentabilidade da Atividade 8,22% 15,49%
Índice de
Resultados Rentabilidade das Vendas 3,17% 3,47%
Rentabilidade do Ativo 6,80% 3,91%
Rentabilidade do PL médio N/C 10,33%

Iniciando a avaliação da empresa pelo Giro do Ativo, temos que a empresa tinha uma maior
eficácia no primeiro exercício ( 2,15 ) caindo para (1,13 ) no segundo exercício, este fator
foi em função dos investimentos realizados pela empresa refletidos no aumento do Ativo
Permanente. Entretanto nota-se que estes investimentos já passaram a proporcionar
resultados operacionais positivos, pois a Rentabilidade da Atividade apresentou melhora
substancial no segundo exercício ( 15,49 % ) em relação ao primeiro exercício ( 8,22% ) .
Contudo a empresa após as Despesas Financeiras, ainda apresentava fraca rentabilidade e a
Rentabilidade do Ativo reduziu ( devido ao Investimento realizado no segundo exercício ) e
a Rentabilidade do PL médio , mesmo sem uma base anterior, aos moldes das taxas de
juros interna são bem inferiores.

5 - Quarto Capítulo :

Neste Capítulo analisaremos as Gerações de Recursos da empresa, e realizaremos


uma análise mais dinâmica e desenvolveremos conceitos como análise da necessidade
de capital de giro, fluxo de caixa e fluxo de recursos.

43
_____________________________________________________

5.1 ) Geração Econômica Própria

A Geração Econômica Própria nos possibilita mensurarmos o montante econômico


auferido por uma empresa em um determinado período. Para tanto ressaltamos que em cada
exercício social está alocado na Demonstração dos Resultados valores que muitas das vezes
não significam nem entrada e nem saída efetiva de caixa, influindo na posição do lucro
líquido final. Como exemplo temos:

Depreciação - as Demonstrações dos Resultados em função do regime de competência


constam anualmente a alocação destas despesas nos Custos de Mercadorias Vendidas/
Custos de Produção e/ou em Despesas Operacionais, não significando efetivamente
desembolsos de caixa, portanto no fluxo da geração econômica própria é necessário
reverter este valor, neste caso como um valor positivo na formação da Geração Econômica
Própria.

Equivalência Patrimonial – Esta conta reflete o resultado participativo de uma empresa


Controladora em uma empresa Controlada ou Coligada, portanto podendo ocorrer duas
situações:
c) Quando a Controlada/Coligada apresentar um prejuízo teremos o valor da
equivalência patrimonial na Demonstração dos Resultados da Controladora um
saldo negativo, entretanto por não significar um desembolso de caixa efetivamente,
revertemos este valor no fluxo de Geração Econômica Própria.

- Quando a Controlada apresentar lucros a Controladora levará para seu Balanço na


Demonstração dos Resultados a sua participação neste lucro aumentando o Lucro do
Exercício da Controladora, entretanto não significando efetivamente uma entrada de
recursos. Assim sendo na Geração Econômica Própria teremos que reverter este valor
pois não significou uma entrada efetiva de caixa e não contribui para a Geração
Econômica Própria da empresa.

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GERAÇÃO ECONÔMICA PRÓPRIA (**) 12/X 12/XII AH

(=) Lucro Líquido 954 710 -26%

(+) Depreciação/Exaustão/Amortização 770 790

(+ ou -) Equivalência Patrimonial - -

(=) Geração Econômica Própria l.724 1.500 -26%

Na nossa empresa exemplo, verificamos que a Depreciação incorporada aos Custos e


Despesas nos dois exercícios analisados melhoraram a Geração Econômica Própria em
relação ao Lucro Líquido Final, entretanto este resultado ainda não foi o suficiente para
ajudar a empresa a reverter os resultados e gerar recursos suficientes economicamente para
ajudar no fortalecimento do Capital de Giro.

5.2 – Fluxo de Caixa Operacional

É uma ferramenta de suma importância para entendermos o comportamento de uma


empresa em série históricas, e também de metodologia muito simples.

