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Material 1582336135407
Material 1582336135407
DOS CUSTOS
LOGÍSTICOS
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
Coordenador de Conteúdo
Aliciane Kolm
Designer Educacional
Yasminn Talyta Tavares Zagonel
Agnaldo Ventura
Nayara Valenciano
Iconograia
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Isabela Soares Silva
Distância; SILVA, Juliana Moraes da; PARDO, Paulo.
Projeto Gráico
Gestão dos Custos Logísticos. Juliana Moraes da Silva; Paulo Jaime de Marchi Junior
Pardo. José Jhonny Coelho
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpresso em 2019. Arte Capa
205 p.
“Graduação - EaD”.
Arthur Cantareli Silva
Editoração
1. Gestão. 2. Custos. 3. Logística. 4. EaD. I. Título. Luís Ricardo Almeida Prado de Oliveira
Victor Augusto Thomazini
ISBN 978-85-459-0817-3
CDD - 22 ed. 657 Qualidade Textual
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Felipe Veiga da Fonseca
Talita Dias Tomé
Ilustração
Daphine Ramella Marcon
Ficha catalográica elaborada pelo bibliotecário
Marcelo Goto
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um
grande desaio para todos os cidadãos. A busca
por tecnologia, informação, conhecimento de
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eiciência tornou-se uma
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que izermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a
educação de qualidade nas diferentes áreas do
conhecimento, formando proissionais cidadãos
que contribuam para o desenvolvimento de uma
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por im, a democratização
do conhecimento acadêmico com a articulação e
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela
qualidade e compromisso do corpo docente;
aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade
da oferta dos ensinos presencial e a distância;
bem-estar e satisfação da comunidade interna;
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de
cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quando
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou
proissional, nos transformamos e, consequentemente,
Pró-Reitor de
Ensino de EAD
transformamos também a sociedade na qual estamos
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com
os desaios que surgem no mundo contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
Diretoria de Graduação
e Pós-graduação este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando
sua formação proissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e proissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas
geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou
seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de
Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista
às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis-
so, lembre-se que existe uma equipe de professores
e tutores que se encontra disponível para sanar suas
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza-
gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e
segurança sua trajetória acadêmica.
AUTORES
SEJA BEM-VINDO(A)!
Há uma frase bastante popular do autor Lewis Carroll que diz o seguinte: “Se você não
sabe onde quer ir, qualquer caminho serve”. É mais o menos assim que muitas pessoas
vivem, não sabem o que querem, seguem por qualquer caminho e por isso, nunca con-
seguem nada, nem chegam a lugar nenhum.
Ao ingressar em um curso superior, você decidiu quebrar essa regra no seu caso. Ainal,
você traçou uma meta, e para buscá-la, é necessário planejamento, organização, per-
severança, conhecer as possibilidades, aproveitar as oportunidades e executar. Tenha
calma, você vai chegar lá, mas deve ser um passo de cada vez.
É com grande satisfação que escrevemos este material de Custos Logísticos, especial-
mente elaborado para auxiliar nos passos da sua caminhada. O material possui concei-
tos, explicações, exemplos, imagens, quadros, cujo objetivo é velar a você o conheci-
mento dos custos empresariais.
Como você verá, o surgimento da contabilidade de custos, as terminologias contábeis,
os conceitos iniciais, fundamentais para um aprendizado eicaz da Contabilidade de
Custos estão apresentados na Unidade I. Na Unidade II abordamos materiais e mão de
obra diretos, dois dos elementos que compõem os custos dos produtos, mercadorias
e serviços, indispensáveis para o controle da empresa e para a formação do preço de
venda.
Os custos indiretos de produção e o processo de departamentalização, divisão do setor
fabril em departamentos, estão explanados na Unidade III. Nas Unidades IV e V focamos
particularmente a formação dos custos logísticos, as diversas propostas para sua apura-
ção, bem como as fórmulas que são geralmente empregadas para seu cálculo, fechando
o conteúdo na Unidade V com metodologias muito atuais para gestão de custos, que
são perfeitamente aplicáveis aos custos logísticos, como o custo ABC, o Cost to Serve e
o Balanced Scorecard.
Esperamos que você aproveite esse material, fundamental para a formação integral do
gestor logístico.
Bons estudos!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE DE CUSTOS
15 Introdução
37 Considerações Finais
44 Referências
45 Gabarito
UNIDADE II
CUSTOS DIRETOS: MATERIAL E MÃO DE OBRA
49 Introdução
50 Material Direto
78 Considerações Finais
85 Referências
86 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
CUSTOS INDIRETOS
93 Introdução
110 Departamentalização
125 Referências
126 Gabarito
UNIDADE IV
CUSTOS LOGÍSTICOS – FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO
133 Introdução
169 Referências
170 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
MÉTODOS DE CUSTEIO
173 Introdução
203 Referências
204 Gabarito
205 CONCLUSÃO
Professora Me. Juliana Moraes da Silva
I
INTRODUÇÃO À
UNIDADE
CONTABILIDADE DE
CUSTOS
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer a origem da contabilidade de custos.
■ Compreender os termos aplicados a contabilidade de custos.
■ Diferenciar os custos diretos, indiretos, ixos e variáveis.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Origem da Contabilidade de Custos
■ Terminologias Aplicadas à Contabilidade de Custos
■ Classiicação dos Custos
15
INTRODUÇÃO
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ORIGEM DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pesas despendidas para obtenção da receita do mesmo período. Dessa forma, a
Demonstração de Resultado da Empresa era assim estruturada:
Quadro 2 - Apuração do resultado do período.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
como a escassez de algumas matérias-primas, o surgimento dos blocos econô-
micos, aumento da qualidade e da produtividade, também cooperaram para que
os sistemas de custos adquirissem maior importância para as indústrias. Nesse
contexto, a contabilidade de custo passou a ser solicitada a prestar informações
referentes aos aspectos administrativos, econômicos e inanceiros, bem como,
controlar as operações e determinar o lucro.
Das sucessivas mudanças e adaptações, observa-se também uma alteração
quanto aos custos ocorridos no âmbito das empresas nas últimas décadas. O peril
do custo fabril tem se deslocado. Estudos evidenciam o fato de que no início das
primeiras indústrias, o custo com mão de obra direta era extremamente elevado,
no entanto, com o avanço tecnológico substituindo o trabalho braçal, o aperfei-
çoamento cada vez maior em especializar-se em determinada área, têm forçado
uma redução no custo da mão de obra em relação ao custo total do produto.
Por outro lado, os custos como investimentos tecnológicos em máquinas e
equipamentos, projetos de melhoria de produção de qualidade, são fatores que
têm encarecido os custos de produção.
Ante o exposto, a contabilidade de custo não pode ser utilizada apenas para
controlar estoques, mas atentar-se às novas necessidades da sociedade e expec-
tativas do mercado consumidor que estão cada vez mais exigentes com relação
a qualidade dos produtos, prazos de entregas, preços e oferecimento de um tra-
balho diferenciado.
GASTOS
De acordo com o reconhecimento desses gastos para a empresa, eles poderão ser
classiicados contabilmente como investimentos, custos ou despesas.
DESEMBOLSOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ao analisarmos o termo desembolso, podemos diferenciar os conceitos de
Regime de Competência e Regime de Caixa.
Enquanto o Regime de Competência está associado ao período de ocorrên-
cia dos fatos, o Regime de Caixa relaciona-se aos pagamentos ou recebimentos,
independe do período de ocorrência dos fatos.
Um exemplo: a contratação de um vigia noturno que prestará seus servi-
ços no mês de janeiro, mas só irá receber no mês subsequente, fevereiro. Para
apuração do resultado de uma operação e seus relexos patrimoniais, esse gasto
é de competência do mês de janeiro, período em que os serviços foram presta-
dos, mas em termos de Fluxo de Caixa, o desembolso será uma ocorrência da
movimentação do mês de fevereiro, data da saída de dinheiro para pagamento.
Os pagamentos de medicamentos, matéria-prima, seguros, salários, energia
elétrica, máquinas, equipamentos, são exemplos de desembolsos. Os desembol-
sos podem ocorrer em três momentos:
■ Pagamento antecipado, anterior a aquisição.
■ Pagamento à vista, no momento da aquisição.
O desembolso pode ser entendido como sendo o pagamento por algo adqui-
rido. Os gastos normalmente são confundidos com desembolsos, no entanto, são
conceitos distintos, enquanto os gastos representam a aquisição de bens ou ser-
viços adquiridos, o desembolso é considerado como o pagamento desses bens
ou serviços.
INVESTIMENTOS
PERDAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a prevenção de falhas mecânicas, conferências periódicas da rede elétrica e hidráu-
lica, melhorias em relação a segurança, manter bem conservadas as instalações,
entre outros. Normalmente as perdas anormais reduzem o resultado operacional,
como é o caso de greves de empregados, perda de veículos e de cargas em desastres.
Existem também as perdas que estão relacionadas com a atividade produtiva
da empresa, que são consideradas como perdas normais, pois normalmente são
previsíveis e estimadas durante
o processo produtivo. Alguns
dos exemplos dessas perdas
são provenientes de dimen-
sões de matéria-prima e corte
de máquinas diferenciadas,
reações químicas, evaporação
e outros semelhantes. O valor
das perdas normais é absorvido
pelos custos das operações.
DESPESAS
CUSTOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 2 - Terminologias da contabilidade de custos
Fonte: a autora
RECEITAS
RECEBIMENTOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
a. Custos diretos
b. Custos indiretos
Consideram-se custos indiretos de produção aqueles gastos que não são passí-
veis de serem identiicados diretamente com cada uma das unidades produzidas,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
precisam ser apropriados aos produtos acabados por algum critério de rateio ou
estimativa, artifícios utilizados para distribuir os custos aos itens a que se referem.
A apropriação dos custos indiretos aos produtos é muito subjetiva, a mão
de obra indireta, por exemplo, pode ser rateada em razão do número de empre-
gados, do número de horas, do consumo de materiais diretos etc.
a. Custos ixos
Consideram-se custos ixos aqueles gastos que não mudam em função da quan-
tidade produzida, independentemente do volume de produção dentro do limite
de uma capacidade instalada, (VICECONTI; NEVES, 2013). Mesmo que não
haja produção em determinado período de tempo, por falta de materiais, falta
de energia elétrica, greves ou outras ocorrências de praxe, os custos ixos sem-
pre ocorrerão. Alguns exemplos de custos ixos podem ser:
■ Seguro da fábrica.
■ Aluguel da instalação.
Como conseqüência do acima exposto, tem-se que os custos ixos não estão rela-
cionados ao volume produzido no período. Na hipótese da produção de milhares
de itens, a cada unidade produzida alocará parte dos custos ixos, por outro lado,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 3 - Comportamentos dos custos ixos em relação ao volume de produção.
Fonte: a autora
b. Custos variáveis
■ Material de embalagem.
Assim, percebemos que os custos variáveis alteram para mais ou para menos
na proporção em que as quantidades produzidas se elevam ou se retraem, salvo
exceções como o de obtenção de descontos comerciais de valores consideráveis
na aquisição dos custos considerados como variáveis.
Tabela 2 - Consumo de materiais diretos por unidade
c. Custos semiixos
Os custos semiixos correspondem aos custos que são ixos até um determinado
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
limite de produção, mas que se alteram em razão da mudança da capacidade
instalada.
Como exemplo, suponhamos que uma empresa aumente muito o volume de
produção, necessitando alugar outro imóvel. O custo do aluguel é ixo, no entanto,
com o aumento da produção há também um aumento no custo ixo do aluguel.
d. Custos semivariáveis
Ao ser publicada no Diário Oicial da União (DOU), a NBC TSP EC revogou a Re-
solução nº 750/1993, que dispõe sobre os Princípios de Contabilidade.
Revogar a Resolução nº 750/1993, porém, não signiica que os Princípios de
Contabilidade estejam extintos. A revogação visa à unicidade conceitual, indis-
pensável para evitar divergências na concepção doutrinária e teórica.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Agora, a norma conceitual a ser seguida pelos proissionais contábeis corres-
ponde a NBC TG Estrutura Conceitual – Estrutura Conceitual para Elaboração e
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, publicada em 2011.
Essa norma divide as características qualitativas da informação contábil-inan-
ceira em características qualitativas: fundamentais e de melhoria.
Fonte: a autora.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
38
5. Um único gasto pode ter diferentes classiicações, variado de acordo com o luxo
que esse gasto faz na empresa. Objetivando compreender os conceitos, indique
a terminologia apropriada em cada uma das situações:
a. A compra de matéria-prima representa uma despesa?
b. Quando a matéria-prima é consumida na produção há um desembolso?
40
História da Contabilidade
Muito embora o objetivo desta obra não seja a origem da contabilidade do Brasil, o conhecimento
acerca das origens e evolução da contabilidade, pode auxiliar você, aluno(a), a compreender a
contabilidade como é atualmente.
Acesse: < http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm>
Material Complementar
REFERÊNCIAS
ATKINSON, Anthony A.; et al. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC), CPC 26 (R1) – Apresentação das
Demonstrações Contábeis, 2011. Disponível em: www.cpc.org.br.
FRANCO, Hilário. Contabilidade industrial. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
IUDÍCIBUS, Sergio de. Teoria da contabilidade. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2015.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. São Paulo: Saraiva, 2011.
SILVA, César Augusto Tibúrcio; NIYAMA, Jorge Katsumi. Teoria da contabilidade. 3
ed. São Paulo: Atlas, 2013.
VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade de custos: um enfoque dire-
to e objetivo. 11. Ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronun-
ciamento?Id=2>. Acesso em: 26 abr. 2017.
