Você está na página 1de 8

LINFÓCITOS B

MATURAÇÃO

 A maturação dos linfócitos B começa com as células progenitoras na medula óssea. Essas células se
diferenciam em células B precursoras, também conhecidas como células Pré-B.

 Reorganização dos genes do receptor B nas células Pré-B. Isso envolve a rearrumação dos segmentos
variáveis (V), de diversidade (D) e de junção (J) do gene, que formam a região variável do receptor B.
Esse processo cria uma grande diversidade de receptores B, permitindo o reconhecimento de diferentes
antígenos.

 Expressão de IgM e Pré-BcR: Após a reorganização bem-sucedida do gene do receptor B, a célula pré-B
expressa uma forma inicial de receptor de superfície conhecida como Pré-BcR, que contém uma cadeia
pesada mu (µ) e uma cadeia leve surrogate (VpreB e λ5). Isso sinaliza à célula pré-B para passar pelo
processo de seleção positiva e negativa.

 Seleção Positiva e Negativa: Durante a seleção positiva, as células pré-B que expressam Pré-BcR
funcional e capaz de se ligar ao antígeno próprio são selecionadas para continuar sua maturação. Já a
seleção negativa elimina células que reconhecem fortemente antígenos próprios, prevenindo reações
autoimunes.

 As células pré-B selecionadas positivamente se diferenciam em células B imaturas. Nesse estágio, os


receptores de superfície são principalmente IgM e IgD. As células B imaturas migram para os folículos
linfáticos dos órgãos linfoides secundários.

 Ativação Antigênica e Maturação Final: Nos folículos linfáticos, as células B imaturas podem ser ativadas
quando encontram um antígeno estrangeiro. Isso leva à diferenciação em células B ativadas e,
eventualmente, em células B de memória ou células plasmáticas produtoras de anticorpos.
ATIVAÇÃO

 A ativação dos linfócitos B começa quando um linfócito B encontra um antígeno específico que
corresponde ao seu receptor de superfície. O receptor de superfície do linfócito B é uma imunoglobulina
(Ig) na forma de IgM ou IgD, que é gerada durante a maturação das células B.

 Quando o antígeno se liga ao receptor de superfície do linfócito B, ele é capturado por endocitose e
processado em fragmentos antigênicos. Esses fragmentos antigênicos são então apresentados na
superfície do linfócito B, ligados a moléculas do complexo principal de histocompatibilidade classe II
(MHC classe II).

 O linfócito B ativado apresenta os fragmentos antigênicos nas moléculas de MHC classe II na sua
superfície. Isso permite que outras células do sistema imunológico, como os linfócitos T CD4+ auxiliares,
reconheçam o complexo antígeno-MHC e interajam com o linfócito B.

 Ativação do Linfócito T Auxiliar: Os linfócitos T CD4+ auxiliares reconhecem o complexo antígeno-


MHC classe II na superfície do linfócito B ativado. Esse reconhecimento leva à ativação dos linfócitos T
auxiliares, que liberam citocinas e fornecem sinais coestimulatórios para o linfócito B.

 Ativação do Linfócito B: Os sinais coestimulatórios fornecidos pelos linfócitos T auxiliares levam à


ativação completa do linfócito B. Isso resulta na proliferação rápida e na diferenciação do linfócito B
ativado em células B de memória e células plasmáticas.

 Algumas das células B ativadas se diferenciam em células plasmáticas. As células plasmáticas são
altamente especializadas na produção de anticorpos. Elas secretam grandes quantidades de anticorpos
solúveis na corrente sanguínea.
 Produção de Anticorpos: As células plasmáticas secretam anticorpos específicos que se ligam ao antígeno
invasor. Os anticorpos neutralizam os patógenos, tornando-os inofensivos, marcando-os para destruição
por fagócitos e ativando o sistema de complemento.

 Além das células plasmáticas, algumas células B ativadas se diferenciam em células B de memória. Essas
células têm uma longa vida útil e permanecem no organismo após a resolução da infecção. Elas são
capazes de responder rapidamente a futuros encontros com o mesmo antígeno, proporcionando imunidade
duradoura.

SUBTIPOS

 Células B Naive (Imaturas): São linfócitos B que ainda não encontraram um antígeno específico. Essas
células circulam nos órgãos linfoides à espera de encontrarem um antígeno que corresponda ao seu
receptor de superfície.

