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100 FIGURA 41 Detalbes de areas de (pintura sobre tla co remopio de vernix por solventer. Env ambos ddtaes bb verniz no removido & esquerda, Fora: Moema Nasc- mento Queiroz 4 SOLVENTES INE capitulo discutimas um tema importante que € 0 uso de solventes. A im- pportincia dos solventes na restauracio € inquestionavel e 0 trabalho com os ‘mesmos é muito dificil. Um dos problemas mais comuns numa obra de arte é a presenca na ‘mesma de camadas de materiais que atrapalham sua apreciacio estética. Estes materiais podem. set de qualquer natureza (poeira, manchas, fungos, repinturas etc) € somente um julgamento ‘estético, histérico e dos riscos presentes uma intervengio podem decidir se esses devem ser removidos da obra Caso 0 conservador - restaurndor decida que o material deve ser removido, ele pode decidir pela limpeza ou remocio de uma camada pictérica. Esta limpeza pode ser feita através de cio mecinica (usando bisturis ow outros objetos) ou através de solventes aplicados em swobs (palitos com algodio na ponta) (© nosso objetivo, nesta obra, nio é discutir nenbuma técnica de uso de solventes na restauragio ou avalié-la, mas sim fornecer os principios te6ricos nos quais clas foram baseadas, Desse modo iremos discutir algumas técnicas mas nifo estaremos sugetindo procedimentos ideais para conservacao-restauracio, estes devem ser escolhidos pelo conservador-restauradot; ‘Nunca se esqueca que o cientista da conservago possui conhecimentos relativos a0 compor- tamento de materiais e que, a pessoa melhor indicada para escolher e aplicar um procedimento de intervengio muma obra é 0 conservador-restaurador. ‘Comegamos com uma visio geral dos mecanismos da solubilidade e depois mosteare mos a lista de solventes de Masschelein-Kleiner e os solventes em gel de Wélbers. 4.1 - PRINCIPIOS DE SOLUBILIDADE: REGRA DOS SEMELHANTES E SOLVATA- cho Dizemos que duas substincias sio sohiveis entre si, ou que sio misciveis, seas mes- ‘mas, 20 serem misturadas, formam uma sohuio. Uma regea que nos permite frzer uma previ so inicial se haveri ou mio formagiio de uma solucio éa segra dos semelhantes. Esta regra nos diz que “semelhante dissolve semelhante”, A semelhanca é baseada no cariter de polasidade das moléculas e no tipo de interagio intermolecular que elas podem fazer. Moléculas polares sio semelhantes entre sie moléculas apolares sio semelhantes entre si Podemos fazer entio © seguinte esquema: Polar dissolve Polar Apolar dissolve Apolar Polar nao dissolve Apolar Considerando as interagées intermoleculares podemos aprofundar a semelhanca Ligncio de Hidrogénio dissolve Ligacio de Hidrogénio Dipolo-Dipolo dissolve Dipolo-Dipolo Foreas de London dissolve Forcas de London Copia 4 Soeter Considere que vocé queita dissolver etanol em gua. A prine‘pio, pela regra dos seme- Ibantes, 08 dois devem ser soliveis entre si pois ambos sio polares (azem ligagdes de hidrogé- nio). Veja as fzmulas estrutueais abaixo: 2 -CHy-0-H ily 0-H [Na dgua pura existem interagdes de ligagio de hidrogénio entre suas moléculas, uma interagio gua - égua (interagio solvente-solvente). No etanol temos também interagdes liga- io de hidrogénio, tendo a0 final uma interacio etanol-etanol (interasio soluto-soluto). Cada ‘uma destas interages possui uma energia de atracio propria ¢ confere uma certa estabilidade fs substincias, Para que ocorza a mistura queremos que surja uma nova interacao, a interagio ‘tanol - gua (interagio soluto-solvente). Esta interagdo 36 ocorre se ela for tdo ou mais estavel que as anteriores, ou seja, se ela tiver a mesma energia ou for ‘menos energética. Para ocorrer a dissolugio devemos quebrar as interagdes solvente-solvente (igua- -figua) e as interages soluto-soluto (etanol-etanol) para formar a nova interacZo soluto-sol- ‘vente (etanol-agua). Como eles sio semelhantes entre si (as ligactes de hidrogénio possuem energias semelhantes), a nova interagio seri semelhante também As anteriores, em termos energéticos, ea dissolugio ocorre, SS G—- End CCompostos iéaicos serio dissolvidos em solventes polares pois possuem semelhangas «em relagio ds cargas. A quebra das interages fon - jon e dipolo - dipolo para formar uma in- terasio fon - dipolo é favorivel pela semelhanca (igualdade de energias). Compostos metilicos, por sua vez, sio praticamente insohiveis em outros compostos que no sejamn metais pois as interagdes metal - metal sio muito fortes possuindo pouca semellanga com outras interacSes. ‘Além dessa regea nos ser ttl em muitas situacdes ela é limitada e, para um conjanto grande de substincias como os polimeros, ela no se aplica adequadamente. Além da seme- Ihanga entre as espécies misciveis é necessério que ocorta um fendmeno chamado solvata¢io. ‘A solvatacio diz respeito a capacidade de um solvente em “envolver” o soluto, A lei cientifca para isto é a 2a Lei da Termodindmica e ela nos diz.que um processo 86 é espontineo se hi um aumento de desordem (entropia). Caso as substincias sejam semelhantes € no hi ‘como 0 solvente envolver 0 soluto, nfo ocorre a dissolugio. Veja a seguinteilustracio: Bo ‘solvente organizado soluto solvataggo com ‘desorganizagao do solvente A dissolugio af ocotse tanto pela semelhanca entre as substincias quanto pelo tama- ‘nho que permite uma boa solvatacio. Ha um aumento de desordem quando quebramos as Jnteragdes antigas para formar uma nova interagio. ‘Observe, agora, a seguinte situagio: a3 ——— Se solvente organizado _soluto ‘solvatagdo com ‘organizacao do solvente 101 102 Quimica Aplicada 4 Conserago Resttri de Bene Cris Uma Itodo ela, como 0 soluto € muito grande, fica dificil para o solvente envolvé-lo. De acordo com a2* Lei da Termodinimica, a dissolucio, neste caso, exige um aumento da organizacio das moléculas do solvente em volta do soluto, 0 que nio é espontines. Isto explica um dos ‘motivos pelos quais uma tinta a 6lco se tomna cada vez menos sokivel nos solventes em que foi ‘luida ao ser aplicada. A formacio dos polimeros dos triglicérides difcultam cada vez mais a solvatagio. 