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Industrialização Da Construção
Industrialização Da Construção
Industrialização e
Construção Off-site
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO 04
METODOLOGIA APLICADA ÀS COMUNIDADES TÉCNICAS 05
1 DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE TÉCNICA 11
2 OVERVIEW DA INDUSTRIALIZAÇÃO 21
Industrialização e status da construção civil brasileira
Industrialização por módulos e por componentes
Benchmarking Brasil ao Cubo
Benchmarking BN Engenharia
Visita técnica no Parque Global
6 BANHEIROS PRONTOS 44
Conceitos e definições gerais
Banheiro de concreto ou metálico?
Processo de execução
7 PROJETO DE INOVAÇÃO 47
Contextualização
Objetivo
Resultados
Conclusão
CRÉDITOS 55
Co-autores
Equipe CTE Enredes
3
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
APRESENTAÇÃO
Composta por 110 empresas, com representantes de todos os elos da cadeia produtiva,
a RCDI+S vem aprimorando sua forma de aglutinar visões e gerar conhecimento, amplifi-
cando ainda mais o engajamento e o poder de transformação do trabalho coletivo.
Um dos reflexos desse movimento foi a criação, em 2022, de dez comunidades técnicas
dedicadas a mergulhar em temas relevantes e sensíveis para as empresas do setor.
Sob a coordenação da equipe do CTE Enredes, esses grupos mobilizaram cerca de 800
profissionais, todos eles com perfil multiplicador, interessados em levar novas ideias e
projetos para suas empresas na forma de um plano de inovação prática.
Este e-book é um dos produtos desta jornada, que também tem a ambição de estender
conhecimento à toda a sociedade.
Roberto de Souza
CEO CTE
4
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
As Comunidades Técnicas são grupos exclu- para promover o crescimento das empresas,
sivos de profissionais de empresas que desenvolver projetos de inovação e gerar
compõem a RCDI+S. Seu objetivo é com- conteúdo para o setor da construção civil.
partilhar conhecimento técnico específico
EMPRESAS PARTICIPANTES
5
DIRETRIZES DO GRUPO DE TRABALHO
6
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
Comunidade Técnica
Absorve conhecimento dos
especialistas e colegas e
deve compartilhar as
experiências vividas
em sua empresa
Deve compartilhar os
aprendizados com a
empresa
Empresa
Multiplicador
Para cada Comunidade Técnica foi traçada Visando mais assertividade na escolha dos
uma jornada contemplando oito encontros assuntos e, principalmente, na forma de abor-
virtuais, realizados no decorrer de oito meses. dá-los, foi realizada uma pesquisa junto aos
Para desenhar a trilha a ser percorrida e definir membros da comunidade. A ideia foi fazer um
quais temas eram mais pertinentes, os grupos mapeamento do estágio de conhecimento
contaram com um time de embaixadores, pro- e das práticas já realizadas pelas empresas
fissionais com perfil militante e visão inova- sobre cada tema proposto.
dora, especialistas nos temas em questão.
Com isso, foi possível privilegiar temas que, na visão das companhias, têm
alta relevância. Também conseguimos ajustar a abordagem, de modo a
estarmos mais alinhados ao nível de conhecimento dos participantes sobre
o assunto e ao estágio de implantação das empresas”.
Mariana Watanabe, consultora de Inovação e Tecnologia no CTE
Enredes e facilitadora na Comunidade Técnica.
7
Combinando a visão dos embaixadores e a radiografia apresentada pela pesquisa, foi desenhado
um roadmap que conduziu o trabalho da Comunidade.