 Células B Ativadas: São células B que foram ativadas após o encontro com um antígeno. Elas passam por
rápida proliferação e se diferenciam em células plasmáticas produtoras de anticorpos e células B de
memória.

 Células Plasmáticas: Resultantes da diferenciação das células B ativadas, as células plasmáticas são
especializadas na produção e secreção de grandes quantidades de anticorpos específicos. Elas são
essenciais para a resposta imune humoral, neutralizando patógenos e facilitando sua remoção pelo sistema
fagocitário.

 Células B de Memória: São células que se desenvolvem a partir das células B ativadas, mas não se
diferenciam em células plasmáticas. Em vez disso, permanecem como células B de memória de longa
duração. Quando um antígeno é encontrado novamente, as células B de memória podem se diferenciar
rapidamente em células plasmáticas ou células ativadas, acelerando a resposta imune.

 Células B Reguladoras (Bregs): Estes são um subtipo de linfócitos B que desempenham um papel na
regulação da resposta imune, suprimindo a ativação excessiva das células T e ajudando a manter a
tolerância imunológica. As células B reguladoras têm sido implicadas na modulação de doenças
autoimunes e inflamatórias.

 Células B1: São um subtipo especializado de linfócitos B que estão envolvidos principalmente na
resposta imune inata e na produção de anticorpos naturais contra antígenos comuns. Elas são encontradas
principalmente em cavidades como o peritônio e desempenham um papel na primeira linha de defesa
contra infecções.

 Células B2: Essas são as células B clássicas que estão envolvidas na resposta imune adaptativa. Elas
incluem as células B Naive, células ativadas, células plasmáticas e células B de memória. A maioria das
respostas imunes mediadas por anticorpos é executada por células B2.

IMUNOGLOBULINAS

IgM (Imunoglobulina M):


 Estrutura: A IgM é a primeira classe de anticorpos produzida durante a resposta imune. Ela possui uma
estrutura pentamérica, consistindo em cinco unidades individuais ligadas por uma cadeia de proteína J
(joining chain).
 Localização: Encontrada principalmente na circulação sanguínea e linfa.
 Funções: A IgM é eficaz na neutralização de patógenos e na ativação do sistema de complemento. É a
primeira imunoglobulina a ser produzida em resposta a uma infecção recente.

IgG (Imunoglobulina G):


 Estrutura: A IgG é a classe de anticorpos mais abundante no sangue e nos tecidos. Ela possui quatro
subclasses: IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4, cada uma com diferentes funções e mecanismos de ação.
 Localização: Encontrada em todas as secreções corporais e nos tecidos.
 Funções: A IgG desempenha um papel importante na neutralização de toxinas, vírus e bactérias. Também
é responsável pela opsonização, ativando o sistema de complemento e transportando anticorpos através da
placenta para conferir imunidade passiva ao feto.

IgA (Imunoglobulina A):


 Estrutura: A IgA existe em duas formas: IgA secretora (encontrada em secreções mucosas, como saliva e
lágrimas) e IgA sérica (presente na circulação sanguínea). Ela é frequentemente encontrada como um
dímero ligado por uma proteína J.
 Localização: Predominante nas mucosas, como trato respiratório, gastrointestinal e geniturinário, bem
como em lágrimas e leite materno.
 Funções: A IgA protege as superfícies mucosas do corpo, impedindo a adesão de patógenos e
neutralizando-os.

IgE (Imunoglobulina E):


 Estrutura: A IgE é encontrada em pequenas quantidades no sangue e está envolvida principalmente nas
respostas alérgicas.
 Localização: Presente na superfície de células como mastócitos e basófilos.
 Funções: A IgE desempenha um papel central nas reações alérgicas, estimulando a liberação de
mediadores inflamatórios quando entra em contato com alérgenos.

IgD (Imunoglobulina D):


 Estrutura: A IgD é encontrada em pequenas quantidades no sangue e em células B maduras.
 Localização: Presente na superfície de células B maduras.
 Funções: A função exata da IgD não é completamente compreendida, mas ela está envolvida na ativação
de células B e pode estar relacionada à regulação da resposta imune.

RESPOSTA HUMORAL

 A resposta humoral começa quando um linfócito B, que possui um receptor de superfície específico para
um antígeno, encontra esse antígeno. Esse antígeno pode ser uma proteína na superfície de um patógeno
ou uma molécula estranha.