4,2 - FENOMENOS BASICOS ENVOLVIDOS NA ACAO DE UM SOLVENTE Quando aplicamos um solvente em um bem cultural, o processo de dissolucao nfo 0 ‘inico que ocorte. Além da dissolugio o solvente sofre evaporacio e penetracio (cle atravessa ‘a camada onde foi aplicado e pode aleancar camadas mais internas). A escolha de solventes para processos de intervengio numa obra deve ser baseada nesses fenémenos . Vamos discuti- slos abaixo. FIGUR4 42-Equena | | ssieenas ‘mostrando os 3 fendmenos t te de evaporagao em wma iota de solvent apicada | ENS eee Sobre uma camada de om Tustragdo adapta de | | PeNeTRAGHO| Gonsals (1998) Eee 4.2.4 - PENETRAGAO ‘Um solvente iri penetrar uma camada passando pelas suas fissurss, faturas e seges capilazes (poros) ou por difusio. As fissuras efraturas sio secdes om forma de planos, como r2- chaduras (craquelés), na camada. As secbes capilares, potos,sio sedes praticamente lineares € ‘extremamente finas. Nos poros a penetracio ocorre devido & capilaridade (capitulo 1). Esta ppenetragio dependers também da viscosidade do solvente e dos tamanhos dos poros. Quanto aiores os poros e menor a viscosidade, maior a penetragio. A difusio ocorre em escala mo- lecular. Nesse processo 0 solvente forma solugoes ou coldides com a camada, Solventes de grande penetragio s6 sio aconselhados para camadas grossas a serem removidas, Esta é uma escolha que deve ser feta de forma cuidadosa pois 0 solvente pode penetrar muito na camadba, atravessando-a e alcancando camadas subjacentes prejudicando-as, ‘Acescolha do nivel de penetracio do solvente pode ser feita observando os parimetros fisicos de viscosidade e tensio superficial do solvente (este dltimo dirctamente ligado & capilaridade. Quanto maior a tensio superficial, maior a capilaridade). 4,2.2 - EVAPORACAO |A evaporacio é 0 fendmeno através do qual o solvente passa da fase liquida para a ‘gasosa. A facilidade para evaporar de um solvente (ua volatilidade) esté relacionada com as suas interagdes intermoleculazes. Quanto mais fortes estas interagdes, menot sua volatilidade. ‘Um exemplo pode ser dado se compararmos gua e acetona. Na dgua temos ligagBes de hidro- gfnio e na acetona interagdes dipolo-dipolo, As ligagbes de hidrogénio sio mais fortes que as interagdes dipolo-dipolo, entio a acetona evapora mais “facilmente” que a gua, Em termos ‘numéricos existem parimetros fisicos que podem ser observados ¢ que permitem prever qual solvente é mais voliti. Sio estes a pressdo de vapor € 0 ponto de ebulicdo, Quanto maior a pressio de vapor, ou menor ponto de ebuliclo, mais volitil é 0 solvente. ‘Outro conceito importante na evaporagio de um solvente é a fase de evaporacdo. Quando o solvente se encontia na superficie de uma eamada cle evapora mais rapidamente do ue quando se encontra dentro da camada, ou sej, ele esti retido na camada. A fase da evspoe racio referente ao solvente na superficie € denominada fase I. A fase referente a evaporacio da pin Soeses solvente retido dentro da camada é denominada fase II. Alguns solventes podem ser volateis 0 suficiente de modo que no vejamos diferenca entre as fases Ie I. ‘A volatilidade pode ser um recurso para o restauradot, principalmente quando que- ‘emos ter um maior controle da agio do solvente. Considere duas situagdes com uma camada de verniz ser removido: a primcira situacio com um verniz muito fino ¢ a segunda com uma camada espessa. Ao colocarmos um solvente sobre 0 verniz fino o mesmo pode atravessé-lo c chegar a camadas subjacentes. Um solvente muito volétil interage em pouco tempo com a ccamada a ser removida e, caso alcance a camada subjacente, sua tipida evaporasio dificulta «que cause danos a mesma, O uso de um solvente menos volitil seri interessante para camadas ‘espessas pois ele fica mais tempo retido ¢ interagindo com esta camada, ara qualquer solvente utilizado existe a recomendacio de que sempre que se efetue ‘uma limpeza ou remogio, que se espere um tempo fazo‘vel pata se aplicar uma eamada (como ‘um verniz) sobre a rea que sofreu intervencio para que ocorra total evaporagio do solvent. 4.2.3 - DISSOLUCAO processo de dissolugio € a principal acio do solvente ¢ o motivo pelo qual este € aplicado. ‘Ao aplicarmos um solvente sobre uma camada pictrica recente, esta comega a absor- vero solvente e a dissolucio tem inicio. A eamada, entio, incha e é dissolvida, aumeatan- do 0 seu volume. Este inchamento seri proporcional a quantidade e natureza do solvente, ou scja se ele & muito ou pouco semelhante 4 camada. O inchamento também dependeri da idade do polimero que forma o material pictrico da camada. Caso esta camadla jéesteja em ‘uma idade na qual ela apreseata uma considerivel quantidade de ligagdes cruzadas em alguns dos seus polimeros consttuints, ela se torna insolivel devido 20s polimeros retculados (mo- léculas maiores que nfo sio solvatadas espontaneamente). Porém cla continua a inchas devido aos polimeros ainda nio reticulados. Nesse momento 0 solvente dissolve apenas as moléculas menores ¢ no reticuladas removendo-as. Dizemos entio que estas pequenas moléculas esto sendo lixiviadas. A lixiviagdo causa diversos problemas is caradas pict6ricas tornando-as ‘mais frigeis. Por fim, sc a camada pictérica for muito antiga ela estari muito reticulada © nfo ocorreri nem dissolugio e nem inchamento, Ocorte apenas a lixiviagio. Discutizemos mais sobre os mecanismos de danos da lixviacio no capitulo teferente a deterioragio de materais pictéricos. O importante a se guardar, nesse momento, & que as limpezas se tornam cada vez ‘mais danosas a uma obra quanto mais antiga for a mesma devido a lisiviagio das moléculas ‘menores, Usar vitias vezes solventes apenas para a remocio de sujidades superiores, sem 0 intuito de remover camadas subjacentes, sempre traz 0 risco de lixiviar materiis das camadas, subjacentes e danifici-las. ‘Como vimos no inicio a semelhanca das interagbes intermoleculares ¢ a solvatacio so condigdes necesssérias para que ocorma a dissolugio. Estas idéias no esto erxadas mas ‘io limitadas quando pensamos na dissolugio de macromoléculas como os polimeros que es- tio muito presentes nos materiais pict6ricos. Para amplinrmos 0 nosso conhecimento, iremos abordar esta situacio através da termodinamica. No capftulo 1 vimos que a encrgia livre, AG, de uma transformacio nos dizia se 0 processo era espontineo ou nio, Se AG € negativo (AG = - x kJ/mol, sendo x um aimero ‘qualquer e kJ/mol a unidade de energia) 0 proceso ¢ espontinco, ox seja, ocorre sem interfe- séncia externa. Se AG € positivo (AG = + x kJ/mo), o processo nao é espontineo, Podemos usar 0s valores de AG para prever se 20 utilizarmos um solvente se 0 mesmo ira dissolver 0 outro material, Usamos a mesma equa¢io mostrada no capitulo 1 para a dissoluslo e chama- remos AG de energia livre de solugio, NG ope = AH - TAS pen © AH,,,., sth associado & semelhanga entre as interagdes. Ble consste na energia envolvida na quebta das interagbes soluto-soluto e solvente-solvente e aa