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DOSSIE AMAZONIA 49 PIMENTEIRAS: OS SABERES NA IDENTIDADE DA COMUNIDADE REMANESCENTE DE. QUILOMBOLA. Antonia Edylane Salomio Santos* RESUMO Este artigo ¢ parte de uma pesquisa desenvolvida para uma Dissertagio de Mestrado no Programa de Pos-Graduacio em Linguagens © Saberes na Amazdnia (PPLSA-UFPA) que tem como tema “Os Estudos Terminoligicos das Plantas Medicinais da Comunidade Remanescente de Quilombola de Pimenteiras-PA”. Propomos indagar sobre a valorizago © preservagdo da identidade cultural dos ‘moradores da comunidade de Pimenteiras em Santa Luria do Pard, por meio da obtengio do direito & terra quilombola, Assim, fez-se premente um levartamento sobre os costumes dos moradores da comumidade em questio a fim de conhecer melhor sua cultura, diversidade na natureza e seus anscios de obter a titularidade da terra, no intuito de preservagio da cultura © saberes da comunidade quilombola. Palavras-chave: Direito a Terra, Saberes Medicinais, Pimenteiras, Identidade Cultural ABSTRACT This article is part of a research developed for a Master's Dissertation in the Program of Post- Graduation in Languages Aware in the Amazon (PPLSA-UFPA) that has as its theme "The Terminological Studies of Medicinal Plants of the Quilombola de Pimentciras-PA ". It is proposed to inguire about the valorization and preservation of the cultural identity of the residents of the ‘community of Pimenteiras in Santa Luzia do Para, by obtaining the right to quilombola land. Thus, a survey was made on the customs of the residents of the community in question in order to better understand their culture, diversity in nature and their desire to obtain land ownership, in order to preserve the culture and knavwleige of the quilambola community Keywords: Right to Earth, Medicinal Knowledge. Peppers, Cultural Identity INTRODUGAO Desde os primeiros focos de resisténcia dos africanos contra a escravidao colonial, os estudos sobre os negros constitui assunto proeminente, sobretudo na constituigao de comunidades afrodescendentes mais conhecidss como Quilombos. Compreende-se que Quilombo é 0 nome dado no Brasil a0s locais de refigio dos escravos fugidos dos engenhos fazendas durante periodo colonial e imperial. Nesses locais, os escravos passa’ m a viver em liberdade, criando novas relagdes sociais. Muitos quilombos existiram no Brasil ¢ *Mestre em Linguagem ¢ Saberes da Amazinia pela Universidade Federal do Para. Especialista em Arte- Educagao pelo Instituto Brasileiro de Pos-Graduagao © Extensio, Especialista em Ensino Aprendizagem de “Lingus Portugucva ¢ Literaturas pela Universidade Federal do Puri. Graduada em Lstras Lingua Portugucoa pela ‘Universidade Federal do Para. Email: dilamil@yahoo.com.br 50 NOVA REVISTA AMAZONICA -ANO VI - VOLUM! ABRIL 2018- ISSN: 346 centenas deles ainda existem, formando 0 que hoje é conceituado como comunidades remanescentes de quilombolas. Pesquisas da Fundag&io Cultural Palmares’ apontam que o maior nimero de ‘agregagdcs quilombolas encontram-se nas regides do Pari ¢ Maranhiio, chegando a cera de 100 comunidades existentes nessas Areas, No que diz respeito aos aftodescendentes’, a ‘comunidade de Pimenteiras* é uma das muitas comunidades no Estado do Pari que sto constituidas por familias remanescentes de quilombolas, os moradores da regio chegaram ha muito tempo da comunidade de Narcisa localizada na regidio de Capito Pogo-PA. Sabe-se que ndo ha comunidades em isolamento total, hi sempre uma relago continua ‘eulie us sujeitus © cout o miviv eu que viveu, no case da Comunidade de Pimenteisas isso wav 6 diferente, préximo & regio existem outras comunidades que também vivenciam a caréncia de recursos que possam beneficiar a vida dos moradores no campo. © negro em seu contexto histérico mostrou-se individuo atuante, isto se faz presente nos estudos de Salles (1988) que expdem Encontraram o negro solidirio com 0 indio nas vieissitudes soeiais. Nao importa se negro auténiieo ou se Indio auténsico. O passaporte da autenticidade, naquele contexto, jd havia perdido tOda ou quase {Oda importineia. Ambos despojados dos. seus padides cultura, quebrados defintivamente, amalgamados numa nova cultura, resullante da fusdo de wés