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AGENTE, ESCRIVÃO E PERITO DA POLÍCIA FEDERAL


Disciplina: Noções de Economia
Prof.: Edmo Menini
2013 2

MATERIAL DO PROFESSOR
Aula 3

12. RETROSPECTO DO CENÁRIO ECONÔMICO


PERÍODO DURANTE A CRISE DE 1929
• Como explicar o desemprego de recursos, principalmente de trabalhadores, além da taxa natural
(rotatividade da mão-de-obra).
• A base do liberalismo econômico, crença de que a produção ótima seria obtida naturalmente pela
interação das forças de mercado, é questionada!!
• Há falhas no sistema de concorrência perfeita!!

Tempos Modernos (1936)


• Charles Chaplin (1889 – 1977)
Imagens http://www.google.com.br/

13. INTERVENCIONISMO

• John M. Keynes (1883-1946)


• Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936)
- Imagem acessada em http://www.google.com.br/ e
http://historiablog.files.wordpress.com/2008/10/keynes.jpg&imgrefurl

VISÃO DE KEYNES
O Estado deve intervir na economia investindo em obras públicas direcionadas ao bem-estar da
sociedade;
Como?
Aumento dos gastos públicos – deficit spending – desequilíbrio orçamentário pela aplicação de política
fiscal compensatória.

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14. FUNÇÕES DO GOVERNO


Objetivos da atuação governamental via orçamento público (política fiscal)
( Richard Musgrave)
Função alocativa – fornecimento de bens públicos;
Função distributiva – ajustamento na distribuição da renda e da riqueza de forma a ser considerada justa
pela sociedade;
Função estabilizadora – uso da política econômica – emprego, estabilidade de preços e crescimento
econômico.

14.1. Função alocativa – fornecimento de bens públicos

Oferta de determinados bens e serviços que são necessários e desejados pela sociedade e que não são
providos pelo sistema privado – governo aloca recursos na produção e oferta dos bens públicos puros.

(UnB/CESPE/Secretaria de Gestão do Espírito Santo/2007)


12 ( ) Em razão das escolhas feitas pelos participantes do processo político, a adoção de determinadas
políticas públicas pode conduzir a resultados ineficientes e a aumento das desigualdades, o que
constitui um dos custos da intervenção do governo.

14.2. Função distributiva – ajustamento na distribuição da renda e da riqueza de forma justa-


Transferências, impostos e subsídios
a) Redistribuição direta da renda – mecanismos progressivos de tributação – tributa-se em maior
medida as camadas de maior poder aquisitivo para subsidiar indivíduos de baixa renda – imposto
de renda negativo.
b) Financiamento de moradias populares, saúde (atuação indireta da função alocativa)
c) Alíquotas bens de “luxo” x “cesta básica”

(UnB/CESPE/Escrivão PF/2004)
13 (..) A função redistributiva do governo está associada à provisão de bens e serviços que, em virtude
da existência de falhas de mercado, não são ofertados adequadamente pelos mercados privados.

(UnB/CESPE/SEFAZ/ES/Consultor do Executivo/Economia/2010)
14 ( ) A intervenção do Estado na economia, justificada pela função distributiva, tem por objetivo
complementar a ação privada, por meio do orçamento público, com investimentos em
infraestrutura e provisão de bens meritórios.

14.3. Função estabilizadora – uso da política econômica – emprego, estabilidade de preços e


crescimento econômico.

Ênfase com estudos de Keynes quando o governo utiliza instrumentos macroeconômicos para manter
certo nível de utilização de recursos e estabilizar a moeda.
Sistema de mercado não garante per si nível de emprego, estabilidade de preços e altas taxas de
crescimento

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(CESPE/UnB – Analista do Executivo: Ciências Econômicas /SEGER /ES /2013)


15) Acerca das funções econômicas governamentais, segundo a teoria de finanças públicas, assinale a
opção correta.
A) A imposição de uma alíquota de imposto mais alta para bens considerados de luxo ou supérfluos não
se insere como ação no âmbito da função econômica distributiva.
B) O governo, ao atuar em sua função econômica estabilizadora, deve impedir as flutuações de preços,
garantindo à população melhor previsibilidade de seu poder de compra.
C) No âmbito da função econômica alocativa, o governo deve garantir os recursos necessários à
subsistência da população com maior carência financeira.
D) Construção de praças, contratação de policiais e manutenção dos serviços de coleta de lixo não se
qualificam como ações governamentais relacionadas à função econômica alocativa.
E) O subsídio governamental, nas tarifas de serviços públicos, para a população com maior carência
financeira, é um exemplo de ação governamental relacionada à função econômica distributiva.

