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Parecer Do Ministerio Publico de Contas 9318 2019 01
Parecer Do Ministerio Publico de Contas 9318 2019 01
PARECER Nº 825/2019
1. RELATÓRIO
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2. Mediante o relatório técnico preliminar1, a equipe, em análise da
Portaria nº 33/2018 e dos documentos que lastrearam o ato concessório, apurou que a
aposentadoria deu-se em cargo diverso daquele no qual se deu o provimento
originário, restando configurada transposição irregular de cargos efetivada pela
Portaria nº 117/GP/93, datada de 01/10/1993.
Segue a fundamentação.
2. FUNDAMENTAÇÃO
2.1. Introdução
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complexo, que reconheceu o direito à obtenção da aposentadoria.
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estabelecidas pelos arts. 2º e 6º da Emenda Constitucional nº 41, de
2003, o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado
no serviço público até 16 de dezembro de 1998 poderá aposentar-se com
proventos integrais, desde que preencha, cumulativamente, as seguintes
condições:
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de
contribuição, se mulher;
II - vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, quinze anos
de carreira e cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria;
III - idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites do
art. 40, § 1º, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, de um ano de
idade para cada ano de contribuição que exceder a condição prevista no
inciso I do caput deste artigo.
Parágrafo único. Aplica-se ao valor dos proventos de aposentadorias
concedidas com base neste artigo o disposto no art. 7º da Emenda
Constitucional nº 41, de 2003, observando-se igual critério de revisão às
pensões derivadas dos proventos de servidores falecidos que tenham se
aposentado em conformidade com este artigo. (grifou-se)
ADIN n. 837-4/DF
EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. Formas de provimento
derivado. Inconstitucionalidade. - Tendo sido editado o Plano de
Classificação dos Cargos do Poder Judiciário posteriormente à
propositura desta ação direta, ficou ela prejudicada quanto aos
servidores desse Poder.
- No mais, esta Corte, a partir do julgamento da ADIN 231, firmou o
entendimento de que são inconstitucionais as formas de provimento
derivado representadas pela ascensão ou acesso, transferência e
aproveitamento no tocante a cargos ou empregos públicos. Outros
precedentes: ADIN 245 e ADIN 97.
- Inconstitucionalidade, no que concerne às normas da Lei n° 8.112/90,
do inciso III do artigo 8o; das expressões ascensão e acesso no parágrafo
único do artigo 10; das expressões acesso e ascensão no § 4° do artigo
13; das expressões ou ascensão e ou ascender no artigo 17; e do inciso
IV do artigo 33. Ação conhecida em parte, e nessa parte julgada
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procedente para declarar a inconstitucionalidade dos incisos e das
expressões acima referidos.
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15. Vários são os julgados2 da Suprema Corte em que resta claro o
entendimento de que há violação à ordem constitucional a investidura resultante da
transformação ou transposição de cargos e funções pública (grifos nossos):
No caso, verifico que o Tribunal de origem, com base nas provas dos
autos, consignou ter havido provimento derivado de cargo público, o
que seria incompatível com a atual ordem constitucional. (...) Nesse
contexto, vale ressaltar que esta Corte, por meio de julgamento da ADI
837, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 25.6.1999, reafirmou o entendimento
exarado na ADI 231, no sentido de que são inconstitucionais as formas
de provimento derivado representadas pela ascensão ou acesso,
transferência e aproveitamento no tocante a cargos ou empregos
públicos. (...) O Tribunal de origem, portanto, ao assentar a
inconstitucionalidade da transposição de cargos no caso, na modalidade
de provimento derivado mediante acesso, por violação ao princípio do
concurso público, decidiu em conformidade com a jurisprudência
pacificada deste Supremo Tribunal Federal ao indeferir a possibilidade
de evolução salarial no cargo atualmente ocupado.
[ARE 1.183.394, rel. min. Gilmar Mendes, dec. monocrática, j. 1º-2-2019,
DJE 23 de 6-2-2019.]
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enunciado de Súmula 685/STF, convertido na Súmula Vinculante 43,
(...).
[ADI 5.215 MC, rel. min. Roberto Barroso, dec. monocrática, j. 19-12-
2017, DJE 18 de 1º-2-2018.]
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Constata-se, portanto, que o acórdão recorrido está em harmonia com a
jurisprudência desta Corte, sedimentada na Súmula Vinculante 43 (...).
Ante o exposto, nego provimento ao presente agravo regimental.
[RE 995.436 AgR, voto do rel. min. Edson Fachin, 1ª T, j. 9-12-2016,
DJE 268 de 19-12-2016.]
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17. Nesta linha de cognição, qualquer ato de nomeação – seja qual for a
nomenclatura utilizada - a configurar o provimento ou a investidura em
descumprimento ao que constitucionalmente estabelecido configura vício jurídico
inconvalidável, o que invariavelmente culmina na impossibilidade de aposentação no
cargo indevidamente ocupado.
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concretizado em 1990. ADI 837 MC. Efeitos ex nunc. RE 442.683/RS.
Princípios da boa-fé e da segurança jurídica. Precedentes. 1. A
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de ser
inconstitucional toda forma de provimento derivado após a Constituição
Federal de 1988, sendo necessária a prévia provação em concurso de
provas ou de provas e títulos para o ingresso em cargos públicos. 2.
Contudo, no julgamento da medida cautelar na ADI 837, relator o
ministro Moreira Alves, DJ de 17-2-1993, suspendeu-se, com efeitos ex
nunc, a eficácia dos arts. 8º, III, e das expressões “acesso e ascensão”,
do art. 13, § 4º, “ou ascensão” e “ou ascender”, do art. 17, e do inciso IV
do art. 33, todos da Lei 8.112, de 1990. 3. Posteriormente, com
fundamento na referida ação direta de inconstitucionalidade, cujo mérito
foi julgado em 27-8-1998 (DJ de 25-6-1999), a Segunda Turma da Corte,
ao examinar o RE 442.683/RS, concluiu pela subsistência de atos
administrativos de provimentos derivados ocorridos entre 1987 a 1992,
em respeito aos postulados da boa-fé e da segurança jurídica.
Consignou-se que, à época dos fatos, o entendimento a respeito do
tema não era pacífico, o que teria ocorrido somente em 17-2-1993 (data
da publicação da decisão proferida na medida cautelar). 4. Agravo
regimental não provido.
(RE 605.762 AgR-AgR, rel. min. Dias Toffoli, 2ª T, j. 24-5-2016, DJE 118
de 9-6-2015.)
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provimento derivado.
3. CONCLUSÃO
3 Nesta linha de cognição: O servidor público que recebe de boa-fé verbas remuneratórias a maior está
dispensado da devolução dos valores percebidos, na situação em que o pagamento indevido tenha se
dado em decorrência de erro exclusivo da administração ao fazer interpretação equivocada da lei
concessória, e quando não haja influência do servidor para concessão da vantagem impugnada.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselheiro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão
nº 443/2015-TP. Julgado em 03/03/2015. Publicado no DOC/ TCE-MT em 26/03/2015. Processo nº
27.573-5/2013).
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inciso II do art. 37 da Constituição Federal;
É o parecer.
(assinatura digital)4
WILLIAM DE ALMEIDA BRITO JÚNIOR
Procurador-geral de Contas Adjunto
4 Documento firmado por assinatura digital, baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora credenciada, nos
termos da Lei Federal nº 11.419/2006 e Resolução Normativa Nº 9/2012 do TCE/MT.
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