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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO

DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE JUAZEIRO DO NORTE -


CEARÁ.

XXXXX, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da


carteira de identidade RG nº xxx-xxx e inscrito no CPF sob nº
xxx-xxx, com endereço eletrônico xxx@hotmail.com, residente
e domiciliado na Rua xxx, Nº x, bairro xxx, CEP xxx, Juazeiro
do Norte-CE, por seu advogado que esta subscreve, constituído
na forma do incluso instrumento de mandato, vem, a presença
de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS contra XXXXXX,
nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de
identidade RG nº xxx-xxx e inscrito no CPF sob nº xxx-xxx,
com endereço eletrônico xxx@hotmail.com, estabelecido na
Rua xxx, Nº x, bairro xxx, São Paulo-SP, consubstanciado nos
motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:

I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Requer os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA por ser pobre na
forma da lei, conforme declaração de hipossuficiência anexa,
não podendo, portanto, arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento e de
sua família, com fulcro na Lei 1.060/50, acrescida das
alterações da Lei 7115/83 e da Lei nº. 10.317/01 tudo
consoante com o art. 5o, LXXIV, da Constituição Federal de
1988.
II – DOS FATOS
No dia xx de novembro de 2016 o autor fez a compra de um
Xbox 360 via internet. Após várias pesquisas acreditou estar
fazendo um bom negócio comprando o bem de consumo de seu
desejo com o requerido, XXXXXX, por meio de grupos de
compras e vendas no facebook. O requerido exercia
anteriormente a função de vendedor neste mesmo site, onde
ofertava produtos diversos, e continuando a exercê-la mesmo
após o ocorrido.

No mesmo dia houve a confirmação da venda dos


instrumentos, no valor de R$ xx reais a serem pagos por
depósito bancário na conta xxx, agência xxx, no Banco Xxxx,
O Requerente então aguardou ansioso, tendo em vista que o
produto chegaria no prazo estipulado pelo vendedor, qual seja,
15 (quinze) dias úteis.

Ocorre que, o objeto comprado não foi entregue no prazo


estipulado. Foram feitas várias ligações e enviadas
mensagens via whatsapp para o Requerido (documentos em
anexo), onde este confirmou o pagamento e disse que enviaria
a mercadoria, porém não o fez.

Ao verificar tal situação o requerente voltou a entrar em


contato com o Sr Xxx para que este enviasse o produto ou
fizesse a devolução do valor depositado pelo requerente.
Contudo, sempre obtinha a resposta de que o produto seria
enviado, mas nunca o recebeu.

Resta comprovada, Excelência, o total descaso por parte do


vendedor em não respeitar o prazo estipulado por ele mesmo
para a entrega do produto e, ainda assim, não entrega-lo.

III – DO DIREITO
O art. 30 do Código de Defesa do Consumidor determina que:
“toda informação ou publicidade, suficientemente precisa,
veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com
relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados,
obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e
integra o contrato que vier a ser celebrado”.
Cláudia Lima Marques a esse respeito observa que “a oferta
no CDC nada mais é, portanto, do que um negócio jurídico” e
que “qualquer informação ou publicidade veiculada, que
precisar, por exemplo, os elementos essenciais da compra e
venda – res (objeto) e pretium (preço) –, será considerada
como uma oferta vinculante, faltando apenas à aceitação
(consensus) do consumidor ou consumidores em número
indeterminado1”.
Pautado na observância do art. 31 onde está previsto que:

“A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem


assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e
em língua portuguesa sobre suas características, qualidades,
quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade
e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que
apresentam à saúde e segurança dos consumidores.”
Descumpridas, foram, portanto, as disposições do código de
Defesa do consumidor. O parágrafo 1º do art. 18 de tal
dispositivo prevê:
"Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo, duráveis
ou não duráveis, respondem solidariamente pelos vícios de
qualidade que os tornem impróprios ou inadequados ao
consumo a que se destinam, ou mensagem
publicitária, respeitadas as variações decorrente de sua
natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das
partes viciadas.

§ 1º. Não sendo o vício sanado no prazo máximo de (30) dias,


podendo o consumidor exigir, alternativamente, e à sua
escolha:

I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em


perfeitas condições de uso;

II, - a restituição imediata da quantia paga monetariamente


atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.".


Estamos diante de uma relação de compra e venda cujos
direitos outorgados ao autor são aqueles constantes do Código
de Defesa do Consumidor, pelo que pede o autor que se aplique
aqui a regra da inversão do ônus da prova (art. 6ª, VIII,
do CDC), de modo que os direitos do autor sejam respeitados.
V – DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer:

1. O deferimento do pedido de justiça gratuita;

2. A citação do Sr. Xxxx, no endereço Rua xx, Nº x, bairro


Xxxx, São Paulo, para, querendo, apresente contestação, sob
pena dos efeitos da revelia, ciente de que os fatos alegados e
não contestados serão havidos por verdadeiros;

3. A inversão do ônus da prova em favor do promovente, nos


termos do n. VIII, do art. 6º do CDC, ante a hipossuficiência do
autor, além da verossimilhança das alegações;
4. Que seja a presente ação JULGADA PROCEDENTE em
todos os seus termos, declarando-se, por sentença, a
configuração de dano material em favor do autor, condenando
o requerido a restituir toda a quantia paga pelo produto
monetariamente corrigida, conforme artigo 18 do Código de
Defesa do Consumidor;
VI - DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em
direito admitidos, inclusive, juntada posterior de documentos,
perícias, caso haja necessidade, e oitiva de testemunhas,
ficando tudo, de logo, requerido.

Dá-se à causa o valor de R$ xx reais.

Nestes Termos,

Pede e Espera Deferimento.


Juazeiro do Norte, 28 de abril de 2017.

(assinatura requerente)

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