15. RETROSPECTO DO CENÁRIO ECONÔMICO


PÓS-CRISE DE 1929
Não há como obter a produção ótima porque o funcionamento do mercado não é uma coisa natural e
existem falhas no sistema de concorrência perfeita, no equilíbrio da renda global e na crença de que
os preços de mercado seriam os orientadores da aplicação de recursos.
(Menini, 2003)

SITUAÇÃO NO MUNDO REAL


• Microeconomia: estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual
interagem. Objeto de estudo é a formação dos preços e quantidades ofertadas em mercados
específicos.
• Macroeconomia: estuda comportamento dos grandes agregados, como PIB, consumo nacional,
investimento, exportações, importações e nível geral de preços.

O PAPEL DO ESTADO NA ECONOMIA


Por que justificar a atuação do ESTADO?
Devido a existência de falhas na ALOCAÇÃO e DISTRIBUIÇÃO DE PREÇOS E SERVIÇOS.
Quais?
– os bens públicos;
– os monopólios naturais;
– as externalidades;
– os mercados incompletos; e
– ocorrência de desemprego e inflação.

Como eliminar falhas no sistema econômico ou distorções na alocação e distribuição de


recursos?
– Promover o bem estar social pelo fornecimento de bens e serviços públicos;
– Complementar o setor privado e atuar como comprador de bens e serviços;
– Interferir no mercado de formação de preços via impostos, subsídios etc.

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INTERVENÇÃO DO GOVERNO EM AMBIENTE PARETIANO


Críticas ou fragilidades ao modelo de equilíbrio geral que impedem a eficiência na alocação de
recursos
• Individualidade do modelo;
• Bem-estar da sociedade é a soma do bem-estar de cada um;
• Equilíbrio onde preço se iguala ao custo marginal.
• Quais outras a justificar a intervenção do governo na alocação dos recursos para promover o bem-
estar social? Denominamos de Falhas de Mercado

16. FALHAS DE MERCADO – INTERVENÇÃO DO GOVERNO


Circunstâncias ou características que impedem ou impossibilitam a condição Paretiana de
eficiência na alocação de recursos
1) Indivisibilidade do Produto (Bens públicos);
2) Externalidades;
3) Custos de produção decrescentes e mercados imperfeitos (Monopólios naturais)
4) Riscos e incertezas na oferta de bens (Falhas de informação)

(UnB/CESPE/2009/Agente PF)
Com relação à racionalidade econômica do governo, julgue os itens subsequentes.
16 ( ) A existência de falhas no mercado é apontada como uma das justificativas para a intervenção do
governo na economia. Desse modo, a competição imperfeita tende a reduzir a produção e os
preços, o que leva o governo a criar suas próprias empresas ou a adquirir empresas já existentes.

16.1. Indivisibilidade do Produto (Bens públicos)


Características
• Não-exclusividade – não se aplica o direito de propriedade pela impossibilidade de comércio no
mercado via preço – setor privado não oferece devido a inviabilidade econômica.
• Não-rivalidade – o acesso de um maior número de indivíduos no consumo não implica um
acréscimo de seus custos – aumento populacional não exige maiores dispêndios com a defesa
nacional.
Princípio da Exclusão: O consumo do agente A de determinado bem implica que ele tenha pagado o
preço do bem e o agente B, que não pagou pelo mesmo bem, será excluído do consumo do mesmo
(quem não paga não consome).
Princípio da Rivalidade – O consumo realizado por um agente diminui automaticamente o consumo por
outros agentes – não rivalidade significa que o consumo de um não diminua o montante consumido
pelos demais indivíduos.

(UnB/CESPE/Secretaria de Gestão do Espírito Santo/2007)


17 (...) A fauna e a flora de um país são consideradas bens públicos puros.

(UnB/CESPE/Secretaria de Gestão do Espírito Santo/2007)


18 (..) Na ausência de falhas de mercado, a intervenção do governo na economia justifica-se não
somente por questões de equidade, mas também para garantir a provisão de bens meritórios.

