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Universidade Metodista Unida De Moçambique

Campus Universitário de Cambine


Faculdade de Administração, Gestão e Contabilidade
Curo: Ciências de Administração e Gestão
Unidade Curricular: Ética e responsabilidade social

Discente:
Dion Jossefa

Tema:
A prática da responsabilidade social e a importância no valor económico das empresas

Extensão-Cambine, 2023
Discente

Dion Jossefa

Tema:

A prática da responsabilidade social e a importância no valor económico das empresas

O trabalho em vista circunda a


elaboração de um trabalho, isto
com efeitos avaliativos com a
tutela do Me: Moisés Gujamo

Cambine, 2023
índice
Introdução .......................................................................................... 4

A prática da responsabilidade social ............................................................ 4

Importância no valor económico das empresas ............................................. 7

Conclusão ........................................................................................... 9

Referências bibliográficas ...................................................................... 10


Introdução
A responsabilidade social empresarial tem ganhado cada vez mais importância e
significado ao longo das décadas. Inicialmente, as preocupações sociais e morais deram
lugar a questões mais específicas, como segurança na produção, direitos dos
funcionários, proteção ambiental e comportamento ético. A responsabilidade social
empresarial não se restringe apenas à área da educação, sendo discutida nas Ciências
Sociais, Econômicas e Administrativas.

Neste contexto, a responsabilidade social empresarial surge como uma alternativa para
alcançar a justiça social. Compreende-se que o Estado não pode resolver todos os
problemas em um curto período de tempo, e as empresas, por estarem interligadas com
o público interno e com a comunidade, desempenham um papel fundamental na busca
por soluções. Ao exercer a responsabilidade social, as organizações tomam decisões e
realizam ações visando superar os conflitos sociais que afetam a todos.

A responsabilidade social empresarial se manifesta por meio de ações internas e


externas. As ações externas visam melhorar a comunidade e requerem o apoio dos
funcionários, uma vez que afetam diretamente o ambiente de trabalho. Observa-se que
essas práticas resultam em mudanças de comportamento benéficas, como maior
engajamento, cooperação, motivação, comprometimento e sociabilidade dos
empregados, além do desenvolvimento de talentos e potenciais. Por sua vez, as ações
internas envolvem programas de qualificação dos funcionários, benefícios e
reconhecimento, o que contribui para melhorar a qualidade de vida e aumentar a
produtividade.

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A prática da responsabilidade social
Duarte e Dias (1986) citado por Maria, Moraes (2003), a expressão responsabilidade
social suscita uma série de interpretações. Para alguns, representa a ideia de
responsabilidade ou obrigação legal; para outros, é um dever fiduciário, que impõe às
empresas padrões mais altos de comportamento que os do cidadão médio.

Ao longo das décadas o conceito de responsabilidade social continuou a crescer


importância e significado (Carroll; Shabana, 2010). Esse debate contribui para um
crescente interesse na responsabilidade social das organizações. Como as organizações
não operam no vácuo, suas atividades afetarão o ambiente que as envolve, as partes
interessadas, a sociedade (Nejati et. al., 2011). No entanto, a responsabilidade social
não é um tema específico da área de educação e tem sido discutida nos âmbitos das
Ciências Sociais, Econômicas e Administrativas. (Ribeiro; Magalhães, 2014).

Na década de 1950, a responsabilidade social empresarial cresceu para incluir o bem-


estar dos trabalhadores, segurança, cuidados médicos, programas de aposentadoria e
outros. Essa fase mostrou que a ênfase mudou de preocupações sociais e morais para
questões específicas como segurança na produção, direitos dos funcionários, proteção
ambiental e comportamento ético (Carroll & Buchholtz, 2000 como citado em Pena et
al., 2005). Diferentes definições de RSC foram desenvolvidas no decorrer do tempo.

