54 5.2. DIMENSIONAMENTO DA TRELICA DA COBERTURA Antes mesmo de iniciar 0 dimensionamento das vigas da elevago +7,20m é preciso dimensionar a cobertura, Isso porque, nesse projeto, suas barras langam forgas sobre as vigas da elevacdo +7,20m, principalmente na V44 que possui um vao de 12m, A cobertura ¢ as éreas de influéneia que serdo iteis sfo vistas na figura 5.9 abaixo, 3256 1628 CORTE EE ESTRUTURA Figura 5.9 —Definigdo da cobertura e das suas dreas de influéncia. Fonte: autoria prépria (2021)55 5.2.1 CARGA DEVIDA AO VENTO - NBR 6123:1988 ‘Nao & possivel falar de cobertura sem pensar na agdo do vento. A carga devida aos ventos em N/m: é definida pela NBR 6123:1988 como pressiio dindmica indicada pela equa q 5 ,sendo Vy = VoxSyx SpxSq (5.26) Onde: q — Pressio dinamica do vento (Nim). V_— Velocidade caracteristica do vento (ws). V, — Velocidade basica do vento medida sobre 3 segundos, que pode ser excedida em média uma vez em 50 anos, a 10m sobre o nivel do terreno em lugar aberto e plano. Valores indicados na figura 5.10. (m/s). 5, — Fator topografico S;— Fator de rugosidade. S3— Fator estatistico. Assumindo que a localizagio do edificio é na cidade de Niteréi-RJ, segundo a figura 5.10 a velocidade basica do vento seria 35 m/s. Assumindo também que 0 edificio esté em um terreno plano, temos que o fator topogrifico é igual a 1. Sabendo que 0 edificio esté no centro de uma grande cidade ¢ conhecendo suas dimensées, temos que sua categoria é V, classe Be altura entre 10 ¢ 15m; assim o fator de rugosidade é igual a 0,76, Por fim, sabendo que edifici um, comercial, temos o fator estatistico igual a 1. Assim, a velocidade caracteristica e a pressio dindmica sio: Ve = 35x1x0,76x1=266m/s (5.27) q= & = 0,43 kN/m? (5.28) A seleco dos fatores, como descrito de forma resumida acima, é feita diretamente na NBR 6123:1988. Caso se deseje fatores para um edificio com caracteristicas diferentes & necessério recorrer as tabelas da NBR 6123:1988.Figura 5.10 Isopletas da velocidade basica VO (mis). Fonte: NBR 6123 (1988).37 5.2.2. CARGAS ATUANTES NA TRELICA © Carga devida ao vento, Como apresentado na segao anterior, temos a carga devida ao vento como: Componente vertical _qy = 0,43 » COS 22,9° = 0,40kN/m? (5.29) Componente horizontal qn = 0,43 * SEN 22,9° = 0,17 kN/m? (5.30) © Carga devido ao peso préprio da estrutura. Se tratando da treliga, temos o peso linear das barras externas da treliga que so perfis U 254 x 22,7 kg/m: Qu =0,227% (5.31) * Carga devida ao peso das telhas termoaciisticas. E previsto instalagao de telhas termo acisticas na cobertura, o peso préprio da telha € fornecido por fabricantes Qrr = 0,10 (5.32) * Carga devido ao peso das placas solares. E previsto instalagao de placas solares na cobertura, foi estimada uma carga para cobrir essa situagio segundo informagdes de fornecedores:58 © Carga acidental Como carga acidental, sobre os perfis U da treliga serd considerado uma pessoa de 150 kg sobre o centro dos pertis para manutengao. Qac= L50kKN (5.34) 5.2.3 DIMENSIONAMENTO DAS TERCAS DE COBERTURA Antes da definiggo final do carregamento na treliga e consequentemente seu dimensionamento, precisa-se dimensionar as tergas da cobertura pois elas geram cargas pontuais fundamentais na trelica, a figura 5.11 mostra um dessas cargas pontuais tipicas. FP = FORGA PONTUAL GERADA PELA TERCA, CANTONEIRAS 100 X 100 X10 (15 KN/M) Figura 5.11 ~ Forga gerada pela terca. Fonte: autoria prépria (2021) O perfil escolhido para ser usado como terga de cobertura foi o perfil U 152 x 12,2 kg/m em ago ASTM A36. A area de influéncia vista na figura 5.9 j4 apresentada e numericamente explicitada abaixo: «Area de influéncia da terga mais critica Srora, = 51 +S2=14,2m? (5.35)59 Verificagao: Carga permanente total Qp = Orr + ps = 0,10 + 0,12 = 0,22 x (5.36) ‘© Carregamento permanente total 4.2. 