formacio da intera- Glo soluto-solvente. A energia envolvida na quebra das interagdes gusta energia (endotérmica) Quimica Aptda 3 Conseragoe Resa de Bene Curis: Line Etodugio «, por isso, atsibui um sinal positivo para AHL... (AHL... = + kJ/mol). Jé.a formagio dfs interagGes soluto-solvente libera energia (exotérmica) e, por isso, atribui um sinal negativo para 4H,,,... (H,,__, = - kJ/mol. Quanto maior for a semelhanca das interacBes maior a probabi- lidade da energia liberada see alta, O sistema fica mais estivel ¢ contribui com um sinal aegativo para AG,,... (perda de energia live). ‘Vimos que s6 a contribuigio da semelhanca no é iil para a dissolugio pois é neces- sitio que haja a solvatacio das moléculas do soluto, Esta solvatagio ocorseri espontaneamente se houver aumento de desordem do sistema (entropia = AS). Caso AS... aumente, seu sinal € positiva eo termo - T AS,,... da equacio acima continua negativo ¢ contribui para que AG... Sea negativo (perda de enengia livre e espontaneidade da dissolue20). Caso no haja ‘variagio da entropia, como no caso dos polimeros que sio grandes para setem solvataclos, AS aoe & igual a zer0 € 0 tetmo - T AS,,,., € igual a zero. Daf AG.,,.., dependeri apenas de AH» Paz que 0 processo seja espontineo ou no. AG,,..., = AH, ree eee Se AS... =0, ent Como os valores de AH,,.., Yatiam muito pouco quando temos polimeros (tintas, vernizes etc) como solutos a serem dissolvidos, voltamos a estaca zero, Par resolver este problema temos a contribuigio de trés pesquisadores: Hildebrand, Hansen e Teas que traba- Iham com o conceito de parimetros de solubilidade. Os parimetsos de solubilidade sio muito utlizados em inckstras de tintas ¢ também foram empregados pela cientista da conservacio ‘Masschelein-Kleiner para construir uma tabela de solventes de grande uso para o restaurador, Seyuiremos agora conhecendo os parimetros de solubilidade e depois veremos como Mass- chelein-Kleiner os emprega na restauracio. 4.3 - PARAMETROS DE SOLUBILIDADE DE HILDEBRAND, HANSEN E TEAS © parimetro de solubilidade foi definido inicialmente por Joel Henry Hildebrand que ‘rabalhava com problemas de solubilidade de moléculas e macromoléculas, Vamos fazer aqui ‘uma aproximacio qualitativa das idéias de Hildebrand, Considere um soluo para set dissolvi- do. Para que a dissolugio ocorra, as interagdes soluto-soluto devem ser quebradas. Se estas in- teragées forem quebradas totalmente, as moléculas do soluto nio se atracm ¢ 0 material passa do estado fisico em que se encontsa para o estado gasoso. Caso queiramos, entio, transformar ‘um sélido ou liquido em gis, devemos fornecer uma certa quantidade de energia de quebra das interagdes que chamaremos de _E Podemos perceber, tamibém, que esta cnergia de- penderi da quantidade de solido a ser vaporizado (10 g de um sélido precisam de mais enersia ‘para serem evaporados do que 1g). Para nfio dependermos da massa de sélido a ser evaporado, ppodemos ter a relagio de energia por volume molar, o que nos di uma densidade de energia. A partir dessa densidade de energia, potlemos saber sempre a quantidade de energin a ser gosta se tivermos 0 volume do material a ser evaporado, Como esta densidade trata da energia de coesio entre as moléculas, a mesma recebeu 0 nome especifico de densidade de energia coesiva, dec. O tratamento matemitico de Hildebrand o leva a definie 0 pardmetro de solubilidade, com o simbolo 8, como a raiz quadrada da dec. AE dec Tm Capito 4 Soventes ‘onde: dec = densidade de energia coesiva, AE = Energia de quebra das interaces Vm = Volume molar b= vie onde: 6 = parimetro de solubilidade AE = Energia de quebra das interacdes Vin= Volume molar Ateavés do seu trabalho, Hildebrand desenvolveu uma equacio na qual cle relaciona © AH... como parimetro de solubilidade do soluto @,,.,,) ¢ 0 parimetro de sotubilidade do solvente Bz yeq,) A equagio é escritaa principio para a dissolugio de dois liquidos mas pode ser estendida a outros sistemas, Asn” Vien Ont” Erte! KK st onde: AH.__ = entalpia de solugio Vigan, = Wolume total da mistura ‘parimetro de solubilidade do soluto 8, = parimetro de solubilidade do solvente ago do volume do soluto na miseurs fracio do volume do solvente na mistura Raeate Se 0 8,,,, fOr igual a 8,._., isto significa que a energia soluto-soluto € a energia solvente-solvente so iguais eo soluto se mistura com o solvente indistintamence, Na equacio ‘cima a subtragio do valor de um do valor do outro dé zero ¢ Himistura também fica zero, assim como AG,,._.. Esta condigio permite a solubilidade. S€ Bus = Byun» £140, COMO Casa” Bree) = 0 isto resulta em: gira ~ Vaivwe OF Kets Kater Bes = 0.600 AG ea (Os conceitos de Hildebrand permitem dizer o seguinte: ‘Duas substancias sero soliiveis se os parimetros de solubilidade tiverem valores se- melhantes A partir do conceito de Hildebrand, caleulou-se os valores de solubilidade de diversas substincias ¢ observou-se que ocorria realmente a dissolucio, Porém este conceito comecou mostrar situages irreis. Ao considerar apenas a energia coesiva como um todo, Hildebrand ‘io considerou que substincias que fazem interagdes intermoleculares diferentes podem tera ‘mesma densidade de energia cocsiva. Por exemplo, substincias apolares que fazem interacbes de London, como as ceras, podem ter 0 mesmo parimetro de solubilidade de solventes polares « serem, por isso, totalmente insohiveis. O conceito de Hildebrand é melhor apicivel a subs- tincias apolares ‘A correcio do parimetro de solubilidade de Hildebrand veio através do trabalho pu- blicado por Charles M. Hansen em 1967, Hansen corsigin o parimetto de solubilidade de Hildebrand dividinclo-o em coneribuigdes referentes a ts interagbes intermoleculares: dipolo- -dipolo igacio de hidrogénio e forcas de London. O parimetro de solubilidade de Hildebrand (Quimica Apieada 3 Conseragoe Restrario de Bene Canis Ua ltedeio P se torna a taiz quadrada da soma dos quadrados dos parimetros de solubilidade de Hansen de cada interagio: 8,, parimetto da interacio dipolo-dipolo; 6,,, parimetro da interacio ligaclo de Hiidrogénio e 6, parimetro das forgas de London, 3 +63 +83 Alguns valores dos parimettos de solubilidade de Hildebrand e de Hansen estio na tabela abaixo. Observe que o hexano apresenta valores igual a zero pata 6, 8,, Para solventes como ele 0 parimetro de Hildebrand funciona adequadamente Rona Deicke: meg ee Paice ue 962, 54 34 1278 7 43 95 ‘estat do Ela aot 1 26 35 Os valores obtidos por Hansen estendem a idéia sobre a solubilidade pelos parime- tos. A