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ESCATOLOGIA
ESCATOLOGIA E
ADORAÇÃO
Vanderlei Dorneles
Faculdade de Teologia - UNASP-EC
ESCATOLOGIA E ADORAÇÃO

A Escritura interpreta a si mesma

AT e NT formam uma unidade temática, histórica e semântico-gramatical.

Através da inspiração do Espírito, a Escritura dialoga consigo mesma,
num processo de metatextualidade.
Imagens, cenários e expressões que se repetem ao longo da Escritura
criam pontes de significado e proveem chaves interpretativas.
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A Escritura interpreta a si mesma

José vendido pelos irmãos é exaltado a governador do Egito. Os irmãos
arrependidos se curvam perante ele (Gn 50:15-21).
Jesus crucificado pelos judeus é exaltado ao trono da Majestade. Os
judeus contritos no Pentecostes se rendem ao Messias (At 2:32-36).
Jezabel pratica prostituição (2Rs 9:22), derrama sangue de profetas (2Rs
9:7) e têm a carne comida (1Rs 21:23; 2Rs 9:36).
A meretriz de Ap 17 prostitui os reis da terra (Ap 17:2), derrama sangue
de santos e profetas (Ap 17:6; 18:20, 24) e têm a carne queimada e
comida (Ap 17:16).
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Terminologia escatológica de Daniel

Os capítulos proféticos (2, 7-12) alcançam o clímax do fim, com o juízo
e a volta de Cristo.
Os capítulos históricos (1, 3-6) usam termos e expressões de conotação
escatológica.
O material histórico assume valor profético ao dialogar com as visões do
Apocalipse.
Num processo de intertextualidade, eles acrescentam informação para o
entendimento do Apocalipse.
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O sonho de Nabucodonosor
Dn 4:10-14: Babilônia
Árvore cresce e se torna forte, sua altura
chega até ao céu.
É vista até aos confins da terra. Nela há
sustento para todos.
Animais e as aves do céu acham sombra
e fazem morada nos seus ramos.
No sonho, um vigilante
desce do céu e clama fortemente:
“Derribai a árvore, cortai seus ramos.”
Ap 17-18: BABILÔNIA
A grande meretriz assentada sobre
muitas águas.
Seu vinho embriaga os reis da Terra e
ela domina sobre eles.
Os mercadores da Terra se enriquecem
à custa da sua luxúria.
Um anjo de grande autoridade desce do
céu e exclama com grande voz:
“Caiu, Caiu a grande Babilônia.”
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A queda de Belsazar

Dn 5:10-14: Fim da Babilônia Ap: Fim do Mundo

Ciro desvia as águas do Eufrates e toma Águas do Eufrates se secam para a vinda
a Babilônia. de reis do Oriente: 16:12; Ez 43:2, 4.

Uma mão escreve na parede o Santuário de Deus é aberto e a arca da

julgamento do reino. Aliança é vista: 11:19

Belsazar treme e fica atônito ante a cena. Os grandes e os poderosos entram em

pânico ante a ira de Deus: 6:14-16
A “escritura” na parede revela juízo e -------------
condenação: v. 7, 8, 15, 16, 17, 24, 25 -------------
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Daniel na cova dos leões
Daniel 6
Daniel é o homem sem culpa; é fiel e não
se acha nele nenhum erro.
O rei assina um decreto e determina
morte de Daniel.
Daniel é livrado e exaltado no reino dos
persas.
Os acusadores persas são destruídos.
Ap 14, 16: Os 144 mil
Os 144 mil selados não têm mentira na
sua boca; eles não têm mácula.
Besta decreta a morte dos selados de
Deus: 13:16.
Selados de Deus estão no monte Sião
com o Cordeiro.
Os selados da besta recebem as pragas.
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A imagem de Nabucodonosor

“Depois que a primeira impressão se

desvaneceu, Nabucodonosor pensava
somente em sua própria grandeza e
estudava como o sonho poderia ser usado
para sua própria honra”