INÍCIO 1 2 3
da Visita Técnica Brasil Desenvolvimento
Industrialização ao Cubo de componentes
industrializados
6 5 4
Visita técnica ao Banheiros Fachadas
Parque Global prontos industrializadas
7
Apresentação do projeto de
inovação e síntese dos encontros
8
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
39 11
EMPRESAS PALESTRANTES
16
34 HORAS DE DEBATES
E CONVERSAS
02
PROFISSIONAIS VISITAS
ENVOLVIDOS TÉCNICAS
9
EMBAIXADORES DA COMUNIDADE TÉCNICA INDUSTRIALIZAÇÃO
E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
10
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
11
A pesquisa contou com a participação de 53 empresas, sendo:
A PESQUISA CONTOU COM A PARTICIPAÇÃO DE 53 EMPRESAS, SENDO:
2
Empresas de consultoria
4
Projetistas
22
Incorporadoras
3 e construtoras
Fundos de 4%
investimento,
administradoras 8%
e contratantes
6%
41%
13
Fabricantes 24%
17%
9
Empresas fornecedoras
de serviços ou tecnologia
12
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
13
PRINCIPAIS RESULTADOS
Gráfico
GRÁFICO1:1:Como
COMOa AComunidade
COMUNIDADE Técnica
TÉCNICAde DE
Industrialização e Construção
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO
Off-site
OFF-SITEpode
PODEcontribuir paraPARA
CONTRIBUIR as estratégias da suaDA
AS ESTRATÉGIAS empresa?
SUA EMPRESA?
Número de respostas
14
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
Número de respostas
15 Diferenciação da marca/projeto
frente a concorrência
15
Para a análise da relevância, implantação e de implantação é baixo, sendo a média de
conhecimento das subtemáticas, foi realizada implantação menor que 3,5. As estratégias
a média aritmética das respostas de cada sub- mais implantadas nas empresas consistem
temática, conforme os gráficos 3,4 e 5. em soluções de desenvolvimento de projetos
industrializados e o uso de estruturas pré-
Observa-se, a partir do gráfico 3, que desenvol-
-fabricadas (viga, pilar e laje). Em contrapar-
vimento de projetos com foco em industriali-
tida, o uso de módulos de caixa de elevador e
zação e o uso de vedações externas industria-
escada e módulos de varandas configuram-se
lizadas foram os temas com maior relevância
entre as estratégias menos adotadas.
para as empresas. Módulos de caixa de eleva-
dor e escada e módulos de varandas foram as Observa-se que as estratégias mais implanta-
menos relevantes. das são também as de maior conhecimento
para os participantes, conforme o gráfico 5.
O gráfico 4 demonstra que, dentre as estraté-
gias mais implantadas nas empresas, o nível
GRÁFICO
Gráfico 3: 3: QUAL
Qual O GRAU
o grau DE RELEVÂNCIA
de relevância DAS SOLUÇÕES
das soluções em relação àEM RELAÇÃO
industrialização
eÀconstrução
INDUSTRIALIZAÇÃO
off-site? E CONSTRUÇÃO OFF-SITE?
Desenvolvimento de projetos
com foco na industrialização 4,5
Desenvolvimento de componentes
industrializados: Vedações externas 4,0
Desenvolvimento de componentes
industrializados: vedações internas 3,7
Desenvolvimento de componentes
industrializados: Revestimentos 3,5
mecânicos
Desenvolvimento de componentes
Industrializados: Esquadrias 3,5
Desenvolvimento de Módulos:
Varandas 3,5
Desenvolvimento de Módulos:
Caixa de elevador e escada 3,4
0 1 2 3 4 5
16
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
Gráfico
GRÁFICO 4: 4:
Quais dasDAS
QUAIS estratégias supracitadas
ESTRATÉGIAS estão implantadas
SUPRACITADAS ESTÃO na
IMPLANTADAS
sua empresa? NA SUA EMPRESA?
Desenvolvimento de projetos
com foco na industrialização 3,4
Desenvolvimento de componentes
industrializados: Estruturas
pré-fabricadas (pilar, viga, laje)
3,0
Desenvolvimento de componentes
industrializados: Vedações externas 2,6
Desenvolvimento de
componentes industrializados: 2,5
Paineis de piso, cobertura e laje
Desenvolvimento de componentes
industrializados: vedações internas 2,4
Desenvolvimento de componentes
Industrializados: Esquadrias 2,3
Desenvolvimento de Módulos:
Banheiros e cozinha 2,2
Desenvolvimento de componentes
industrializados: Revestimentos 2,0
mecânicos
Desenvolvimento de Módulos:
Caixa de elevador e escada 1,8
Desenvolvimento de Módulos:
Varandas 1,7
0 1 2 3 4
17
Gráfico
GRÁFICO 5: 5:
EmEM
uma
UMAescala de 1 aDE5,1qual
ESCALA A 5,oQUAL
grau de conhecimento
O GRAU da sua empresa
DE CONHECIMENTO
sobre
DA SUAas EMPRESA
estratégiasSOBRE
supracitadas?