2
Em: <http://revista.univem.edu.br/REGRAD/article/view/244/248 >. Acesso em: 26
abr. 2017.
3
Em: <http://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao1/article/viewFi-
le/579/544>. Acesso em: 26 abr. 2017.
45
GABARITO
1. V, V, F, V, V, V, F.
2. 3, 4, 2, 1, 5.
3. I, O, P, D, C, R, P, D, O, C, I, C, D.
7. 5, 4, 3, 1, 2.
8. F, V, F, V, V, V.
9. A.
Professora Me. Juliana Moraes da Silva
CUSTOS DIRETOS:
II
UNIDADE
UNIDADE
MATERIAL E MÃO DE OBRA
Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender a composição do custo direto do produto.
■ Apurar o custo dos materiais diretos por produto.
■ Calcular o custo mão de obra direta por hora e por produto.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Material direto
■ Custo do material direto
■ Custo da mão de obra direta
49
INTRODUÇÃO
Introdução
50 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MATERIAL DIRETO
Por outro lado, o parafuso e puxadores também são materiais diretos, mas
pela menor proporção incorporada ao produto, são considerados como materiais
secundários diretos. Por im, tem-se a caixa de papelão utilizada para emba-
lar o produto, considerada como material direto, classiicada como material de
embalagem. Outros materiais são consumidos na produção, como a lixa, estopa,
pincel, etc. No entanto, são classiicados como materiais indiretos, por isso, não
abordaremos neste momento.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SISTEMAS DE INVENTÁRIOS
INVENTÁRIO PERIÓDICO
Material Direto
52 UNIDADE II
Dessa forma, o custo com materiais diretos dos produtos vendidos no período cor-
responde a $ 250.000.
INVENTÁRIO PERMANENTE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nesse tipo de inventário, os materiais são controlados na icha de controle de
estoque de forma contínua. Todas as compras, vendas ou requisições são contro-
ladas individualmente. O objetivo do inventário permanente é identiicar os custo
dos produtos vendidos e o custo dos produtos estocados (ainda não vendidos).
Pela icha de controle de estoque, o valor do estoque pode ser levantado a qual-
quer momento, independente da época do fechamento do Balanço Patrimonial.
Dessa forma, no inventário permanente não é preciso realizar a contagem física
dos materiais, exceto no caso de necessidade de conferência.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ICMS na compra e também vende com ICMS), mas não recolhe IPI, veja-
mos como ica o custo do material adquirido:
(+) Valor pago ao fornecedor (valor total da nota de compra com IPI);
(-) ICMS embutido no valor da nota iscal de compra;
(+) Seguro;
(+) Frete pago pelo comprador (FOB);
(-) ICMS do frete;
(=) Custo do material (valor que estará registrado no estoque).
Nesse exemplo vemos que o IPI e o ICMS não compõe o custo do material. No
enunciado do exemplo consta a informação de que a empresa é contribuinte do
ICMS, assim, a empresa compra material com ICMS e vende produto com ICMS,
portanto, o ICMS da compra pode ser compensado com o ICMS da venda.
Por im, alguns gastos como juros incorridos pelo atraso de pagamentos não
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a. Preço especíico
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
movimentados são de elevado valor unitário, por exemplo, as empresas do ramo
automobilístico, aeronáutica, marinha, construção civil e outras. Visando obter
um melhor entendimento acerca desse método, segue um exemplo ilustrativo.
Fonte: a autora.
Tomando por base o critério Preço Especíico, vamos apurar o resultado do período:
Tabela 3 - Resultado do controle pelo preço especíico
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4) A empresa Gutamoc - Comércio de Móveis Ltda., teve no mês de janeiro
do ano de 20XX as seguintes movimentações:
■ 05/01/XX – Compra de dois guarda-roupas de luxo, sendo um dos
modelos A, número de série 2587, no valor de $ 5.000, mais frete de $
100 e o outro do modelo B, número de série 2589, no valor de $ 6.000,
mais frete de $ 150.
■ 07/01/XX – Compra de um guarda-roupa do modelo B, número de
série 2658, no valor de $ 7.000, mais frete de $ 200.
■ 10/01/XX - Venda de um guarda-roupa, modelo B, número de série
2658, pelo valor de $ 10.000.
■ 13/01/XX – Compra de um guarda-roupa modelo A, número de série
2678, no valor de $ 5.600, mais frete de $ 100 e impostos recuperáveis
de $ 500, incluso na nota iscal.
■ 25/01/XX – Compra de um guarda-roupa modelo B, número de série
2754, no valor de $ 8.000, com frete incluso na nota iscal, ainda, há
imposto recuperável no valor de $ 1.000, também incluso na nota iscal.
■ 28/01/XX – Venda de dois guarda-roupas modelo A, número de série
2587 e 2678, pelos valores de $ 9.000 e $ 11.000, respectivamente.
Fonte: a autora.
Utilizando o PEPS, os custos tendem a icar avaliados por um valor menor, uma
vez que o valor de saída leva em consideração o estoque mais antigo. Esse cri-
tério é realizado de acordo com os princípios contábeis e é aceito pela Receita
Federal na apuração do Imposto de Renda, uma vez que considerando um custo
menor, o lucro contábil (base de cálculo de tributos sobre lucro) torna-se maior.
Nesse método, os materiais utilizados são baixados dos estoques pelo valor das
últimas entradas nos estoques, ou seja, pelo valor mais recente dos materiais
adquiridos.
Segue exemplo elucidativo:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
modelo A, número de série 2587, no valor de $ 5.000, mais frete de $
100 e o outro do modelo B, número de série 2589, no valor de $ 6.000,
mais frete de $ 150.
■ 07/01/XX – Compra de um guarda-roupa do modelo B, número de
série 2658, no valor de $ 7.000, mais frete de $ 200.
■ 10/01/XX - Venda de um guarda-roupa, modelo B, número de série
2658, pelo valor de $ 10.000.
■ 13/01/XX – Compra de um guarda-roupa modelo A, número de série
2678, no valor de $ 5.600, mais frete de $ 100 e impostos recuperáveis
de $ 500, incluso na nota iscal.
■ 25/01/XX – Compra de um guarda-roupa modelo B, número de série
2754, no valor de $ 8.000, com frete incluso na nota iscal, ainda, há
imposto recuperável no valor de $ 1.000, também incluso na nota iscal.
■ 28/01/XX – Venda de dois guarda-roupas modelo A, número de série
2587 e 2678, pelos valores de $ 9.000 e $ 11.000, respectivamente.
Fonte: a autora.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
os custos dos estoques são provenientes da média dos valores das aquisições. No
entanto, para utilização desse método, as empresas precisam manter um con-
trole contínuo nos seus estoques.
O custo médio ponderado é calculado pela divisão do saldo total inanceiro
pela quantidade total das unidades estocadas. Ainda, a cada nova aquisição por
um preço diferente da média unitária, o valor do custo médio é alterado.
A maior diiculdade de utilização desse método é o dispêndio de tempo, pois
como mencionado anteriormente, esse critério exige controle constante, uma
vez que a cada aquisição de valor diferente do preço médio registrado altera o
valor do custo médio.
Por outro lado, este método oferece algumas vantagens como, evitar o con-
trole dos custos por lotes de unidades adquiridas, isto é, esquivar-se o valor de
aquisição para considerar uma média de preço das unidades compradas.
No entanto, a média não expressa o valor de mercado, nem tampouco o
valor efetivamente pago ou ainda o efetivo dos estoques. Assim, não há um cri-
tério mais eiciente que outro, a empresa deve utilizar o critério ou os critérios
que melhor se adaptam às necessidades. Para um melhor entendimento segue
um exemplo ilustrativo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O critério do custo médio ponderado é o mais utilizado.
a. Perda de materiais
b. Subprodutos e sucatas
Alguns materiais que não são totalmente consumidos pela empresa podem ser
aproveitados como subprodutos ou sucatas. Os subprodutos são sobras, resultante
de desperdícios de materiais, mas que têm preço instável e mercado consumi-
dor certo. Destarte, estas sobras não são consideradas como produtos, recebem
o nome de subproduto pelo fato das receitas por eles geradas serem pequena em
proporção com as dos produtos principais.
No que se refere ao tratamento contábil, considera-se o valor de venda do
subproduto como dedução dos custos de produção dos produtos principais. No
entanto, caso ocorra gastos na venda desses subprodutos, como comissões de
vendas, o coerente é deduzir do valor das suas vendas as comissões, e apenas o
valor líquido abater dos custos de produção.
As sucatas também são sobras resultantes dos desperdícios de materiais,
mas por não terem um mercado estável de preço e pelo fato da venda ocorrer
de maneira esporádica, não são consideradas como subprodutos.
Pelo fato da sua receita de venda ser praticamente irrelevante quando com-
parado com o produto principal, no seu registro contábil ela não é considerada
como redução dos custos dos produtos e tão pouco é considerada como receita
operacional. A receita resultante da venda de sucatas é considerada como Outras
Receitas Operacionais. A contabilização seria da seguinte forma:
D – Caixa/ Banco.
C – Venda de sucata (Outras Receitas Operacionais).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nários de um problema de produção, de uma imperfeição das máquinas, de erro
humano, ou qualquer outro evento, com os subprodutos. Mesmo que defeituo-
sos ou daniicados, os produtos jamais poderão ser considerados subprodutos
tendo em vista que a sua receita é considerada operacional, relacionada à ativi-
dade principal da empresa, eles apenas serão ofertados no mercado por um valor
menor em virtude de suas imperfeições.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
1. A Confeitaria Gutamoc Ltda. produz bolos para casamento. No mês de
janeiro/20XX a empresa consumiu muitos ovos, conforme registros:
■ Dia 02 – compra de 50 dúzias pelo valor total de $ 150,00;
■ Dia 15 – consumo de 40 dúzias;
■ Dia 18 – compra de 20 dúzias a $ 3,20 a dúzia;
■ Dia 18 – compra de 30 dúzias por $ 96,60;
■ Dia 24 – consumo de 55 dúzias.
A empresa mantém inventário permanente nos estoques. Além dos ovos, outros
ingredientes foram consumidos, perfazendo $ 1.478. Caso o estoque fosse contro-
lado pelo critério UEPS, a empresa lucraria $ 1.418,88 na venda de seus produtos.
Pede-se para elaborar a icha de controle de estoque e calcular o lucro bruto
para cada um dos critérios de avaliação de estoque:
a) UEPS.
b) PEPS.
c) Médio Ponderado.
Resolução:
Tabela 13 - a) Ficha de estoque pelo critério UEPS
Como o lucro bruto é a diferença entre receita e custo, então, uma vez que é infor-
mado o lucro e o custo, podemos calcular a receita facilmente.
Pelo UEPS o Custo dos Produtos Vendidos – CPV, corresponde a $ 1.773,60
($ 295,60 de ovos e $ 1.478 dos demais ingredientes)
Receita $ 3.192,48
( - ) Custo dos produtos vendidos $ 1.773,60
( = ) Lucro bruto $ 1.418,88
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Portanto, o lucro bruto pelo critério PEPS foi de $ 1.419,98, conforme segue:
Receita $ 3.192,48
( - ) Custo dos produtos vendidos $ 1.772,50
( = ) Lucro bruto $ 1.419,98
Receita $ 3.192,48
( - ) Custo dos produtos vendidos $ 1.772,72
( = ) Lucro bruto $ 1.419,76
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que compõem a base de cálculo dos encargos, devem compor o custo da mão
de obra direta das empresas. A grande parte dos benefícios que devem incorpo-
rar os custos dos produtos estão previstos na CLT – Consolidação das Leis do
Trabalho, como o adicional noturno, férias, terço constitucional de férias, 13º
salário, adicional de insalubridade e horas extras, outros, são acordados nas CCT
- Consolidação das Leis do Trabalho, como o anuênio e o adicional de produ-
tividade. Existem alguns benefícios que são concedidos espontaneamente pela
empresa, como alimentação e material
escolar, esses, também integram o custo
da mão de obra direta.
Do exposto até o momento, pode-
-se constatar que o custo da mão de obra
direta, corresponde ao valor monetário do
tempo empreendido na execução de ativi-
dade diretamente relacionada ao produto
por uma determinada pessoa, composto
pelo salário pago proporcionalmente ao
tempo na produção do produto, acrescido
de todos os benefícios concedidos obri-
gatoriamente ou espontaneamente pelo
empregador e dos encargos trabalhistas
existentes sobre a remuneração auferida
pelo empregado.
Uma vez compreendido que a mão de obra direta corresponde ao trabalho efetu-
ado diretamente sobre as unidades produzidas, ainda, identiicados os elementos
que compõem o seu custo, vamos apurar o valor do custo com mão de obra.
Os benefícios ofertados aos empregados normalmente variam dentre os
vastos ramos de atividades existentes, como adicional de insalubridade, peri-
culosidade, noturno. Alguns adicionais e encargos, no entanto, são obrigatórios
para toda e qualquer empresa, por exemplo, férias, terço constitucional de férias,
décimo terceiro salário e FGTS.
Face ao grande percentual dos encargos sociais incidentes sobre a folha
de pagamento dos empregados, como os encargos previdenciários das indús-
trias que gira em torno de 26,8% a 28,8% da remuneração paga, a sua inclusão
nos custos da mão de obra direta é de fundamental importância para compor a
base de cálculo do valor da hora unitária de produção. Ressaltamos que o ele-
vado percentual de encargos obrigatórios onera o custo da folha de pagamento,
assim, quanto maior for o valor da remuneração do empregado, proporcional-
mente maiores serão também os encargos.
