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Fisiologia do

Sistema Endócrino

Profª Drª Nathalia Oda Amaral


Hormônios

São substâncias químicas


liberadas por células especializadas, e
são conduzidas através da circulação
sanguínea atuando em células alvos
distantes.
Hormônios
Glândulas Endócrinas
O sistema endócrino é responsável pelo controle das atividades metabólicas do organismo. Atua a
longo prazo, através de sinais químicos, executados por substâncias denominadas hormônios.

Hormônios são substâncias produzidas e liberadas por determinadas células de glândulas


endócrinas e atuam controlando o funcionamento de alguns órgãos.

A ação do hormônio se dá quando este é lançado através da corrente sanguínea pelas glândulas
endócrinas e, assim, chegando à célula-alvo, liga-se a receptores específicos localizado na superfície das
células.

Célula alvo
Célula Segregadora

VASO SANGUÍNEO
Célula alvo
Principais glândulas endócrinas humanas
EXISTEM 3 TIPOS DE GLÂNDULAS:
1) Glândulas exócrinas: possuem um canal secretor que transporta
suas secreções para fora do corpo ou para o interior de um
órgão oco.
Ex: glândulas salivares/sudoríparas.
2) Glândulas endócrinas: não apresentam um canal secretor;
portanto as substâncias produzidas (Hormônios), são lançados
diretamente na circulação sanguínea.

- O hormônio atua somente em


suas células-alvo que possuem
receptores em sua superfície externa
que se combinam de maneira
específica com ele.
3) Glândulas mistas: funcionam como exócrinas e endócrinas. Ex:
Pâncreas
Pâncreas

Amilase  digerir carboidratos (amido);


Lipase  digerir gordura (triacilgliceróis);
Tripsinogênio e quimotripsinogênio  formam tripsina e quimotripsina  digerir proteínas;
Nucleases  digerir ácidos nucléicos;
Diabetes Mellitus

Doença em que o indivíduo


apresenta altas taxas de glicose no sangue.

Diabetes Tipo I
Causa: redução das células β do pâncreas, o
que leva a uma diminuição da produção de
insulina.

Diabetes Tipo II
Causa: redução do número de receptores
de insulina nas membranas das células.
NATUREZA QUÍMICA DOS HORMÔNIOS

Os hormônios são classificados bioquimicamente como:

 Proteínas/peptídeos;

 Catecolaminas;

 Iodotironinas;

 Hormônios esteroides.
NATUREZA QUÍMICA DOS HORMÔNIOS

 Hormônios proteicos/peptídeos
são produzidos nos ribossomos e
estocados nas células endócrinas em
grânulos secretórios ligados à
membrana. Atuam por meio de
receptores associados à membrana.

Exemplo: Hormônio de crescimento,


insulina, ocitocina, vasopressina,
glucagon.
NATUREZA QUÍMICA DOS HORMÔNIOS

 As catecolaminas são sintetizadas


no citosol e nos grânulos secretórios
e não atravessam prontamente as
membranas celulares. Elas atuam
por meio de receptores associados à
membrana.

 Exemplo: norepinefrina, epinefrina


e dopamina
NATUREZA QUÍMICA DOS HORMÔNIOS
 Hormônios esteroides não são
estocados em tecidos e
geralmente atravessam as
membranas celulares
relativamente rápido. Eles atuam
por meio de receptores
intracelulares.
NATUREZA QUÍMICA DOS HORMÔNIOS

 Hormônios tireoideos são


sintetizados nas células
foliculares e estocados no
coloide folicular como
tireoglobulina. Eles atravessam
as membranas celulares e se
associam a receptores nucleares.
Hipófise
Hipófise

Hipófise Posterior
(Neuro-hipófise)
Hipófise Anterior
(Adeno-hipófise)
Hipófise
Adeno-hipófise
Neuro-hipófise
Liberação dos Hormônios
Adeno-hipófise Neuro-hipófise
Hipófise
Hipófise Anterior
1. TSH - Hormônio tireoestimulante

2. LH - Hormônio luteinizante

3. FSH - Hormônio folículo estimulante

4. ACTH – Hormônio adrenocorticotrófico

5. Prl - Hormônio prolactina

6. GH - Hormônio do crescimento

Hipófise Posterior
1. Vasopressina (ADH)

2. Ocitocina
Hipófise Posterior

1. Vasopressina (ADH)

2. Ocitocina
ADH
Ocitocina Ejeção do Leite
Ocitocina

Ejeção do Leite

Contração uterina
Ocitocina
Hipófise Posterior

Hormônios Hipotalâmicos:
Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH)
Hormônio liberador de tireotrofina (TRH)
Hormônio liberador de corticotrofina (CRH)
Hormônio liberador de Prolactina (PRH)
Hormônio inibidor de Prolactina (Dopamina)
Hormônio liberador de GH (GHRH)
Hormônio inibidor de GH (Somatostatina)

