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TCC Marcos Helder Crisostomo Damasceno
TCC Marcos Helder Crisostomo Damasceno
016926/2023-93
Brasília
2022
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
Brasília
2022
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Assinatura do Autor / Titular dos direitos autorais
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Banca Examinadora:
________________________
Prof. Dr. Victor Marcel Pinheiro
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Profa. Dra. Roberta Simões Nascimento
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RESUMO
O trabalho estudou a imunidade material dos parlamentares, prevista no caput do
art. 53, da Constituição, que afasta a responsabilização civil e criminal dos
representantes da população pelas declarações e opiniões dadas. Trouxe o conceito
da doutrina brasileira e pesquisou como o assunto é tratado pela jurisprudência
recente do Supremo Tribunal Federal (STF). O tribunal tem inúmeros casos em que
se depara com os limites da imunidade material e buscou-se entender se a
jurisprudência do STF foi observada por ocasião do julgamento da Ação Penal 1044,
que tratou do caso do Deputado Federal Daniel Silveira. O parlamentar foi
denunciado por crimes contra o Estado democrático de direito e arguiu estar
protegido pela imunidade material, argumento que foi afastado pelo STF. A fim de
comparar se o tribunal seguiu, naquele caso específico, sua jurisprudência, foram
levantados 22 casos julgados pelo STF no período de 2019 a 2022 e constatou-se
que, a despeito das particularidades do caso da Ação Penal 1044, a Corte manteve
sua linha de entendimento sobre os limites da imunidade material.
1
Bacharel em Direito pela Universidade de Brasília - UnB. Técnico Legislativo do Senado Federal
desde 2014. E-mail: marcoscd@senado.leg.br.
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Introdução
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2
Alguns autores mencionam um caso ocorrido no século XIII no Parlamento inglês como sendo a
origem do instituto.
3
Declaração de Direitos 1689, Bill of Rights. Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/decbill.htm.
4
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de
direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 853.
7
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José Levi Mello do Amaral Júnior considera que a imunidade “deve ser
compreendida no estrito e preciso interesse da lógica democrática”8. O autor
apresenta citação de um juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos da América,
Felix Frankfurter, para quem a finalidade da especial proteção conferida aos
parlamentares, diferente da liberdade do restante da população, deve-se à
importância da representação popular:
5
ALEIXO, Pedro. Imunidades parlamentares. Brasília: Senado, 2020, p. 33.
6
ALMEIDA, Fernanda Dias Menezes de. As imunidades parlamentares na constituição brasileira de
1988. Anuário Português de Direito Constitucional, v. 3, 2003, p. 89. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5572277/mod_resource/content/0/Imunidades%20parlamenta
res%20na%20Const%20brasileira%20de%201988.pdf.
7
NASCIMENTO, Roberta Simões. “Adeus, imunidade parlamentar”. Jota. 3 de março de 2021.
8
AMARAL JÚNIOR, José Levi Mello do. Inviolabilidade Parlamentar. São Paulo: Quartier Latin, 2020,
p. 54.
9
Ibid, p. 47.
8
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10
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Inq 2874 AgR. Relator: Ministro Celso de Mello, julgamento
em: 20/06/2012, órgão julgador: Tribunal Pleno. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur223076/false.
11
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Inq 3932. Relator: Ministro Luiz Fux, julgamento em
21/06/2016, órgão julgador: Primeira Turma. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur355917/false, p. 25.
10
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fosse, não iria estuprar, porque não merece”12. Os Ministros daquela Turma
consideraram que essas declarações não estavam protegidas pela imunidade
material, mesmo tendo ocorrido dentro do Plenário da Câmara dos Deputados.
Cumpre ressaltar também que, sendo vinculado ao exercício do mandato,
o Supremo deixa de aplicar a imunidade material no caso de o parlamentar ainda
não empossado no mandato eletivo ou declarações proferidas em embate eleitoral
(Inq 1024 QO, Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 21/11/2002;
RHC 82555,Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 06/02/2003).
Além disso, o STF entende que a imunidade material dos parlamentares não se
opera na ilicitude da conduta, mas sim na sua própria atipicidade - ou seja, a
imunidade afasta a tipicidade da conduta.
12
Ibid, p. 7.
13
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 7434 AgR. Relatora: Ministra Rosa Weber, julgamento em:
01/03/2019, órgão julgador: Primeira Turma. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur399915/false, p. 3.