 Quando o linfócito B encontra o antígeno correspondente, ele é ativado. Isso pode ocorrer através da
interação com linfócitos T auxiliares que reconhecem o antígeno apresentado nas moléculas MHC classe
II do linfócito B.

 O linfócito B ativado passa por proliferação, resultando em uma população maior de células B. Algumas
dessas células B ativadas se diferenciam em células plasmáticas, que são especializadas na produção e
secreção de anticorpos.

 As células plasmáticas produzem e secretam grandes quantidades de anticorpos específicos para o


antígeno encontrado. Cada anticorpo é composto por quatro cadeias de proteínas: duas cadeias pesadas e
duas cadeias leves. A região variável dessas cadeias forma o sítio de ligação que se encaixa no antígeno.

 Memória Imunológica: As células B de memória têm a capacidade de responder rapidamente quando o


mesmo antígeno é encontrado novamente. Isso resulta em uma resposta imune mais rápida e eficaz

REGULAÇÃO RESPOSTA HUMORAL

1. Seleção Clonal e Afinidade:


 Seleção Clonal: Na maturação de linfócitos B na medula óssea, ocorre a seleção clonal, na qual linfócitos
B com receptores de antígenos de alta afinidade são selecionados para continuar sua maturação.
 Afinidade: A resposta humoral é regulada pela afinidade dos anticorpos produzidos. Anticorpos de alta
afinidade são preferencialmente selecionados e podem neutralizar patógenos de maneira mais eficaz.

2. Isótipos de Anticorpos:
 Switch de Isótipo: Linfócitos B podem alternar a classe de anticorpos que produzem, resultando em
diferentes isótipos (IgM, IgG, IgA, IgE, IgD). Essa troca é influenciada por citocinas e determina as
funções dos anticorpos em diferentes contextos.
3. Citocinas e Sinalização Celular:
 Citocinas Reguladoras: Citocinas como IL-4, IL-10 e TGF-β têm papéis na regulação da resposta
humoral, influenciando a produção de anticorpos e a diferenciação de linfócitos B.
 Sinalização Coestimulatória: Moléculas de coestimulação, como CD40, CD80 e CD86, desempenham
um papel na ativação e diferenciação de linfócitos B.

4. Células T Auxiliares (CD4+):


 Papel das Células T Auxiliares: As células T auxiliares interagem com linfócitos B e fornecem sinais
para sua ativação e diferenciação em células produtoras de anticorpos (plasmócitos).
 Ajuda T-dependente: A resposta humoral dirigida por células T depende da interação entre células T
auxiliares e linfócitos B, resultando em uma resposta mais robusta e de alta afinidade.

5. Feedback Negativo:
 Inibição por Anticorpos: Anticorpos podem se ligar a seus próprios antígenos e inibir a resposta imune.
Isso é conhecido como feedback negativo ou regulação por retroalimentação.

6. Limpeza de Complexos Antígeno-Anticorpo:


 Fagocitose de Complexos: Macrófagos e células dendríticas podem fagocitar complexos antígeno-
anticorpo para evitar acúmulo excessivo e danos teciduais.

7. Tolerância Imunológica:
 Tolerância Central e Periférica: Mecanismos de tolerância imunológica garantem que linfócitos B com
receptores de antígenos auto-reativos sejam eliminados ou suprimidos, evitando respostas
autoimunes.

8. Terminação da Resposta Imune:


 Morte de Células Efetoras: Os plasmócitos produtores de anticorpos podem morrer após a resolução da
infecção, diminuindo a produção de anticorpos.
 Inibição por Citocinas Anti-inflamatórias: Citocinas anti-inflamatórias como IL-10 podem inibir a
produção de anticorpos e limitar a inflamação.
FUNÇÕES DOS ANTICORPOS

 Neutralização: Os anticorpos se ligam aos patógenos, impedindo que eles entrem nas células hospedeiras
e causando sua inativação.

 Opsonização: Os anticorpos marcados nos patógenos facilitam sua fagocitose por células como
macrófagos e neutrófilos.

 Ativação do Complemento: Alguns anticorpos ativam o sistema de complemento, que leva à lise do
patógeno ou ao recrutamento de células do sistema imune.

 Formação de Células B de Memória: Além das células plasmáticas, algumas células B ativadas se
diferenciam em células B de memória. Essas células permanecem no organismo após a resolução da
infecção, proporcionando imunidade de longa duração.

