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Capítulo I

1.0 Introdução

Direito Fiscal, é uma subdivisão do Direito Financeiro e é também ramo do Direito


Público que lida com as leis que regulam a arrecadação de tributos, bem como a
fiscalização dos mesmos.

O Direito tributário concentra-se no estudo das normas relativas ao estabelecimento e


coleta dos tributos, bem como a relação jurídica resultante de tal ato, onde os dois
personagens principais, ente público e contribuintes estão ligados pelo chamado “fato
gerador” (fenômeno que confirma a origem de uma obrigação tributária). O objeto da
matéria é a obrigação tributária, sendo que esta pode ser uma obrigação de dar (entregar
a moeda ao ente público) ou ainda uma obrigação de fazer ou não fazer (emissão de
nota fiscal ou ato similar).

A principal utilidade do estudo da matéria tributária reside no combate de possíveis


abusos que possam ser cometidos pelo fisco, numa ânsia de arrecadar tributos como
custeio dos mais diversos projetos, ou então uma possível usurpação de riquezas
individuais, ou ainda a utilização da área fiscal como ferramenta de manobra política.
Assim, através da lei, derivada dos estudos da matéria tributária, encontramos a única
forma de regular e atribuir tributos aos diversos componentes da sociedade envolvida.
Isso obriga, necessariamente que o Estado faça um planejamento racional de seus gastos
e receitas que financiarão todo e qualquer projeto por este subvencionado.
Capítulo II

2.0 Revisão bibliográfica

2.1 Princípio Geral do Imposto

O principal objectivo da cobrança de impostos é a obtenção de receitas necessárias

Ao financiamento das despesas do sector público, segundo Lopes (2008: 25). Desta
forma, a imposição fiscal representa uma transferência de recursos dos contribuintes,
individuais e colectivos, para o Estado.

Âmbito e natureza do Direito Fiscal

Segundo Teixeira (1985: 36) o imposto é uma prestação pecuniária efectiva, de

Pagamento coercivo com carácter unilateral e definitivo, em geral não consignados a

Nenhum tipo de utilizações, sendo uma prestação devida ao Estado, estabelecida por lei

Sem carácter de sanção, tendo como objectivo a realização de fins públicos.

Sanches (2007: 22) refere que definir imposto não é tarefa fácil como vem

Demonstrando a doutrina. O imposto é uma das espécies tributárias criadas por lei e está

Sujeito ao princípio da legalidade.

A noção de imposto difere conforme a perspectiva adoptada, podendo, centrar-se,

Designadamente, nas suas características jurídicas, financeiras, políticas ou sociais.


Como

Refere Pereira (2009: 13) a noção moderna de imposto tem por base a definição de Jese

(1931), em que “o imposto é uma prestação pecuniária, exigida aos particulares por via

Da autoridade, a título definitivo e sem contrapartida, com vista à cobertura dos


encargos

Públicos”.

Nabais (2008: 11) define o imposto com base em três elementos, “um elemento

Objectivo, um elemento subjectivo e um elemento teológico (ou finalista)”. Neste


contexto,
Será objectivo porque o imposto é uma prestação pecuniária, unilateral, definitiva e

Coerciva. Enquanto elemento subjectivo, o imposto é uma prestação, com as


características

Objectivas acima mencionadas, exigida a (ou devida por) detentores (individuais ou

Colectivos) de capacidade contributiva (ability to pay) a favor de entidades que exerçam

Funções ou tarefas públicas. O elemento teológico (ou finalista) reside no facto do


imposto

Ser exigido pelas entidades que exercem funções públicas, para a realização dessas

Funções, sem carácter sancionatório.

Portanto, o imposto tem como conteúdo um dever de prestar que surge pela simples

Verificação de um facto previsto na lei, dando origem a uma relação jurídica tributária.

Direito Fiscal, será o sistema de normas jurídicas que disciplinam as relações de


imposto e definem os meios e os processos pelos quais se realizam os direitos
emergentes daquelas relações.

O Direito Fiscal tem natureza institucional. As suas normas não se integram no Direito
Comum, cuja disciplina é genérica, comum às mais diversas instituições. Visam, pelo
contrário, disciplinar certos tipos de relações, constituídas na base das instituições
tributárias, as quais encontram a sua origem na ideia-força, enraizada no seu meio
social, da necessidade da contribuição dos patrimónios dos particulares para a
sustentação da comunidade. Dir-se-á mesmo que essa raiz institucional dá unidade ao
Direito Fiscal, através do sentido teleológico das suas normas, o qual provém daquela
mesma raiz.

O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado, e outras


entidades públicas de uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza.

