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Monitor: Cosme Nogueira

Aula 6: Sistema Imunitário e Órgãos Linfáticos


O Sistema imunitário é constituído pelos órgãos linfáticos e por células isoladas, ele defende o
organismo contra microrganismos e moléculas estranhas, como as toxinas produzidas por
microrganismos invasores. As células conseguem distinguir as células do corpo de células
estranhas. Elas tratam as células cancerosas como estranhas, pois tem proteínas diferentes das do
corpo. Elas podem acabar reagindo contra as células do próprio corpo, doenças auto-imunes.

É formado por estruturas individualizadas, como nódulos linfáticos, linfonodos e baço, e células
livres, como linfócitos, granulócitos e células do sistema mononuclear fagocitário, presentes no
sangue, na linfa e no tecido conjuntivo. Outro componente importante são as células
apresentadoras de antígenos em muitos locais, como a pele. As células imunitárias se comunicam
entre si por meio de moléculas protéicas, citocinas.

Órgãos Linfáticos

As principais estruturas que participam da resposta imunitária são os órgãos linfáticos: timo,
baço, linfonodos e nódulos linfáticos. Esses nódulos são agregados de tecido linfático, localizados
na mucosa do aparelho digestivo, principalmente nas tonsilas, nas placas de Peyer e no apêndice,
na mucosa do aparelho respiratório e na do aparelho urinário. O extenso conjunto de tecido
conjutivo se chama MALT.

Todos os linfócitos se originam na medula óssea, mas os linfócitos T completam sua maturação no
timo, enquanto os linfócitos B saem da medula já como células maduras. O Timo e a Medula são
chamados de órgãos linfáticos centrais. Levados pelo sangue e pela linfa, os linfócitos migram
para os órgãos linfáticos periféricos (Baço, linfonodos, nódulos linfáticos isolados, tonsilas,
apêndice, placas de Peyer do íleo), onde proliferam e completam a diferenciação.

Tipos Básicos de Resposta Imunitária

Na imunidade celular, células imunocompetentes (células com capacidade de resposta imunitária)


reagem e matam células que exibem na superfície moléculas estranhas, como as bactérias, células
malignas e etc. Essas células possuem proteínas codificadas pelo genoma na membrana. Elas são
destruídas para evitar que infectem outras células. Resposta Imunitária celular ou inata.
Outro tipo de resposta imunitária é a imunidade humoral ou adquirida, que depende de
glicoproteínas circulantes no sangue e outros líquidos, chamados anticorpos. Os anticorpos
neutralizam moléculas estranhas e participam da destruição das células que contêm estas
moléculas. São produzidos pelos plasmócitos, originadas dos linfócitos B.

Imonógenos e Antígenos

As moléculas estranhas que provocam uma resposta imunitária são chamadas imunógenos. As
respostas podem ser humoral ou celular ou ambas. Antígeno é uma molécula que reage com um
anticorpo, mesmo que não seja capaz de desencadear uma resposta imunitária. Os imunógenos
são antígenos. Na resposta humoral (B), a parte da molécula antigênica que determina a resposta
imunitária é chamada determinante antigênico ou epitopo. A resposta imunitária celular (T) é
determinada por pequenos peptídeos derivados da digestão parcial do antígeno e associados às
moléculas MHC localizadas na membrana das células apresentadoras de antígenos. Um antígeno
com diversos epitopos, desenvolve um espectro amplo de resposta humoral e celular.

Anticorpos

São glicoproteínas plasmáticas circulantes, do tipo das gamaglobulinas, também chamadas de


imunoglobulinas (Ig). Cada um interage com o determinante antigênico (epitopo) que estimulou
sua formação. Os anticorpos são secretados pelos plasmócitos que surgem dos linfócitos B. A
principal função do anticorpo é se ligar ao epitopo e provocar sinais químicos da presença do
invasor. Outros anticorpos aglutinam e precipitam antígenos solúveis, isso facilita a fagocitose. Os
antígenos que se ligam ao IgG e IgM ativam o complemento, um grupo de proteínas que causam a
lise do microrganismo. Os neutrófilos e macrófagos tem receptores para o antígeno-IgG, e o IgG
prende o complexo antígeno-anticorpo à superfície da célula. As bactérias ligadas ao complexo
antígeno-IgG são ditas opsonizadas, que facilita a fagocitose. Há cinco classes de imunoglobulinas:
IgG, IgA, IgM, IgD e IgE.