Hormônios da adenohipófise:
Hormônio folículo-estimulante (FSH)
Hormônio luteinizante (LH)
Hormônio tireoestimulante (TSH)
Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH)
Prolactina (PRL)
Hormônio do crescimento (GH)
Hipotálamo
Hormônio do Crescimento

Hormônios hipotalâmicos:
Hormônio liberador de GH (GHRH)
Hormônio inibidor de GH (Somatostatina)

Hormônio da adenohipófise:
Hormônio do crescimento (GH)
Hormônio do Crescimento
Hormônio do Crescimento
Hormônio do Crescimento

Nanismo
Acromegalia
Prolactina

Hormônios hipotalâmicos:
Hormônio liberador de Prolactina
Hormônio inibidor de Prolactina (Dopamina)

Hormônio da adenohipófise:
Prolactina
Prolactina

Produção de Leite
Prolactina
Ácino mamário

Células mioepiteliais Caseína: proteína presente


no leite, rica em fósforo,
capaz de ligar íons de cálcio e
fundamental para a nutrição
de lactentes
Luz do ácino
mamário

OCITOCINA
Exocitose de +
grânulos com
leite

+ Células acinares
PROLACTINA
TSH

Hormônio Hipotalâmico:

Hormônio liberador de tireotrofina (TRH)

Hormônio da adenohipófise:

Hormônio tireo-estimulante (TSH)


TSH
HORMÔNIOS TIREÓIDEOS
• Aproximadamente 90% da produção da tireoide é de 3,5,3’,5’
tetraiodotironina (tiroxina ou T4);

• O T4 é principalmente um pró-hormônio;

• Cerca de 10% da produção tireóidea é de 3,5,3’-triiodotironina


(T3), a forma ativa do hormônio da tireoide.
HORMÔNIOS TIREÓIDEOS
• Aproximadamente 90% da produção da tireoide é de 3,5,3’,5’
tetraiodotironina (tiroxina ou T4);

• O T4 é principalmente um pró-hormônio;

• Cerca de 10% da produção tireóidea é de 3,5,3’-triiodotironina


(T3), a forma ativa do hormônio da tireoide.
EFEITOS FISIOLÓGICOS DO HORMÔNIO TIREÓIDEO

• Efeitos Cardiovasculares:

 O T3 aumenta a frequência cardíaca, garantindo, assim, um aporte


suficiente de O2 para os tecidos;

 A velocidade e a força das contrações do miocárdio são melhoradas;

 Diminui a resistência vascular sistêmica pela dilatação das arteríolas de


resistência na circulação periférica;

 O volume total de sangue é aumentado pela ativação do eixo renina-


angiotensina-aldosterona, assim, aumentando a reabsorção renal tubular
de sódio.
EFEITOS FISIOLÓGICOS DO HORMÔNIO TIREÓIDEO

• Efeitos no metabolismo basal:

 Aumenta a taxa basal de consumo de oxigênio e a produção de calor;

 O T3 aumenta a captação, oxidação e síntese de glicose;

 No tecido adiposo induz a lipólise;

 O T3 potencializa os efeitos estimulantes da epinefrina, norepinefrina,


glucagon, cortisol e o hormônio do crescimento sobre a gliconeogênese,
lipólise, cetogênese.
EFEITOS FISIOLÓGICOS DO HORMÔNIO TIREÓIDEO

• Outros efeitos:

 Promover o crescimento e a maturação  são importantíssimos para o


desenvolvimento neurológico normal e a formação apropriada dos ossos
no feto  Falhas podem levar ao cretinismo.

 Estimula a ossificação, o crescimento ósseo linear e a maturação dos


centros epifisários ósseos;

 Estimula a remodelação óssea em adultos;

 Regula a velocidade e o ritmo do desenvolvimento do sistema nervoso


central;

 Regulação da função reprodutiva, tanto em homens como em mulheres.


Criança normal com 6 anos de idade (esquerda) e
uma criança com hipotireoidismo congênito, com 17
anos de idade (direita), ambas da mesma aldeia
localizada em uma área endêmica de cretinismo.

Imagens radiográficas da mão de uma


criança normal de 13 anos de idade
(esquerda) e de uma criança com
hipotireoidismo da mesma idade
(direita).
ACTH

Hormônios Hipotalâmicos:

Hormônio liberador de corticotrofina (CRH)

Hormônios da adenohipófise:

Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH)


As glândulas adrenais estão localizadas
Glândula Suprarrenal nos polos superiores dos rins e recebem
um rico aporte de sangue arterial das
artérias suprarrenais inferior, média e
superior. As glândulas adrenais são
drenadas por uma veia suprarrenal.
Suprarrenais (adrenais)
Dividida em duas regiões:

a) Córtex: Região mais externa


 Produz os hormônios: Glicocorticoides (cortisol) e
Mineralocorticoides (aldosterona);

b) Medula: Região interna


 Produz os hormônios: Epinefrina ou (Adrenalina) e
Norepinefrina ou (Noradrenalina).