O conceito determinante principal da apuração do Fluxo de Caixa Operacional è o método


do IOG ( Investimento Operacional em Giro ) nomeado também de NCG ( Necessidade de
Capital de Giro ) e Working Capital ( Capital de Trabalho ). Para entender o conceito e a
apuração do IOG, deveremos em primeiro momento desenvolver os seguintes
agrupamentos de Contas:

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a) Financiamentos Concedidos: Está composto pelas contas nomeadas de Ativo


Operacionais, que são contas contidas no Ativo Circulante e representam usos de recursos
na atividade operacional da empresa. As contas principais que representam os
Financiamentos Concedidos são :

- Contas a Receber ( Duplicatas a Receber )


- Estoques
- Adiantamentos a Fornecedores
- Impostos a Recuperar

b) Financiamentos Recebidos: Está composto pelas contas nomeadas de Passivo


Operacional / fontes naturais de financiamento ( não geradoras de encargos que onerem a
demonstração dos resultados ), são exigibilidades naturais e estão representadas pelas
seguintes contas:

- Fornecedores
- Impostos/Contribuições Sociais/Salários à Pagar
-Adiantamentos de Clientes

O processo utilizado para encontrarmos a Necessidade de Capital de Giro, é através da


subtração dos FINANCIAMENTOS CONCEDIDOS pelos FINANCIAMENTOS
RECEBIDOS. Encontrando-se desta forma a Necessidade de Capital de Giro da empresa (
IOG ).

Esta necessidade representa o montante de recursos que a empresa necessita para financiar
seu ciclo operacional. Estes recursos poderão estar financiados por capital de giro da
empresa, portanto se o capital de giro próprio não for suficiente, a empresa poderá estar
tomando recursos de terceiros e onerosos para compor o financiamento do IOG.

Também é possível verificar se a necessidade de Capital de Giro apresentou variação entre


um exercício social e outro, pois:

- quando a necessidade de capital de giro aumenta em um exercício social em relação ao


exercício anterior, significa que a empresa usou mais recursos em giro, e este recurso ou
veio do Capital de Giro da empresa, ou veio de aumento dos recursos onerosos ( desconto
de Duplicatas, Desconto de Cheques , empréstimos Bancários etc.. ).

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_____________________________________________________
- quando a necessidade de capital de giro diminui em um exercício social em relação ao
outro a empresa estará liberando mais recursos de giro, e isto ajudará a reduzir os passivos
onerosos ou com pagamento de compromissos com empréstimos onerosos, ou também
poderá sobrar mais recursos para deixar em disponibilidades aplicados no mercado
financeiro, gerando receitas financeiras, que poderão ajudar a compor o lucro da empresa.

FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL 12/X 12/XII AH

Financiamentos Concedidos 9.016 7.256 -20%

(+ -) Financiamentos Recebidos (2.183) (2.124) -3%

(=) Inv. Operacional em Giro (***) 6.833 5.132 -25%

Variação do IOG (+ ou -) 1.701

(+ ou -) Geração Econômica Própria (**) 1.724 1.500 -26%

(=) Fluxo de Caixa Operacional 1.724 3.201 153%

Podemos notar também que o Fluxo de Caixa Operacional está composto pela somatória
dos valores liberados para giro ou usados em giro entre os exercícios sociais mais a
Geração Econômica Própria.
Avaliando o Fluxo de Caixa nota-se que os Financiamentos Concedidos no primeiro
exercício social em análise foi superior que o apresentado no segundo exercício social,
enquanto que os Financiamentos Concedidos não tiveram muitas alterações nos dois
exercícios sociais. Entretanto por a empresa ter utilizado menos recursos nos
Financiamentos Concedidos houveram maiores liberações para giro com a redução do IOG,
o qual variou em um montante inferior de R$ 1.701 em relação ao exercício anterior.

