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apie ©2005, Ju Bde Vie Dio con pr eet loa Garamond La. Cain Pon 16230 Cep: 22222970 i de ancio~ Beas ‘Tee (2224-9088 mul edeors@pramondcombe Bese CliadisRabim Edn Beince Las Overs cope tiie Greed sabre" Yadine Tani de Pal Hee CaP, Calgeto nefonte (Snes doe Eos de Livot ey, Jt da, 968 Dorcel sete dei do se JB een 1 jn Gen 08, ln biog 05.0396 cop 49 “ai di pm inde dang tae (lee maga 0OR Agradecimentos, ‘Acxcusiva responsabilidad do autor sobre contd dest lv no dere aakaragerosacolabora de na gent, alm do precio respaldo incon dedvens organiza. [Nada dito teins pose sem didlo mantdo com ascentenas de sland USP qe gents dita leds ao Deseahimento Steal do cso de gadango em Ecnomia, FEA) e Dezevolvimentoe [Meio Ambiente (do Programa de ps-graduacio em ciéncia ambiental, PROCAM), slong dosiimscinc anos. Deiscaoe que no podem ter ‘sid seu propostos sem prvi trabalho invenigaivo vilzado plo apoio aun inigneopnizagio que és FAPESPeplambiente de prima pesgui- ‘cenfica quepreraec no Deparment de Eoonomiada FEA-USP Nadesradkrs email etapa a da redsSoinestimaveis ages ‘Sefram Eis pelo conomiaejoraina Thiago Guimarés, plo wcilo- ‘me dowtorindo no Procam Arion Fanart plo agsbnomo edoutor em ‘tc ambiental Eduardo Ehlers. Nao howve srependimentoem lester ‘ub precinashors de abl ces, poi suas obserages fram de (andevala para mchoraraexposgo, cog eros ered mines 8 peoas organiza fea eginrada especial grtdo, mesmo ‘salva jms posam cress plenamentsintensdade down ‘menos dre esimpatin. yew, iégico bindmio. Ou ses: o que exe livo mals pretend & i tir 0 que hi de vilido, stio e objetivo no fascinante ideal de desenvolvimento sustentével, em vex de reforar certs ilusSes que le inevitavelmente difunde, [Nada dito significa, portato, que a nogio tenha pouca uti lidade. Ao contrétio, deve ser entendida como um dos mais gene- rososidesis surgidos no século passado, #6 compativel talvez & ‘bem mais antiga idéia de “jstiga social”. Ambos so valores fun- ‘damentais de nossa époce por exprimitem descoscoltivos enu- ciados pela humanidade, 20 ldo da par, da democeaca, da libet- dade © da igualdade. Ao mesmo tempo, nada stegur que pos sam se, de fato, posiveis erealindves, Sto partes imprescindlveis dda utopia, no methor sentido desta palava. Isto &, compéem a visio de futuro sobre a qual a civilizasio contemporines necesita alicergar suas esperangas. JEN. Parte 1 O que é desenvolvimento sistem es tipos bisicos de reposts & indagaséo “o que & desenvolvimento”, At duss primeira so mais simples, © setio brevementeapresentadas antes de serem destinchadas ‘A mais feqdente€ tatat 0 desenvolvimento como sindnimo de crescimento econémic. Ino simplifies a tarefa de responder & pevgunts, pois dois séculos de pesquisa histércas, tesricas © cemplricas sobre o crescimento econdmico redusiram bastante & smargem de divda sbre esa nogSo, muito embora perstam — © ‘alvertenham até aumentado ~ as dividas sobre os seus pi is determinantes. Este amilgama das dua idias também si plifica bastante a necesidede de se encontrar uma mancra de ‘edie 0 desenvolvimento, pois basta consderar a evolusfo de inicadores bem tradicionais, como, por exemplo, © Produto In| terno Beato per capt ‘A segunds resposta fil & de afirmar que o desenvolvimen- 'o nfo passa de reles iusto, crenga, mito, ou manipulas idolé- i. Aqui, pode até sugir alga difculdade na compreensfo Ao sentido e da Fangio dor mitos nas socedadetcontemporineas © para prdprio avango dar cigncia, questo que continua a dest- "7 far pinisliente or anteopSlgos.S6 que os anlistas que rel mente aderem ata postursfcam automaticamenteisentor de acute o enigma do "derenvlvimento sutentvel”, pois ele nfo pasta de uma nova roupagem da quimera orginal. E é muito Jmportnte anlar que ens duascorentes do eresimento 4 dailudo~ prefrem 2 expresto “desenvolvimento consis” em ver da fm snc, e mais correc, “desenvolvimenes", it, noFando, pens que so simples sindnimos “Muito mais complexo ¢ 0 defo enfrenado por pensadores menos conformistas, que consiste em recwsa essas duas saidas re vie rentarcxplicar que 0 desenvolvimento nada tem de _uimésico aem pode ser amerquinhado como cressimento eco- nimico, Ene “caminho do mei é0 mais desafiador, pois é