semelhanca entre os trés valores de parimetzos tornam as substincias soliveis entre si Para encontrar um conjunto de solventes para um determinado soluto podemos comparar nu- ‘meticamente os parimetros de valores semelhantes ou, ainda, plotar um gréfico tridimensional ‘em que cada eixo cotresponde a uma série dos tés valores de parimetros de solubilidade de cada interagio intermoleculae + Sono hs 6 Sotvente Neste grifico temos a posicio do soluto € uma esfera, volume de solubilidade, que ios mostra o espaco no qual um solvente consegue dissolver o soluto. Se os parimetros do solvente estiverem dentro do volume da esfera, ocorreri a dissolugio, Se eles estiverem fora, nao haveré dissolucio pois os parimetsos jd nto sio semelhantes entre si. Na ilustragio femos um solvente dentro da esfera outro fora do volume de solubilidade, O que esta dentro cconsegue dissolver 0 soluto. Na época em que os patimetros de Hansen foram publicados, nio haviam recursos computacionais que permitissem que os mesmos fossem trabalhados em um espago tridi- ‘mensional (ao contritio do que ocorte hoje em dia). Representagdes grificas bidimensionais dos cixos cram utilizadas. Nessas representagSes tomavam-se apenas duss dimensdes em cada grifico ¢ analisavam-se as éreas de solubilidade. Como esta anilise era dificil, Jean P. Teas, em 1968, desenvolve um método para simplificar a utilizagio dos parimetros de Hansen. Para tanto, cada valor dos parimetros de Hansen, 8,8, € 8,, sio calculados como mostrado abaixo € se tornam, respectivamene, P, He D: x100 0 H x100 D x 100 oe op + by + 8p eee ce Op + Oy + Op ee 5p +8, + 8p Capito Stventes (Os valores obtidos so, entio, plotados em um grifico terndtio bidimensional mostra- do na figura 4.3. Os parimetsos corridos de Teas sio mostrados neste grifico numa escala ea 100. Bor motivos de simplicidade, sio desenhadas sets indicando as diregSes no grifico znos quais estes parimetros crescem em valor. Os mimeros dentro do diagrama sio referentes a diferentes solventes que estio descritos logo abaixo do mesmo. Para let um grifico tetndrio devem-se ler os pontos nos eixos encontrar os valores ‘eferentes as linhas paralelas, a0 cixo & esquerda, nas quais 0 ponto se encontra . Por exemplo, ‘no gtifico a segui, lia 0 ponto referente 20 solvente 28 (dimetilsulféxido - DMSO). As li ‘nhas que cruzam este ponto possuem 0 valor 36 dipolo-dipolo, 23 ligacio de hidrogénio ¢ 41 Forcas de London somando um total de 100. (Nunca leia pontos na mesma linha ¢ em eixos contriris, senio vocé encontrari o valor 100 para apenas duas interagBes ou menos, o que corre somente nos vértices). Podemos ver que o glicerol € um solvente polar pois possui um valor de 59 pola, resutante da soma das contribuigdes dipolo-dipolo e ligagio de hideogénio. Podiamos também observar que cle esti distante da regio onde predominam as interagGes de Forcas de London. ‘Umma grande simplificagio do diagrama de Teas & que, a0 invés de volumes de solubi- lidade, nds temos agora areas de solubilidade. As areas de solubilidade serio melhor explicadas no proximo tépico. 100, Forgas de London 1, White Spisit 11 - Aleool diaeetona 20/- Acetato de celosolve 2-n-Heptano 12 Acetona 21 -Tetrsidrofurano 3 -Tolueno 13 - Diisobusilcetona 22-Dioxano 4- Xileno 14 - Cicloexanona 23 - Formamida_ 5 - Dipenteno 15 - Acetato de etila 24 - Dimetilformamida (DMF) 6 - Cicloexano 16 - Acetato de butila 25 - Nitrometano 7 - Etanol 17 - Etilcelosolve 26 - Acetonitrila 8. Propanol 18 - Butilcelosolve_ 27 - Btanolamina 9 - Butanol 19 - Eter etilieo de etileno 28 - Dimetilsulféxido (DMSO) 10 -Cieloexanol glcol 29 Agua 4.4 - A TABELA DE SOLVENTES DE MASSCHELEIN-KLEINER. iste uma grande variedade de solventes dispostos no diagrama de Teas mas nem todos podem ser usados na Restauragio. Alguns motivos podem ser explicitados: 1) Muitos solventes teagem prontamente com o$ matetiais pictéricos danificando-os; 2) Muitos desses solventes sio pouco volteis, apresentam alta retencio; 3) Muitos sio penetrantes em excesso FIGURA 43 - Diagrama de Teas e alguns solvents 107 (Quimica Aplicada 4 Conseragine Resta de Bens Cultus: Una Into em relagio aos materiais pietéticos e 4) Muitos slo t6xicos , entre estes, agentes cancerigenos. Felizmente muitas adaptagSes foram feitas no grifico de Teas de pronto pata trabalhos de conservagio-restauragio. As principsis contribuicdes: tistas da conservacio como Feller, Gettens, Stout e Masschelein - Kleines. A ‘yeu um sistema de solventes baseado em todos os requisitos necessrios pars a -Restauracio. Inicialmente ela define no diagtama de ‘Teas as regides de solubilidade ‘matetiais pictoticos a serem removidos: leos, 6leos envelhecidos (polimeros lados), ceras, resinas (terpénicas), proteinas e polissacarideos, Este grifico esti (Mendes, 1996). Observe que nao ha descri¢io para os polimeros sintéticos, como: vinilcos. A solubilidade desses em solventes esti descrita no capitulo anterior. FIGURA 4.4 - Diggrama de Teas com as éreas de solubiidade de materiais pictircos 50 Forgas de London Com a classficacio feita anteriormente, em fungio do fendmeno da dissolugio, gota reduz,o nimero de solventes possiveis de serem usados em fungio da evaporacio ¢ penetragio, Vejamos abaixo as propriedades dos principais solventes por ela escolhidos. A) ALIFATICOS PENETRAGAO: Baixa, Retengio baixa, EVAPORAGAO: Relativamentesipida (depende da massa mola). 15 minutos em média na fase L SOLUBILIDADE: Apolares B) AROMATICOS PENETRACAO: Alta (interagdes do anc). Baisaretensio. EVAPORAGAO: Répida. 15 minutos em média, Ease} SOLUBILIDADE: Apolres (mais polariziveis que os alfticas de mesmo peso moleculat) (©) HALOGENADOS PENETRACAO: Alta, Baixareengio. EVAPORAGAO: Ripida. 