5.3 – Fluxo de Caixa

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_____________________________________________________
Neste quadro nosso objetivo é encontrar o Saldo em Tesouraria ou seja o Déficit ou
Superávit de Caixa, que é o quanto a empresa tem de disponibilidades menos o passivo
bancário de curto prazo ( empréstimos bancários/desconto de cheque/desconto de
duplicatas).

Portanto para se alcançar o resultado acima é necessário a definição dos seguintes Itens:

Investimento Operacional em Giro ( IOG ) – é encontrado no gráfico acima com a


diferença dos Financiamentos Concedidos e do Financiamento Recebido.

Fontes de Longo Prazo - estão compostas pela soma do Patrimônio Líquido e o


Passivo Exigível a Longo Prazo.

Usos de Longo Prazo – estão compostos pela soma do Ativo Permanente e o Ativo
Realizável a Longo Prazo.

Fontes Liberadas para Giro – o primeiro passo é a subtração das Fontes de Longo
Prazo pelos Usos de Longo Prazo, que no exemplo abaixo ( 12/XI ) ficaria ( 6.640 –
4.776 = 1.864 ) e o segundo passo seria pegar este resultado e subtrair do IOG ou seja (
1.864 – 6.833 = - 4.969 ) significando Déficit de Caixa que deverá ser suprido por
passivo oneroso de curto prazo. Em 12/XII o cálculo para se chegar ao resultado foi (
7.351 – 10.813 = - 3.462 ) e o segundo passo ( - 3.462 – 5.132 = - 8.594 )

FLUXO DE CAIXA 12/XI 12/XII AH

Investimento Operacional em Giro (***) 6.833 5.132 -25%

Fontes de Longo Prazo 6.640 7.351 11%

Usos de Longo Prazo 4.776 10.813 126%

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Fontes Liberadas para Giro 1.864 (3.462) -286%

Déficit ou Superávit de Caixa (4.969) (8.594) 73%

Note Portanto que vem aumentando sensivelmente o Déficit de Caixa da empresa.

5.4 – Fluxo de Fontes e Usos de Caixa, alguns autores nomeiam este fluxo de Saldo em
Tesouraria que seria a seguinte formula:

a) SALDO EM TESOURARIA = ACF (ativo circulante financeiro ) – PCF ( passivo


circulante financeiro ) onde :

b) ACF ( ativo circulante financeiro ) ou Usos de Caixa - é composto pelas


disponibilidades da empresa ou seja Caixa, Banco Conta Movimento, Aplicações
Financeiras. Portanto tratam-se dos recursos excedentes que não estejam sendo utilizados
na atividade operacional da empresa.

c) PCF ( passivo circulante financeiro ) ou Fontes de Caixa – é composto pelo passivo


oneroso da empresa, ou seja, empréstimos bancários de curto prazo, descontos de
duplicatas, descontos de cheques, mas também consideramos nesta conta os Fornecedores
estrangeiros, pois são onerosos quando ocorrem as variações cambiais. Também colocamos
neste fluxo como passivo circulante financeiro o Imposto de Renda incidentes sobre o lucro
da empresa

Como podemos notar no exemplo do fluxo abaixo as Disponibilidades que somam ( caixa,
Bancos Conta Movimento, Aplicações Financeiras, eram de R$ 186 mil em 12/XI e R$ 85
mil em 12/XII. Possuía também uma conta com a nomenclatura de Outras Contas no valor
de R$ 60 mil em 12/XI, perfazendo um Uso de Caixa em 12/XI ou o Ativo Circulante
Financeiro de R$ 246 mil e um Uso de Caixa em 12/XII R$ 85 mil. Enquanto que o
Passivo Circulante Financeiro ou Fontes de Caixa em 12/XI apresentavam o montante de
R$ 5.215 mil e em 12/XII o montante era de R$ 8.676. E o déficit de Caixa da Diferença
entre ACF ( ativo circulante financeiro ) ou USOS DE CAIXA e o PCF ( passivo circulante
financeiro ) FONTES DE CAIXA, dará um Déficit de Caixa no montante de R$ - 4.969 no
exercício de 12/XI e R$ - 8.591 em 12/XII. Estes valores devem sempre serem idênticos
aos valores do Déficit ou Superávit de Caixa do Terceiro Item deste capítulo.