bem mas dif de ser trad. 0 desenvolvimento come cescimento econbmico Diade que o Programa das NagSes Unidas para 0 Desenvok Vinenw PNUD) Ingou 0 “oie de Desenvolvimento Huma 2" (DH) pra vie 0 wo exclusive da opuncia ecnémica como citi deaf, fou muito exqusio continua ins rma simple idenicaso do deteavolvimento com 0 ccs meno. publi do pincro“Reatio do Deseavlvimen- 10 Hamano’, em 1990, teve 0 claro objetivo de encerar uma ambigidade que se aaa dade o final da 2 Guerra Mandi- al quando 2 promos do desenvolvimento pasion 2 se, 20 do 4 bse pu, a pi ode ser da Orgaizagio das Nex és Unis (ONU) ‘Ait oink dos ans 1960, nose senin muta a neesidade 4 ising deeveleinest de cescmentoeconsico, poi 8 yous ages dernvoidas eam at que se haviam tornado cas 18 pela industranagio. De outo lado, of pases que haviam perma necido subdesenvolvdos eram of pobes, nos quai © proceso de indunilizagio era incipiente ou nem hava comejado. Todas, foram surgindo evidacis de que 0 inensocrescimento econdmi- co ocortido durante a década de 1950 em diverios pales semi indusiaiados(ente os quis 0 Bail) nio s wads necessi- amente em maior acesso de populasSes pobres a bens materss © caus, como ocortea nos patie consideados desenvovidos. A comeser pelo aceso sade 3 educaso, Foi assim que surgi 0 inteno debate ineracional sobre o sentido do veedbulo desen- volimento, Uma contovési que ainda nfo trminou, mas que soffeu um dbvio abalo esarecador desde que a ONU passou a divalgat anualmence um indice de desenvolvimento que nfo se resume & rnda per apts ow A senda por tabalhador ‘Ad final do sdeulo XX, 9 mansaie que server pats tans ir ts novas geragdeso paradigms da citncia condmien com vencional (ou "normal", no dizer de Thomas Khun) tatavam Aespudoradamente desenvolvimento e crescimento econdmico como simples sindnimos. Quando o IDH comesou a te afirmar ‘mundialmente como wm indicador mais razfvel de desenvoli- ‘mento, ocorreram dois tipos de eugSs entre ot autores de textos inrodutdios 3 economia (ou 20s fundamentos de macto e mio, como se diz no jargio prfisiona. ‘A imassignificatva foi simplesmente banie o termo desea- volvimento, como se pode contatar em simples consulta ao ex- celentes glossirios ¢ indices disponiveis no Final dos mais prestigiader mansais, como, por exemplo, os de Gregory Mankiw “Tal aide foi simleines a uma agresivaofensva académica com objetivo de desqulifca todae as dscipinas finda & cha- ‘mada “Economia do Desenvolvimento". Ela no Foam inteira- 9 ‘mente eliminadas dos eurslulor dos cursos de economia, mas ppermanecem apenat tleradas como formages complementaes, 2 exemplo da Sociologia e do Diseito (es vers até da Hist Em resumo, 0 que economista precisa saber & mactoeconomia € microeconomia, duat dscplinas devotadas 20 cescimento eco- rnbmico, ¢ no & ida muito mais ampla de desenvolvimento, Reagio diferente, ma non topo, foi a dos que conseguram citar o exo de ida de desenvolvimento 20 encontrar uma ma neta de conserva como uma espécie de apéndice, Iso ocore principalmente em intodugSes que procuram apresentar ums vi So abrangente das teovias do crescimento econbmico, como o o- ado livo de Charles I. Jones. Logo no ico, quando se prope a ‘expor os dados abjevos sobre o “rescimentoecondmieo ¢ dese volviments", o autor avsn que neste liv «6 wtlizan’ a rnda per capita "em verde enfatiarinformagées como expectatva de vide, rmortalidade infin ov outros indicadores de qualidade de vids” E fornece das justfiativas para tl atcude: a) a rend per capita € ‘um bom indicador do desenvolvimento, porque est altamente conracionada com outro indicadoves de qualidade de vids b) a1 teoras que sero apresentadat no restante do liv foram todas fo muladae em termos de rend per capita. Jones, 2000: 3)- © desenvolvimento come quimera No Brasil, esa ese foi bem difundids pela pubicagio de uma coletinea de artigos do economists ¢ socilogo italiano (mas aque ensina nor Estados Unidas) Giovanni Arighi: A last do deervoleiment. A questi central pata ele & saber vsti postive sigum tipo de mobilidede ascendente na egida hieraguia ds economia aptalista mundial, formada por um pequeno “nicleo cotginico” de pases centeis; uma extensa periferia contendo oF 2» paler mais pobres; € uma “semiperifeia” composta das nagiet {que