14
Ibid, p. 6.
11
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que o Deputado feriu a honra do autor da petição, sem que estivesse no exercício do
mandato eletivo. Esse voto foi vencido e a Primeira Turma, por maioria, negou
provimento ao recurso.
A ementa do julgado registrou que o disposto no art. 53 da Constituição
“protege o parlamentar por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos [...] e não
se restringe às declarações dirigidas apenas a outros Congressistas ou militantes
políticos ostensivos, mas a quaisquer pessoas”15.
15
Ibid, p. 1.
16
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 7107 AgR. Relatora: Ministra Rosa Weber, julgamento em:
10/05/2019, órgão julgador: Primeira Turma. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur403868/false, p. 8.
17
Ibid, p. 8-9.
18
Ibid, p. 9.
19
Ibid, p. 25.
20
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 7634 AgR. Relatora: Ministra Cármen Lúcia, julgamento
em: 27/09/2019, órgão julgador: Segunda Turma. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur413066/false, p. 7.
12
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21
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 7308. Relator: Ministro Gilmar Mendes, julgamento em:
19/11/2019, órgão julgador: Segunda Turma. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur428851/false, p. 8.
22
Ibid, p. 8.
23
Ibid, p. 12.
13
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24
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 7174. Relator: Ministro Alexandre de Moraes, Redator do
acórdão: Ministro Marco Aurélio, julgamento em: 10/03/2020, órgão julgador: Primeira Turma.
Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur432616/false, p. 4.
25
Os querelantes haviam criado um site, com ferramentas para auxiliar o cidadão a pressionar os
Deputados Federais a votarem favoravelmente ao recebimento da denúncia.
26
Ibid, p. 13.
27
Ibid, p. 14.
28
Ibid, p. 17.
29
Ibid, p. 24.
30
Ibid, p. 26.
31
Ibid, p. 24.
32
Ibid, p. 26.
14
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competência para a primeira instância, em razão de o réu não ter sido reeleito
Deputado Federal.
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Outro caso que merece uma análise mais extensa é a Ação Penal 1021,
julgada pela Primeira Turma, em 18 de agosto de 2020. Tratava-se de queixa-crime
ajuizada por Deputado Federal, alegando que outro Deputado Federal praticara
crime de difamação, configurado com a publicação de vídeo no Facebook.
Nesse vídeo, o réu editou fala da vítima em Comissão Parlamentar de
Inquérito da Violência contra Jovens Negros para “inverter o conteúdo”36, atribuindo
sentido racista37 e preconceituoso inexistente na fala original.
O Ministro Luiz Fux foi o Relator da ação penal. Em seu voto, o Relator
afirmou que os parlamentares não gozam de prerrogativa para “empregar fraude,
artifício ou ardil voltado a alterar a verdade da informação para desqualificar quem
quer que seja”38. Ademais, o réu não poderia ser alcançado pela proteção da
imunidade material, uma vez que realizou o ato de edição e publicação do vídeo fora
do recinto do Congresso Nacional e sem vinculação com o exercício regular do
mandato. Afastada a inviolabilidade do art. 53 da Constituição, o Relator julgou
praticado o crime de difamação. A pena foi de 1 ano de detenção (substituída pelo
pagamento de prestação pecuniária ao Deputado vítima do crime) e multa.
A Ministra Rosa Weber, Revisora da ação, posicionou-se na mesma
orientação adotada pelo Relator, afastando a aplicação da imunidade material na
medida em que a conduta encontrava-se distanciada do desempenho do mandato.
Levou em consideração, ademais, que
36
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AP 1021. Relator: Ministro Luiz Fux, Revisora: Ministra Rosa
Weber, julgamento em: 18/08/2020, órgão julgador: Primeira Turma. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur434530/false, p. 3.
37
A fala original era a seguinte: “E aí a fala da Tatiana foi muito importante, porque ela traz essa
dimensão histórica, que envolve a escravidão de negros; depois, a abolição, sem nenhuma política de
inclusão no mercado de trabalho, a exclusão territorial; e, depois, toda uma produção de sentido que
desqualifica essa comunidade como humana. Então, há um imaginário impregnado, sobretudo nos
agentes das forças de segurança, de que uma pessoa negra e pobre é potencialmente perigosa, é
mais perigosa do que uma pessoa branca de classe média. Esse é um imaginário que está
impregnado na gente, uma dimensão aí. E os policiais partem desse imaginário”.