Os princípios que regem o Direito Tributário são:

Princípio da legalidade: Todo tributo deve ter origem em uma lei que o crie e determine
seus limites.
Princípio da anterioridade: É estabelecido que todo o tributo não poderá ser recolhido
no mesmo exercício financeiro da publicação da lei. A ideia por trás deste princípio
reside em outro princípio de nível superior, o princípio do direito adquirido, podendo
porém, excepcionalmente, o tributo retroagir, contrariando este princípio, caso não
prejudique direitos de terceiro.

Princípio da isonomia: Todos os tributos criados são pagos por todo contribuinte de
forma uniforme e proporcional.

Princípio do Direito à Proteção Jurisdicional: Direito garantido a todo o cidadão de


buscar o Poder Judiciário caso sinta-se ferido em seus direitos em relação à matéria
tributária.

Princípios do Direito Penal Tributário: Este princípio refere-se à matéria penal tributária
e a tipificação dos crimes que lhe dizem respeito, como sonegação ou apropriação
indébita.

Princípio da uniformidade: É vedada a distinção ou preferência entre as várias pessoas


jurídicas de direito público em relação à matéria tributária.

As exigências de satisfação das necessidades económicas de carácter público e de


obtenção de meios indispensáveis à respectiva cobertura impõem ao Estado, e às
outras entidades públicas uma actividade económica com características próprias, a
actividade financeira. As particularidades específicas desta actividade resultam
fundamentalmente da circunstância de as necessidades públicas não implicarem uma
procura prévia individual e, consequentemente, ao contrário do que acontece com as
necessidades privadas, a cobertura do seu custo não se situar no plano das livres opções
individuais Destinada a assegurar a satisfação das necessidades públicas, a actividade
financeira abrange a aquisição de meios económicos, o emprego desses meios e a
coordenação dos meios obtidos e das utilidades a realizar. Todas as realizações de
despesas orientadas para a aquisição de bens ou serviços destinados a satisfazer
necessidades públicas se integram na actividade financeira. E para que as entidades
públicas possam realizar essas despesas têm de obter receitas adequadas, as quais não
correspondem a uma massa homogénea. Algumas assemelham-se a receitas de
particulares, como é o caso das obtidas pela exploração do património do Estado.
Muitas outras oferecem características inseparáveis do sector público. Assim sucede
com os impostos e as receitas dos chamados “monopólios fiscais”. Não obstante a
heterogeneidade dos fenómenos que se integram na actividade financeira, todos se
situam no plano da obtenção e do emprego de meios económicos adequados à
satisfação de necessidades públicas. Todos eles têm, pois, natureza económica. São
fenómenos económicos.

2.1 Evolução do imposto

Coletar impostos não é uma atividade atual. Muito pelo contrário. Segundo relatos da
história, os primeiros registros de cobranças foram de 4000 A.C., documentados em
peças de barro encontradas na região da Mesopotâmia. Nessas peças, foi possível
constatar que os tributos exigiam que parte dos alimentos produzidos pela população
fosse destinada ao governo.

Com a evolução da sociedade, os impostos também foram se adaptando, seguindo


os formatos de governança do Egito, Império Romano, Grécia e, até mesmo, as
características da Idade Média. Nesta última, a coleta dos impostos se assemelhava ao
formato da Mesopotâmia. Os camponeses e agricultores entregavam parte da colheita
aos reis e príncipes e, em troca, os governantes proporcionavam segurança e estradas
para o transporte da produção. 

Conforme as atividades da sociedade se diversificavam, a cobrança dos impostos


também se multiplicou, acompanhando o crescimento da economia. Porém, com novas
e diferentes maneiras de coletar tributos, a burocracia da arrecadação também evoluiu,
tornando o processo mais complexo e dando início à criação das teorias econômicas.

Com a implantação da democracia e a distribuição de serviços públicos nas cidades de


Atenas e Roma, os impostos se tornaram organizados e formais, o que podemos dizer
que foi também o início da administração tributária.

A Revolução Industrial foi responsável por tornar os processos administrativos ainda