componentes éinicos. O provesso de deseavolvimento dessa cultura. Visto superficialmente, € pouco acelerado. Visto, porém, em pprofindidade mostra-se extremamente’ativo. Sobretudo no que diz respeito is anvergénvias cnltirnis (SALLES, WRK. p67) Concebendo por este Angulo a figura do negro, observamos que em suas origens carregam as marcas de um povo que lutou e alcangou sua liberdade em muitos aspectos, contudo muito ainda é necessério alcancar e a titularidade das terras é uma batalha que muitas ‘comunidades quilombolas procuram obter. Assim, analisemos os estudos de Vicente Salles e > a Fundagto Cultural Palmares ¢ ums emtidadle publica brasileira vinculada ao Ministrio da Cultura, A centidade teve seu Estatuto aprovado pelo Decreto n° 418, de 10 de janeiro 1992, e em como misso os preceitos consttueionais de reforgos a cidadania, a ientidade, 3 ago © a memiria dos segmentos éinicos dos grupos formadores da soviedade brasileira, além de fomeniar o direito de aeesso A cultura e d indispensivel ago do Estado na proservago das manifestagdes alfo-brasileras, No artigo 1°, da Lei institui que se promova a preservagio dos valores culturais, sociais © econimicas decorrentes da influéncia nogra na formaglo da Sociedade brasileta. Preocupada com a igualdade racial e com a valorizagio das manifestages de maiz, afficana, « Palmares formula ¢ implanta polticas piblicas que potencializam a participagao da populasio negra Ieasileira nos processos de desenvolvimento do Pais. Foi o primeio érgio Federal criado para promover a preservugio, a proteto ¢ a disseminaglo da cultura negra, Pesquisa its no dia 10/01/2015 as 11:85h no site: utp: www: palmares. gov be! > Aftodescensente 6 aquele que ¢ ou que descende de familia ou individuo vindo do negro aticano, * © termo Pimenteica no singular refere-se a Terma em que vivem os moradores remunescentes de Quilombe, Piznenteis neo phiral a palavra, refere-se & cominidade, Tabela sobre a commnidade disponivel er -<>, DOSSIE AMAZONIA 51 Tika Boaventura Leite sobre a significagio do termo “remanescente” e os aspectos que norteiam sua histéria, conquistas e influéncias do negro no Paré e na comunidade remanescente de quilombola de Pimenteiras em Santa Luzia do Pari, 2, REMANESCENTES: 0 QUE RESTOU? No que diz respeito ao significado do termo “remanescente”. a autora Ika Boaventura Leite (2000) nos apresenta o seguinte contexto, A expresso “remanescente das comunidades de quilombos”, que emerge na Assembléia Constituinte de 1988, € tributéria no somente dos pleitos por titulos| fundifrios, mos de uma discuzsto mais ampla travada nos movimentes negros ¢ fenize parlamentares envolvides com a luta antiracista, O quilombo € trazido ‘novamente ao debate para fazer ltente a um tipo de reivindicagdo que, a €poea, alude uma “divida” que a nagdo brasileira teria para_com os afro-brasileiros em ‘consequncia da eser (LEITE, 2000, p. 09) A expressio “remanescente” surge em uma época em que a nagio brasileira teria certo dever para com os afrodescendentes pela grande escravidao e sofrimento vivid no periodo da aboligao; apesar disso, segundo os estudos de Leite (1996, p.341) 0 termo remete também a algo em extingdlo, que esti em processo de desaparecimento, devido a isto a expresso nto correspondia autodenominagdo destes mesmos grupos e por se tratar de uma identidade ainda a ser politicamente construida, suscitou tantos questionamentos. E nesse impasse da significagao e nomeagio dos remanescentes de quilombolas que Associagio Brasileira de Antropologia® (ABA) convocada pelo Ministério Pablico, reuniu-se em outubro de 1994 20 Grupo de Trabalho sobre Comunidades Negras Rurais c claborou um conccito de “remanescente de quilombo”, ficando assim decidido. (.) “vontemporaneamente, portnto, o fermo nio se releia a residuos arqueolouicos de ocupaglo temporal ou de comprovagio biokigica”. Tratava-se de desfazer a idéia de isokiment © de populagio homogénea ou como decorrente de processos insurrecionais. © documento posicionava-se criticamente em relaglo a uma visto cesitica do quilombo, evidenciando seu aspecto contemporineo, organizacional, ‘elacional e dindmico, bem como a varabilidade das experiéncias capazes de setem ‘amplanente abarcadis pela ressemantizagio do quilombo na atualidade. Ou seja, mais do que una realidade inqquivoca, o quilombo deveria ser pensado como um cconceito que abarca uma experiéneia historicamente situada na formagio social brasileira (LEITE, 2000, p. 341-342) °A Associagdo Brasileira de Antropologia é a mais antign das associagSes cientificas evistentes no pals na dea das ciencias socinis, ocupando hoje um papel de destaque na condugao de questdes relacionadas as polticas ppiblicas referentes & edueogdo, & oqo social e & defeon do» direitos bunancs. Disponivel em: >. Acesso em 11/01/2015 as 2345. 