IgG consiste em duas cadeias leves idênticas e em duas cadeias pesadas, também idênticas, ligadas
por laços dissulfeto e forças não-covalentes. Fc são a parte carboxílicas das imunoglobulinas
cristalizadas. Cada Fc reage com receptores específicos e a Fab, região das cadeias leves e pesadas
também. O IgG é a única imunoglobulina que atravessa a barreira placentária humana e passa
para o sangue fetal, contribuindo para a defesa imunitária do recém-nascido.

IgA existe em pequena quantidade, mas o SIgA (imunoglobulina secretora – 2 de IgA e unidas
pela proteína J) que umedece a vagina, saliva, lágrima. É muito resistente às enzimas
proteolíticas e, por isso, adaptada para atuar nas secreções sem sofrer inativação pelas enzimas aí
presentes. As moléculas monoméricas de IgA e a proteína J são sintetizadas localmente pelos
plasmócitos das mucosas.

IgM (10% das Ig) predomina no início das respostas imunitárias. É a principal IG encontrada na
superfície dos linfócitos B, onde se combinam com antígenos específicos. Essa combinação resulta
na proliferação dos B e sua diferenciação em plasmócitos. IgM pode ativar o complemento, um
grupo de enzimas do plasma cuja ativação pode causar a lise de bactérias, além de outros efeitos.

IgE grande afinidade para receptores localizados nas membranas dos mastócitos e basófilos. A
reação alérgica é mediada pela atividade da IgE e dos antígenos que estimulam sua produção.
Quando o alergeno está no sistema, o antígeno-IgE se ligam aos mastócitos e basófilos que
liberam histamina, heparina, leucotrienos e ECF-A.

IgD reconhece antígenos, ativando os linfócitos B.

Linfócitos B e T

Os Linfócitos B, esses receptores são imunoglobulinas e nos T são moléculas proteicas chamadas
TCR. Nas Aves, a Bursa de Fabricius é a produtora de linfócitos B, deficiência na resposta humoral.
Quando retirado o timo nos camundongos, foi prejudicada a formação dos linfócitos T.
Os linfócitos B se originam medula óssea, penetram nos capilares sanguíneos por movimentação
ameboide, são transportados pelo sangue e se instalam nos órgãos linfáticos, menos o timo.
Quando ativados por antígenos, proliferam e se diferenciam em plasmócitos, que são as células
produtoras de anticorpos. Algumas células B não se diferenciam e formam as células B da
memória imunitária que reagem mais rapidamente a uma segunda exposição.

Os linfócitos T (65-75%) originam-se na medula óssea, mas são levados pelo sangue para o timo,
onde proliferam e se diferenciam em linfócitos T, depois vão para os órgãos linfáticos. No timo, as
células T se diferenciam.
Os linfócitos T helper estimulam a transformação dos linfócitos B em plasmócitos.
T supressora inibem as respostas humoral e celular e apressam o término da resposta imunitária.
Ambas são células reguladoras.
T citotóxicas vão diretamente nas células, por meio das perforinas que abrem orifícios nas
membranas plasmáticas provocando a lise das células e no outro modo as células entram em
apoptose.

Os linfócitos B e T não podem ser diferenciados morfologicamente em nenhum dos dois


microscópicos. A diferença está entre as proteínas integrais em cada membrana.

Quando estimulados por antígenos, ambas as células passam por diversos ciclos mitóticos,
expansão clonal.

Os linfócitos NK atacam células cancerosas e células infectadas sem vírus, sem necessidade de
estímulo prévio.

Células apresentadoras de Antígenos

As células apresentadoras de antígenos são encontradas na maioria dos órgãos. Derivam da


medula óssea e constituem uma população heterogênea que inclui as células dendríticas,
macrófagos, células de Langerhans e linfócitos B. Pelo processamento de antígenos, essas células
digerem parcialmente proteínas que transformam elas em moléculas MHC. A expressão do MHC
tipo II caracteriza as APCs. O processamento é importante, pois as células T somente reconhecem
as células quando associadas com o MHC II. As células apresentadoras de antígenos introduzem no
citoplasma proteínas exógenas e digerem essas proteínas nos endossomos e lisossomos para
formar o MHC I e MHC 2 que são identificados pela célula CD4 e CD8.