LINFÓCITOS T
MATURAÇÃO

 Os linfócitos T originam-se na medula óssea a partir de células progenitoras hematopoiéticas. Em


seguida, eles migram para o timo, onde passam por etapas de maturação.

 As células progenitoras que chegam ao timo ainda não são linfócitos T totalmente desenvolvidos. Elas são
conhecidas como células Pré-T e se dividem em três subpopulações: Pré-T1, Pré-T2 e Pré-T3. Cada
subpopulação expressa diferentes marcadores de superfície e passa por verificações de seleção durante
sua maturação.

 Um aspecto crucial da maturação dos linfócitos T é o rearranjo dos genes do receptor T. Isso envolve a
combinação de segmentos variáveis (V), de diversidade (D) e de junção (J) para criar a região variável do
receptor T. Esse processo gera uma ampla diversidade de receptores T que podem reconhecer uma
variedade de antígenos.

 Durante a maturação, os linfócitos T passam por dois tipos de seleção no timo. A seleção positiva envolve
a sobrevivência de linfócitos T que são capazes de se ligar fracamente às moléculas do complexo
principal de histocompatibilidade (MHC) próprias, garantindo que os linfócitos T tenham a capacidade de
reconhecer antígenos apresentados pelo MHC. A seleção negativa elimina linfócitos T que reconhecem
fortemente antígenos próprios, prevenindo reações autoimunes.

 Os linfócitos T que passam pelas etapas de seleção positiva e negativa se diferenciam em subpopulações
maduras de linfócitos T, como linfócitos T auxiliares (CD4+) e linfócitos T citotóxicos (CD8+). Cada
subpopulação possui funções específicas na resposta imune.

 Os linfócitos T maduros deixam o timo e migram para os tecidos linfoides periféricos, como gânglios
linfáticos, baço e outros órgãos linfoides secundários. Lá, eles podem encontrar antígenos específicos e
desempenhar suas funções efetoras.

 Quando um linfócito T maduro encontra um antígeno correspondente apresentado por células


apresentadoras de antígenos, como células dendríticas, ele se ativa. Isso leva à proliferação das células T
ativadas e à diferenciação em células efetoras, como linfócitos T auxiliares ativados ou linfócitos T
citotóxicos, que executam funções como liberação de citocinas, auxílio na ativação de células B e
eliminação de células infectadas.

ATIVAÇÃO

 As células apresentadoras de antígeno, como células dendríticas, fagócitos e células B ativadas, capturam
e processam antígenos derivados de patógenos. Esses antígenos são então apresentados na superfície das
células apresentadoras de antígeno ligados a moléculas do complexo principal de histocompatibilidade
classe II (MHC classe II).

 Os linfócitos T possuem um receptor de antígeno específico chamado de receptor de célula T (TCR).


Quando o TCR do linfócito T reconhece um antígeno específico apresentado pelo MHC classe II em uma
célula apresentadora de antígeno, ocorre uma interação entre o TCR e o antígeno.

 Além do reconhecimento do antígeno, a ativação completa dos linfócitos T requer sinais coestimulatórios
fornecidos por moléculas de superfície, como CD28 no linfócito T e CD80/CD86 na célula apresentadora
de antígeno. A coestimulação é essencial para evitar respostas imunes inadequadas e promover a ativação
adequada dos linfócitos T.

 Ativação do Linfócito T Auxiliar (CD4+): Quando um linfócito T auxiliar reconhece um antígeno


específico apresentado pelo MHC classe II, ele se ativa. Isso resulta na proliferação das células T
auxiliares ativadas e na liberação de citocinas, que desempenham um papel importante na coordenação da
resposta imune, auxiliando na ativação de linfócitos B, macrófagos e outros componentes do sistema
imune.

 Ativação do Linfócito T Citotóxico (CD8+): O linfócito T citotóxico reconhece um antígeno específico


apresentado pelo MHC classe I em células infectadas. A ativação leva à proliferação e diferenciação das
células T citotóxicas ativadas, que são capazes de reconhecer e eliminar diretamente as células alvo,
induzindo a apoptose (morte celular programada).
 Resposta Efetora: As células T auxiliares ativadas liberam citocinas que regulam e amplificam a resposta
imune. Além disso, as células T citotóxicas ativadas migram para os locais de infecção e reconhecem e
destroem células infectadas.