15 minstos em médi, (Fase D) SOLUBILIDADE: Apolares (mis polarizvcis qu 08 alifitcos aromitios de mesmo peso moleculas) pio 4 Sores D) ALCooIs PENETRAGAO: Alta, Retencio média(moléculas de baixa massa molecla). EVAPORAGAO: Répida, 30 minatos em média a4 hors. Fase I) SOLUBILIDADE: Polares(igagses de hidrogénio) E) GLICOIS - DERIVADOS DO ETILENO GLICOL PENETRACAO: Alta (Moléculas de baixa massa molecular). Retengio alta (meses). Aumen- tam a umidade da camada em qual foram aplicados, EVAPORACAO: Baixa. Meses. SOLUBILIDADE: Polares (ligagdes de hidrogénio). F) ETERES PENETRAGAO: Baixa (Alta volaiidade) EVAPORAGAO: Alka (fase I predominance) SOLUBILIDADE: Polases (baixa polaridade). G CETONAS PENETRACAO: Média (baixa viscosidade ¢ tensio superficial média) EVAPORAGAO: Alra (fase I predominance) 4 dias fae Icom maior massa molecvla. SOLUBILIDADE: Polares (polaidade baixa) ¥ ESTERES PENETRAGAO: Média (comparivel as acetonas) EVAPORAGAO: Baixa (fase I predominant). Meses na fase TI com maior massa moleculat. SOLUBILIDADE: Polases (polatidade baixa) [As propriedades dos solventes acima permiticam Masschelein-Kleiner classifici-los tem quatro categorias: os decapantes, os solventes médios, os solventes méveis € os solventes voliteis. As categorias foram escolhidas de acordo com suas propricdades ¢ tipo de material a ser removido de uma obra (Mendes, 199). Longa e importante: ‘ainda +/-3% a 10%. tes. Devem ser ev depois de 2h. reconies. RResinas naturals 6 si 1 OF hens uae oe fo ‘eo compoenm, | TABELA 4.1- Cae : ri de sles penta (i rete matrae I-08 svete me cea asic ete aca dea els hisrocrbonetes cores, cores reins Taboradonw eos: ple o. cs do 50 mine siUsas neo onetendos. Massel - Kien ‘coe oe ee Meymemee ee GE spin eras vein ‘salurados,eteres. 109 ‘Quiniea Aplicada Conteris ¢ Resangio de Bess Cutis: Una Tatoo [Além dessa classifcacio em categorias, cla apresenta também uma lista de 23 for- ‘mulagies de solventes. Esta lista surgiu da pritica (empirismo) racionalizada pelas discuss6es anteriores, noel: 3 whte-spit 188 dearomitcns 4 pons | puro " 5 pile icoratane 0:50 ew ‘esata do oa + maieistne wa 11 ieoropanel + metlsobtotons 0:60 et On eG 12 delooetano + meterl 20:60 sna 49 ene + DMF 75:28 mer 14 tlroetan + dlactone dos! 75:25 ust icloometane + formato eos + sco $080: 2 Mens! ‘mien TABELA 4.2- Tabelo de solventes de Masscbe- Antes de aplicar qualquer solvente’ou misturas de solventes, é bom realizar alguns ‘testes em pequenas reas da camada a ser removida. A propria Masschelein-Kleiner apresenta ‘um conjuinto de testes que devem ser realizados. As suas recomendacées estio descritas abaixo (Mendes, 1996): * 0s testes se fazem em trés etapas: 1) Depésito de uma gota de solvente com a ajuda de um tubo capilar (diémetro do depésito: aproximadamente 2 mm). Observagdo com binéculo: a dissolugao provoca a formaedo de uma auréola; 2) Teste com agulha no local do dep6sito: pode-se assim constatar 0 10 Capo 4 Sokeater grau de amolecimento, seja da camada a ser dissolvida, seja da camada sub- jacente; 3) Ensaio com cotonete, que deve ser guardado para lembrar o resul- tado obtido. bem entendido que estes testes devem ser executados em locais do objeto cuidadosamente escolhidos. E preciso que os resultados sejam signifi- cativos, mas que nao ponham em perigo a integridade estética da obra. Para um quadro, por exemplo, escolhemos, nas bordas, uma faixa cla- ra (azul celeste), uma faixa vermelha e uma faixa escura (marrons). A faixa clara permite discernir a acao dissolvente gracas 0 contraste; os vermelhos ‘© 0s marrons devem em seguida ser testados, pois bem frequentemente eles sdo menos resistentes aos solventes. A cor dos tampdes deve ser cuidadosa- ‘mente observada para verificar se ndo ha arraste de pigmentos. E preferivel nao fazer estes ensaios na extremidade das bordas que fo- ram protegidas pelo quadro. O verniz apresenta frequentemente, neste local, uma melhor solubilidade em virtude de alteracio minima.” odemos fazer algumas observagdes notas importantes sobre # tabela de Massche- lein-Kleinere sobre o préprio ato de se apliear solventes sobre camadas pict6rica: 1) Em cada grupo de objetivos, como “limpeza superficial”, os solventes devem set testados ‘aa ordem aumérica em que estio dispostos na tabela. No grupo de limpeza superficial deve-se, entio, comecar os testes com o isooctano (niimero 1) e, em whimo lugar, a mistura p-xileno + tricloroetano (aimero 5). O motivo é que os mesmos estio dispostos em ordem crescente de penetracio ¢ ou reatividade, ou seja, se tornam gradualmente mais “agressivos” as camadas ppictéricas. Observe, por exemplo, no grupo de misturas para o objetivo de “climinagio de uma repintusa oleosa” , que a tltima formulagio possui hids6xido de aménio, o componente mais reativo do grupo, aa sua maior concentracio. Esta mistura deve ser a ultima a ser testada para este objetivo. 2) Os solventes das categorias I TI (decapantes e solventes médios) sio classficados pela prd- pria Masschelein-Kleiner como ativos. Isto quer dizer que eles sio os principais envolvidos nna solubilizacio da camada a ser removida. Como podem, posém, causar danos a obra, si0 aplicados de forma diluida, principalmente em solventes das categotias III ¢ IV. Caso 0 restau- rador perceba que uma certa formulagio esti “amolecendo” ou removendo adequadamente ‘uma camada mas esté muito lento, ou que na mistura indicada os efeitos esto sendo agressivos para a obra, o mesmo tem a liberdade de aumentar ou diminuir suas concentragdes. 3) Para os wernzes resinosos hi duas classes de objetivos: “liminasio de um vernizresinoso” ¢ “vemizesresinosos cm camadas espessas”. O motivo dessa separacio jf discutido quando abordamos ofendmeno da evaporacio. Solvents mais voliteiss4oaplicados em camadasfinas « solventes menos volitcs em camadas espessas. As formulagdes de eada um desses grupos de objetivos apresentam evaporagdes diferentes. Observe que ha muitos solvents da categoria 1V (votes) no grupo de objetivo “climinagio de um verniz resinoso”(camada fina de vrai). Observe, também, que hi muitos dleoois e cetonas nesses grupos. O motivo ji havia sido ex- plicado no tépico sobre resinasterpénicas. A medida que envelhecer, ests resinas se oxidam {se tomnam mais polars esokiveis em sleoois e cetonas. 4) Alguns materia pictéricos, como os éleos, se tornam insolGveis a medida que envelhe- ccem. Virias ligages cruzadas sio formadas entre as cadeiais poliméricas ¢ estes se tornam ppolimeros gigantes altamente reticulados (o 6leo se transforma em linoxina). O fenémeno da solvatagio nio ocorre em nenhuma extensio. A tinica forma de torné-los solveis ¢ através de seacdes de despolimerizagao. Na despolimerizacio os polimeros sio quebrados em molé ‘eulas menores que, pelos menores tamanhos, podem ser solvatadas ¢ dissolvidas. lil Qsinia Aplicnda& Conserve eRenungio de Hens Cui: Una Tatoo ‘Uma reacao de despolimerizagio comum é a hidrélise (quebra pela égua). © polimero reaze ‘com Agua sob agio de um catalisador, Este catalisador pode ser um écido (hidrélise écida), ‘uma base (hidrolise bésica) ou uma enzima (hidrolise enzimética). Na lista de solventes ‘de Masschelein-Klciner temos o dcido férmico e o Acido acético pata catalisar a hidvdlise de smateriais protéicos ¢ polissacarideos. A amonia € usada para catalisata hidrdlise bsica de 6leos envelhecidos. “Vejamos alguns exemplos de equagbes. Na hideélise écida de proteinas, o acido acético catalisa a quebra da ligacio peptidica. y a ve ~ rt me ee ii No caso da aménia, é impostante citarmos que a mesma é encontrada disponivel em solugdes de hidrdxido de aménio através do seguinte equilfbrio: NH,+,, + OH, —= HO, +NH yy A améaia catalisa a hidrolise das ligagdes do glicerol com os dcidos graxos. 