52 NOVA REVISTA AMAZONICA -ANO VI - VOLUME 1 No que diz respeito aos direitos sobre a titularidade da terra, o Brasil, em comparagio ‘com outros paises que claramente obtiveram conquistas politicas e territoriais, seria 0 tnico pais que nao resolveu formalmente a questtio dos direitos territoriais das suas comunidades negras tradicionais. O direito a terra que as comunidades quilombolas atribuem i é vital, pois a concepgao da terra enquanto territério socialmente ocupado & a chave para a histéria de vida esse grupo racial. Com isso, Chagas (2001) informa que a aplicagio do dircito constitucional também através da titulagdo dessas reas. () pa estar em comeniniia coms vibilizagho de umm pads de existéneia que ‘soja compativel e que assegure a vida nos seus prOprios termos, significaria menos ‘quantificar ow tragar meramente um espaco Fisica esvaziado de seu sentido social, © nis justamente recuperar a idéia de que estes espagos sociais esto qualifieados e atravessados por redes de relagies que, postas cm curso, garantem a propria ‘permanéncia do grupo neste tertério (CHAGAS, 2001, p. 228). No trecho citado a autora o autor demonstra preocupagio no que se refere aos remanescentes das comunidades dos quilombos, que vém softendo com o processo de reconhecimento dos direitos assegurados constitucionalmente, e se faz necessério um didlogo com as priticas culturais de cada grupo envolvido, auxiliando as comunidades no autoreconhecimento das populagdcs remanescentes de quilombolas. E a busca pelo dircito a terra, direito a vida no campo de um grupo étnico racial que por anos foi explorado e deixado ‘A margem da vida em sociedade. Na trajetéria das pesquisas feitas na comunidade de Pimenteiras, 0 contato com os moradores da regio levantou muitos questionamentos sobre o entendimento e significagao do termo “quilombola”, os mais velhos preservam na meméria recordagdes de um periodo em ‘que seus antepassados viveram e sofreram 05 agoites do chicote da eseravidao; hoje, 05 mais novos vivem 0 choque da aceitagtio ou nto da descendéncia © termo “aceitagaio” de suas origens é tomado pela conformidade do momento, que por ocasido para conseguirem direitos reservados aos negros, direito a cotas nas universidades, a descendéncia quilombola é tomada como baluarte, entretanto nos momentos ‘em que a exclustio, discriminagio e rejeigo tornam-se maiores nos espagos sociais, os mais jovens no se veem e nao se aceitam como afrodescendentes. No estudo desse contexto de aceitagdo das origens, observou-se que os moradores da comunidade pesquisada, o sentimento que se faz presente nos jovens é 0 fato de que “ser homem negro” significa “serem excluidos, € discriminados” pelos colegas da escola, muitos relataram situagdes de desrespeito & Preconceito ndo apenaz pela colorasdo da pele, mas pelo significado hietérico que o termo Dossié am ZONIA 53 “quilombola” possui, A respeito da discriminagio racial sobre os quilombolas Leite (2000) comenta que (© ato de aquilombar-se, ou sea, de organizar-se contra qualquer atitude ou sistema ‘opressivo passa a set, portato, nos dias atwais, a chama reacesa para, na condica0 dar sentido, estimular, fortaceer a luta contra a dseriminagao © seus iluminar uma parte do passado, aquele que salta aos olhos pela ia contida mis estalisticas onde os negros si0 a maria dos socialmente excluidos. Quilombo vem a ser. portanto. 