Células dendríticas

Se originam de células precursoras da medula óssea (monócitos). São encontrados em muitos


órgãos. As células da pele são chamadas de células de Langerhans. São consideradas células
imunoestimuladoras, pois além de apresentarem os antígenos às células T, são capazes de
estimular células T que ainda não entraram em contato com o antígeno.
Células dendríticas imaturas são levadas para os órgãos não-linfáticos, onde se alojam e capturam
e processam antígenos. Em um processo inflamatório, maturam e perdem a capacidade de
capturar antígenos, mas ativam células T. Tem a grande função de atrair as células T para o local.
Nos centros germinativos dos linfonodos, baços e outros, existem as células foliculares dendríticas
que funcionam diferente. Elas não derivam da medula óssea e não capturam antígenos por
endocitose, mas são eficientes na captação do complexo antígeno-anticorpo e de fatores do
complemento, retendo antígenos em sua superfície por longos períodos de tempo, onde são
reconhecidos pelo B.

Complexos de Histocompatibilidade
O sistema imunitário distingue as moléculas próprias do organismo das moléculas estranhas, por
meio da presença na superfície do complexo MHC. O MHC I está presente em todas as células,
enquanto o MHC II é restrito aos macrófagos, linfócitos B e etc. As moléculas MHC II está ligado ao
peptídeo. Os MHCs têm uma estrutura que é única para cada pessoa, e é esse o principal motivo
pelo qual enxertos e transplantes de órgãos são rejeitados.

As proteínas são fabricadas pelos poliribossomos e introduzidas nas cisternas do RER. Seguem
rotas diferentes, como a MHC I não passam pelo sistema dos endossomos e lisossomos, como a
MHC II fazem isso. As proteínas MHC I são colocadas em vesículas separadas para integrar a
membrana celular, expondo na superfície.

Transplante de órgãos
Os enxertos de tecidos e transplantes de órgãos podem ser: autólogos, quando o tecido ou órgão
é transplantado para o mesmo indivíduo. Isólogos, quando o transplante provém de um gêmeo
idêntico. Homólogos, quando realizados entre indivíduos diferentes, porém da mesma espécie.
Héterólogos, quando realizados entre espécies diferentes.

As Autólogas e Isólogas têm os mesmos MHC na superfície das células e as outras sofrem rejeição.

Citocinas na Resposta Imunitária


A alta complexidade da resposta imune é controlada por diversas moléculas, principalmente as
citocinas (grupo de peptídeos). Influenciam tanto a resposta humoral como a resposta celular.
Agem também sobre outros processos, participando da cicatrização, da hemocitopoese e etc. São
produzidas por macrófagos e leucócitos, mas também por células endotelias e os fibroblastos.
Funcionam como mediadoras entre leucócitos, chamadas de interleucinas (IL). As produzidas
pelos linfócitos são as linfocinas e as sintetizadas pelos monócitos e macrófagos são as
monocinas. Quimiotaxinas são as citocinas que atraem leucócitos para as regiões de inflamação.

Intérferos são citocinas glicoproteicas produzidas por quaisquer células invadidas por um vírus.
Eles agem sobre os receptores dos macrófagos, fibroblastos e linfócitos que irão inibir a
multiplicação dos vírus. As citocinas podem atuar sobre as células que as produziram: Secreção
autócrina. Sobre as células a curta distância: secreção parácrina. Sobre células distantes: secreção
endócrina.

As citocinas chamadas fatores de necrose tumoral estimulam a expressão de moléculas de


aderência entre as células e a apoptose das células alvo.

Sistema do complemento
Produzida no fígado e constituída por 20 proteínas com a letra C. Ela complementa alguns
processos imunitários. Podem ser ativados por dois mecanismos que modificam a estrutura de um
componente inicial, que desencadeiam outros processos no sistema. Elas se ligam as membranas
das bactérias o que facilita a fagocitose ou danificam a membrana.

Doenças Auto-imunes
A auto-imunidade é uma resposta imune contra auto-antígenos. Ocorre uma falha no sistema
imunitário para distinguir entre as moléculas do organismo e as moléculas estranhas. Participam
das doenças auto-imunes linfócitos T e B. Exemplos: diabetes mellitus, miastenia.