Um empregado pode ser remunerado por hora, dia, semana, quinzena ou
mensal, mas pelo regime de competência, os custos devem ser considerados no
período do efetivo trabalho. Independente da forma da remuneração adotada pela
empresa, a lei ixa uma jornada máxima mensal de trabalho de 44 horas sema-
nais, correspondente a 220 horas mensais, as excedentes a esse tempo, devem ser
consideradas como horas extras. Para mensurar o custo da mão de obra direta
de determinado produto, primeiramente faz-se necessário medir o tempo des-
tinado à atividade daquele produto.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
( - ) Feriados 12 dias x 7,3333h 87,9996
( = ) Horas efetivamente laboradas 2.016,6575 horas
Fonte: a autora.
CONTRIBUIÇÕES ALÍQUOTA
Previdência social 20,0%
Risco ambiental de trabalho 3,0%
Salário educação 2,5%
INCRA 0,2%
SENAI 1,0%
SESI 1,5%
SEBRAE 0,6%
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Portanto, esse único empregado de uma indústria contratado custa para a empresa
$ 296.998,32 de remuneração paga mais $ 109.295,38 de encargos sociais obrigató-
rios, logo, esse empregado custou para a empresa $ 406.293,70. Como o empregado
trabalhou 2.016,6575 horas, o valor correto do custo por hora é de aproximada-
mente $ 201,47 ($ 406.293,70 : 2.016,6575 horas) e não o valor de $ 100,00 por hora
como contratado inicialmente.
Se, por exemplo, há apenas um empregado trabalhando em uma única máquina
para produzir um único produto, todo o salário e encargos provenientes do trabalho
desse empregado são considerados custo de mão de obra direta. Por outro lado, se
houver um único empregado e uma única máquina produzindo diversos produtos,
para mensurar a mão de obra e considerá-la direta é preciso medir quanto tempo
de serviço foi gasto em cada um dos produtos. Por im, na hipótese da não mensu-
ração desse tempo por unidade, a mão de obra deve ser considerada como indireta.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
remuneração de $ 1.000 mensais mais encargos sociais de $ 373 para uma jornada
de 168 horas mensais (8 horas x 21 dias), portanto, o custo da hora trabalhada é de
aproximadamente $ 8,17 ($ 1.373 : 168 horas). Decorrido o mês, o departamento
de contabilidade recebeu um formulário no qual constata que este funcionário tra-
balhou 100 horas fabricando guarda-roupa e 50 horas fabricando cama. Assim o
custo da mão de obra desse empregado associado à produção dos bens é a seguinte:
Tabela 16 - O custo da mão de obra dos produtos
Do exposto na tabela acima, veriica-se que dos $ 1.373,00 que representa o custo
total com mão de obra pago a um empregado do setor produtivo, apenas $ 1.225,89
pode ser considerado como mão de obra direta, alocado diretamente ao custo
do produto, e o restante, no valor de $ 147,11 deve ser considerado como mão
de obra indireta e a sua apropriação ao produto é feita por rateio ou estimativa.
Para alguns autores, quando há necessidade de um tempo considerado
indispensável para a produção de determinado produto, por exemplo, o setup
da máquina, o custo desse tempo pode ser alocado como custo de mão de obra
direta, mesmo que ainda não esteja ocorrendo a efetiva produção do bem.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
2. A empresa Gutamoc – Indústria e Comércio de Móveis Ltda. possui um
empregado horista, que trabalha em regime de semana não inglesa (isto
é, trabalhando seis dias por semana). Considere os seguintes dados rela-
tivos a esse funcionário:
■ Salário: $ 12 por hora.
■ Jornada semanal: 42 horas.
■ Média de 4 faltas justiicadas por ano.
■ 13 feriados no ano (não coincidentes com férias nem repousos
semanais).
Custo da Mão de Obra Direta
76 UNIDADE II
Pede-se calcular:
a) O número médio de horas que o empregado ica à disposição da empresa,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
por ano;
b) O custo total do empregado para a empresa, por ano;
c) O custo médio de cada hora que o empregado ica à disposição da empresa.
Resolução:
a) Número médio de horas anual à disposição do empregador.
Caro aluno(a), nesta unidade você percebeu a relevância dos custos diretos na
composição do custo dos produtos e serviços. Os custos diretos de materiais são
transformados em produtos com a aplicação de mão de obra. Muito embora você
tenha apurado os custos diretos, é preciso alocar os custos indiretos. A partir da
próxima unidade você poderá agregar ao produtos os custos indiretos de produção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
conhecimento dos elementos de custos possibilita apurar com mais precisão
os custos de seus serviços; determinar a eiciência e a eicácia das atividades
executadas.
Muito embora a terminologia seja a mesma, a composição dos custos comer-
ciais diverge dos custos industriais e das prestadoras de serviços. O custo de
uma empresa que comercializa medicamentos, corresponde ao valor de aquisi-
ção da mercadoria acrescido dos gastos necessários para colocá-lo em condição
de venda, deduzindo os tributos recuperáveis.
Por outro lado, o custo desse mesmo medicamento é bem diferente para a
empresa que fabrica o produto. A indústria compra materiais, contrata empre-
gados e ainda tem gastos de produção (energia elétrica, seguro, depreciação de
máquinas, etc). Assim, o custo do produto medicamento para um empresa que
industrializa móveis, medicamento, louças, correspondem ao custo líquido dos
materiais mais os gastos de transformação.
Os custos diretos abordados nesta unidade, materiais e mão de obra são
gastos quantiicáveis, passíveis de serem alocados diretamente aos produtos de
acordo com a sua medida de consumo.
Resumidamente, a contabilidade de custo é uma importante área de análise
para as empresas, tendo em vista que o conhecimento e controle dos elementos
diretos que compõem o custo do produto, material e mão de obra direta, auxi-
liam os gestores no processo decisório quanto a compras, consumo e resultado.
Pede-se:
a) Diferencie o inventário periódico do inventário permanente.
b) Qual é o estoque inal?
3. A empresa Jobim & Gal Ltda. mantém um controle de estoque pelo inventário
permanente. Independente do critério de estoque que está empresa esteja utili-
zando, qual o valor que não se altera?
( ) Preço de venda.
( ) Custo do produto vendido.
( ) Custo do estoque inal.
( ) Preço de compra.
( ) Preço de sucata.
Pede-se:
a) O mapa de apontamento de mão de obra, sabendo que do tempo de pro-
dução 20% foram com o Produto C, 30% com o Produto B e o restante com o
Produto A. Qual o custo de mão de obra direta de cada produto;
b) Qual o custo direto de cada produto.
82
Cuidado! O preço não deve embutir nem sua ineiciência, nem sua ociosidade não pla-
nejada, sob o risco de perder a venda para o concorrente.
Finalmente, horas extras decorrem de um planejamento de produção. Uma determina-
da ordem de serviço ou produção não deve ser onerada porque foi realizada justamente
na hora extra.
O mercado pode não aceitar pagar mais por isso. Se não há espaços para preços maio-
res, horas extras e todos os demais custos indiretos de produção, de vendas e do admi-
nistrativo, podem ser pagos por um volume maior vendido.
Fonte: Lam, 2015.
http://exame.abril.com.br/pme/como-calcular-o-custo-da-mao-de-obra-direta/
MATERIAL COMPLEMENTAR
BRASIL. Presidência da República, Casa Civil, Subcheia para Assuntos Jurídicos. Lei
n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. Dis-
ponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso
em: 26 abr. 2017.
MARTINS, et. al. Manual de contabilidade societária. São Paulo: Atlas, 2013.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. São Paulo: Saraiva, 2011.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.revista.ufpe.br/ricontabeis/index.php/contabeis/article/viewFi-
le/445/359>. Acesso em: 27 abr. 2017.
GABARITO
1. Material direto
a) Inventário periódico é um inventário realizado de período em período, consiste
em levantar o consumo dos materiais (venda ou uso) somente no inal de um
período. No inventário periódico, os materiais são controlados na icha de con-
trole de estoque de forma contínua. Todas as compras, vendas ou requisições
são controladas individualmente.
b)
( + ) $ 18.000 = Estoque inicial
( + ) $ 52.000 = compra de mercadorias
( + ) 5.000 = Frete sobre compras
( - ) $ 10.000 = Devolução de compras
( - ) $ 43.000= Estoque inal
( = ) $ 22.000 = Custo das mercadorias vendidas
2.
a)
DATA HISTÓRICO ENTRADA SAÍDA SALDO
QTD $UNIT $TOTAL QTD $UNIT $TOTAL QTD $UNIT $TOTAL
b)
DATA HISTÓRICO ENTRADA SAÍDA SALDO
QTD $UNIT $TOTAL QTD $UNIT $TOTAL QTD $UNIT $TOTAL
20 55 1100
18 Consumo 20 55 1100 40 50 2000
40 50 2000
24 Compra 30 60 1800 40 50 2000
30 60 1800
26 Consumo 30 60 1800 30 50 1500
10 50 500
c)
DATA HISTÓRICO ENTRADA SAÍDA SALDO
QTD $UNIT $TOTAL QTD $UNIT $TOTAL QTD $UNIT $TOTAL
d)
PEPS UEPS Média
Custo 3.000,00 3.100,00 3.060,00
Custo 2.100,00 2.300,00 2.194,29
Custo direto 5.100,00 5.400,00 5.254,29
Custo Ind 3.500,00 3.500,00 3.500,00
Lucro 4.000,00 3.700,00 3.845,71
Venda 12.600,00 12.600,00 12.600,00
3. Preço de venda
4.
Madeira 16.500,00
(-) ICMS - 2.970,00
Tinta 12,00
Serragem - 100,00 Como subproduto
Tinta - Perda de produção, considerada custo
Custo Material 13.442,00
Obs: Por não constar do enunciado e também para facilitar a compreensão, não
foram considerados feriados.
Remuneração diária: $ 2500 : 220 = $ 11,3636 por hora
Obs: Por não constar do enunciado e também para facilitar a compreensão, não
foram considerados feriados.
89
GABARITO
III
UNIDADE
CUSTOS INDIRETOS
Objetivos de Aprendizagem
■ Alocar custos indiretos aos produtos.
■ Compor o custo dos produtos acabados.
■ Distribuir os custos indiretos aos departamentos do setor fabril.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Custos indiretos de produção
■ Apuração do custo do produto
■ Departamentalização
93
INTRODUÇÃO
elemento de custo em cada uma das unidades produzidas. Ocorre, que nem todos
os custos podem ser facilmente quantiicados ou mensurados em cada uma das
unidades produzidas. Na unidade I, conhecemos os custos que não podem ser
quantiicados diretamente em cada produto, os custos indiretos.
Nesta unidade III, vamos avançar no conhecimento e compreender como os cus-
tos indiretos de produção são apurados e como podem ser alocados aos produtos.
Com a evolução da tecnologia e das práticas de inovação dos produtos e processos,
os custos indiretos tem se tornado cada vez mais predominante e os custos diretos
menos signiicativos.
São custos indiretos todos aqueles que não estão diretamente relacionados com
o produto ou serviço. São alocados aos procedimentos, por meio de estimativas,
rateios ou rastreamentos. A alocação dos custos indiretos aos produtos se dá por
métodos de custeio. Os exemplos mais comuns são água, energia elétrica, seguros,
aluguéis, depreciações, impostos, mão de obra indireta, etc. Com a evolução da tec-
nologia e das práticas de inovação dos produtos e processos, os custos indiretos tem
se tornado cada vez mais predominantes e os custos diretos menos signiicativos.
Conhecer a composição dos custos indiretos e as formas com que esses cus-
tos podem ser alocados aos produtos, possibilita a apuração do custo total do
produto. Ainda, a compreensão do custo total viabiliza a apuração do resultado
do produto (lucro ou prejuízo).
Com o objetivo de controlar os custos indiretos, a contabilidade de custos
utiliza o processo de departamentalização como método para acompanhar e con-
trolar essa alocação de custos indiretos aos produtos. Nesta unidade vamos apurar
os custos indiretos e como eles podem ser alocados indiretamente ao produto.
Introdução
94 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os custos indiretos correspondem a um dos itens de maior importância para
apuração dos custos de muitas organizações na atualidade. Os avanços tecnológi-
cos das máquinas industriais têm contribuído signiicativamente para a redução
dos custos com mão de obra, a competitividade acirrada entre empresas favo-
rece uma estagnação dos custos com matérias-primas, assim, os custos indiretos
têm se tornado o elemento de maior controle e planejamento. Como exemplos
de custos indiretos tem-se as linha, lixa, cola.
Todos os gastos identiicados no processo produtivo, indispensáveis para a
produção dos bens ou serviços prestados, impossibilitados de serem alocados dire-
tamente aos produtos, recebem o nome de custos indiretos, (MARTINS, 2010).
Assim, os custos indiretos de produção são aqueles gastos que estão vincula-
dos a um processo produtivo, mas que não podem ser identiicados diretamente
em cada uma das unidades produzidas, sendo necessário alocá-los aos produtos
por meio de algum critério de rateio ou estimativa, (VICECONTI; NEVES, 2013).
CUSTOS INDIRETOS
95
custos ou por ser inviável a quantiicação direta consumida em cada uma das
unidades produzidas do produto, são considerados como materiais indiretos,
(RIBEIRO, 2011). Por exemplo, o verniz para a fabricação de móveis e a linha
para a empresa de confecções. Os cálculos dos custos dos materiais indiretos
devem ser apurados da mesma forma que os materiais diretos, ou seja, os impos-
tos recuperáveis devem ser excluídos do custo do produto.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Além dos dados acima, a empresa também fornece as descrições e os valores de
alguns custos indiretos incorridos no período, conforme segue:
Tabela 2 - Custos indiretos do período
DESCRIÇÃO VALOR
Materiais indiretos $ 2.000
Mão-de-obra indireta $ 14.000
Energia elétrica indireta $ 100
Aluguel industrial $ 3.000
Depreciação das máquinas $ 5.000
Total $ 21.400
Fonte: a autora.