AS ESTRATÉGIAS SUPRACITADAS?
Desenvolvimento de projetos
com foco na industrialização 3,6
Desenvolvimento de componentes
industrializados: Estruturas
pré-fabricadas (pilar, viga, laje)
3,5
Desenvolvimento de componentes
industrializados: Vedações externas 2,9
Desenvolvimento de componentes
industrializados: vedações internas 2,8
Desenvolvimento de
componentes industrializados:
Paineis de piso, cobertura e laje 2,7
Desenvolvimento de Módulos:
Banheiros e cozinha 2,6
Desenvolvimento de componentes
Industrializados: Esquadrias 2,5
Desenvolvimento de componentes
industrializados: Revestimentos 2,2
mecânicos
Desenvolvimento de Módulos:
Caixa de elevador e escada 2,1
Desenvolvimento de Módulos:
Varandas 2,1
0 1 2 3 4
18
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
No seu entendimento,
GRÁFICO qual a maior dificuldade
7: NO SEU ENTENDIMENTO, em promover
QUAL A MAIOR estratégias de
DIFICULDADE
industrialização
EM e construção off-site
PROMOVER ESTRATÉGIAS na sua empresa? E CONSTRUÇÃO
DE INDUSTRIALIZAÇÃO
OFF-SITE NA SUA EMPRESA?
Desconhecimento sobre a
temática 16 32%
19
Com relação ao levantamento de práticas, Quando perguntados sobre as dores empre-
produtos e soluções inovadoras promovidas sariais que podem gerar oportunidades de
pela empresa, as respostas dissertativas inovação em industrialização e construção
mostraram algumas soluções implantadas off-site, os participantes responderam em
nas empresas no que tange à industrializa- maior volume:
ção e construção off-site.
Logística de
transporte de
material
Qualificação de
time de
especificação/
suprimentos
Dificuldade de
encontrar produtos
nacionais que
complementam a
solução off-site
20
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
2 - OVERVIEW DA INDUSTRIALIZAÇÃO
21
No Brasil, em função das distâncias de trans- vezes é necessária a combinação simultânea
porte e das condições das rodovias, muitas de módulos 2D e 3D.
22
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
Estágio 1
No primeiro estágio de
desenvolvimento está a
construção tradicional
100% on-site.
Estágio 2
A etapa seguinte ainda
envolve o modo de fazer
tradicional, mas agregando
alguns componentes
industrializados.
Estágio 3
Além de componentes
Estágio 4 industrializados, são
agregados módulos 3D,
Por fim, chega-se ao como escadas, por exemplo.
estágio mais avançado de
industrialização,
inteiramente off-site e
modular.
23
O QUE É POSSÍVEL INDUSTRIALIZAR EM UMA EDIFICAÇÃO?
Vedações externas —
Painel cimentício, chapa de
OSB + chapa cimentícia,
painéis isotérmicos, painéis
arquitetônicos de concreto e
de concreto celular, painel de
Componentes 3 D GRC.
— Banheiro e cozinhas
prontos, módulos de
escada e caixa de
elevador
pré-fabricados.
Vedações internas —
Drywall, chapa cimentícia
e madeira engenheirada
(CLT)
Obs: A escolha entre uma ou outra tecnologia, ou mesmo a opção pela combinação de sistemas, deve tomar como base
o melhor para cada projeto.
