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Gramatica da Lingua Portuguesa 3.8 Maria Helena Mira Mateus Ana Maria Brito Inés Duarte Isabel Hub Faria CAMINIO Oeste ed série LINGUISTICA > Gramatica da Lingua Portuguesa 3.4 edicdo Maria Helena Mira Mateus Ana Maria Brito Inés Duarte Isabel Hub Faria CAMINAIO colecciio universitdria série LINGUISTICA Maria Raquel Delgado Martins a $< Prefécio da segunda edigio Passados cinco ans sobre a publicago da prim gues, © progress da lingustica, os estudos realizados sobre o Portugués, a rele cepeio que obleve a obra ¢ a nossa propria experidncia com a sua ullizasio pe recrar parte do trabalho enti levado a efeito. Assim se justia as modticagGes a chides ica edigho da Gramatica da Lingua Porta sabe a Tais modifiagies no pem em causa os principio fundanenais que orentaram, desde 0 ino, a eaboragio da Gramaiica e gue teterimos mais explickamente neste pretcio, ( nosso trabalho de anslse da ina portuguesa, stuandose na dea da ica da lngus gem, tem como exigéncis os principio epstemoldgius de consrugéo das teorits cen aplicagio rigorosa de um método considerado adequado E principio epistemoldgio largamenteacite que a iéncia consti os seus préprios objec: tos de anise a part dos dados da telidade: a realdade ¢ imitada es iste para a cincia. ‘quando concepualizaa, teorizada ¢racionalmentesstematizads, Asim se compreende a ne io que nesta obra se faz dos dados empitios malsados, decorrente do nosé conhecimento-e da observagio da lingua portugues, e da perspectiva tedriea em que nos inte ramos. Com eles se fundamentam ¢ exemplifcam a hipstesesapresentadss. ALS, nem outro poderia ser 0 nosso procedimento, Entendemos, por outro lado, que o desenvolvimento tesco da linguistic permite que sejam hoje considerados, na gramitica de uma lingua particule, bjectos de andie que néo ram habitualmenteestudados, embora as hipstesesapresentadas para explicagao dese fend menos se encontrem ainda numa fase prliminar. Julgimos poranto teorcamente defeasivel a sua incluso nesta obra RUA D LINGUA FORTUGLESA le Deniro do mesmo enquatramento epistemol cM ee Me a a ne (NOC dade das torts do sera linguistic, ou Cle: Hee Cte sei, da posibildae de andise por médulos ou nies (fonologa, mort min eat yt eo res tl Cann tc, pragma), consieramos que a separasio desesnves ni implica, antes coz, 3 sua Te Sn owe tal oa inerrelagto. cose justia 0 enfoque tedrieo esohido. ua natural como 0 Portugués Um dos objectives que sempre tvemos presente foi o de construir um instrumento para 0 ‘studo da lingua portuguesa 2 nivel univesitrio e que pudesse servi, simulteneamente, aque les qu ensinam Portugués, ¢ que jé possuem formacio cienifica neste dominio. Tal abjectvo justia a observaoes segunts que orientam na consulta da Gramétic — 2 andlise das relagdes gramaticas © das categoria sintcticas (cps. 8 € 9) capa as interdependéncassintiticas dos elementos que constuem a estrutur intema dos diferentes Sintagmas, mas no estuda esses elementos do ponto de vista da sua fungio semintica 2 fungdo semintcae as inter-relagGes semdntcas entre os elementos da frase (os mes tos que foram descritossintactiamente em 8. ¢ 9.) sio analsadsssobretudo nos cap. 5.1. € 5.2; as categoris lingusticas so jualmente estudadas no cap. 5., tendo em atengio a sua inciacia global sobre a frase ¢ ¢ modo como se atualizam; —4 morfologia flexional derivacional foi colocads junto da fonologia (aps. 15-17.) dado que ambas repeitam ao mesmo tipo de dados;além diso, as andes realizadas sobre este nivel da lingua integramsse no mesmo modelo terico e ergem a apicacio de métodos bastante semehantes —0 estudo das tases simples © complexas (caps. 10-12.) integra aspects sntcticos ¢ semintcos e permite convergénea de andses anterionnente disciminadas, Uma das razbes por que consderamos esta edo como uma reciago €o facto de temos imtroduzido mosifcagbes em quase todos os captules, tendo sido realizadasrelormulagies subs. tancais dos cas. 24. 5. 8. 10. ¢ 1S, Na parte IV fo introduzido um estudointiramente ovo sobre morfologaleial¢ derivacionl, realizado por Alina Vila, a quem agradecemos 4 colaboragio com que enriquecey esta edigio. A presente obra nd € uma gramétca normatva, Esta designago supe 0 conesito de que 8 condgio para falar — implcagio Y= quantificador universal 3 —quantifcadorexistncial x — 6 auibuida ao argumento x a propriedade LL. —operador modal que exprme a necessidade M_— —opetador modal que exprime a posibilidad € = pertence a — precede, anterior a; menor do qu — posterior a; maior do que — simultneo; igu + = diferente —conjunto vazio Convengées e simbolos inguisticos Consaves 5 —reescreve-e (inane); pass a (onoogi) tl §) —Béune it) mal (a) —« € opeional i) — pode corer ou B ig fr) mao [a] —preseng on ausnca de uma dada propriedade @ a} nao — ae f implcam-se recprocament jl — a & um segmento foro | a6 um segmento fontca I) caro 6 uma forma agama R) cam feonera de derivado # = froncira de paler df — de Alfabeto fonético* Ssmivogis i fs] on Ie we a} para fo] ad Gi) pa Id pe fb] de 6} poueo aa.) tw) paw jo} a} do (dal) sim 8} ponte alban r Parte I Variagio e variedades do Portugués 1. 