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FRANK M. DAT MANUAL DE TERAPIA INV OMPORTAM PARA CASAS E FAMILIAS FRANK M. DATTILIC Tradugao Magda Franca Lopes Consultoria, supervisdo e revisio técnica desta edig&io: Bernard Rangé Doutor em psicolegia. Professor de programa de pds-graduacdo em psic do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeir VUarea rn imnreces Obra originalmente publicada sob o titulo Cognitive-Behavioral Therapy with Couples and Families ISBN 9781606234532 ©2009 The Guilford Press A Division of Guilford Publications, Inc. Capa Gustavo Macri Preparacdo do original Kétia Michelle Lopes Aires Leitura final Lara Frichenbruder Kengeriski Editora Sénior — Ciéncias Humanas Ménica Ballejo Canto Editora responsdvel por esta obra Amanda Munari Projeto e editoracdo. Armazém Digital® Editoragéo Eletrénica — Roberto Carlos Moreira Vieira Reservados todos os direitos de publicacdo, em lingua portuguesa, A ARTMED® EDITORA 8.A. Av. Jer6nimo de Ormelas, 670 — Santana 90040-3490 Porto Alegre RS Fone (51) 3027-7000 Fax (51) 3027-7070 E proibida a duplicacdo ou reproducao deste volume, no todo ou em pa formas ou por quaisquer meios (eletrénico, mecanico, gravacao,fotocoy Web e outros), sem permissao expressa da Editora. Sobre o Frank M. Dattilio é uma das principais autoridades mundiais ¢ cognitivo-comportamental (TCC). Ele ocupa cargos académicos nc mento de Psiquiatria da Harvard Medical School ¢ na University o vania School of Medicine. Trabalha também na pratica de psicologi forense e terapia de casal e familia em Allentown, na Pensilvania. D esta na lista do National Register of Health Service Providers in Ps tem titulo de especialista em psicologia clinica e psicologia comy tal concedido pelo American Board of Professional Psychology, e « elinico da American Association for Marriage and Family Therapy. trabalhou como professor visitante em varias das principais univers mundo todo. Dr. Dattilio fez seu treinamento em terapia comportamental | tamento de Psiquiatria da Temple University School of Medicine, so visdo do falecido Joseph Wolpe, ¢ recebeu um fellowship de pds-c oferecido pelo Center for Cognitive Therapy e pela University of F nia School of Medicine, onde trabalhou sob a supervisdo direta de Beck. Frank Dattilio tem mais de 250 publicagées profissionais na: problemas conjugais e familiares, ansiedade e transtornos comport a oe oe ets a eee ae is vi Sobre o autor treatments for couple dysfunction; e editor de Case studies ir ly therapy: systemic and cognitive perspectives. Em lingua p publicados pela Artmed os titulos Estratégias cognitivo-coi intervencao em situagdes de crise (2.ed.) e Terapia cognitiva c varios videos e audios profissionais, incluindo a popular sér to Linda, e atua nos conselhos editoriais de varias publica tanto nacionais quanto internacionais, incluindo o Journal mily Therapy e Contemporary Family Therapy. Recebeu vari sionais por realizagGes notaveis nos campos da psicologia | Reside em Allentown, na Pensilvania, com sua esposa, Mai gularmente seus trés filhos adultos e oito netos. A minha esposa, filh Vocés sdo realmente a luz dam Agradecin Com o passar do tempo, passei a perceber como eu havia si nado por estudar sob a orientacado de algumas das maiores ment téria do nosso campo. Como um neédfito, tive a distinta honra de a tutela do falecido Joseph Wolpe, que, além de compartilhar cc propria sabedoria clinica, me apresentou a muitos palestrantes c: eminentes do seu centro de treinamento de Filadélfia no final ¢ de 1970. Entre esses conceituados convidados estavam os falecic Frankl e Anna Freud. Foi durante o meu treinamento com Wolpe « T. Beck expressou interesse por meu trabalho e me ofereceu um. de pés-doutorado através do Center for Cognitive Therapy eda Un Pennsylvania School of Medicine, no inicio da década de 1980. Met treinamento em terapia comportamental tradicional e, mais tarde, « cognitiva, prepararam-me bem para o que finalmente iria se tornar ’ fera carreira no campo da terapia de casal e familia. Depois, tive an sa oportunidade de compartilhar muitas experiéncias de ensino e e: figuras proeminentes, como Arthur Freeman, Donald Meichenbaurr Epstein, Harry Aponte, James Framo, Cloé Madanes, Arnold Lazaru Glasser e Peggy Papp, para citar apenas alguns. Minhas experiénciz ses colegas me ajudaram a moldar minha perspicacia clinica como wae pe ee ee age oe a a * “ae x Agradecimentos Jim Nageotte e Jane Keislar, da The Guilford Press, merecer por sua orientacao no projeto do inicio ao fim. Suzi Tucker te util proporcionando feedback e orientagao sobre o meu Devo também agradecer a Seymour Weingarten, Editor C que sempre ofereceu apoio e foi paciente com minhas ideia tiltimas décadas, E por causa da mente aberta e da flexibili que este € muitos outros projetos do passado se tornaram r Um agradecimento de coracdo também é estendido a: tes de pesquisa, Kate Adams, Katy Tresco e, mais recenteme) que passaram muitas horas realizando buscas infinitas na li do cépias. Também agradeco as minhas secretarias pessoais Roseanne Miller, por suas longas horas de digitagdo ¢ suas dades em computagdo. Sua pericia em coordenar todos os d é mais apreciada do que elas jamais saberao. Finalmente, devo o maior agradecimento 4 minha al ryann, e a meus filhos e netos, que suportaram minhas mu rante a preparacao deste livro. Eles todos me ensinaram o \ cado da beleza de ser marido, pai e avé. Pr Estou encantado pelo fato de Frank Dattilio ter embarcado fio de produzir um texto realmente abrangente sobre terapia - -comportamental com casais e familias. A medida que nos apr rapidamente da quinta década da introdugdo da terapia cognitiv psicoterapéutica, é evidente que a modalidade cresceu exponencial todo o mundo como uma das abordagens mais populares e eficaz tamento contemporaneo da satide mental. Desde o desenvolviment cacdo da terapia cognitiva com casais, que criou raizes na década tem havido uma proliferacdo de pesquisas sobre discérdia no relaci e sobre o papel dos processos cognitivos 4 medida que afetam a © comportamento. No final da década de 1980 e durante toda a « 1990, a aplicacdo da terapia cognitiva foi expandida para abranger ca familiar, assim como o papel que os esquemas desempenham nc de mudanga. Em Love is never enough (Beck, 1988), tornei a aplicagio | abordagem da terapia cognitiva disponivel para o puiblico em ge ajudou a aumentar a consciéncia do poder da terapia cognitiva nc tratamento das dificuldades no relacionamento. Frank Dattilio, que -aluno e importante proponente da aplicagao da terapia cognitiva c ee eae ee ie ge ee ee Prefacio dos do que qualquer outra modalidade terapéutica. As evidé que corroboram sua eficdcia sao encorajadoras para todos ¢ Ilham no campo da terapia de casal e familiar, particularm cente demanda por tratamentos baseados em evidéncias. A também tende a atrair os clientes que valorizam uma aborc e proativa para resolver os problemas e desenvolver as habil areducao da disfuncdo no relacionamento. Além disso, a ab um relacionamento colaborativo entre 0 terapeuta e o(s) ¢ que tem se tornado cada vez mais atrativa para os terapeuté lia contemporaneos. Este livro proporciona uma revisao atualizada do de: terapia cognitiva aplicada a casais e familias. HA uma impor em como a famflia de origem influencia os sistemas de cre1 mentos, e também os esquemas nos relacionamentos e a : sistemas de crenca disfuncionais. Amplo material de caso populacées especiais tornam este livro um material de leit facil e amplamente relevante. As segdes especificas sobre o: liagdo € intervencdes clinicas apresentam aos leitores uma a para lidar efetivamente com varios tipos de disfuncado nos Em resumo, este livro é um excelente recurso para os profi mental de todas as modalidades terapéuticas. A Professor de Psiquiatria da Univer School of Medicine e do The Beck Su Prefacio... Apresentacao.. Introducad....ssssesvecees ia Visao geral da terapia cognitivo-comportamental para casais e familias Aprendendo os principios da teoria.. Principios da terapia cognitiva. .. Potencial integrative da terapia cognitive-comportamental A mecanica da mudanca com casais e familias. Processos cognitives Apego e afeto. © papel da mudanca comportamental... O componente do esquema na terapia cognitivo-comportamental O conceito de esquema. a Pensamentos automaticos e esquemas. Distorgées e esquemas cognitivos basicos Identificande os esquemas da familia de origem ¢ 0 seu impacto nos relacionamentos de casal e familia 14 Sumario Inventarios e questionarios ...... Testes € avaliagdes psicoldgicas scieltis Genogramas.. % Avaliagdo continua e conceituagao de caso no decorrer da terar Dificuldades especificas no processo de avaliagdo Observagdes e mudangas comportamentais .... Interacao familiar estruturada. Avaliacdo das cognicdes Entrevistas individuais ... Identificacio de padrées de macronivel e questées basicas do relacionamento Avaliagao da motivacao para a mudanga. Feedback sobre a avaliacdo.... Identificacao de pensamentos automaticos e crencas basicas ..... Diferenciacao entre crencas basicas e esquemas. Estruturacdo negativa e como a identificar...... Identificagao e rotulagao de distorgces cognitivas Tradugéo dos pensamentos, emogdes e comportamentos. ho processo de conceitualizacao. se Atribuicao e padrdes e o seu papel na avaliagao. Foco nos padrées de comportamento mal-adaptativos _ Testagem ¢ reinterpretacao dos pensamentos automiaticos.... Formulacao de um plano de tratamento ... Técnicas cognitivo-comportamentais . Educagao e socializacao de casais e de membros da familia sobre o modelo cognitive-comportamental ......... Identificacdo dos pensamentos automaticos e das emogées e comportamentos associados . Abordagem e reestruturacgado dos esquemas ... ee Instituigao da representagao por meio do. reenquadramento e da repeticao Técnicas comportamentais .. Abordagem do potencial de recaida e Manejo dos obstaculos e da resisténcia a ee : Negatividade ¢ desesperanca dos parceiros com relacdo & mud: Diferencas nat agendas Sumari 10 Apéndice A Questiondrios e inventarios para casais e familias... Apéndice B Registro. do pensamento disfuncional.. Referéncias.. indice... Depressao, transtorno de personalidade e outras doencas mentais Casos extraconjugai: Abuso de drogas ou alcool Abuso doméstico .. Contraindicagdes e limitagdes da abordagem cognitivo-comportamental Casais e familias em crise. Casais do mesmo sexe e seus filhos . Consultas atipicas com casais e familias, Coterapia com casais ¢ familias... Tratamento multinivel.... Aprimoramentos da terapia cognitivo-comportamental .............. Técnicas baseadas na aceitagao ... Mindfulness Exemplos de caso sssssssssssssseavssisieciassseranssseenssansivenseiesssenciennneeneenoee Aarmadilha da aposentadoria. Familia de glutées.. Apreser Dados recentes sugerem que 43% dos casais se divorciam nos 15 anos de casamento € que o segundo casamento tem uma prol ainda maior de fracasso (Bramlett e Mosher, 2002). Os problemas e familiares sio responsaveis por aproximadamente metade de tod tas aos consultdrios dos psicoterapeutas. Pesquisas recentes inform maioria dos terapeutas que se especializam em terapia familiar trab cipalmente com casais (Harvard Health Publications, 2007). Infeli registro de acompanhamento do sucesso na terapia de casal profis: tem sido expressivo (Gottman, 1999). Mais de 30% dos casais que terapia conjunta fracassam em exibir uma melhoria a longo prazo Shoham, Mueser, Caiuto e Stickle, 1998). Em parte alguma tal resu sido mais enfatizado do que na ambiciosa Pesquisa de Relatos do Co realizada em meados da década de 1990, que indicou que, entre os dores de psicoterapia, aqueles que participaram de terapia familia menos satisfeitos (Seligman, 1995). Em contraste, pesquisas que co eficdcia da terapia de casal com nenhum tratamento concluiram que inequivocamente aumentou a satisfagdo no relacionamento (Chri Heavey, 1999). Entao, com todas as excelentes modalidades contemporaneas | ae: > ; a Tae eo a ae we a 18 Frank M. Dattilio € a ouvirem um ao outro. Eles se sentem melhor e vao para cionam bem até passarem pela prdéxima briga. Os casais e a faceis de mudar. As personalidades individuais dos memb1 com frequéncia muito complexas e podem envolver padro tais que se entrelagam mal. Muitos procuram terapia quet mas se justificar e talvez fazer com que seus parceiros ou da familia mudem. Alguns evitam olhar atentamente par comprometer com o que necessitam mudar em si, como no: mantém expectativas nao realistas sobre seus relacionamer os familiares possam ser ajudados a ver seus proprios pape que os afligem, nao terao motivacao para mudar. Além di: eé familias apresentam dificuldade para tomar a decisao de mento, Em estudos realizados com casais que buscam o di um quarto deles relatou ter procurado ajuda de um consell antes de iniciar os procedimentos de separacao (Albrecht, 1983; Wolcott, 1986). Quando aqueles que falharam em to foram questionados sobre a razao disso, citaram indisp< (33%), descrenga de que algo estivesse errado ou convicgac demais para qualquer tipo de intervengao (17%) (Welcott, Este livro apresenta um modelo abrangente de t -comportamental com casais e familias. Ele lida com areas apego e regulacao emocional, enfatizando esquemas de r contraposigao ao pano de fundo de uma abordagem sisté este livro aborda os aspectos fundamentais do trabalho co: sadas pelo pensamento rigido ¢ por padroes comportament com frequéncia consideram dificeis de tratar. Com o passar dos anos, a terapia cognitivo-comporta familia evoluiu para uma abordagem precisamente conce tiva. Ela é perfeitamente adaptavel por parte dos pratican modalidades. Na verdade, nas pesquisas recentes, mais da os profissionais declararam que usam a terapia cognitivo-co: combinacaéo com outros métodos com maior frequéncia (P tworker, 2007). O conceito de esquema foi expandido muit tradicional e. de muitas maneiras. tem sido uma das ped Manual de terapia cognitiva-comportamental para casais e famili jacentes” encontradas na disfuncao do relacionamento (Nichols € 2001; Dattilio, 1998a). Muitos dos meus colegas também achavam ria cognitivo-comportamental ignorava o componente emocional | bros da familia e estava preocupada apenas com os pensamentos portamentos. Finalmente, percebi que a critica de meus colegas tir mérito. Seu feedback me encorajou a repensar como a abordager pode ser aperfeigoada para abracar esses importantes componente © tratamento. A maneira como a terapia cognitivo-comportamenta a casais e familias foi de inicio retratada, infelizmente deixou mui impressao de uma abordagem rigida e inflexivel, apesar do fato de das intervencgées ser bastante eficaz e poder ser integrada com out lidades. Por exemplo, alguns dos primeiros trabalhos realizados coi familias falharam em considerar a dimensdo sistémica do tratamet destacar como o sistema de crenga de um individuo foi influenciac familia de origem (Dattilio, 1989; Dattilio e Padesky, 1990). Entret de essa época fui fortemente influenciado por meus colegas Normz e Donald Baucom, que melhoraram a abordagem da TCC no trabalh sais, de modo a incluir um maior foco na emocgao. Ambos contribuir para a literatura empfrica. Seu trabalho também influenciou meu d mento e a expansdo de minha abordagem na aplicacao da terapia : -comportamental as familias. Alguns dos trabalhos académicos mai nessa 4rea também abragaram um modelo expandido em contrar pano de fundo de uma perspectiva sistémica e ao destaque do coi emocional do tratamento. Esse modelo revisado oferece a flexibili integrar outras modalidades de tratamento (Dattilio, 1998a, 2004: que serve para ampliar o escopo da abordagem. O impeto para escrever este livro foi duplo — apresentar uma ve contemporanea da terapia cognitivo-comportamental aplicada a cz milias e melhorar sua eficdcia por meio de énfase especifica nos « Desde 0 inicio da década de 1990 tem havido uma quantidade subs literatura empirica, bem como clinica e de estudos de caso, public o uso de terapia cognitivo-comportamental com casais e familias, dou o panorama do que anteriormente era considerado o modelo t Este texto oferece alguns dos componentes bdsicos da abordagem 20 Frank M. Dattilio é essencial e o que nao é se tornou um empreendimento de isso, este livro se destina a oferecer ao leitor um guia abrar tica com familias, sem listar estudo apés estudo, mas usan: na experiéncia clinica. Segundo, o campo da psicoterapia em geral tem gra’ da pratica baseada em evidéncias (Sue e Sue, 2008). Daf a documentagao requerida ser muito mais empirica do q — quando os profissionais podiam simplesmente escrever préprios achavam ser eficaz no tratamento, sem ter de apre cientificas rigorosas. A escrita de relatos ndo tem mais o tinha antes no campo. Entretanto, um problema importa: evidéncias empfricas é que o texto com frequéncia se tor referéncias que a énfase na pratica clinica se perde. Para mim foi um malabarismo manter a cientificidade po criar um texto interessante e que mostre os detalhes c Espero que este livro ofereca uma versdo expandida e c: terapia cognitive-comportamental aplicada a casais e fam para os clinicos e preencha um vazio muito necessdrio na lit -comportamental, assim como no campo da terapia de ca geral NOTA DO AUTOR Em todo este livro, o termo casal é usado para qualqu dos ou nao casados) e familia para qualquer parceria com f Intro VISAO GERAL DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS E FAMILIAS. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) para casais e fam/fl recentementé na comunidade da terapia familiar contemporanea em lugar de destaque na maioria dos principais compéndios do car ton, Weeks e Robbins, 2003; Nichols e Schwartz, 2008; Goldenberg berg, 2008; Beevar e Becvar, 2009; Bitter, 2009). Em wm levantamento conduzido na ultima década pela Ameri ciation for Marriage and Family Therapy (AAMFT) [Associagao Ame Terapia de Casal e Familia], terapeutas relataram “sua principal m de tratamento” (Northey, 2002, p. 448). Das 27 diferentes modalid: cionadas, a que contou com mais incidéncias foi a terapia familiar: -comportamental (Northey, 2002). Mais recentemente, um levantan cional, em parceria com a Universidade de Columbia, relatou que, respondentes, 1.566 (68.7%) declararam que com frequéncia usé em combinacao com outros meétodos (Psychotherapy Networker, 20 dados ¢ refletem a utilidade e a eficdcia da TCC de casais e familia: Aplicacées da TCC a problemas com relacionamentos intimos selina e Mites RA RMAS avehe MARS UR ele Ae eee eee ae AT 22 Frank M. Dattilio Quando esses processos cognitivos negativos ocorrem, experienciar fortes emocées negativas (raiva, desapontame! se comportar de maneiras negativas com relacao ao parceire terapia racional emotiva (TRE) de Ellis foram aplicados ao sais disfuncionais, desafiando a itracionalidade do pensam 1977; Ellis, Sichel, Yeager, DiMattia e DiGiuseppe, 1989). E da popularidade da TRE como uma forma de tratamento in po para muitos problemas, sua aplicagdo aos relacioname uma recep¢ao quase indiferente por parte dos terapeutas | durante as décadas de 1960 e 1970. Essas décadas marcai mento inicial do campo da terapia de casal e da terapia fam tedricos e clinicos que evitaram modelos que se concentrass psicolégicos e na causalidade linear, dando preferéncia aos ] cdo familiar e aos conceitos causais circulares de sistema (N: 2008). A énfase de Ellis na cognicao individual e na nat linear desse modelo “ABC”, em que as crengas irracionais 1 gdes emocionais ¢ comportamentais individuais aos eventos como incompativel com uma abordagem familiar sistémica. APRENDENDO OS PRINCIPIOS DA TEORIA Outro avanco importante na psicoterapia durante a « inicio da de 1970 envolvew a utilizagdo, por terapeutas com ptincipios da teoria da aprendizagem para lidar com varios problematicos de criancas ¢ adultos. Mais tarde. os princf compertamentais usados com sucesso no tratamento indivic dos a casais e familias disfuncionais. Por exemplo, Stuart | (1970) e Weiss, Hops e Patterson (1973) descreveram o intercambio social e as estratégias de aprendizagem opera interagGes mais satisfatérias em casais disfuncionais. Sim son, McNeal, Hawkins ¢ Phelps (1967) e outros (por exem] Wahler, Winkel, Peterson ¢ Morrison, 1971) aplicaram o operante e procedimentos de contingéncia e contencdo par Manual de terapia cognitiva-comportamental para casais e famili com sua énfase no estimulo e na resposta, tendia a ser demasiado li os terapeutas com orientac4o sistémica. Segundo, os tedricos sistér ditavam, que o comportamento sintomatico de um individuo ser fungao na familia, o que parecia compativel com a nocao dos behavi “analise funcional” ou de antecedentes e consequéncias dos compo! problematicos. Os terapeutas familiares comumente se concentram sintomas do individuo como tendo um significado simbdlico para u ma familiar mais amplo. Por isso, mesmo que as formas iniciais familiar comportamental se ocupassem das influéncias rec{procas q portamento dos pais e dos filhos tem um sobre o outro, os terapeute e familia tendiam a considerd-las relativamente lineares e simplisté se tratava de cuidar de interagdes familiares complexas. A aborda portamental inicial da terapia familiar foi destacada pela especifi problemas da familia em termos concretos, observaveis, e com o ple to de estratégias terapéuticas especificas de base empirica. Essas e foram submetidas 4 andlise empirica de seus efeitos no aleance de comportamentais éspecificos (Falloon e Lillie, 1988). Robert Liberman (1970) afirmou que nem o terapeuta famil familia por ele tratada precisava entender particularmente a dinar milia para produzir uma mudanga no sistema familiar. Liberman : que tudo o que era necessdrio era uma andlise comportamental cui O falecido Ian Falloon (1988), no entanto, encorajou os tera casal ¢ familia comportamentais a adotar uma abordagem sistém:’ que examinasse a multiplicidade das forcas que podem operar dent familia. Ele enfatizava um foco na condicao fisioldgica do individ como em suas reagdes cognitivas, comportamentais e emocionais, j te com as transagées interpessoais que ocorrem dentro das rede: social, profissional e cultural-politica. “Nenhum sistema isolado é 0 a exclusao de outros” (Falloon, 1988, p. 14). Por isso, Falloon defe abordagem mais contextual, em que cada fator potencialmente cau veria ser considerado em relagdo a outros fatores. Essa abordagem « foi elaborada por Arnold Lazzarus (1976) em sua avaliagaéo multin nicamente, as abordagens familiares sistémicas se concentravam na intrafamiliar encarando os fatores de estresse extrafamiliares co 24 Frank M. Dattilio on, 1988; Falloon, Boyd e McGill, 1984; Jacobson e Marge 1980), essas intervencGes eram com frequéncia adotadas familiares tradicionais. Uma razao para essa integragao pa que os terapeutas sistémicos tém comumente consideradc comunicacao fundamentais na interacao familiar e valoriza turadas para reduzir o ntimero de mensagens obscuras qu familia enviam uns aos outros. Entretanto, ainda havia diferengas entre as suposi¢d sist@micos e as dos terapeutas comportamentais sobre 0 pa cdo no funcionamento familiar. Baseados no legado de con potese duplo-cega (Bateson, Daveson, Haley e Weakland, 19 que as mensagens contraditérias ¢ coercitivas dos pais con desenvolvimento do pensamento psicdtico, os terapeutas de mica encaravam o treinamento da comunicagao como um | fungao homeostatica do comportamento perturbado de um cado dentro da familia. A teoria duplo-cega desde entao foi Johnstone, 2003; Kidman, 2007). A pesquisa sobre comunicacao familiar ¢ transtornos n borou a viséo de que a comunicagao desorganizada causa tre mas sim que ela atua como um fator de estresse na vulnerabil um individuo aum transtorno (Mueser e Glynn, 1999). Ost res comportamentais, como Falloon e colaboradores (1984) em alterar a comunicagao familiar confusa e negativa que a principais fatores de estresse na vida e aumenta a probabilic exibidos sintomas de psicopatologia. A pesquisa sobre a emog grau de criticismo, hostilidade ¢ superenvolvimento emocic pela familia em relacio a um membro diagnosticado com | importante — demonstrou que essas condigdes no interior d ram a probabilidade de o paciente identificado melhorar co aumentaram a probabilidade de que ele sofresse recaidas ( Além disso, os terapeutas familiares comportamentais encat clara e construtiva de pensamentos e emocdes, escuta emp3 eficientes de resolugaéo de problemas como fundamental pa conflitos entre os membros da familia. incluindo conflitos de « Manual de terapia cognitiva-comportamental para casais e famil Quando os terapeutas de orientacio comportamental deset abordagens mais abrangentes para modificar as interacées famil contribuem para os relacionamentos estressados, seus métodos se mais atrativos para os terapeutas de casal e familia cujo trabalho do pela teoria sistémica (Falloon, 1988). Nao obstante, as escolas « familiar que enfatizaram a modificac&o dos padrées de comportam exemplo, abordagens estruturais e estratégicas, abordagens concer solugao) tipicamente continuaram a usar intervencdes diferentes usadas pelos terapeutas de casal e familia (por exemplo, interveng vas, prescrigdes paradoxais e intervengGes desequilibradas, como ay porariamente um membro da familia). PRINCIPIOS DA TERAPIA COGNITIVA S6 