24
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
DESAFIOS À INDUSTRIALIZAÇÃO
Problemas fiscais, previdenciários e de com- tributário do mundo em uma lista de 190 paí-
petitividade são barreiras que atravancam a ses. Entre os países avaliados, o Brasil possui
industrialização do setor. Olhando para a tri- a quarta maior alíquota de impostos sobre a
butação, o Brasil possui o 184º pior sistema renda das empresas, ou seja, 34%.
25
Além das barreiras tributárias elevadas, existem outros obstáculos a serem superados. Entre eles:
26
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
MUDANÇAS NECESSÁRIAS
ESCOLA
27
(1) O 14º Construbusiness foi o Congresso Brasileiro da Construção promovido em
novembro de 2021 pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo)
28
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
O Level mostra que o fato de ser modular não é empecilho para criar
uma arquitetura diferenciada, considerando que a volumetria da
edificação contempla brises horizontais e verticais”.
Murilo Mello, gerente de engenharia e pesquisa e desenvolvimento na
Brasil ao Cubo.
29
A construção modular também tem se mos- Durante a pandemia de Covid-19, outra apli-
trado interessante para grandes indústrias cação que se tornou icônica da construção
com alguma restrição de condições de tra- modular foi em instalações médicas. A Brasil
balho. Na Mina Salobo, empreendimento da ao Cubo tem em seu portfólio sete hospitais
Vale em Marabá (PA), a construção modular concluídos em um prazo médio de 33 dias.
fez sentido para diminuir o número de traba-
lhadores envolvidos na obra e permitir que
a construção de quatro edificações térreas
fosse concluída em apenas 120 dias.
A saída encontrada pela BN Engenharia tem com cinco torres residenciais de 49 pavimen-
sido inserir alguns componentes que facili- tos, localizado na Zona Sul de São Paulo.
tam a industrialização. Nesse caso, havia uma necessidade de dimi-
nuir o prazo de execução. Além disso, as tor-
Como exemplo, Ramalho citou as obras do
res são muito altas com incidência de vento
Parque Global, empreendimento de uso misto
30
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
forte, inviabilizando colocar pessoas em Outra tecnologia que tem tido sucesso nas
balancins para aplicação de massa. Nesse obras da BN é a sacada metálica pronta. Os
caso, a utilização de um sistema de fachada módulos são inseridos com o prédio pronto.
pré-fabricada com painéis de concreto, forne- Com isso ganha-se um mês de obra, além de
cidos pela Stone, permitiu reduzir o tempo de reduzir a geração de entulho e de não prejudi-
obra de 40 para 34 meses e agregar redução car o acabamento do apartamento.
de custos indiretos, incluindo diminuição de
resíduos, de riscos e de despesas futuras
com assistência técnica.
31
VISITA TÉCNICA NO PARQUE GLOBAL
32
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
33
3 - DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS COM
FOCO NA INDUSTRIALIZAÇÃO
TÓPICOS ABORDADOS NESTE CAPÍTULO:
34
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
Parametrização de
famílias;
Digitalização das
informações legais;
Auditorias
Padronização de automatizadas
componentes; de controle de
qualidade.
Digitalização das
informações geométricas e
paramétricas;
Muitos desses itens foram trabalhados na com normas aplicáveis. Isso foi gerando uma
concepção do 737 Pedroso, empreendimento biblioteca.
da Stan/SSempre/Rocontec, em construção
Uma evolução desse modelo é a criação
em São Paulo. Nesse caso, os arquitetos
de superfamílias que agrupam vários com-
estudaram meios de industrializar o processo
ponentes e facilitam a industrialização por
de desenvolvimento do projeto visando con-
módulos.
duzir a industrialização também para a etapa
de obra. Outro exemplo é o projeto Panda, um empre-
endimento residencial com unidades de cerca
O 737 Pedroso combina uso residencial,
de 30 m2, no qual os ambientes foram estu-
comercial, corporativo e áreas de lazer. Além
dados profundamente para viabilizar a indus-
disso, o empreendimento possui um nível de
trialização por meio de painéis de madeira
complexidade para o qual o modelo 3D foi
engenheirada.
fundamental.