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Portanto concluí-se que a empresa não possuía em nenhum dos dois exercícios sociais
analisados recursos suficientes nas Fontes Liberadas para Giro para poder financiar a
Necessidade de Capital de Giro ( IOG ), tendo sido necessário buscar junto aos Bancos
montantes elevados de empréstimos onerosos e descontos de duplicatas para cobrir o
Déficit de Caixa nos dois exercícios sociais analisados.

FLUXO DE FONTES E USOS DE CAIXA 12/XI 12/XII AH

Disponibilidades 186 85 -54%

Outras Contas 60 -

Outras Usos de Caixa - -

Usos de Caixa (Total 1) 246 85 -65%

Financiamento Bancário 2.970 6.260 111%

Desconto de Duplicatas 2.245 2.416 8%

Fornecedores Estrangeiros - -

Imposto de Renda - -

Outras Fontes de Caixa - -

Fontes de Caixa (Total 2) 5.215 8.676 66%

Déficit/Superávit Caixa (TOT1 - TOT2) (4.969) (8.591) 73%

5.5 – Efeito Tesoura – Overtrade

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Esta é uma fórmula simples entretanto utilizamos os Saldos de Déficit ou Superávit de
Caixa encontrado no item número 04 deste capítulo que denominamos também de Saldo
em Tesouraria e fazemos uma relação com a Necessidade de Capital de Giro da empresa
que chamamos também de IOG ( Investimento Operacional em Giro ).

Portanto Verifica-se o efeito tesoura ou o Overtrade quando a empresa passa a realizar


negócios acima da capacidade financeira da geração de capital de giro, ou seja , ocorrendo
realmente o Efeito Tesoura quando a empresa possuir um Saldo em Tesouraria Negativo ou
um Déficit de Caixa.

Assim sendo a fórmula do Efeito Tesoura é :

Efeito Tesoura = ST x 100


IOG
Para a formula acima fazemos as seguintes observações:

Quando há um Superávit de Caixa não haveria a característica do Overtrade pois a


empresa teria Saldos de Caixa Positivo e não estaria necessitando de passivos onerosos
em grandes proporções o que não oneraria os resultados econômicos da empresa.

Quando o Saldo em Tesouraria é negativo a empresa precisará estar sempre muita


atenta pois a relação do Saldo em Tesouraria sobre o IOG ( índice operacional em giro )
ou Necessidade de Capital de Giro, sendo negativa indicará a necessidade de
financiamento da necessidade de Capital de Giro ( IOG ) com passivos onerosos,
portanto a empresa terá sempre que estar gerando capital de giro suficiente para poder
estar compondo o financiamento do IOG. Pois se estiverem com um índice de Efeito
Tesoura próxima a 50% negativo, é uma posição satisfatória e onde se encontram
muitas empresas, agora se este índice negativo estiver entre 50% negativo e 100%

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_____________________________________________________
negativo, há a necessidade de um acompanhamento por parte dos dirigentes da empresa,
pois o passivo oneroso deverá começar a prejudicar sensivelmente os resultados
econômicos da empresa. Finalizando se o Overtrade constituir-se e passar de um índice
negativo superior a 100% é o momento de decisões mais drásticas quanto a
reorganização da empresa, pois neste grau de Overtrade a empresa passará a ter
dificuldades de fazer frentes aos seus compromissos e estará precisando tomar
alternativas como desmobilizações de itens do permanente para recompor o Capital de
Giro, melhorar o Ciclo Financeiro com maior rotatividade dos Estoques e redução das
Vendas á Prazo e também redução dos Prazos médios de Recebimentos das Vendas,
aumento do prazo médio de pagamentos a fornecedores. Também deverá tomar
alternativas de alongamento do passivo bancário e/ou novas capitalizações de recursos
por parte dos sócios.