muitos consideram “emergentet’. Nio & difeil demonstrae _qu sa inridras a8 chances de trnsposigio dos dots “golfos" que separam a pobreza dos periféricas da riqueza modesta dos semiperifrcos, © esta da riquezaoliglequica dor Estados do nd- cleo orginico, Ou sej, embora alguma mobilidade sia posivel, {altamence improvével que o miclea orginico absorva muitos deses pales de semiperifer Para demonstrat a rigides © recorténcia dese “padiio vimoda", Arig usa a dstribuigSo da populagio mundial pelo Produto Nacional Bruto (PNB) per capita no perfodo 1938-1983. [Neste petiodo, foi excepeional qualquer mobilidade ascendente na hierarguia de riqueza da economia capitalists mundial. S30 consideradas excepBes tanto a entrada do Japio e da Iida no nicl orginico, quant a abiotsfo da Cortia do Sul ede Taiwan pel semiperiferia. De resto, pelo crtétio adotado, até 1987 a iia teria entrado ¢ aldo do ncleo oxginico! [fo € robusta a metodologia adotada por Astighi para ten- tar demonstrat ests imposibilidade de mudangsr substantivas a hlerarquia das nagSestipficadas pelo PNB per capita Ble eta- belece uma simples equivincia ene desenvolvimento © rque- 1, reforgando a idéia mais comum entre os economists conven- ions. mais engraado € que 20 critcar os que adotam a “in- dusalizagSo” como equivalente de “desevolvimenta", ele mes- ‘mo se tai com o seguinte rciolni: “a industalnago ¢ geral- ‘mente brcada nfo como um fim em si mesmo, mas como un meio na burea de siqueta, ou de poder ou de bem-esar, ou de ‘uma combinagio dss..” (Arcighi, 1997: 209), Mutatis mutandis 4 tiqueza também pode no set buscada como um fim em si mes- sma, ma como umn meio para obter otras coisas que ele aver a inca nas nogdes de "bervest’, “poder” ou “uma combinasio dio" ‘A essincia da tere que ele defende, referinde-e a contibui- «Ges anterotes de Immanuel Wallerstein, & que o “desenvolvi- mento nee tentid € wma ius” (Arighi, 1997: 217, grifo meu, JEV). Ou sj, no send esto de acimulo de riquees por par- te de um nimero signifieatvo de patses, de modo que tl avango ‘condmico sigifcaria,em algum momento, seu ingreso no n= cleo orga. Se ese Fosse principal sentido da nogio de desen- volviment, ele esaria coberto de rao. Mas ninguém & obtiga: do a acitar tio simpléria definigio do desenvolvimento, Além disso, nfo hd sequer muita Iigica em afrmar que 0 desenvolvi- mento alo pasa de ilusio, porque até aqui foram muito aoe 0: salor dt semiperifria para o centro, Mesmo que se admiise prestuposto de que o desenvolvimento podetia ser sfrido pelo DNB per capte eis consatagio autorzaria, no méximo, a con- lusio de que © proceso de desenvolvimento +4 pode ser muito lento © demorado, Ease debate sera bastante simlificado seo ensaio de Aztighi podeste re tomado como uma sntese das idéins de todos os au- tores que afiemam que o desenvolvimento ¢ impossivl, ius, ou mi, Mas ocore exatamente 0 contréro. Hi argumentagSes bem mais aniculadaee pesuatvas nas obras de pelo menos ts auto- ses dessa cca covrente de pensamento: dois diplomaas, 0 peru- ano Oswaldo de Rivero e 9 iraniano Majid Rahnema, mais sebolar sig Gilbert Rist. Nenhum delescomete o simplismo de usar 0 PNB per capita para mediro desenvolvimento. [Nas palavas de Rivero (2002: 132), sfo os gurus do mi dl desenvolvimento que tém uma viséo quanttaiva do mundo. Tgporam os processos qulitativos histico-cultursis, 0 progreso| 2 nio-linear da sociedade, as abordagens éticas, até prescindem dos impacts ecogicos. Confundem crescimento econémico com 0 desenvolvimento de uma modernidade apitalists que nso exir te nos patses pobres. Com tal perspectiv, eles #6 percebem fend- menos econémicos secundirios, como © erescimento do PIB, © comportamento dar exporeagSer, ou a evolusie do mercado aciondrio, mas nfo reparem nar profundaedisungber qualitatvas crtratursi, culuras, socials ¢ ecolégicae que prenunciam = invibildade dos “quase-Estados-nagio subdesenvolvdos" Virose dupla Nos Estados industalzados, a identidade nacional prece- eu a conslidago da autoridade extatal. A Naso, eflecida aci- rma de tudo no surgimento de wma burguesia © de um mercado de dimensio nacional, foi a bize do Estado moderna. Essa se- aitncis se invert nos pales dicos em desenvolvimento, A auro- fidade polis, ito &, 0 