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Aten Wa CluLca s = 5 hidrogénio pode fazer cot Carl Sagan” Saar A curiosidade humana pelo céu atravessa nossos registros histéricos desde os tempos mais remotos, perpassando diferentes culturas. Movidos por esse interesse, tentamos compreender o Universo ha milénios - e no futuro nao sera diferente. E por isso que a Astronomia, sendo a area que estuda os astros e corpos celestes, é frequentemente considerada a mais antiga das ciéncias. Foi por meio da observagao dos movimentos celestes que comegamos a marcar 0 tempo, e pelas constelagdes do céu que fomos capazes de nos localizar ~ muito antes de existirem as tecnologias com as quais contamos atualmente. Iniciamos os estudos astronémicos, precursores da ciéncia, identificando padroes repetitivos dos A partir dai, passamos a construir modelos que buscavam expressar a estrutura do Universo. No Ensino Fundamental, estudamos os fenémenos astrondmicos (eclipses, estagdes do ano, etc,), a classificacao de diferentes corpos celestes (estrelas, planetas, satélites) e os modelos estruturais do Universo. Agora, conheceremos com mais profundidade a Cosmologia, que busca, além de explicar a estrutura do Universo, fornecer respostas sobre sua origem e evolucao. Entretanto, antes de conhecer novos conceitos e ideias, é imprescindivel retomarmos alguns conhecimentos que abrem caminho para essa aventura. Vamos 14? * VITORIO, Tamires. 20 frases de Carl Sagan para entender mais sobre a Terra, ‘.e5pagoe a humanidade, Disponivel em: hps:/examecomyclencia/20-tases- de-car-sagan-para-entender-ais-sobre-a-lera-0-espaoo-e-a-humanidadey ‘Avesso em: 14 mar. 2022. 6 Bsa 2 i A Somos um exemplo do que 0 15 bilhOes de anos de evolugao césmica. movimentos celestes ¢ especulando sobre sua natureza. eMTaCNT2O1 @00 Bil Para voc8, 0 que ¢ Astronomigg Pessoal. @00 Que evidéncias temos, atualmente Astronomia faz parte da atividade tempos pré-hist6ricos? A preservagio de monumentos e construe cua estrutura est elacionada ao movimente na determinado cco. € 0 caso de Stonehenge pons C2 ques Puma eye 1@@ lual é nossa localizagdo no Universo? Planeta Terra < Sistema Solar < Via Léctea (gala Local < Superaglomerado Local < vee oar eo ECite alguns fendmenos existentes em nossa vida que podem ser explicados por estudos te Astronomia. Duragdo do dia (dias e noites), duragao de um més fas Lua), duragéo de um ano (estagGes do ano), mars e luais foram os dois principais modelos i estrutura do Universo até o séulo XX? Gil mais importante diferenga entre eles? Modelo geooéntico e modelo neliocénio, OTOH, ‘geocéntrico colocava o planeta Terra come oe enquanto 0 modelo heliocéntrico atribula ess®| bas Rae ets US Pep asian Ce een ot ilratn testo iste > Discutir o papel da observacao Seemed irate (MeL iret aig ‘cientificos sobre o Universo. faerie praise tostet ie | Deere ee erties Riera tryreeret ence Newton. om soiatyati ae ideias e teorias CSU aM eh Tao Cy s do Livro didético apresentam diferentes niveis complexidade. Confira abaixo a legenda qu mpanha as stOes Assimilagao Aperfeigoamento @@® Aprofundamento (190-125 a.C.) € UM dos principais nomes da Astronomia gre- 9a, sendo considerado o maior astronomo da era _pré-crista. Realizou observagées durante muitos anos no observatério que construiu na ilha de Rodes. A partir dessas observagées, Compilou um amplo catélogo com a posicdo no céu € a magnitude de 850 estrelas, criando Seis categorias para a magnitude das estrelas relacionadas a seu brilho. Nessa escala, que vai de 1 a6, 1 seria a estrela mais brilhante; e 6, a mais fraca visivel a olho nu. Entre suas contribuigdes também esté a de- _ dugao correta da diregao dos polos celestes e _ até mesmo o movimento de precessao (a va- riagao que ocorre na diregao do eixo de rotagdo _ da Terra por conta da influéncia gravitacional da _ Lua e do Sol), que leva 26 mil anos para com- pletar um ciclo. A deducao do movimento de precessao foi | possivel pela comparacao das posigoes de di __versas estrelas com o que havia sido cataloga- do por Timocharis e Aristyllus de Alexandria, Bs cerca de 150 anos no passado. ____ Além de seu amplo catalogo de estrelas, da E Classificagao da magnitude estelar e da deducdo _ da diregao dos polos celestes e do movimento bes de precessao, Hiparco deduziu o valor correto (8/3) da razao entre o tamanho da sombra da Terra e o tamanho da Lua, deduzindo também ue a Lua estaria a uma distancia de 59 vezes raio da Terra, muito préximo do valor consi- derado correto atualmente (60). Por fim, deter- , -minou a duracao do ano com uma margem de erro de apenas seis minutos. __ Astronomia grega que antecedeu Hiparco nao tinha pretenses preditivas, ou seja, nao -Duscava prever acontecimentos futuros — mas _ ele foi inovador nesse sentido. Algo importante _ sobre Hiparco é que, a partir de seus estudos, 0s conhecimentos astrondmicos passaram a capazes de invalidar sistemas filos6ficos, uanto antes s6 “serviam” a visdes filos6- as ja estabelecid , que eram consideradas (276-194 a.C.) é amplamente conhecido por ter sido 0 primeiro a medir 0 diametro da Terra, corroborando sua forma esférica. Atuou como bibliotecario e diretor da Biblioteca de Alexandria de 240 a.C. a 194 a.C. A medigao do diametro da Terra foi possivel por sua percepgao de que, na cidade egipcia de Siena, no primeiro dia do verao, ao meio-dia, a luz solar incidia perpendicularmente a Terra. Porém, 0 mesmo nao ocorria em Alexandria: medindo o tamanho da sombra de um bastao na vertical, Eratéstenes observou que, nesta localizacao, no mesmo dia e horario, 0 Sol estava situado a aproximadamente sete graus mais ao sul. Tendo conhecida a distancia entre Alexandria e Siena, desenvolveu célculos relacionando essa distancia aos 7 graus, para entao obter a circunferéncia total da Terra, equivalente a 360 graus. Como Eratdstenes utilizava a unidade de “es- tadios” para a determinacao da distancia, ndo se sabe com exatidao o valor que obteve, uma vez que essa unidade variava entre 156 e 210 metros. Porém, com base na andlise de muitos de seus trabalhos de medida, pode-se concluir que tenha chegado ao valor de 39700 km para o diametro da Terra, sendo esse resultado incri- velmente proximo ao valor atualmente aceito (40 0008 km). Lic ilosenltee OK Eratéstenes de Cirénia Alexandria yy Siena Raios solares Terra nao nana Alexandria (884-822 0.6.) 6 um dos prensa: ores antigos Mais famosos, tendo desenvolvida umn sistema de mundo Que deu inicio A tradigho aristotélioa de pensamento — seguida, con plomentada © aporteigoada por muitos outros estudiosos. Ofereceu uM Modelo cosmologico-astrondmico baseado no Modelo de um de SOUS pre: Gecessores, Eudoxo, “unificando’ os obs de cada planeta em um dnieo, Fry Foz isso por meio do aumento de esteras conctntricas, sem, No entarto, Conseguir expticar a variagio de brilho dos planetas. Segundo seu mo- { elo, © Universo seria estérico e finito. Explicou que as tases da Lua { Sao determinadas pela incid@noia de luz solar na face da Lua que esta voltada para a Terra. / Aristoteles também ofereceu uma explicagao aos eclipses: o solar 4 Ocorre pela passagem da Lua entre a Terra e 0 Sol; jé 0 lunar, quando a Lua passa pela sombra da Terra, Aristoteles argumentou a favor da. esfericidade do nosso planeta, jque a sombrada Terrana Lua durante um eclipse lunar 6 sempre arredondada. Aristoteles sequiu a tradigao de Tales de investigar 0 Substrato, 0 principio de todas as coisas — aquilo que permanece na mudanga. Embora 0 principal foco de seus estudos nao tenha sido o desenvol- ‘ » vimento de modelos geométricos do Universo, Aristoteles tinha 0 abje- \) tivo de criar uma estrutura filosofica € metafisica fundamental para as ciéncias, entre as quais estava a Astronomia, Assim, tratou algumas dis- CUssOes astrondmicas no intuito de fornecer uma ideia geral para possi- ye bilidades cosmolégicas em seu proprio sistema de mundo, ‘ Vale ressaltar que, para Arist6teles -—e em toda a tradigao grega —, ha- via uma divisdo entre o mundo supralunar (acima da Lua) — 0 “reino dos, céus”, onde tudo seria Perfeito; ¢ o mundo sublunar (abaixo da Lua, onde esta