0 espago da lingua portug A inividualidade portuguesa comegou a desenhar-se no dominio do Keo pode remeter-se para uma data proxima do séeulo vi. Desde esa td séulo xr, a Kingua falada no noroeste da Peninsula Théica ‘ose dis des do latm vulgar que Ihe cram viiohas, eadguiiu progresivmente as caractristicas font nua até finals ado das varied fas que nos permiter identifica como wn estado anterior da lagua portuguesa actual’. Os dis primeios textos eserits em portugués — a «Notca de Tort e 0 «Testamento» de D. Afonso Il — datam de 124-1216 Propagando-se até a0 Algarve e, posterionmente, a ha ts do séeulo xe durante o século xv, além de ser flada 0 ¢ como lingua eates, lingua portugues, em fu América (Brasil), era também wtlizada como agua gral do litral afc france (indo-portugés e malsio-portugués conforme a5 regis) nos portos da India © do su deste da Asia. Europeus ¢ asticos comuricavam em portugués em extenss regides da Ind ‘qe inchsam Goa, Damo, Diu e Ceiio, em Malaca, nas ihas de Samatra e Java (anti Bativia)e na ilha de Timor. No Japdo, Tailindia (antigo Sic) e na China também a hi uesa servi nas elages pola, comerciais ¢ religosas Actualmente, 0 Portugués ¢ a ingoa nacional de Portugal e do Brasil em Angola, Mosam bo Verde, Guiné e Sto Tomé e Principe é cosierada lingua fii. Na Asi, apenas igus €falado também na pate oriental fem Macau se conserva ofilmente o Portugu a ha de Tice. oP Gate, dic 1.M. Pil aFo sobre os alceres deste fund pimitv (optiméni lexis primo z porta, de oigem lia), lngador nos séoe obscures (WH), gue se consi friar que, ainda ma propia Epocs roman, o Inti popu da Galéiadeveria ter procedio a uma selexio tutralent, ds epes Iter asrans ones. (PIEL 76, pp. 389-390) Sobre a expansi da lingua portuguesa no Oreste nor sls 0 ©, ows a obra om ta de David L oy da Asi te reer whretoso em Clo, podem ainda * de tages, due ae desevareram; em Goa agus poctgsesa Neos imponantes de emigrants m m diversos pass da Europa. Espalhado por todos os cotinent cca de 180 000 viva a lingua port uesa na América do Norte 0 Portuguts & falado por entre as linguas do mundo cio e variedades do Portugu Contacto + plas diferentes lcaizaghes omunicagéo, quer pela intervengio constante ds meias audiovisuas de comunicagio s, quer ainda pelo estatuto que dtém em diversas ués€ uma lingua em constants co fica das comunidades que t8m o Portugués como social, quer pela emigrasio dos seu flan ps e insitugdesinteracionis, o Portus inguas. Dese contacto resulta, em geal, facto dadas es condigdes para a sua manutengio, podem intrduz (Ou sea, uma vez em contacto, asl io que, prog de acomodagio que depende de de mitua, onde os respectivos padres linguitens factores que vio desde o gr jgam um papel detrminante, a factors patalinguistios ¢individuais, como por exemplo nivel de instruggo dos falantes ou a vontade de comunica Em cass em que o grav de intel biidade mitua€ alto, vejase, por exemplo, @relacio ene o Portugués e o Casethano, & ulardades aot niveis fonoligin, morfligcne lex acomoagio proocss-se pla pocura de eal, Contactos ente linguas com paces recipoca is promavem a adopcio de iferentesesratéges de acomodacio. SituagGes de contacto que envolvem, por exemplo, con complex, poem condiconar & aquiigio dos respctvos padres. Por ov ges de conacto onde, pelo menos aparentemente, existe ineigibilidade se faz regularmente, sendoprefervl falar de tpas de acomodacdo em acomodagio nem sempre fungio dos diferentes flanes, des diterentesstuagbes e dos diferentes tips de rela so tendo simutaneamente em conta a existécia de limites de acomodagéoimpostos por rescde internas cada uma das inguas “Mais frequents so ainda as stuagbes de contact entre varidades re tama mesma lingua. A titulo exemplar, podemos lembrar as transfer mais ou men0s pon tans aque temos asisido, nos slimes anos, entre a variedade brailira ca varied uesa do Portugués, devidas sbretudo & cresente popilaridade de programas braiiros na ielevsio portugues, Tas translerénia, que se reitam iiilmente via imiago, a nivel da ronncia e do Kxic, apontam para uma acomodasio que se di em funcio do pretio entre es ou entre aspectos socioulturas prestigiantes de cada um dos paises. Nao existindo no s andliss linguistics deses procesos de acomodacio, nio podemos, que respeita 20 Pot como € dbvio, desrever adequadamente of respetvos rau, tal como no nos & igualmente possvel prover, com base em datos cientfions, quais as mudangasresultantes des dversos Aprendizagem AA par dos factores que contebuem para a manutensio, conserva, acomodagdo © mu dlanga de wma lingua e que sio, como j brevementerefeimos, de naturezaviria, intra Paralingistic, & importante consierarmos, auma perspective de varigo,aspectos relcion dos com a aguisigi e com as diferentes situagies de aprendizagem, ansmistio, ¢reprodugio da lingua portuguesa. Tas aspects permitem estabelecer a distingio ene um saber que en ‘vole priciposconsiuivs de una Gramdtica ds linguas natura, saber esse que € vido como capacdade inata— a fculdade da inguagem —, ea aprendizagem de uma qualquer Lingua pat cular