Os custos indiretos podem ser alocados aos produtos por meio de rateio. Assim,
para proceder a apropriação, primeiramente se apura as proporções de cada um
dos dados fornecidos pela empresa. Essas proporções podem ser apuradas facil-
mente pela regra de três simples.
Tabela 3 - Proporções dos dados fornecidos pela empresa
CUSTOS INDIRETOS
97
com base na mão de obra direta os custos unitários dos produtos seriam os
seguintes:
Tabela 4 - Alocação dos custos indiretos com base na mão-de-obra direta.
Por outro lado, se o critério de alocação tomar por base no número de unida-
des produzidas, os valores unitários dos produtos vão ser divergentes dos acima
encontrados.
Tabela 5 - Alocação dos custos indiretos com base no número de unidades produzidas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Custos indiretos $ 1.205 $ 3.615 $ 19.280 $ 24.100
Custo total $ 11.605 $ 15.125 $ 32.780 $ 59.510
Unidades
250 750 4.000 5.000
produzidas
Custo unitário $ 46,42 $ 20,16667 $ 8,195
Fonte: a autora.
CUSTOS INDIRETOS
99
EXERCÍCIO RESOLVIDO
1. A empresa Rol’s produz ralos de dois tamanhos. O volume de produção
e de vendas é de cerca de 10.000 unidades do Ralo Grande e 6.000 uni-
dades do Ralo Pequeno, por período, e os Custos Indiretos de Produção
(CIP) totalizam $ 200.000. Os custos diretos do período foram apurados
por requisições e mapas de apontamentos, conforme segue:
Tabela 6 - Custos diretos unitários
Material direto $8 $4
Mão de obra direta $4 $3
Fonte: a autora.
Pede-se:
a) Calcular o valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada produto,
utilizando o custo de mão de obra direta como base de rateio.
b) Calcular o valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada produto,
utilizando o custo de material direto como base de rateio.
Resolução:
a) Custos indiretos de produção, utilizando a mão de obra direta como base
de rateio.
O custo indireto total do período foi de $ 200.000, portanto, o rateio deve ser
realizado com base no custo total de mão de obra direta e não com base na mão
de obra de uma unidade de cada produto.
Tabela 7 - Rateio do custo indireto pela MOD
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
R Grande $8 10.000 unid $ 80.000
R Pequeno $4 6.000 unid $ 24.000
Total 16.000 unid $ 104.000
Fonte: a autora.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
2. A Confeitaria Gutamoc produz bolos para casamento. No mês de janei-
ro/20XX, a empresa fez 70 bolos de chocolate e 60 bolos de morango. Os
dados relativos a sua produção do período são os seguintes:
■ Os equipamentos de fabricação utilizados na produção custaram $ 2.160
e sua vida útil são estimadas em 10 anos.
■ A fatura de energia elétrica da produção custou $ 300.
■ Para assar os bolos de chocolate e morango foram consumidas 1,1h e 1h
de forno elétrico, respectivamente para cada unidade.
CUSTOS INDIRETOS
101
Pede-se: Calcular o valor dos custos indiretos de produção (CIP) para cada um
dos bolos fabricados, rateando com base no tempo de forno.
Resolução:
Primeiramente faz-se necessário apurar o custo indireto com depreciação
(depreciação linear)
O tempo consumido nos bolos de chocolate foi 178,729927h, como foram pro-
duzidos 70 unidades, então temos que o custo indireto unitário é de $ 2,553284
(178,72992 : 70).
O tempo consumido nos bolos de morango foi 139,270073h, como foram pro-
duzidos 60 unidades, então temos que o custo indireto unitário é de $ 2,321167883
(139,270073 : 60).
Neste livro nós apresentamos várias formas de apurar os custos dos produtos.
A primeira delas corresponderá a alocação dos materiais diretos, mão de obra
direta e custos indiretos aos produtos fabricados.
Esta forma de apuração de custo é chamada de Custeio por Absorção.
O custo total dos produtos será apurado após o cumprimento das seguin-
tes etapas:
■ 1ª Etapa – Levantamento das despesas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ 2ª Etapa – Levantamento e separação dos custos diretos e indiretos.
■ 3ª Etapa – Alocação dos custos diretos.
■ 4ª Etapa – Alocação dos custos indiretos.
■ 5ª Etapa – Levantamento do custo total.
CUSTOS INDIRETOS
103
Despesas de Vendas
Comissão de Vendedores $ 2.000
Depreciação de Veículos $ 250
Frete de Entrega $ 1.000
Despesas Financeiras
Despesas Bancárias $ 100
Despesas Administrativas
Energia Elétrica da Administração $ 500
Fatura de Telefone $ 600
Honorários da Diretoria $ 2.200
Material de Limpeza da Administração $ 150
Salários e Encargos da Administração $ 6.000
Tarifa de Água $ 300
Custos Diretos
Materiais Diretos
Madeira Consumida $ 50.000
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Puxadores Consumidos $ 612
Custos Indiretos
Depreciação de Máquinas Industriais $ 350
Energia Elétrica da Fábrica (iluminação da fábrica) $ 1.500
Manutenção das Máquinas Industriais $ 320
Outros Materiais Consumidos $ 700
Salários e Encargos dos Supervisores de Produção $ 5.000
Verniz Consumido $ 200
Total $ 8.070
Os gastos com materiais diretos, mão de obra direta e outros custos diretos con-
sumidos nos produtos devem ser alocados às unidades produzidas. Os custos
diretos são os custos passíveis de serem quantiicadas, mensurados em cada uma
das unidades produzidas. Tomando por base o exemplo da empresa Gutamoc,
vamos fazer as alocações.
A empresa produziu no período guarda-roupas de 2, 4 e 6 portas.
CUSTOS INDIRETOS
105
PRODUTO MADEIRA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PRODUTO PUXADORES
Guarda-roupa de 2 portas $ 102
Guarda-roupa de 4 portas $ 204
Guarda-roupa de 6 portas $ 306
Total $ 612
Fonte: a autora.
Assim, como a empresa possui o custo com mão de obra direta (salários +
encargos + benefícios) e o tempo despendido em cada unidade, podemos alocar
diretamente o custo dos operários aos produtos, conforme segue:
Tabela 13 - Custo da mão de obra direta
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Total $ 15.000
Fonte: a autora.
CUSTOS INDIRETOS
107
VOLUME DE
PRODUTOS CUSTOS INDIRETOS
PRODUÇÃO
Guarda-roupa 2 ptas 10 unid 33,333% $ 2.690
Guarda-roupa 4 ptas 10 unid 33,333% $ 2.690
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSUMO DE
PRODUTOS CUSTOS INDIRETOS
MADEIRA
Guarda-roupa 2 ptas $ 8.000 16% $ 1.291,20
Guarda-roupa 4 ptas $ 17.000 34% $ 2.743,80
Guarda-roupa 6 ptas $ 25.000 50% $ 4.035,00
Total $ 50.000 100% $ 8.070,00
Fonte: a autora.
MÃO DE OBRA
PRODUTOS CUSTOS INDIRETOS
DIRETA
Guarda-roupa 2 ptas $ 2.500 16,6666% $ 1.345
Guarda-roupa 4 ptas $ 5.000 33,3333% $ 2.690
Guarda-roupa 6 ptas $ 7.500 50% $ 4.035
Total $ 15.000 100% $ 8.070
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: a autora.
Com a alocação direta dos custos diretos aos produtos e o rateio dos custos indiretos,
podemos apurar o custo total dos produtos. Utilizando o rateio dos custos indiretos
pelo volume de produção, o custo total de cada produto icaria da seguinte forma:
Tabela 18 - Composição do custo total
CUSTOS INDIRETOS
109
Por outro, caso a empresa utilizasse o rateio dos custos indiretos pelo consumo
de madeira, o custo total de cada produto icaria da seguinte forma:
Tabela 19 - Custo total
Fonte: a autora.
Por im, caso a empresa utilizasse o rateio dos custos indiretos pelo custo da mão
de obra direta, o custo total de cada produto icaria da seguinte forma:
Tabela 20 - Custo total
Os custos diretos são apropriados aos produtos por uma unidade de medida.
Não há como quantiicar os custos indiretos consumidos em cada unidade pro-
duzida, portanto, os custos indiretos são apropriados aos produtos por meio de
rateio ou estimativa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DEPARTAMENTALIZAÇÃO
CUSTOS INDIRETOS
111
Departamentalização
112 UNIDADE III
VANTAGENS DA DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
quais podemos citar:
■ Melhora no controle e análise.
Para a primeira vantagem, destaca-se que, uma vez que os departamentos são
considerados como uma unidade operacional, em cada uma dessas unidades
deve existir um responsável pelas atividades desenvolvidas, (MARTINS 2010).
Dessa forma, o responsável pelo setor terá maiores condições de analisar os cus-
tos do departamento, a qualidade das atividades desenvolvidas, favorecendo
assim a tomada de decisão frente a sua cooperação na melhoria dos resultados
que podem ser obtidos pela empresa.
A segunda vantagem consiste em alocar os custos indiretos primeiramente aos
departamentos e posteriormente aos produtos. Tal fato se justiica considerando
que muitas vezes um determinado produto não passa por todos os departamentos
da empresa, mas se os custos
indiretos forem rateados aos
produtos, suportarão gastos
consumidos nos departa-
mentos fora da sua linha de
produção. Assim, os valo-
res atribuídos aos produtos
podem não representar os
gastos por eles auferidos.
CUSTOS INDIRETOS
113
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Departamentalização
114 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Rateio % 60% 40% 100%
Peças produzidas 300 200 1.000
Soma $ 4.800 $ 3.600 $ 8.400
Custo unitário $ 16 $ 18
Fonte: adaptada de Bruni e Famá (2011).
Considerando o valor dos custos unitários das peças produzidas como sendo de
$ 16 para as calças e $ 18 para as camisas, observa-se que, alocando os custos as
unidades pelo critério de rateio em relação às peças produzidas, a empresa esta-
ria comercializando as calças com lucro de $ 1 e as camisas com lucro de $ 1.
Por outro lado, procedendo a uma análise mais detalhada dos custos incor-
ridos na empresa constata-se que apenas as calças passam pelo departamento
de tintura. Dessa forma, as camisas não devem absorver os custos do departa-
mento de tintura. Procedendo a departamentalização nessa empresa os custos
indiretos dos departamentos seriam os seguintes:
Tabela 23 - Custos indiretos dos departamentos
CUSTOS INDIRETOS
115
Do quadro acima tem-se que os custos unitários das peças produzidas nos depar-
tamentos de tintura, corte e costura são respectivamente de $ 4,67, $ 2,00 e $ 3,20.
Para apuração do custo unitário das peças produzidas, faz-se necessário ainda
identiicar os materiais diretos e a mão de obra direta de cada uma das unidades pro-
duzidas. Assim, os custos totais unitários de cada uma das peças produzidas segue:
Tabela 24 - Custo unitário após departamentalização
Tintura $ 4,67 -
Corte $ 2,00 $ 2,00
Costura $ 3,20 $ 3,20
Soma $ 17,87 $ 15,20
Fonte: adaptada de Bruni e Famá (2011).
Departamentalização
116 UNIDADE III
■ Departamento de serviços.
■ Departamento de produção.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
qualidade.
■ Na prestadora de serviços (escritório de contabilidade) – cobranças e
refeitório.
■ São exemplos de departamentos produtivos:
■ Na indústria – estamparia, pintura, montagem, corte e usinagem.
■ Na prestadora de serviço (escritório de contabilidade) – departamentos
iscal, pessoal e contábil.
CUSTOS INDIRETOS
117
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
118
1. A fábrica Vasos de Jardim Ltda. produz quinze modelos diferentes de vasos. Leia
as airmações e assinale a alternativa correta. Para ins iscais, o gasto com o
aluguel do barracão da fábrica deve ser:
a) Contabilizado como despesa do período.
b) Alocado diretamente aos produtos.
c) Contabilizado como despesa ou custo, dependendo do procedimento que a
empresa queira adotar.
d) Alocado aos produtos por meio de um critério de rateio ou estimativa.
e) Rateio por direcionador.
Guarda-roupa Guarda-roupa
Descrição Total
4 portas de 6 portas
Matéria-prima $ 5.600 $ 8.400 $ 14.000
Mão de obra direta $ 15.300 $ 6.500 $ 21.800
Tempo total de produção (horas) 7.500 5.500 13.000
Pede-se calcular o valor dos Custos Indiretos de Produção (CIP) de cada produto,
utilizando os custos diretos como base de rateio.
MATERIAL DIRETO, MÃO DE OBRA DIRETA E CUSTOS INDIRETOS
Pede-se:
a) Considerando que os tempos de produção mão de obra direta nos produtos
são iguais, qual o custo direto de cada produto?
b) Qual o custo indireto de cada produto utilizando o rateio com base no custo
da mão de obra direta?
c) Qual o custo total de cada produto?
120
b) Os custos com mão de obra direta alcançam $ 8 por hora, mais encargos so-
ciais e obrigações legais. Considere 40 horas/semana, de segunda-feira à sex-
ta-feira, INSS patronal de 26,8% sobre o salário, FGTS de 8%, férias integrais,
e 14 dias não trabalhados por ano em decorrência de feriados e faltas abo-
nadas, considerando que o ano tem 52 sábados e 52 domingos. A empresa é
isenta dos demais impostos e encargos.
Em determinado mês, a mão de obra direta empregada na fabricação de camas
e guarda-roupas foi igual a 120 horas e 180 horas, respectivamente.