a Terra), em que nao ha a mesma Perteicdo. Segundo essa divisdo, Esses dois mundos nao seriam regidos pelas mesmas leis (nao se falava, Portanto, em leis universais). tua Terra Venus Sol Marte = AristOteles exolicava 0 Wie eR ae baie. | f (ca, 624-546 a.C.) 6 geralmente cons | derado um dos primeiros nomes importantes quando pensamos em Ciencia - especialmente em Astronomia -, por ter iniciado a tradi- Gao de buscar explicagdes para os fendmenos com base na razao. Acredita-se que Tales ja sabia que eclipses solares eram causados pela interposi¢ao da Lua entre o Sol ea Terra, e que a Lua nao tinh luz pr6- pria. Atuou como introdutor, na Grécia, dos fundamentos egipcios da Geometria e da Astronomia. Tinha a concep¢ao de que a Terra era um disco em uma ampla extensao de agua. Com os conhecimentos atuals, essa concepcao jd foi superada. Ra KO. Astronomia ocidental: dos gregos a Newton a ‘Chines Cone (ca. 572-497 aC.) _ foi um dos primeiros a postular 0 formato esférico da Terra, junto a Hesiodo. Para esse fildsofo, assim como a Terra, a Lua e outros corpos celestes eram esféricos, sendo que os planetas, o Sol e a Lua seriam trans- portados por esferas separadas da esfera celeste, que carregava as estrelas. Essa concepcao foi chamada de “Universo de duas esferas”, que permanece como es- trutura fundamental para a maioria dos modelos cos- molégico-astron6micos que antecedem Copérico. Segundo Pitagoras, o principio das coisas é 0 ni- mero. Isso nao significa que as coisas sejam feitas de ndmeros, mas que tudo na natureza apresenta relagdes numéricas. Pitagoras deu inicio ao uso da palavra “cos- . mos” para se referir a um cardter ordenado do Universo, em que haveria uma harmonia universal, no sentido de poder vislumbrar relagdes numéricas em tudo. Tal _ harmonia, ainda que inatingivel pelos sentidos, estaria | disponivel e compreensivel para a razao. Vale ressaltar que, nessa época, o conhecimento nao era dividido em | disciplinas, como atualmente — talvez vocé se lembre de ter estudado Pitégoras nas aulas de Matematica ou Filosofia, nao é mesmo? shat api Oa Os nomes gregos aqui presentes foram retirados do primeiro capitulo do livro Astronomia e Astrotisica, de Kepler de S. Oliveira Filho e Maria de F Saraiva, exceto o de Hipatia, ‘2. nTRODUGHO AasTRONOMA 13 18 | Aprotundanonn af Astronomia indigena Ha uma area de pesquisa chamada Bthonstronomia, que estuda as concepedes astrondniicas de varios povos, F interessante destacar que os povos indigenas da América {incluindo o Brasil) também tinham sua propria astronomia, Quando falamos em “astronomia indigena’, transmitimos a ideia de um tinico sistema de saberes, generalizado para todos. No entanto, em nosso pais temos diversos povos origindrios e, portanto, uma variedade de saberes astronémicos. Da mesma forma, ao abordar a Astronomia e a Fisica a partir de um olhar ocidental, estamos nos referindo a um tipo especifico de conhecimento — que nao sera tinico, pois diferentes culturas podem ter diferentes valores na construgao do conhecimento, o que é bastante perceptivel por meio dos estudos da Etnoastronomia. A impessoalidade e a universalidade do conhecimento, bem como a tentativa de criar teorias cientificas explicativas universais e totalizantes, sao valores tipicamente ocidentais. A empiria, ou seja, a fundamentac¢ao dos conhecimentos com base na experiéncia, pode ser considerada um valor compartilhado por povos originarios e pela cultura ocidental. No entanto, o sentido que adquire é completamente distinto nos dois contextos: LN ES a ae ed et controle da natureza, ¥ alorizando a “reprodutibilidade’, ag Culturag indigenas se entendem tipicamente ¢ ‘omo parte da Natureza, sem : pretensio de cont rold-la, mas compreendé-la Rosas diferengas tho fundamentals na forma de conhecey eu relacionar com a natureza podem ser um desafio para cOmpreen, os saberes de outras culturas, Porém, ¢ onhecé-las é 'MPrescindyyel, inclusive para desnaturalizar ¢ questionar a ciéncia dominante de” maneira construtiva, compreendendo seus limites € pensande em como pode se tornar mais inclusiva respeitando, reconhecende, e nao silenciando saberes que transcendem seu dominio, Para ilustrar quao surpreendentes sao os saberes astronémicos dos povos indigenas, podemos explorar a asttoniomita tupinamba, Os ‘Tupinambé, que nao existem mais, pertenciam a familia inguisticg tupi-guarani e habitavam o estado do Maranhao no século Xyqp, Conheciam amplamente os astros ¢ as estrelas, tendo denominacies préprias para eles, inventadas por antepa sados. Entre elas, est4 constelagao do Homem Velho, chamada por eles de Tuyvaé, Os relatos de Claude D’Abbeville evidenciam que os tupinambas jg relacionavam as marés as fases da Lua, distinguindo as marés cheiag na lua cheia e na lua nova, antes mesmo que tais fendmenos tivessem, suas causas conhecidas pela ciéncia ocidental. Porém, a astronomia indigena nao se resume a conhecimentos e historias do passado. O professor Germano Afonso, por exemplo, dedicou sua carreira a pesquisar a astronomia de povos originérios dg Sul do Brasil, como os Guarani. Certamente, ha muito o que aprender sobre a astronomia indigena! ere Astronomia indigenn 118 (the drwe ale preweyts Vuartiacte Pt yveimet reorvenresi ie eee as CaNcepetic aetrenOritticws de vidrine pe F Witereesante destacar que e PO indipenas da Ameért Cirechuir © Breall) também tintham etis propria astronomia Quando falamos em astronomia indipen transmitimos o ideia de urn tinico sistema de saberes Reneralizado para todos. No entahto, em Noxso pais temos diversos povos origindrios ¢ portanto, uma variedade saberes astrondmicos Da mesma forma, ao abordar @ Astronomia ¢ a Fisica a partir de um olhar ocidental estamos nos referindo a um lipo especifico de conhecimento = que nio sera tinico, pois diferentes culturas podem ter diferentes valores na construgio do conhecimento, o que é bastante perceptivel por meio dos estudos da Etnoastronomia A impessoalidade ¢ a universalidade do conhecimento, bem como a tentativa de criar teorias cientificas explicativas universais ¢ totalizantes, sio valores tipicamente ocidentais. A empiria, ou seja, a fundamentacio dos conhecimentos com base na experiéncia, pode ser considerada um valor compartilhado por povos originarios e pela cultura ocidental. No entanto, o sentido que adquire é completamente distinto nos dois contextos: Cee leg aig 4 _ ictal af nitreile As nuuteren rirando 4 “reprodattlidadd, og b ce iden we extender tigicamnente como parte da eatupgy, prite he ras comepreendt-la & Sty 9 ' ferencast diumentats na forma de conheeey g | , ‘ “ lacunar com revs podem ser am desato pata en auheres de out tures. Porém, conhect las 6 impresrgeeer inch , rralizat e questoomar 2 citncta dominant manvira construtiva, compreendendo sews lirites © pentane ox omo pode ve tornar mais inclusiva - respeitando, reconheeen nho silenciando saberes que transcendem seu dominio, e Para ilustrar quéo surpreendentes sdo os saberes astrondieny dos povos indigenas, podemos explorar a astronomia tupinvagp Tupinamibé, que nao existem mais, pertenciam 4 familia Fire tupi-guarani ¢ habitavam o estado do Maranhdo no século XVfy strelas, tendo denominacées proprias para eles, inventadas por antepassados. Entre elas, tag Conheciam amplamente os astros e as constelagéo do Homem Velho, chamada por eles de Tuyvad, Os relatos de Claude D’Abbeville evidenciam que os tupinambjg m as marés As fases da Lua, distinguindo as marés cheiag na lua cheia e na lua nova, antes mesmo que tais fendOmenos tivessem suas causas conhecidas pela ciéncia ocidental relacionay Porém, a astronomia indigena nao se resume a conhecimentos ¢ hist6rias do passado. O professor Germano Afonso, por exemplo, dedicou sua carreira a pesquisar a astronomia de povos origindrios do Sul do Brasil, como os Guarani, Certamente, ha muito 0 que aprender sobre a astronomia indigena! But GNSS OSR Rena MSs RUE MCSE UI ee in dL Mane eet Co Nae AC Seem ete eM Osc eee Once Ca Oue uke eu y ag Me ee ear CM MR uC Ce Ree ad BE aU SIC icc se Ue vet eM ad UC UE WCC OUT altel Emboraa sintese historica de longos perfodos seja injusta, pelo