no final da década de 1970 as cognicées foram introduzi um componente do tratamento dentro de um paradigma compo (Margolin e Weiss, 1978). Os terapeutas comportamentais de in ravam as técnicas cognitivas com desdém, percebendo-as como « mensurar com qualquer grau de confiabilidade. Entretanto, tal pe pouco a pouco mudou com a publicagao de novos resultados de Pesquisadores comportamentais como Jacobson (1992) e Hahlweg e Markman (1988) apresentaram exemplos do uso sistemdatico de « cognitivas em terapia de casal: ensinar os cénjuges a reconhecer c tantes de discérdias e subsequentemente reestruturar seus compor Isso foi mais tarde seguido por varios pesquisadores, mais especi por Baucom e Epstein (1990). Durante a década de 1980, os fatores cognitives se tornaram de enfoque cada vez maior na literatura de pesquisa e terapia de cognicées foram tratadas de maneira mais direta e sistematica por t de orientagao comportamental (por exemplo, Baucom, 1987; Datti Eidelson e Epstein, 1982; Epstein, 1982; Epstein e Eidelson, 1981; Beach € Nelson, 1987; Weiss, 1984) do que por partidarios de outrz gens tedéricas para a terapia de casal e familia. Evidentemente, os 26 Frank M. Dattilio savam e suas atitudes conscientes dbvias. Todavia, os tera estavam ocupados desenvolvendo maneiras mais completa lidar com os sistemas de cren¢a basicos dos membros da fa navam a interagao de uns com os outros. A avaliacaéo cognitiva e os métodos de interven¢ao rivados da terapia individual foram adaptados pelos tera -comportamentais para o uso na terapia de casais a fim de dificar cognicSes distorcidas que os parceiros experienciam (Baucom e Epstein, 1990; Dattilio e Padesky, 1990). Com individual, as intervencGdes cognitivo-comportamentais pare lizadas a fim de melhorar as habilidades dos parceiros pat ficar suas prdéprias cognicdes problematicas, assim como as comunicar e resolver problemas construtivamente (Baucom Epstein e Baucom, 2002). Similarmente, as abordagens comportamentais a tera] ampliadas para incluir as cognigdes dos membros da famili: tros. Ellis (1982) foi um dos primeiros a introduzir uma abe para a terapia familiar, usando sua abordagem TRE. Ao ir drosian (1983) aplicou o modelo de terapia cognitiva de Bc e tratar a dindmica familiar disfuncional, como fizeram Bz (1981), que se desenvolveu para o que mais tarde ficou co rapia familiar funcional (Alexander e Parsons, 1982). Dura 1980 e 1990, o modelo de terapia familiar cognitivo-compo teve uma rapida expansao (Alexander, 1988; Dattilio, 199 lesinger, 1996; Epstein, Schlesinger e Dryden, 1988: Fall Schwebel e Fine, 1994; Teichman, 1981, 1992) ea TFCC é< como uma importante abordagem de tratamento nos mam miliar (por exemplo, Becvar, 2008; Goldenberg e Goldenbe e Schwartz, 2008; Bitter, 2009). POTENCIAL INTEGRATIVO DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL Manual de terapia cognitiva-comportamental para casais e famili tura profissional indica que essa estatistica permaneceu consistente 2004a). Entretanto, a terapia de casal cognitivo-comportamental (T' sido submetida a mais estudos controlados do que qualquer outr dade terapéutica. Ha evidéncias empiricas substanciais de estuc sultado de tratamento de casais indicando a eficdcia da TCC no 4: relacionamentos, embora a maioria dos estudos tenha se concen intervengdes comportamentais do treinamento da comunicag¢ao, : mento da resolugao de problemas e dos contratos comportamenta poucos examinaram 0 impacto dos procedimentos de reestruturac tiva (ver Baucom et al., 1998, para uma revisdo que empregou c1 gorosos de exame da eficdcia), A revisio de Baucom ¢ colaboradotr dos estudos de resultado indicou que a TCC é eficaz na redugao d do relacionamento. Um ntimero menor, porém crescente, de estu outras abordagens da terapia de casal e familia, como as terapia. focadas na emogdo (Johnson e Talitman, 1997) e aquelas orie1 insight (Snyder, Wills e Grady-Fletcher, 1991), sugerem que ela sultados ainda melhores do que as abordagens cognitivo-comport Estudos adicionais sdo necessarios para nos permitir extrair cone bre as eficdcias relativas desses tratamentos com suporte empiric um apoio encorajador as terapias cognitivo-comportamentais, fc emogao e orientadas ao insight como tratamentos uteis para mui estressados (Davis e Piercy, 2007). Tem havido menos pesquisa sobreas aplicacdes genéricas com tr individuais, como esquizofrenia € transtornos de conduta com inf fancia. Estudos de resultado tm demonstrado a eficdcia de int familiares de orientagéo comportamental (psicoeducagao e treinal habilidades de comunicacao e resolucéo de problemas) com tais « (Baucom et al., 1998), embora as intervengdes cognitivas, por si, né sido avaliadas. Como se tem enfatizado os tratamentos empiricam dados no campo da satide mental, a abordagem cognitivo-compo vem conquistando popularidade e respeito entre os clinicos, incluinc peutas de casal e familia (Dattilio, 1998a; Dattilio ¢ Epstein, 2003; Baucom, 2002: Davis e Piercy, 2007). Sprenkle (2003) observou a 28 Frank M. Dattilio Em um texto editado por Dattilio (1998a), uma ma de especialistas em varias teorias de terapia de casal e fai contribuicao proveitosa das técnicas cognitivo-comportame! dagens particulares do tratamento. Muitos desses especiali: dicaram a incorporagao de muitas das mesmas técnicas em mas as identificaram por outros termos. Acrescente adogdo dos métodos cognitivo-comportam peutas de casal e familia parece se dever a varios fatores ale de pesquisa que corroboram sua eficdcia. Em primeiro lug TCC tendem a atrair os clientes, que valorizam a abord: mais prd-ativa para a resolugao de problemas e para a con dades que a familia pode usar para enfrentar dificuldades fi 2006). Além disso, a TCC enfatiza o relacionamento colabe peuta e cliente, uma postura que esta se tornando cada vez abordagens pés-modernas da terapia de casal e familia. V na TCC para os relacionamentos intimos (ver Epstein e Ba uma apresentacao detalhada) ampliaram os fatores conte dos no ambiente fisico ¢ interpessoal do casal ou da famf familia ampliada, local de trabalho, ambiente adjacente, conémicas), Por exemplo, uma explorag4o recente envolve com outras intervengSes, como a terapia comportamental d' tratamento de desregulacgéo emocional em relagdes {ntimas 2007). ATCC se tornou uma abordagem tedrica das corrent é continua a se desenvolver por meio dos esforgos criativo: sionais. O modelo cognitivo-comportamental tem sido proy dada a sua énfase no empirismo e maximizagao da eficacia pesquisa que identifica o que funciona e o que nao funcic adaptabilidade e ao quanto compartilha com muitos outros mento a suposicao de que a mudanca nos relacionamentos liares envolve mudangas nos campos cognitivo, afetivo e c TCC tem um grande potencial de integracdo com outras abo 1998a; Dattilio e Epstein, 2005), Alguns trabalhos tém enfatizado o poder integrative Manual de terapia cognitiva-comportamental para casais e famili Como os casais e as familias incorporam um conjunto compl: nAmicas que estéo direta ou indiretamente relacionadas em uma sal, é essencial considerar a conducaéo da TCC em contraponto ac fundo de uma abordagem sistémica. Ou seja, a decomposigao de | circularidade e no fluxo de influéncia multidirecional entre os me familia é importante para a eficacia da intervencdo. A natureza sis funcionamento familiar requer que a familia seja considerada ume composta de partes que interagem. Consequentemente, para enter quer comportamento em um relacionamento familiar, é preciso ol interagdes entre os membros, assim como as caracteristicas da fam uma unidade. Da mesma forma, uma perspectiva cognitivo-compo sé concentra na interacdo entre os membros da familia com énf cular na natureza inter-relacionada das expectativas, crengas e a dos membros da familia. Nesse sentido, pois, tanto a TCC quanto familiar tradicional sistémica compartilham uma énfase na influén direcional e reciproca e na necessidade de observar os comportame! contexto particular. Embora os conceitos cognitivo-comportamentais sejam, em g grados a modelos, pode haver alguns que sejam fundamentalmen pativeis com a TCC. Por exemplo, os terapeutas focados na solugac em grande parte aspectos atuais e histéricos dos problemas apr pela familia, em vez de enfatizar os esforcos para implementar a cas desejadas (ver Nichols e Schwartz, 2001, para uma revisao). E terapeutas cognitivo-comportamentais também desejem identificz truir sobre as forcas existentes nos clientes ¢ melhorar suas habil resolucdo de problemas, avaliam ¢ intervém nos aspectos cogniti vos e comportamentais de padrées problematicos que com frequés enraizados e sao dificeis de mudar. Por isso, os profissionais de at alternativas precisam determinar o quanto os conceitos e métodos -comportamentais melhoram ou se contrapOem a aspectos fundam: seus modelos. A medida que os pesquisadores continuarem a testar da adicaéo de intervengdes derivadas de outros modelos aos proc: cognitivo-comportamentais, o potencial para a integragdo na prati deve aumentar. 