Story
um
telling
Chavão pode ser uma chave grande ou
uma palavra que tão usada fica gasta. Os
dois casos funcionam para o nome Story-
telling. Já está ficando “gasto” pois tem
muita gente sem conhecimento usando
com irresponsabilidade e também é um
“chavão” pois ela pode abrir muitas portas!
(hummm, essa foi bem fraquinha!)
Quando eu pergunto nos meus workshops
“o que é storytelling” a maioria das pessoas
responde: “é contar histórias”. Mas isso é a
tradução e não a definição.
Eu recebo um telefonema de um potencial
cliente dizendo: “Eu queria contratar vocês
para um filme mas eu quero com story-
telling”. Dá vontade de dizer: “Com story-
telling está em falta. Serve sem?”.
Ouço muito por ai: “Essa coisa de story-
telling é moda”. Então quer dizer que pes-
soas falarem com pessoas é moda? Vamos
parar de nos comunicar? Me avise quando
isso vai acontecer pois preciso desenvol-
ver minha capacidade de ficar no silêncio
total e absoluto, já que desde sempre o ser
humano cria, conta e vive de histórias.
“Essa coisa de storytelling não funciona
na nossa empresa”. É o mesmo que falar:
“Respirar não é comigo.”
virou
chavão
“Isso é coisa de conto de fadas”. O que
o indivíduo que fala isso não sabe é que
os contos de fadas são a melhor fonte de
transmissão de valores para crianças e em
muitos casos para adultos também.
Explicar o que é o storytelling é fácil. Te-
nho várias definições que me agradam mas
uma em especial:
É a arte de criar e contar histórias
para preparar as pessoas para
viverem melhor as suas vidas.
Para os mais lógicos, posso definir como:
Story = A ideia, a premissa e o roteiro de uma
trama que tem um protagonista, um desejo e
as forças contrárias a ele.
Telling = Como você interpreta o Story, dan-
do vida ao roteiro e tornando-o mais interes-
sante, fácil de digerir e com mais emoção
Uma boa “Story” salva um “Telling” ruim. Mas
um bom “Telling” não salva uma “Story” ruim.
Em outras palavras, de nada adianta espetácu-
los e efeitos visuais se a história não for boa.
Então a pergunta mais importante para eu res-
ponder é: O QUE É UMA BOA HISTÓRIA?
E como as pessoas gostam de “dicas” e sempre
colocam um número redondo para elas, vou
surfar nessa onda! Ai vão as 10 dicas para uma
Boa História:
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Defina sua história com
base em apenas 1
1 (um) tema e garanta Tenha um protagonista que
que ele seja universal seja verdadeiro, autêntico e
para atingir toda preparado para enfrentar os
8 a sua audiência conflitos da trama
Garanta que todos os
eventos da sua história 5
estejam conectados numa Crie diversas
relação de causa-efeito. quebras de expectativas
Nada pode “cair do céu” durante a história. Isso
significa fazer o mundo
reagir diferente do que
o protagonista espera. 2
Assim como é a vida.
7 Crie um desejo, que
seja alcançável, para o
Defina o momento protagonista perseguir
específico em que a durante o arco
vida do protagonista da história
fica em desequilíbrio
e faça deste evento
o começo da sua
história, onde ele terá
um só desejo:
voltar ao equilíbrio

6
Antes de trazer o
primeiro conflito da
história, o incidente
incitante, faça
uma ambientação
apresentando a vida do
seu protagonista para
que a audiência tenha 4
empatia por ele Defina um clímax específico
para a sua história que seja
surpreendente e inevitável.
Inevitável no sentido que 3
quando ele acontece a audiência Entenda o que a vida vai colocar
pensa “tinha que ser assim”, e entre o que ele tem e seu desejo,
surpreendente pois ela não pode que são as forças contrárias, e
“adivinhar” o que vai acontecer dificulte a sua trama aos poucos
até chegar num ponto em que o
protagonista tem que se superar
10 para seguir em frente
E o principal: criar uma boa história demanda
talento, criatividade, repertório e técnica.
Se falta algum destes elementos, corra atrás!
Outra coisa que vejo muito, são pessoas despreparadas, com uma visão simplista
do Storytelling, achando que basta criar histórias com começo, meio e fim.

Para você não cair na mesma visão simplista, deixo aqui uma “provocação” do
meu sócio e guru de Storytelling, Robert McKee:

“
De um instante à eternidade,
do intracraniano ao
intergaláctico, a história de vida
de todo e qualquer personagem
oferece possibilidades
enciclopédicas. A marca de
“
um mestre é selecionar apenas
alguns momentos e nos dar
uma vida inteira
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