Cortisol
Córtex
Aldosterona

Epinefrina
Medula
Norepinefrina
Suprarrenais (hormônios do córtex da adrenal)
a) Glicocorticoides (derivados do colesterol):

 hormônio mais importante: Cortisol ou Hidrocortisona;


 liberado em situações de estresse:
o Respostas metabólicas ao estresse asseguram energia suficiente
para responder ao aumento da demanda do organismo e
mantêm níveis sanguíneos de glicose adequados à execução de
ações conscientes e deliberadas pelo indivíduo;

o O cortisol também contribui, fornecendo energia para as


incipientes respostas inflamatória e imune ao estresse, mas
também protege os indivíduos dos potenciais danos gerados
pela inflamação desregulada.
Suprarrenais (hormônios do córtex da adrenal)
b) Mineralocorticóides (derivados do colesterol):

 Hormônio mais importante: Aldosterona:


o realiza a reabsorção de sódio (Na+) e a excreção de potássio (K+)
nos rins,
o aumenta a pressão arterial e a volemia (volume de sangue
circulante).
Suprarrenais (hormônios da medula)

a) Epinefrina (adrenalina)

 Prepara organismo para enfrentar situações de estresse:


o contrai os vasos sanguíneos (vasoconstrição);
o aumenta a taxa de açúcares no sangue;
o redistribui sangue para os órgãos e músculos.

b) Norepinefrina (noradrenalina)

 Atua em conjunto com a epinefrina nas respostas a situações de


estresse:
o acelera os batimentos cardíacos (taquicardia);
o aumentam o débito cardíaco;
o mantém a pressão sanguínea em níveis normais.
LH/FSH

Hormônios Hipotalâmicos:
Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH)

Hormônios da adenohipófise:
Hormônio folículo-estimulante (FSH)
Hormônio luteinizante (LH)
LH/FSH

LH
- Ovulação

FSH
- Desenvolvimento Folicular

LH
- Testosterona

FSH
- Espermatogênese
Gônadas (ovários e testículos)
Homem
Homem
LH/FSH
Efeitos da testosterona
Ato sexual
Mulher
Ciclo Ovariano
Ciclo Ovariano
Ciclo Ovariano
LH/FSH
• Os folículos se desenvolvem de um folículo pequeno
(primordial) até um folículo antral grande durante um período
de meses.

• A última parte do desenvolvimento folicular requer


gonadotrofinas.

• O ciclo menstrual se refere a um ciclo de aproximadamente 28


dias que é dirigido pelos seguintes eventos ovarianos:
desenvolvimento de um folículo antral grande em um folículo
pré-ovulatório (a fase folicular), ovulação e formação e morte
de um corpo lúteo da menstruação (a fase lútea).
LH/FSH
• A fase folicular ovariana corresponde às fases menstrual e
proliferativa do endométrio uterino. A fase lútea ovariana
corresponde a fase secretória do endométrio uterino.

• Um folículo dominante é selecionado em cada ciclo menstrual


— normalmente o maior folículo com a maior quantidade de
receptores para FSH.

• Altos níveis de estradiol ocorrem ao redor do meio do ciclo e


exercem feedback positivo na secreção de gonadotrofina. Isto
induz o surto de LH (e um menor de FSH).
LH/FSH
• O surto de gonadotrofinas do meio do ciclo induz: (a)
maturação meiótica do oócito primário, de forma que ele
progrida para oócito secundário (com um corpo polar) que fica
estacionado na metáfase da segunda divisão meiótica, (b)
ruptura da parede ovariana e folicular possibilitando a
expulsão do complexo cumulus-oócito (denominado ovulação),
e (c) diferenciação das células foliculares restantes em um
corpo lúteo.

• O corpo lúteo produz altos níveis de progesterona, estradiol e


inibina.
LH/FSH

• Se a gestação não ocorrer, o corpo lúteo irá morrer em 14 dias,


os quais constituem a fase lútea do ciclo menstrual.

• A tuba uterina captura o complexo cumulus-oócito ovulado e o


transporta medialmente, na tuba uterina, em direção ao útero.

• O estrógeno promove o batimento ciliar e o transporte; a


progesterona inibe o transporte.
LH/FSH
• A mucosa uterina, denominada de endométrio, é o local
normal de implantação embrionária. A mucosa aumenta sua
espessura em preparação para implantação e é descartada se
não ocorrer gestação. Durante a fase folicular mediana final
(dias 6 a 14 do ciclo menstrual), o ovário produz estradiol, o
qual induz a proliferação de todas as células do endométrio
(denominada fase proliferativa do útero).

• Após a ovulação, o ovário entra na fase lútea (dias 16 a 28) e


produz progesterona. A progesterona estimula a secreção de
glândulas uterinas (denominada fase secretória do útero).
LH/FSH
• Na ausência de um embrião em implantação, o corpo lúteo
morre, a produção de progesterona cessa, e o endométrio
uterino é descartado (denominado fase menstrual do útero —
que corresponde aos dias 1 a 5 da fase folicular do ovário).

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