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Poupar ou aproveitar a vida? Eis uma questão?

O ano começou, e eu já ouvi pessoas dizendo que não poupam, pois, a vida é curta e precisa ser
aproveitada. E esta atitude, certamente resultará em um futuro financeiro comprometido. Há
ainda, os que evitam desfrutar da vida, pois afirmam que estão poupando, o que muitas vezes,
resulta em futuro emocional e familiar comprometido. E então, poupar ou aproveitar a vida? Eis
uma questão?
Quando analisamos esses dois grupos de pessoas, e entramos em uma discussão entre poupar e
aproveitar a vida, demonstramos que em algum ponto da nossa reflexão financeira nós
falhamos. Não existe uma questão aqui, digo isto, pois, os conceitos corretos de poupar e
aproveitar a vida não são conflitantes.
Quem determinou que poupar implica em não ter momentos com a família, boas viagens,
momentos de lazer e recreação? Ou, quem determinou, que para aproveitar a vida eu preciso
gastar mais do que possuo comprometendo minha vida financeira e afetando as pessoas ao meu
redor?
Chegou o momento de termos discussões maduras sobre a nossa vida financeira, deixando para
trás a ideia de que um diálogo sobre a vida financeira, se refere apenas ao dinheiro. Falar, e mais
do que isto, cuidar da vida financeira, envolvem questões como família, relacionamento,
trabalho e bem estar.
Enquanto o pensamento de vida financeira, abranger apenas o conceito “financeira”, e esquecer
do conceito “vida”, não será possível conciliar, através de uma vida financeira sustentável, o ato
de poupar aliado a aproveitar a vida.
O pensamento apenas no financeiro, faz com que pessoas construam e vendam, a ideia de
planejamentos financeiros em que o dinheiro é o centro, e isto é um absurdo. Um planejamento
financeiro precisa abrigar sonhos, valores, princípios e tudo o que for importante para você. Se
construído assim, será o combustível necessário para a disciplina e organização, e então,
abrigamos no mesmo conceito o ato de poupar e aproveitar.
Este planejamento financeiro (correto) estimularia o diálogo sobre este assunto em vários
campos em que ele é ausente, por exemplo, nas famílias e relacionamentos. Falar sobre sonhos,
prioridades, bem estar e estar bem, educação, preparo profissional e intelectual, entre outros
assuntos, também faz parte da vida financeira, pois só então você vai perceberá que o papel do
dinheiro é proporcionar essas coisas.
Comece a olhar com outros olhos para a sua vida financeira, pois, se me permite parafrasear um
trecho do meu livro Diálogo de Valor, gostaria de te dizer que a vida não é composta em
caixinhas (a caixinha do trabalho, estudo, relacionamento e financeira), pelo contrário, a nossa
vida está interligada, e esta é a principal razão pela qual não podemos discutir vida financeira
dissociada da nossa vida.
Com votos de um prospero ano novo!!

Ricardo de Souza é administrador e autor dos livros de educação financeira “Diálogo de


Valor” e “O dinheiro é familiar” (rsouzaadm@hotmail.com)

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