0 mote principal para se >. Acesso 10/02/2015 as 10:01 7 AUéhnje no hi certeza sobre o nimero de comunidades quilombolas existentes no Brasil, mas estima-se que hi, pelo menos, 186 mil em todo o tertério nacional, lcalizadasprincipalmente nos estados do. Amazonas, Alagoas, Amapi, Duhia, Ceara, Maranhio, Minas Gerais, Pars, Perambuco, Tocantins © outros. Os estados Iwasicios que possuem maior quanidads de comunidades quilombols s8o a Bahia, o Marana, Minas Gerais ¢ 6 Para. Segindo dados ofcias da Secretaria Especial de Polticas de Promogio da Kgualdads Racial (Seppit) © do Instituto Nacional de Colonizagio e Reforma Agriria (Inia), drgios responsiveis pela ientficagio, reconhecimento, dlimitagio, demarcagio ¢ titulagdo das tras oeupadas pelos quilombolas, existem atualmente mais de setecomtas comunidades ofiialmente resistradss pela. Fundagao Palmares, 40 Ministério da Cultura © maio de ducentos procesvos de reglaricagio fundiéria em andamento, cavolvende mais dle wezentas comunidades espalhadas ‘por 24 cstados brasleios, Retiado do. texto de GASPAR, 54 NOVA REVISTA AMAZONICA -ANO VI - VOLUME 1 RIL 2018- ISSN: 2318-1346 nacional, no entanto muitas terras no possuem ainda o reconhecimento devido. No estado do Pard, segundo dados pesquisados so reconhecidas 240° comunidades remanescentes de Quilombo. As conquistas para aleangar o diteito pela titulagdo de terra de quilombo vem do cumprimento do artigo 68 do Ato das Disposigdes Transitérias da Constituigao Federal®, que no texto constitucional expe a seguinte redago: “Aos remanescentes das comunidades de quilombos que estejam ocupando suas terras & reconhecida a propriedade definitiva, devendo ‘0 Estado emitir-thes os titulos respectivos.”. Com a instituigo deste, Leopoldo e Morais (2005) explanam em seu artigo sobre tertitorialidade que muitas Tutas ¢ manifestagdes politicas tém apoiado ou desprovido is comunidades quilombolas do seu direito a terra; os pesquisadores ressaltam que “Os eritérios adotados para o reconhecimento das comunidades quilombolas tém sido alvo de constantes criticas entre esses diferentes atores.". Embora pareca pertinente equiparar-se a questo do direito as terras de quilombos com as terras indigenas, ambas so semelhantes apenas quanto ‘a0s desafios e embates jé visiveis, na questio da identificagao e na definigaio dos sujeitos de dircito. Depois do embate teérico apresentado sobre os remanescentes de quilombolas e seus devidos direitos sobre a terra, percorramos, na sequéncia, alguns dos diversos motivos pelos quais se faz necessiria a preservagto ¢ concessdo de direitos que uma comunidade remanescente de quilombola possui, indiscutivelmente pela importincia de preservar a idemtidade cultural ¢ de saberes que esse grupo sinico poss 3. A COMUNIDADE DE PIMENTEIRAS No diagrama da fronteira étnico-cultural, 0 Brasil esteve sempre marcado pela preservacdio do territério invadido e ocupado por intimeros conflitos de terra que remontam aos dias atuais."” Nao muito distante de uma realidade de lutas pelos direitos, os moradores remanescentes de quilombolas da comunidade de Pimenteiras Iutam ha muito tempo pelo Lilcia. Quilombolas. Pesquisa Escolar Online, Fundagio Joaquim Nabuco, Reeife. Disponivel em: <>. Acesso em 15/02/2015 as 12.30h, ® Disponivel emt > em 16/12/2014, is 16:33h. % Atualmente destaca-se a uta do MST ~ Movimerto dos Sem Terta no Brasil ~ que eonsttui um dos maiores swovimentes aocinis do Drasil, com 15 anor de enintineia, nos 23 extados da Federugie. Maiores informagien, ‘consulta o site: btp:/aww aust org br. Pesquisade dia 01/05/2013, DOSSIE AMAZONIA 55 reconhecimento da titularidade da terra, Localizada na regitio rural da cidade de Santa Larzia do Para", a comunidade de Pimenteiras fica situada em local de dificil acesso, fator que piora muito nos periodos de chuva, causando transtornos aos moradores que ficam impossibilitados ‘a0 acesso as necessidades humanas bisicas. Segundo informagdes do IBGE™, observemos abaixo a imagem da Regidio do Guamé onde fica localizada a cidade de Santa Luzia do Pata, ‘em volta outras cidades vizinhas como Capanema, Ourém, Capitio Poco, Garrafiio do Norte, Cachoeira do Pirid e também Terras Indigenas, IBGE Com relacdo a titularidade da terra como Quilombola, o processo continua em tramite nos éraios responsiveis, os moradores da comunidade de Pimenteiras vivem a espera da validagio do processo de identificagio e reconhecimento de suas origens, valorizagio de sua cultura e direito ao territério quilombola, Segundo relatos dos