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11a Classe Ficha 5 Texto Argumentativo
11a Classe Ficha 5 Texto Argumentativo
O discurso argumentativo está sempre presente no nosso quotidiano: nas conversas e discussões informais, nos
tribunais, nas escolas e universidades, nos discursos políticos, nas apresentações dos resultados de investigação
científica, nos debates, nas igrejas, nos artigos jornalísticos, no comércio e em muitos outros contextos.
Embora muitas vezes este tipo de discurso, seja produzido informal e inconscientemente, a argumentação a
argumentação obedece a regras específicas.
Conceito
O autor expõe uma tese e, com base em argumentos procura convencer, persuadir e influenciar ao destinatário
a aderir ao seu ponto de vista. Este discurso deve ser claro, directo e preciso.
Organização textual
A tese – é a proposição, uma ideia que o autor do texto pretende defender, pode conter além da tese principal, ideias
secundárias subordinadas à principal.
Os argumentos – são as razões ou provas, a que se recorre para a defesa de um pensamento. Por vezes o texto
argumentativo faz uso de argumentos contrários a tese defendida. A refutação dos contra-argumentos apresentados
contribuem para reforçar a tese que o autor pretende defender. A coexistência de argumentos favoráveis e contrários a uma
tese origina um paradoxo, uma contradição ou confusão, que depois é resolvida.
Apresentação textual
É a apresentação do assunto a ser discutido e do ponto de vista que orientará o autor no desenvolvimento do seu
texto. Pode ser elaborada por meio de uma afirmação, uma definição, uma citação, uma interrogação, ou através da
narração de um facto ou traçando uma trajectória histórica da questão tratada.
É a parte mais extensa do texto argumentativo. Constitui-se pela apresentação dos argumentos, que podem ser
exemplificações, dados estatísticos, referências históricas, etc., que justificam e sustentam a tese (ideia central) apresentada
na introdução.
3. Conclusão
- Argumentos naturais – também chamados de argumentos de autoridade, incluem os textos das leis e as opiniões emitidas
por pessoas de prestígio especializadas na matéria tratada;
Tipos de planos
- Plano por agrupamento – reúne argumentos da mesma natureza – por exemplo, argumentos técnicos, psicológicos,
históricos, económicos ou outros – e organiza-os em função do seu destinatário, pois, para certo grupo – alvo, os argumentos
económicos ou psicológicos poderão ser mais importantes que os históricos.
- Plano por oposição – organiza-se a partir da refutação sistemática de uma ideia básica, para se deduzirem as vantagens
de uma outra ideia; por outras palavras, nega-se uma ideia para elevar outra contrária. Também se pode elevar uma ideia
em detrimento de outra oposta.
-Plano moderado – o ponto de vista não é imposto. Um jogo de raciocínio leva, de forma natural, à posição do autor. Os
argumentos são moderados, desprovidos de um ataque directo ou de uma exigência severa. Contudo, exigem grande
elaboração. É um processo de argumentação ténue (frágil), indirecto, delicado, mas muito poderoso.
Componentes da argumentação
1. Fórmulas introdutórias
2. Transição/ adição
3. Fórmulas conclusivas
4. Enumeração
5. Expressões de reserva
Todavia… Duvido…
Mas… É pouco provável…
Contudo… Provavelmente…
No entanto… Talvez…
6. Fórmula de insistência
7. Inserção de um exemplo
8. Expressões de opinião
Actos de fala
1. Persuadir/convencer
4. Formular hipóteses
Saber ler
Toda a gente culta lamenta que, nos países civilizados, ainda haja muitos seres humanos que não sabem
ler. Parece-nos isto uma vergonha para a civilização. De facto o é. Poucos, todavia, de entre toda essa gente culta,
chega a meditar um pouco sobre as vantagens e desvantagens de saber ou não saber ler.
A primeira vantagem de saber ler – primeira por ser a que imediatamente ocorre a qualquer pessoa – e é
de ordem prática. Evidentemente se torna, que neste nosso mundo moderno, o analfabeto está praticamente inibido
de muitas coisas. Mas outra vantagem – talvez não menos importante – que oferece a leitura é de abrir acesso a
cultura. Analfabetos há que, pela experiência da vida, pelo trato com os homens, pelos dons naturais, adquirem
aquele grau de cultura já implicada. Homens há que sabem ler, mas não sabem dispor desta estupenda vantagem,
e então ficam analfabetos apesar de saberem ler.
Nos primeiros se torna particularmente aflitivo o analfabetismo. Pois, se, com a simples experiência e os
dons naturais, conseguem eles distinguir-se, até onde não iriam se soubessem ler, se pudessem cultivar a leitura?
Quanto aos segundos, são o exemplo de um mal que sempre existiu, mas particularmente alastra nos nossos
vertiginosos dias. Sim, não basta saber ler, se por saber ler se entende distinguir uns certos caracteres e dar-lhes
significados! Há um saber ler que vai muito mais longe, muito mais alto, muito mais fundo. E só este
verdadeiramente abre as portas de oiro de cultura autêntica.
Nesse superior sentido – não, não sabe ler o indivíduo que se limita a devorar jornais, revistas, selecções
ou romances mais ou menos policiais, com o mínimo de actividade mental. Porque saber ler – no superior sentido
– é meditar os grandes autores; dialogar com eles, discutir com eles os problemas que nos propõem; viajar, de
braço dado com eles, pelos maravilhosos reinos da Sensibilidade, da Fantasia, da Inteligência: admirar,
conscientemente, o que nos oferecem de grande, de belo, verdadeiro; chegar, em fim, a ser digno do seu convívio,
e enriquecer o espírito ao calor e à luz desse contacto.
Isto, sim, é saber ler, - porque saber ler é colaborar. Mas isto exige atenção, vagar, concentração,
reconhecimento, esforço. O profundíssimo prazer de boa leitura é com tal moeda que se paga. Aqui me dirão que
a vertiginosa vida actual não chega para tanto! Não dá tempo. Eu bem vejo que em grande parte se substitui hoje
a leitura pela rádio ou televisão, como se pudesse o que quer que seja substituir a leitura! Bem vejo que se lê onde
calha, ao deus-dará. Por certo é melhor ler mal, que nada. Mas no fim e ao cabo, ou o homem acabará por sofrer
uma degradação, ou, na medida do possível, terá que se opor à vertigem que hoje vai arrastando. Meus amigos!
Em havendo vontade da juventude, há sempre uma medida possível até agora contra a mais firme aparência do
impossível.
José Régio, O Grito
Interpretação do texto
a) Persuadir/convencer;