Na nossa empresa exemplo teremos os seguintes resultados:

Efeito Tesoura 12/XI –> ST x 100 = ( 4.969 ) x 100 = -72,72%


IOG 6.833

Efeito Tesoura 12/XII –>ST x 100 = ( 8.594 ) x 100= - 167,46%


IOG 5.132

Como podemos observar nossa empresa exemplo passo de um Efeito Tesoura superior a
um índice negativo de 50% e pelo que pudemos notar a empresa não tomou nenhuma
medida que permitisse reverter esta situação, deixando os fatores conjunturais e decisórios (
no caso desta empresa investimentos com recursos de curto prazo ) andar sem nenhum
critério.

Portanto o resultado veio no exercício encerrado em 12/XII onde a empresa passou a


perder o controle sobre seu Overtrade, tendo atingido um índice negativo de 167,46 % o
que é muito superior ao limite de controle de 100% negativo, e a empresa já não possui a
possibilidade gerar Capital de Giro para fazer frente aos seus negócios, colocando a
empresa em uma situação muito delicada e provavelmente a impossibilitando de saldar os
seus compromissos em dia.

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_____________________________________________________
6 - QUINTO CAPÍTULO: Comportamento do Mercado

Neste Capítulo Procuraremos entender melhor as variáveis que modificam o ambiente em


que a empresa atua, entretanto devemos conhecer primeiramente as seguintes variáveis
sobre a empresa:

a) Quem é a empresa ?

Quando fazemos esta questão estaremos identificando a identidade da empresa. A empresa


é a capacidade de seus acionistas e executivos de estar tornando real o objetivo social da
empresa quando da sua fundação. Portanto será o nível de conhecimento e de experiência
dos Gestores da empresa que possibilitará o sucesso do empreendimento. Onde há sócios e
executivos bem treinados e com profundos conhecimentos do segmento que atuam as
chances de sucesso são muito maiores.

b) Em que mercado a empresa está inserida ?

Quando conhecemos todas as variáveis do Mercado em que a empresa está inserida, temos
muito mais chances de sobrevivência. Conforme, Catelli A. 1999, “ .....o ambiente próximo
da empresa compõe-se de entidades que compõem o segmento em que atua e compete, tais
como: fornecedores, concorrentes, clientes, consumidores. As variáveis que determinam a
amplitude da gestão de cada uma dessas entidades referem-se aos preços, volumes,
qualidade, prazos de entrega, prazos de pagamento, taxas de financiamento etc., e
caracterizam as transações realizadas entre as mesmas.
Então Teremos:

c) Clientes: Devemos conhecer exatamente qual o valor para nosso cliente referente ao
produto que oferecemos, qual o grau de satisfação que possuem sobre este produto, qual o
perfil de nosso cliente, o que nossos clientes poderiam ou estariam apito a absorver de
inovações que alterariam ou implementariam o valor do produto para si. Estas situações e
pesquisas seria possível realizar através de uma análise comportamental da Carteira de
Clientes.

d) Fornecedores: São quem abastece as empresas com serviços e ou produtos, portanto


precisamos conhece-los e nos relacionarmos como parceiros e com exigências previamente
definidas que permitam nos beneficiar de qualidade, preço, e prazos de financiamentos,
que ajudem na administração da necessidade de capital de giro.

e) Concorrentes: Conhecermos nossos concorrentes, em tudo o que for possível , porte,


situação econômico-financeira, qualidade dos produtos, opinião de nossos clientes, preço,
inovações em conceitos de comercialização, agilidade de atendimento, cumprimento de
prazos, preços combinados e qualidades especificadas etc.....

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f) Banqueiros: Como nos vê em termos de risco de crédito, quais os limites de crédito de
curto prazo disponíveis e os de longo prazo, quais as garantias exigidas para as operações
de crédito, qual o custo financeiro. Qual o custo médio que cobram do mercado e dos
nossos concorrentes. Pesquisar outros Banqueiros suas posturas em períodos de renovação
de limites de crédito e qualidade de outros serviços prestados, como na área de Câmbio e
Comercio Exterior, Cobranças e outros serviços que possibilite maior eficácia de nossa
empresa.