Estado, emergiu desde a independéncia antes que surgse a Nagio. Antecipou-se 20 desenvolvimento de uma verdadcra burgucsia,e de uma economia capitalist na ional uifiadora. Por iso, dz Rivero (2002: 12), oF pretensos Palses em desenvolvimento nasceram do entusiasmo pela live Aeterminagio, mas no da prospridade burguesae do progreso lentifico-tecnolégie. © principal virus que dissemina a invisbilidade econémica 4: grande maioria dos pales “em desenvolvimento” atende pelo ‘nome de miséra centico-tecnolégia. Sempre segundo Rivero, a demands mundial de produtos e servos de alta tecnologia sumensa 15% ao ano, enquanto 2 de matérias-primas nfo chega 208 39 e a de produtos com baixo grau de tansformasio no passa de 496 a0 ano. Eos pesoe tsi das matrie-primas, que jé 2 ace eee eeeeecereea calram para nives inferiores aoe da depresio de 1932, contins- rio a declinar no século XXI. Pior: 0 prego de produtos manu: faturados com baixo ou médio conteido tecnoldgico ~ como tx. cis, roupas, manufsturas de madeira, quimicos, maquindtio ¢ cequipamentos de transportes ~ caltam 1% 20 ano desde 1970, smostrando uma tendéncia pervers semelhante& apresentada pels smatérias-peimas. Quando © virus da misé cientfico-tecnalépics coincide com outto vieus de inviablidade ~ o ds explosio demogréfca urbana, entfo o nfo-desenvolvimenta é “quate inevtivel’, sce centa Rivero (2002: 135). Isto porque as minguadas rceitas que poderio ser geradas no futuro pelos pregosinstveis © poucoren- iveis de minerais, metis, produtos agecols, madsiras, txts € outros produtos pouco intensivos em tecnologia nfo poderio at segurar recursos suficientes para a eriagio de empregos e para a satisfasio das necessidades de populasées que crescem demais nas cidades subdesenvolvidas, A populasio tert dobrado em quase todos os pales que = portam produtos pouco intensivor em tecnologia por volta de 2020, Esta combinagio viral de exportagio de bens com baixo valor agregado © exploséo demogrifica € grande produtora de pobrezs, Se as exportagier nio forem modernizadas com mais tecnologia e se nfo diminuir a natalidade not palss subdesenvol- vidos, a pobreza, que hoje atinge 1,3 bho de pessoas, anges cerca de 3 bilh6es em 2020. Para Rivero, ¢ esta incapacidade de transfer recursos do mercado mundial para crescentes populagies urbanas que impe- de os palses de se deseavolverem. Tende a torné-los Economics ‘Nacionais Invidves (ENIs). Todos os pases chamados “em desen- volvimento” tiveram de sobreviver, por quase todo o século XX. Fy ‘com ajuda internacional, empréstimos oficais¢ financiamentos privados. Sempre caltam na inadimpléncia ou extiveram 3 beira da faléncia. E vio sobrevivendo, por enquanto, grasas a is do especulativo mercado financei- privatizagese eapitas voli ro global ‘A sini salda para os pales vitimas dos efeitos darwini 4a tecnologia ¢ do mercado global é reduzir sua taxa de nas rmentose, 20 mesmo tempo, moderniza sua producto pat |i mais intensiva em tecnologia. Esse proceso vai ser complexo ¢ provavelmence se estenderd por duss décadar, durante as quais seck precisa sobreviver, cvicando terremotor sociopoliticos. Para iso, diz Rivero (2002: 183), € urgente, aleangar um equilbr entte 0 creseimento da populagio e o de recursos vit Alimencos, energie dgua, de modo a ser vidvel pelo menos um ambiente sciopoltico exivel que viailize 9 processo de moder- nizagio. torn: Renda extratégicas (0s patses do entéo chamado Terceito Mundo obtiveram ren- da estratdgea no decorrer da guerra fia, porque as superpotén 48 precsavam conquistar apoio e aliados. A politica de nGo-al nhamento forneceu tends estratdgiea a alguns palses para mano= brarem entie os dos blocos¢ absctem vantagens de ambos. Ou- ‘ta opgto pars umm pals obter renda estracégica naquele periodo foi aporar no tudo ou nada, aliando-re a uma das superpotén: 2s. Tadavia, com o fim da bipolaridade, a maioria dos Estados subdesenvolvidos deitou de possuir o interest estratégico que atrala sjuda e investimentos. A ajuda internacional diminuia ‘muito, ¢ 0 pales pobres no recebem investimentos extrangeisos sigaifictvos. Finalmente ~ e jf no eampo politico =, nfo exisce 25 re uments expec diftrenndo pare ees paes que agora tém de compat em igaldae de condies com ox pases desenval “iden A