Nesse contexto, para que se possa chegar à justiça social, surge uma alternativa, a
responsabilidade social empresarial. Percebe-se que o Estado é incapaz de solucionar
os sérios problemas existentes em um curto período de tempo. Como as empresas não
conseguem subsistirem sozinhas, isto é, elas estão ligadas com o público interno e com
a comunidade onde atuam, o único caminho para a sobrevivência das organizações é
através da responsabilidade social. Dessa forma, o setor privado, através do exercício
da responsabilidade social, passa a tomar decisões e praticar ações visando superar os
conflitos sociais que hoje atingem a todos. O Estado deixa de ser o único propulsor do
bem-estar coletivo e passa a dividir essa responsabilidade com a iniciativa privada e
com a sociedade civil organizada.

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A responsabilidade social realiza-se através de ações internas e externas. As ações
externas são todos os atos da empresa cujo intuito seja melhorar a comunidade. Para
que isso ocorra, o apoio dos funcionários é indispensável, pois essas ações atingem
diretamente o ambiente de trabalho. Através dessa prática, observaram-se mudanças
de comportamento benéficas dos empregados que se tornaram mais engajados,
cooperativos, motivados, comprometidos, sociáveis, além da possibilidade de
desenvolvimento de novos talentos e potenciais. Os funcionários se sentem valorizados
e realizados, repercutindo em um aumento da produtividade e do lucro da empresa.

Já as ações internas de responsabilidade social abrangem programas voltados para a


qualificação dos funcionários, como treinamento e cursos externos, além de programas
de benefícios, como a assistência médica, odontológica e alimentar e, até mesmo a
participação nos resultados da empresa. Ao investir para melhorar a qualidade de vida
dos funcionários, dando-lhes atendimento com qualidade superior, as empresas poupam
um tempo precioso dispendido no atendimento médico público e, consequentemente,
aumenta a produtividade da empresa. O funcionário é visto como pessoa, como
profissional e como cidadão, com a plenitude de seus direitos e deveres. Antes as
empresas estavam sujeitas apenas às obrigações legais, hoje a obrigação é moral. Se
uma obrigação legal é descumprida há uma sanção imposta 6 pelo Estado, já em relação
à obrigação moral, se os anseios da sociedade não são atendidos há uma punição no
mercado, com o decréscimo de vendas e da reputação. A gestão da empresa deve dar
importância tanto às obrigações legais como as morais. “As empresas precisam
entender quais são as expectativas e as preocupações econômicas, sociais e ambientais
que se relacionam com elas. Em vez de atacar, a sociedade pode ajudar a empresa a
resolver seus dilemas” (LYE, 2005, p.28).

Ao adquirir o caráter de ser socialmente responsável diante do público, a empresa atrai


vantagem competitiva e um valor diferencial para a marca, e a opinião pública conta
com a efetivação de condutas éticas por parte das organizações. Além do mais, a
empresa que respeita os seus empregados promove um ambiente de trabalho mais
agradável, aumentando-lhes a motivação e as habilidades. Com a melhoria de sua

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imagem, ocorre o crescimento das vendas e torna-se mais acessível a aquisição de
recursos de fundos de investimentos.

Diversas empresas e entidades apostam em programas de aprendizagem para jovens


carentes, sendo a tendência atual o aprendizado em tecnologia. De acordo com Garçon
(2006), os programas de aprendizagem envolviam profissões que já estavam saturadas
no mercado de trabalho. Na década de 90, no entanto, houve uma grande mudança, as
novas organizações não-governamentais e fundações privadas passaram a investir no
desenvolvimento pessoal das pessoas e também em profissões mais atualizadas as quais
o mercado pode absorver melhor. Para implantar um projeto, a empresa deve constituir
um comitê de investimento social que irá orientar o planeamento da ação e determinar
funções e integrantes.

Importância no valor económico das empresas


Os novos tempos caracterizam-se por uma rígida postura dos clientes, voltada à
expectativa de interagir com organizações que sejam éticas, com boa imagem
institucional no mercado, e que atuem de forma ecologicamente responsável.
Específica ainda, que esse novo ambiente empresarial estará a exigir dos gestores um
novo senso de responsabilidade em relação aos membros do corpo funcional da
organização, cujas expectativas incluem receber tratamento justo, ter participações
no processo decisório, além de ter instrumental apropriado para executar suas funções
e poder trabalhar em equipa.