2 A mecanica da mudanca com casais e familias PROCESSOS COGNITIVOS Percepcées O que vocé percebe seletiv cuida sao o que comp - William james, fild Todos temos percepgdes sobre as pessoas e sobre a vide cepcées envolvem aqueles aspectos de um individuo ou de se ajustam em categorias que possuem um. significado pa Nos relacionamentos conjugais e familiares, as percepcdes maneira como interagimas e como percebemos um conjug da familia durante todo o curso de nossas interacées. Por e pode ver sua esposa, ou até um de seus irmaos, como “si masiado “sensiveis”. Consequentemente, como as percepcé maneira de cuidarmos das pessoas, elas com frequéncia su] Manual de terapia cognitiva-comportamental para casais e famili ele prossegue e experiencia outros eventos na companhia da esposa informagées serao sempre julgadas & luz dessa percepcio inicial, e: ra por ignorar ou perdoar muitos atos “egoistas”, As vezes podem ocorrer vieses perceptuais, dependendo do experiéncias de uma pessoa com 9 parceiro ou com os membros d Alguns desses vieses esto delineados na discussfo que se segue. Expectativas e padroes Os processos cognitivos séo a espinha dorsal da abordagem -comportamental da disfungaéo do relacionamento. Baucom, Epste e Sher (1989) desenvolveram uma tipologia de cognigées que frequ te vem 4 tona no decorrer dos estresses em relacionamentos. Emi tipo seja uma forma normal de cognicéo humana, é também sus distorges (Baucom e Epstein, 1990; Epstein e Baucom, 2002). Os eognitivos incluem: |. Atengdo seletiva. Tendéncia do individuo a perceber aper aspectos dos eventos que ocorrem nos relacionamentos ¢ ciar outros (por exemplo, concentrar-se nas palavras do: ignorar suas agdes). 2. Atribuigdes. Inferéncias sobre os fatores que tém influe ag6es de um parceiro (por exemplo, concluir que um pai xou de responder uma pergunta porque quer controlar o mento). 3. Expectativas. PrevisGes sobre a probabilidade de que ev ticulares venham a ccorrer no relacionamento (por exe! expressar os sentimentos com relacao ac parceiro resv deixd-lo zangado). 4. Suposigdes. Crengas sobre as caracteristicas gerais das pes relacionamentos (por exemplo, a suposigao de uma espc os homens nao necessitam de ligacgaéo emocional). 5. Padrées. Crencas sobre as caracteristicas que as pessoas €' 32 Frank M. Dattilio informagées humanas envolvidas no entendimento do cot outras pessoas e na realizaciio de previsdes sobre o seu cc turo. Entretanto, erros nessas inferéncias podem apresente sobre os relacionamentos do casal e da familia, especialn individuo atribui as agGes do outro a caracteristicas negati intengado maligna) ou julga mal a maneira como os outros ' préprias agdes. As suposigdes sao adaptativas quando cont tacées realistas das pessoas e dos relacionamentos, e muit dos pelos individuos, como padrées morais sobre a incorre outras pessoas, contribuem para a qualidade dos relacionar Nao obstante, suiposigGes e padrdes imprecisos ou extrem: os individuos a interagir de maneira inadequada com os out um pai mantém o padrao de que as opinides e os sentimen devem ser levados em conta enquanto estes morarem na ca Beck e colaboradores (p. ex., Beck, Rush, Shaw e E Beck, 1995) se referem ao fluxo de ideias de momento ar e imagens da consciéncia como pensamentos automdtico “Meu marido deixou novamente as roupas no chao. Ele nao sentimentos” ou “Meus pais disseram ‘nao’ de novo porqu ajudar”. Os terapeutas cognitivo-comportamentais observa duos comumente aceitam os pensamentos automaticos ao fF ra todos os cinco tipos de cognic¢ao identificados por Baucor (1989) possam sé refletir nos pensamentos automaticos de terapeutas cognitivo-comportamentais tém enfatizado a ma de as percepcoes e inferéncias seletivas de momento a mo nas atribuicGes e nas expectativas estarem na consciéncia de -se que as suposigdes e os padres sao aspectos basicos mai de mundo de um individuo, considerados esquemas no me Beck (Beck et al., 1979; J. S. Beck, 1995; Leahy, 1996). O modelo cognitivo propde que o contetido das perc clas de um individuo é moldado por esquemas basicos re veis, ou por estruturas cognitivas, como os construtos pess¢ primeira vez por Kelly (1955). Os esquemas siio como n que as pessoas seguem para conduzi-los através da vida Manual de terapia cognitiva-comportamental para casais e famili que os parceiros ou membros da familia levam para um relacionam: membro desenvolve um esquema especifico para o relacionamento Como o resultado de anos de interagdo entre os membros da | individuos com frequéncia desenvolvem crengas mantidas em con constituem um esquema familiar (Dattilio, 1994). A medida que c familiar envolve distorgdes cognitivas, ele pode resultar em interag¢ cionais. Exemplo disso pode ser o caso de membros da familia qué coletivamente um irmao come nao sendo confidvel. Eles podem habi passar a fazer coisas para o seu irmao, permitindo assim o estabelec comportamento nao confiavel, o que conduz a sua continuagao. Os esquemas sobre os relacionamentos muitas vezes nao es mente articulados na mente de um individuo, mas existem como 1 gas do que é ou deve ser (Beck, 1988; Epstein e Baucom, 2002). desenvolvidos, influenciam a maneira como um individuo subseque processa a informa¢ao em novas situagdes. Por exemplo, influenci a pessoa percebe seletivamente, as inferéncias que faz sobre as | comportamento de outra pessoa, e se ela esta satisfeita ou insatis os relacionamentos familiares. Os esquemas existentes podem ser « modificar, mas repetidas experiéncias novas com outras pessoas im tém o potencial de mudd-las (Epstein e Baucom, 2002; Johnson | 2002). De muitas maneiras, os esquemas so como fobias rarament das. As pessoas simplesmente evitam as coisas a que sao f6bieas. acredita firmemente que sua filha deve se casar com alguém da st cultura, ele pode permanecer firme nessa crenga, a menos que alg informagao mude o seu sistema de crengas, como observar diret quanto sua filha estd feliz com o companheiro que escolheu. Os em geral mudam quando a nova informacéo é suficientemente relev modifiear as crencgas individuais. Distorgoes cognitivas comuns com casais e familias Além dos pensamentos automaticos ¢ dos esquemas, Beck dores (1979) identificaram distoreées cognitivas. ou erros de prov 34 Frank M. Dattilio casa meia hora depois do horario de se recolher cc fazendo alguma coisa errada de novo”. Abstragoes seletivas. A informagao é extraida do c detalhes sao enfatizados, enquanto outras inform: sao ignoradas — por exemplo, um homem cuja e: suas perguntas com respostas monossildbicas cone comigo”. Supergeneralizacao. Um ou dois incidentes isola como uma representagao de todas as situagées : nadas ou nao — por exemplo, quando o pai ou solicitagaéo de uma crianga para sair com seus ai conclui: “Vocés nunca me deixam fazer nada”. Maximizagdo e minimizagdo. Uma situagdo é per: ou menos importante do que o adequado — por ex zangado explode ao descobrir que o seu talao de devidamente preenchido e diz & esposa: “Estamc problema”. Personalizagao. Os eventos externos sao atribuido quando nao ha evidéncias suficientes para se che sdo - por exemplo, a mulher percebe que o maridc mais sal na sua comida e supée: “Ele detesta a m Pensamento dicotémico. As experiéncias sao codific ou preto, um completo sucesso ou um absoluto também conhecido como pensamento polarizado marido esta reorganizando o guarda-roupas, ¢ suz a colocagao de um dos itens; o marido pensa cor nunca esta satisfeita com mada que eu faco”. Rotulagao e rotulacdo inadequada. Aidentidade da tendo por base suas imperfeigdes e 0s erros que sado, e ela permite que estes a definam — por ex continuos no preparo das refeicdes, a esposa pen nada”, em vez de reconhecer o erro como pouco Visdo de ttinel. As vezes os parceiros sé percebe pereeber ou o que se ajusta ao seu estado de e ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, Manual