maoria dos "quse-Exado-nagio" etd em stuagio de bandana eager selesio natural do mercado labal da evolu tect Nese conte, #6 une poucos pales Yem desenvolvimento" conseguem sends enratégies po Seem grandes exportadores depts ou de aliments, dais recursos ea ver mais impor tune dint de explosio do crescimento urbano, Tabém ten tends estos pases loclados em exeitose canis vias ast economia global, Pinialmenteem rorno do esteito de rma, por onde pasa grande pace do petrleo exportado,e de ‘ansr como odo Panam ed Ego, por onde passa bos parte do comésio mundial de mercado, (Com of da gue fi, Unica fonte de renda estratégice ara algae pfs 6 iroscamence,o prigo que sa instabilidade eprens para seus vrnhos vices, Alguns ples ricos prferem ‘uae vinhospobres para evtar sun dereeabilizagio e conter 4 mio, De rex, hd interes em transforma eses pases em “Esadortumpio’ to em tenidios que sirvam para conter orien nde, proven de pes and mat ca eid que ecomenda ~ na visio de Rivero (2002: 215) dei dead ‘ito do desenvolvimento”, abandons 4 ‘esd Eldorado, ear a agenda de rquea das mages el sade ds sobreivncia das mages. Como jé foi dit, le Tun, Potidde anal deve ser esi 0 erscimento sae umes pond de gu, engi alimen- fr ite qu ida at cidades dos pes poby Pini les pobres jaan ‘.Sequnde Rivero, asa meta de euiltio coe 6 ee social independe de idologs epor isi pode result de wm consnso, de “Paco pela Sorvinenci’, eebrido por todos os secre politicos em qualquer pls pobre onde « populaso uiba ra cep dems halaman sintomas de insgurangs hea, cocsgics aliments Embora exes “Pao” posam vir sr difcutads pea fila de percepsfo da clase polls, que nfo sepata no virus de invibildade nem no proceso de slegfo darwinians da lobaliagto eda evolu weznligic, Rivero (2002: 216) ace- die que, que sem que note, ideranas sabato por pce ber que spat que tentam govern exo se torando inv, dia p6s dia, 3 medida que enram no ec mili. Embora nio chgue » propor nada de parecido com exes "Pass de Sobrevivtnid’, 0 dexencanta do diplomats iranian Majd Rahnemacertaments iain a0 desu csega Osada de Rivero. Convidad pel Univesidade da CalfriBerkeley aa minister um cus inilado O mio #reliade do doen solviment, ele aeabou oxganizando ums impresionante coleti- nea de 37 texos que, de vada forma, tendem a clamar pla cmergncia de um nove paradigms chamado provsramente de “pérdsenvolvimeno". Nenhum desc ensioschga perto da | as mundo so ep ibedde clement # um grande ee de een, ea a, Ae esti de ‘heres nan cone deamen oo» pobee ‘ini guru dt pesos ede de ce 3 Fe, herunterladen cate, | ‘eyonniae de verireon monde me opopade «ot. | ‘aed ear ign td eat i, Em | see pr deere vaca etcamerte&| ‘tc dee pli ati cl como, pee Fl, utc de proms pidemisipiy, de um Stee bom pid de anata min le, in| eee pr a mance pede eas HS inde eee gu ly de Hee ree de) % 7 Ra aor comparagéo com os chineses ou indianos. Mas 0 quadro muda 20 longo dos anos. Na China ¢ no Kerala, os homens decididamente superam ‘em sobrevivéncia os afto-americanos do sexo masculino, até as faixas etdrias mais elevadas. Mesmo as mulheres afto-americanas acabam apresentando um padrio de sobrevivéncia nas faixas etdrias ais elevadas semelhante 20 das chinesas, que sio muito mais pobres, e taxas de sobrevivéncia bem mais baixas do que as indi- anas ainda mais pobres do Kerala. Entio, a questo nfo é apenas que os negros americanos sofrem uma privacéo relativa em ter- mos de renda per capita, em contraste com os americanos bran- cos. Também apresentam uma privagio absoluta maior do que a dos indianos do Kerala, que tém baixa renda (tanto homens como mulheres), e que os chineses (no caso dos homens), no aspecto de viver até idades mais avangadas. Coesio social As populagées negras do sexo masculino em determinadas cidades americanas, como Nova York, San Francisco, St. Louis, ou Washington D.C., séo superadas, no quesito sobrevivéncia, pelos habitantes da China ou de Kerala em faixas etérias muito mais baixas. Também sio superadas por muitas outras popula- ‘goes da periferia. Os homens de Bangladesh tém mais chance de viver até depois dos quarenta anos do que os homens afro-ameri- canos do distrito do Harlem na préspera cidade de Nova York. Tudo isso ocorre apesar de os afro-americanos dos Estados