como o Portugu CConhecer uma lingua € ser capardeaccionar ese saber nato coordenando-o com o conheci- mento adquiido que permite formu juios sobre a realizagio verbal, oral ou esta, de uma da- da lingua, reconheervariantes no piano da relizaco, disinguir eavaliar uss a qu esto associa dos objestivos comunicativos que evolvem, por sua ver, oreconhecimento de conexose situa- es, bem como o reconhecimento ds relapdessciis dos partcpantes num qualquer process de produ e interacdo verbal Retomemos aides incl do comacto entre linus edo contacto entre varietades de uma mesma lingua Todos os falntesterdo em comum,&partida, a mesma facldadeinata de saber gramatcal CContudo, ose conbesimento da lingua particular ser difeenciado, nao s6 a nivel da comunidade jonal socal de origem, da commidade em que se encotram interads, como sed diferencia do a nivel individual. Quer sto der que uma pate fundamental do process de aquisigo de uma lingua reside também nas condigGes de aprendizage ‘A agus ticita das normas igadas & realizagdo da fala e que consituem o processo de transmis € de reproduedointrcomunitiia portadora de padrdes de realzagio e de uso, cles proprios consitutivos do conterimento que cada falante tem do Portugus. No caso de alantes natives, essa aprendzagem € fundamental para a dstingdo que intitivamente fazem das varedades do Portugués, e pare a avaliagio daquilo que faz ou ndo parte iteprante da Sua lingua mater, s falantes que no tem Portugués como primeira lingua mas vvem numa comunidad onde 0 Portugués & lingua oficial, por exemplo, tém condigies de aprendizagem necessari mente mais complexas. A aprendzagem envolve mecanisnos e estatégas que certamente re- flectem feadmenos de acomodario que advém do contato com as diferentes lingvasnacionas, Nesta situago, a definigio da vaieade ou da norma ofl & frat de uma pollica da lingua ¢ constitu opgio a tomar pelos respetves goveros. Actualmente é a variedade portuguesa, ¢ sua nonma-padrio, que, quer «nivel da expresso escrita quer & nivel da realizago orl, const tui a variedade ofa da lingua portuguesa em Cabo Verde, Séo Tomé e Principe, Mogambi que, Angola © Guiné Dialectos A eviséncia de uma varedade oficial, adoptada explicta ow implctamente como norma jpadro, nio obsta a exiséaciasimultinea de otras variedaes, norma ov dalecas regions € Soci, que regulam 0 uso do Portugués falado, por parte de falantes nativos e nlo natives, Serse oriundo de determinada regio, como pertencerse 1 determinado estrato socicult fenvolve, normalmente, adquiit¢ set orientado pels rspeciva regras de uso da lingua E interessante verfiar, por exemplo, que muitos dos flanesnativos do Portugués, pr terem deixado a sut regido de origem ou por teem alterado o seu esatto social, adoptam, em tempo posterior, uma outra norma regional ou social. Muits, no entanto,conservam ao longo da vida o seu dialect de origem, que vilizam sempre qu rgressam a su regio ov conversam com conterrneos, por exemplo, Pode flare, neste cso, de falantesbidialectais, a semelhanga da desgnagio dada a falants bilingues © mulingus ‘A perleita stuacdo bidalectal € extremamente dtl de atingr. De um modo geral,& ‘norma ou dilecto adqurido posteriormente sftefendmenos de acomodaco em confonto com 1 norma ou dialecto de origem, e quanto mais tarde 2 axomodagio se der na vide de-um indivduo mais dif se toraa a aquisio dos novos padtSesfonolgica que rogulam a real fo fonética da fala, deixando lugar 0 sotague failment:reconhecivel por outros flantes tativos da mesma lingua. Fendmenos de natureza semelhante,emibora mais complexos, se ver feam em situagdes que podemos considerar de «biinguismo forgadorfackmente encontrvel nas comunidades de emigranes portuguese. Ala acomodas lingua do pais onde tabalham & feta, na maior parte dos casos, por contacto excusvo com ayrodusio oral de outros faants, na- tvs ou no dessa mesma lingua. Regit-senormalmene, em pimeiro lugar, 2 agus fundamentalmente liga 20 conteto de trabalho e actividades do qutidiano, que aparece modi ado pels rerasfonoldsicas,morfolgias esntcticas da sus lingua deorigem. De fact, s6 mu- 1ma segunda geraglo de emigranes se pode eventualmente cnsderar a eitécia de bilmuismo, ¢ isto no cso da lingua portugues eter manta como lingus de comunicasi pelo menos a nivel do context intafaiir, Registos A variagio do Portugués nose verfca apenas a nivel das normas nacioais ou dos alec tos regions. Numa tica regio convivem diferentes dalectos,registos prpris de distintos typos sociocuturis: por outro lado, o falante adequa o eu discurso 20 meio de comunicacio utlizado(Flefoe, radio, imprens, telviséo), A sitaagio em que se encontra (conversa infor rma, tipo de relagio socal que mantém oom o seu interutor, situagio de dilogo ou de exposigio) © 20 asunto de que fal © estudo deste tipo de variages linguistics faz-se pre+ ferenialmente sum Ambito interdiscpinar, pondo em relacSo cigncas como a linguistics, @ ricologia, a sociologia, a antropoogiae tomando em consderago diversosfatores (escola 1agko, Seto, idade, profsso), ( meio de comuniacioutlizado especilizacertascaacteristics do regs linguistic. Um