Em qualquer caso deve-se escolher aquele fator que melhor representa o consumo do
recurso.
Distribuição secundária: Após realizada a distribuição dos custos indiretos aos centros
de custos da organização, agora com a inalidade de imputar tais custos aos objetos,
pode-se redistribuir os valores acumulados nos centros auxiliares para os centros prin-
cipais (GINER-FILLOL ET AL., 2013). O processo de redistribuição dos custos dos centros
auxiliares aos centros principais é denominado distribuição secundária.
Este consiste em uma redistribuição dos valores apurados em cada centro auxiliar aos
centros principais. Há procedimentos ou métodos que podem ser utilizados para distri-
buição dos custos dos centros auxiliares aos principais.
Fonte: Lunkes (2015).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Contabilidade de Custos
Charles Tomas Horngren
Editora: Prentice Hall (1997)
Sinopse: Estudar contabilidade de custos é um dos melhores investimentos que
qualquer aluno pode fazer, porque o sucesso de uma organização - da menor loja
à maior corporação multinacional - depende do uso de conceitos e práticas dessa
disciplina. Tendo em vista esse enfoque, ‘Contabilidade de Custos - vol. 2’, escrito
por três grandes nomes em matéria de contabilidade - Horngren, Foster e Datar -,
tem como ponto central mostrar de que maneira a contabilidade de custos ajuda os
administradores a tomar decisões mais acertadas para sua organização.
Comentário: Um dos melhores livros de Contabilidade de Custos
ATKINSON, Anthony A.; et al. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços: com
aplicações na calculadora HP 12 C e excel. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
LUNKES, Rogério João. ABCustos Associação Brasileira de Custos. Vol. X n°2, 01-
19 – mai/ago 2015.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. São Paulo: Saraiva, 2011.
VANDERBECK, Edward J.; NAGY, Charles F. Contabilidade de custos. 11. ed. São Pau-
lo: Pioneira Thomson Learding, 2001.
VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade de custos: um enfoque dire-
to e objetivo. 11. Ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
GABARITO
1. D
2.
a)
GUARDA-ROUPA GUARDA-ROUPA
DESCRIÇÃO TOTAL
4 PORTAS DE 6 PORTAS
Matéria-prima $ 5.600 $ 8.400 $ 14.000
Mão de obra direta $ 15.300 $ 6.500 $ 21.800
Custos Indiretos $ 20.000 $ 30.000 $ 50.000
Custo Total $ 40.900 $ 44.900 $ 85.800
b)
GUARDA-ROUPA GUARDA-ROUPA
DESCRIÇÃO TOTAL
4 PORTAS DE 6 PORTAS
Matéria-prima $ 5.600 $ 8.400 $ 14.000
Mão de obra direta $ 15.300 $ 6.500 $ 21.800
Custos Indiretos $ 35.092 $ 14.908 $ 50.000
Custo Total $ 55.992 $ 29.808 $ 85.800
c)
GUARDA-ROUPA GUARDA-ROUPA
DESCRIÇÃO TOTAL
4 PORTAS DE 6 PORTAS
Matéria-prima $ 5.600 $ 8.400 $ 14.000
Mão de obra direta $ 15.300 $ 6.500 $ 21.800
Custos Indiretos $ 28.846 $ 21.154 $ 50.000
Custo Total $ 49.746 $ 36.054 $ 85.800
127
GABARITO
3.
SUCO A SUCO B
Material direto $1 $ 1,10
Mão de obra direta $ 0,8 $ 0,9
Custo Direto $ 1,80 $ 2,00
Volume 12.000 4.000
Custo Direto Total $ 21.600 $ 8.000
Custos indiretos $ 10.946 $ 4.054
4.
5. MATERIAL DIRETO
MADEIRA PUXADORES VERNIZ
Preço 35 9000 100
(-) ICMS -6,3 -1600
Custo total 28,7 7400 100
Unidade Medida 1 1000 5
Custo unitário 28,7 7,4 20
Cama Guarda-roupa
Madeira 114,80 315,70
Puxador - 44,40
Verniz 8,00 23,00
Custo Direito 122,80 383,10
Volume 300 200
Custo Mat Dir Total 36.840,00 76.620,00
MÃO DE OBRA
CUSTOS INDIRETOS
MOD Supervisão
Cama 120 800
Guarda-roupa 180 1200
300 2000
Cama Guarda-roupa
Custo por hora 11,87 11,87
Qdd Hora 180 1200
Custo MOD 1.424,15 2.136,23
Volume produção 300,00 200
a) Custo MOD por unid 4,75 10,68
b) Custo MD por unid 122,80 383,10
c) Custo Indireto 9,33 21,00
d) Custo Total 136,88 414,78
GABARITO
f) Cama 38.326,54
Guarda-roupa 82.956,23
CPV 121.282,77
g) Cama 2.739,61
Guarda-roupa -
Professor Me. Paulo Pardo
IV
CUSTOS LOGÍSTICOS –
UNIDADE
FUNDAMENTOS E
EVOLUÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■ Entender os fundamentos dos custos logísticos.
■ Compreender a vinculação da contabilidade de custos com a
Logística.
■ Visualizar os impactos da tributação nos custos logísticos.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Conceito de custos aplicados à logística
■ Apuração dos custos logísticos
■ Elementos do cálculo do Custo Logístico Total
133
INTRODUÇÃO
É muito importante, nesse momento dos seus estudos, em que você já foi apre-
sentado aos fundamentos da Contabilidade de Custos – essencial para entender
os custos empresariais e a formação do preço de venda de produtos e serviços
– que você também conheça os fundamentos do que se convenciona chamar de
Custos Logísticos.
Como em toda disciplina, no caso dos custos logísticos suas propostas e
entendimento não são um produto acabado; ao contrário, estão em evolução,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
134 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITO DE CUSTOS APLICADOS À LOGÍSTICA
Alguns autores de Logística, como Faria e Costa (2007), esclarecem que a função
Custos, tradicionalmente, era vinculada à Controladoria das empresas (evi-
dentemente em empresas nas quais este Departamento estivesse formalizado).
A realidade, em muitos casos – principalmente de micro, pequenas e médias
empresas – é que simplesmente não existe um departamento de Controladoria
para apuração destes custos.
Então, a função da apuração de custos nessas empresas é atribuição da
Contabilidade, sendo que, também neste caso, muitas empresas não possuem
uma Contabilidade própria. O fato é que, com exceção das grandes empresas,
são raros os casos em que os empresários têm os custos logísticos apurados de
forma coniável.
O desaio para os empresários e administradores que estão fora do circuito
das grandes empresas é duplo: obter os dados registrados na Contabilidade e
transformá-los em informações úteis para a tomada de decisão. Para os admi-
nistradores que têm o suporte de uma Controladoria, ainda está presente o
desaio de “traduzir” os dados da Contabilidade em informações pertinentes às
atividades logísticas e, dessa forma, estarem adequadamente preparados para a
tomada de decisão.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 1 - Evolução dos custos logísticos nos EUA
Fonte: Lima (2014, on-line)1.
Esses dados podem ter sua relevância no contexto nacional, mas o que de fato
pode te interessar é: quanto representa este custo nos processos logísticos da
minha empresa? Você tem essa informação?
Há uma corrente de gestores que defendem a ideia de que os custos logísticos
são imperceptíveis do ponto de vista das demonstrações inanceiras e, portanto,
impossíveis de serem apurados. Já que não podem ser apurados, deveriam ser
tratados como custos totais da atividade empresarial.
No entanto, temos que pensar de forma estratégica, pois uma vez que os cus-
tos logísticos são tão representativos nos resultados da organização, isso justiica
o investimento na sua apuração, o que trará informações essenciais para o pro-
cesso de tomada de decisão por parte dos gestores. Numa visão abrangente de
logística, concluímos que ela não só gera custos, mas também receitas impor-
tantes, que devem ser consideradas.
Ainal, quais são os custos logísticos que os gestores devem dar atenção?
Há várias propostas colocadas para essas deinições. As mais aceitas na área
acadêmica e na prática gerencial as colocam nas seguintes vertentes:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
contribuição expressiva proporcionada pelo atual
ambiente informatizado é a maior disponibilidade de
informações com o auxílio de diversas ferramentas.
São os gastos com a sincronização das entradas
Custos com Planejamento (materiais), para que as necessidades de saídas (pro-
e Controle da Produção dutos) sejam atendidas. Determina quando, onde e
quanto deve ser produzido determinado produto.
É o maior custo isolado da cadeia logística. Envol-
vem todos os custos com fretes do fornecedor para
a empresa, da empresa para o cliente e podem ser
analisados por modo (rodoviário, aéreo, ferroviário,
cabotagem, hidroviário), transportador, canal ou pro-
duto. De acordo com Faria e Costa (2012), a escolha
do modo de transporte é inluenciada pelos fatores
Custos de transportes custo, tempo de trânsito da origem ao destino, risco
(envolvendo a integridade da carga) e frequência
(regularidade do transporte). Normalmente o fator
custo é o mais importante em termos econômicos e
inanceiros, mas os outros fatores também podem
comprometer a deinição do modo de transporte,
estando relacionados ao atendimento do nível de
serviço exigido.
Fonte: adaptado de Liszbinski et al. (2013).
Como você pode perceber no Quadro 1, são diversos os custos logísticos que
podem estar vinculados aos processos de tornar o produto ou serviço dispo-
nível para o mercado. Já que são tantos os tipos possíveis de custos a serem
considerados, é importante conhecê-los e, mais importante ainda, gerenciá-los
de forma efetiva.
Fica bastante claro na Figura 1 que a busca da oferta por um nível de serviço mais
elevado implica em processos logísticos de qualidade superior, o que impacta
no custo logístico total.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção de custos bem deinidos, embora com algumas diferenças entre eles. Qual
modelo adotar para sua empresa deve levar em conta as características do seu
negócio e os objetivos que você pretende alcançar com as informações obtidas?
Uma possibilidade é que, se o negócio da empresa for de uma complexidade
menor, pode ser suiciente um modelo mais simples, com um número menor de
elementos de apuração. Já as operações empresariais mais robustas, que tenham
muitos processos em vigência, podem requerer modelos mais completos para
apuração desses custos logísticos.
O primeiro modelo, sugerido por Faria e Costa (2007), considera o Custo
Logístico total como o resultado da seguinte expressão:
Onde:
CAM = Custos de Armazenagem e Movimentação de Materiais.
CTRA = Custos de Transporte (incluindo todos os modais ou operações
intermodais).
CE = Custos de Embalagens (utilizadas no sistema logístico).
CMI = Custos de Manutenção de Inventários (MO, PP e PA).
CTI = Custos de Tecnologia de Informação.
CDL = Custos Decorrentes de Lotes.
CTRI = Custos Tributários (tributos não recuperáveis).
CDNS = Custos Decorrentes do Nível de Serviço.
CAD = Custos da Administração Logística.
Observe que esse modelo mais completo tem implicações muito interessan-
tes, como o fato de considerar os Custos Decorrentes de Lotes, que basicamente
abrange aspectos da Administração da Produção (setups de máquinas, troca de
ferramentas etc.) e os Custos da Administração Logística, que teria impacto caso
houvesse a designação formal (e, portanto, onerosa) de um administrador logístico.
Nessa linha de raciocínio proposta pelas autoras, pode-se apurar o Custo
Logístico Total através de seus processos, icando assim a fórmula de cálculo:
Onde:
CLOGAba = Custos Logísticos do Abastecimento.
CLOGPla = Custos Logísticos da Planta.
CLOGDis = Custos Logísticos de Distribuição.
CLT = CA + CPP + CE + CT
Onde:
CA = Custos de Armazenagem.
CPP = Custos de Processamento de Pedidos.
CE = Custos de Estocagem.
CT = Custos de Transporte.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vamos, então, trabalhar com os elementos da fórmula mais completa neste
momento.
Esses elementos são os termos que compõem nossa equação do Custo
Logístico Total. Para isso, precisamos conhecer a que se refere cada um deles,
de modo a capturar os dados corretos para alimentar a fórmula. Lembre-se que,
na maioria das vezes, os demonstrativos contábeis tradicionais não satisfazem
nossa necessidade de informações para o cálculo dos custos logísticos.
No total, são 9 (nove) elementos que comporão nossa fórmula. Iniciaremos
nossa consideração pelos custos de armazenagem e movimentação de materiais.
Moura (1989 apud FARIA; COSTA, 2007) mencionam que podemos enten-
der estocagem como uma das atividades do luxo de materiais no armazém e o
ponto destinado à locação estática dos materiais. Dessa forma, segundo o autor,
podemos identiicar dentro de um armazém vários pontos de estocagem, ou
seja, podemos concluir que a estocagem é parte integrante da armazenagem.
Como você pode ter percebido, vários autores diferenciam custos de estoca-
gem e os de armazenagem. Para que você tenha uma ideia da diferença apontada,
via de regra, custos com armazenagem são deinidos como custos de aluguel
do armazém, além de mão de obra dos funcionários dedicados a esta atividade,
englobando também a depreciação dos equipamentos utilizados na armazena-
gem, como paleteiras, empilhadeira e outros. Em resumo, seriam os custos do
acondicionamento dos itens e sua movimentação. Já no caso dos custos de esto-
cagem, computaríamos os custos inanceiros do estoque e o de eventuais perdas
por roubo, avarias e obsolescência.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Embora você até possa, do ponto de vista matemático, considerar tudo como
Custo de Armazenagem (não faria diferença na somatória dos valores), do ponto
de vista da demonstração dos custos – que nos interessa bastante – o seu traba-
lho icaria prejudicado.