Cristo Triunfante, 177

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A imagem de Nabucodonosor
A Imagem de Ouro
Rei faz uma “imagem” de 60x6 para ser
“consagrada” e “adorada”.
Imagem 11x: v. 1, 2, 3, 5, 7 ...
Verbo adorar 10x: v. 5, 6, 7 ...
Chamado para adoração é seguido de
um decreto de morte: v. 6.
“Povos, nações e homens de todas as
línguas”: v. 4
“Som” da música 4x:
v. 5, 7, 10, 15
Ap 13: A Imagem da Besta
Segunda besta faz uma “imagem da
besta” para ser adorada.
Imagem 3x: v. 14, 15.
Verbo adorar 5x: v. 4, 8, 12, 15.
Chamado para a adoração à besta é
seguido de decreto de morte: v. 15.
“A terra e os seus habitantes”:
v. 12
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A imagem de Nabucodonosor
O Papel da Música
“A cultura de Babilônia incluía uma escrita cuneiforme, um sistema
sexagesimal de matemática (baseado em 60 em vez de 10), um panteão
de divindades, uma literatura considerável e um repertório de
instrumentos musicais importantes o suficiente para serem classificados
entre os princípios divinos”
Ernest McClain, The Myth of lnvariance, the Origin if the Gods (Nicholas-
Hays, Inc., York Beach, MA, 1984), 130, 131.
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A imagem de Nabucodonosor
O Papel da Música
Por que um livro de apenas 12 capítulos repete algumas palavras de
forma insistente?
Dn 3:5, 7, 10, 15: “No momento em que ouvirdes o som da trombeta, do
pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte
de música, vos prostrareis e adorareis a imagem.”
“Toda sorte”: 46 vezes no AT: indica variedade e grande quantidade
2Sm 6:5: “Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda
sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris, com
pandeiros e com címbalos. ... estendeu Uzá a mão à arca e a segurou ... e a ira do
SENHOR se acendeu.”
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A imagem de Nabucodonosor
A música extasiante
“O dia marcado chegou, e ao som da música
arrebatadora (extasiante, ‘entrancing’) a vasta,
multidão ‘prostrou-se e adorou a imagem de ouro’”
Cristo Triunfante, 177

“Diante do irado monarca, tendo a imagem a sua

frente, e ao som da música extasiante no ouvido
deles, esses jovens se lembraram da promessa
feita por meio de Isaías: ‘Não temas!’”
YI, 8/3/1904
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A imagem de Nabucodonosor
A música extasiante
“Os antigos sabiam como usar a música para provocar uma experiência mística. ...
Hoje, graças à mídia, podemos testemunhar o efeito da música sobre as massas. ...
O fenômeno tem invadido até mesmo as comunidades religiosas. ... Da mesma
forma, na planície de Dura, os pregadores de Babel, não perderam tempo com
demonstrações intelectuais ou argumentos. A música é suficiente para desencadear a
adoração” (Jacques B. Doukhan, Secrets of Daniel [RH, 2000], 48, 49).
“A música provavelmente solenizou e intensificou a cerimônia. ... Serviu para agitar
as emoções de todos – e amortecer os sentidos … A música solenizou e intensificou
as emoções naquele momento, amortecendo a habilidade de muitos para pensar de
forma clara. A multidão foi compelida, de forma que as massas prontamente
obedeceram à ordem do rei” (J. Paul Tanner, Commentary on the Book of Daniel, 42)
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A imagem de Nabucodonosor
A música extasiante
“A história se repetirá. A falsa religião será exaltada. O
primeiro dia da semana será exaltado como foi a
imagem na antiga Babilônia. ... A princípio, será tentada
a linguagem da atração, como o rei de Babilônia tentou
usando o poder da música e da exibição exterior. Se
essa atração, inventada por homens inspirados por
Satanás, falhar em levar as pessoas a adorar a imagem,
as chamas ardentes da fornalha estarão prontas para
consumi-los”
ST, 6/5/1897; SDABC, 7:976
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A imagem de Nabucodonosor
A música extasiante
A Imagem de Ouro
Rei faz uma “imagem” de 60x6 para ser
“consagrada” e “adorada”.
Imagem 11x: v. 1, 2, 3, 5, 7 ...
Verbo adorar 10x: v. 5, 6, 7 ...
Chamado para adoração é seguido de
um decreto de morte: v. 6.
“Povos, nações e homens de todas as
línguas”: v. 4
“Som” da música 4x:
v. 5, 7, 10, 15
Ap 13: A Imagem da Besta
Segunda besta faz uma “imagem da
besta” para ser adorada.
Imagem 3x: v. 14, 15.
Verbo adorar 5x: v. 4, 8, 12, 15.
Chamado para a adoração à besta é
seguido de decreto de morte: v. 15.
“A terra e os seus habitantes”:
v. 12
A música será usada para amortecer os
sentidos
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A imagem de Nabucodonosor
A música extasiante
“A visão de um desses grupos me foi
apresentada ... Uma pessoa achava-se a um
instrumento de música, e cantavam canções tais
que faziam chorar os anjos da guarda. Havia
ruidosa alegria, havia riso vulgar, abundância de
entusiasmo, e uma espécie de inspiração; mas a
alegria era daquela espécie que unicamente
Satanás é capaz de produzir”