Com mais de 25 anos de atuação no mercado,
Durante o período de desenvolvimento do
o Kröner & Zanutto Arquitetos Associados
projeto, muitas decisões foram tomadas para
investe na implantação da modelagem da infor-
simplificar e impulsionar a industrialização
mação da construção desde 2015. O escritório
nas etapas subsequentes. Com o apoio do
desenvolve todos os seus projetos com ferra-
BIM, foram criadas listas que ajudam a oti-
mentas BIM, gerando modelos tridimensionais
mizar e a padronizar componentes. Também
parametrizados que permitem a simulação da
foram desenvolvidos padrões internos dos
edificação real em diversas fases.
elementos que são industrializados no mer-
cado brasileiro e, que, já contam com padrões
35
737 Pedroso. Fonte: Rocontec
36
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
37
Com os projetos definidos e compatibilizados, firmamos uma parceria
com um fundo de investimento focado em edifícios corporativos para
locação. A ideia é construirmos cinco empreendimentos em áreas nobres
de São Paulo”.
Adriana Machado, superintendente de desenvolvimento de negócios
na HTB.
38
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
39
5 - FACHADAS INDUSTRIALIZADAS
TÓPICOS ABORDADOS NESTE CAPÍTULO:
Benchmarking Stone
A execução de fachadas do modo convencio- Por isso, quando o foco é elevar a produtivi-
nal é uma etapa que costuma ser motivo de dade, reduzir o desperdício, agregar susten-
dor de cabeça para as construtoras, seja pela tabilidade e diminuir custos de modo global,
intensa demanda de mão de obra, seja pela a industrialização das fachadas é uma evolu-
suscetibilidade a manifestações patológicas. ção natural.
40
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
Fachada Evolution Creative Wall na Fábrica da Kingpan Isoeste em Araquari, SC. Fonte: Kingpan Isoeste
41
BENCHMARKING STONE
Quando o tema é industrialização de facha- de concreto foram moldadas em vinte formas
das, outra tecnologia que se destaca são os diferentes, algumas com 12 m de altura.
painéis arquitetônicos de concreto. Nathalia Por oferecer um excelente acabamento interno,
Lima, analista de relacionamento na Stone o UHPC é indicado para a produção de pai-
Pré-Fabricados, contou como essa solução néis vazados, cobogós e brises. Para painéis
vem evoluindo nos últimos anos, especial- de fachadas mais convencionais, uma tecno-
mente nos quesitos leveza, resistência e logia mais usual para a produção de painéis
beleza. de concreto é o GRFC (Glass Fiber Reinfor-
Projetos de alto valor estético ilustram o ced Concrete). Esse material possui elevado
atual estágio de desenvolvimento dos painéis desempenho e resulta em peças mais leves,
pré-fabricados de concreto de ultra desem- em comparação ao concreto convencional. É
penho (Ultra HightPerformance Concrete - possível obter uma redução de peso de mais
UHPC). Entre eles, a Japan House, em São de 50% substituindo concreto convencional
Paulo, onde uma espécie de grelha de formas por GRFC. Os painéis podem ter de 3 a 4 cm de
orgânicas foi criada com UHPC. Outro caso espessura e dispensar armação pesada, ape-
emblemático é o edifício Matarazzo Office, nas com um engrossamento nas regiões onde
também na capital paulista, onde as peças são realizados os insertes metálicos.
42
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
43
6 - BANHEIROS PRONTOS
TÓPICOS ABORDADOS NESTE CAPÍTULO:
Processo de execução
Os banheiros prontos são uma resposta a um Utilizado na Europa desde os anos 1960 com
processo de construção lento e oneroso que, maior utilização a partir dos anos 1980, o
em edificações residenciais, pode envolver a banheiro pronto chegou ao Brasil em 1998. A
administração de mais de 120 itens, divididos primeira obra executada no país com essa tec-
entre subsistemas como instalações, reves- nologia foi o hotel Ibis Expo São Paulo, com
timentos, louças, metais, impermeabilização 22 módulos parcialmente produzidos na Itália.
e iluminação. Etapas construtivas que envol-
vem muita instalação e acabamento fino, No início, como as empresas de dedicavam
como a execução de banheiros, exigem muita exclusivamente ao mercado de banheiro
mão de obra direta e um esforço de gestão pronto, era preciso produzir ao menos 200
enorme. Por isso, faz todo sentido transferir unidades para ser competitivo. Também
havia dificuldade de trabalhar com acaba-
para a indústria uma atividade que é tão crí-
mentos distintos.
tica e que envolve muitos riscos.