Na avaliação dos custos logísticos relacionados à Armazenagem e
Movimentação de Materiais, você terá que necessariamente rever todo este
processo, para identiicar pontos geradores de custos. Nesta avaliação, devem
ser considerados pontos como:
1. Armazém: locado ou próprio?
Neste caso, considerar custos com locação ou o custo de oportunidade
do prédio próprio.
O número de questões que você pode levantar é extenso e não há uma “receita
de bolo” sobre isso, pois depende muito do tipo de operações que você realiza e
o nível de informações que você considera relevantes.
O IMA (Institute of Management Accouting, em português: Instituto dos
Contadores Gerenciais) conforme exposto por Faria e Costa (2007), lista vários
fatores que são signiicativos nos custos de armazenagem:
■ Recebimento: volumes por grupo de produto, modo de transporte, carac-
terísticas da carga etc.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Acondicionamento (quantidade por pallet, empilhamento de pallet, tem-
peratura requerida etc.).
■ Seleção de pedido ou embarque - volume por grupo de produto, quan-
tidade de lote de pedido, modo de transporte, taxa de atendimento de
pedido e tempo de atendimento.
■ Etiquetagem.
■ Reembalagem (bens daniicados e especiais).
■ Mão de obra direta e de equipamentos.
■ Recursos indiretos (supervisão, manutenção de equipamentos, limpeza,
segurança, suprimento etc.).
Nesse respeito, reproduzo a seguir um esquema interessante proposto pelo IMAM
– Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais, citado por Faria e
Costa (2007), e que auxilia na tomada de decisão em relação ao tipo de arma-
zém a ser utilizado por uma empresa, dentre as opções disponíveis:
Você pode observar pelo esquema apresentado anteriormente, que, tanto no caso
de armazém geral como de armazém próprio, há incidência de custos em vários
pontos do processo. Ter estes pontos mapeados com a consequente captura des-
tes dados é essencial para alimentarmos a equação dos custos.
Não é nosso objetivo, nesta disciplina, oferecer soluções sobre um ou outro
método de armazenagem. Essa decisão deve ser tomada mediante um estudo
mais detalhado de outros elementos que fatalmente impactarão no nível de aten-
dimento ao cliente. Porém, com a apuração adequada dos custos, o trade-of
envolvido icará mais claro aos gestores responsáveis pela decisão.
CUSTOS DE TRANSPORTE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ter ideia dos números envolvidos, analise os seguintes dados da Figura 4, a seguir:
FATOR INFLUÊNCIA
Fator de maior inluência no custo. Afeta os custos variáveis.
Distância O custo de frete por Km rodado diminui com o aumento da
distância, em virtude dos custos ixos permanecerem estáveis.
O custo de transporte unitário diminui com o aumento do
volume de carga. A carga consolidada e ocupação completa
Volume
da capacidade do modal de transporte possibilitam a dilui-
ção dos custos por unidade transportada.
Tem a ver com a relação entre peso e volume. O modal nor-
malmente tem maior restrição de espaço do que de peso.
Densidade
Portanto, quanto maior a densidade, melhor aproveitamen-
to da relação peso/volume.
FATOR INFLUÊNCIA
Refere-se a uniformidade das dimensões da carga. Por
Facilidade de
exemplo, caixas de tamanhos diferentes diicultam a ocupa-
acondicionamento
ção volumétrica do modal. Quanto mais uniforme, melhor.
Facilidade de Se a carga necessitar a utilização de equipamentos especiais
manuseio para carga e descarga, os custos serão maiores.
Refere-se ao nível de responsabilização por eventuais ava-
Responsabilidade
rias, reclamações, roubo, incêndio, entre outros.
São fatores que podem afetar os preços dos fretes tais como
a sazonalidade (períodos em que os modais recebem maior
Mercado
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
demanda), facilidade de encontrar cargas de retorno, condi-
ções de tráfego, entre outros
Fonte: adaptado de Bowersox e Closs (2001).
Com esse direcionamento, ica mais simples concluirmos a classiicação dos cus-
tos. Conira como ica essa classiicação no Quadro 3, a seguir:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PNEUS VARIÁVEL
LUBRIFICANTES VARIÁVEL
MANUTENÇÃO VARIÁVEL
PEDÁGIO VARIÁVEL
Fonte: o autor.
Temos que:
TCV = Total dos custos variáveis
Ccomb = custo de combustível
Cóleo = custo de trocas de óleo
Clav/lub = custo de lavagens e lubriicação
Cpneus = custo de pneus (novos e recapagens)
Cmanu = custo de manutenção
Cped = custo de pedágios
Para os custos ixos, a apuração pode ser realizada utilizando-se dos seguin-
tes dados e fórmula:
Onde:
TCF = Total dos Custos Fixos
Cdep = Custo da depreciação do veículo
Ccap = Custo do capital parado
Cadm = Custo de administração de frota
Cipva/so = Custo de IPVA e Seguro Obrigatório
Cpessoal = Custo de pessoal
CUSTOS DE EMBALAGEM
CE é o custo de embalagem.
A classiicação de embalagens segue uma lógica de contato com o produto e o
despacho do lote de materiais. É predominante a classiicação dada por Bowersox
e Closs (2001) dessa forma:
1. Embalagem para o consumidor.
2. Embalagem para operações logísticas.
De acordo com Miranda (2013, p. 65-66), as embalagens podem ser classiicadas em:
■ Embalagem primária: é aquela que contém o produto (vidro, lata, plás-
tico etc.), também pode ser a unidade de venda no varejo.
■ Embalagem secundária: é o acondicionamento (contenedor) que protege
a embalagem primária.
■ Embalagem terciária: é o caso das caixas de madeira, papelão, plástico
ou outro material. É a combinação de embalagem primária e embala-
gem secundária.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Embalagem quaternária: envolve o contenedor, que facilita a movimen-
tação e a armazenagem.
■ Embalagem de quinto nível: é a unidade conteinerizada ou as embala-
gens especiais para o envio à longa distância.
A aplicação dessas embalagens incorre em custos nos processos logísticos, que
devem ser levados em consideração. De acordo com Bowersox e Closs (2001),
são várias as atividades geradoras de custos com relação às embalagens:
■ O controle de estoque depende da identiicação que, normalmente, é ai-
xada na embalagem do produto.
■ Viabiliza a rapidez na separação dos pedidos pela identiicação e facili-
dade no manuseio.
■ O custo de manuseio e movimentação do produto depende da capaci-
dade de unitização e das técnicas aplicadas.
■ Os custos de transporte e de armazenagem são inluenciadas pelas dimen-
sões e densidade das unidades embaladas.
■ A qualidade do serviço ao cliente também depende da embalagem para
manter especiicações de qualidade durante a distribuição e atender as
legislações ambientais vigentes.
É importante saber onde os custos de embalagem se inserem nos registros con-
tábeis. Esses custos, geralmente, estão computados nos custos de matéria-prima,
na Logística de Abastecimento, como sendo indiretos, quando vinculados às ope-
rações de Produção (Logística de Planta) ou custos de distribuição na Logística
de Distribuição (FARIA e COSTA, 2007).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Custo Total de Manutenção de Inventário = Custo de Oportunidade +
Custos de Serviços de Inventário + Custos de Espaço para Armazenagem (vari-
ável) + Custos de Riscos de Estoques.
Pode-se ainda inserir um trade-of entre manter estoques e transportar
materiais.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ manutenção do hardware e do sotware.
■ materiais de consumo/serviços aplicados.
■ seguros, treinamentos etc.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
163,08
Distribuidor (CIF)
Custo do Distribuidor 124,26
Impostos sobre Vendas ao
64,19
Varejista
Lucro do Distribuidor 47,11
Preço de Venda do Distribuidor
235,56
ao Varejista (FOB)
Transporte do Distribuidor até o
Varejista (líquido de impostos) 7,88
frete contratado pelo varejista
Impostos sobre o Frete** 2,12
(=) Valor total pago pelo Varejista 245,56
Custo do Varejista 179,25
Impostos sobre vendas ao
114,25
consumidor
Lucro do Varejista (30% s/PV) 125,79
Preço de Venda do Varejista ao
419,29
Consumidor
Custo do Consumidor 419,29
*Frete Incluso na Nota Fiscal (ICMS 18%, PIS 1,65% e COFINS 7,6%)
**Frete Contratado (conhecimento frete) - (ICMS 12%, PIS 1,65% e COFINS 7,6%)
Fonte: Faria e Costa (2007).
Evidentemente que, com esta complexidade toda e o com impacto que isso traz
à competitividade da empresa em relação ao seu preço inal, as estratégias de
redução dos custos tributários são plenamente justiicáveis.
Cito Lambert (1994, apud Faria e Costa, 2007) identiica os custos associa-
dos ao tamanho do lote de produção/compra/venda:
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Para quem produz um lote, é vantajoso que ele seja o maior possível, pois se
reduz, assim, seus custos ixos. Para quem compra um lote, é interessante que
ele seja o menor possível – muitas vezes, seguindo a metodologia do LEC (Lote
Econômico de Compra) – para possibilitar redução dos custos de inventário.
Você talvez já tenha concluído que os Custos Decorrentes de Lotes pode-
riam ser reduzidos pela integração entre fornecedor/comprador. Uma ilosoia
como a do Just-in-Time caberia como uma luva para possibilitar esta integração.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
NS = 100 – 5%
NS = 95%
Onde: NS = Nível de Serviço
Pode parecer simples, mas nem sempre podemos reduzir o problema a esta
equação, pois existem muitas variáveis que impactam no nível de serviços e que
são de difícil mensuração.
Qual é o custo de uma venda perdida? Será que se resume ao valor da venda
em si? Quanto à imagem da empresa, como mensurar o impacto negativo? Qual
é o custo de não ter o produto para ser entregue ao cliente? Esse cliente voltará?
E a propaganda negativa promovida pelo cliente não atendido?
Ao escolher entre oferecer um maior nível numa determinada frente logística, pode-
-se perder em outro (conceito de trade-of). O quadro seguinte nos dá uma visão
a respeito desses trade-ofs entre Custos Logísticos e Nível de Serviços ao Cliente:
requerido
• maior nível inventário
• redução de
de serviço espaço e
requerido necessidade
de volume
Desvantagem: Desvantagem: Desvantagem: Desvantagem: Vantagem:
Tempo de Ciclo • aumento • maior fre- • aumento nos • possibili- • menores
Diminuído nos proces- quência de custos de dade de níveis de
(menor Lead samentos entrega e de movimenta- cargas uni- manuten-
Time) e custos de acompanha- ção tárias não ção de
processa- mento econômicas inventário
mentos
Desvantagem: Desvantagem: Vantagem:
• aumento nos • aumento nos • aumento na
custos custos de eiciência da
supervisão gestão do
Aumentos na (Indicadores inventário
coniabilidade de Desempe-
da distribuição Desvantagem:
nho)
• aumento
nos custos
de manu-
tenção
Vantagem: Desvantagem: Desvantagem:
• aumento na • aumento na • aumento
Estoque eiciência de necessidade dos custos
aumentado/ programação de espaço e de manu-
disponibilidade Desvantagem: cubagem tenção
e continuidade
• Devolução
de suprimentos
dos pedidos
aumentará
custos
Fonte: Faria e Costa (2007).
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Diante de todas as informações que vimos até agora, podemos propor um resumo
dos principais custos logísticos.
Insiro, aqui, no Quadro 5, sugestão de Ângelo (2005) para os principais indi-
cadores de Custos Logísticos:
Quadro 5 - Detalhamento dos custos logísticos totais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As empresas veem-se diante de uma competição cada vez maior, que exige novas
formas de pensar o negócio e as propostas inovadoras para ganhar eiciência, eicá-
cia e reduzir os custos.Os produtos são cada vez mais parecidos, devido às próprias
tecnologias que são empregadas, por isso, reduzir os custos de produção torna-se
desaiador, uma vez que os próprios processos de produção também são bastante
semelhantes.
Os especialistas e os empresários já chegaram à conclusão de que é nos custos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
logísticos que reside uma das chaves para redução dos custos empresariais e aumento
de competitividade frente aos concorrentes. A apuração dos custos logísticos não
é tarefa fácil. Os elementos de custos logísticos vistos dão-nos um panorama geral
de que a gestão desses custos é tarefa árdua e desaiadora.
Não é surpresa constatarmos que um bom contingente de empresários e gestores
não desce ao nível de processos logísticos para apuração de custos. O procedimento
mais comum – e mais cômodo – é, simplesmente, contentar-se com informações
obtidas em Demonstrativos Contábeis, porém esta tendência é perigosa.Por não
possuir dados dos luxos logísticos, o gestor pode tomar decisões que não têm
correspondência com a dinâmica dos processos logísticos, olhando a Cadeia de
Abastecimento como algo estático. Isso, certamente, está longe da realidade.É neces-
sário, então, assumir a responsabilidade de colher dados de toda a Cadeia e montar
indicadores de desempenho de custos que sejam termômetros da atividade Logística.
Nesta unidade, tivemos a oportunidade de considerar fórmulas de apuração do
Custo Logístico Total (CLT). Conforme você percebeu, o CLT é uma composição
de diversos elementos, em sua maioria, processos logísticos, além de custos tributá-
rios que, em algumas empresas, representam valores consideráveis. Percebemos que
é possível efetuar tais cálculos usando fórmulas mais simples ou mais complexas,
dependendo do porte e do número de processos logísticos que a organização possui.
De qualquer forma, é importante que a captura desses dados nos registros
da empresa aconteça de forma assertiva, produzindo bons relatórios que subsi-
diarão a tomada de decisão. Só assim, a empresa, de fato, obterá a tão desejada
competitividade.