6.1 Qual o tamanho do mercado em que a empresa está inserida ?

Nível de distribuição de renda regional, possibilidade de crescimento do mercado


consumidor, nível de faturamento do setor global e regional. Possibilidade e projetos de
fortalecimento no mercado regional , política de marketing e investimentos intangíveis
necessários para absorver maiores parcelas de mercado. Temos que ter muito claro a que
grupos alvos se destina nossos produtos e o grau de diferenciação com a concorrência.

6.2 Como geraremos ampliação de Receitas?

Valores agregados maiores, novos conceitos de distribuição de produto, qualificação d


nossas parcerias, redução de inadimplência com políticas de vendas mais eficazes e
treinamento dos envolvidos na área para entender melhor o comportamento dos clientes
tanto para comprar como para pagar.

6.3 Quais as principais barreiras do mercado ?

Há sazonalidade , há concentração de vendas para poucos clientes ( oligopsônio ), há


oligopólios nas vendas de serviços ou matérias-primas, como está a empresa para competir
com os importados. Temos estimativas confiáveis para tomadas de decisão?

6.4 Como está composto a equipe da empresa, o Capital Intelectual?

Como está a cabeça dos funcionários, satisfação, treinamento, comprometimento, eficácia,


estão os dirigentes e funcionários desenvolvendo trabalhos em equipe com orientadores
instrutores que possibilite resultados mais adequados e com redução no grau de conflitos?

6.5 Qual é o Futuro do negócio?

Possibilidade de continuidade de crescimento com o oferecimento dos mesmos produtos,


capacidade financeira e tecnológica para sofisticação do produto e redução dos custos e
ganho de satisfação do cliente. Quais as medidas econômicas financeiras para readaptar a
empresa aos efeitos conjunturais e ou alterações nos ambientes próximos como de
Fornecedores, Clientes, Concorrentes e Banqueiros?

6.6 Qual a Quantidade de Capital a investir ?

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A empresa está formando Capital ou Reservando Capital para novos investimentos,


cobertura de equipamentos desatualizados, tecnologias obsoletas, necessidade de
investimentos em novas tecnologias. A empresa teria parceria com os agentes financiadores
para ajuda-la e / ou complementar recursos para fazer frente as necessidade de
imobilizações?

6.7 Qual a estimativa de Retorno?

O Capital aplicado levará quanto tempo para ter retorno, as taxas de juros de mercado não
remunerariam melhor o capital aplicado?

Todas estas questões são necessárias na Gestão Interna de uma empresa, pois de acordo
com o desempenho de cada variável aqui comentada poderá refletir no desempenho futuro
da empresa portanto é necessário ter um vetor que identifique os resultados futuros e
simuladores para no presente iniciar as mudanças necessárias para que a empresa tenha no
futuro continuidade da saúde econômico-financeira.

7 - Referências Bibliográficas:

Marion J. C - Contabilidade Empresarial – Editora Atlas


Neves S. das e Viceconti P. E V - Contabilidade Avançada – Editora Frase
Franco H. - Estrutura e Análise e Interpretação de Balanços
Silva J. P. - da - Análise Financeira de Empresas – Editora Atlas
Ávila F. Fo - Análise Avançada de Crédito – Cadernos IBCB 26 –
Groppelli A.A. e Nikbakht E - Administração Financeira – Editora Saraiva
Assaf A. Neto e César Tibúrcio Silva A - Administração do Capital de Giro – Editora
Atlas
Catelli A - Controladoria Uma Abordagem de Gestão Econômica – Editora Atlas
FIPECAFI Coordenador.
Bulgacov S - Manual de Gestão Empresarial – Editora Atlas - Organizador
Aranha A J A – Apostilas Análise Financeira de Empresas - Des Affaires Gestão
Empresaria

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