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Patrícia Felipus- Turma Pi- 8º período LPF

HIPOGLICEMIANTES
O diabetes tipo 2 é decorrê ncia de dois defeitos básicos: resistê ncia insuli ́nica e deficiê ncia insuli ́nica. Nas fases iniciais da
moléstia, predomina o fator resistê ncia, sendo indicado o uso de drogas sensibilizadoras da ação insuli ́nica

 Ação da maioria dos hipoglicemiantes orais depende da integridade das células beta do pâncreas.
 Geralmente a indicação dessas drogas é na DM tipo II
 Medidas de estilo de vida, incluindo controle do peso, alimentação saudável e implementação de atividade
física são recomendadas durante todas as fases do tratamento no DM 2, para melhorar o controle glicêmico.
 Efeito adverso comum de todos os fármacos: hipoglicemia
 Muitos desses pacientes (40-60%) acabam evoluindo após cerca de anos para uma grave disfunção das células
beta, tornando-se refratários ao tratamento oral e necessitando de insulinoterapia

Em muitos pacientes com DM2 os níveis glicêmicos são controlados adequadamente com modificações no estilo de vida
e hipoglicemiantes não insulínicos, contudo deve-se adicionar a insulina quando a glicemia permanece inadequadamente
controlada por ≥ 3 fármacos.

Como escolher a medicação: depende dos valores das glicemias no jejum e pós prandial, da hemoglobina glicada, do
peso, da idade, de complicações e doenças associadas.

Metas terapeuticas para DM tipo 2:


 Glicose de jejum de até 110mg/dL
 Glicemia pós-prandial inferior a 140mg/dL
 Hemoglobina glicosilada (%) até o limite superior do método.

Categorias Ações Classes


Reduzem a produção hepática de Inibem a gliconeogênese hepática e  Biguanidas (metformina)
glicose e são sensibilizadores da aumentam as ações da insulina nos  Tiazolidinedionas
insulina tecidos- alvos
Secretagogos Aumentam a secreção de insulina nas  Sulfoniureias
células b- pancreáticas  Glinidas
Inibidores da alfa glicosidase Retardam a digestão e a absorção de  Acarbose
carboidratos no intestino
Incretinomiméticos Aumentam a secreção de insulina e  Inibidores da DPP4
reduzem a secreção de glucagon em  Agonistas GLP 1
resposta a refeições
Inibidores de SGLT 2 Bloqueiam a reabsorção de glicose  Gliflozinas
nos túbulos proximais

SULFONIUREIAS
Fármacos: glibenclamida e glimepirida
Mecanismo de ação:
Estimulam diretamente a secreção basal de insulina pelas células beta pancreáticas, quando se liga ao receptor SUR-1
da células beta pancreática, bloqueia de canais de K+ dependentes de ATP (“canais KATP”), o que promove
despolarização da célula beta e influxo de Ca2+, estímulo para a degranulação da insulina.
Todas as sulfonilureias promovem hiperinsulinemia e ganho de peso de 2 a 5 kg, o que, ao longo do tempo, pode
potencializar a resistência à insulina e limitar sua utilidade

Efeito adverso: HIPOGLICEMIA

GLINIDAS
Fármacos: repaglinida e nateglinida
Mecanismo de ação:
Estimulam diretamente a secreção basal de insulina pelas células beta pancreática, pois bloqueia canais de K+
dependentes de ATP (“canais KATP”), o que promove despolarização da célula beta e influxo de Ca2+, estímulo para a
degranulação da insulina.
Apresentam uma meia-vida bastante curta, por isso são utilizadas antes das refeições (café, almoço e janta) para o
controle da glicemia pós-prandial.
Patrícia Felipus- Turma Pi- 8º período LPF

BIGUANIDAS
Representante: METFORMINA

Mecanismo de ação: possui mais de 1 mecanismo.


1. Inibe da gliconeogênese e glicogenólise hepática (principais responsáveis pela hiperglicemia de jejum)
2. Melhora da sensibilidade dos tecidos periféricos à insulina (hepático e muscular)
3. Aumenta a captação muscular de glicose (ativação da AMPK)
4. Em nível celular, a metformina aumenta a atividade da tirosinoquinase do receptor da insulina, estimulando a
translocação do GLUT-4 e a atividade da glicogênio sintetase.
Outros efeitos benéficos da metformina:
 Redução dos triglicerídeos (em 10-15%) em menor grau do LDL-colesterol
 Redução de níveis plasmáticos do PAI-1 (inibidor do ativador do plasminogênio), uma substância pró-
trombótica.
A metformina não aumenta os níveis séricos de insulina e é bem menos passível de causar hipoglicemia,

Meia vida: cerca de 3 horas


Eliminação: eliminada de forma inalterada na urina. A metformina é excretada, majoritariamente, por via urinária de
forma inalterada e muito rápida O fármaco pode acumular-se em nefropatas com depuração da creatinina < 60 mL/ min.
Deve-se cuidar em idosos devido à função renal reduzida.
Sempre pedir função renal antes de prescrever metformina.