A bem da verdade, em ambiente competitivo as empresas têm uma imagem a


resguardar, uma reputação, uma marca. E, em países que desfrutam de estado de
direito, a sociedade civil reúne condições para mobilizar-se e retaliar as empresas
socialmente irresponsáveis ou inidôneas.

 Construção de um ambiente de cooperatividade nos negócios;


 Aumento da vantagem competitiva da empresa (fazendo frente às exigências
cada vez mais específicas do público consumidor);
 Geração de maior valor agregado e reconhecimento do negócio;
 Possibilidade de investir em inovação e desenvolvimento sustentável;

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 Tomada de decisões pautadas no benefício mútuo, e não exclusivo;
 Retorno dos investimentos em forma de parcerias e benefícios sociais;
 Criação do senso de pertencimento dos colaboradores e stakeholders;
 Atendimento às necessidades da população ao redor da empresa;
No aspecto econômico, as organizações refletem sobre a importância de gerir recursos
financeiros de forma responsável, evitando desperdício, fazendo investimentos
conscientes e prestando contas de forma transparente.

Como refere Nogueira (2012. p.37), existe diferenças entre responsabilidade social e
uma mera ação de marketing pois, a RSE “exige que a preocupação social se inclua na
estratégia empresarial, sendo por isso uma preocupação a longo prazo.”. Como afirma
Nogueira (2012), existem empresas que investem em questões sociais, por forma a
obterem um retorno em termos de imagem e, consequentemente económico.

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Conclusão

Atualmente olhamos muito para a questão da responsabilidade social, pois ela alem de
ser um meio de obtenção de mão-de-obra na vertente deque as empresas
governamentais não conseguem dar conta da demanda dos desempregados é necessário
que as organizações tomem conta dos desempregados.

A responsabilidade social empresarial desempenha um papel crucial na construção de


uma sociedade mais justa e equilibrada. Ao assumir o compromisso de agir de forma
ética, sustentável e socialmente responsável, as empresas não apenas contribuem para
o bem-estar da comunidade e das partes interessadas, mas também obtêm vantagens
competitivas e fortalecem sua imagem institucional.

A busca pela responsabilidade social empresarial vai além de ações meramente de


marketing, exigindo que a preocupação social seja incorporada à estratégia empresarial
a longo prazo. Empresas que investem em questões sociais com o objetivo de obter
retorno em termos de imagem e benefícios econômicos devem ir além disso, integrando
a responsabilidade social em sua cultura organizacional e tomando decisões pautadas
no benefício mútuo.

Portanto, a responsabilidade social empresarial não apenas impulsiona o crescimento


econômico, mas também promove um ambiente de negócios cooperativo, estimula a
inovação, fortalece as parcerias, cria um senso de pertencimento entre colaboradores
e stakeholders e atende às necessidades da sociedade. É fundamental que as empresas
compreendam as expectativas e preocupações sociais, econômicas e ambientais
relacionadas a elas, buscando resolver seus dilemas em colaboração com a sociedade.

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Referências bibliográficas

AHSLEY, Patrícia Almeida (2003). Ética e responsabilidade social nos negócios, São
Paulo: Ed. Saraiva.

Carroll, A. B., & Buchholtz, A. K. (2000). Business & society: Ethics and stakeholder
management (5th ed.). South-Western College Pub.

Carroll, A. B., & Shabana, K. M. (2010). The business case for corporate social
responsibility: A review of concepts, research and practice. International Journal of
Management Reviews, 12(1), 85-105.

Garçon, C. (2006). Responsabilidade social e sustentabilidade: Fatores críticos para o


sucesso dos programas. Anais do 3º Congresso Internacional de Responsabilidade Social
Empresarial e do III Fórum Ibero-Americano de Responsabilidade Social, Curitiba, PR,
Brasil.

Nogueira, F. (2012). Responsabilidade Social Empresarial e Ética. Universidade


Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

Pena, M. I. C., García, L. M. P., & Rodríguez, C. R. (2005). Business ethics: A European
perspective. Financial Times Prentice Hall.

Ribeiro, R. S., & Magalhães, A. R. (2014). Responsabilidade social empresarial no Brasil:


Uma revisão da literatura. Revista de Administração, Contabilidade e Economia, 13(2),
559-584.

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