44
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
Quando se fala em banheiro pronto, há duas linhas de produtos principais com caracte-
rísticas e usos distintos: o modelo de concreto armado e o modelo com estrutura de steel
frame/perfil dobrado.
O banheiro de concreto pode ser executado com placas de concreto ou utilizar forma
monolítica. Essa última técnica é mais veloz, mas limita a dimensão do banheiro ao
tamanho dos moldes. Por isso, ela acaba sendo mais utilizada em obras habitacionais
de padrão econômico.
Já o banheiro de steel frame tem o peso entre seus atributos. Enquanto os modelos de
concreto pesam, em média, 750 kg/m2, os equivalentes em steel frame não passam de
350 kg/m2. Ambos os modelos recebem laje de concreto com ralo embutido e são sub-
metidos a testes variados que contemplam estanqueidade, inclinação do piso, continui-
dade, pressão hidráulica e vazão.
PROCESSO DE EXECUÇÃO
Os banheiros prontos podem receber qual- mais leves de serem içados com gruas ou
quer tipo de acabamento previsto em projeto, guindastes.
como textura, papel de parede, cerâmica ou
A aplicação bem-sucedida dos banheiros
pintura. Da mesma forma ocorre com a insta-
prontos depende de um planejamento consis-
lação de louças, inclusive banheira de hidro-
tente de fabricação, transporte e montagem,
massagem, metais, vidros e acessórios.
assim como a compatibilização adequada
Um aspecto importante é a definição do entre a obra e o projeto. O objetivo é evitar
momento de instalação do banheiro, se antes interferências, como vigas que bloqueiam a
do fechamento da fachada ou concomitante introdução do banheiro na estrutura já cons-
à estrutura. No segundo caso, o pod de con- truída. Outros pontos de atenção são o modo
creto é mais indicado por sua robustez. Já de içamento dos módulos, além de rebaixos e
quando o banheiro será içado a uma estru- ajustes em piso para nivelamento das alturas.
tura pronta, a escolha costuma recair sobre
os modelos de steel frame ou perfil dobrado,
45
Em todo ciclo de produção dos banheiros, um 2,50 m para viabilizar o tráfego por carre-
dos aspectos mais sensíveis é o transporte. tas sem exigir transporte especial. Quando
Para os modelos com estrutura em perfil de o banheiro ultrapassa essas dimensões, a
aço, a largura do pod deve ser de, no máximo, saída é fazer a divisão de módulos.
46
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
7 - PROJETO DE INOVAÇÃO
REQUISITOS E RESTRIÇÕES DE
SOLUÇÕES INDUSTRIALIZADAS
47
TÓPICOS ABORDADOS NESTE CAPÍTULO:
Contextualização
Objetivo
Resultados
Conclusão
CONTEXTUALIZAÇÃO
Ao longo dos encontros promovidos pela O projeto visa perpetuar a jornada da Comu-
Comunidade Técnica Industrialização e Cons- nidade Técnica e criar propostas compar-
trução Off-site uma série de dores e oportu- tilhadas que solucionem gargalos do setor,
nidades de melhorias foram levantadas. Isso buscando a implementação de inovação prá-
motivou a realização de um projeto de ino- tica nas empresas.
vação compartilhada entre os participantes.
OBJETIVO
Coordenado pela engenheira Juliana Grigo- O estudo foi realizado em conjunto com os
nis, o projeto consistiu num estudo de subs- fornecedores de soluções industrializadas
tituição de soluções tradicionais por solu- participantes da Comunidade Técnica, tal
ções industrializadas, utilizando como base como Knauf, Cassol, Stone e Urbem.
o empreendimento residencial Simmetria da
BN Engenharia.