locitor da ratio ou da televsio drt: «O Sr. Minsto, o Sr. Director (e nunca ele ou la) solo vogaisabertas ( tongs (cstthano) siptem>scte séptem>site Rrtam>porta pértam>puerta vés acompanha ° integrand, por outro lado alguns espagos ses nas provincas de Salamanca, Céveres e Badajoz. limite de teritriolingusticn ail, no incuinio a inguisticamente portug onteita politica de Pots fem coosierarsfietes pra tar om map dl No interior deste teritro, podem consierarse ts grupos prncipas = dialects galegs: dialects portugueses seentrionas dialects portuguses centro-merdionis Se tomarmos alguns tragos mais importantes como diferengas caractersicas entre os trés rupos de dialecos,idetifc-los-emos do seguinte modo: — 0s dialects galegos nio possuem a ficativa sonora palatal (5) nem as sibitants («fz manifestam menor redugio (0s dialectosportugueses setentronals apresentam, frente 2) 0 desaparecimento da oposiio fonoogi (realizado como fricativa ndoesrdente, (8); b) a manutengéo das friativasapico-alveolares []« [2] (que nos dalectos meriionsis foram substituidas, no todo ou em parte, pla fiatvas dents [se (2); «) a conservagio do ditongo [ow], graicamente ou (que nos dilectoscento-meridionais cst reduzido a fo) 4) manutengio da oposigho fonolgica entre Mf os dialects portuguesescentro-mer Gitongo [ei] que se edz a [e}(embora na regio de Li raficamente ch, € If, grafic nals apresentam a perda do segundo elemento do 5a sua proninca ej [a As fronteiras dos dilectos cima referidos so: entre os galegos ¢ 0s etentronas, a from tera politica norte de Portugal; entre os setentrionaise os meridionas, uma vasta reido que vai desde o norte de Aveio / Coimbra até diferentes pontos da fronteira da Beira com 0 teritrio catelhano, pontos que correspondem acs limites ds fendmenos que ditinguem os dois grupos de dilectos, As is dos Agores' e da Madeira tem caracteistes dalctaisespectfs, No arquipélago acriano & de destacr, no grupo ocdental, 0 dileto micaelense que, pese embora a existénca de variants interas, apresenta um coajunto de carateritces comuns, nivel fontio, que 0 distancia das reaizag6es padrio e o individualza em relago as restan ihas, Tatas, fandamentalmente, de: ~existécia de vogaspalatas [0] [8] que néo portuguesa padrdo (graficamente u, ou, of ¢o) como em: [iva ‘wa boi’; pjllho, ‘pil ~ dlevacéo do fo} t6nico No grupo central 12 vocico da norma polo, ‘pouco’; bf) nstam do ss aficamente 0) como em: due, 'dore';amfuf, ‘amor se 0 dialeco da ita Tercera pelo fenémeno da harmoniasto fica que se manifesta, quer pea reaizagio de ditongos crescentes em slab tnica, em fase intermédia do proceso, quer pela presenca de vogas de timbre jé modificado, em fas final do mesmo proceso Exs: ‘cidade’, e{adjdlde > clade; “bonit',bon{wlto > bonito. fend meno de harmonizaiowltapsao conto de pla, raz por qe encontramos, po eke lo, ‘a casa’ com realzagio pad, ‘em cass, [i lst ‘por cst, por waa agadcemas a0 Grp de Disctalogs do Cento de Ling da Used de Lion ot or aden 0 aguplago. eis de ingerios arquipéago dos Agoresapresenta ainda como carateritca dialectal etafona, como por exemplo a velarizatéo, de grav varvel, do [a tn fina: moto, ‘mato; fo, ‘sao’. E comum também a todo 0 aquipe parecidos no contnente (ex est sempr rnumerosos vocibuls ja rest sen aueiarse}), De assinlar ainda a introduydo de Kxico da lingua ingesa (varied apresentando fenimenos de acomodagéo morfofonolgica ao Portugués, Trata fundamentalmente igado a icas do trabalho e do quotiiano, a nivel do vestirio (ex: al 2es, ‘overall’ (calgas de jarineto); Beto, "belt (into); a nivel dos instruments agrclas (ex: calvera,‘cuvator’(sachador); electrodomésticos (en: friza, freeze’ (congeladen)), processosjé morfologicamenteintegrados (tenho came frzada, ‘tenho carne conga’). [No arquipélago madeirense (Madeira c Porto Sant) destacam-3e as seguintes caraceris cas dialects da ilha da Madera: velarizaio do [a nico, apoximando-s sua promincia por vezes do [} (ex: cos, ’casa';subsituigio do [i] nico por um ditongo com semivogal lj] © uma vogal de pronincia préxima do [a] (ex: jad, “ardim’);palatalizaci frequented [] quando precedido de { iets, lees’), 4, As normas de Portugal e do Brasil AS varedades do Portugués faladas em Portugal © no Brasil, quando glbelmente cons derada, apresentam entre algumasdiferencas das quas as mas relevant so as seguntes: DRASIL PORTUGAL 4) Nivel fontico = Vos stonas muito reduc (exs: plat, la)ee, malear, leva} — Vogaisstonas pouco reduida: (exs: plan, llevar, mole arf). lei — Palatalzagdo de 1! ¢ def ates de fi de le (postiico: —Nio palatalizagio de We de fants de exs: [L/io, [dz]irector, baltyi], eas [to, [diector, bafta}, pelda), fs. = Semivocaizagio do A final de slaba € —Velarizagéo dol final de sia e de para palav: (exs: anima, Bras), salt) (ers: animal], Bras), sa. —Manutengio do final Supressio ou vel eas: enh, aagdo do! final: ama[R} il simples em posigio , M6r), fale, ama) —Nio palatalizagio das stilames finais —Palataliagio das silanes finas de sla ba e de palava (exs: mefslmo, meninol/). de saba e de palavra, & excepsio da regio do Rio de Janeiro (e%s: mel2}no, menio(s Introdugio de um [i] epetético entre duas consoates que habitualmente ndo formam grupo no porugués (exs:caplitura, absurd, pfipen ) Niels morolgicoe sinttco = Utilzagio e colocagio das formas easuais directo ¢ objet inditeto: (quero-he conhecer jf disse que voce no vai Jodo se levantou io tinha ainda se afstad, ele pode se aborece —Construgio aspect! —Uiizagio de preposiaes: foi na cidade; —Emprego tem go naquela cas os vetbos “tet ¢“haver ) Formas de tratamento — Ulilzagio de voe, familiar (excepto 90 Maranhdo e no Rio Grande do Sul nde se emprega 1), € 0 senor, ase: nora, dete e, OW 0 cargo o¥ titulo 1 interior dos grupos profsionas 4) Nivel do tesco norma bras im e's pipoea ira, de mumerosos voedbulos de or ‘gro de milo’; ming sue ‘iid — Manutngéo das duas consoante seu (exs: captura,absurdo, pneu) los pronomes pessoais (sujeito, objeto quero conheeéo if he disse que Voct nko vai diga-me ums coi Toso levantou-se; tose tinha ainda afastado; cle pode abortecer-e foi d cidade hi fogo naguela cas — Uiliago de me de voce, familia; in icagio do nome, do cargo titulo ou rau de parenteseo (a AntGaia / 0 Sr. Dr. /0 Sr, Director! 0 to 0 senhor mew anigo quer jatar’). gem tupi (ex: gui papa’) ede orgem africana (es Senzala‘habitagio de Parte II Aspectos semanticos e pragmaticos da gramética do Portugués 5. Mecanismos de construgio proposicional e de referéncia Do ponto de vista seméntico, pode considerarse um enunciado como um object absracto em que €atribuide uma dada propriedade a um elemento ou em que € estabeecida uma tel ‘io entre elementos — ou sea, uma predicaso. As caractriicas do estado de cosas desrito (ver $1.1.) 0 seu mado dese interno (ver 5.4) exprimem-se linguisicamente através da seleogho de um prediador pertencente a uma ada clase (ver 5.1.2), da forma aspectul (ver 54) exbid por esse prediador (s argumentas de um predicadorconvertems em expresses com um certo valor referen cia através da sleogao de nominaispertencentes a dadas clases (ver 52.1.) € de especitca doves, que consttuem a expressio de opeagies de determinagio nominal (Ver 52.2.) A localizagio do estado de coisas descritorelatvamente 20 momento da enunciasio tem a sua expresso linguistica na categoria tempo (ver 53. A indicago do univeso de referencia relaivamente ao qual uma prdicago ¢ vida, € indicagio do modo como o locutoreneara a ocorénca do estaco de coisas desert so expres As atavés da categoria lingulstica modalidade (ver 5S.) 5.1. Predicagao Se, de um pont de vita semntc, a operayio predicar consist em atibuir uma de sada propiedade a um certo termo ou em estaelecer uma rebio entre tenmos, do pon vista comunictv, 0 act dep 1 construgio de predicagéex) vie, fundamen > talmente, descrever estado d dado universo de referén Por esta razdo, para a descrisio semintio-pragmitica dos mecanismos pre vane dsporse de uma tpologia dos estadas de cosas g natural; seré esse 0 objeto do ponto 5.1.1 [No porto 5.1.2. € tendo jé em conta a’ tpologia proposta em 5.11., proporemos uma tipologia dos predcadores vlida para o Portugués podem ser descritos por uma lingua 2 uma propa alterava, ese PERES #9 a sta tipologin de predicadors tem em conta apenas predicages que descrevam estados de cosas relatives a0 mundo redl, ou a universos de reeréncia em que os objects tenham propriedades semelhants as que tém no mundo rea. Por outro lado, a ipologia de preica tlores que apresentaemos ters em conta apenas 0 funcionamento nfo mk s6eslinguistas. ico das expres 1. Tipologia dos estados de coisas CConsderemos os sepuntesenunciados: (1) (8) 0 Joto ext dei (b) © Museu do Ar fice em Alera, (2) (a) A Ana escreve um romance (6) 0 vento party o video da jane ) (@) A Maria guiow o jge todo 0 dia () A peda rebolou com 0 vento 0s ESTADOS DE COISAS descrits em (1), (2) e (3) 18m carateristicas diferentes [Nos estos de coisas deserts em (I) nenhuma das et (9 Museu do Ar Alvera, em (Ib) sofre qualquer ateragio ou tansgio durante o interval de tempo ('’) em que tais estados de cosas t2m lugar. Aos estado de cosas com esta propri dade atribuimos o tago [-DINAMICO] ¢ chamamos ESTADOS ('e'). A representa simbolcamente um estado 'p es envalvidas (0 Jodo, em (1s), emu p lem) ‘em que "ly € 0 intervala de tempo em que p est localizado. Por oposcdo, nos estados de coisas desrtos em (2) e (3) pelo menos uma das entidades envolvidasrealiza ou sote um dado «fazer (de natueza fica, fio dando eventualmente de ‘mos o trago [+ DINAMICO} Comparando ow psiquic), mu ‘ov estado, As estads de coisas com esta propriedade alibi 2) com (3), constatamos que os ads de coisas deseritos por (2) exprimem a alferago de um estado p (que tinka lugar no I, imediatamente anterior) para um outro ea) Sout obj sont. No mundo esc conta uence {bjs fos nmin sj dated cle, ona ieaoalde, tl fae € pets ‘ent mtr, io volo suse us eon xis prensa, “odor exemple devia ones eis por tn peda op tad p*(ocalizado no I, imediatamente posterior & sua xorrncia), Assim, em (2a) des ese « passagem de um estado p (p=0 romance nio existe) para um estado p’(p'=0 romance txate);em (2) descrevese a mudanga de estado de o viero da