Vantagens:
 Redução estimada de glicemia de jejum 60-70 mg/dL e HbA1c 1,5-2,0%
 Potencialmente pode reduzir eventos cardiovasculares
 Previne progressão para DM2
 Melhora perfil lipídico
 Não causa ganho de peso
 Baixo custo

Efeitos adversos:
 Sintomas gastrointestinais (diarreia, náusea, anorexia, gosto metálico)
 Deficiência de vitamina B12
 Acidose lática (rara)

Contraindicação:
 TFG < 30

Deve-se interrompê-la temporariamente antes de procedimentos radiológicos que exigem o uso de agentes de
contraste!

TIAZOLIDINEDIONAS (GLITAZONAS)
Fármaco: pioglitazona

Mecanismo de ação: drogas sensibilizadoras da ação da insulina


Aumentam o efeito periférico da insulina no músculo, adipócito e hepatócito, porém agem aumentando muito a
captação de glicose pelo músculo esquelético, ao aumentar os receptores periféricos de insulina.
O aumento da expressão dos receptores periféricos de insulina é secundário ao estímulo de um fator de transcrição
presente no núcleo da célula (o PPAR-gama). Está principalmente no tecido adiposo, mas também pode ser encontrado
no músculo e no fígado. Ele promove diferenciação dos adipócitos (tal fato contribui para o ganho ponderal) e aumentaa
lipogênese e estimula a captação de ácidos graxos e de glicose.

Efeitos adversos:
 Ganho ponderal de 3,5 a 4 kg
 Edema devido aumento da reabsorção de sódio
 Anemia e redução de massa óssea (especialmente em mulheres após a menopausa)

Contraindicações:
Patrícia Felipus- Turma Pi- 8º período LPF
 Não deve ser utilizada por pacientes com insuficiência cardíaca, pois pode causar descompensação, e também
por paciente com doença do fígado em atividade.

INIBIDORES DA ALFA-GLICOSIDASE
Representante: acarbose

Mecanismo de ação:
Inibem a ação das enzimas digestivas do tipo alfa-glicosidades presentes na borda em escova dos enterócitos, que
clivam polissacarídeos complexos (como o amido) em monossacarídeos. Com isso, lentificam a absorção intestinal de
glicose, fazendo reduzir a glicemia pós-prandial.
Os inibidores de alfa-glicosidase são menos eficazes que outros fármacos orais na redução da glicemia e os pacientes
geralmente interrompem sua utilização por apresentarem dispepsia, flatulência e diarreia. Contudo, esses fármacos são
seguros sob outros aspectos e podem ser usados em associação a todas as outras fármacos orais e insulina

Efeitos adversos:
 Sintomas Gastro-intestinais: flatulência, meteorismo, diarreia.

Contraindicações:
 Doença inflamatória intestinal
 Doença intestinal associada a má absorção
 DRC grave

INIBIDORES DA DIPEPTIL PEPTIDASE-4 (GLIPTINAS)


Representantes:
 Sitagliptina
 Vildagliptina
 Saxagliptina

Mecanismo de ação:
GLP-1 e GIP são peptídeos liberados pelo tubo digestivo, são chamados de incretinas, pois aumentam a secreção
pancreática de insulina em resposta a glicose. Ou seja, “incrementam” a secreção da insulina. Ambas as enzimas são
degradas pela enzima DPP4. As gliptinas inibem seletivamente a enzima DPP 4, ou seja, não degradam GPL1 e GIP. O
GLP-1 também reduz a secreçãodo glucagon.

Vantagens: não causam ganho de peso e não causam hipoglicemia e pode ser usado na insuficiência renal moderada a
grave

AGONISTAS DO RECEPTOR GLP-1


O GLP-1 é um hormônio liberado pelas células enteroendócrinas localizadas no íleo e no cólon, que estimula a secreção
de insulina de maneira glicose-dependente, com a diferença que não são degradados pela enzima DPP4 inibe a
secreção de glucagon e o débito hepático de glicose, retarda o esvaziamento gástrico, induz saciedade, reduz o apetite
e propicia perda ponderal.

Representantes: exenatida (um hormônio incretina), lixisenatida, liraglutida, dulaglutida, albiglutida e semaglutida. A
semaglutina também está disponível por VO.
Há apresentações disponíveis para administração uma vez ao dia, duas vezes ao dia e semanal. Administram-se todos os
agonistas do GLP-1 por meio de injeções subcutâneas.

INIBIDORES DO SGLT2
Representantes:
 Dapagliflozina
 Empagliflozina
 Canagliflozina
Patrícia Felipus- Turma Pi- 8º período LPF
Mecanismo de ação:
O SGLT-2 (cotransportador de sódio e glicose) é um canal presente na membrana apical das células do túbulo proximal
do néfron, responsável pela reabsorção de cerca de 90% da carga de glicose filtrada. Os fármacos inibem o receptor
SGLT-2, promovendo a glicosúria e natriurese.

Vantagens:
 Perda de peso
 Redução da PA
 Diminuem mortalidade em pacientes com risco aumentado de doenças cardiovasculares
 Previnem a progressão da doença renal crônica

Efeitos adversos:
 Infeções urinárias (principalmente fúngicas)
 Sintomas de hipotensão ortostática
 Gangrena da Fournier

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