O Lar Adventista, 514, 515

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A imagem de Nabucodonosor
A música extasiante
“O ensino fanático denominado “Doutrina da Carne Santa” se manifestou
em 1900, no estado de Indiana, sob liderança do presidente da
associação local e de seus obreiros. ...
Testemunhas relataram que em seus cultos, os fanáticos promoviam um
elevado tom de excitação por meio de instrumentos musicais como
órgãos, flautas, violinos, pandeiros, trombetas e até mesmo de um
grande tambor. Eles buscavam uma demonstração física, gritavam,
oravam e cantavam até que alguém na congregação caísse prostrado e
inconsciente” (CD Ellen G. White Writings).
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A imagem de Nabucodonosor
A música extasiante
“As coisas que descrevestes de Indiana o Senhor
revelou-me que haviam de ter lugar imediatamente
antes do fim do tempo da graça. Demonstrar-se-á
tudo quanto é estranho. Haverá gritos com
tambores, música e dança. Os sentidos dos seres
racionais ficarão tão confundidos que não se pode
confiar neles quanto a decisões retas. E isto será
chamado operação do Espírito Santo”
Mensagens Escolhidas, 2:36
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A imagem de Nabucodonosor
A música extasiante
“Nessas demonstrações, acham-se presentes demônios em
forma de homens, trabalhando ... para tornar a verdade
desagradável às pessoas sensatas. ... O Espírito Santo
nada tem que ver com tal confusão de ruído e multidão de
sons como me foram apresentadas. Satanás opera entre a
algazarra e a confusão de tal música. ... Essas coisas que
aconteceram no passado hão de ocorrer no futuro. Satanás
fará da música um laço pela maneira por que é dirigida”
Mensagens Escolhidas, 2:37, 38
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A imagem de Nabucodonosor
“O ritmo é o componente dominante da música contemporânea” (Eric Hobsbawn,
História Social do Jazz).
“A música pop foi influenciada pela maioria dos outros gêneros populares, ... obtendo
o uso de harmonias vocais da evangélica e do soul, a instrumentação do jazz, da
country e do rock, a orquestração da clássica e o andamento da dance music, sendo
sustentada por elementos rítmicos do hip hop” (Frith, Straw, e Street. The Cambridge
Companion to Pop and Rock [Cambridge University Press], p. 95, 96.)
“A música pop é feita em função da dança, usando batidas e ritmos destinados à
dança” (T. Warner, Pop Music: Technology and Creativity [Ashgate, 2003] p. 3, 4).
“Um renascimento espiritual está acontecendo e o Espírito Santo está na raiz disso.
Os jovens estão expressando sua felicidade profunda através da música rock”
(Sandro Baggio, A Revolução da Música Gospel).
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A imagem de Nabucodonosor
A música extasiante
“A verdade e a glória de Deus são inseparáveis; é-nos
impossível, com a Bíblia ao nosso alcance, honrar a Deus
com opiniões errôneas. ... Se a luz e a verdade estão ao
nosso alcance, e negligenciamos aproveitar o privilégio de
ouvir e vê-las, virtualmente as rejeitamos; estamos a
escolher as trevas em vez da luz” (O Grande Conflito, 597).
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A imagem de Nabucodonosor

1. A música exerceu uma função específica na cerimônia de

Nabucodonosor. Explique por que aquela música era necessária da
maneira como foi preparada e executada.
2. Que aspectos litúrgicos e cultuais podem ser verificados na cerimônia
de inauguração da estátua?
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A imagem da besta

Perguntas para os grupos:

1. Que evidências temos no mundo religioso atual do uso da música
com a mesma finalidade com que foi usada em Daniel 3?
2. Qual deve ser a postura de pastores e líderes de liturgia frente à
questão profética do uso da música na adoração no contexto de
Apocalipse 13?