fato de omitir alguns Nee eee Re oi ICMORe UsReueragl ca uc ECTS CSE mu econ en Stn iil en Nossa linha do tempo se inicia na Grécia Antiga; porém, vale lembrar que até mes- Led Ul eed eu se Sauls cnc em (steele MR Ome Men ute ee cenit Crees Mec Rete m a cst aL PR SONU EUROS ce oy esha. it dd Por meio de estudos histéricos, sabemos que devemos a marcagao do tempo a diversos Povos antigos que desenvolveram calendarios: egipcios, babildnios, chineses, judeus, romanos € gregos antigos. Os calendarios sao baseados no movimento dos astros. Os egipcios, por exemplo, jé marca- vam a duragao de um ano como equivalente a 365 dias, tomando como base a enchente anual do Rio Nilo. O ano é determinado como o tempo que a Terra leva para dar uma volta ao redor do Sol (movimento chamado de translagao). Ja os meses sao delimitados pelo movimento da Lua, conforme o tempo que ela leva para dar uma volta ao redor da Terra. Alguns povos desenvolveram calendarios lunares, como os romanos € os chineses. Outro aspecto importante em nossa localizagdo temporal é a delimitacao dos dias, que tam- bém nos permite compreender o fendmeno dos dias e das noites: o periodo de aproximada- mente 24 horas que a Terra leva para dar uma volta completa em torno de seu prdprio eixo (movimento chamado de rota¢ao). owe Rc en) ear BL) que representam a forma como conseguimos marcar 0 tempo, Teen eseste es STU ELLE SL ORC RES Terra leva para dar Cee em tomo do.Sol 23 INTRODUGAO A ASTRONO “iti? 0 projeto da SpaceX de usar os dispositivos para levar a internet ao mundo todo poderia mudar a ima- gem do céu noturno 0 mundo da Astronomia entrou em estado de alerta devido aos planos da empresa aeroespacial SpaceX, fundada pelo biliondrio Elon Musk, de colocar em drbi- ta uma constelagao de cerca de 12000 satélites antes do fim da proxima década. 0 projeto, bati- zado de Starlink, permitira cone- xdes da internet em praticamente qualquer ponto do planeta, mas também podera alterar irremedia- velmente a visdo das estrelas para toda a humanidade. Existem hoje cerca de 18000 ‘Objetos de mais de 10 centimetros orbitando a Terra. Desse total, 2000 ‘Sao satélites em funcionamento e 0 resto & lixo espacial: satélites desa- tivados, sucatas de foguetes e frag- mentos procedentes de colisdes e acidentes. De todos esses artefatos, apenas cerca de 200 podem ser ob- servados a olho nu. Os planos de Musk significa- riam quase duplicar 0 niimero de objetos na Orbita baixa da Terra, onde “habitam” a Estagao Espacial Internacional (ISS) e 0 telescépio espacial Hubble. Outras empresas, como Amazon, Telesat e Oneweb ja anunciaram sua intengéo de Criar constelagdes similares, cada uma delas formada por milhares de satélites. Portanto, é possivel que dentro de 10 anos vejamos no céu noturno mais satélites artifi- ciais do que estrelas. BARBUZANO, istrGnomos $e. 12.000 novos satéliles ve em hts brasil elpaiscom/brasil/2019/06/14/ teonologia/1560505253_254987.himl, Acesso em: 25 jan. 2022 e [As Fotografias notumnas com grande tempo de exposi¢ao permite inovimnto dos asros em relaglo a Tera. Observando a imagarn identiticar 0 destocamento de satélites artificiais @ de a , as possiveis trajet6rias dos s 7g Em geral, 0s satélites realizam traetrias em diregbes diferentes daquelas feitas pola ‘maioria dos astros, por terem sido colocados em drbita pelo ser humano, @ Com base na leitura do texto e na imagem, quais sdo os beneficios e maleficios coletivos que 0 projeto Starlink oferece a sociedade? Como vocé se posiciona sobre essa quest40? ‘A poluigdo luminosa causada pelos satéites Starlink pode acarretar um atraso tecnolégico e se tomar um enorme empecilho para pesquisas da drea de Astronomia. Por outro lado, a intengao de oferta de internet a todos também, conversa com a democratizagao do acesso as tecnologias pela sociedade. A opinigo 4os alunos ¢ pessoal, mas deve ser pautada em argumentos valid, ma Pessoas observando os astros no oéu & noite Céu noturno da cidade de Brasilia, no Distrito” Federal, em que os astros sao pouco visiveis TOM eno camo EEO EU OME) —_—— | 9 | Gabaritos (- a poluigao luminosa, é correto afirmar que: ‘a) E inevitavel, estando presente em todas as Civilizagées. b) Ocorre mais comumente em cidades pouco populosas. c) E necessdria para que seja possivel a iluminacao noturna. xd) Pode e deve ser evitada, de forma que a geragao de energia luminosa seja sempre direcionada, unicamente, a0 que se deseja enxergar/iluminar. ) Facilita a observacao dos astros no céu. @ desenvolvimento ea tee ilizagdo de tecnologias ientificas, além de demandar um eximio dominio do conhecimento técnico (e, portanto, a formagao de bons profissionais), muitas vezes exige grandes esforgos financeiros € politicos. E o caso do projeto Event Horizon Telescope (EHT), que criou um grande conjunto de telesc6pios no intuito de formar uma rede global de fadiotelesc6pios, permitindo observar ambientes nas imediagdes de buracos negros — 0 que nao era possivel Com as tecnologias até entao existentes. Sobre o assunto, analise as afirmagdes: O desenvolvimento de tecnologias cientificas custa caro € no oferece retorno algum para a sociedade. |. O avango da tecnologia permite que observemos € percebamos fendmenos que escapam a nossos sentidos. | Otelescépio espacial Hubble é um exemplo de tecnologia que permitiu a construgdo de novos. conhecimentos cientfficos. Estdo corretas: a) Apenas a afirmativa |. b) Apenas as afirmativas le Il c) Apenas as afirmativas |e Ill, xd) Apenas as afirmativas Il e Ill. ) As afirmativas |, 1! Ill @OO £Lementos histericos de Astronomia 3 Com base nos estudos de elementos histéricos da Astronomia na Grécia, assinale com X as afirmacoes verdadeiras e corrija as afirmagoes falsas. a) (x) Para Pitagoras, todas as coisas que existem apresentam relacdes numéricas que podem ser desvendadas pelo uso da razo. 6 Bron A = EMI3CNT201, EM13CNT204, EM13GNT205, EM13CNT301, EM13CNT308, ee : b) (x) Arist6teles forneceu explicagOes para as fases da Lua, os eclipses solares e 0s eclipses lunares,. c) ( ) Aristarco foi o primeiro a propor que a Terra orbita 0 Sol, tendo sido bastante prestigiado por sua contribuigdo em seu tempo. d) ( ) Embora Eratéstenes tenha desenvolvido um método inovador para a medicao do diémetro da Terra, seus resultados estavam muito distantes dos valores corretos. ) ( ) Hiparco desenvolveu um amplo catdlogo do movimento dos planetas. f) () Aprincipal obra de Ptolomeu, constituida por 13 volumes, apresentava apenas suas ideias pessoais e originais g) ( ) Para resolver o problema do movimento tetrégrado dos planetas, Ptolomeu desenvolveu um modelo cosmolégico heliocéntrico. 1@ Firs Analise as proposigdes a seguir sobre as principais caracteristicas dos modelos de sistemas. astronémicos. |. Sistema dos gregos: a Terra, os planetas, o Sol e as estrelas estavam incrustados em esferas que giravam em torno da Lua. |, Ptolomeu supunha que a Terra se encontrava no centro do Universo € os planetas se moviam em circulos, cujos centros giravam em torno da Terra. Ill. Copérnico defendia a ideia de que o Sol estava em Tepouso no centro do sistema e que os planetas (inclusive a Terra) giravam em torno dele em 6rbitas circulares. IV. Kepler defendia a ideia de que os planetas giravam em torno do Sol, descrevendo trajetérias elipticas, e 0 Sol estava situado em um dos focos dessas elipses. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas | e IV sao verdadeiras. b) Somente a afirmativa Il é verdadeira. Xe) Somente as afirmativas Il, Ill e IV sdo verdadeiras. ) Somente as afirmativas Ill e IV sdo verdadeiras. e) Somente as afirmativas Il e Ill sdo verdadeiras. (Gb Coloque CERTO ou ERRADO na frente de cada uma las afirmacGes abaixo, a) CERTO Galileu observou que a Lua tinha montanhas € crateras, € o Sol tinha manchas escuras. b) CERTO Galileu descobriu que a Via Lactea era constituida por uma infinidade de estrelas. ¢) GERTO Galileu descobriu que Jépiter tinha quatro satélites. d) GRRADO ____ Galileu inventou a luneta astrondmica. e) CERTO Galileu observou as fases de Vénus. @e0 RO PAA Qual 6 a relacdo entre a nossa localizac4o espaco-lemporal e os conhecimentos { al Gom base nos estudos realizados, astronémicos? \Arplique, com suas proprias Pere ° Pies Por meio do reconhiecimento dos ciclos dos movimentos dos astros. Jé em palavras: termos de localizacao, também é por meio do reconhecimento das estrelas na esfera celeste que a corseguimos ideniicaros pont cardeais Seagate Os planetas descrevem orbitas elipticas em que 0 Sol ocupa um dos focos, (Giese as colunas, preenchendo os parénteses com a alternativa que representa 0 fendmeno astrondmico indicado: b) A2#lei de Kepler. ‘linha imagindria entre 0 Sol e 0 ponto da ee Cy ()ANO Ota dou oro see een a) (3) Tempo que a Terra leva para completar um ciclo de translagao. periodos iguais. b) (+) Tempo que a Terra leva para completar um ciclo de rotacao. ¢) (2) Tempo que a Lua leva para completar um ciclo inteiro de translagao. d) (3) Tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol. c) A3? lei de Kepler. e) (2) Tempo que a Lua leva para completar uma volta completa ao redor da ‘#20 entre 0 quadraco do periodo T de érbita de um planeta eo cubo do raio médio Terra R de sua érbita resulta em uma constante f)_ (1) Tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno de seu _—lda para todos os demaisplaneias daquele proprio eixo. | 8| Gabarito seena @00 [Sobre aspectos hist6ricos da Astronomia na época da Grécia Antiga, assinale V q para as afirmativas verdadeiras e F para as afirmativas falsas, corrigindo as no d) A lei da gravitacao universal de caderno quando necessario. Newton. a) (F) Tales de Mileto seguiu com a tradi¢ao de fornecer explicagGes divinas pie ara ae ee oa eae para fenémenos natura. ivrsantt proporonagoqatado da b) (v) Pitagoras foi um pensador que, além de se dedicar ao estudo do distancia Universo, também ofereceu contribuigdes aos campos da Matematica e da Filosofia. c) (F) Pitégoras estava preocupado, exclusivamente, com fendmenos que eram percebidos por nossos sentidos. ) (F) Arist6teles ndo desenvolveu um modelo para o Universo. e) (F) AristOteles acreditava na existéncia de leis universais, validas para quaisquer fendmenos em todo 0 Cosmos. )_ (v) Aristarco desenvolveu um método para determinar distancias relativas do Sol e da Lua a Terra. g) (v) Uma das principais contribuigoes de Eratéstenes foi a medida do 5 rando a concepgdo desta como um planeta 4, a) Tales de Mileto iniciou uma nova alametro da Terra, corrobo oncepye DI tradigdo de buscar explicagdes aos fendmenos esférico. naturais com base no uso da razao. 4 assificagao da magnitude das estrelas em seis ©) Pitagoras acreditava na existéncia de fh) (v) Hiparco criou uma classificag ig uma harmonia universal que, ainda que niveis. inatingivel aos sentidos, estaria disponivel e i i ziu 0 movimento de precessao e a diregao dos polos ‘compreensivel para a razao. i) (v) Hiparco deduz pI 4) Arist6teles desenvolveu um modelo. EO UC) celestes. ‘geocéntrico para o Universo, unificando os }) (F) Aprincipal obra de Ptolomeu € conhecida como De nova estrella. sistemas de cada planeta em um inico, i €) Aristoteles relizava uma divsao entre os k) (v) O modelo cosmol6gico de Ptolomeu € considerado parte da tradigao ‘mundos sublunar e supralunar, para os quais aristotélica. nao eram validas as mesmas leis, 1) (v) Especula-se que Hipdtia de Alexandria tenha antecipado em mais de mil 1 de Ptolomeu € conhecida anos uma das ideias mais importantes de Kepler: as Orbitas elpticas. ALINTRODUGHO AASTRONOMA 25 Atualmente, a idein de helioventriene, coin 0 Sel no centro do Universe, wile ¢ mate oa Universo é compote de divereos wivterias & galaxias, Logs, to fvkxinve, podemion diver apne ‘ie centro de Hoxso alstena planetario. "Sol og, 171 Choaniiiharinnite # abijetives dy dtividnde PMISGN TSO), PMAON TONY, PMI SONTSOS, EMI SONT IOS Nas dltimas paginas, apresentamos win resumo de elementos importantes na histéria da Astronomia. Porém, cada um dos personagens apresentados percorreu caminhos muito mais complexos do que foi exibido neste material, também gerando diversas outras contribuigées, FD evartamento da maior quantidais nomes de estudionas que tenham « ' ete contri desenvolvimento da Astronomia ata 4 poe : FER Escolha justiticada de um dos persn 7 encontrados, preferenciaimente DO hye) oy at C%, Além disso, trouxemos apenas apresentado neste livro a om 4 > TNT i alguns nomes que se destacaram idvel & (INC ‘ aa ered alli Bp MB Seieio oa eee coe 4 fj nes f VE hist6ria € as contribuigdes cientifi 7 4 Nag _” importante destacar que os escolhido. 8 esta S conhecimentos cientificos nao sao DEB Avaliacao do nivel de reconhecimento que ofa) estudioso(a) obteve em sua carreira, identi 0s motivos que levaram a sua valorizagdo oy apenas a soma do trabalho de génios isolados, mas resultado de uma atividade coletiva, colaborativa e multifacetada. Varios outros nomes merecem destaque e reconhecimento. Conhecer suas historias, para além de uma valorizagao de suas contribuigées a Astronomia, também permite que tenhamos um conhecimento mais profundo e critico sobre esses contetidos. Por isso, propomos a realizagao de uma pesquisa com as seguintes etapas: desvalorizagao. Elaboracao de um texto, sequindo as normas d escrita académica (com citagdes e referéncias), sobre histOria do personagem escolhido e suas cont : a ciéncia, a ser compartilhado com os co! professor. a 21, Lunetas, radiotelescépios e telescdpios refletores e refratores sao instrumentos de observacdo que permitem a ampllarag da visao do céu, permitindo ver mais longe e em maior detalhe em relacao a visdo humana “natural”. Sextantes ¢ quadrantes permitem “medir” a localizagao de determinado astro, seja para Tegistra-lo pela observacao ou para encontra-lo. Cartas celest 1) $ um dos. nomes mia ) “fortemente atrelados A. revolu- gio cientifica @ 4 ciéncla moder- na. Defensor do hellocentrismo, Galileus teve um papel politico ¢ de divulgagéo muito importante ‘para a difusdo das novas ideias que circulavam no meio cienti- fico. Entre suas contribuigdes “para @ Astronomia, destaca-se 0 uso da luneta para a observagao - dos astros. Embora a luneta (ou telescépio) nao seja sua criagao, _ tendo sido desenvolvida para fins militares por Hans Lippershey, a “Genialidade de Galileu foi montar Seu proprio telescdpio e direcio- ‘Nélo ao céu. Com isso, observou ‘quatro maiores satélites (luas) de Jdpiter; conseguiu perceber os anéis de Saturno e, ainda, analisar lanchas solares. Todas essas observagGes tra- indicios que se ccontrapu- -nham a tradigao aristotélica de “perfeigéo” do mundo supralu- far, Galileu defendia o papel da servacdo e da empiria na ati- Vidade cientifica, caracteristicas seriam vistas como centrais na ciéncia moderna, chegando "a ser considerado por muitos 0 “pai do método cientifico”. Trouxe importantissimas contribuigdes a ica — nao apenas no ambito da ronomia, mas também no es- lo dos movimentos (sobretudo em planos inclinados). Pubcon em 1632, 0 livro Didlogo sobi ey ntos que o faziam ser arte a ) segundo. 