janela de p (p=0 vidro da jane no est partido) para p'(p'=o viro da janes esté2rtido). Tanto em (22) como em Db é indicade a enidade responsivel pela mudanca de estado ocorrida: « Ana, (em (2a)), 0 vento, (em (2b)). Aosestads de coisas [+DINAMICO],loalizados num dado 1, que expr mem a passer de um estado p.lealizado em JI chamamos EVENTOS (ev) e representamorts simboicament: do seguinte modo: (5) or em =a p (em heh) em que: 0 intervalo de tempo imediatamente anterior a I; “lo” € imervalo de tempo imediatamente posterior aI CConsderemos agora os estado de coisas descitos em (3), 0 que cles exprimem nio é uma rmudanga de estado, mas sim um dado «izer»especfico "V, realizado ov sofido por uma tatidade x, e delimitado por dois eveatos: (x) comegar a (x) aeabar de. Assim, em (3a) tdescreve-se um dado afazer» especfco (guar o jipe) reazado por uma dada eatidade (a Mara), com inicio no momento de tempo imediatamente posterior ao ev « Mari comepar fuiarojipe ¢ com termo no momento de tempo imediatamente anterior a0 ev a Mara acabar de guia ip; em (30) descrevese um dado sfazer> espectio (reboar),sorido por uma dada tentdade (a pedra), com inicio no momento de tempo imediatamente posterior 40 ev a pedra ‘amesar a rebolar e com termo 1 momento de tempo imediatamente anterior 20 e a pe ‘eabar de rebar. Aos estados de coisas [+DINAMICO] que exprimem um dado fazer» lea zado num I, aberto, dlimitado por dois e (0 inca de W e 0 termo de W) chamamos PRO- CESSOS (proc), ¢representamo-los simbolicamente do seguite modo: (6) proc (em 1) =a e¥ (em m), W (erm my 8 my), evs (em Mm) fem que: ‘m,' & 0 momento de tempo que consi a fronteira iniial de 1; im,’ € 0 momento de tempo que costa a fronteira final de I 1 & um inervalo aberto; pro” proceso ¥, = (5) comecar a W; xs (x) acabar de W. De um outro ponto de visa, estados de coisas deserts em (1a, (2) ¢ (3) distnguem- se dos desrtos em (Ib), (26) € (3: enquanto nos primeiros uma das entidades envohias lem o poder de determina (inteacionalmente) a ocortncia ou a ndo-ocorréncia do estado de coisas, nos titimos ndo existe nenbuma entidade com esse poder. Chamamos entidade CON TROLADORA a uma entidade com a propriedade acima re‘erida, Nos exemplos considerados, 0 Jodo, « Maria ¢ a Ana sho a entidades controladora dos estados de cosas descrits, respec tivamente em (1a), (2a) € (33). Na interprets de (1a) em qo Jodo determin intencionsnente ect do extad destin all Aas estados de cosas em que um dos participates soja uma entdade controladora, atribu ‘mos otrago [+CONTROLADO}, iqueles em que neahum dos participants seja uma enidade controladora, atribuimos 0 teago [-CONTROLADO]. os estados, eventos ¢ procesios [+CONTROLADO} ctamamos, especivamente, POSIGOES, ACCOES ¢ ACTIVIDADES. Assim, (1a) a desrigio de ums posigo, (28) a descrigéo de uma aogioe (32) a descrigi de uma actividade (0) Sintetia a tipologa de estados de coisas propos a [ conTROLADO I ESTADOS POSIGOES pinAmico |”, |” eventos ACCOES PROCESSOS ACTIVIDADES, sta tpologia enconta jstifcagio linguistics nos seguintes argumentos (8) (A oposigio [+DINAMICO] | [-DINAMICO], que ditingue eventos ¢ proces sos de estas, refiecte-se na seleoco da classe a que perience opredicador: em estados de ooises [+DINAMICO] ovorrem predicaores NAO ESTATIVOS, enquanto em estados de coisas [-DINAMICO] ocorrem predicadores ESTATIVOS' ii) A cistngio entre eventos e procesos define das classes no interior dos predic ores io estativos, a dos predicadores eve a dos predcadores prot caacter veis com base nz auséncia vs presena da propredade do subintervalo (ii) Finalmente, a oposgo [+CONTROLADO] /[-CONTROLADO] est na base 4a posibildade vs impossibiidade de ocoréncia de certasconstruies(reja-se (9), categoria (vej-se (10) © fungies semantics (vejase (11) () (@) 0 Joio prometeu ear dita, (b) 40 Museu do Ar promete fcar em Alvera (10) (2) A Ana escreveu proposiadamente um romance (6) °0 vento parin propasiadamene o vidro da jan (11) (@) A Ana esereveu um romance para a editona X. (b)*A pedra rebolow para « Maria Os partcpantes em cada um dos tipos de estados de coisas so entidades com um dado Papel nesses estados de cosas. Nos estadas [-CONTROLADO), os paticipantes so uma ent: ‘ade x, no controladora, a que € stribuida uma propredade nio dndmica ov uma entdade x Em que a expres preposilenais tc so paatashvis por xem benef dex», mfg es uma enidade y, relatvamente& qul x ¢ lcalizada (em setido etito ou slargado) (em (I), x0 Museu do Ar; y=Alverea), os procesos (-CONTROLADO), os patcpantes sio uma entidade x, origem ou objeto do fizer» W (em (3b), x=a pera), ou uma entidde x, origem de W, e uma entidade y, objeto de W; nos eventos [-CONTROLADO], os partcipentes so uma entdade x, origem ou objeto da mudanca de estado ou de lugar, ou uma entidade x, ‘origem da madangs de estado ou de ugar, © uma enidade y, objeto dessa mudanga (em (2), x20 venlo; y =0 vidro da jel), Nas poses, a entdade x & controladora do estado de soit (veja-se 0 Jodo, na interpre tagio atribuda a (La); nas aces, a entdade x € oigem e controladora da mudangs de estado ou de lugar (vejase a Ana, em (2a); nas