Timo
É um órgão linfoepitelial situado no mediastino, possui dois lobos, envoltos por tecido conjutivo
denso. A capsula origina septos que dividem o parênquima em lóbulos contínuos uns com os
outros. O timo não apresenta nódulos. Cada lóbulo é formado por uma parte periférica (zona
cortical) que envolve a parte central, mais clara (zona medular). A parte periférica cora-se com
hematoxilina, pois tem mais linfócitos. Na medula encontram-se os corpúsculos de hassal.

Enquanto os outros órgãos são de origem mesodérmica, o timo tem origem dupla. Seus linfócitos
formam-se a partir de células mesenquimatosas, que invadem um esboço epitelial derivado do
endoderma da terceira e da quarta bolsa faríngea.

A cortical e a medular possuem tipos celulares iguais, porém em proporções diferentes. São
encontrados no timo os linfócitos T em estágios diferentes de maturação e as células reticulares e
macrófagos na cortical. As células reticulares não produzem fibras reticulares e o local que os
linfócitos T proliferam é formado por prolongamentos celulares unidos por desmossomos.

As fibras reticulares podem apresentar grânulos semelhantes aos de secreção e feixes de


filamentos intermediários, o que evidencia a origem epitelial. Elas formam uma camada por
dentro do tecido conjuntivo da capsula e septos, formam o retículo da cortical e da medular, onde
se multiplicam e diferenciam os linfócitos T. Formam uma camada em torno dos vasos sanguíneos
do parênquima tímico e constituem os corpúsculos de Hassal, encontrados na medular do timo.

Os linfócitos se multiplicam intensamento na zona cortical, onde se acumulam. Muitos morrem


por apoptose e são fagocitados pelos macrófagos, porém muitos migram para a medular e vão
para a corrente sanguínea.

Corpúsculos de Hassal formados por células reticulares organizadas pelos desmossomos e podem
acabar morrendo e calcificando.

Vascularização e Barreira Hematotímica

As artérias penetram no timo e ramificam-se, seguindo os septos conjuntivos, onde originam


arteríolas que penetram no parênquima seguindo os limites entre a cortical e a medular. Os
capilares do timo possuem endotélio sem poros e lâmina basal muito espessa. Células reticulares
envolvem externamente os capilares para formar a barreira hematotímica, junto com pericitos,
lâmina basal do endotélio, lâmina basal das células reticulares e as células endoteliais não
fenestradas da parede capilar. Essa barreira só existe na zona cortical dificulta a penetração, na
camada cortical dos antígenos contidos no sangue.
Histofisiologia
A involução começa pela zona cortical que se torna mais delgada. As células reticulares epiteliais e
os corpúsculos são mais resistentes a involução do que os linfócitos. O timo é o local de formação
e de seleção de linfócitos T. Durante esse processo passa por vários ciclos mitóticos. No entanto,
mais de 95% de linfócitos são eliminados por apoptose. São eliminados os que não reagem a
antígenos e os que reagem com antígenos do próprio organismo. Após isso, saem do timo, pelo
sangue e vão se estabelecer em certas áreas de outros órgãos, chamados de secundários. Elas são
timo-dependentes (ricas em linfócitos T) e estão representadas pela zona paracortical dos
linfonodos, tecido linfoide frouxo. O resto do tecido linfoide contém linfócitos B e é timo-
independente.

Os linfócitos T constituem um pool, que compreende os linfócitos do timo, a maioria do sangue e


da linfa e os que fazem parte das áreas timo-dependentes. Fatores de proliferação: timosina alfa,
timopoetina, timulina e fator tímico humoral. Os hormônios córtico-esteróides,
adrenocorticotrófico causam um efeito de queda no número de linfócitos, aceleram a involução
do timo.

Linfonodos ou gânglios linfáticos


São órgãos encapsulados constituídos por tecido linfoide e que aparecem espalhados pelo corpo,
sempre no trajeto de vasos linfáticos. Encontrados na axila, virilha, ao longo dos vasos do
pescoço... Os linfonodos apresentam um lado convexo e outro com reentrância, o hilo, pelo qual
penetram as artérias nutridoras e saem as veias. O parênquima é sustentado pelas células
reticulares e fibras reticulares.

A circulação da linfa. Ela atravessa os linfonodos penetrando pelos vasos linfáticos que
desembocam na borda convexa do órgão (Vasos aferentes) e saindo pelos linfáticos do hilo (vasos
eferentes).

A Capsúla que envolve os linfonodos envia trabéculas para seu interior, dividindo o parênquima
em compartimentos incompletos. O parênquima fica na região cortical, ausente apenas no hilo e a
região medular que ocupa o centro do órgão e o seu hilo. Entre essas duas regiões encontra-se a
cortical profunda.