Incorporadora: Benx
Construtora: BN Engenharia
Empreendimento: Campo Belo (Simmetria)
Endereço: Rua Princesa Isabel, no 1.575 - Campo Belo - São Paulo - SP
Áreas
Terreno: 2.756,00 m2
Construído: 12.129,09 m2
48
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
RESULTADOS OBTIDOS
49
STONE - FACHADAS PRÉ-FABRICADAS DE CONCRETO GFRC
1. A escolha deve ser feita na fase de projetos;
Requisitos 2. Deve-se considerar desenvolvimento dos projetos executivos com
o parceiro de pré–fabricado;
3. Ter em conta que o processo de instalação das fachadas pré-
fabricadas exige alto grau de controle e fiscalização da obra;
4. Levar em consideração o tamanho/peso das peças.
50
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
51
URBEM - ESTRUTURA EM MADEIRA ENGENHEIRADA
52
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
Fachada Aquapanel
53
A Knauf, ainda, levantou os benefícios de utilização da solução, tal como:
CONCLUSÃO
O presente trabalho expande o estudo sobre Ao mesmo tempo, o projeto abre margem
sistemas construtivos industrializados junto para estudos futuros, com a possibilidade do
aos fornecedores de materiais. Ele configu- mapeamento das soluções industrializadas
ra-se como uma ferramenta orientativa às de empresas que estão fora do ecossistema
empresas que desejam aprofundar conheci- do Enredes.
mentos sobre a aplicabilidade das soluções
industrializadas disponíveis no mercado.
54
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
CRÉDITOS
CO-AUTORES
EMBAIXADORES
PALESTRANTES
MULTIPLICADORES
55
Fernando Meneguello, Especialista Técnico Sr. na Portobello
Filipe de Pinho Nogueira, Especialista Inovação na MRV
Halysson Bobic Sala, Coordenador de Desenvolvimento Tecnológico na EZTEC
Helton Preguiça, Assistente de Inteligência de Mercado na Urban Systems
João Pedro Ramalho, Coordenador de Obra na BN Engenharia
Juliana Grigonis, Business Developer na Hilti Brasil
Lais Figueiredo, Arquiteta na ForCasa
Laura Altobello Antunes, Gerente de Desenvolvimento de Negócios na HTB
Leonardo Araújo Marcolin, Engenheiro Civil de Projeto Estrutural na Stamade
Leonardo Ghazale, Gerente Técnica na Bait
Marceli Lopes, Engenheira de Contratos na HTB
Marcelo Moreira Valadão, Diretor de Construção na OR
Marcos Hesketh, Sócio-Diretor de Engenharia na Aratau
Marcos Sano, Gerente de Projetos na JLL
Maria Isabela Espinosa, Assistente Técnico Produtos na MPD
Murilo Almaraz, Coordenador de Orcamentos na Cyrela
Nina Manuela Ribeiro, Líder de Implantação e Solution Design na Prevision
Paulo Bassi, Gerente de Obras na Melnick
Renato Arcuri, Gerente Nacional de Produto na Knauf
Ricardo Luiz Gomes, Gerente Comercial na ULMA
Robson Antonio Rocha, Coordenador Pesquisa e Desenvolvimento na Bild
Talita Perrony, Analista na Rogga
Thyeres Vagner Vale Neves, Coordenador Técnico na Gafisa
56
INDUSTRIALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO OFF-SITE
57
O Centro de Tecnologia de Edificações é uma
empresa de consultoria e gerenciamento especia-
lizada em qualidade, tecnologia, gestão, susten-
tabilidade e inovação para o setor da construção.
Exerce suas atividades desde 1990, desenvolvendo
metodologias e tecnologias para a melhoria da
gestão das empresas, dos empreendimentos e
das obras, estimulando e promovendo a produti-
vidade, a competitividade, a cultura diferenciada e
o crescimento sustentável da cadeia produtiva da
construção.