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16.2. Externalidades – ações de um indivíduo ou de uma empresa que poderão acusar perdas ou
ganhos nas ações de outras unidades.
Tratam-se de efeitos externos que resultam em benefícios – externalidade positiva – ou prejuízo -
externalidade negativa – a outros indivíduos ou empresas.

Impossibilidade da condição Paretiana de eficiência na alocação de recursos -


EXTERNALIDADE
A existência de efeitos externos, interferências nas vidas de outros indivíduos ou de empresas provocam
desequilíbrio entre o custo marginal e a receita marginal ou o preço.
Atuação do governo ocorre por:
a) Produção direta ou concessão de subsídios; ext (+)
b) Multas ou impostos, evitar ext (–): trânsito
c) Regulamentação: área de fumantes; emissão de gases

Externalidade positiva: indivíduo limpa sua casa para combater focos de mosquitos para evitar
transmissão da dengue; investimentos em setores de infra-estrutura como energia elétrica; plantar uma
árvore para fazer sombra em sua propriedade
Externalidade negativa: poluição do ar e dos rios em virtude da ação produtiva; individualmente a
questão do cigarro quando o fumante em ambiente fechado força os demais a inspirarem a fumaça.

(UnB/CESPE/SEFAZ/ES/Consultor do Executivo/Economia/2010)
19 ( ) Em uma economia com externalidades negativas, o custo social de produzir é superior ao custo
privado, o que impede o mercado de alcançar a eficiência de Pareto.

(UnB/CESPE/SEFAZ/ES/Consultor do Executivo/Economia/2010)
20 ( ) Uma solução para externalidades negativas como a poluição é a criação de um mercado
competitivo para esse tipo de dano. O equilíbrio desse novo mercado, porém, não é eficiente no
sentido de Pareto.

16.3. Custos de produção decrescentes e mercados imperfeitos (Monopólios naturais)


• Monopólios naturais formados por setores tipicamente onde os custos de produção unitários
declinam conforme a quantidade produzida;
• Mercados imperfeitos (oligopólio, monopólio e competição monopolística) atuam num nível de
produção em que o preço seja superior ao custo médio.

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Edital - Estado regulador e produtor.

1. O papel regulador do Estado


IMPORTÂNCIA E OBJETIVOS
– A privatização dos serviços de utilidade pública não desaparecem com a figura do Estado,
porque este deixa de ser o provedor para tornar-se o regulador – “fiscal” do serviço através
das agências reguladoras.
– Poder concedente = titular da obrigação e responsável por dimensionar, planejar e decidir
sobre a política de oferta do bem ou serviço e a melhor forma de atendê-la.
– Poder concedente = responsável pelo cumprimento das condições do contrato após a
concessão dos serviços a terceiros, sob o regime de monopólio ou não – normalmente
exercido pelo governo.
– Poder regulador = não responde diretamente pela prestação do serviço, porém tem a
obrigação de zelar pelas regras estabelecidas, garantindo qualidade do serviço e preço
justo.

Funções do poder regulador


a) Defesa e interpretação das regras, sugerindo novas regras para solução de conflitos entres
os diversos atores;
b) Definição de conceitos operacionais, como coeficientes de produtividade, diferenciação de
tarifas por faixa de consumidores;
c) Investigação e denúncia de atividades anticompetitivas ou abuso do monopólio concedido.

Objetivos da regulação
a) Bem-estar do consumidor;
b) Eficiência alocativa: gerar o maior volume de transações econômicas, com a geração de
maior renda agregada possível;
c) Eficiência distributiva: capacidade de redução, pela concorrência ou pela regulação, da
apropriação de excedentes econômicos por parte do produtor;
d) Eficiência produtiva: máximo rendimento ao menor custo da planta instalada.

(UnB/CESPE/2009/Agente PF)
21 ( ) A regulação do mercado, exercida pelas agências reguladoras e pelo Conselho Administrativo da
Defesa Econômico (CADE), é necessária para, entre outras funções, coibir os abusos resultantes
da atuação dos monopólios naturais, que se caracterizam pela maior eficiência alcançada nos
casos de elevadas economias de escala ou de escopo em relação ao tamanho do mercado.

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