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Seminário - R. Heterogêneos
Seminário - R. Heterogêneos
FIXO
1. INTRODUÇÃO
Os recheios que usam partículas irregulares são mais baratas e possuem uma
porosidade não uniforme com transferência de massa insatisfatória. Alguns exemplos são
zeólitas, carvão ativado e sílica. Já os de forma definida possuem alta área superficial
projetado para minimizar a perda de carga e com porosidade padrão entre 0,45 e 0,95.
Dentre os recheios de forma definida, os mais utilizados industrialmente são os Anéis de
Rasching, Anéis de Pall, Anéis de Lessing e Selas de Berl, eles podem ser vistos na Figura
2.
O material do recheio precisa possuir alta área superficial por unidade de volume,
alta porosidade para diminuir a perda de pressão, resistência à corrosão, alta molhabilidade
e baixo custo. E os recheios citados anteriormente foram feitos para atender a essas
características. Os recheios industriais são feitos de material inerte como cerâmica, vidro,
plástico, carbono e metal. Os recheios metálicos são bem resistentes e possuem boa
molhabilidade; os recheios cerâmicos possuem alta resistência térmica e à corrosão, além
de serem relativamente baratos; os recheios de plásticos são baratos, de baixa densidade e
com boa resistência. Ademais, cada tipo de recheio possui sua respectiva porosidade que
podem ser vistos na Tabela 1.
Anéis de Rasching 72 - 95
Anéis de Pall 92 - 98
Selas de Berl 60 - 75
Fonte: Os autores.
Assim como para todos os tipos de reatores, a fim de ter o controle de entrada, saída
e conversão das reações em um reator de leito fixo, é necessário um bom desenvolvimento
de cálculos de balanço de massa. Por ser um reator do tipo não-isotérmico, calcular o
balanço de massa para um reator de leito fixo pode ser desafiador e, para diminuir os riscos
de erros humanos, métodos numéricos, como diferenças finitas, são amplamente utilizados
(FOGLER, 2009).
Em reações heterogêneas do tipo sólido-fluido, o balanço de massa é realizado a
partir do princípio de que a velocidade da reação é baseada na massa do catalisador sólido
(W), ao invés do volume, como ocorre em reações homogêneas. Isso ocorre pois neste tipo
de reação, a transferência de massa de reagentes acontece do seio do fluido para a
superfície externa da partícula, limitando a velocidade global da reação.
Assim, para uma substância A, podemos definir a velocidade da reação como:
(Eq. 1)
(Eq. 2)
(Eq. 3)
(Eq. 4)
(Eq. 5)
(Eq. 6)
A partir da aplicação da condição de contorno na superfície externa na Equação 6,
podemos obter a Equação 7, onde kc é o coeficiente de transferência de massa, e CA e CAs
as concentrações no seio do fluido e na superfície catalítica, respectivamente.
(Eq. 7)
Para reatores de leito fixo, apenas o balanço de massa não é eficiente para um
completo entendimento dos cálculos envolvidos, sendo necessário também o balanço de
energia. Por serem demasiado complexos, os cálculos referentes ao balanço de energia em
reatores de leito fixo não serão largamente explorados no presente trabalho, sendo apenas
citado.
A equação 9 esquematiza o balanço de energia para um sistema aberto, no qual há
transmissão de calor devido ao escoamento do fluido.
(Eq. 9)
(Equações 11 e 12)
4. EFEITOS TÉRMICOS
Fonte: Levenspiel
(11)
Fonte: Levenspiel, 2000.
(12)
Fonte: Levenspiel, 2000.
(13)
Fonte: Levenspiel, 2000.
Equação 16: Equação de análise simples de Prater para qualquer ponto da partícula
(14)
Fonte: Levenspiel, 2000.
Nela, tanto temperatura quanto a concentração do dentro da partícula são descritos
na forma diferencial. Ela diz que a temperatura e a concentração têm que possuir a mesma
forma em qualquer ponto da partícula.
Portanto, para a partícula inteira, isolando o dT/dx e integrando em ambos os lados,
a equação fica a seguinte.
Equação 17: Equação de análise simples de Prater para a partícula como um todo
(15)
Fonte: Levenspiel, 2000.