mais complexos, não apenas para a economia, mas também para a política e para a
sociedade. Ao longo da história da humanidade até os dias atuais, os impostos
acompanharam essa evolução, envolvendo também arrecadações para a
seguridade social, oferecendo garantias aos direitos do trabalho, entre outras
necessidades presentes no período. 
A evolução histórica do tributo destaca seus aspectos sociológicos para maior
compreensão acerca do papel do tributo na vida do homem através do tempo. O
conceito de tributo modificou-se de acordo com cada faceta histórica e desvendar seu
sentido é compreender a história do homem. No início da civilização, o homem vivia só.
Manter-se vivo era um desafio e a lei vigente garantia ao mais forte. Nos primórdios, o
nômade e o solitário homem, passaram a se associar, pois na formação de grupos,
acharam um meio de garantir a sua mantença. A liderança era definida pelo membro
que se sobressaía e, neste aspecto, era devido tributo em forma de presentes. Com a
descoberta dos metais, o homem passa a forjar armas e acaba por atacar e dominar
povos vizinhos. Os sobrepujados nas guerras eram escravizados e infligidos a pagar
contribuições. Historicamente o tributo deixa de ser um ato voluntário para ser
imposição. Na Grécia surgem as leis que contrapunham a força e tornam os homens
livres, mas a lei não contempla a todos: escravos e estrangeiros não são abarcados por
ela; todavia, estão sujeitos aos impostos. No Império Romano a situação se diferenciou,
o vínculo entre a cidade e o cidadão era mais igualitário; contudo, Roma também
tributava todas as raças conquistadas. Na Idade Média, o meio escravagista foi aos
poucos sendo substituído por uma economia agrária, baseada no trabalho servil.
Escravos tornaram-se servos e a produção era taxada e repassada aos senhores feudais.
Na Inglaterra vigorava o absolutismo, que levou o rei João Sem Terra a apossar-se das
terras dos camponeses. Porém, quando instituiu e majorou tributos sobre a nobreza, que
diante disso se insurgiu contra o rei, o resultado foi que em 15 de junho de 1215, João
Sem-Terra, pressionado pela nobreza, assinou a Carta Magna, um tratado de direitos e
deveres. Nascia ali a primeira limitação ao poder dos governantes de tributar o povo.
Com o final da Idade Média surgiu outra classe social: a burguesia, formada por
industriais, banqueiros e comerciantes. O comércio ganha proporção e os produtos
negociados são tributados. Na Idade Moderna os feudos foram extintos e pequenos
reinos surgiram, originando assim os Estados Nacionais e foi nesta época que a
exigência de tributos deixou de ser in natura e passou a ser cobrado em moeda. O
Estado passa a ser metalista, moedas de ouro e prata sustentavam o absolutismo e a
sociedade era composta por castas. Nobreza e Clero eram isentos de tributos e o Estado
era mantido pelos comerciantes e trabalhadores. Esse modelo de economia teve como
maior exemplo o Estado Francês, onde o povo sustentava o Reinado de Luís XIV
através do pagamento de tributos. Revoltados com a situação, em 14 de julho, o povo
tomou a fortaleza da Bastilha, uma antiga masmorra onde eram aprisionados os
inimigos da realeza. Foi o início da rebelião que se espalhou por toda a França. A
Revolução Francesa divide a idade moderna e a idade contemporânea e marca o fim do
feudalismo e do absolutismo, não só na França, mas em todo o mundo, sob a bandeira
de liberdade, igualdade e fraternidade. Utilizando-se do método dedutivo e pesquisa
bibliográfica conclui-se que o tributo é fundamental para o sustento do Estado, mas
deve ser cobrado com leis regulamentadoras e limitadoras do poderio de tributar. Além
disso, a solidariedade social tributária é o princípio que deve guiar a instituição, a
fiscalização e a arrecadação de receitas fiscais, como único mecanismo capaz de
garantir o bem comum.

A importância dos impostos para a manutenção do Estado

A finalidade essencial do Estado é a garantia do bem-estar de seus cidadãos, por meio


de serviços públicos e pelo investimento direcionado à área social e à infraestrutura da
cidade.

Para que seja possível realizar essas ações, o Estado necessita de recursos financeiros
que são adquiridos com a arrecadação de impostos, aplicados na saúde, educação,
segurança, saneamento básico, habitação popular, calçamento, urbanização entre outras.

O meio de sobrevivência do Estado se dá por meio da arrecadação, por isso é importante


que haja participação da população, realizando o pagamento dos impostos que lhes são
cabíveis.

2.2 Conceito de Imposto

Imposto (do latim imposìtu-, particípio passado de imponère: “impor”, “pôr como
obrigação”) é a imposição de um encargo financeiro ou outro tributo sobre o
contribuinte (pessoa física ou jurídica) por um estado ou o equivalente funcional
de um estado a partir da ocorrência de um fato gerador, sendo calculado mediante
a aplicação de uma alíquota a uma base de cálculo de forma que o não pagamento
do mesmo acarreta irremediavelmente sanções civis e penais impostas à entidade
ou indivíduo não pagador, sob forma de leis.[2] O imposto é uma das espécies do
gênero tributo. Diferentemente de outros tributos, como taxas e contribuição de
melhoria, é um tributo não vinculado: é devido pelo contribuinte
independentemente de qualquer contraprestação por parte do Estado.[3]

O imposto pode ser definido como uma "prestação pecuniária, unilateral, definitiva e
coactiva" . Não nos vamos debruçar sobre a discussão e explanação detalhada de cada
um dos elementos que compõem esta definição que, de um modo geral, é partilhada pela
doutrina jurídico fiscal.