A região cortical superficial é formada pelo tecido linfoide frouxo, que forma os seios
subcapsulares e peritrabeculares, e por nódulos ou folículos linfáticos. Os nódulos podem
apresentar centros germinativos (áreas centrais claras). No cortical superficial tem os linfócitos B,
plasmócitos, macrófagos, células reticulares. As células foliculares dendríticas são PACS, onde
podem ser examinados pelos linfócitos B. Os seios são espaços delimitados de modo incompleto
por células endoteliais, com fibras reticulares e macrófagos. A região cortical profunda não
apresenta nódulos linfáticos e nela predominam os linfócitos T, ao lado de células reticulares e
alguns plasmócitos e macrófagos.

A região medular é constituída pelos cordões medulares formados por linfócitos B, mas contendo
também fibras e células reticulares. Os plasmócitos são numerosos na medular do que na cortical.
Separando os cordões medulares, encontram-se os seios medulares, semelhante aos dos outros
seios. Os seios medulares recebem a linfa que vem da cortical e comunicam-se com os vasos
eferentes, pelos quais a linfa sai do linfonodo.

Histofisiologia

São filtros da linfa, removendo partículas estranhas antes que a linfa retorne ao sistema
circulatório sanguíneo, atravessa sempre um linfonodo antes de devolver o sangue.

Recirculação dos Linfócitos


Os linfócitos deixam os linfonodos pelos vasos linfáticos eferentes, que confluem com outros vasos
linfáticos até se formarem os grandes linfáticos que desembocam em veias. Pelo sangue, os
linfócitos retornam aos linfonodos através das vênulas de endotélio alto, possuem endotélio
cuboide. Os linfócitos possuem em suas membranas glicoproteínas para as quais há receptores
nessas células endoteliais. Passam por diapedese e caem no tecido linfático e saem do linfonodo
pelo vaso linfático eferente. Os linfócitos recirculam numerosas vezes pelo linfonodo. Endotélio
cuboide: apêndice, tonsilas e placas de Peyer. A recirculação dos linfócitos é um sistema de
monitorização constante de todas as partes do corpo, que informa o sistema imunitário inteiro
sobre a presença de antígenos.

Baço
É o maior acúmulo de tecido linfoide do organismo, interposto na circulação sanguínea. Em
virtude de sua riqueza em células fagocitárias e do contato íntimo entre o sangue essas células, o
baço representa um importante órgão de defesa contra microrganismos que penetram no sangue
circulante e é o principal órgão destruidor de eritrócitos. Origina linfócitos que passam para o
sangue. Importante filtro fagocitário e imunológico para o sangue e grande produtor de
anticorpos.

O baço possui uma cápsula de tecido conjuntivo denso, a qual emite trabéculas que dividem o
parênquima ou polpa esplênica em compartimentos incompletos. Apresenta hilo na superfície
medial, onde tem maior número de trabéculas.

Na espécie humana, o tecido conjuntivo da cápsula e das trabéculas apresenta algumas fibras
musculares lisas e pouco numerosas. Existe a polpa branca, nódulo linfático descontínuo e polpa
vermelha, tecido rico em sangue. Além de ser formada por estruturas alongadas, os cordões
esplênicos entre os quais se se situam os sinusóides.

Toda a polpa esplênica contém células e fibras reticulares, macrófagos, células apresentadoras de
antígenos, células linfáticas e outras células em menor proporção.

Circulação Sanguínea

Vasos chamados de Artérias centrais ou artérias da Polpa branca são as que deixam as trabéculas
para entrar na parênquima. Depois de deixar a polpa branca, as arteríolas se subdividem em
arteríolas peniciladas, elas possuem músculo liso. Alguns ramos dela apresentam um
espessamento, o elipsoide, constituído por macrófagos, células reticulares e linfócitos. Dos
elipsoides para os capilares arteriais que levam o sangue para os sinusóides, deles para as veias da
polpa vermelha e penetram nas trabéculas, formando as veias trabeculares. Dão origem a veia
esplênica que sai pelo hilo do baço.