Considerações Finais
164
1. Podemos identiicar vários métodos para apuração dos custos logísticos, cada
qual com uma visão particular sobre a forma de obtenção dos dados e a geração
do resultado inal, com respeito aos Custos Logísticos Totais. Alguns consideram
a somatória das atividades logísticas (com seus respectivos custos). Sobre essa
forma de apuração de custos logísticos, analise as airmações a seguir:
I. Os modelos são, basicamente, guias, que devem ser adaptados à realidade de
cada empresa, de acordo com seus processos em vigor.
II. O CAD é um elemento indispensável em qualquer modelo de apuração de cus-
tos logísticos, dado a sua relevância nos custos totais.
III. Os modelos são “receitas” não sujeitas a alterações e devem ser aplicados sem
adaptações a qualquer tipo de empresa.
IV. Para empresas de grande porte, convém utilizar fórmulas que não levem em
conta os custos tributários, que recebem tratamento especíico nessas empresas.
É CORRETO o que se airma em:
a. I, apenas.
b. I e II, apenas.
c. II e III, apenas.
d. I, III e IV, apenas.
e. I, II, III e IV.
2. Algumas fórmulas para apuração dos custos logísticos podem não ser aplicáveis
a algumas empresas, devido a essas possuírem processos mais simpliicados.
Fórmulas muito complexas podem, ainda, desestimular o gestor de pequenas
empresas a apurar seus custos logísticos. Considerando esta realidade, assi-
nale a alternativa correta.
a. Nas fórmulas mais simpliicadas, considera-se o impacto dos tributos na apu-
ração do Custo Logístico Total.
b. Uma possibilidade de apuração dos custos logísticos totais é somar apenas
os custos da logística de distribuição.
c. Nas fórmulas mais simpliicadas, por vezes, não se leva em consideração os
custos tributários, o que pode distorcer o custo logístico total.
d. Não é possível a apuração dos custos logísticos totais apenas com a somató-
ria dos custos por processos.
e. Nas fórmulas simpliicadas para apuração do Custo Logístico Total (CLT) de-
vemos, obrigatoriamente, desmembrar os Custos Decorrentes de Lotes (CDL)
e o Custo de Manutenção de Inventário (CMI).
165
3. Uma das fórmulas para apuração do Custo Logístico Total (CLT), considerada
uma das mais completas, considera os vários elementos passíveis de comporem
o CLT. Com respeito aos elementos que compõem a equação para apuração do
Custo Logístico Total (CLT), leia as airmativas a seguir:
I. Ao investir num WMS, a empresa incorre num CTI .
II. O CAM refere-se aos custos de armazenagem e movimentação de materiais,
um dos mais impactantes custos no CLT.
III. Se a empresa tiver gastos com caixas de papelão para acondicionamento de
produtos, trata-se de um CE.
É CORRETO o que se airma em:
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. I e II, apenas.
d. II e II, apenas.
e. I, II e III.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.ilos.com.br/web/custos-logisticos-no-brasil/>. Acesso em: 15 mai.
2017.
2
Em: <https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/925/4/RB%2014_%2029_P_
BD.pdf>. Acesso em: 16 mai. 2017.
3
Em: <http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/programa-de-investimento-em-logis-
tica.>. Acesso em: 18 mai. 2017.
4
Em: <https://scribd.zxcv.website/doc/104404512/CUSTOS-LOGISTICOS-DE-TRANS-
FERENCIA-DE-PRODUTOS>. Acesso em: 18 mai. 2017.
GABARITO
1. Alternativa A.
2. Alternativa B.
3. Alternativa E.
4. Alternativa B.
5. Alternativa D.
Professor Me. Paulo Pardo
V
UNIDADE
MÉTODOS DE CUSTEIO
Objetivos de Aprendizagem
■ Entender o modelo de Custeio Baseado em Atividades (ABC).
■ Veriicar a aplicação do Balanced Scorecard em Logística.
■ Apresentar os fundamentos do Cost-to-Serve.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Método de custeio baseado em atividade (ABC) aplicado à logística
■ Método Cost to Serve
■ O Balanced Scorecard
173
INTRODUÇÃO
Introdução
174 UNIDADE V
Prezado(a) aluno(a), sem dúvida, você já deve ter percebido que o ambiente alta-
mente competitivo em que as empresas estão inseridas obriga que os gestores tenham
respostas ágeis aos desaios que se apresentam todos os dias, na forma de novos con-
correntes, ou em diferentes formas como esses concorrentes atuam no mercado. Sem
dúvida, para que as decisões possam ser assertivas, é necessário que o processo de
tomada de decisão por parte dos gestores seja baseado em dados e fatos exatos, e não
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
só isso, mas também que sejam dinâmicos em relação aos processos organizacionais.
Neste contexto, a gestão dos custos logísticos vem ao encontro de atender
uma necessidade de ter os custos das atividades logísticas, literalmente, “à mão”,
por assim dizer, pois, conforme apresentado por vários autores e já destacado
neste material, a logística é considerada a última fronteira para a redução dos
custos organizacionais.
O grande problema para os gestores é ter um sistema de apuração de custos
que seja tão dinâmico quanto os próprios processos organizacionais. Uma crí-
tica que se faz aos modelos tradicionais é, justamente, o fato de que eles estão,
de certa forma, presos a regras e métodos que não conferem a agilidade neces-
sária para a tomada de decisão.
Surge, então, uma necessidade, apontada por Bowersox, Closs e Cooper (2007,
p. 424), para quem “a realização da integração logística exige o estabelecimento
de uma estrutura de análise de custos e receitas. As práticas contábeis tradicio-
nais tornam este tipo de estrutura difícil para executivos logísticos”. Isso signiica
dizer, na prática, que o tradicional Balanço Patrimonial e a Demonstração de
Resultados do Exercício (D.R.E.) não dão conta de suprir a demanda gerencial.
Para atender esta necessidade, foi desenvolvido um método de apuração de
custos que é bastante útil para os gestores, pois extrapola a forma contábil de
enxergar a formação dos custos, o chamado método ABC (do inglês Activity Based
Costing ou Custeio Baseado em Atividades), que nasceu da necessidade de vencer
as distorções dos custos dos produtos, produzidos por métodos da Contabilidade
tradicional. Criado por dois professores, Robin Cooper e Robert S. Kaplan, é apli-
cado por grandes empresas como a HP, a John Deere, a Siemens e a GM.
MÉTODOS DE CUSTEIO
175
O método ABC permite reconhecer que nem todos os custos devem ser atri-
buídos diretamente ao produto, mas também ao ato de servir aos clientes e aos
canais. Uma abordagem sobre o custo ABC classiica os custos em três frentes:
o custo por produtos, o custo por canal e o custo por clientes.
Segundo Faria e Costa (2007), a importância do custeio ABC para a Logística,
conforme demonstrada pelo Instituto de Contadores Gerenciais – IMA (1992),
destaca que a Logística deve ser vista no âmbito dos negócios e, para isso, é neces-
sário buscar métodos e técnicas, tal como o Custeio Baseado em Atividade. O
enfoque do método ABC evoluiu de forma natural para um sistema de gestão
baseado na ferramenta que passou a ser conhecida como ABM (sigla em inglês
para Gestão Baseada em Atividades), voltada para a gestão e aperfeiçoamento
dos processos e auxilia a organização a melhorar o valor percebido pelo cliente
e o valor agregado para os acionistas advindos do aumento da rentabilidade da
empresa (FARIA ; COSTA, 2007).
A principal premissa do método ABC é a existência de direcionadores de
custo (costs drivers) que, como o nome sugere, procura direcionar o consumo
de recursos para os processos, atividades e tarefas que os utilizam.
Interessante como Nakagawa (2001, p. 28-30, apud FARIA E COSTA, 2007,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
p. 81), deine o método ABC:
O ABC não é mais um sistema de acumulação de custos para ins con-
tábeis, ou seja, não apura o custo dos produtos e serviços para a elabo-
ração de balanços e demonstrações de resultado e, sim um novo méto-
do de análise de custos, que busca ‘rastrear os gastos’ de uma empresa
para analisar e monitorar as diversas rotas de consumo dos recursos
‘diretamente identiicáveis’ com suas atividades mais relevantes, e des-
tas para os produtos e serviços, tendo como objetivo facilitar a mudan-
ça de atitudes dos gestores de uma empresa, a im de que estes, parale-
lamente à otimização de lucro para os investidores, busquem, também,
a otimização do valor dos produtos para os clientes.
MÉTODOS DE CUSTEIO
177
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
plos de direcionadores de recursos, conforme, a seguir, sugeridos por Faria e
Costa (2007, p. 263):
■ volume movimentado ou acondicionado;
■ dimensão e peso;
■ área utilizada (espaço);
■ quantidades de funcionários envolvidos;
■ quantidade ou tamanho dos pedidos;
■ quantidade de lotes;
■ densidade (volume versus peso);
■ grau de fragilidade, perecibilidade e periculosidade;
■ condições de temperatura e pressão;
■ números de movimentos realizados;
■ frequências de entrega;
■ tempo de ciclo (lead time);
■ modos de transporte;
■ distâncias e rotas;
■ quantidade de veículos;
■ embalagens movimentadas (quantidade de pallets, caixas, contêineres,
racks) etc.
MÉTODOS DE CUSTEIO
179
Esses direcionadores, sugeridos por Faria e Costa (2007), são prontamente iden-
tiicados por proissionais da logística, não é? Você talvez possa pensar em muitos
outros, mas é um início de processo, no caso da implantação em sua empresa.
Nem sempre os direcionadores de custos são facilmente identiicados, o que
nos leva a uma classiicação em três categorias: Identiicação Direta, Rastreamento
e Rateio. Faria e Costa (2005, p. 262) esclarecem nos cada um deles:
Identiicação Direta (ID): ocorre quando conseguimos identiicar dire-
tamente os custos a uma atividade ou objeto, sem necessidade de haver
nenhum outro tipo de análise.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Rastreio (RAT): deve ser evitado, mas é usado quando não é possível
apropriar custos comuns às atividades e que, de preferência, não sejam
representativos nos custos totais.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Atribuir os custos logísticos aos grupos de produtos;
Segundo Deely (1994, apud FARIA E COSTA, 2007, p. 92), os benefícios da aná-
lise de acordo com o ABC podem ser:
■ fornecer introspecção sobre os direcionadores de custos do processo
logístico;
MÉTODOS DE CUSTEIO
181
O método ABC, por si só, merece que atenção mais delongada, especíica para
tratar de forma prática seus conceitos e entender como aplicá-los. Por isso, não
esgotaremos o assunto, pois isso seria impossível.
Neste momento, aproveito para lhe passar, caso você tenha seu interesse des-
pertado, um esquema com sugestão sobre como implantar o sistema ABC em
sua empresa. Veja isso na Figura 4, a seguir:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Esta é apenas uma sugestão. Minha recomendação é que você se aprofunde neste
conteúdo, buscando conhecimentos em outras fontes, em literatura especiali-
zada e alguns sítios na internet que podem ser muito úteis.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
planejamento estratégico e as decisões geren-
ciais, nos diversos processos que são elaborados
para se atingir os objetivos traçados na estratégia.
Robles et al. (2005) chamam a atenção para o fato de que volumes de vendas
altos não correspondem, necessariamente, como muitos pensam, a resulta-
dos expressivos positivos, o que tem feito com que as empresas, cada vez mais,
busquem formas de determinar o custo de servir (Cost to Serve), ou seja, de men-
surar o custo de atender às exigências de clientes diferentes ou grupos de clientes
especíicos. Dessa forma, como sugerem os autores, exigências diferenciadas e
personalizadas, certamente, implicam em lucratividade diferente para cada tipo
de cliente e, como consequência, os sistemas contábil-gerenciais devem estar pre-
parados para o fornecimento de informações orientadas às situações particulares.
Tal constatação revela uma diiculdade por parte dos gestores de obter as
informações relevantes para se apurar o custo por cliente, pois a Contabilidade,
conforme já vimos em outros tópicos, foca quase que exclusivamente os demons-
trativos globais de resultados.
Torna-se extremamente difícil, salvo por heróicas tentativas de, empirica-
mente, obter-se este valor, de se conseguir visualizar o quanto um cliente custou
mais – ou menos – para ser atendido em relação a outros outros, apenas explo-
rando as informações contábeis. Quase todos, na organização, sabem deste fato,
mas a exata dimensão da diferença de custo de atendimento entre um cliente e
outro é, certamente, difícil de se apurar.
Robles et. al (2005) descrevem que o método do Custo de Servir (Cost to Serve)
foi registrado por Alan Braithwaite e Edouard Samakh (1998) da Logistics Consulting
MÉTODOS DE CUSTEIO
183
Partners (LCP), sendo que este método, conforme apontam os autores, embora
embasado na metodologia do ABC, para alocação dos recursos em atividades e pos-
terior alocação aos objetos, não observa os conceitos do ABC de forma ortodoxa.
Já outros autores, como Yuhasz (2004 apud ROBLES, et al. 2005) sugerem que
sejam identiicadas todas as atividades voltadas a conquistar, atender e manter
um cliente, tais como: visitar clientes, negociar vendas, realizar promoções, fatu-
rar, separar pedido, realizar entregas, realizar crédito e cobrança, etc. e, então, que
se mensure o custo de cada uma dessas atividades, com base na metodologia do
ABC e, a partir daí, identiicar o quanto cada cliente consome de cada uma dessas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Você, com certeza, tem clara noção de que os clientes proporcionam rentabilida-
des diferentes ao negócio. Tal constatação serve, então, como pano de fundo para
apurar o Custo de Servir ao cliente como forma de apoiar decisões estratégicas,
como: a determinação da política de preços diferenciada por tipo de cliente; o
quanto investir em cada cliente, em quais se deve investir, etc. (ROBLES et al. 2005).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
as medições parciais e o entendimento que supõe a relação direta entre preço e
nível de serviço, passando-se para um gerenciamento em que o atendimento de
prazo de entregas e o relacionamento com clientes, ou seja, seu volume de com-
pras, compostos de compra e frequências de compras, podem ser gerenciados
de forma mais efetiva, custeando-se as ações efetivas de gestão da demanda e da
cadeia de suprimentos envolvidas nesta relação.