 Formação de Células T de Memória: Alguns linfócitos T ativados se diferenciam em células T de


memória, que têm uma longa vida útil e permanecem no organismo após a resolução da infecção. Essas
células têm a capacidade de responder rapidamente a encontros futuros com o mesmo antígeno,
proporcionando imunidade duradoura.

SUBTIPOS

Linfócitos T Auxiliares (CD4+):

 Funções: Os linfócitos T auxiliares desempenham um papel central na coordenação da resposta imune.


Eles auxiliam na ativação de linfócitos B para produzir anticorpos e na ativação de outras células T,
incluindo linfócitos T citotóxicos.
 Subtipos: Existem diferentes subtipos de linfócitos T auxiliares, incluindo:
 Th1: Produzem citocinas que auxiliam na ativação de linfócitos T citotóxicos e na eliminação de
infecções intracelulares, como infecções virais.
 Th2: Promovem a resposta imune humoral, auxiliando na ativação de linfócitos B e na produção de
anticorpos.
 Th17: Desempenham um papel na resposta imune a infecções fúngicas e bacterianas extracelulares.
 Tregs (Linfócitos T Reguladores): Têm um papel crítico na regulação da resposta imune, suprimindo
respostas excessivas e ajudando a manter a tolerância imunológica.

Linfócitos T Citotóxicos (CD8+):

 Funções: Os linfócitos T citotóxicos têm a capacidade de reconhecer e eliminar células infectadas por
vírus, células cancerosas e outras células anormais. Eles induzem a apoptose (morte celular programada)
das células-alvo.
 Ativação: Os linfócitos T citotóxicos são ativados quando seus receptores de célula T (TCR) reconhecem
antígenos apresentados em moléculas do MHC classe I em células infectadas.

Linfócitos T de Memória:

 Funções: Esses linfócitos T são derivados de linfócitos T ativados e permanecem no organismo após a
resolução da infecção. Eles têm a capacidade de responder rapidamente a futuros encontros com o mesmo
antígeno, proporcionando imunidade duradoura.

Linfócitos T Intraepiteliais (IELs):

 Funções: Localizados nas camadas epiteliais de superfícies mucosas, os IELs desempenham um papel
importante na proteção contra infecções mucosas e na manutenção da integridade da barreira epitelial.

Linfócitos NKT (Linfócitos T Natural Killer):

 Funções: São uma ponte entre os linfócitos T e as células natural killer (NK), participando da regulação
da resposta imune inata e adaptativa. Eles podem responder rapidamente a antígenos e estão envolvidos
na defesa contra infecções e na modulação de doenças autoimunes.

Linfócitos T Gamma-Delta (γδ T):


 Funções: Estes linfócitos T possuem receptores TCR diferentes dos linfócitos T alfa-beta convencionais.
Eles desempenham papéis em respostas imunes inatas, especialmente em infecções mucosas e tecidos
linfoides associados ao intestino.

RESPOSTA INATA

1. Barreiras Físicas e Químicas:


 Barreiras Físicas: A pele, o epitélio mucoso e outros revestimentos protegem o corpo contra a entrada
de patógenos.
 Barreiras Químicas: Secreções como saliva, lágrimas e suor contêm enzimas e substâncias
antimicrobianas que inibem o crescimento de patógenos.

2. Fagocitose:
 Fagócitos Profissionais: Macrófagos, neutrófilos e células dendríticas são células fagocíticas que
engolfam e degradam patógenos.
 Receptores PRR: Os fagócitos possuem receptores de reconhecimento de padrões (PRRs) que
identificam PAMPs presentes em patógenos, como lipopolissacarídeos bacterianos.

3. Sistema Complemento:
 Ativação: O sistema complemento é uma série de proteínas do soro sanguíneo que podem ser ativadas
em cascata em resposta a patógenos. Isso resulta em opsonização, inflamação e lise de patógenos.
 Opsonização: O sistema complemento pode marcar patógenos para fagocitose pelos fagócitos.

4. Citocinas Inflamatórias:
 Produção: Células inflamatórias, como macrófagos, liberam citocinas, como interleucinas e fatores de
necrose tumoral (TNF), que recrutam outras células imunes para o local da infecção.
 Inflamação: Isso resulta em inflamação localizada, caracterizada por aumento do fluxo sanguíneo,
dilatação vascular e aumento da permeabilidade, permitindo que células e proteínas do sistema
imune alcancem o local da infecção.

