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INTOXICAÇÃO POR ORGANOFOSFARADOS E CARBAMATOS

Autor: Ane Karoliny da Silva Bezerra

Autor: Eliane Martins de Oliveira Kazmierczak

Autor: Flávia Amancio Pinto

Autor: Luis Antonio Pereira da Silva

Autor: Maria Eduarda Vicentin Nince

Orientadora: Denise Cortela

Introdução: A intoxicação e morte no mundo por organofosforados e carbamatos,


normalmente usados como inseticidas, são causas comuns e pode ser de natureza ocupacional,
acidental, delitiva, suicida, sendo que tal interação altera o organismo por processos
patológicos que provocam um desequilíbrio fisiológico, com manifestações variadas de
acordo com a classe destas substâncias. Objetivo: Analisar as principais evidências
científicas sobre as intoxicações associadas à exposição aos organofosforados e carbamatos na
população brasileira, principalmente em trabalhadores rurais. Metodologia: Revisão
Integrativa, contextualizada de caráter quali-quantitativo, através de um levantamento
realizado em base de dados nacionais. Como técnica, a pesquisa bibliográfica foi
desenvolvida pela leitura de artigos científicos, guias e Manuais do Ministério da Saúde do
Brasil, utilizando-se descritores pela interoperação com o DeCS, sendo eles: “Intoxicação”,
“Organofosforados”, “Carbamatos”, “Trabalhadores”, “Rurais”, “Brasil”. A base de dados foi
o Google Acadêmico, encontrando-se 2.680 resultados científicos. Os critérios de filtragem
utilizados foram: “Publicação 2021 - 2023”, “Idioma Português” e pesquisa com dados livres.
Excluindo-se artigos anteriores a 2021 e os que não discutiam o tema proposto, teve-se como
resultado final 7 artigos de base científica. Os artigos selecionados encontram-se indexados
nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde MS (BVS-MS), Secretaria de
Estado de Saúde do Governo (Goiás, São Paulo, Paraná e Mato Grosso), Comissão Nacional
de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC), MSD Manuals, os
quais foram analisados e discutidos de acordo com o objetivo do tema pesquisado.
Considerou-se intoxicado por organofosforados e carbamatos, o indivíduo exposto a tais
substâncias, que apresente sinais e sintomas clínicos de intoxicação ou alterações laboratoriais
compatíveis com as diretrizes brasileiras para diagnóstico e tratamento, podendo ser leve,
moderada ou grave, de acordo com a quantidade absorvida, toxidade, forma de exposição e
tempo para iniciar o atendimento médico. Resultado: No Brasil as intoxicações agudas por
praguicidas ocupam a terceira posição dentre os agentes causais, sendo a maioria dos casos
por inseticidas (73%, organofosforados, piretróides, carbamatos e organoclorados), raticidas
(15,3%) e herbicidas (9.7%), e apresentam como principais circunstâncias as tentativas de
suicídio e os acidentes e as ocupacionais. As toxíndromes clássicas, exemplo, síndrome
colinérgica e alguns exames laboratoriais podem auxiliar em um diagnóstico mais preciso.
São absorvidos através do trato gastrintestinal, pulmões e pele, embora diferentes
estruturalmente, inibem o plasma e colinesterase eritrocitária, dificultando a quebra da
acetilcolina, que por sua vez, se acumula nas sinapses, causam sintomas colinérgicos
decorrentes da ativação dos dois principais receptores colinérgicos, caracterizados como
muscarínicos e nicotínicos. O organismo excreta os carbamatos de forma espontânea 48 horas
após o contato, já os organofosforados, se ligam à enzima colinesterase de forma irreversível
se não tratada com um antídoto até 24 horas ou 48 horas no máximo, dependendo da toxina.
Terapia de suporte é a chave, os pacientes devem ser monitorados cuidadosamente com
relação à insuficiência respiratória devido à fraqueza dos músculos respiratórios e a
descontaminação do agente tóxico é atingida logo após a estabilização. Considerações
Finais: Pode-se usar carvão ativado para descontaminação do paciente; o esvaziamento
gástrico é normalmente evitado, mas se feito, a traqueia é entubada antes para prevenir
aspiração. Atropina é administrada para manifestações respiratórias, pralidoxima administrada
após atropina para manifestações neuromusculares e benzodiazepínicos são usados para
convulsão (Diazepam profilático pode ajuda a prevenir sequelas neurocognitivas após
intoxicação grave ou moderada por organofosforados).

Referências

ARAÚJO, A. C. P.; NOGUEIRA, D. P. & AUGUSTO, L. G., 2000. Impacto dos


praguicidas na saúde: Estudo da cultura de tomate. Revista de Saúde Pública, 34:309-31.
LYZNICKI, M. S., 1997. Educational and information strategies to reduce pesticide
risks. Preventive Medicine, 26:191-200.
Manual MSD – Versão para Profissionais de Saúde: Intoxicação por organofosforados e
carbamatos, junho de 2022.
MARICONI, F. A. M., 1980. Inseticidas e seu Emprego no Combate às Pragas. São Paulo:
Editora Agronômica Ceres.
MENDES, R., 1980. Medicina do Trabalho e Doenças Profissionais. São Paulo: Sarvier.

Ministério da saúde: diretrizes brasileiras para diagnóstico e tratamento das intoxicações


por agrotóxicos capítulo 1 portaria nº 43, de 16 de outubro de 2018.
Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. Implicações das
Intoxicações Exógenas por Organofosforados e Carbamatos. Volume 7, Número 2, Ano
2021.

PALAVRAS-CHAVE: Intoxicação, Organofosforados, Carbamatos, Trabalhadores Rurais.

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