Manning (1995, p. 46 apud FARIA E COSTA, 2007), sugere, ainda, uma
matriz do que classiica como custos de atividade e não-atividade. Veja esta pro-
posta no Quadro 2 a seguir:
Quadro 2 - Custo de atividade e não atividade
MÉTODOS DE CUSTEIO
185
Pense sobre isto, pois o valor do cliente determina estratégias para seus processos
logísticos. Lembre-se: mesmo que um cliente inicie comprando baixos volumes,
ele pode ter um potencial de crescimento de vendas e, portanto, de alta rentabi-
lidade no médio e longo prazo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
na atualidade, que é o Balanced Scorecard (BSC), desenvolvida por dois pro-
fessores da Harvard Business School, os doutores Robert Kaplan e David Norton.
Por meio de um artigo intitulado “he Balanced Scorecard - Measures hat
Drive Performance”, Kaplan e Norton, em 1992, descreveram essa ferramenta como:
“um instrumento que integra as medidas derivadas da estratégia sem
menosprezar o desempenho passado, sob quatro perspectivas diferen-
tes. Assim, esse modelo traduz a missão e a estratégia de uma empresa
em objetivos e medidas tangíveis. As medidas representam o equilíbrio
entre os diversos indicadores externos (voltados para acionistas e clien-
tes), e as medidas internas dos processos críticos de negócios (como a
inovação, o aprendizado e o crescimento)” (FARIA; COSTA, 2007, 132).
MÉTODOS DE CUSTEIO
187
A evolução que se deu nessa ferramenta, ao longo dos anos, inserida para a ges-
tão empresarial, possibilitou novos usos e aplicações ao BSC, tornando-se um
verdadeiro “modelo organizacional e um processo de mudança organizacional
voltado para o alinhamento e foco estratégico” (ALVES e VIEIRA, 2011, p. 4).
Veja nos esquema abaixo a proposta original de Kaplan e Norton a respeito
do BSC:
Essas perspectivas podem ser visualizadas de uma forma didática, por meio da
seguinte analogia:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 6 - Concretizando a visão empresarial com o BSC
Fonte: adaptado de Faria e Costa (2007).
MÉTODOS DE CUSTEIO
189
Perceba, caro(a) aluno (a), na Figura 7, que toda a estratégia converte para o
lucro, que é, em última análise, um dos principais objetivos de uma organiza-
ção empresarial, mas que somente poderá ser assegurado, de forma sustentável,
na integração de todas as perspectivas do BSC.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MÉTODOS DE CUSTEIO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
191
192 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
distribuídos (para cada empresa) na Cadeia de Suprimentos?
MÉTODOS DE CUSTEIO
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RELATIVOS À
RELATIVOS AOS CLIENTES
EMPRESA
ATRIBUTOS DO DESEMPENHO
Conia- Responsa- Flexibi-
Custos Ativos
bilidade bilidade lidade
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Desempenho na Entrega ✓
Taxa de Ocupação ✓
Pedido Perfeito ✓
Lead Time do pedido ✓
Tempo de resposta da
Cadeia de Suprimentos ✓
Flexibilidade de Produção ✓
Custo Total da Cadeia de
Suprimentos ✓
Custo dos Produtos Vendidos ✓
Produtividade – Valor
Agregado ✓
Custo de Garantia ou de
processamento de retornos ✓
Tempo de Ciclo de Caixa ✓
Estoque em dias de
Suprimento ✓
Giro do Ativo ✓
Fonte: Gasparetto (2003, p. 112 apud FARIA E COSTA, 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
modelos tradicionais de custeio por absorção, conseguem proporcionar ao ges-
tor uma visão de como os processos logísticos impactam na formação dos custos
dos serviços prestados.
O método do Cost-to-Serve também se constitui um avanço em relação aos
modelos tradicionais, pois possibilitam conhecer-se quanto custa atender a cada
um dos clientes de uma organização de uma forma que atenda suas expectati-
vas. O Balanced Scorecard (BSC), apesar de não ser exatamente uma novidade
(já tem mais de 20 anos), traria ganhos signiicativos para as empresas, pois
lhes proporciona uma visão muito mais abrangente de seu negócio, baseado em
perspectivas que atenderão à sua visão estratégica. Temos que conhecer, mais
profundamente, esses métodos para que possamos aproveitar o que há de melhor
em cada um deles e projetarmos sua utilização efetiva para que possamos ter os
resultados esperados.
Dada a complexidade do assunto, não é possível abordarmos com o deta-
lhamento necessário para aplicações especíicas os métodos que estudamos.
Mas conio em que você, ao perceber os resultados que podem advir destas
metodologias, buscará a complementação do conteúdo por meio de literaturas
especializadas.
Faça isso e, com certeza, perceberá porque as maiores empresas do mundo
adotam os métodos com resultados excepcionais para seus acionistas e, princi-
palmente, para seus clientes.
MÉTODOS DE CUSTEIO
195
2. Muitas empresas atendem uma diversidade enorme de clientes, mas não têm
ideia de quanto custa prestar os serviços de maneira individual. Para vencer este
desaio, uma metodologia muito interessante surgiu há algum tempo, é o Cos-
t-to-Serv (Custo de Servir, ou Custo para Servir). Sobre essa metodologia, leia as
airmações a seguir:
I. Na visão do Cost-to-Serv, a logística inbound é o foco principal, pois é nela que
se concentram as informações que proporcionarão subsídios para tomada de
decisão gerencial.
II. O Cost-to-Serv não faz nenhuma distinção entre cliente de alto custo ou de
baixo custo de atendimento, pois o impacto sobre a logística é exatamente
o mesmo.
III. Uma das ilosoias do Custo de Servir é mensurar o custo de atender às exi-
gências de clientes diferentes ou de grupos de clientes especíicos.
IV. O Cost-to-Serv impacta na logística de Distribuição e reconhece que os níveis
de serviços exigidos pelos clientes nem sempre são proporcionais ao volume
de vendas.
É correto o que se airma em:
a. I, somente.
b. II e III, somente.
c. III e IV, somente.
d. I, III e IV, somente.
e. I, II, III e IV.
3. De acordo com Faria e Costa (2007), podemos deinir o Balanced ScoreCard (BSC)
como “um instrumento que integra as medidas derivadas da estratégia sem me-
nosprezar o desempenho passado, sob quatro perspectivas diferentes”. Sobre
esta ferramenta, leia as assertivas a seguir:
I. O BSC não gera estratégia, mas é um instrumento que visa à concretização e
à comunicação da referida estratégia.
II. As quatro perspectivas que recebem foco no BSC são: Financeira, do Cliente,
Mercado e Aprendizado e Crescimento.
III. No BSC, as medidas representam o equilíbrio entre os diversos indicadores
externos (voltados para acionistas e clientes) e as medidas internas dos pro-
cessos críticos de negócios (como a inovação, o aprendizado e o crescimento).
IV. Uma das ações que o BSC contempla é o benchmarking, pois procura aprovei-
tar-se da experiência de outras organizações.
197
Os indicadores de desempenho
O objetivo é identiicar as áreas ofensoras, assim como as causas raízes das diiculdades
encontradas. Quanto às áreas ofensoras, podem ser setores ou mesmo processos que
atrapalham o alcance das metas deinidas pela organização.
É necessário decidir qual metodologia usar na rotina empresarial, deinindo o melhor
indicador de desempenho, e esses indicadores devem estar alinhados às perspectivas
da estratégia balanced scorecard:
• inanceira;
• mercado (clientes);
• processos e operações internas;
• inovação, aprendizado e sustentabilidade (crescimento da organização).
Essas perspectivas, unidas, constituem um conjunto uniicado, um diagrama de causa e
efeito que começa na perspectiva do aprendizado e crescimento e se encerra na pers-
pectiva inanceira.
gestão de estoque
• nível de investimento imobilizado em estoque;
• tipo de item (matéria-prima, produto acabado, produto semiacabado etc.);
• e localização na rede.
armazenagem
• dimensionamento da rede; precisa.
No sistema tradicional de avaliação de desempenho, existe uma matriz área × abran-
gência, e, localizados nos pontos de intersecção entre ambas, estão os indicadores de
desempenho. Já no sistema BSC, não existe matriz: há um eixo com as estratégias, e
outro eixo contendo a abrangência e os indicadores de desempenho nas intersecções.
Existe outra diferença, uma vez que os indicadores são desenvolvidos com base nas es-
tratégias e alinhados aos processos operacionais, sempre considerando a implementa-
ção de uma nova tecnologia ou a mudança nas estratégias.
Dicas para aplicar o BSC aos processos logísticos
Conira algumas dicas para traçar estratégias e medir resultados:
• deina estratégias de desenvolvimento que a estrutura e os processos atuais de sua
empresa possam suportar;
• deinição da estrutura física das instalações;
• quantidade e localização dos armazéns;
• e tecnologia aplicada.
e transporte
• modais;
• velocidade necessária para conduzir os estoques aos destinos.
Além de deinir esses indicadores, todos os processos logísticos deverão ser submetidos
à análise crítica para que sua validade seja comprovada.
Na verdade, o alcance das metas e a deinição dos limites são dependentes entre si, pois
todo gestor que estabelece uma meta para um indicador também está estabelecendo
um limite de recursos que serão alocados para que seja possível o cumprimento das
metas (será preciso investir recursos nas atividades para que elas sejam desenvolvidas
de modo a alcançar aquilo que foi deinido previamente).
Toda medição poderá ser usada com a inalidade de melhorar o desempenho das ope-
rações logísticas.
O Balanced Scorecard é um método de gestão que foi adotado por grandes organizações no mundo
todo, com ótimos resultados. Conheça um pouco mais sobre este modelo de gestão, nas palavras do
seu desenvolvedor acessando o link disponível em: <https://youtu.be/_A02vKgE4NQ>.
Veja como a aplicação do Balanced Scorecard na área de logística é apresentada pelos autores Luciano
Mazza e Marcelo Lourenço Correa no artigo “Indicadores de desempenho logístico pelas perspectivas
do Balanced Scorecard”, acessando <http://www.tecnologistica.com.br/portal/artigos/72694/
indicadores-de-desempenho-logistico-pelas-perspectivas-do-balanced-scorecard/>.
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REFERÊNCIAS
#REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.ecrbrasil.com.br/ecrbrasil/page/custeio_atividades.asp>. Acesso
em: 18 mai. 2017.
2
Em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_tn_sto_141_894_17591.
pdf>. Acesso em: 21 mai. 2017.
3
Em: <http://itsgroup.com.br/blog/o-que-e-balanced-scorecard-e-como-atribuir-a-
os-processos-logisticos/>. Acesso em: 21 mai. 2017.
GABARITO
1. Alternativa E.
2. Alternativa C.
3. Alternativa D.
4. Alternativa E.
5. Alternativa D.
205
CONCLUSÃO
Prezado(a) aluno(a)
A contabilidade de custos tem como origem a contabilidade inanceira, surgiu para
suprir as necessidades de controle, avaliação de estoque e apuração de custos das
empresas industriais e é apenas uma das áreas da contabilidade. Entender sobre
custos, especialmente focando os custos logísticos, é fundamental para qualquer
gestor, em particular aqueles vinculados à gestão dos processos logísticos e da ca-
deia de suprimentos.
Estudar e aprender custo não é uma tarefa fácil. Conhecimentos matemáticos, inter-
pretação e raciocínio lógico fazem parte da construção do aprendizado sobre ele.
Conhecer os custos dos processos logísticos é muito mais que controle de custos,
atualmente, pode ser considerado uma questão de sobrevivência para muitas em-
presas.
Após o estudo deste material, você deve ter entendimento suiciente para conhecer
a terminologia e as classiicações de custos, apresentadas na Unidade I. O conceito,
a composição e a apuração dos custos diretos foram explicados na Unidade II, e a
Unidade III complementou a composição dos custos, identiicando e apurando os
custos indiretos de produção, bem como a forma de serem alocados aos produtos.
Essas três unidades formaram a base para compreendermos a importância da ges-
tão de custos nas organizações e nos preparou para avançarmos nossos estudos,
com foco nos custos logísticos, em particular.
Na Unidade IV, nossa atenção voltou-se para a formação dos custos logísticos, espe-
ciicamente, tratando de como eles são compostos, da diiculdade na sua apuração
e dos elementos constituintes das fórmulas de cálculo do Custo Logístico Total. A
Unidade V trata de temas mais avançados na gestão de custos, com a utilização de
metodologias modernas para sua visualização e controle, como é o caso do custo
ABC, do Cost to Serve e do Balanced Scorecard.
A disciplina de Custos Logísticos chegou ao im. Espera-se que, ao inalizar este
material, você tenha compreendido os conceitos, as aplicações, os exemplos e os
exercícios. No entanto, para dominar melhor o conteúdo, utilizar apenas o material
apresentado é insuiciente. Por isso, recomendam-se leituras complementares, ar-
tigos, sites, vídeos e outros elementos que podem ser utilizados para acrescentar
conteúdo e ampliar seus conhecimentos nesta área fundamental de atuação do
gestor em logística.
Um forte abraço, saúde e sucesso, hoje e sempre.