4,5- TOXICIDADE E INFLAMABILIDADE DOS SOLVENTES, Infelizmente, 0s solventes possuem efeitos danosos A vida por intoxicacio dos of ‘ganismos ou por combustio através de chamas. E incontivel sem sentido o niimero de conservadores-restauradores que adoecem ¢ filecem por intoxicagio com solventes ¢ outras substincias presentes no seu oficio. Pode-se dizer que é sem sentido pois diversas atitudes podem ser tomadas para evitar 0s riscos que os solventes apresentam, Ha trés vias basicas através das quais os solventes podem fazer contato com nosso ‘compo: pele, vias agteas e vias digestivas. A maior parte do contato € feito pela pele ou pelas vias areas ‘A maior parte dos acidentes ¢ intoxicagdes ocorrem por negligéncia, Pessoas que 112 acham que “certo material nfo pode causar nenhum mal” ou o famoso “isto vai ser npc, Nio vou ficar muito tempo em contato”. Os efeitos 4 sade de solventes podem see agudos (cfeitos devido & exposicio curta a altas concentragdes. Possuem duracio limitada) ou cx6nicos (efeitos devido & exposisio a pequenas concentragdes mas por um longo periodo de tempo. ‘A duragio de um efeito crénico é indeterminada e pode surgic apés virios anos de exposigio cuts). Efeitos agudos sio geralmente euforia, nauseas, enj6os, dor de cabeca e lentidio (a maiotia dos solventes orginicos sio depressores do sistema nervoso central). Efeitos exbnicos sio perda de meméria,instabilidade emocional e confustio mental (© Ministéio do Trabalho define diversos valores de Limites de Tolerincia (con- centragio ou intensidade miximas a que uma pessoa pode ser exposta sem possveis danos para a mesma). Os limites de tolerinca sio definidos para uma jornada de 8 horas dirias e 48 horas semanais, Os limites de tolerincia se dividem no limite de tolerincia de média poa- derada, valores gerais de exposigio segur; limites de tolerincia de curta exposicio, valores 10s quais 0 individuo pode entrar em contato com a substincia por um tempo mximo de 15 ‘minutos ¢, por no miximo, 4 vezes a jornada dir eo limite de tolerancia teto, concentragio za qual o individuo softe risco de morte. Hi vitios problemas com os limites de tolerincia: ~ As diferengas de sexo e idade tornam grapos de pessoas mais ou menos sensiveis 208 efeitos dos solventes; - A idiossinetasin quimica, na qual cada individuo apresenta uma resposta diferente a uma substincia quimics, Existem individuos hipersensiveis, que softem danos com concen- rages dos solventes bem abaixo dos limites de tolerincia individuos hiposensives, que nao softem nenhum dano com concentragées dos solventes bem acima dos limites de tolencia [A inflamabilidade dos solventes é outro problema de grande seriedade. “A inflamabi- lidade é calculada medindo-se 0 ponto de inflamacio dos solventes. © ponto de inflamagio é 1 temperatura acima da qual uma mistura de vapores de solventes e ar pode scr acendida por ‘uma chama ow por uma faisea, Se 0 ponto de inflamarao esta abaixo da temperatura ambiente ‘ou muito pouco acima, deve-se tomar grandes precaugdes contra o fogo, especialmente se usa- ‘mos grande quantidade de solventes. (..) A maior patte dos incéndios comeca na fase gasosa.” (Torraca, 1981). Pode-se seguir as seguintes recomendacdes gerais para um trabalho mais seguro: - Teabalhar em locas aerados, com bastante ventilagio ¢ capelas (equipamentos com sistema de exaustio para gases. Janel e portas abertas apenas nio server de seguranca pois pode haver regimes sem ventilagio nos quais 0 restaurador respira os solventes. A ventilagio faz parte dos equipamentos de protegao coletiva (EPCS), - Reduzis o tempo de exposi¢io a0 minimo; - Usar EPIs (Equipamentos de Protecio Individual), Luvas plisticas, méisearas de gases © p6, dculos de protesio. Certificar-se sempre que os EPIs estio nas condigdes ideais de trabalho (filtro da méscara de gis, lavas nfo rasgadas etc). Hoje hi um consenso que os EPCs fo mais importantes que os EPIs ‘Como medida de seguranca devem sempre constar no atelier de trabalho extintores de incéndio de pé quimico, Além do mais, os solventes devem ser estocados em armiérios ven- tilados, que sio armiérios ligados a sistemas de exaustio para impedir que a atmosfera interna fque saturada de gases. Se nio forem possiveis armérios ventilados, devem ser usadas estantes, Ge material nio metilco (se forem metilicas devem ser atertadas) em um ambiente ventilado, Segue uma lisa de solventes, com suas toxicidade, que devem ser abolidos do trabalho do conservador-restaurador. | 113 114 (Quimica Apo & Comers €Restnso de Hens Cutan = Una Ttosio TABELA 4.3 - Sol entese alguns efits isos eros. Nitro aromitlcos Si 7 (x: irobenzeno) “Tetraloete de carbone ehidrocarbr CClrotormig ‘Amina afatieas (bblamina eisomeres) é Pisding 4.6 - ALTERANDO FORMULACOES Caso as formulagdes propostas na lista de solventes de Masschelein-Kleinernifo fun- cionem, ainda € possivel que o restaurador procure fazer suas proprias formulagies, B im- portante porém que ele esteia consciente dos efeitos da evaporagio, dssolugfo © penetragio discutidos até agora a0 fazer uma nova formulacio. Para auxili-lo, o mesmo deve usar os valores das propriedades fisicas envolvidas, como pressio de vapor c temperatura de ebuligio, além das categoria de solventes. "As novas formulagdes podem ser feitas a partir do seguinte método: cada solvente ppossui um certo valor de pasimetro de solubiidade de Teas para cada uma das interagdes inter rmoleculares: P,D ¢ H. Quando misturamos ests solventes, aumentamos ou diminuimos estas contribuigSes. Considere, entio, que voce abservou que uma certa formulagio com cariter apolar esti apresentando um bom desenvolvimento, porém se ele fosse um pouco mais apolar cla seria melhor. Para isso vocé pode sumentar a concentragio do solvente com maior cariter polar e, ainda, saber em que tegiio do grifico de Teas ela se encontra. Para encontrar este valor, basta ‘multipliear a concentragio em tialo de cada solvente por seus valores de PB, D ¢ H. Torraca (1981) apresenta o seguinte exemple: “Considere uma mistura de metiisobutleetona (30%), metilcelosolve (30%) e dimet formamida (40%). PARAMETROS a P 4 (Forgas de London) (dipole-dipole) (Ligagao de Hidrogtnlo) METILISOBUTILCETONA 58 2 a METILCELOSOLVE 20 2 2 DIMETILFORMAMIDA “1 2 z ‘A-concentragio em titulo é obtida dividindo-se cada valor porcentual por 100. 