Uni- dos serem muitas vezes mais rics. E muito instrutivo examinar 0 padréo temporal de redugio da mortalidade e do aumento da expectativa de vida nas econo- mias industriais avangadas. Na virada para o século XX, a princi- 37 pl economia capitalita de meteado, « Gi-Bretanh, sind apre- sentava uma expecatva de vida mais bans que hoje leans, fem médl, nos pales de basa renda. Mas o tipi sument de longevidade na Gri-Bretnha nfo ocoreu em Hitmo uifoame so longo das décadas do slime século. Or dos pesados de expan io notavelmente rip ocorreram durante as dua gues mt dias, Cada situagio de guerta produziv am maior ‘compartlhamento dos mos de sabrevivéni, como ot sigs de suide e o suprimentolimitado de alimentor, por teio de racionamento e aimentagio subsiiads, Muito embora a dsponibilidade por capita de alimentos t- ths diminuldo sigificativamente na Gri-Bretanha durante Segunda Guerra Mundial, estados auticiosis pormenordor confiemam que or casos de subnutrigio também declinar, abruptamente. E a submutisfo extrema desaparecey quase por completo. Ar taxar de mortlidade também apreentita we ‘queda acentuada (eet, obviamente, pelt mortaldade ude pela prépria guerra). Cola semelhanteocoreu durante a Prime 4 Guetra Mundial. ‘Comparage basadas em contosdecenais evdencam que 3 ‘expansio da cxpectatva de vids foi incompasvelmente mais te pida durance ab duas “décadas de guers, Enquaneo nas outs Akcadas a expecttiva de vida clevou-se moderdamente~ ene tum e quatro anos -, em cada uma das décadas de guce ea sumentou em quise sete anos, E ness dune décadas de pide cexpansdo da expectativa devia, o cresclmento da ends pr ite foi mais en, ‘Claro, pode-se supor que tenbs havido defsagem de uma cada nos efeitos do rescimento do PIB sobre expecta de vida, Mas esa hipétese nfo se suenta depois de outs exes 38 arentor sobre o# possveis process causis. A explicagion mais plausvel, segundo Sen, reside nar mudangar do grau de comparilhamento soil durante at déeadas de guera € os pro- ‘nuncados aumentos do custsio publco de servigos socials nas seas de nuttigio ¢sadde que acompanharam ess mudangas HA muitos estos sobre a condigSe de vida da populagio da- raat os perodos de guera e sua telagio com atcudes so medias publics que elucidam notavelmente esses contrasts. Durante a Primcia Guerta Munda, houve avangoe notivels nat atitudes socisis relacionadas a “compartilhat” © nas poiticas publica destinadas a obter el comparihamento, Também du- ‘ante a Segunda Guerra Mandi, ees madangs comportamental torou aciivel um conjunte de medidas pablices eadicis para 1 dsvbuigo de alimentoreervigos de side. O préprio National Hes Service oi instiuldo durante aqueles anos de guerra ois caminhor ‘Tirando ligSer mais gers dente conjunto de caos espeifi- os, Amartya Sen disingue dois tipos de &xito na redugfo répida «4 moralidde, que denomina respectvaente de process "me- iaos pelo crecimento”e “eondusidos pelo custo pablics” © primeito procaso funciona por meio do crescimento eco- nbmico ripe. Seu éxito depende de © proceso ter uma base amp eabrangence. Uma forte orientagfo para © emprego tem ape! importantisimo, asim como a ulzagio da maior prospe- Fide condmica na expansio dos srvigs soca televantes, pine ‘ipalmente de said, educagio e segurdade socal Em contate, 0 segundo tipo, condurido pelo curtio pe bio, opera por meio de um programa de hdhil manutengso 20- il dos sergne de sade, edagio et, mesmo em siuagbes de » a am SS Jeno recimentaecondmico, com ocactes na Gib Brean mas das décads de gue. Mat o aor cham senso par outs tuts exemplos, que considers ou mai sigifcatvo: Si Lanka, China pe-reforma e Kerala. Ape de bssvinos nis dere. ds, seus habitants apresocam nes deexpecativa de vida mene samente mas clevados do que poplagSes muito mass, como 2 do Bra, Afi do Sule Namib, em menconar 0 Gabo, Como at vatingSe na expectativ de vida relations ad ‘ers oportunidads soci qe fo cent ~ com a polis cpidemiolipcs, sevigos de ade, fidades clusions =, 0 desenvolvimento no pode sercompreendido por vise cencradas apenas ma tend for eat, Os conan sina pone tados tm uma rlevinciaconsideivel para a plc de dese ‘olviment, ao evelatem a imporcaca do segundo igo de po- cesta, 0 condusido pela custcio pblico ‘A objesso mais comm a