O réu editou o vídeo para fazer constar: “Uma pessoa negra e pobre é potencialmente perigosa, é
mais perigosa do que uma pessoa branca de classe média, essa é a verdade, então, dito isso...” (Ibid,
p. 2-3).
38
Ibid, p. 36-37.
39
Ibid, p. 90.
40
Ibid, p. 134.
16
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
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41
Ibid, p. 134.
42
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 7872. Relator: Ministro Marco Aurélio, julgamento em:
22/09/2020, órgão julgador: Primeira Turma. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur433084/false, p. 3.
43
Ibid, p. 8.
44
Ibid, p. 18.
45
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 8999 AgR. Relator: Ministro Dias Toffoli, julgamento em:
15/12/2020, órgão julgador: Tribunal Pleno. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur440249/false, p. 3-4.
17
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
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46
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 8814. Relator: Ministro Roberto Barroso, julgamento em:
22/03/2021, órgão julgador: Tribunal Pleno. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur444364/false, p. 3.
47
Ibid, p. 9-10.
48
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 8674. Relator: Ministro Roberto Barroso, julgamento em:
22/03/2021, órgão julgador: Tribunal Pleno. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur444362/false, p. 3.
49
Ibid, p. 7.
50
Ibid, p. 1.
18
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
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51
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 9165. Relator: Ministro Roberto Barroso, julgamento em:
22/03/2021, órgão julgador: Tribunal Pleno. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur444365/false, p. 3.
52
Ibid, p. 20.
53
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 9156 AgR. Relator: Ministro Ricardo Lewandowski,
julgamento em: 17/05/2021, órgão julgador: Segunda Turma. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur446406/false, p. 3.
54
Ibid, p. 8.
55
Ibid, p. 9.
19
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
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56
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ARE 1321116 AgR. Relator: Ministro Edson Fachin, julgamento
em: 21/06/2021, órgão julgador: Segunda Turma. Disponível
em:https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur449704/false, p. 3.
57
Ibid, p. 8.
58
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 8916 ED. Relator: Ministro Roberto Barroso, Redator do
acórdão: Ministro Alexandre de Moraes, julgamento em: 17/08/2021, órgão julgador: Tribunal Pleno.
Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur452556/false, p. 21.
20
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
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59
Ibid, p. 31.
60
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. RE 1283533 AgR. Relator: Ministro Dias Toffoli, julgamento em:
15/09/2021, órgão julgador: Primeira Turma. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur457039/false, p. 15-16.
61
Ibid, p. 16.
21
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
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62
Ibid, p. 19.
63
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 9471 AgR. Relatora: Ministra Rosa Weber, julgamento em:
14/03/2022, órgão julgador: Tribunal Pleno. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur461009/false, p. 3.
64
Ibid, p. 11.
65
Nessa mesma ocasião, também foram julgados outros cinco agravos regimentais interpostos por
ex-Deputado Federal contra o mesmo Senador, por conta de publicações no Facebook, Youtube,
Twitter e Instagram. O Senador o chamou de “‘bandido’, ‘golpista’, ‘homem falso’, ‘rei do toma lá da
cá’ e ‘homem de bens e com preço’, ‘aproveitador’, ‘homem de cabeça baixa'';' e “‘malandro’,
‘vigarista’, ‘vira-lata’ e ‘office boy picareta’” (Ibid, p. 22-23). Os agravos do ex-Deputado Federal
tiveram a mesma conclusão do agravo ora estudado.
22
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
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66
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 8242 AgR. Relator: Ministro Celso Mello, Redator do
acórdão: Ministro Gilmar Mendes, julgamento em: 03/05/2022, órgão julgador: Segunda Turma.
Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur466192/false, p. 21.
67
Ibid, p. 18.
68
Ibid, p. 50.
69
Ibid, p. 74.
23
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
70
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 10021 AgR. Relator: Ministro Dias Toffoli, julgamento em:
14/11/2022, órgão julgador: Tribunal Pleno. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur473158/false, p. 3.
71
Ibid, p. 12.
72
AMARAL JÚNIOR, José Levi Mello do. Inviolabilidade Parlamentar. São Paulo: Quartier Latin, 2020,
p. 20.