moradores sobre os impasses ‘no processo, um dos pontos seria a presenga de pecuaristas e agricultores no remanescentes, de quilombo vivendo na regio e cultivando as terras, conforme os trimites do processo de titularidade, tais agricultores devem receber indenizagiio pelos espagos de terra que possuem «e, dessa forma, os moradores terem o direito de quilombos garantido pelas terras. Observemos, * Santa Luzia do Para é um municipio brasileito do estado do Pard, localizado na microrregito do Guam ¢ na mesorregiio do Nordeste Paracnse, 2p icponivel--hiiavscidados.bge gov: be/ntra/porfilphpMangSesodmun-1S065S Ancarch-jinfoge4E 1 ‘cosinforma%E74FSes-completas>> 56 NOVA REVISTA AMAZONICA -ANO VI - VOLUME 1 - ABRIL 2018- ISSN: ‘na tabela abaixo como se encontram as informagdes de forma resumida sobre 0 andamento do pedido de reconhecimento da terra na comunidade de Pimenteiras. Tabela 1. Ficha de resumo do territério ‘Nome da Tera Fimenisie ae dats) Commie) Fines Tha ‘Sana La Pat Taide da Federasio Tar Populi 2 fain Dimensio Tentorat . ‘Ftapa do process de titulagio Certidaio Fundagao Cultural Palmares ‘Superintendéneia Responsavel ‘SR O1 Pari Data da Ulina Atalizagio asow01s ‘Fonte:<> :<>. Acesso em 22/06/2015 as 9:55h, Abia do Nase ual senador da Repiblica, reescreve suas teses na década de 80, defendidas desde os ‘anos 30, quando inicia sua militincia, © seu quilombismo reivindica uma meméria anterior ao trifico © & ‘eseravizagio dos alricanos. Escreve: “o quilombismo busca no presente e no futuro e atua por um mundo melhor para os aificanos nas Américas”. Resume suas teses do quilombismo em 16 itens. © primero deles define 0 ‘quilombismo como um movimento politico dos negros brasileros visando a implantagao de um Estado Nacional Quilombista, inspirado no modelo da Reptilica de Palmares, no século XVI © em outros quilombos que cexistiram e ainda existem. Esclarece que no se trata de um modelo segregacionista, mas de um movimento que ‘edvoga o poder politico realmente democritio. que implica @ presenga da maioriaaffv-brasleira em todos 09 niveis desse poder. Veja-se Nascimento 1991: 21-26, (Leite 200, p. 339 a $40) ato, 58 NOVA REVISTA AMAZONICA -ANO VI - VOLUME 1 RIL 2018 34¢ esse sentimento com relagio a0 nome Quilombola é para muitos doloroso. Nesse ponto Leite (2000) salienta que. Enquanto ums expressio da identidade grupal,o significante “uewro” vai somando em seu percurso tudo aguilo que advém de tal experiencia, ou seja, elementos de incluso (que -mantém 0 grupo unido em estratégias de solidariedade ¢ reciprocidade), e também de segregacdo (ou seja: a desquaificagio, a depreviagdo e ‘a estereotipia). Os sentdos do termo e as experieneias nol eircunseritasrevelam sua ambiguidade: por um lado. a marginalizagio: por outro. a forga simbsliea ‘demonstrada no seu persistente poder aglutinador, vindo a configurar ow expressar uma identidade social, ¢ a nortear inclusive politicas de grupos. (LEITE, 2000, p. 34), De outro modo o conceito negativo sobre a etnia quilombola, perpassa também pelos moradores de Pimenteiras que possuem um vasto conhecimento sobre os espacos que ocupam. nna regitlo, com sua rica cultura adquitida ao longo de varias geragdes, os saberes sobre a natureza sto de extrema importincia para as diversas dreas da ciéneia, conferindo na forma pela qual pensam, classificam e utilizam seus recursos. No trajeto & comunidade, viswalizam- se fazendas com gados, campos abertos, mata fechada com grandes serras que ladeiam a regidio. Ao chegar & comunidade a presenca marcante é da natureza na sua biodiversidade e das terras utilizadas para o cultivo da mandioca, feijo, pimenta e murumuru’’, a producto, deste produto ocorre devido ao imteresse da empresa Natura pela compra do fruto. A comunidade de Pimenteiras possui uma relagdio nao somente com os conhecimentos agricolas e o cultivo de plantas, mas também com os recursos naturais ligados a estes, levando ‘em consideragao as informagoes sobre a natureza e os valores de sua cultura e tradigao local. A comunidade & uma regio de mata fechada ~ sua principal fonte de recursos naturais ~ a variedade de espécies veyetais é muito grande ocasionando uma afinidade dos moradores com ‘a natureza de forma muito intensa e