0 livra foi conside- | Tmt MY NCC MOcee sinew vers DIALOG GALILEO Gay SHO otter unc 2 Fly amas GRDVCA, DI TOSCANA, etree te ns =o upon et ‘cow Pas 26 FOREN2, Pe Gi ad MCE ‘EN ETB eae Cy Réplica do mais antigo telescdpio alibuido a er Tur MR sk WO LOE stose (sir rei Bl ste, que levam om Por meio do estudo meticu los catalc ar trouxe mais for éntrico ao fornecer matematic e nao circular se acredita uziu tos na Optic eao de imagem no olh ‘A brbita don plantas 6 uma elipse, ‘6m que 0 Sol ocupa um dor foo0s, ae > ue ‘Alinha imagindria que liga 0 Sol a planeta que 0 orbita varre 4reas iguais em intervalos de tempo iguais. A razio entre 0 quadrado do periodo e 0 cubo do raio médio da drbita de um planeta é constante, AL INTRODUGAOAASTRONOMLA 21 Dt nya desenvolvidos ¢ utilizados aN eed CF) Catalogacdo da posi¢ao de corpos celestes: sextante Eee, ng Wier) UOLIeU EN sao aM My hibrido, em que a Lua ¢ o Sol orbitam a Terra, mas todos os demais planetas orbitam o Sol ie JES 15 (4473-1543) fol um dos _ primeiros responsdvels pela ruptura com a bem estabele- -cida e secular teoria geocdntrica, segundo a qual a Terra _ estaria no centro do Universo. A Revolugéio Copernican assim nomeada em fungao do matematico @ astronomi | polonés, mudou as estruturas de nosso conhecimento @ abriu caminho para a ciéncia moderna. Copérnico fol, as- - sim, 0 primeiro de seu tempo a criar um modelo para o ‘Universo que tivesse 0 Sol em seu centro (heliocéntrico), i No entanto, segundo Copémico, esse modelo era enas uma hipotese para poder caloular 0 movimento dos astros com exatidao, e nao tinha a pretensao de afir- Mar como 0 Universo é ou nao na realidade. Para ele, 0 ‘papel do astronomo nao seria procurar uma teoria que espondesse 4 realidade (que fosse verdadeira) sem preocupar com as causas dos fendmenos observados, as conseguir uma base correta de calculo que pudesse ever e explicar 0 que se observava. Com base nisso, formulou a hipétese de que a Terra, im como outros planetas, movimentava-se ao redor Sol, com 0 intuito de prever de forma bem-sucedida movimentos celestes. Mesmo sem a intengao de fazer pontapé inicial para uma grande virada na ciéncia, rom- pendo com o modelo geocéntrico e a ideia da humanida- de no centro do Cosmos. No entanto, sua principal obra, _ De revolutionibus orbium coelestium (“Da revolugao de -esferas celestes”), permaneceu em segredo até o ano de Abaixo a ilustraca0 do modelo que Copémico elaborou PrN Ny Acar MTDC une a eS UMN BRC Uae Une ug Andreas Cellarius, publicada em seu atlas estelar Harmonia De ed BSC ttle OORT Tela ASC te TEC que permitia predizer o MCI LS ET SOL SLCC AV Cisto, foi utilizado até o BOUL SOLUCUOMMtOimes cold B ANH ‘Cwikimecia Commons olégico ptolomaico, em les lomeu Velho, em ct (360-415) foi uma filésofa neoplaténica grega que atuou como chefe da escola platénica em Alexandria, onde lecionou Filosofia e Astronomia. Hipatia 6 a primeira mulher matemética da qual ha documen- tagao. Por meio das cartas que trocou com um de Seus alunos, sabe-se que desenvolveu o hidréme- tro, entre outros instrumentos utilizados na Fisica € na Astronomia, tendo sido reconhecida como uma eximia solucionadora de problemas. Além do mapeamento de corpos celestes, especula-se que a filésofa teria deduzido, seguindo o helio- centrismo de Aristarco, que os planetas seguem Orbitas elipticas em torno do Sol. Isso anteciparia 0 desenvolvimento de uma das principais leis de Kepler em mais de um milénio. No entanto, foi assassinada por uma multidao de cristaos a época da queda de Alexandria. On ed OTe dud LN LU Antiguidade, Teve um amplo trabalho de sintese, em que compilou uma s6- COMER aca FE Ocoee eR ECM eM dsc ae tg ag UM MCCA TE La Pte eM Oe DUC CREA ie Ma OU eZ MMe em ou RIS CUE MELA a Siem i CCTM MMe une Ler ol CERCA Oe COME OMG lest Uy geocéntrico, em que a Terra ocupa 0 CN OOM UN uae en LC mr trabalho, Ptolomeu fez uso de alguns PUI SMIE MMe lca alo Cie 1) NICO ESN O lume emg Lr cat ig Eur rs Marte, por exemplo, tinha um es- tranho comportamento de regredir EGE TS ont Gse Cis Nolte a CSM Cer ea a TOs como.movimento retrogrado, ou retro- gradagao. Para salvar esse fendmeno dentro de sua representagao, Ptolomeu MU rAoTN eMC Memo) oem USL Movimentos circulares ao longo das 6r- ean see eLU TCH Cn Lom F e movimentando com velocidade de 50 000 km/s ao encontro de uma estrela, a luz, emitida por ela no chegaria a voeé com velocidade de 350000 km/s, mas, sim, a 300000 kinv/s, Para sistematizar os fundamentos da Relatividade Restrita, valida para referenciais inerciais, Einstein elaborou dois Postulados, Assim, se voce estives: Primeiro postulado Segundo postulado ty in ari Dilatagao do tempoe Contragao do espago: Para manter a constancia da velocidade da luz, Einstein colocou em xXeque os conceitos de espago e tempo absolutos. Demonstrou, por meio de clculos, que em movimentos com velocidades proximas a da luz é Possivel perceber a dilatagao do tempo ¢ a contracao do espaco. Isso significa que o decorrer do tempo nao ocorre necessariamente da mesma maneira para referenciais distintos: ele passa mais devagar quando se est em velocidades altissimas! Por isso, a velocidade da luz jamais € ultrapassada! Em nota para a 15* edigao de seu livro A Teoria da Relatividade Especial e Geral, escrita em 1952, Einstein apresenta a profunda transformacao na maneira de pensar 0 conceito do tempo: Quis mostrar que o espaco-tempo nao é necessariamen- ROUEN Tess al Mae Ca eS TE (EY UUM Coa om cMcelle ctr iNie Mota SHUM USEO CS mss Sy see cies arle URS CU CSee U mtenee ors amc y-Cuo re) perde seu significado. i pd Taped e Ger 7) ENSTEN Alben Teva d elves e e Rio de Janeiro: Contraponto, 1999. p. 9. Einstein Vocé deve estar pensando que tudo isso é loucura! E, de fato, nossa experiéncia cotidiana geralmente nao inclui fendmenos relativisticos. O perfodo entre 0 inicio e o fim de suas aulas tem sempre a mesma duracao, e se vocé pedir a qualquer conhecido que faga a medicao desse tempo, ele chegard a mesma conclusio. Entretanto, os efeitos relativisticos ja foram repetidamente detectados nos mais de cem anos desde que Einstein propés essa teoria. Na verdade, NEE 0 BB roca pRelatividade Restrita No inicio do século XX, Ernest Rutherford (1871-1937), Niels Bohr (1885-1962) e outros cientistas abriram caminho para o desenvolvimento de um novo campo de estudo ~ a Fisica Moderna. Em 1905, Einstein firmou seu nome na historia das ciéncias de forma tinica, publicando quatro artigos na revista alema Annalen der Physik, com 0s seguintes titulos: » Sobre um ponto de vista heuristico relativo 4 produgao e transformagao da luz » Sobre o movimento de Pequenas particulas em suspensao dentro de liquidos em repouso, tal como exigido pela teoria cinético-molecular do calor > Sobre a Eletrodinamica dos corpos em movimento » A inércia de um corpo depende de seu contetido energético? Enquanto os dois primeiros contribuiram para o desenvolvimento da recém- -nascida teoria Quantica, os dois tiltimos traziam estudos sobre o movimento que abriram caminho para uma nova perspectiva das ideias newtonianas sobre gravita¢ao. Algumas das suposicdes tedricas de Einstein, posteriormente visualizadas em fenémenos da natureza e comprovadas com experimentos, mostraram que certas leis da Mecanica Classica de Newton e Galileu nao sao universais. raveis A da luz 5 de posigio Corpos que se movimentam com velocidades comy tém movimentos que nilo se adaptam As fungbes classi evelocidade, e siio descritos somente pelas equagbes da teoria d Relatividade, Além disso, para méveis com velocidades habituais, equagdes da Fisica Classica e da Fisica Moderna chegam a resultados praticamente idénticos e validos, evidenc teoria da Relatividade sio mais genéricas ¢ universais que as eq da Mecinica Classica, goes da ando que as equ Velocidade relativa : Na Mecanica Classica, para determinar a velocidade relativa (v,) entre dois corpos que se movimentam na mesma direcao, basta encontrar a diferenga entre suas velocidades escalares: v,= 40 mis =60 ms A velocidade relativa do corpo 1 em relagao ao 2 & dada por V,=V, - V2 = 60-40. Assim, v, = 20 m/s. Caso os corpos se movimentem em sentidos opostos, ao aplicar a regra de sinal, veremos que a velocidade relativa é determinada pela soma das velocidades dos corpos: A velocidade relativa do corpo 1 em relacao ao 2 é dada por 1, = Vi ~ V2 = 60 - (20). Assim, v, = 80 m/s. Considere, agora, uma situacao em que voce se movimenta dentro de um carro que se aproxima de um semaforo a uma velocidade de 108 km/h (30 m/s). Nesse caso, qual é a velocidade relativa da luz do seméforo em relagao a voce? Segundo a Fisica Classica, a luz emitida pelo seméforo deveria chegar a seus olhos & velocidade de 300000030 mis, isto é 300000000 m/s da prépria luz mais 30 m/s do carro, Apesar de esse calculo e o valor parecerem ldgicos, nao ¢ isso o que realmente ocorre conforme a teoria da Relatividade Restrita. Postulados da teoria da Relatividade Restrita———— De acordo com os postulados de Einstein, a luz chega a seus olhos com a velocidade de exatamente 300000 000 m/s (300000 km/s). Ainda pela teoria proposta por Einstein, nada pode se mover mais rapidamente do que a luz no vacuo, isto é, a velocidade de 300000 km/s é a maxima velocidade com que um corpo ou uma onda poderia se movimentar, ‘WL TEORADA RELATIIOADE ED ECUSE DE 919. 