No mesmo sentido, registrou Bernardo Gonçalves Fernandes que: sobre a questão da imunidade
material, “não há uma uniformização precisa de entendimento do STF (e de suas turmas). A análise
acaba recaindo na situação de aplicação, tendo em vista as circunstâncias fáticas e jurídicas do caso
concreto” (FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de direito constitucional. 14. ed. rev. atual. e
ampl. São Paulo: Juspodivm, 2022, p. 946).
73
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pet 9471 AgR. Relatora: Ministra Rosa Weber, julgamento em:
14/03/2022, órgão julgador: Tribunal Pleno. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur461009/false, p. 9.
24
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
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Poucos dias antes do primeiro turno das eleições gerais de 2018, Daniel
Lucio da Silveira, então candidato a Deputado Federal pelo PSL do Rio de Janeiro,
apareceu em um comício junto com outro candidato. Os dois exibiam pedaços de
25
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
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uma placa quebrada74, que havia sido feita em homenagem à memória da Vereadora
Marielle Franco, brutalmente assassinada em março daquele ano. Essa imagem
repercutiu nacionalmente por conta do simbolismo que carregava, e tornou
conhecido o ex-soldado da Polícia Militar fluminense.
Eleito com quase 32 mil votos, ele assumiu o mandato na Câmara dos
Deputados na legislatura iniciada em 2019. Daniel Silveira, seu nome parlamentar,
tinha um histórico de polêmicas e de faltas disciplinares75, desde os tempos de
policial militar, em que se notabilizou pela gravação de vídeos, que eram divulgados
nas suas redes sociais. Na sua atuação no parlamento, Daniel Silveira consolidou-se
como defensor do ex-Presidente da República, Jair Bolsonaro, e continuou envolvido
em controvérsias sobre postagens na internet. Seu perfil no Youtube tinha mais de
100 mil seguidores. O parlamentar costumava atacar a imprensa, políticos de
esquerda, o Congresso Nacional, além do Poder Judiciário.
Passou a ser investigado em dois inquéritos que tramitam no Supremo
Tribunal Federal: o “Inquérito dos atos antidemocráticos” (Inq 4828) e o “Inquérito
das fake news” (Inq 4781).
Em 3 vídeos específicos, a Procuradoria-Geral da República visualizou a
ocorrência de condutas que ultrapassaram os limites da imunidade material,
incorrendo em crimes contra o Estado democrático. São os vídeos publicados pelo
Deputado Federal em 17/11/2020, 6/12/2020 e 16/02/2021.
Em vídeo publicado no Youtube em 17 de novembro de 2020, o
parlamentar incita que o “povo entre dentro do STF, agarre o Alexandre de Moraes
pelo colarinho dele e sacuda aquela cabeça de ovo dele e o jogue dentro de uma
lixeira”76. Além disso, afirma que o Ministro Luís Roberto Barroso fraudou as eleições
de 2020.
Na live de 6 de dezembro de 2020, o Deputado declarou que “o STF e a
Justiça Eleitoral não vão mais existir porque nós não permitiremos”77. Disse também:
“Quando bater um cabo e um soldado na porta de vocês… não adianta fechar a
porta não, porque vai ser arrombada. [...] Sim, sim as Forças Armadas podem sim
intervir. E o que nós queremos”78.
Posteriormente, em uma live de 16 de fevereiro de 2021, o réu proferiu
declarações em defesa do fechamento do Supremo Tribunal Federal, bem como do
Ato Institucional nº 5, de 1968, uma das medidas mais duras da ditadura militar
brasileira, que concedeu poderes ao Presidente da República, que aposentou
compulsoriamente três membros do STF: os Ministros Evandro Lins e Silva, Hermes
Lima e Victor Nunes Leal, então Vice-Presidente.
Nesse mesmo vídeo, o parlamentar incitou os Ministros do Supremo
Tribunal Federal a prender o general Villas Bôas, que havia declarado ter feito
pressão nos membros da Corte por ocasião do julgamento de um habeas corpus
74
O Deputado Marombado. https://piaui.folha.uol.com.br/materia/o-deputado-marombado/. Acesso
em 21 de novembro de 2022. O outro candidato que aparecia junto de Daniel Silveira segurando os
pedaços da placa afirmou: "Eu e o Daniel fomos lá e quebramos a placar"
(https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/08/witzel-participou-de-ato-em-que-
placa-destruida-de-marielle-foi-exibida.htm). Acesso em 22 de novembro de 2022.