A sua distinção da figura do tributo também não suscita demais questões, propendendo
a maioria da doutrina para considerar este último como um conceito género de que o
imposto é apenas uma espécie. Fazem assim parte do conceito de tributo, para além do
imposto, as taxas e as contribuições especiais.

Uma nota característica do conceito de imposto, aliás, de qualquer outro tributo,


importa, contudo, salientar: ele não tem carácter de sanção. Assim, a multa e a coima
não fazem parte do conceito de tributo, não obstante serem igualmente prestações
pecuniárias, unilaterais e coactivas. A pena pecuniária, contrariamente ao tributo,
pressupõe uma ruptura anterior da ordem jurídica, a violação de uma norma, sendo a sua
natureza de carácter sancionatória [5].

Se esta distinção é hoje clara para a doutrina, nem sempre, ao longo dos tempos, foi a
concepção predominante. Por influência da ideologia liberal, há ainda autores, nos finais
do século XX, que equiparam as normas fiscais às normas penais.

Os impostos são, frequentemente, divididos em diretos e indiretos. Os impostos diretos


são destinados taxar diretamente o contribuinte sendo que o principal exemplo deste é o
imposto de renda e riqueza. Os impostos indiretos, entretanto, são repassados ao
contribuinte através do markup adicionado ao custo do produto e o reflexo deste é
sentido no preço final dos produtos. Os impostos indiretos são cobrados em todos os
bens adquiridos pelo consumidor.[4]

Em tese, os recursos arrecadados pelos governos são revertidos para o bem comum,
para investimentos e custeio de bens e serviços públicos, como saúde, segurança e
educação. Mas não há vinculação entre receitas de impostos e determinada finalidade –
ao contrário do que ocorre com as taxas e a contribuição de melhoria, cujas receitas são
vinculadas à prestação de determinado serviço ou realização de determinada obra.
Embora a lei obrigue os governos a destinar parcelas mínimas da arrecadação a certos
serviços públicos- em especial de educação e saúde-, o pagamento de impostos não
confere ao contribuinte qualquer garantia de contrapartida.

Devido questões legais ou administrativas sobre os impostos, estes podem ter uma
definição diferente de um país para outro ou de uma administração para outra em um
determinado país.

Um exemplo claro são que os impostos são uma parte do gênero tributo, mas as
contribuições sociais não são ligadas aos impostos, mesmo estas também fazendo parte
do gênero tributo. Esta distinção é importante porque, legalmente, o imposto está sujeito
à uma lei aprovada pelo parlamento ou órgão competente, enquanto as contribuições
sociais são fixadas por decreto governamental. Impostos, com contribuições sociais
efetivas, formam a carga tributária.[17] As contribuições, com impostos e taxas,
constituem as receitas públicas.
Capítulo III

3.0 Considerações finais

Nas últimas décadas do século XX, assistiu-se a uma sucessão de importantes

Alterações económicas, políticas e fiscais, que se reflectiram nos sistemas fiscais.

No contexto actual e apesar das reformas fiscais serem um fenómeno recorrente em

Todas as economias desenvolvidas, a maioria dos códigos fiscais caracteriza-se por


regras

Extremamente complexas no que diz respeito à tributação directa.

Nas últimas décadas assistimos a uma preocupação generalizada por parte dos

Estadosmembros da União Europeia, de tornar os sistemas fiscais mais atractivos ao

Investimento externo. Esta crescente preocupação com o exterior, conjugada com os

Primeiros sinais do início de uma crise em 2007, e posteriormente acentuada nos anos

Seguintes, serviu de base à implementação de novas políticas fiscais e de reformas nas

Economias dos Estados-membros.

Destas resultaram um maior intervencionismo estatal através de medidas de apoio às

Famílias e às empresas, o que poderá indiciar um previsível aumento do nível de

Fiscalidade como forma a equilibrar a política orçamental


Capítulo I V

Bibliografia

https://web.archive.org/web/20130817042156/http://www.advogado.adv.br/artigos/
2005/marcusviniciusguimaraesdesouza/direitotributarioconceitosgerais.htm

https://web.archive.org/web/20220401075417/http://www.advogado.com.br/

Carlos, Américo Fernando Brás (2006). Impostos Teoria Geral.Coimbra: Almedina.

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