ee dpo de ric € psi ade de se conseguic Fnanciamento. Como & que um ple pobre contrac moe para cst ti seria? Pare Amaya Se, ot uma boa pergunta que encontr uma os epost na conamia dos cuscos reaivs. A vsblidade dese proce condsid pelo curteio public reside no fito de que o sevigos schisms le vantes~ como of de sade e de educto Mia ~ lo aanene tralia portant, slaivarente brstos em eno 1 pobres as quis oF slice so baioe. Uma economia pore pode ter menor dinheito para despender em sevgs de sede ¢ ducago, mas tambon precisa gstar menos dein pus frne- cet os mesos servos, que em pales fos cua mito mis E brio que o proceso medio pelo crescents tem um sande vancagem em elagio ¥ su aleratv, de condo plo csc pblico.Prncipalmente porque hi muitas ous priv 40 es lém da monte prematurs, « morbider acntuada ou © anal- [beim E esa outs privagies como vestiremorar de modo adeqindo, por exemplo~ so muito diceamente vinculadas 208 Inios nis de ends, Dect € melhor tr tend alta ¢ grande Iongevidade do que apenas esta ulima. E perigoso, poranto, far xgeradamenteconvencido apenas plas exaiticas sobre expecta de ida outros indcadores bcos da qualidade de vid. Merce elebrado prec ser exdado 0 Fito deo eta- do do Kel er aleangado cleadisimos nics de expetativa de vid, bata fcundidade e ato vel de alfabetiagto,apesar de se bata alvel de cenda per eapize. No entanto, pecmancce a ‘quedo: porque Kerala no consegu aproveitar seus ditor no campo scale ceva também sour nice de tend, 0 que te toad oxo mais completo? Ou sj, Kerala nfo serve de “mo- dl" Nao dvi que otto conduzido pelo case pblico permanece menor em temos de tealizagfo do que 0 &xito medi peo creximento, no qual © asmento da opuléncia ea melho= 1 da qualidade de vida tendem a andar juntos. Enurctato, of catos em que 0 suceio foi condusido pelo aseo pli também indica que um pais nfo precisa espe ‘a plo longo peiodo de crexcimento econdmice que o levaré a ‘et muito rico anes de angarse ma efpida expansio da educagio bia cdot sevigos de ade. A qualidade de vida pode ser mui 10 methorada, a despeito dos buios niveis de tends, mediance tum programa adequado de swig scsi. © fro de a educagio ‘os senigos de side também serem produtivos pars 0 aumento 4 cescimento econdmico comobora o argumento em favor de dave mais afte a eas disposi et socias nas economias po- bres, scm ter de eaperar “ca cco” primeir, 4a Pe Sy ————_—"~—S ss afin, 0 proceso ondurido pelo custclo pibico € wma seca pn pid asi de ua qualidade de Vide melhor. rercn gande inpornca para as plas pablias, mas tam- to penance um xt aumento pata pasarse da a re inte mais ample, qi inluem 0 crescimento econsmico ea ‘eto i carceisicas sins da qualidade de vida, Ceeximents ¢ dssibugio de renda Quando se admite que o desenvolvimento io se resume a0 aumento da renda pr eapita, € muito comum que imediatamen- te ms iia de que o problema fundamental, entio, & o da Aisibuigi de renda. It que © desenvolvimento poderia ser faclmente dfinido pela combinagdo do crescimento com a die trbuigfo de ends nfliamente a questio nfo é to simples, 2 rmahor mancira de apresntila € fazer um breve tetospecto do Ashatecientfico sobre o tems. A primeira contibuigio signficativa sobre esa ragio sur sv em cilebte conferénca presdencial proferida por Simon ‘Kumnes (1901-1985) ao congyeso da associagSo dos economis tas americans de 1954, epublicada no ano seguinte na American Eeonomie Review. claro que no foi por iso que ele depois rce- bie 0 Premio Nebel de Economia, em 1971, mat sim por ter sido 0 “pai do PIB". No principio da década de 1930, quando "inguém anda tabalhava em contabilidade nacional, foi ele quem comegou a dathe os contonos,definindo com rigor “produts"s “rendiment” ¢ “despes’, o que absiu o caminho para 0 atgo ‘campo de invesigagio das contas nacionas. Mas é claro que @ Prtmio Nobel sjudon muito na aestago e difusio daquilo que ficou conhcido como “curva de Kuznets” ou “eurva do "U' invet- ‘oT robe a redagéo enue erercimento © dstbuigio. 