50% 50,30 700 metiotosoive 20%) 2% =0,30 700) rmaticobutlostona (30%) ématiformamida (40%) “2% =0.40 700 [Agora é s6 multipilear eada um desses valores de concentracio em titslo por cada um dos parimetros e somar os resultados. Capitulo 4 Soketee PARAMETROS Nn P 4 (Forgas de Londen) (dipolo-dipalo) _(Ligagdo de Hidrogénio) METILISOBUTILCETONA 0.90%58= 174 020x22" 68 030x20= 60 METILCELOSOLVE 090x99= 117 020x22= 6 030x38= 117 DIMETILFORMAMIDA Oddxs1= 164 040xS2= 128 030x27= 108 = (eomatéria-pardmatros da 5 0° 235 rmistura) Cruzando os patimetros da mistura N = 45,5 , P = 26,0 e H = 28,5, podemos encon- trar um ponto no grifico de Teas. Este ponto se encontra na regio das resinas ¢ dleos, sendo esta uma mistura adequada para remocao destas carmadas, 10 fazer novas formulagdes tenka em mente todos os parimetros discutidos em rela fo a agio de solventes: retengio, evaporacio e, principalmente, toxidade. Faga testes cuidado- 808 e metédicos Segue uma tabela com alguns parimetros fisicos importantes de alguns solventes sele- cionados. PARAMETROS DE Pea errs me a Nome OP ne ee! gee oan a ren Nieto HEXANO a7 SRO nHEPTANO sad 10 oo CICLOHEXANO cor eee ae Tae TOLUENO ‘tos 10: aaa @xILENO 4a raises BES ETANOL 88 eM PROPANOL 7 Cr) ISOPROPANOL 2a “8 ‘nBUTANOL “7 er) [ROETONA saz ‘60 eae TIL METILCETONA 796 72 oa CICLOEXANONA ‘807 aos a ae ACETATO DE ETILA 772 747 239 ono st Bt [ACETATO DE BUTLA 1288 78 2 ayo 8 ETER ETIUCO 345 5342 1730 oz es eRe 1958 53 2820 208 a2 6 8 TTETRAHIDROFURANO ‘6 197 204 os 85 IOxXANO saa sn SRS Sra DDIMETIL FORMAMIDA 169 37 352 oe at OT NITROWETANO 4012 a3 we Osa IMETILSULFOXIDO 169 os? Fee's ei ost 2 Metz ous +00 784 mars ond 488 TABELA 4.4- 4,7 - FORMULAGOES DE WOLBERS ee Richard Wolbers apresentou na década de 1980 um conjunto novo de formulagées de solventes. A novidade principal consistia no uso de gcis (materiais de alta viscosidade), tenso- ativos (sabdes e detengentes) e enzimas. Os geis marcam a grande diferenca em seus solventes pois os mesmos diminuem, ou impedem, os fendmenos de evaporacio ¢ penetragio. Ao apli- 115 Qin Apc i Conserve Rego de Hens suis: Una leads car solventes em geis, a a¢io dos mesmos fica muito restrita & apenas a dissolugio, Em um dos seus primciros trabalhos, Walbers propds uma nova formalagio em uma limpeza de um retzato americano do século XIX por Jacob Bichholtz, Nesta limpeza, ele cita que os solventes ue estavam sendo usados para retirar uma camada a 6leo indesejada na obra atacavam tam- bbém as camadas subjacentes. A imobilizagio dos solventes em um gel impediu que os mesmos penetrassem as camadas subjacentes, Ao mesmo tempo, como os solventes ficam imobilizados ‘no gel, eles nio evaporavam, o que era uma vantagem para a satide do restauraddr que ficava. ‘menos exposto a eles A formulagio proposta por Wolbers para esta limpeza era a seguinte: 100 mL. de aqua (solvente) 1g de Lipase do tipo VII (enzima catalisadora da despolimerizacao do 6leo) 06 g de Tampio Tris-HCl (auxiliar na agdo da lipase) 0,1 mL de Triton-X 100 ® (tensoativo ~ permite a dissolugdo do bleo des polimerizado na agua) 1,5 g de Hidroxipropilmetilcelulose (gel - imobilizagdo do solvente) ‘Vamos explicar rapidamente como esta formulagio atua. A agua é o solvente € rea gente para o éleo. A lipase & uma enzima, um material proteico que provoea a hidrélise enz- sitica do 6leo como explicado anteriormente. O tampao Tris €adicionado para ausiliar a acZ0 da lipase, Apés 0 dleo ter sido hidrolisado, o mesmo possti um considerivel eariter apolar 0 «que ainda o torna insohivel em Agua, Para que haja solubilidade, foi adicionado um tensoativo (triton-x) que permite a solubilidade do éleo em égua. O gel, por fim, impede a evaporacio € ppenetzacio dos componentes. ‘Outras formulagées podem ser usadas dependendo da situacio na qual se lide, por exemplo, na remocio de camadas protéicas, de polissacarideos, acrlicas etc. A principio, qual- quer solvente que, pelos motivos explicados a0 longo do capitulo, Funcionem para uma cam: da, podem ser imobilizados em um gel para se ter controle da sua evaporagio ¢ penetragio. ‘Um dado mais interessante € que 0 uso de tensoativos ainda permite que a agua seja usada_ como um dos solventes, 0 que diminni ainda mais a toxicidade do método, Uma desvanta- gem inicial apresentada como cxitica aos solventes de Wélbers foi a retencio de quantidades ‘microse6picas na superficie das obras dos geis e tensoativos, mesmo que os mesmos sejam limpos exaustivamente com um sow. Estes podem reagir posteriormente com os materiais| das obras. Devido a este inconveniente, 0 Instituto Getty - Califémnia - USA, desenvolveu 0: Projeto de Pesquisa de Geis (Gels Project Research) no periodo de 1998 2 2003,Viétios pesqui- sadores foram envolvidos c, em geral, eles descreveram que ha possibilidade de retencio dos: ‘materials mas nfo se avaliou danos devido a esta retenglo ¢, ainda, possiveis danos devido a ‘este método de limpeza foram também constatados nos métodos anteriores (como a ji citada lixiviaglo). © modo pelo qual o restaurador emprega 0 método de limpeza foi o fator mais determinante do que 0 método em si. ‘Vamos discutir, na sequéncia, os principsis componentes das formulagoes de Wok: bers. Este conhecimento geral nos permite analisar e propor novas formulagdes. 4.7.1 - ENZIMAS As enzimas sio proteinas e muito da sua quimica jé foi discutida no capitulo TI. © ‘torna uma proteina em enzima é 0 fato dela poder atuar como catalisador em um pro ‘Alem de atuarem como catalisadores as enzimas sio muito especificas em relagio & molé ‘com a qual reagem € 0 local no qual reagem na molécula. Quando elas atwam na quebea moléculas de dleos, sio chamadas de lipases. A especificidade da reatividade das en: explicada através de dois mecanismos: chave fechadura ¢ encaixe induzido. ‘Nomecanismo chave fechadura a enzima ea molécula a ser catalisada atuam ou c 116 Cp Sotetes have ou como fechadura. Como hé apenas uma chave que abe uma fechadura e em posigdes, cespecificas, o mesmo ocorre com as enzimas. roman) =. cw [74 ‘No mecanismo de eneaixe induzido ocorre uma vatiagio do mecanismo chave fe- chadura, Nesse mecanismo a enzima s6 assume a conformacio adequada para se encaixar na rmolécula a ser catalisada quando ela se iga a esta molécula. “A atividade enzimética depende muito, entio, da estrutura da proteina. Como vimos no capitulo TI estas estruturas podem ser alteradas, desnaturadas, com a temperatura ou o pH do meio, Existem valores de pH e temperatura nos quais esta atividade aleanga valores maxi- mos. A lipase usada por Wolbers possui os maximos de sua atividade no pH 8,5 © na tempe- satura de 45 °C. Como o proprio Wolbers destaca em seu texto, esta temperatura é totalmente inadequada para bens culturais ¢ deve-se trabalbar com a enzima na temperatura ambiente. pH, pozém, pode ser controlado através do uso de um tampio, que ¢ uma substincia que reage ‘com 0 meio impedindo a alteragio de pH. O tampio usado por Wilbers, no caso descrito, foi 0 Tris (trs-hidroximetilaminometano). oH He eee een Nip Por fim é importante citar que ha enzimas na nossa saliva, lém de outros componen- tes, que a elegem como solvente em restauracio. 