ancestral; ¢ nesse encontro entre os moradores quilombolas ¢ a natureza que muitos saberes culturais locais sao desenvolvidos sem quaisquer recursos tecnologicos ou assisténcias. Esta € uma das caracteristieas que marcam a comunidade; & uma atitude de autoidentificagio e autodefinigdo da prépria comunidade enquanto grupo social particular, que produ, saberes sobre a natureza forjando de maneira inconsciente sua idemtidade cultural » Origindrio da Regio Amazénica. Ele eresce espontaneamente nas matas do Pari. encontrado a0 longo dos, ros ¢ em areas inundadas, em formagdes florestais densas ou semiaherias. © ffuto € um coco de ealoragao ‘evermelhada, Seu corogo encerra uma améndon dum que fica envolta por uma polpa amarclada, comestivel « Jevemente adocicada, O 6leo extraido da semente de murumutu possui propriedades akamente emolientes. DOSSIE AMAZONIA 59 Segundo os relatos orais da moradora Domingas'®, as histérias contadas sobre a ‘origem da comunidade de Pimenteiras vem dos relatos do pai o senhor Raimundo Cordeiro ‘que queria fazer os preparativos de pais e padrinhos”” para o batizado de uma crianga, como na comunidade nfo havia igreja ou qualquer representagiio religiosa que pudesse ajudar na preparago, 0 senhor Raimundo foi até outra comunidade chamada Fuzil para falar com © padre da regidio, devido a grande distéincia e as dificuldades durante o trajeto, o padre propés ‘que alguém da comunidade com certo grau de conhecimento pudesse fazer os ensinamentos aos moradores. No dia da celebracao do batismo, o padre foi até a casa do senhor Raimundo batizar a crianga e orientar os moradores a comegar celebragées ¢ construir um local para rezar. Deste modo, hé cerca de 40 anos uma igreja foi construida no local ¢ 03 moradores passaram a receber visitas do sacerdote més a més. A presenga religiosa fez com que a comunidade de Pimenteiras fosse entio visualizada ¢ tivesse entio sua origem. Com relago a0 nome “Pimenteira” o temo surgiu de histérias contadas por moradores que trilhavam os rios e matas da regido da Narcii es m em busca de caga e pesca formando os ranchos"® nas beiras do rio Guamé, nessas viagens levavam mantimento devido passarem muitos dias cacando, dentre os alimentos levados, a pimenta nfo podia faltar. Quando retornavam, jogavam as sementes da pimenta que traziam a beira do rio, a0 etomnarem ao local de pesca, tinham a referéncia do pé de pimenta que havia germinado, deste modo comegaram a chamar o local de igarapé da pimenta®, que com o tempo passou a scr local de moradia para cssas pessoas vindas da Narcisa, Surgiu assim o nome Pimenteira, ‘comunidade em que os remanescente de quilombola hoje vivem. ‘A partir desse contexto sobre a historia e origem da comunidade de Pimenteiras, ‘conheceremos as particularidades que marcam a vida e a cultura dos moradores que, diante dessa relagZo com a natureza, vivem e reproduzem anualmente uma manifestagio religiosa que hoje se caracteriza como o evento cultural *© f senhora e moradora Domingas ¢ uma grande fonte de informagives que contrbuin significativamente para a ‘pesquisa na comunidade de Pimenteiras. 770 excontie de preparayao dos pais padtinbws Jeve ser una autGatica obra de evangelizaye, tendo por mnt anunciar o Evangelbo de Jesus Cristo para proporcionar o encontro pessoal com Cristo na Cormunidade, esses preceitos sio da igreja Catdica, relatos do Paroco Elias de Santa Luzia do Para, © Rancho era o termo papular usado para designar a toca que eles faziam na beira do rio 1 A histria cobre @ origom do nome Pimunteira voie dos relatos inforrais da me ro puderam ser transcritas a pedido da moradora sora Dominga, tis hiotriac 60 NOVA REVISTA AMAZONICA -ANO VI - VOLUME 1 5. ALADAINHA. Comemorada em 20 de novembro, “Dia da Conscigneia Negra”, os moradores de Pimentciras iniciam um processo de valorizagio ¢ rememoragio de suas crengas religiosas. Segundo os relatos dos antigos, a celebragio & Nossa Senhora do Livramento veio antes da existéncia da comunidade de Pimenteiras, nas historias contadas pela moradora Domingas ‘tudo comegou com sua avé materna, a senhora Joana Pornusena dos Santos (in meméria), que acompanhando o marido no rogado presenciou a experiéncia de muitos perigos, 0 avé de Domingas trabathando