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TERCEIRO ATO

Briana, Gael, médico. Briana está sendo medicada quando Gael volta com dois copos de
café em mãos.

(Gael entrega um dos copos para Briana)

BRIANA – Obrigada.

MÉDICO – Não houve nada grave, você poderá voltar para casa hoje mesmo. Só
preciso buscar uns analgésicos para dor e te libero.

BRIANA – Obrigada.

GAEL (Senta ao lado de Briana) – Me desculpe pela queda.

(Briana ri levemente)

BRIANA – Não é como se meu dia pudesse piorar. (Dá um gole em seu café)

GAEL – Dia difícil?

BRIANA (Risada sarcástica) – Não imagina o quanto. Só quero que esse dia acabe.

GAEL – O mesmo. (Bebe o café)

(Briana olha para Gael de forma estranha)

GAEL – O que foi?

BRIANA – Ah, sei lá. Na minha cabeça homens como você não tinham dias ruins.

GAEL (Franze o cenho) – Como assim “homens como eu”?

BRIANA – Você sabe... ocupados?

(Gael ri e Briana o olha)

GAEL – Então vou contar como foi meu dia. Precisei sair correndo do escritório e ir até
o hospital porque um dos funcionários brigou com a mulher e atirou com um
grampeador em dois colegas; participei de 7 reuniões em 7 lugares diferentes e duas
delas terminaram com ameaças de morte. Então atropelei você e me avisaram que
houve um incidente no escritório e que uma das partes de um projeto que estava
trabalhando foi arruinada. (Suspira) Sua vez. Conte suas desgraças.

BRIANA – Nada tão ruim quanto as suas. Saí de casa atrasada pra uma entrevista de
emprego. Chegando lá, descobri que todos os candidatos eram melhores que eu. Mas o
idiota que iria fazer a entrevista nunca aparecia e, sem querer, acabei destruindo um
equipamento de, no mínimo, R$7.000 do escritório.

(Gael deixa a cabeça pender para o lado)

GAEL – Por acaso você se candidatou à vaga de assistente pessoal na Brigida


Construtora?

(Briana franze o cenho, perplexa)

BRIANA – Sim! Como sabe?

(Gael ri)

GAEL – Por algum acaso ou consequência eu sou o idiota que faria a entrevista.

(Briana cobre a boca com as mãos, desacreditada)


BRIANA – Ai... meu Deus. Eu sinto muito pelo computador e tudo... que eu estraguei.
(Briana cobre o rosto com as mãos, envergonhada) Ah, espero que seu emprego não
esteja em risco.

GAEL – Não, está tudo bem.

(O médico entra na sala novamente)

MÉDICO – Aqui está o analgésico e a receita para comprar mais. Deve tomar de 8 em
8 horas até o final da semana.

BRIANA – Ok, obrigada.

GAEL – Obrigado, doutor.

(Os dois saem do consultório)

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