Para os reatores adiabáticos de leito fixo com estágios é possível fazer uma
aproximação simplificando os cálculos envolvendo temperatura e por consequência é de se
esperar que as operações em casos reais sigam muito próximas das estimativas teóricas.
Para uma simples reação A → R os procedimentos são os seguintes:
5.1.1. Leitos fixos com estágios (escoamento pistonado) e com
resfriamento entre os estágios
- Mover-se agora até o ponto c da Figura 7, resfriando, que possui a mesma taxa do
ponto b:
(-rA’)saída do reator = (-rA’)entrada do reator seguinte (17)
- A partir disso seguir na linha adiabática indo do ponto c ao ponto d na Figura 7,
quando estará satisfazendo a equação 16;
- Caso o ponto d esteja em um valor de conversão desejado, então o valor da
temperatura de entrada foi suposto da maneira correta. Caso contrário, é necessário
realizar o passo a passo novamente, atribuindo um novo valor a Ta. Após algumas
tentativas, o resultado se aproxima do ótimo (LEVENSPIEL, 2000).
Para reciclo muito alto, os reatores com reciclos e com estágios se aproximam do
reator de mistura perfeita. Como mostrado na Figura 8, os reatores devem operar, neste
caso, na linha da programação ótima de temperatura, sendo a melhor distribuição de
catalisadores entre os estágios encontrada pela maximização da área KLMN, que minimiza
então a área sombreada na Figura 8.
Figura 8: Arranjo ótimo de reatores de mistura perfeita com dois estágios, reciclo infinito para leitos recheados
com estágios
Quando o reciclo do sistema não é muito alto, é possível realizar a aproximação para
um escoamento com mistura perfeita, de maneira a evitar regiões com a taxa de reação
muito baixa. Em operações com reciclo, os trocadores de calor podem ser adicionados em
diversos locais, sem afetar o que ocorre no reator (LEVENSPIEL, 2000).
A Figura 9 apresenta o passo a passo realizado para sistemas com dois estágios e
uma razão de reciclo R = 1, para um determinado arranjo de trocadores de calor.
Figura 9: Reator ótimo de leito recheado com dois estágios e com reciclo
Para se escolher entre uma das alternativas apresentadas para utilizar no projeto
deve-se levar em consideração que: para reações endotérmicas, a taxa sempre diminui com
a conversão; logo, deve sempre usar o escoamento pistonado sem reciclo. Para reações
exotérmicas, a inclinação da linha adiabática determina qual é o melhor esquema de
contato. Se a inclinação for baixa (grande aumento de temperatura durante a reação), é
vantajoso evitar o regime de baixa temperatura onde a taxa for muito baixa. Assim, deve ser
usado um reciclo alto, aproximando-se do escoamento com mistura perfeita. Por outro lado,
se a inclinação for alta (pequeno aumento de temperatura durante a reação), a taxa diminui
com a conversão e o escoamento pistonado deve ser usado. Tipicamente, para reagentes
gasosos puros, a inclinação da linha adiabática é pequena, enquanto para um gás diluído ou
para um líquido, a inclinação é grande.
Além disso, o resfriamento com jato frio tem a vantagem de diminuir o custo,
visto que não necessita mais dos trocadores de calor entre os estágios. Contudo, o
resfriamento com jato frio só é prático quando a temperatura de alimentação estiver muito
abaixo da temperatura de reação e quando a temperatura não variar muito durante a
reação.
Figura 11: Esquema mostrando as alternativas
6. CONCLUSÃO
Isto posto, os reatores de leito fixo contam com parâmetros e condições que
influenciam diretamente na reação desejada, podendo assim calcular os valores
necessários para otimizar os processos, o que é de extrema importância principalmente no
âmbito industrial onde se tem diversas aplicações do reator de leito fixo. Observa-se
também que este tipo de reator tem suas vantagens e desvantagens se comparado aos
outros tipos de reatores fluido-sólido catalíticos, a depender das necessidades do processo
químico em questão. Por essas e outras razões o estudo do funcionamento dos reatores de
leito fixo bem como o entendimento das modelagens matemáticas são fundamentais para o
engenheiro químico.
7. REFERÊNCIAS
FOGLER, H. S. Elementos de engenharia das reações químicas. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC,
2009.
LEVENSPIEL, O. Engenharia das reações químicas. 3 ed. São Paulo: Blucher, 2000.