75
DANIEL SILVEIRA NA PM: COMO UMA LICENÇA-MÉDICA PROVIDENCIAL GARANTIU O
MANDATO DE DEPUTADO. The Intercept. Disponível em:
https://theintercept.com/2020/08/12/daniel-silveira-deputado-pm-licenca-medica-expulsao/.
76
Denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Daniel Silveira. Disponível em:
https://static.poder360.com.br/2021/02/Denuncia-inq-silveira.pdf, p. 4.
77
Ibid, p. 4.
78
Ibid, p. 8.
26
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
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o que acontece Fachin, é que todo mundo está cansado dessa sua
cara de filha da puta que tu tem, essa cara de vagabundo [...] várias
e várias vezes já te imaginei levando uma surra, quantas vezes eu
imaginei você e todos os integrantes dessa corte … quantas vezes
eu imaginei você na rua levando uma surra”. Sobre os Ministros da
Suprema Corte, disse também: “vocês deveriam ter sido destituídos
do posto de vocês e uma nova nomeação, convocada e feita de onze
novos ministros, vocês nunca mereceram estar aí e vários também
que já passaram não mereciam.79
79
Ibid, p. 13.
80
Decisão de prisão de Daniel Silveira. Disponível em:
https://static.poder360.com.br/2021/02/decisao-STF-prisao-Daniel-Silveira.pdf.
81
Deputado Daniel Silveira é preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Agência Câmara de
Notícias. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/noticias/728380-deputado-daniel-silveira-e-preso-por-ordem-do-ministro-ale
xandre-de-moraes/.
27
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
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82
Ibid, p. 3
83
Ibid, p. 1.
84
Coação no curso do processo
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio,
contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência
85
Art. 23 - Incitar:
I - à subversão da ordem política ou social;
II - à animosidade entre as Forças Armadas ou entre estas e as classes sociais ou as instituições
civis;
III - à luta com violência entre as classes sociais;
IV - à prática de qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.
86
Relatório da Comunicação de Medida Cautelar nº 1, de 2021. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=node0147ry1ffkfvparmoxq
ezzbdvp3626988.node0?codteor=1964848&filename=Tramitacao-CMC+1/2021.
87
Ibid, p. 3.
88
Câmara mantém prisão de Daniel Silveira — o que acontece agora? BBC Brasil. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-56133932.
28
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
deveriam ser suspensas (esse ponto não chegou a ser deliberado na oportunidade).
Não houve maior debate sobre os limites da imunidade material dos parlamentares.
A denúncia foi, portanto, recebida de forma unânime pelo Plenário do STF quanto
aos crimes tipificados no art. 344 do Código Penal e no art. 23, II e IV c/c art. 18 da
Lei de Segurança Nacional.
Constou da ementa do acórdão a seguinte declaração:
Lei nº 7.170/83
“Art. 23 - Incitar:
(...)
II - à animosidade entre as Forças Armadas ou entre estas e as
classes sociais ou as instituições civis;
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.”
Código Penal
“Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem incita, publicamente,
animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes
30
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
Lei 7170/83
“Art. 18 - Tentar impedir, com emprego de violência ou grave
ameaça, o livre exercício de qualquer dos Poderes da União ou dos
Estados.
Pena: reclusão, de 2 a 6 anos.
Art. 23 - Incitar:
(…)
IV - à prática de qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.”
Código Penal
“Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça,
abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o
exercício dos poderes constitucionais (Incluído pela Lei nº 14.197, de
2021):
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além da pena
correspondente à violência. (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021)”
93
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AP 1044. Relator: Ministro Alexandre de Moraes, Revisor:
Ministro Nunes Marques, julgamento em: 20/04/2022, órgão julgador: Tribunal Pleno. Disponível em:
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur466281/false, p. 78.
31
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
94
Ibid, p. 75.
95
Em que pese o Ministro Alexandre de Moraes ter afirmado isso, observa-se que o Supremo
Tribunal Federal já superou esse entendimento, relativizando as declarações proferidas dentro do
recinto do Congresso Nacional, a fim de afastar a proteção da imunidade parlamentar, quando a
declaração não guarda conexão com o exercício do mandato (Inq 3932, Primeira Turma, Rel. Min.