22 o eclipse de 1919 ando fotografias de © mundo moderno comegou em 29 de maio de ee Pree: a um eclipse solar na ia do Principe, na Africa QcltenT o Brasil, confirmaram a veracidade de uma nova (0 Paul Johnson* No fim do século XVIII, a Mecanica Classica e a teoria da gravitacdo universal de Newton eram amplamente aceitas pela comunidade cientifica. As leis de Newton estavam entre as ferramentas mais basicas e consolidadas para os estudos em Fisica, e muitos até acreditavam em uma completude dos conhecimentos cientificos da época. No entanto, como € natural da atividade cientifica, muitas questdes permaneciam em aberto. Nessa época, as equacées de Maxwell para a eletricidade e o magnetismo ja haviam conquistado o respeito da comunidade cientifica - mas eram incoerentes com as leis da Mecanica de Newton. Segundo a teoria eletromagnética de Maxwell, a velocidade da luz apresentava um valor constante. No entanto, isso estava em total desacordo com 0 conceito de velocidade relativa da Mecanica newtoniana, conforme veremos, Essa incoeréncia ganhou a atencao do jovem Albert Einstein, que desenvolveu estudos buscando reestabelecer a “harmonia” entre os campos da Fisica. GENS nee 5 * JOHNSON, Paul. Modern times: the wold rom the twenties to the nineties. New York: Harper Perennial, 199, Taduyo nossa, TS A primeira te Xclatividade Geral de f 0 efeito de cury, ealivada por Br le Berlim, Freundlich, NO entanto, \pesar de seus esforgos, néo houve interesse la comunidade em realizar uma expedigao 'strondmica, A anilise de fotografias de antigos: eclipses também nao gerou bons frutos, uma vez, {ue nao foram obtidas com 0 objetivo de calcular 0 lesvio da luz, Em 1912, 0 Brasil entro ano, houve um eclipse solar visivel no sul do estado de Minas Gerais, constituindo a primeira tentativa de Tegistrar fotograficamente o desvio da luz. As condicées cli maticas, no entanto, foram desfavordveis, impossibilitando quaisquer observacdes astrondmicas por conta de chuvas torrenciais. Arthur Eddington, que seria um personagem de profunda importancia para validar a teoria da Relatividade Geral, Participou do evento. Mativa de corroborar a teoria da Linstein por meio da aferigio atura na trajetria da luz foi Wit Freundlich, do Observatorio ndo obteve sucesso, em cena. Nesse Apés 0 fracasso de 1912, 0 pesquisador brasileiro Henrique Morize iniciou o desenvolvimento de um relatério que apontava as condicées brasileiras para o eclipse Solar ocorreria no pais em 1919, Morize, que havig sido acionado pelo diretor do Observatérig de Cordoba, Charles Perrine, defendeu a realiy, da observagio ¢ o registro do eclipse na Cidade Sobral, no Ceard, onde o evento teria uma duracio excepcional. O relatério de Morize circulou pelas comunidades académicas internacionais, inclusive a Royal Astronomical Society, em que Arthur Eddington atuava como secretario geral, Mesmo no contexto da Primeira Guerra Mundial, Eddington conseguiu mobilizar esforcos ingleses para a realizagao de expedi¢Ges astronémicas ue poderiam corroborar a teoria de Einstein, um alemao. Além disso, Eddington desempenhou um papel de grande importancia na Popularizacao e aceitacao da teoria einsteiniana, produzindo e divulgando textos introdutérios sobre ela. ._ |4 | Sugestao de filme, Assim, os ingleses organizaram e enviaram duas expedi¢ées astronémicas diferentes para a observagao e estudo do eclipse de 1919: uma para o Brasil, em Sobral, e outra para a Ilha do Principe, na Africa. Esta ultima, no entanto, nao fo, bem-sucedida, tendo como resultado apenas duas fotografias de seis ou sete estrelas. ‘cour of Dut ‘ Robert Waland, a esquerda, e Erwin > BCT clemeun ccs Ue Vocé se lembra do qu e 6, quando e co , eclipse solar? Co ie x q mo ocorre um tra “no caminho” da luz solar em diregdo a Terra, formando uma sombra em determinada regiao da Superticie ta SS LULL SUT tet Sen MALL ae odd ded hasta oe Seat alli eC al een Arend) Ba ed ae se is i oe WOU MOSCA NSO Les} re Rt pare TNT \ q TEclipse de 1919 Desde a publicagio da teoria da Relatividade Restrita, Binstein trabalhou intensamente na busca por uma generalizagho de sua teoria, sobretudo no sentido de extrair dela conclusées a respeito da gravitagtio que se mostrassem compativeis, Um aspecto importante para Einstein ¢ suas novas teorizagdes na Fisica, além de apresentar uma estrutura coerente, légica e compativel com os fendmenos fisicos j4 conhecidos anteriormente, era que elas fossem capazes de realizar novas Predi¢es, ou seja, pudessem Prever a existéncia de fendmenos empiricos observaveis até entio ERC, desconhecidos, HU HA séculos, a teoria da gravitacao universal de a a estrela wton ja era dominante no meio cientifico ¢, naturalmente nfo seria simples questiond-la ou derruba-la, Por isso, para que a teoria da Relatividade de Rinstein fosse levada a sério, era imprescindivel que pudesse prever fendmenos novos, que nao fizessem sentido a luz da gravitagdo newtoniana, e que fossem verificados empiricamente. Assim, Rinstein procurava, incansavelmente, extrair consequéncias da teoria da Relatividade que pudessem ser submetidas ao crivo da experiéncia, Uma dessas consequéncias foi o cardter curvo da trajetéria da luz no espaco. Segundo Einstein, como consequéncia da curvatura espaco-temporal, a luz Posicéo aparente Csi também deveria se curyay quando proxima de um campo gravitac a Muite, intenso, como 0 do $0), py da 3 perimentalmente, fer) necessério comp verificar essa Urvaty luz ex Arar diag fotografias da esfera eles céu noturno estrelado), ff (to durante a passagem de um, 0 massivo, € outra desse meg PO campo da esfera celeste passagem do corpo mas Para ser possivel,o regi, fotogrifico deveria cont durante um eclipse Solar totay m que existe acdo gravitacigng do Sol, para que fosse Perceptiy a curvatura da luz ~ porém, sem que sua intensa iluminacs destruisse ou queimasse og instrumentos fotograficos que Possibilitariam a comparacig, Sem a Sivo, Segundo a previsdo da t da Relatividade Ge eri S@ CUrvar tr de um cam ficientemente intenso. Asgj ria possivel perceber. situagao, um di Ss ee ee te ee en Um eletrotécnico de Guarai, interior do Toca i i de ocor- ; : ntins, pr ara registrar um boletirn de réncias contra Albert Einstein, mort TAA ae y i aes © em 1955. Ele acusa 0 fisico alemdo de “delito de perturbacdo mundial” por incontaveis erros @ transtornos na 8volugao @ desenvolvimento cientifico do planeta” na teoria da Relatividade, criada ha mais de 100 anos. Em nota ao UOL, a denuncia é tratada como “ bro, na Delegacia Regional de Guaraf, [-] A dentncia é do técnico em eletrotécnica José registrar supostos erros de Einstein na P eventuais equivocos do fisico alemao. [oJ Qual o “crime” de Einstein? Segundo Josénio, 0 fisico causou “incontaveis transtornos a todos os Lee da Terra”. Ele solicitou que Einstein ou algum defensor de suas ideias pedisse desculpas pUblicas sobre a teoria da Relatividade, corrente da Fisica que mudou os rumos da ciéncia no inicio do século 20. “A teoria dele esta errada, tenho certeza, e acredito que ele sabia disso até o fim de sua vida. No fundo, Einstein sabia e deve estar contente em saber que descobri”, garante. O que Josénio contesta na teoria da Relatividade esta em uma das consequéncias mais famosas de a oe cao. Se para Einstein massa é energia e vice-versa, para 0 eletrotécnico, a energia é resultante da velocidade, po! ele considera que o Universo continua em expansao. “De uns anos para ca, como trabalho com energia, digo que nao entendo formulas, mas a alma da energia. Observando, vi muitos erros. A energia nao 6 uma entidade. Tudo na Fisica 6 baseada [sic] em cima de ene entao pensei que alguma coisa nao batia. A energia é um subproduto do movimento. Colocando o Universo co _ expansao, logo vai existir energia para tudo”, explica. : absurda” pela Policia Civil. O caso foi registrado em 9 de dezem- nio dos Anjos, de 48 anos. Ele comentou ao UOL que a ideia de olicia Civil do Tocantins 6 para chamar a atengao dos cientistas sobre A contribuigio de Mileva 12] Aprotundamdnto « Conforme o campo da Historia da Ciéncia avanga, mais explicagdes surgem para esclarecer como algumas teor cientificas foram conceb N evidente o importante papel que muitos personagens desconhecidos tiveram para a construgao da ciéncia. Assim, suas historias, até entao apagadas ou silenciadas, passam a ser conhecidas, permitindo- -nos conhecer, cada vez. com mais detalhes, como se deu 0 desenvolvimento cientifico. Mulheres, que sempre foram estrutural e sistematicamente excluidas de espacos cientificos, sofrem ainda mais esse apagamento. Nesse sentido, uma personagem curiosa é Mileva Marié, a primeira esposa de Einstein. Sabe-se que © Progresso, torna-se EM13CNT303, EM13CNT305 [1 Pesquise em jornais, em revistas e na internet tex trabalhos de Einstein. 