4, 2 TENSOATIVOS ‘Um tensoativo ¢ uma substincia formada por moléculas longas que possuem uma ex- ‘ttemidade apolar (tenso) ¢ outta polas (ativo). Comumente a zepresentamos da seguinte forma: ETREMIDADE ©) ‘POLAR EXTREMIOADE POUR Como pode se ver no desenho uma extremidade da molécula é apolar e a outra € polar. Quan- do dissolvemos dleo em Agua com a ajuda de um tensoativo temos uma figura semelhante 2 seguinte: w7 (Quien Aplin & Conserao¢ Resurso de Bens Cutis: Una Intedago © leo, apolar, fica “ptotegido” da dgua, polar, por estar envolta pelas moléculas do ten- sontive. Se adicionarmos pouco tensoativo, as moléculas do composto apolar ficam pouco cavolvidas e nfo observamos uma solubilizagio adequada. Se aumentarmos gradualmente @ concentragio do tensoativo haveri um momento no qual haveri uma quantidade suficiente do tensoativo para envolver as moléculas apolares por todos os lados, Nesse momento a solubi- lidade aleanca seu valor miximo e as moléculas do tensoativo envolvem as moléculas polares com o formato de uma esfera, de elipsdide ou de camadas. Estas estruturas formadas sio cha- ‘madas de micefas. A concentracio do tensoativo necessaria para formar a micela é chamada de concentragao micelar critica, CMC. ‘Como os tensoativos permitem a misciilidade de compostos de diferentes polatida- des, eles sio muito utilizados como sabGes e detergentes. B comum medica detergéncia de um composto pelo sen valor de CMC. ‘Uma das fSnmulas do titon-X 100 ® usado por Wolbers € a seguint: apolar polar [A parte polar dessa molécula é dada por um grupo -OH. Isto o classifica como tenso- ativo nfo idnico. Fxistem tensoativos que possuem fons na sua parte polar. Estes sio classifi- cados como eatidnico ou aninico dependendo da origem das cargas na parte polar. Pot fim, existem alguns sistemas de micelas nas quais o composto apolar é que fica dentro da mesma, Estas micelas sfo classificadas como micelas invertidas. 4.1.3 - GEIS Geis sio compostos poliméticos que podem interagir com o solvente formando mate- rinis de alta viscosidade. Eles devem possuir em suas estruturas diversos grupos que permitam sua interacio com o solvente. A hidroxipropilmetil celulose é um derivado da celulose que jpossui vitios grupos OH em sua estratura que permitem fazer igagdes de hideogénio com moléculas de agua. A quentidade de égua adicionada determina sua viscosidade. ‘Outros geis catbopois usados por Walbers sio os carbopéis. Sio polimeros com vé- sos grupos carboxila (COOH). Quando as eadeias poliméticas do carbopol estio em um meio que faz ligagdes de hidrogénio, a mesma se desenovelae interage com o solvente ficando ‘espessa, Outra forma do carbopol se desenovelar € ateavés da sua neutralizagio com uma base. O importante & que se pode controlar o espessamento do gel colocando um solvente que faga ligagdes de hidrogénio ou através da adicio de uma base para que ocorra a neutralizacio. pio 4 Solretes Em meio dcido ele continua enrolado de- Em meio bisico ele 6 desprotonado (0 H reage com OH), As car- vido a ligagbes de hidrogénio. Como esté ‘gas negativas do grupo COO: se repelem, o polimero estica e pos- enrolado ele possui pouco contato com sui maior contato com as moléculas do solvente. A atragto é maior as moléculas do solvente e o gel fica fino © o gel fica espesso (mais viscoso). Fle também desenovela em (ais fuido), :meios com ligago de hidrogént 4.7.4 - SABOES DE RESINA (5 sabes de tesina sio formulagdes de Wélbers voltadas para a remogao de vernizes terpénicos. Eles funcionam muito bem com o verniz dammar ¢ a idéia € usar uma substincia tensoativa com uma estrurara quimica semelhante a das resinas terpénicas. Como eles so semelhantes, 0 principio da semelhanea das interagdes entra em agio e consegue-se a dissolu- Go de uma resina terpénica apolar ou de baixa polaridad em gua, f que o sabao de resina cempregado & um tensoativo, Em tesumo, a parte apolar do tensoativo far interacdes com as tesinas terpénicas . A parte polar fica por conta em interagir com a égua. Formam-se micelas do mesmo modo que zo sistemas discutidos anteriormente, Uma das substincias usadas como sabio de resina € 0 abietato de trietanolamina, 0 produto da reagio do dcido abiético com a trietanolamina. Na es- trutura podemos ver trés abietatos com uma estrutura de trés anéis proxima (mas nao idéatica) a das resinastriterpénicas: (Outea substincia usada no sabio de resina é o deoxicolato de trietanolamina, Este ‘composto é mais semelhante as resinas triterpénicas e mais eficiente na temocio de vernizes muito oxidados. Quimica Apes Conteris ¢ Resugio de Bens Calis: Una Tero ‘Algumas formulagdes para solugBes estoque destes solventes estio descritas abaixo, Pata o trabalho de limpeza,diui-se as solugdes estoque para 4 % v/v. Se for do interesse do restaurador aplicé-las como gel, pode-se adicionar hidroxipropilmetil cclulose ou catbopol. Solugao estoque de sabao de resina (abietato de trietanolamina) 5 g Abietato de trictanolamina 06 g Triton X-100 25 mi de gua destilada ‘Adicionar trictanolamina a 85% até pH 8 85. Solugao estoque de sabdo de resina (deoxicolato de trietanolamina) 3.7 g Acido deoxicélico 1.4m. de Teietanolamina a 85% (adicionar mais caso o pH nao esteja entre 8a 85) 046 g Triton X-100 25 mde gua destilada 4.8 - QUELANTES E SEQUESTRANTES ‘Os quelantes e sequestrantes so mais uilizados na limpeza de produtos de deteriora- iio de metas, pétzeos ea limpeza de crostas negras. A quimica desses compostos ¢ exemplos de sua uiizagio foram discutidos no eapitulo Ino tem fcidos e bases de Lewis.

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