022 cp = Sstt2 8h my = +0,122 = 0,64 (5.37) © Carga pontual acidental CA=150KN (5.38) + Carregamento devido ao vento Seotat* dy L (5.39) Nota: A terga est sendo calculada aqui para suportar a componente vertical, mas deve ser também dimensionada para suportar a ago horizontal do vento que atua no eixo de menor momento de inércia da terga, Por motivo de compactagao, a verificagao da terga fletida em seu menor eixo de inéreia nao ser detalhada. ‘© Carregamento segundo combinagdo rara de servigo (ELS). kN cs CP + 0,6CA + CV=159%40,90kN (5.40)60 0,90 KN 1,59 KN/M £\___ 3000 6000 Figura 5.12 — Carregamento na terca segundo combinagao de servigo Fonte: autoria prépria (2021). ‘+ Carregamento segundo combinagao iiltima normal (ELU). CS = 1,40xCP + 1,40x0,7xCA + 1,40xCV = = 1,40x0,64 + 1,40x0,7x1,50 + 1,40x0,95 = = 2,23 Sy LATKN 641) 1,47 KN 2,23 KN/M | /\___ 3000 6000 Figura 5.13 ~ Carregamento na terga segundo combinagio iltima normal. Fonte: autoria prépria (2021). * Verificagdo de destocamento (ELS) segundo tabela 3.5 para terga de cobertura Limite das tercas de cobertura = + = °° = 33,33mm (5.42) Yeo ~ eo 33,33mm > 28,35mm (OK)* Momento maximo =12,70kN.m (5.43) © Cortante mixima Vinx ,70kN.m (5.44) Verificagées conforme NBR 8800:2008 n FLT = Supondo as barras laterlamente contida pela acao das telhas (OK) Te gaa = 2657 < Ap = 76 FE = 107,67 (OK) (5.45) 2,80 < Ay oae [E 10,88 (OK) Assim temos que 0 momento fletor resistente e sua verifies solicitante é: FLM => A= 25 = 498 ay = 2x07 (5.46) com o momento fletor 6.042500 ENE = 19,55 kN.m > 12,70 kN.m (OK) (5.47) 70,43 (OK) (5.48) res = 0,6. Fyx dx Ty = 0,6x250000000x0,152x0,00508= = 115,82kN >7,70kN (5.49) (OK) 5.2.4 CARREGAMENTO FINAL NA TRELICA Um procedimento muito semelhante do qual foi utilizado nas tergas de cobertura é utilizado na treliga para determinar 0 egamento final, por isso no seré detalhado. O carregamento final gera cargas distribuidas em toda a treliga, mas é constatado pelo software 6162 FTOOL que os momentos, cisalhantes e flechas nas barras da treliga so muito pequenos, O que interessa na treliga sio os esforgos axiais, entio as cargas foram redistribuidas nos nds assim passamos a ter o carregamento mostrado na figura 5.14, modelado no FTOOL, ja considerando a combinagao ultima normal, Figura 5.14 — Carregamento final na trelica segundo combinaga titima narmal. Fonte: autoria prépria/F TOOL (2021) Esse carregamento analisa a treliga individualizada do edifici, com a pressio dindmica atuando perpendicularmente a superficie do telhado, 0 que gera forga verticais ¢ horizontais, apesar das horizontais aqui ndo contribuirem significativamente, Mais & frente, no dimensionamento dos contraventamentos, a forga global horizontal que perturba todo edificio, também chamada de forga de arrasto pela NBR 6123, vai atuar nos pérticos contraventados que ital ¢ as barras internas da coincidem com duas treligas. Isso amplificard bastante a forga horiz, treliga ganhardo fungdo também de contravento, Nessa segunda anélise as barras dessas treligas também precisardo suportar os esforgos axiais que receberem. Como observago & informado que no projeto o edificio é considerado como impermedvel, devido a auséncia de janelas e poucas aberturas. Assim, ndo sera calculado nesse trabalho 0 efeito do vento de suego que tende a “arrancar” 0 telhadoitreli¢a de dentro para fora. 5.2.5 DIM SIONAMENTO DAS BARRAS INTERNAS A treliga & composta por barras internas de cantoneiras e por barras externas de perfis U. Apés definido 0 carregamento e aplicado a0 FTOOL temos as forgas axiais méximas, jé considerada a combinagao diltima normal, indicadas na figura 5.15.63 Figura 5.15 — Carregamento final na treliga segundo combinagdo iiltima normal, Fonte: autoria prépria/FTOOL (2021). Nesta segdo sera demonstrada a verificag3o da barra interna mais critica, uma cantoneira 100 x 100 x 10mm (1Skg/m) em ago ASTMA36 com 3,8m de comprimento e forga axial de compre NBR 8800:2008. N-22,5 KN. Logo, se trata de uma verificagio de flambagem com base na Esbeltez: = 22 = 194< 200 (OK) (5.50) Rin 2.98 Flambagem local: b= 10,00 < oas E ¢~ 40 y 12,88 (OK) (5.51) Flambagem global: rc +\Fa216>15 6.52) m7 a =0,19 (5.53) Forga axial de compressdo resistente de céleulo: HeQedgrhy _ 9194171918%25000 _ g9 61 275 (OK) (5.54) 73 aa