de terapia cognitiva-comportamental para casais e famili (prostituta). Maureen achava “ridicula” a reagao de Sal, particularmente porq| Gao dela fora o oposto da dele, e nao via nada de errado nesse comportamen’ Na verdade, Maureen acreditava que esse conflito se baseava na questao da < € que os dois cnjuges deviam ter suficiente confianga um no outro para acre nem um nem outro violaria o relacionamento conjugal. Ha muito mais pesquisa sobre atribuicdes e padrées do que so formas de cognicao (ver tipologia de Baucom et al., 1989, e Epstein « 2002, para uma revisdo dos achados). Boa parte da pesquisa sobre goes dos casais indica que os casais estressados tem maior probabilida os casais néo estressados de atribuir o comportamento negativo dos a tracos globais estaveis e a intengdo negativa, a motivagGes egoista de amor (ver Bradbury e Fincham, 1990, e Epstein e Baucom, 200: visGes). Além disso, os casais em relacionamentos estressados tém nm babilidade de atribuir os comportamentos desejaveis de um parceirs globais, estaveis. Essas inferéncias tendenciosas contribuem para o pr dos membros da familia sobre a melhoria de seus relacionamentos, municagao negativa e para a falta de resolucao dos problemas. Evidentemente, os conceitos de suposigdes, expectativas e al bem como de padr6es, se justap6em assim como o fazem muitas das cognitivas. Se o terapeuta esta tratando uma familia em geral, tem c car e fazer emergir muitas forcas em acao, como no caso que se segu 0 caso de Nick ¢ Alice Nick ¢ Alice eram um casal de pouco mais de 40 anos que estava casado ha Eles procuraram terapia queixando-se de extrema tensdo no relacionamento. diferencas de opinido quanto as finangas. Nick dizia que, devido aos gastos e de Alice, provavelmente enfrentariam a faléncia. Nick e Alice admitiam que ess padrao existente durante todo o seu casamento, ¢ Nick acreditava que isso fir oop rear sean cease es oa ncanbc ale eee ma Ra Baa 44 Frank M. Dattilio havia se tornado vitima desse ciclo quando se casou com Alice. “Et feliz, mas agora estou nessa loucura de ter de trabalhar constantem: porque Alice nao consegue dizer nao a si mesma.” Quando inquirid sujeitado a isso, Nick admitiu que temia que Alice o deixasse se ele as suas vontades. “Mas agora estamos provavelmente diante da falé © que fazer." Alice, por outro lado, achava que Nick estava exagerar conseguimos dar um jeito”, disse ela. "© que ha de tao terrivel? Ele se = nds nao estamos falindo.” Alice admitiu que gastava demais, mas s6 Viajames uma vez — afinal, pra que serve o dinheiro?”, Nick vinha de um ambiente familiar diferente. Seus pais eram px taram muito dinheiro. “Minha mae conseguia se arranjar com o que | para casa, € era assim que as coisas funcionavam! Nao havia brigas tos excessivos. Sempre tivemos o suficiente.” Por isso, a atribuicGe 1 “Estamos endividados porque Alice nao consegue controlar seus ga: isso porque quero fazé-la feliz". Ambos admitiam que esse era o £ que operava no relacionamento € que éles contribuiam igualmente p: so. Nick também admitia que estava consciente do fato de que a si repetidas vezes “dar um jeite” trabalhando além da hora era um c< reforgo de sua parte. Quanto as expectativas, ambos acreditavam que esse ciclo de cor vavelmente continuaria, visto que nenhum deles estava disposto a muc Durante anos, os dois haviam contribuide para o que se tornou um pat mente enraizado, o que, de muitas maneiras, parecia agora estar sainc A suposic¢do basica mantida por Nick era: “E assim que as coisas conseguia dizer nao para si mesma porque acreditava que ela semp queria. Nick nao conseguia impor qualquer limitagéo. ao comportam que ficava inibido por seu medo de dizer nao a ela, pondo em risco ‘ possibilidade de ela deixa-lo. Assim, continuava a reforcar esse com| um meio de evitar 0 pior — Alice deixd-lo. Entao, o padrdo no relacionamento havia sido fazer pouco com | embora ambos soubessem que as coisas deviam muidar ou ser mod tavam tao endividados que corriam o risco de perder tudo. Enquar o padrao de gastar quanto quisesse, o padrao de Nick consistia en serem comedides e comegarem a renunciar a algumas coisas. Esse envolvia uma questao de controle para ambos no relacionamento. E que as duas partes pareciam ignorar um possivel campo intermediz hos gastos) € assumiam pouca responsabilidade por seus comporte ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, 46 Frank M. Dattilio (Epstein e Baucom, 2002). Além disso, os casais estressados bilidade de retribuir de maneira pouco produtiva, o que res’ mento do conflito e do estresse. Consequentemente, uma p TCC € que a frequéncia do comportamento indesejavel deve frequéncia de mais comportamentos produtivos deve ser a o comportamento indesejavel tende a ter um impacto maio relacionamento do que o comportamento produtivo (Gott e Heyman, 1997), ele tem recebido mais atencAo dos te: este seja um conceito basico, nao obstante é muito import parceiro em um ecasal em geral busca interagdes produtiv. suas proprias necessidades. Os terapeutas auxiliam os casai das estratégias quid pro quo descritas no Capftulo 6, em qi técnicas comportamentais. Essas técnicas séo altamente ef paralisados em relacionamentos estressados. Embora os tedricos e pesquisadores da familia venham em aspectos menos importantes do comportamento deseja Epstein e¢ Baucom (2002) propdem que, em muitos caso: relacionamento se baseia em padrdes comportamentais ma significado importante para cada parceiro. Algumas das que volvem limites entre e em torno de um casal ou familia, poder e controle, e a quantidade de tempo e energia que ¢: no relacionamento. Como foi anteriormente notado, os ps namento dos individuos com relagao a essas dimensdes € satisfagao e 4 comunicacao no relacionamento, ¢ a literatur liar sugere que tais padrdes de comportamento sao aspéctos interagdo familiar (Epstein e Baucom, 2002; Walsh, 1998). Epstein e Baucom (2002) também descreveram pad: destrutivos entre os membros de casais que comumente inte cao das necessidades dos parceiros dentro do relacionamer incluem ataque mutuo (reciproco), exigéncia-retraimento ( te, € a outra se retrai), ¢ evitagao ¢ retraimento mutuos. C frequéncia precisam ajudar os clientes a reduzir esses padr6: te antes que sejam capazes de trabalhar juntos colaborativ casal para resolver quest6es como preferéncias diferentes 1 Manual de terapia cognitiva-comportamental para casais e famil volveu essa teoria a partir de varios insights, combinando a teoria da objetais, a emologia pdés-darwiniana, a psicologia do desenvolvim nitive moderno, a cibernética (teorias sistémicas de controle) e a fF comunitaria (Mikulincer e Shaver, 2007). Desde o inicio da teoria do apego, tem havido uma riqueza de de pesquisa sobre a questdo de como as ligagGes da primeira infanc nossas vidas (Ainsworth, Blehar, Waters e Wall, 1978; Cassidy e Sha Mikulincer e Shaver, 2007; Mikulincer, Florian, Cowan e Cowan, 200 2007). Esse conceito se concentra em como os casais e os membros lidam um com o outro e em como isso se reflete em sua historia de teoria do apego pode ser remontada aos estudos pioneiros de John Mary Ainsworth. Bowlby (1979, p. 129) acreditava que os padrées humanos observados nas interagdes bebé-cuidador desempenhariam vital no desenvolvimento humano “desde o bergo até o timulo”, Bowl também foi o primeiro a discutir as diferencas individuais no funci do sistema de apego no contexto dos relacionamentos romanticos e Shaver, Hazan e Bradshaw (1988) foram adiante ¢ propuseram o « que os vinculos de apego romanticos na idade adulta sao vitais, sug semelhanca com os vinculos que os bebés formam com seus cuidado rios. Seu trabalho prosseguiu gerando muita pesquisa sobre os estilos dos casais e sobre 0 sucesso ou fraecasso de seus relacionamentos ror conjugais (Johnson e Whiffen, 2003). Quest6es como. os processos relacionados ao apego que afet magao, consolidagao e manutengao de relacionamentos romantico: prazo ¢ o efeito de tais relacionamentos na qualidade, satisfagao e « de do relacionamento esto inclufdes neste tépico. Bowlby propés « de que os vinculos de ligaciio sao caracterizados por quatro compot basicos: I. busca de proximidade: 2. comportamento de abrigo seguro; 3. estresse de separacio; 4. comportamento de base segura (Bowlby, 1969, 1973). ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, Manual de terapia cognitiva-comportamental para casais e famili sofrem de inseguranga devido a um apego deficiente tém probabi reagir ao comportamento desfavoravel de um parceiro com mais he mais raiva disfuncional e menos disposicado a perdoar do que as pe experimentam apego seguro. Elas também tém dificuldade para lic conflito interpessoal. As quest6es de apego s4o vitalmente importantes nos relacio familiares. A pesquisa demonstrou que o apego rompido e um familiar negativo inibem as criancas de desenvolver as habilidad frentamento internas e interpessoais necessdrias para se proteg algumas vulnerabilidades e fatores de estresse social (Diamond, e Hogue, 2007). Por isso, a inseguranga devido a dificuldades no vida afeta o quanto os individuos expressam respeito, admiracga dao para com o parceiro. Isso tem um profundo impacto na me de relacionamentos de longo prazo (Gottman, 1994), Markman, Blumberg (1994) postulam que expressar um olhar positivo pelo | um dos quatro valores cruciais do relacionamento, juntamente co promisso, com a intimidade e com o perdao. Evidentemente, se rangas do apego reduzem a qualidade dos relacionamentos do cas: e as dificuldades podem se generalizar para outros subsistemas | e afetar o funcionamento da familia como uma unidade (Paley et Leon e Jacobvitz, 2003), O efeito de transmissdo que segue de filhos pode ser profundo. Processos cognitivos no apego Tal como as emocdes, 08 processos cognitivos também dese: um papel importante no apego, particularmente quando se trata de de apego e de mudangas nos relacionamentos. Young e colaborador discutem a nocao de apego por meio de esquemas iniciais mal-ad Destes, um que se destaca é o dominio da desconexao e da rejeicac eonhecido como esquema do abandono (Young et al., 2003). Os i que mantém esse tipo de esquema esperam constantemente perder ; mais préximas a eles. Temem o abandono, quer através da doence 50 Frank M. Dattilio podem evitar totalmente os relacionamentos intimos na ter sofrimento antecipado de ser deixado por outra pessoa. Young e colaboradores (2003) também acreditam q) abandono esta frequentemente ligado a outros esquemas, ct subjugagao. O individuo acredita que sera abandonado pelo © que este quer. Ja vimos isso anteriormente no exemplo de Nick e Alice. Entaéo, ha um senso de reniincia de si em prol d ponto de o individuo perder a prépria integridade. O abanc frequentemente ligado ao esquema de dependéncia/indepen individuos estao convencidos de que serao incapazes de fun: forem deixados por seu par. O caso que se segue envolve urr desse tipo de esquema. 0 caso de Wilma e Charles Uma mulher de meia idade chamada Wilma era tao dependente do | discutia com ele. Ela era completamente passiva é jamais desafiava ¢ de que ele se desencantasse e a deixasse. Na verdade, em certa oca que Charles mantinha uma relagao extraconjugal com sua secretariz admitiu a leviandade, Wilma lhe implorou que nado a deixasse e até nao se queixaria sobre o relacionamento extraconjugal contanto qui tinuasse casado com ela. As vezes, Wilma até encobria Charles com ninguém soubesse que ele era infiel. Ela lhe prometeu que esse ser queno segredo”. Esse tipo de ligacao patoldgica esta com frequéncia ‘esquema rigido de abandono, que leva uma pessoa a renunciar a sua pr aos seus valores para evitar ficar sozinha. Quando questionada sobre © seu comportamento, Wilma explicou: “E melhor tolerar que Char do.que enfrentar a vida sozinha, Eu nao conseguiria viver sozinha, € ‘sua infidelidade € um prego pequeno a pagar pela seguranga de té- Para Wilma, essa seguranga era essencial para a sua sobrevivéncia. ‘Charles, por sua vez, achava que de certa formase beneficiava de de Wilma porque isso Ihe permitia fazer o que quisesse. No entan também descobriu que os comportamentes dependentes de Wilma cimento e um desestimulo. Manual de terapia cognitiva-comportamental para casais e famili de parte do formato padrao para a reestruturacdéo do esquema te aplica aos esquemas sobre a vulnerabilidade provocada pela prc nos relacionamentos. O medo de perder o proprio senso de identi autonomia pode muitas vezes ser a base dessa resisténcia. Isso a reticéncia de um cOnjuge em se tornar tao proximo e teria a v quest6es de ligacio iniciais na sua vida. A literatura de terapia (Beck, 2002; Young, Klosko e Weishaar, 2003) tem enfatizado que mas mal-adaptativos relacionados A ligagdo e ao vinculo que se vem cedo dentro da familia nuclear tendem a ser os esquemas 1 e mais resistentes 4 mudanga. Esses esquemas sao tipicamente fo pelas experiéncias posteriores da vida. Por isso, qualquer exame riéncias da primeira infancia é importante no entendimento dos 5 de desregulacdo e ligacdo emocional. A formagao inicial de cren gadas sobre ser abandonado ou ineapaz de despertar amor esté da resist@ncia e de um fracasso em se vincular ou expressar em) relacionamentos. O caso que se segue, de Jenna, é um excelente de como um esquema desse tipo se desenvolve. O caso mostra ai as técnicas cognitivo-comportamentais foram implementadas pa questées do relacionamento de Jenna com seu noivo, ¢ também pai, pudessem ser tratadas, Emocionalmente cauterizada: 0 caso de Jenna Jenna, uma mulher de 41 anos, procurou a terapia acompanhada de seu noive 48 anos, porque ela apresentava dificuldade de se envolver com ele emocion Jenna explicou que havia namorado muitos homens ao longo des anos, mas. vera nenhum relacicnamento prolongado. Os relacionamentes duravam apen meses e terminavam porque ela ndo conseguia corresponder a emo¢ao do na A maioria dos homens que namoraram jenna ficou frustrada com ela ¢ em cor cia terminou o relacionamento, queixando-se de que ela era fria e rigida den eles, $6 no Ultimo ano e meio Jenna conheceu Ken, que parecia ser mais { quanto ao seu comportamento e estar apaixonado por ela, apesar da sua rigi na estava muite apaixenada por Ken, mas eles estavam passando por dificulc a a aa me a ee ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, Manual de terapia cognitive-comportamental para casais e famili basicamente sé queriam us4-la para um relacionamento sexual. Essas experién ram com qué Jenna endurecesse ac longo dos anos € aumentasse ainda mais a que a separava de qualquer homem. Desenvolveu o esquema de que nao € importante para os homens senao para satisfazer suas necessidades fisicas. Ess¢ de crenca fez com que ela endurecesse ainda mais e se isolasse de qualquer 6 Mostrei a Jenna que era interessante o fato de ela ter escolhido se consu um terapeuta homem, de idade préxima a do seu pai. Isso era irénico, no se que parecia uma oportunidade para Jenna reavivar um vinculo com uma figure vicariamente através de mim, embora me rejeitasse, e consequentemente a te eu me aproximasse demais dela. Jenna foi muito aberta e honesta comigo so sentimentos, o que interpretei como sendo sua necessidade de retomar o vinc © pai. Ela parecia confiar em mim, particularmente porque tomei o cuidado ¢ a criticar, Foco do tratamento Entre os focos do nosso trabalho juntos estava ajudar Jenna a aprender a se abrir para Ken. A maior parte da terapia se concentrou em sua solicitagao de < a sentir, Jenna com frequéncia dizia: "Eu quero me abrir emocionalmente par mas come posso fazer isso se estou ‘emecionalmente cauterizada’?”. Achei 1 teressante o termo que Jenna usou, “emocionalmente cauterizada”. Certam um terme que a descrevia bem. Ensinar Jenna a ser menos defensiva se to importante desafio na terapia. Trabalhamos muito a sua auséncia de apego con seu medo de confiar nele. Uma das areas que usei como instrument foram as sexuais de Jenna‘com Ken. Quando reuni informagGes com relacao 4 sua in sexual, Jenna me informou que conseguia atingir o orgasmo durante a relaga com Ken. Inforrnou-me que isso nao era problema, era sim algo de que ela Perguntei-Ihe especificamente como ela conseguia se soltar e atingir o orgas se sentir cautelosa e vulneravel. Ela nao conseguiu me explicar como fazia is de dizer que se “concentrava no momento”. Usei isso como uma estrutura tentativa de ajudar Jenna a se soltar e experienciar emogao com Ken. Por ¢ eu a envolvi em varios exercicios comportamentais € cognitivos, em que a f, beradamente se aproximar de Ken ¢ Ihe pedir um abraco, ¢ nesse ponto ai deliberadamente prolongar © abraco. Também fiz Jenna examinar o que ela: fazer isso e identificar os pensamentos especificos que ela tinha sobre vulner ou perda de controle. Durante © primeiro exercicio, Jenna disse que conseguiria concluir a tar nae conseguiria penetrar em seus pensamentos. Ela simplesmente