aetvdades, a entdade x € origem e controladora do fazer» (vejase a Maria, em (3) (Como veremes em 5 lssio da classe sintictico semintca do preicadore o papel as entdadesdesignadas pelos termos da pre se pretende descrever 0 so funeio do tpo de estado de coisas que 5.1.2. Tipologia dos predicadores Se 0 tipo de estado de cosas que se pretende descrever determin, por wm lado, a classe sintcticosemintica do PREDICADOR e, por outo, © papel das entidades desgnadas pelos arguments, o predcadorselecconado determina o admero de argumentos que tém de ocorer obrgataviameate na predicagio (ou que, embora no osorendo,tém de ser recupeveiscon- textualmente) ¢ a relagéo semintica que cada um deles martém com o predicador. O predic dor é,portanto,o elemento em torno do qual se organiza uma predcasso, S.L2.1. A nogio de esquema predicaivo CConsderemos os seguintes exempls: (12) (2) (© Luis) ofereceu (um disco (20 amigo) (6) (0 Luis) esta doen, (0) (0 Las) € médio. () (0 Luis) mora (ali) (6) (0 Lats) aca (que € melbor o doente set intrmado), Nos exemplos (12) ocorrem predicadores pertencenes a diferentes categoria sintctcs: vetbais (em (128), (124) e (12), adjectivas (em (12b)) e nominas (em (12s). Tamibém os rgunentos das predicades contidas em (12) pertencem a vias clases sintétics: nominas, sadverbias (a, em (124) e frases (que & melhor 0 doent sr internado, em (12)) (0 mimero de arguments que t2m de ocorrer obrigatoramente vara em fungio do pedi cadorselecconado, Assim, os prediadores que ocorrem em (126) e ( mento, os que ooorrem em (124) e (12 3c) exigom apenas um ‘xgem dois arumentos © 0 que ocorte em (128) cxige ts agumentos. Aos predicadores que exigem apenas um argumentochamamos predia- bores de um ugar, sos que exigem dois arguments chamanos predcadores de dls lugares © 0s que exigem trésargumentoschamamos prediadores de és lgares, a Nos exemplos (12), todas as expresses entre paréness sho arguments ds predicadores que ‘ovorrem em cada um dos exuneados. Consideremos, no entanto, os seguines exemplos: (1292) (0 Luis) ofereseu (um disco) (ao amigo) (no aniversrio dese). () (O Luis) est doente (desde hé wma semana). (6) (0 Lats) & mético (no Hospital Egas Moniz) (@) (0 Luss) mora (ai) (com a mulher e o filo), (©) (© Luis) acha (que € melhor o doente ser interado) (porque o seu estado & ertico) As expresses em itco nos enuncados (12) nfo so exiides pelo predicadores que ceorrem em cada um dos enonciados; a tais excesses chamamos modifcadores ou adjuntos. Uiiizaremos a express ‘esquema predicatva’ ou ‘estrutura agumental’ para designar 0 Seguinteconjunto de informagGes qu deve estar presente na entrada leical de cada predicado: (3) (a categoria snc a que pertence 0 precador (i) classe sintcioo-semintica a que pertece 0 preicador, (ii) © aimero de lugares do predicador, () a fungd semantica de cada um dos argumentos, i. arelago semintce que cada lum dos argumentos mantém com o preicador Representaremos cada esquema predicativo através de uma expresséo com a. seguinte (18) (Pa.e8, Fan 29) em que: Po resmtagio fonolgica da forma no marcada do predicador; gov sintctica do predicador; ‘clase snictioosemdatica do predicador 4, y, 2=amgumentas do predcador; 1, 2, n= fanglo semintica de cada um dos argumentos nuclear. as de predicadores © trago [+DINAMICO], que permite oporprocesos e eventos a estados, ope igualmente as grandes classes de predradotes:predicadores nio estatvs, [+DINAMICO], e preica ores estatvs, [-DINAMICD}, (© seguinte critéio permite identfcar um predicador como nio eativo ou como estatve (15) _(@) $6 SVS: com prediendores ni estatives podem ter como substituto anaférco ACONTECER Ver 84 0 93. ) al (a) 0 Pedro & fours* e acontece © mesmo com a Maria (b) 0 mitdo espirou e acomecew 0 mesmo com oiemso dee (6) Bles partum ontem e aconteceu 0 mesmo com & Ani Sto corodro de (15H (15) (i) Tpicamente, 56 prdicadores no estativos podem ocorrer em respostas & per gnta «0 que & que aconteceu (@ R: °0 Joo foi doeme (eR: caro rolow pea ¢ (OR: A tempestae des ost abo (15) (i) Tipkament,s6 predicadoresndo estativos podem ocorrer em pseuo-clivadas de ACONTECER: ) “0 que acontcen foi o Jodo ser doen. (h) 0 que acontees foi o cart roar pela encost, i) 0 que acomtcu fo a tempestade der as cultura. 0s predicadoresndo estativoscompreendem duas subclasses: a dos predicadore de proce 50 (Pyx’) © 8 dos predleadores de evento (’P,'); 06 primeires ocrrem em enuncindos que descrevem procesose os limos sm enunciados que descrevem eventos, Do ponto de vista semintico, cs Pa sb Sempre una realizagioespecfica de um «fazer enquanto os P, so uma dada contetizagio de um sornar-se» — i, 08 Pz, 40 contro dos Pras €xpimem sempre uma mudanga de estado!. Como se infere das deinighes de processo © 4 evento apresentadas em 5.1, enquanto OS Ppa eXprimem propredades dinémicas com uma dada durago, os P expimern propriedades dinamicastiicamente mio durativas. Marca: mos esta distingio — que abordaremos mais detidamente em 5 [+DURATIVO] 205 Py. € 0 tago [-DURATIVO] a8 P, A opasicio [+DURATIVO] ) [-DURATIVO] tem os seguates reflexos ao comport mento exibido polos