Polpa Branca
Constituída pelo tecido linfático que constitui as bainhas periarteriais e pelos nódulos linfáticos
que se formam por espessamentos dessas bainhas. No tecido linfático das bainhas periarteriais
predominam os linfócitos T, mas nos nódulos existe predominância dos linfócitos B. Entre as
polpas existem os seios marginais. Nestes seios encontram-se linfócitos, macrófagos e células
dendríticas que retêm e processam antígenos trazidos pelo sangue e desempenha importante
papel imunitário. Assim, essa zona tem papel importante na filtragem do sangue e na iniciação da
resposta imunitária.

Polpa Vermelha formada por cordões esplênicos, separados por sinusóides. São constituídos por
rede de fibras reticulares que contém macrófagos, linfócitos B e T, plasmócitos, monócitos,
leucócitos, granulócito, além de plaquetas e eritrócitos. Os sinusóides esplênicos são revestidos
por células endoteliais alongadas, com seu eixo maior paralelo ao sinusóide.

Histofisiologia

As funções são a formação de linfócitos, a destruição de eritrócitos, a defesa do organismo contra


invasores e o armazenamento de sangue. A polpa branca do baço produz linfócitos, que migram
para a polpa vermelha e atingem a luz dos sinusóides, incorporando-se ao sangue aí contido.

Destruição de Eritrócitos

Os glóbulos vermelhos têm uma vida média de 120 dias e, quando envelhecidos, são destruídos
principalmente no baço, esse fenômeno de remoção é chamado de hemocaterese e ocorre,
também, embora com intensidade muito menor na medula óssea. Os macrófagos dos cordões
esplênicos fagocitam hemácias inteiras e pedaços das hemácias que frequentemente se
fragmentam no espaço extracelular. As hemácias são digeridas pelos lisossomos dos macrófagos e
a hemoglobina é desdobrada em diversos fragmentos, dando origem a um pigmento sem ferro, a
bilirrubina. Ela é devolvida ao sangue, captada pelas células hepáticas e por estas excretada como
um dos constituintes da bile. Outro produto formado é a proteína globina que é digerida no
macrófago ao estado de aminoácidos que são reaproveitados.

O ferro formado pela desdobramento da hemoglobina, pode ser armazenado nos macrófagos, sob
a forma de ferritina, ou passar para o sangue, onde se combinará com a transferrina, proteína
plasmática transportadora de ferro. O complexo ferro-transferrina será captado por endocitose
pelas células que possuem em suas membranas receptores para transferrina, como os
eritroblastos, e reutilizado para a síntese de hemoglobina.

Após a remoção do baço, aparecem hemácias deformadas nos esfregaços de sangue e aumenta a
concetração de plaquetas no sangue, uma indicação de que o baço, além de destruir hemácias,
também elimina plaquetas.
Defesa contra invasores

Do mesmo modo que os linfonodos “filtram” a linfa, o baço atua como um “filtro” para o sangue.
De todos os macrófagos do organismo, os do baço são os mais ativos na fagocitose de
microrganismos e partículas inertes que penetram no sangue, pois o baço é importante órgão de
defesa imunitária.

Tecido Linfático associado às mucosas (Malt)


Para proteger o organismo (trato digestivo, respiratório e gênito urinário), existem acúmulos de
linfócitos (nódulos linfáticos) associados a tecido linfático difuso nas mucosas e submucosas
desses tratos, que formam órgãos bem estruturados como as tonsilas e as placas de Peyer do
intestino delgado. O tecido linfático das mucosas é denominado de Malt. O da pele são as células
de Langerhans, macrófagos e linfócitos.

Tonsilas
São órgãos constituídos por aglomerados de tecido linfático, colocados abaixo e em contato com o
epitélio das porções iniciais do trato digestivo. Estão localizadas em posições estratégicas para
defender o organismo contra antígenos transportados pelo ar e pelos alimentos, iniciando uma
resposta imunitária. São órgãos produtores de linfócitos que podem infiltrar o epitélio.

As tonsilas palatinas ficam na parte oral da faringe, com nódulos linfáticos, em geral com centros
germinativos. Tem várias invaginações epiteliais que formam as criptas, elas contêm células
epiteliais descamadas, linfócitos vivos e mortos e bactérias.

Tonsila faringiana não possui cripta e fica na porção supero-posterior da faringe, é formada por
pregas da mucosa e contém tecido linfático difuso e nódulos linfáticos.

Tonsilas Linguais Situam-se na base da língua, recoberta por epitélio estratificado plano, em cada
tonsila tem uma invaginação que se aprofunda, originando uma cripta.

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