Luiz Fux, julgamento em 21/06/2016). Essa questão foi tratada no tópico 1.2.
96
Ibid, p. 88.
97
Ibid, p. 88.
98
Ibid, p. 106.
99
Ibid, p. 120.
32
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
que a pena prevista no art. 18, da Lei de Segurança Nacional. Dessa maneira,
prevaleceu a pena estipulada pela norma revogada.
Quanto ao crime de coação no curso do processo, o Ministro Alexandre
de Moraes também votou pela condenação do réu. Isso porque, ao tempo das
declarações objeto de julgamento, o réu já era investigado em inquérito que
tramitava perante o Supremo Tribunal Federal. Daniel Silveira praticou “agressões
verbais e graves ameaças dirigidas aos Ministros desta Suprema Corte”100, com a
finalidade de atender interesse próprio, configurando, assim, o crime previsto no art.
344 do Código Penal.
Na conclusão, o Relator votou pela condenação do réu pelos dois crimes
citados acima, a uma pena final de 8 anos e 9 meses de reclusão, com regime inicial
fechado, com 35 dias-multa, no valor de 5 salários mínimos. Ademais, determinou
que, após o trânsito em julgado, o réu teria seus direitos políticos suspensos, com a
perda do mandato parlamentar “a ser declarada pela Mesa da Câmara dos
Deputados”101.
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
105
Ibid, p. 188-189.
106
Ibid, p. 196.
107
Ibid, p. 199.
108
Ibid, p. 203.
109
Ibid, p. 208.
110
Ibid, p. 247.
34
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
111
Ibid, p. 254.
112
Ibid, p. 263.
113
Ibid, p. 258.
114
Ibid, p. 283.
115
Ibid, p. 285.
116
Ibid, p. 287.
117
Ibid, p. 292.
118
Ibid, p. 342.
35
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
119
Nesse caso, a perda é decidida pelo Plenário da respectiva Casa por maioria absoluta de seus
membros, mediante provocação da Mesa ou de partido político.
120
Ibid, p. 365.
121
Ibid, p. 371.
122
Ibid, p. 375.
123
Ibid, p. 393.
36
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
3.3.3. Condenação
A decisão do Plenário foi tomada por maioria de 10 votos, entendendo
que as declarações do Deputado Federal não estavam protegidas pela imunidade
material, seguindo o voto do Relator, Ministro Alexandre de Moraes. Foi vencido o
Revisor da ação, Ministro Nunes Marques (absolveu o réu em todos os crimes). O
Ministro André Mendonça foi vencido, em menor extensão (absolveu o réu quanto
aos tipos previstos nos arts. 18 e 23, II, da Lei de Segurança Nacional).
Encerrado o julgamento, foram rejeitadas as preliminares suscitadas pelo
réu. Ele foi absolvido da imputação constante do do art. 286, parágrafo único, do
Código Penal, sendo condenado como incurso nas penas do art. 18, da Lei de
Segurança Nacional, por duas vezes; incurso nas penas do art. 344, do Código
Penal, por três vezes (pena final: 8 anos e 9 meses de reclusão, em regime inicial
fechado); e na pena de 35 dias-multa, no valor de cinco salários mínimos dia-multa.
Além disso, o acórdão determinou que, após o trânsito em julgado,
deverão ser suspensos seus direitos políticos e determinada a perda de seu
mandato parlamentar, na forma do art. 55, inciso VI, c/c § 2º, da Constituição (que
exige a votação pelo Plenário da Câmara dos Deputados, por maioria absoluta).
Constou da ementa do acórdão as seguintes afirmações:
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
129
AMARAL JÚNIOR, José Levi Mello do. Inviolabilidade Parlamentar. São Paulo: Quartier Latin,
2020, p. 61-62.
130
ALMEIDA, Eloísa Machado de. STF é contundente em posição sobre imunidade parlamentar ao
condenar Daniel Silveira. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/04/stf-e-contundente-em-posicao-sobre-imunidade-parlame
ntar-ao-condenar-daniel-silveira.shtml.
39
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
Conclusão
40
CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.
00100.016926/2023-93
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42
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00100.016926/2023-93
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mentar-03032021.
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Disponível em:
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-de-ato-em-que-placa-destruida-de-marielle-foi-exibida.htm.
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CONSULTE EM http://www.senado.gov.br/sigadweb/v.aspx.