0 que esses textos em cada um dos textos encontrados? Sera que, se profissional? Pessoal % Bi roe Pisica ‘cnico de a de 1890, m ideias ambos estudaram no Instituto Polité zurique, na décad que compartilhavar 1 estudos sobre Fisica. O$ am juntos durante © imento dos princip@ Finstein. Sera que esses e dois estav desenvolvi trabalhos de Mileva contribuiu com trabalhos? Pode ter Albert Einstein levado crédito por trabalhos que nao eram SO seus? Nao ha um consenso bem estabelecido na Historia da Ciencia sobre 0 real e especifico papel que Mileva desempenhou na concepgao das teorlas de Einstein. Porém, muito se comenta sobre as brilhantes habilidades que Mileva tinha com os calculos, e 0 quanto velmente contribuiu no ‘ico da A ail Mileva Marié se formou em Fisica e participoy Me ener et a oe econ cuted prova desenvolvimento matemati teoria da Relatividade. dos que falem sobre Mileva Marié e suas possiveis contribuigdes aos falam sobre Mileva? Como vocé avalia a qualidade das informagGes apresentadas Mileva fosse homem, teria tido a mesma historia e reconhecimento explicar os fendmenos gravitacionais, assim como os fendmenos relacionados & Relatividade Restrita! A teoria da Relatividade Geral de Rinstein, portanto, faz com que oconceito de forga gravitacional seja abandonado. Com essa nova teoria, nao é necessario assumir mais um ente fisico (forga), uma vez, que 0 conceito de espago-tempo em si ¢ sua distorcao é capaz de explicar as interagdes gravitacionais. De acordo com essa nova explicagao, os corpos nao aceleram em decorréncia da agdo de uma forca, mas simplesmente seguem a trajetéria mais retilinea possivel no Ambito da curvatura do tecido espago-temporal, que é distorcido BLA died Geral, 0 que explica as ineragbes gravitaoionais (entre corpos mas- sivos) no Universo 6 justamen- CRM Ma oe OR Mae cd Ce eA Ce ee Ue Dd por corpos muito massivos, como a Terra. Que tal tentarmos “simular” do espaco-tempo determinando as interagoes gravitacionais? Para isso, utilizaremos os seguintes materiais: curvatura > lencol ou toalha de mesa; > um objeto massivo, como uma bola de vélei, futebol ou basquete; 0 que acontece quando colocamos um ou mais objetos massivos no tecido (lengol ou toalha de mesa) suavemente esticado? Eles deformam 0 tecido, afundando-o em determinado espaco [EZ Apés colocar um objeto massivo no centro do lencol, tente fazer com que um objeto menos massivo se movimente paralelamente a ele, no inicio de onde o tecido comega a se deformar. 0 que acontece? A detormaco do tecido, causada pelo objeto mais massivo, ltera ‘a trajetbria de movimento do objeto menos massivo. E possivel até mesmo fazer com que os objetos leves descrevam uma trajetoria ao redor (aproximadamente circular) do objeto massivo, assim como ‘corre nos movimentos dos astros. Porém, ainda que isso nao sela tao facil de se obter, 0 objeto menos massivo deve cair no “buraco” do objeto mais massivo EM13CNT204, EM13CNT205 > objetos menos massivos, como bolinhas de gude, pingue-pongue ou até frutas. Dica: quanto mais elastico for 0 tecido utilizado e mais redondos e leves forem os objetos menos massivos, mais visivel sera o efeito desejado. [EB Repita a acdo da questo anterior, mas observando as diferencas ao colocar objetos leves mais proximos e mais afastados do objeto massivo. 0 que vocé observou? Quanto mais préximo do objeto massivo, maior seréa “influéncia” sobr 0 movimento dos objetos leves. Quanto mais préximo, mais facil serd “queda” do objeto leve na deformacao criada pelo objeto massivo no tecido. Quanto mais afastado, menor é essa influéncia Ei Converse com seus colegas, busque informacdes sobre a curvatura espago-temporal da teoria da Relatividade e responda: qual é a principal limitagao dessa analogia? ‘Assim como as ilustragdes que buscam representar a curvatura do espago-tempo, esse experimento também sé permite aferir a deformagdo eo proprio tecido espaco-tempo em duas dimensdes. Porém, o espaco-tempo & quadridimensional: com trés dimensBes espaciais e uma temporal ‘WL TEORADARELATIVOADEE OEDUPSEOE 183M] 2s Q espaco e 0 tempo espaco-tempo Até Einstein publicar © primeiro artigo sobre a Relatividade Restrita, em 1905, 0 tempo e 0 espaco eram grandezas absolutas. Isso quer dizer que, para qualquer pessoa, em qualquer lugar do Universo, percorrer trés metros tinha o mesmo significado, assim como levar dez minutos para tomar banho. Pode parecer abstrato falar em “grandezas absolutas’, mas € algo que assumimos com tranquilidade em nosso dia a dia. Quer um exemplo? Imagine que vocé marcou de ir ao cinema com uma pessoa de quem yocé gosta. Suponha que essa pessoa é nova na cidade, e ‘yocé indicou que o cinema ficaa 2 km de sua escola, seguindo em determinada direcao e sentido. Basta, entao, combinarem 0 horério da secao e encontro estaré garantido, certo? Depende! Gs Sea pessoa resolve ir até cinema com uma nova tecnologia que permite viajar a velocidades acima de 0,8 vezes a velocidade da luz (c), seus relégios marcarao horarios diferentes! E claro que essa situagao é hipotética e, pelo menos até agora, muito distante de nosso dia a dia. Mas suas implicacdes sao profundas. O tempo eo espaco sao grandezas relativas! ‘Mas vocé pode se perguntar: Por que Einstein “inventaria” uma ideia tao aparentemente absurda e chocante? Bem, isso foi necessario para manter a constancia da velocidade da luz. Segundo todos os conhecimentos experimentos da época, a velocidade da luz nao mudava, independentemente de sua fonte estar em movimento em relagéo ao observador. Como sabemos, velocidade uma grandeza composta, que estabelece a rela¢do entre outras duas grandezas fisicas: 0 espaco € 0 tempo (a variacao destes em um movimento). Segundo a teoria da Relatividade Restrita, so 0 espaco e o tempo que “se moldam” para garantir a constancia da velocidade da luz. Mas, se o tempo e 0 espago nao sao absolutos, o que acontece com as teorias que construimos a partir desse pressuposto? Elas teriam que ser substituidas. Entre elas, estava a teoria da gravitacao universal de Newton. Mas como?! Einstein, apropriando-se do conceito de espago-tempo de Hermann Minkowski (1864- 1909), forneceu uma explicagio completa para os efeitos da relatividade. Em vez de duas grandezas distintas, agora temos uma unica totalidade com quatre dimensoes, das quais trés sio espaciais e uma é temporal. A distorcdo da geometria do espaco-tempo, causada por objetos massivos, era capaz de 0 principio da equivaléncia nos diz que é impossivel diferenciar os efeitos de um referencial acelerado dos efei- fos produzidos por um campo gravitacional. Portanto, as leis ffsicas dentro de um elevador parado, submetido a um campo gravitacional, sao equivalentes as leis em uma nave acelerada no espaco, livre de ado gravitacional (Comparacao 1). Da mesma forma, as leis de um elevador em queda livre por agao gravitacional sao equivalentes as leis de uma nave parada que nao esta submetida a um campo gravitacional (Comparagao 2). luais sao os dois postulados da teoria da Relatividade Restrita? ro postulado (principio da relatividade): as leis ffsicas so validas em quaisquer referenciais inerciais, ou soja, nao ha sistema inercialfisico preferencial Segundo postulado (principio da invariancia da velocidade da luz): a velocidade da luz, em determinado meio, é constante para qualquer referencial adotado. e0e0 Com base nos dois postulados da teoria da Relatividade Restrita, qual