Pa © pelOs Pa: “= atrbuindo 0 trago (15) () Os Pee a0 contro dos Pay admit adverbials temporais durativs( (6a)'e 166) A mugs de eto pode se abut (asin, der, nae, rouge.) pe eae plogedaes eesencisy ou sac * Uniizamos a casificagic ) 08 Ge gra (amanece We Inga (er sa) 08 aves teiprais propos ext BENNETT & PARTEE 7: LOCALIZADORES URATIVOS FREQUENCIAIS PONTUAIS INTERVALARES (apo 15 horas) (hoe, a ard) te cinco horas} wte J (@) 0 atleta coren {@ [durame cinco ho Voda a (b) *0 Gongao dew 0 disco 8 Ana (i) 0s Pay 0 contra ds Py admitem adverbiastemporsis pont; a oor cin do adverbinstemporas pontuas com Ppa tpico,forga wma interpetagao de evento (0 Gongalo dew o disco & Ana ds IS (@) 20 atleta corre as 15 horas. (pre) a, (8) fe) O atta corre a (Gi) 0s Pye 80 contro dos Py podem entrar na construsio parr + de + V (9) Eles pararam d (@) *0 Gongalo pa dana, u de dary disco & Ana tipo de propriedade ou rlagio express pelo predicador define as telagbes que com cle rmantém 08 seus argumentos nucleares. A relagio semintica que cada angumento nuclear man- com 0 preicador chamamos fungi seminta’desse argumento, Consideramos gue ase lista de fungées semdatcas permite constrursatisfatoriamente o esquema predicativo da lida dos predcadores: (17) (@ PACKent): £ semdintica do argumento que designa a entdade (i) a quem & atribuida uma propriedade aio dinémica ou (i) que, numa rlagio no dnd € localizada (em sentido estto ou alargado)relativamente a outa ent € af. semintcacaratritica dos Py (@) (0 Foio)egc esti doentey (6) 0 Joao gostay, (da (i) Nutro: {. semintca do argumento que designa a entdade relatvamente & qual, numa dada subelasse de P,, &localzado 0 PAC (©) enc € igual, (0 2+2). (0) (© Toio)eac € parecidoy, (com 0 Pedro) (ii) ORGge):& que € a org por um Pa (6) (0 rapazjox gagujouy, (0 (0 fumo)oy, amareecede_ os cortinades. mento que designa a entidade nio controladora ide ou relago dinimica expres por UM Pye Ol Para Filmore, «as» 08 weagdo casual; para Chomsy, Jaen! ¢ ours, ape etn na a enidade afectada por (ou (iv) Otbjeto:f. semintica do argumento que & resilfante de) uma propriedade ou relago dni por um P, (8) (A pedo toloup, pela sibanccta al {h) Beethoven compas. (nove sinfonss) (i) 0 fumo amarleceu, (0s cortinados) cexpresa por um P, (©) EXPlerencador:f.semntca do argumento que designa a enidade que € a sede psioligica de uma dada propredade ou relagdo: ) (0 Joto)exe gosta, da Mara (1) (O pablico)exp esctoup,_ atentamente o conferencsta (vi) RECtpient): {. semantica do argumento que designa a enidade para a qual algo foi transferido, em sentido Iteral ou alargado: (2) (0 Jodo)gec temp, um barco pneumatic. (0) © Lais ofereceu, 0 disco (ao amigo)grc (vi) LOCtativo: f, seméntica do argumento que exprime & lcaizagio espa de uma dada entidade (0) 0 Luis moray, (em Patis).oc (si) DIR(esio): . semantic do argumento que des gual algo se move (DIRogigam) Ov aquele para a qual al 2 localizagio a partir da se move (DIRpes (0) 0 Luis partvy, (de Pari}omog (Par Lisboa) pispesr (x) AG(ente)f semdntica de argumento que desgna a entidade controladora de um ‘estado de cosas [+ DINAMICO} (@) (A Maria)ac guioup,. 0 jpe toda a tarde {@) (Beethoven) xq compésy, nove sinfonas (@) POS¢cionador:f. semantica de argumento que desgna a entidade controladora dd um estado de coiss [-DINAMICO} (© (0 Joiojpos esti detadop, (na inerpretaglo de (1a) menciona ».39)! na nota I Aas predicadores que exigem um argumento EXP chamamos P EXPERIENCIAIS: expr mem tipicamente propredades de natureza perceptiva ou cognitva, ou estados afectivos ‘os predicadores que ergem tm argumento REC chamamos P TRANSFERENCIAIS cexprimem a pose (em sentido estito ou alargado) de uma dada entidade por outraentidade ou a mudanga de posse (em sentido estrito ou alargado) de uma dada enidae, Aos preicadores que exigem um argumento LOC chamamos P LOCATIVOS: exprimem uma relagdo [-DINAMICA] de localizagio espacial Be) aa a de Intrumente Aas preicadores que exigem um argumento DIR chamamos P de MOVIMENTO quando « propriedade dinimica que exprimem envolve a desloeagio de uma dada entdade e P de MUDANCA DE LUGAR quando a propriedade dinimica que exprimem envolve a deslocatio de uma dada entidade por aogio de outraentdade Tanto predicadores ni estativos como preicadoresestativas podem ocorter na dest de estados de coisas [+CONTROLADO], A subelasse dos predicadres nio estatvos que po- dem corer na desriio de estados de coisas [+CONTROLADO] chamamos P AGENTI- VOS. Hé prediadores ni estativos que, sempre que usados iteralmente, sho P agentivos (é 0 20 da grande maioria dos verbos de Comaniagio como afirmar, declarar, dizer, . © 6¢ certos verbos de Actvidade Mental como conclur,deduci, infer .). Os predicadres io estativs que exgem um argumento [+ HUMANO),e exprimem uma propredade ou relasio ‘controll por esse argumento, podem ser usados agentvamente. Os predicadores no estat vos que apenas admitem argumentos (~ ANIMADO} (como os predicadoes de um lugar defla grar, explodi, rir, ..) 0% que exprimem propiedades ou relagoes no contolves plas ent

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