2 [Na citada conferénci, Kurnets procurou mostrar que a8 evi- ncias disponiveis fasiam pensar que a desigualdade de renda tendia a aumentar na fase inci da industrializagio de um pals ‘ocortendo 0 inverso em fase posterior, quando esse pals estivesse dcserwolvido. Foi css a base cientifen daquea famosa pardbola aque insisia na necessdade de que primeito o bolo crescesse para aque depois fosse reparido. “Tadavia, nfo foi ess a intengdo de Kuznets quando langou sua id sobre ests hipotticatendéncia secular da distrbuigio| de renda, Ao conttiro, ele foi extemamente prudente quando dlscutn as possiveisimplieagSes de sua proposicgo bisica, esal- tando inclusive o perigo de re supor que todos or patees percorre- iam necesaiamente o mesmo caminho para 0 desenvolvimen- to, Sua principal intenglo foi a de formula 2 hipétese que as evidéncias disponives apontavam como a mais plausvl Inflzmente, © problema estivajustamente na precasledade «ds evidéncias dsponives em 1954 sobre a evolugio da diett- Inigo de rend, mesmo no resttto grupo dos paises indutrali- tados. Quem se det 20 trabalho de ler © texto publicado na American Bronomic Review de massa de 1955, no poderi deat de se perguntar como ¢ possvel que tal hipdtese tenha gerado lum consento tio largo e to duradouto na comunidade dos per ‘windores cm economia. AS Gnicar razoives bates de dados se ‘fefam ao Estados Unidor ea Reino Unido, Além deas, Kuznets ‘spun de boas etatsicas sobre a Prista e Soxdnia, mas eat ‘lo confirmavam as tendéncias americanase brtinieas, pois tic nha havido reconcentrasdo de renda na Alemanha no perfodo Posterior & Primeira Guetsa Mundial. E para fever a comparagio| ‘som os ples perifricos, 38 dispunba de bons dados para fai (1949-50), Ceitio (1950) e Porto Rio (1948), % rr, ee Mudanga de contenso ‘Apesar da hipétese de Kuznets sobre uma tendéada de lon- { prazo na forma deU invertid" terse apoiado em bas emplrica ‘io modest, ela fi eansmitida a vris geagSes de economists como se forse uma lito séria como ada grsvidade, aver devi 4 razdes politica e idsoldgica que fizestem as pestoas se apegar a casa iia, mas também porque quase todas os textes fitos pars ‘asosisolados pareciam confirmar 2 hipétcee de Kuanes. A igo, cls 15 foi realmente colocada em xeque quarenta anos depo ‘quando © Banco Mundial rerminow a montagem de uma base de dados envolvendo 108 economitsnacionais durante quato dae das. Bssencalmente porque mostou a inesstncia de um nico padrio histérico de evolusio da distribuigio de renda. A pati da divalgasio dessa base de dador nas piginas da The World Bent Feonomic Review pelos pesquisadores Klaus Deininger & Lyn Squire (1996), 0 velho consenso apoiado na hipécese de Kuznets parece estar sondo substiculde por outro: de que a etututs da disrbuigo de rends é extremamente persintente, ja qual for 0 crescimento econfimico. Ino &, que nio rita nada fer para stenuae a concentragio de senda, independente do que se poss fazor pelo crescimento, Desde a Segunda Guerra Muna, o ces imento variow muito entre of pats, 20 paso que a disibugéo| de renda quate nio mudou em termos comparativos Isto nfo quer dizer que tenha desaparecido a controvésia, sobre ar possiveis vantagens ou desvantagens que poderiam ser proporcionadss 20 préprio cresimento por uma melhor dst- Dug da rqueza eda senda. Hi modelos que sugerem, por exer plo, que o crescimento impulsionado por um determinado stor da economia #6 pode er durivel e ot beneflios do surto ini forem distibuidos de mancirasuficientemente homogines part “ ne permits expanio eo aprofundamento dos mercado. Tanto rms rive a crecimento seria o pf da demands quanto ines deigul foe diibuigo de end. COutoe modelos germ que o crtcimento sek tanto me- sor guano maior for + desiguldade de tends ¢ de rquers no pals Ma a evdtncias emplrca que podeiam confirma tis concise sinda so insfciente pcs que posm abalar 0 con- sea sobre «enor rigder dat extruras de distibuigio de tena bende do pedo prbmederne deerme np tate eara sobre o toma tornouse bem acesrvel no Brasil gras 2 stig taduridere pblicador por Teilo (2000, Memo asim, 0 Fando Monetiio Internacional (FMI) pro: roves des importantes encontos sobre 0 tema (em 1995 « em 1988), exjor trablhos foram edtador por Vito Tana e colegas (0998, 2000). A principal intengfo dos dois eventos era dic 4 religo ene dribigio de rend ¢cescmento com 0 objet ve deans, como, cl podts sr melhorada pets poliicas conics: Ma et bre prescupasi foi subvertida peo prin-

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