é.a diferenga que essa teoria traz ao trabalhar a ideia de velocidade relativa? Podemos pensar em velocidade relativa da mesma forma que na Fisica Classica? Nao. Agora, temios um limite de velocidade que se impée a todos os possiveis referenciais, que € a velocidade da luz (c). Assim, mesmo existindo movimento relativo entre uma fonte de luz e um observador, é impossivel que essa velocidade “se some” a velocidade da luz emitida, @e0 Qual é a relaco entre os postulados da teoria da Relatividade Restrita e as transformacées de Lorentz? Elas s4o um arfificio que permite manter a coeréncia interna da teoria da Relatividade Restrita: para que nenhum corpo ultrapasse a velocidade da luz (c), quanto maior for sua velocidade, maior seré a dilatacao do tempo e a contragao do espaco. Heoria da Relatividade Geral eee [Zi Imagine que vocé fosse morar em um local onde 6 comum as pessoas se deslocarem com velocidades que variam entre 0% e 99% da velocidade da luz no vacuo. Nesse local, seria confiavel marcar com alguém, com algumas semanas de antecedéncia, um compromisso com local e horédrio definidos? Em um local como esse, seria arriscado ‘marcar com muita antecedéncia um compromisso com qualquer pessoa, pols seu relégio e 0 rel6gio dela marcariam de formas diferentes a passagem do tempo (amenos que vocés tivessem velocidades idénticas desde 0 momento em que marearam 0 compromisso até o momento de ele se efetivar) e LUPE) Uma régua cujo comprimento ‘é de 50 cm esta se movendo paralelamente a sua maior dimensao com velocidade de 0,6 c em relacao a certo observador. Sobre isso, é Correto afirmar que o comprimento da réqua, em centimetros, para esse observador vale: a) 35 c) 62,5 e) 100 xb) 40 d) 50 OCU) Como vimos nas paginas e exercicios anteriores, a teoria da Relatividade de Einstein teve um impacto profundo sobre os conceitos de tempo e espago, de modo que agora entendemos que ambos se dilatam e contraem. Porém, essa teoria tinha um problema: era aplicavel somente a referenciais inerciais, ou seja, que nao estivessem acelerados. Na busca pelo desenvolvimento de uma teoria que fosse coerente com esse tipo de referencial, Einstein formulou o principio da equivaléncia, que pode ser considerado um dos postulados para a teoria da Relatividade Geral. Principio da equivaléncia Percebendo que todos os objetos caem com a mesma acelerago por conta da gravidade, fato ja bem estabelecido na gravitac4o newtoniana, Einstein concluiu que era possivel interpretar a forga gravitacion: como uma espécie de forca de inércia. Uma forga de inércia é uma forca que pode ser considerada inexistente a partir da adocao de um referencial inercial especifico. Mas 0 que isso quer dizer? 2 BB rcs 11 | Gabarito i (a AJuais so os dois postulados da teorla da Relatividade Restrita? 'meiro postutado (principlo da relatividade): as leis fisicas $80 validas em quaisa eerenciais ais, OU Seja, nd A sistoma inerclalfisico preterencial 12); a velocidade da luz, em Soguindo postulado (principio da invaritncia da velocidade Aolerminado melo, 6 constante para qualquer referencial adotado. ee Com base nos dois postulados da teoria da Relatividade Restrita, qual 6 a diferenga que essa teoria traz ao trabalhar a ideia de velocidade relativa? Podemos pensar em velocidade relativa da mesma forma que na Fisica Classica? No. Agora, temos um limite de velocidade que se impOe a todos os possiveis referencias, ue @ a velocidade da luz (c). Assim, mesmo existindo movimento relativo entre uma fonte de luz.e um observador, ¢ impossivel que essa velocidade "se some" A velocidade da luz emitida ee lual € a relacao entre os postulados da teoria da Relatividade Restrita e as transformacdes de Lorentz? Elas so um artiticio que permite manter a coeréncia interna da teoria da Relatividade Restrita: para que nenhum corpo ultrapasse a velocidade da luz (c), quanto maior for sua velocidade, maior serd a dilatagao do tempo e a contragao do espaco. Heoria da Relatividade Geral sl e HB Imagine que voce fosse moray om um local onde 6 comum ag 95509 se deslocarem com velocidades que variam entre 0% @ 99% da velocidade da Iu7 no vacuo, Na local, seria confidvel marcar com alguém, com algumas semanag de antecedéncia, um COMpromissg com local € horério definidos? Em um local como esse, seria arriscad marcar com muita antecedéncia um compromisso com qualquer pessoa, pig seu rel6gio € 0 rel6gio dela marcariam de formas diferentes a passagem do tempo (a menos que vocés tivessem veloci idénticas desde 0 momento em qua ‘matcaram 0 compromisso até 0 momenta de ele se efetivar e@ JUPE) Uma régua cujo comprimento 6 de 50 cm esté se movendo Paralelamente & sua maior dimensag com velocidade de 0,6 c em relagao certo observador. Sobre isso, correto afirmar que o comprimento da régua, em centimetros, para esse observador vale: a) 35 c) 625 e) 100 xb) 40 d) 50 pi Fy Oa Como vimos nas paginas ¢ exercicios anteriores, a teoria da Relatividade de Einstein teve um impacto profundo sobre os conceitos de tempo e espaco, de modo que agora entendemos que ambos se dilatam e contraem. Porém, essa teoria tinha um problema: era aplicavel somente a referenciais inerciais, ou seja, que nao estivessem acelerados. Na busca pelo desenvolvimento de uma teoria que fosse coerente com esse tipo de referencial, Einstein formulou o principio da equivaléncia, que pode ser considerado um dos postulados para a teoria da Relatividade Geral. Principio da equivalénci Percebendo que todos os objetos caem com a mesma acelera¢ao por conta da gravidade, fato ja bem estabelecido na gravita¢ao newtoniana, Einstein concluiu que era possivel interpretar a forca gravitacional como uma espécie de forca de inércia. Uma forga de inércia é uma forca que pode ser considerada inexistente a partir da adocao de um referencial inercial especifico. Mas o que isso quer dizer? 2 Bi roma v vy At 6 a variaca i0 referencial: Substitui do do tempo g = Undo 0 fato F Parao GOes, © 1t0r de Lor y © 0 fator de Lorentz. epeenyatay we ne = At= ® Contragao do espago aaa L= Lo =e ¥ Ls IF Rees ve Em que: ce Lp é 0 comprimento préprio, ou seja, o comprimento de um corpo medido em seu proprio referencial; L € o comprimento para o observador. cspectroscopia quantica acleis de Kirchhoff am 0 que eram s continuo, de emissao. Porém, s 4 natureza mais : 1a materia, : ses fendmenos, n mistério, modelo Niels Bohr (1885- 062 que foi dada satisfatéria Je emissao e sorcao, € cular para 0 do atomo de hidrogénio, s modelos cos, ndo € mesmo? Agora, portante retomarmos alguns Bi dual é 0 problema te6rico existente 0 atomo de Rutherford? Jord era instavel. Segundo na época, nao se s elétrons poderiam m perder energia EA como g oht fornecey Uma solugao Dara esse problema? vadas energéticas 218 0S elétrons, Para subir de " recisaria ganhar energla © depois perdia essa a radiagdo de frequéncla ando a sua camada de Vocé consegue estabelecer uma relacdo entre a solucao dada Por Bohr para a estabilizacdo do modelo atmico e uma possfvel Utilizando a nova ideia de quantizacao de energia, Bohr assumiu que isso se aplicava as diferentes camadas energéticas que um elétron poderia ocupar a0 redor do niicleo. Segundo a tecém-criada Fisica Quintica, tanto o ganho quanto a perda energética de um elétron nao poderiam ocorrer de maneira continua, mas apenas em quantidades discretas. Assim, um elétron pode ocupar diferentes camadas, sendo elas mais energéticas ou menos energéticas. Ao receber energia, esse elétron fica excitado vai a uma camada mais energética. Para retornar a seu estado natural, perde essa energia explicagao para os espectros de em uma tinica emissao, Isso linhas de absorcio e de emissio? tudo ocorre por meio de saltos. Vejamos! quinticos: Feixe de luz ‘Atomo de hidrogénio absorvido (ganha energia) Espectro de absorgao do hidrogénio Espectro de emissio do hidrogénio er or TCC toot ne ‘ecebem eabsorvem energia, indo a uma cama eleGnca mais energtica 4 oespecro de sso dos elemenlos quimicos coresponde ao momento em que voltam a seu es SCN akc ier que registram os saltos quanticos ou substancia.

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