5. Células Natural Killer (NK):


 Ativação: As células NK detectam células infectadas ou cancerosas com base na falta de moléculas
MHC de classe I em sua superfície.
 Citotoxicidade: As células NK liberam grânulos contendo citotoxicidades, como perforinas e
granzimas, que induzem a apoptose de células-alvo.

6. Resposta ao Estresse Celular:


 Resposta ao Vírus: Células infectadas por vírus podem ativar respostas antivirais, como a produção de
interferons (IFNs), que ajudam a impedir a replicação viral.

7. Moléculas de Sinalização:
 Toll-Like Receptors (TLRs): Receptores de superfície celular que reconhecem PAMPs, iniciando
respostas imunes inatas.
 RIG-I-like Receptors (RLRs): Receptores citoplasmáticos que detectam RNA viral, ativando respostas
antivirais.

8. Células Dendríticas:
 Apresentação de Antígenos: As células dendríticas capturam antígenos e os apresentam a linfócitos T e
B, desempenhando um papel crucial na conexão entre as respostas imunes inata e adaptativa.

9. Eliminação e Resolução:
 Eliminação de Patógenos: A resposta imune inata é projetada para eliminar patógenos e limitar a
disseminação da infecção.
 Resolução: À medida que a infecção é controlada, as respostas inflamatórias diminuem e os processos
de reparo tecidual começam.

REGULAÇÃO RESPOSTA INATA

1. Células Reguladoras (Tregs):


 Função: As células T reguladoras (Tregs) são um subconjunto de linfócitos T que desempenham um
papel central na modulação da resposta imune. Elas suprimem a ativação excessiva de outras células
imunes, ajudando a prevenir respostas autoimunes e excessivamente inflamatórias.
 Citocinas: As Tregs produzem citocinas, como IL-10 e TGF-β, que têm propriedades imunossupressoras,
reduzindo a ativação de outras células imunes.

2. Células Dendríticas Tolerogênicas:


 Função: Algumas células dendríticas têm características tolerogênicas, o que significa que elas não
ativam eficientemente as respostas imunes. Em vez disso, elas podem induzir a tolerância
imunológica, desencorajando respostas excessivas a antígenos próprios ou não prejudiciais.

3. Regulação de Citocinas:
 Citocinas Anti-inflamatórias: Citocinas como IL-10 e TGF-β têm efeitos anti-inflamatórios, ajudando a
reduzir a inflamação após a resposta imune inicial.
 Feedback Negativo: Algumas citocinas, como IL-1Ra, atuam como antagonistas das citocinas pró-
inflamatórias, controlando sua atividade.
4. Moléculas Inibitórias:
 Moléculas Inibidoras Coestimulatórias: Algumas moléculas coestimulatórias, como CTLA-4 e PD-1,
atuam como "freios" para limitar a ativação excessiva das células T e a resposta imune.
 Receptores Inibitórios: Células imunes expressam receptores inibitórios que podem atenuar suas
respostas quando ligados a ligantes específicos.

5. Feedback Positivo e Negativo:


 Feedback Positivo: A regulação pode envolver feedback positivo, onde certos sinais ativam mais células
imunes para reforçar a resposta, mas também podem levar a respostas exageradas se não forem
controladas.
 Feedback Negativo: Mecanismos de feedback negativo ajudam a limitar a duração e a intensidade da
resposta, prevenindo a inflamação crônica.

6. Limpeza e Remoção de Células Mortas:


 Macrófagos e Células Dendríticas: Macrófagos e células dendríticas ajudam a remover células mortas e
detritos após a resposta imune, prevenindo a inflamação persistente.

7. Equilíbrio de Sinalização Celular:


 Equilíbrio entre Sinais Pró-Inflamatórios e Anti-Inflamatórios: A regulação envolve a modulação
cuidadosa do equilíbrio entre citocinas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias, garantindo que a
inflamação seja suficiente para eliminar patógenos, mas não excessiva.

8. Adaptação e Tolerância Imunológica:


 Tolerância Imunológica: A resposta imune inata pode induzir tolerância imunológica, onde o sistema
imune não responde de maneira vigorosa a antígenos específicos, evitando respostas excessivas a
substâncias próprias.

Você também pode gostar