na terra solicitou em oragdo para a Senhora do Livramento que protegesse ele ¢ a familia dos acidentes e da morte que aconteciam no rogado, como forma de agradecimento pela graga alcangada ao final dos trabalhos com a terra, 0 avo prometeu que celebraria uma ceriménia religiosa em homenagem & santa, Este gesto de agradecimento perpetuou entre as geragdes e hoje a Ladainha prossegue conservada nas maos da moradora Domingas Durante os festejos religiosos ¢ oferecido almogo aos convidados, outro aspecto interessante & que anteriormente a ladainha era entoada em latim sem uso de livros. Com 0 passar dos anos, ocorreram modificagdes como forma de aproximar os jovens da celebragi0, isto fez com que além da Ladainha, do almogo e da presenga da imagem da Senhora do Livramento, acontecesse agora uma procisslo pela comunidade, com o uso de fitas em volta da imagem, agua benta com as planias arométicas © uma fectanga a noite para a juventude participar com maior desenvoltura. Como podemos observar na imagem seguinte a imagem repleta de fitas coloridas e levada em procissto pelos moradores da comunidade. 0 dia 20 de Novembro foi eseothido como uma homenagem a Zumbi dos Palmares, data na qual lutande pela liberdade do seu pove no Drax. Disponivel em: «hips sy wsignificados, com. be/dia-da cconseicncia-negra’>> 61 Outra mudanga importante ocorrida foi a substituigdo do canto em latim pelo livro de catecismo que contém a oragtio a Nossa Senhora do Livramente, isto se deve ao fato de que 0 canto em latim nao foi transferido, perdendo-se no tempo esse jeito particular na ladainha © povo quilombola é um povo alegre, que gosta de miisica, danga e esporte, 0 canto esti sempre presente em seu cotidiano e nas festas da comunidade. A cerimonia relata a vida, as lutas e a esperanga de melhorias para os moradores. E através da religiosidade que evidenciam todo cuidado e respeito pela terra. Na Ladainha, a presenga da fé catolica vem misturada com a forga dos tambores e das cordas dos violdes. E nese conjunto de movimentos que as histérias de luta de um povo so contadas sobre a terra, a producto agricola e a identidade dos moradores que transcorrem no festeo. ‘A festa tradicional ¢ resultado de influéncias negras, indigenas e catdlicas. A comunidade corteja a santa do Livramento e as riquezas obtidas durante o ano, A atividade religiosa marea a passagem de tempo, do cultivo da terra, significando a oportunidade de reunir pessoas de diversas comunidades, conjugando {é, alegria, politica e reencontros entre 62 fami iares e amigos, que enquanto comungam os festejos, os moradores discutem futuro da comunidade. A festa popular é demorada e marcada por uma sucessiva e deliciosa comilanga, divulgando a abundancia e a fartura no ano que passou, a celebragdo é 0 momento em que ‘evocam © poder dos mais velhos, legitimam as familias, abrem espago para os mais novos ¢ transmitem experiéncias profundas. A celebragio a Nossa Senhora do Livramento tem grande significagao para os moradores da comunidade, jé que representa a f8, cultura e desejos renovados ano apés ano, assim a imagem da Santa ¢ levada em procisstio pela comunidade, durante seu trajeto recebe fitas e flores como sinal de agradecimenio pelas gragas alcangadas, apés a celebragio a imagem & colocada no centro da comunidade onde & reverenciadas por cada morador ou visitante. E um dos momento mais esperados por todos, como forma de agradecimento ¢ respeito a santa. Na Ladainha, a presenga da f& catélica vem misturada com a forga dos tambores e das cordas dos violdes. E nese conjunto de movimentos que as historias de luta de um povo sio contadas, a festividade ¢ 0 momento de grande encontro em que os habitantes contam suas histérias e encontram outros grupos remanescentes de quilombolas, é 0 momento ‘em que a comunidade de Pimenteiras é valorizada pela cultura e pelos saberes tradicionais das plantas. Esta 6 outra cignificativa particularidade doc moradores de Pimenteiras, 0 DOSSIE AMAZONIA 63 conhecimento adquirido entre as geragdes sobre o manejo e utilidade das plantas de uso medicinal. E perante tamanha riqueza de conhecimento e cultura religiosa que conhecemos outra caracteristica de suma importineia da preservago dos saberes na comunidade, os trabalhos com o bioenergético contribuiram para os registros dos saberes sobre as plantas de uso medicinal que marcaram profundamente a vida dos moradores de Pimenteiras e se tornaram uma identidade para a comunidade e seus moradores. 