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AO JUÍZO DA _____ VARA DA FAZENDA PÚBLICA/ ____ VARA CÍVEL DA

COMARCA DE BETA DO ESTADO XX.

Caio, brasileiro, estado civil XXX, profissão XXX, portador do RG nº. XXX,
inscrito sob o CPF nº XXX, portador do Título de Eleitor nº. XXX, cidadão em
pleno gozo dos seus direitos políticos, com endereço na XXX, endereço
eletrônico XXX, por meio de seu advogado, que esta subscreve (procuração
anexa), escritório na XXX, endereço eletrônico XXX, onde receberá as devidas
intimações conforme o artigo 77, V, do Código de Processo Civil, vem à
presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LXXIII, da
Constituição Federal de 1988 e na Lei nº. 4717/65 ajuizar a presente

AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA.

Em face de Prefeito Miguel, agente público, inscrito no CPF sob o nº XXX,


residente e domiciliado a XXX;
Em face do Município Beta, pessoa jurídica de Direito Público, registrado no
CNPJ nº XXX, com sede no endereço XXX, endereço eletrônico XXX;
Em face de todos os beneficiários do ato do Senhor Prefeito, pelos motivos de
fato e de direito a seguir aduzidos:

I. DO CABIMENTO

1. Da Pertinência do Objeto

A Ação Popular é proposta por qualquer cidadão, com o objetivo de


anular ato lesivo ao patrimônio público, conforme o art. 5º LXXIII da CF/88 e
art. 1º da Lei 4717/65. O objetivo da propositura da presente ação é pleitear a
nulidade dos atos administrativos que apresentam desvio de nulidade e
ilegalidade do objeto, de acordo com o art. 2º, “c” e “e” da referida lei, causados
pela conduta inapropriada do Prefeito ao nomear, de forma ilegal, parentes a
cargos em comissão, desta forma causando dano ao erário.
2. Legitimidade

2.1 Legitimidade Ativa

Caio, cidadão, conforme título de eleitor anexo, regular em seus deveres


eleitorais, possui legitimidade ativa para a propositura desta ação, uma vez que
verificou ato lesivo à Administração Pública, de acordo com o art. 1º, “caput” e
paragrafo 3º da Lei 4717/65 e o art. 5º, LXXIII, da CF.

2.2 – Legitimidade Passiva


Figura no polo passivo o Prefeito Miguel, que foi o responsável pela
nomeação de seus parentes e de terceiros, sem observar os preceitos legais.
O Município Beta por ser a pessoa jurídica em que repercutirá a decisão
judicial. E todos os que se beneficiaram com o ato do prefeito.

II. DOS FATOS

O Prefeito Miguel, responsável pela Administração do Município Beta, a fim


de favorecer parentes designou-lhes para funções de confiança na secretária
de finanças, com isso colocou inúmeros servidores em disponibilidade. Além
disso, quinze apoiadores políticos de Miguel foram nomeados para exercer
cargo em comissão na prefeitura, e os gastos com despesas de pessoal
representa 75% da receita corrente do munícipio. Houve a diminuição de
verbas em outras áreas, como lazer, cultura e infraestrutura.

III. DO DIREITO

1. Violação aos Princípios Constitucionais da Administração Pública. (art.


37, caput, CF/88).

1.1 Legalidade
O Princípio da Legalidade determina que o administrador público, em
suas atividades, só realizará atos que a lei autorize.
Pode-se observar que esse princípio foi desrespeitado quando o Prefeito
Miguel deixou de observar diversos dispositivos legais, dentre os quais
destaca-se a nomeação de familiares de 1º e 2º grau para ocupação de cargos
no Município.
1.2 Impessoalidade.

O princípio da impessoalidade tem como finalidade fazer com que o


agente público não tenha vontade de atender interesses particulares, mas sim
priorizar o interesse da coletividade, sem fazer acepção de pessoas
favorecendo-as ou prejudicando-as.
A não observância desse princípio ocorre a partir do momento em que o
prefeito favorece seus parentes e aliados para ocuparem cargos destinados a
servidores de carreira.

1.3 Moralidade Administrativa.

De acordo com este princípio o prefeito deve atuar com moral, ética,
decoro, lealdade, honestidade e probidade na prática diária da boa
Administração Pública. É possível verificar que a conduta do agente público
não está em conformidade com tais adjetivos, pois seus atos foram antiéticos e
imorais ao beneficiar parentes e apoiadores, além de extrapolar o limite de 60%
com despesas de pessoal da receita corrente do município.

2. Da nomeação para cargos em confiança.

Ao nomear parentes de 1º e 2º grau aos cargos na secretária de


finanças o prefeito deixou de agir conforme previsão legal, art. 37, V, CF/88. A
lei determina que as funções de confiança devem ser exercidas apenas por
servidores públicos de carreira (cargos efetivos); bem como a nomeação
desses parentes caracteriza-se nepotismo, de acordo com a Súmula Vinculante
nº 13, que em seu texto traz expressamente a vedação a tal conduta, pois a
proibição se estende a parentes em linha reta, colateral e afins até terceiro
grau, para o exercício em cargos em comissão ou de confiança.

3. Da ocupação de cargos com atividades burocráticas e operacionais.

Os cargos em comissão são destinados para as funções de


assessoramento, chefia e diretoria, logo, entende-se que as atividades
burocráticas, técnicas e operacionais devem ser realizadas por servidores de
carreira, de acordo com o art. 37, V, da CF/88.
4. Do Limite de receita com despesas de Pessoal.
A Lei Complementar n. 102 de 2000, em seu art. 19, III estabelece que a
despesa com pessoal não poderá ultrapassar o percentual de 60%
(sessenta por cento) da receita corrente líquida. Ocorre que no Município
Beta esse percentual excedeu o limite legal em 15% (quinze por cento).

IV. DA TUTELA DE URGÊNCIA OU DA LIMINAR

Nos termos do art.5º, da Lei 4717/65, o juiz poderá conceder liminar,


desde que comprovados os seus requisitos ensejadores. São requisitos:
fundamentos relevantes ou probabilidade do direito, e risco útil ao resultado do
processo ou perigo do dano.
A probabilidade do direito está presente na violação dos princípios
constitucionais, na inobservância do art. 37, V, da CF/88 e, também no excesso
ao limite de despesas com pessoal.
O risco útil ao resultado do processo ocorre ao ter a redução de
repasses de verbas aplicadas nas áreas do lazer, cultura, esportes e
infraestrutura, além de que as contratações irregulares causam lesões aos
cofres públicos.

V. DOS PEDIDOS.

Ante o exposto requer:

1. A concessão da medida liminar com o objetivo da suspensão dos


seguintes atos: i-) colocação dos servidores em disponibilidade; ii-)
nomeação de cargos em comissão e designação de função em
confiança;

2. Citação dos réus;

3. A anulação dos atos do prefeito de: i) colocar em disponibilidade


servidores; ii) designar para funções de confiança pessoas que não
ocupem cargo efetivo; iii) nomear pessoas para cargo em comissão
desvinculado das funções de direção, chefia e assessoramento.

4. A comprovação de cidadania através da juntada do título de eleitor do


autor desta ação.

5. Condenação dos réus em honorários advocatícios.


6. A produção de provas por todos os meios legais cabíveis.

VI. DO VALOR DA CAUSA

Dá -se o valor da causa R$ XXX

Município Beta, Data: XX/XX/XX

Advogado(a) XXX
OAB: XXX

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