ficava inexp 54 Frank M. Dattilio Ao longo do tempo, fiz Jenna se reexpor durante periodos de ter a encorajei a dizer em voz alta o que sentia, quais eram seus pensam estava sentindo. Tambem a fiz se envolver em varias outras atividade damente chegar atrasada para algumas atividades e ir além de muitos que ela com frequéncia havia imposto a si prépria, como deixar os p pia, para romper seus padres repetidos dé comportamento compu Sessao com a familia de origem Propus convidar 0 pai de Jenna para uma sessao, a fim de que pud relacionamento deles. Pedi sua permissao para entrar em contato co videi para uma sessao conjunta. De inicio, Jenna se irritou diante da suas reservas sobre como a sessao poderia transcorrer, Passamos a’ benefictos potenciais dessa reuniao conjunta, e Jenna finalmente co Surpreendentemente, o pai de Jenna foi muito aberto a comparec que estava estressado ha anos devido ao seu relacionamento defici que gostaria de tentar melhora-lo. Jenna foi muito resistente, mas, aj jamento e apoio de Ken, concordou com o encontro. Inicialmente r Jenna, sua mae e seu pai para discutir a dinamica familiar. A mae de ideia de que, durante anos, ela havia se sentido desconfortavel com de Jenna com o pai e achava bom que eles concordassem em fazer t Conduzi varias sessoes com Jenna € seu pai, George, em que c seu apego e vinculo, O pai de Jenna admitiu a existéncia de um vincu porque ele nunca soubera como se vincular com sua prépria mae. imigrante sérvia rigida, descrita por ele como “desprovida de emoc¢ reu muito jovem, de colapso cardiaco. Por isso, era muito dificil para emogoes até conhecer a mae de Jenna, Embora sua esposa fosse m recesse apoio, George admitia que ele com frequéncia rejeitava su de afeto porque tinha dificuldade de lidar com a emocao intensa, Di isso impactou o relacionamento de George com Jenna e falamos so os dois deixaram de desenvoiver. Esse proceso demorou aproxima mas provou ajudar Jenna significativamente a aprender a se abrir ese na também ficou chocada quando seu pai revelou que ele também | terapia individual. Isso pareceu encoraja-la a trabalhar mais diligente préprias questées. Jenna com frequéncia dizia: “Precisamos apenas cauterizadas para eu poder sentir de nove”. Também discutimes a i parecia “entorpecimento” para Jenna era na verdade seu prdprio is posto come um modo de protecao. Ela com frequéncia acreditava se ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, 56 Frank M. Dattilio nhamos entre os adultos na sua capacidade de regular suas 1999). Por exemplo, Dawson (1994) descobriu em estudos clinicamente deprimidas que a capacidade dos bebés de ex e excitacao fica bastante reduzida, sobretudo se a depress: tende além do primeiro ano de vida. Essas experiéncias pc fundamente a intensidade e 0 equilfbrio geral da ativagio e toda a infancia e se prolongar até a idade adulta. O termo regulagdo emocional se refere 4 capacidade ¢ alterar os varios componentes do processamento emocion: auto-organizacao da mente é de muitas maneiras determin gulagao dos estados emocionais. Por isso, o modo como « rienciar o mundo, como nos relacionamos com as outras pe mos significado na vida dependem do modo como consegu sas emogées. A emogéo reflete fundamentalmente 0 valor qu aos eventos externos e internos e entao direciona a alocaca aten¢ao para promover o processamento dessas representa Intensidade e foco emocional Com frequéncia é nos momentos em que as emogdes s tensas que os individuos parecem experienciar a maior nec entendidos pelos outres — experienciar também os sentimer de vulnerabilidade. Talvez por isso muitos casais e memb1 travasam fisicamente ou se retraem quando percebem que ouvidos. Uma abordagem recentemente desenvolvida conhec focada nas emogdes (TFE) foi introduzida como uma interv (Johnson, 1996, 1998), E uma das poucas terapias de casal trado resultados positivos persistentes ao longo do tempo (. Greenberg e Schindler, 1999). A TFE se concentra na muda de interagao negativos que contribuem para vinculos segu A perspectiva da TFE sobre o estresse no relacionamento reacSes emocionais e em padrées rigidos e autorreforcador ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, Manual de terapia cognitiva-comportamental para casais e famili Secundaria 4 necessidade de identificar as emog6es negativas n namentos é a importancia de determinar as rafzes e a penetracéio de goes. As emoc6es momentaneas que se dissipam e nao corroem profu o curso de um relacionamento sao diferenciadas daquelas que pet mais consistentes e que se mostram debilitantes. Por exemplo, a rait membro da familia sente por outro, seguida pelo desprezo contin exibicdo sarcdstica de comportamentos, pode ser considerada mais f da do que a simples raiva situacional que uma pessoa sente por ot disso, a expressao de algumas emogoes é destrutiva, mesmo que occ pouca frequéncia, se forem associadas a eventos profundos por mu lembrados pela outra pessoa. Por exemplo, uma esposa que ficou zar o marido por ele fazer um comentario sobre seus gastos excessivos contando a varios amigos em um jantar um incidente em que ele nao bom desempenho sexual. Apesar do fato de ambas as raivas terem jantar, o marido continuou a se sentir humilhado diante de seus ami frequéncia levantava a quest&o com a esposa para indicar como ela f Humores positivos versus negativos Tem havide pouca pesquisa na literatura profissional sobre a “humores positivos e negativos” ou sobre a afetividade nos relacionan guns dos primeiros estudos realizados por Watson e Tellegen (1985) questao dos afetos positivos e negativos como emogées fundamentai eas das situagGes, assim como tendéncias gerais ao longo do tempo. Zarrella e Hotz (1989) também estudaram a estabilidade das emocoe periodos de tempo variados, indicando que a afetividade positiva pr maior estabilidade no relacionamento do que a afetividade negative Fincham (1994) também detalharam os afetos positivos e negativo: cionamentos, indicando que os individuos que experimentavam alto: afeto positivo também exibiam um senso melhor de bem-estar e domf quando comparados aqueles com altos niveis de afetividade negatin quentemente, Beach e Fincham (1994) inferiram que os individuos positive reagem mais As situacdes que produzem humores positivos, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, 66 Frank M. Dattilio mente discutido, os tedéricos focados na emocao, como Joh: (1988), propuseram que as emocées estao na raiz do que o: rienciam e que eles podem tender a desenvolver cognicGes : las. Entretanto, os terapeutas cognitivo-comportamentais a nogdo de que os individuos desenvolvem crencas que condu de determinadas emog6es e, particularmente, 4 maneira co Nao éincomum que as mulheres se sintam mais a vontade « para expressar suas emocées e lhes dar importancia (Brize isso, as crengas sobre a maneira como se deve expressar as e relevantes nos relacionamentos. Secundaria a isso esta a c individuos carecerem ou nao da habilidade adequada par emogoes, particularmente se ndo as expressaram no passac entrar em contato com suas emogdes, com o que se estd € momento, e incorporar essas sensagdes internas em uma pode ser uma desvantagem séria para alguns homens. A dificuldade de expressar emocdes de maneira mod apropriades de intensidade e demonstragao, pode també: area de dificuldade para muitos. Observa-se isso com freq duos que exibem indisposigéo para regular sua expressac ticularmente quando est4o zangados e apresentam justific Muitos acham que, se néo demonstrarem suas emogGes de 1 tundente ou direta, adoecerao. Epstein e Baucom (2002) discutiram como os indivic relacionamentos estressados podem ter regulacdo emocior qualquer transtorne de personalidade, particularmente po perienciar raiva em termos dicotémicos: ou seja, sentem demonstrar suas emogGes, como a raiva, de maneira “tudo-c lidar com a regulagao emocional é fundamental. Ha pouce sional com relacao a pesquisa sobre a regulagao emocional : tos estressados, mas existe algum material escrito sobre esti com a regulagao emocional (Heyman é Neidig, 1997). Como anteriormente mencionado, as emogdes so enc ria dos tedricos como integralmente relacionadas as cogni¢: tamentos. Considerar que a cognicao e o comportamento n: ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No, ood SIU] 40) TIL] BUIMAIA INCA Paydes1 JO BUMSIA JO] S{qe|IEAEUN 51 IBY] SBEd B Payseed JaLgla sAey No,

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