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A ESCUTA DO CORPO SISTEMATIZACAO DA TECNICA KLAUSS VIANNA Jussara Miller Sater 2 Técnica Klauss Vianna: A sistematizagdo “Voar é para os passa, os sonhadores ea muvens. Mas, quando os snadoresassumen a posi de profssores e conseguem travsmtir. sas iis &concitos a ponta de transformé-los em movinentos conscientes seus alunos sentem-se pissans, Seusespritoscegant As mavens. Gente € como muvem, sempre se transforma.” AANcEL Viana (Programa de apresentaglo da Faculdace Angel Vianna, 2101, Rio de Janeiro) "Klauss Vianna bascou tada sua ténica no desafio a graidade Desafiow 0 limie fez dele wma possibiidad.” Rainan Viana (Material diditico da Escola Klauss Vianna, 1994, Sio Paulo) Aécnica Klaus: Vianna pressupde que,antes de aprendera dan- ‘an € necessirio que se tenha a conscigneia do corpo, de como cle é,como funciona, quais suas limitages e possbildades, para, com base nessa consciéncia,a dana acontecer.E quandoa dan- ‘62 acontece? Quando 0 corpo esti disponivel ao movimento st uss ‘para realizar uma comunicagio por meio da expressio corpora, com a manifestagio da danga de cada um. Portanto, a Técnica ‘Klauss Vianna prope, antes de mais nada, uma disponibilidade ‘corporal para 0 corpo que danga; 0 corpo que atua;o corpo que canta; 0 corpo que educa; o corpo que vive ‘Acreitamos que técnica & algo vivo, fexvel que, sem pender 0 seu fio condor esa fins, em nenbum instante nos lembra utortarismo eobrigatoriedade. A téenica como 0 corpo, respi- rae se move, Cabe a uma técnica ser sufcentemente mada para poder se acer s muddangss, 3s necesidades do homem,¢ um i! ‘nunca ao contro. A tenica & um" meio, Com a sistematizago, foram estruturados diversos tépicos conporais para efetivar os prinefpios de Klauss Vianna. No curso de formagio da Escola Klauss Vianna, eses tpicos eram aplicados em trés anos, em tés estigios diferenciados: 1 processo lidico: 2 processo dos vetores; 1 processo ctiativo e/ou processo didético (opcional). No proceso lidico, 0 corpo & despertado, desbloqueado, cansando a transformagio dos padrdes de movimento para, na segunda etapa, ser levado 20 aprofundamento do proceso dos vetores, quando sio trabalhadas as diregSes 6sseas,resultando ‘em um processo criativo — tiltima etapa a ser vivenciada, que ser abordada, separadamente, no proximo capitulo. 2 Tex de Klaas Vem tira do mater ico dh Tesla Klaus Vian, 2 eoamorca, | processo Lupico - AcoRoaR 0 conro | 0 process lidico & a ineroducio i Técnica Klass Vianna, que ddenominamas de“o acordar”. Neste estigio, io aboréados se (© t6picos corporis, estabelecendo um jogo de inter-telagSes com todos eles: * presenga; + articulagdes; * peso; + apoios; + resistencia; + oposigdes: + eixo global. ‘Todo o processo da Técnica Klauss Vianna vai depender do aluno, ou melhor, de seu corpo e de suas limitagdes, O profes sor € apenas um facilitador ¢ orientador Para a Tenia Klaus Vianna, no prprio cotpo etio os meios. ‘A partir de um estimule dado 20 sigema motor, este trinsito 4 conexdesinternas 20 corpo e corpo-ambiente, um dado ‘momento, podemos provocar a emengénca de imagens, sensi- es, emogdes da histéria de um determinade corpo,que po- ‘dem, por sua vez.alimentar novament o proceso toe. (Neves, oni. p.20) © que geralmente se observa no inicio do proceso é a auséneia corporal, ou seja, pessoas com distanciamento do Proprio corpo, fata de contato e de atengio corponl, com auto-imagem distorcida, receio do proprio movimento, quei- 3 sy sas de mi posta cristalizagio de padrdes postu, dores “erspagdes™. £ importante salientar que esis observapSes emetem 3 maioria, nio exchindo os baiarinos, 6 que wna das carcteristias da Téenica Klaus Vianna & justamente 0 fato de a danga e 0 extudo do movimento nio Serem privilé- gio apenas de balarinos, mas de qualquer ser humano interes fado em conhecere trabalhar 0 corpo. Tstimulamos 0 aluno a (rs)conhecer © préprio corpo, para que ele poss promover a tansformagio gradual de au tac corporal para presen corporal, ou sea, da "dorméncia’ para “o cordate, conseqientemente disponibiizar 0 corpo par lidar com 6 instante do momento presente. Es trans formagio sedi pelo despertar dos cinco sents, mediante os aquais nos rlacionamos com o mundo e desenvolvemos 0 Sendo cinestésico, que compreende a percepcio do corpo no espago € no tempo. (© que ocorre & uma desestruturagio, nfo 96 fc, mas conceitual, pois © alamo pode apresentar uma carga de pré- Jnformagbes ou pré-conceitos de corpo ou de danga qu, por vere, prejudica a recepeio do trabalho, por exempl tnentor formas, sem espontaneidade, que permanecem i= pregnados no corpo,e a preocupigso com 0 acerto com base ho jlgamento binirio ou duals de belo feo, bom e rum, certo ¢ rrado ee 2A expres “erpio” i nicalnte empresa no gina leh ps d= 2 pes ie comets dept fs «Pie 2 mobilen arg dean pra om tbo que team dame de (elected 1991.95) sexu tc Em gel, mantemos 0 corpo adormecido, Somos eins den t1o de certos padres ¢ficamos acomodados naqule. Por iso Aigo que & precio deseraturat 0 corpo; sm esa dest= ragfo nio surge maa de nova Se o corpo nia exiveracondado impossivel aprender sejao que for (Vianna, oc. 62) ‘Aos poucos, em sala de aula, a pessoas vio pendendo 0 edo de sie wmas das outs. Algam constrangiment inci de se expor, de se movimentar, ot ainda de permitirse novas vivéncis corporis, vise diluindo e se tansformanco numa posturs de cumplicidade, eo terreno desconhecido do inicio do proceso vai se tornado acolhedor. © aluno vai se dest pegando, 20s poucos, do resultado almejado e vai prcrizando © proceso. (Os sentidos vio sendo trabalhados conforme o andamento € 0 deiemvolviriento do grupo, e, dese “despertr corporal”, surge a necensidade de movimentos novos 3s atculacdies vio sanhando espagos e buscando posibiidades antes adormeci-

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