6, COMO TUDO COMECOU: 0 TRABALHO COM 0 BIOENERGETICO Buscar a natureza para sanar as enfermidades é um procedimento antigo que até os dias atuais persiste notadamente em comunidade e grupos étnicos, assim & comum vermos, pessous favendo uso de plantas medicinais tanto em rituais religiosos como no tratamento de doengas, por vezes € o tinico recurso terapéutico usado. Observando a cultura popular quanto 4 eficicia das plantas medicinais percebemos que hd uma divulgagdo dos valores terapéuticos das plantas mesmo nao tendo informagdes das propriedades quimicas, assim pessoas de todo © mundo mantém a pritica do consumo fitoteripico validando as informagdes terapéuticas que foram acumuladas entre os séculos sobre as plantas medicinais. Para Pinheiro (2002), 1 grande procura pelas Terapias Altemativas € resultado de varios aspectos. O que cchaina mais a atengao € que grande parte das pessoas jt passou pelo tratamento da ‘medieina tradicional ¢ ndo tiveram os resultados que esperavam. Mas quand se fala ‘em Terapia Alternativa no Brasil, & preciso esclarecer que se trata, na maioria dos ‘casos, de pritieas proibidas pelo Consetho Federal de Medicina. Apenas. a hhomeopatia e @ acupuntura sio reconhecidas como especialidades médicas. Mas, ‘alguns ramos das Terapias Alterativas eobsem dreas que a medicina convensional despreza e que, em muitos eas0s, podem ser uma tnica ¢ itil complementagio 20 tratamento convencional (PINFIEIRO, 2002, p. 16 17). © método da Bioenergética vem do processo de desintoxicagio do corpo pelo Biosatide, é um procedimento realizado através do bioteste ou o teste do anel, que revela problemas de saiide presentes no paciente, o teste possibilita que a pessoa qualificada tenha uma visio especifica de todos os pontos a serem cuidados. O tratamento é feito por base de plantas medicinais, argila, alimentag4o saudivel e banhos, 0 Biosaiide ou método do Bioenergético trata 0 corpo por completo”. ® Durante a consulta, o paciente é submetido ao teste bioeaergético onde um profissional da equipe faz um elo usando os dedos polegar¢ indicador, enquanto outro da equipe também faz um ancl em cada uma de suas maos, centzelagande oa dedes do outro. Com um arame ou metal qe condusa corente, um deles vai tocando 03 poate de checagem, « milo reagiré de forma diferente em cada novo toque. Quando tocar um érgio sadio, 0 ima seri 64 NOVA REVISTA AMAZONICA -ANO VI - VOLUME 1 RIL 2018- ISSN: 2318-1346 Conhecendo os beneficios que 0 bioenergético pode trazer, os moradores quilombolas foram orientados e criaram um projeto que pudesse realizar esse trabalho na comunidade, pois alguns moradores j4 possuiam conhecimento sobre o uso das plantas medicinais. Muitas plantas nativas e caseiras foram cultivadas ¢ catalogadas nesse periodo, as pessoas que foram preparadas por meio do curso de bioenergético ficaram estudando pelo CEDENPA. Estas pessoas adquiriram diversos conhecimentos, dentre os quais de saber qual doenca havia no corpo de alguém. Contudo, com o passar dos trabalhos, ocorreram desarmonias ¢ as pessoas a frente das atividades foram perdendo © empenho e, por fim, no continuaram com os trabalhos & aos poucos pararam de executar 0 bioenergético na comunidade. Hoje, muitos moradores sentem, falta ¢ tém necessidade de serem cuidados pelo uso das plantas. © local foi equipado com geladeira, armério, fogio, mesas e, especialmente, um catdlogo com as amostras ¢ os nomes das plantas colhidas pelos moradores da comunidade para a pritica do trabalho com o bioenergético. O catilogo com amostras das plantas nativas caseiras da comunidade de Pimenteiras é um acervo rico de informagSes relacionadas com a biodiversidade da regio, os nomes estio escritos de acordo com saber que os moradores ossuem o que traz maior qualidade nos estudos sobre os termos das plantas. Observemos algumas plantas como a canela ¢ a vinagreira dissecadas de forma tradicional e arquivadas no catdlogo. ‘mis: Disponivel: . 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