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MICHELLE VANESSA CAMPAGNER

Manejo de serpentes em cativeiro:


manejo clínico-sanitário e avaliação da
microbiota

Botucatu

2011
MICHELLE VANESSA CAMPAGNER

Manejo de serpentes em cative iro: mane jo


clínico-sanitário e av aliação da microbiota

Tese apr esentada ao programa de Pós-Gr aduaç ão em


Doenças Tr opicais da Fac uldade de Medicina de
Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Julio de
Mesquita Filho” para obtenç ão do título de Doutor em
Doenças Tr opic ais .

Or ientador: Pr ofess or Doutor Benedito Barrav iera

Co- orientador : Pr ofessor Doutor Rui Seabr a Ferr eira Junior

Botuc atu

2011
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO DE AQUIS. E TRAT. DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMP US DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESP ONSÁVEL: ROSEMEIRE APARECIDA VICENTE
Campagner, Michelle Vanessa.
Manejo de serpent es em cat iveiro: manejo clínico-sanit ário e avaliação
da microbiot a / Michelle Vanessa Campagner. - Bot ucat u, 2011

T ese (doutorado) - Faculdade de Medicina de Bot ucat u, Universidade


Est adual Paulist a, 2011
Orientador: Benedit o Barraviera
Co-orient ador: Rui Seabra Ferreira Junior
Capes: 40100006

1. Cobra. 2. Microbiologia. 3. Animais selvagens em cativeiro.

Palavras-chave: Cat iveiro; Manejo; Microbiologia; Serpent es.


A m inha m ãe Fátima pelo am or e por não m edir esforços
em investir em minha educação

Aos meus queridos irmãos N etto e Stephanie “Teté” pelo


carinho e amizade

A minha am ada so brinha Sara h por trazer tanta


alegria a m inha vida

Ao homem da m inha vida, Yuri Alencar Marques, pelo


seu am or, paciência e com panheirism o, dedico a você a

finalização im portante de um a etapa em m inha vida.


AGRADECIMEN TOS

As serpentes, ani mais ma ravilhosos que me fascina m.

A minha fa mília, por ser meu ponto de retorno e partida a ca da novo


desafio.

Ao Prof. Dr. Benedi to Ba rraviera, por ac reditar na minha capa cidade


e permi tir a realização desse estudo.

Ao Prof. Dr. Rui Sea bra Ferreira Junior pela co-orientaçã o e pela s
sugestões na realização desse estudo.

A Prof. Dra. Sa ndra de Moraes Gimenez Bosco, pelo apoio, dedicação,


amiza de, competência e por suas contri buições pa ra o a pri mora mento deste
estudo.

Ao Prof. Dr. Edua rdo Bagagli, pelo uso da s instalações do la boratório,


pela pa rticipação na ba nca de qualificação e defesa , e pela s i mportantes
sugestões para realização e finalizaçã o desse estudo.

Ao Prof. Dr. Hélio La ngoni pela pa rticipação e importantes sugestões


na Banca de Qualificação.

A Prof. Dra. Maria de Lourdes Ri bei ro de Souza Cunha pelo uso da s


insta lações do la bora tório, e pela s i mportantes sugestões na s análises dos
anti biogramas.

Aos técnicos do IB Isalti no e Pedro, pela amiza de, carinho e apoio na s


análises mic robiológicas e na elabora ção dos “infindáveis” meios de cultura.

Ao pessoal do la boratório de Micologia: Thales, Assi s, Tâmara ,


“Juliana s”, Ga briel, Ariane e La yla.

Ao pessoal do labora tório da Prof. Lurdinha, em especial ao Marquinho


e Ma riana.
Aos meus eternos melhores a migos Tatiana e Fá bio, por ta ntos a nos
de amiza de e companhei rismo. Mesmo longe, vocês contri buíram
grandemente para a rea lização desse projeto.

A meti culosa jov em pesquisa dora Daniela Fossa to pela fantástica


ajuda na organização e c orreção do manusc rito.

Aos gra ndes apri morandos, ex-apri morandos e ex -pós-graduandos


Rena to (Bolão), Roberta, Tiago, Priscila e Bruno, meus especiais
agra deci mentos pela a miza de, ajuda e dedicação na manutenção da área
técnica.

Aos meus companheiros de CEVAP Vinícius, Vivian, Isabel, Renato


(Zoo), Gustavo, Airton e Luciana.

Aos estagiá rios Luana, Camila, Augusto, Flávia, Milene, La rissa , Pedro ,
Jennifer e todos que passara m pelo CEVAP durante a rea lização desse
trabalho. Um agradeci mento especial a estagiá ria Bruna , pela ajuda em
toda s a s coleta s.

Um agradeci mento especial a Na tália Bi scola, por ser minha


companheira de c ongresso e pela ajuda na etapa final desse processo.

Um agra decimento especial ao meu querido amigo Edua rdo Saa d pela
ajuda em todas as coleta s e por comparti lha r das minha s alegrias e
angústia s.

A todos os funcionários do C EVAP, Ma rquinho, Selma , Juliana,


Granieri, “Dona ” Dirce, S heila, “Seu” Antônio, S érgio, Joã o, Paulo, Keila e em
especial a Marli pela ajuda e companheirismo.

As funcionária s do Departamento de Doença s Tropicais, Michelle,


Francielle e Maya ra. Um agra decimento especial a Solange Sa ko Cagliari
pela a tenção e soc orro nas hora s difíceis.

E a todos aqueles que forma direta ou indireta contri buiu pa ra o êxito


desse traba lho.
Eu tenho um a espécie de dever,

dever de sonhar, de sonhar sempre,

pois sendo m ais do que um espetác ulo de mim m esmo,

eu tenho q ue ter o melhor espetáculo que posso.

E, assim , m e construo a o uro e sedas,

em salas supostas, invento palco,

cenário pa ra viver o meu so nho

entre luzes bra ndas e

m úsicas invisíveis.

- Fernando Pessoa -
RESUM O GERAL

O Centr o de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos ( CEVAP) foi criado


em 1989 por um grupo de pesquisadores da Univ ers idade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho – UNESP, com a finalidade de pr omover a pesquis a
básic a, aplic ada e tecnológica das peç onhas ofídicas. Ess e estudo teve c omo
objetivo elaborar uma propos ta para a implantação de um pr ograma de
manutenção em cativ eiro mais efic iente, visando à sobr evida das serpentes e a
independência de animais pr ovenientes da natur ez a. Para tanto, foi necess ár ia
a construção de um sistema de c adastr o de s erpentes, a avaliaç ão da infra
estr utura e manejo utilizados, e a análise microbiológic a de cada regime
adotado. Foi observado que o Banc o de Dados on line poss ib ilita a or ganização
dos dados e permite a ras treabilidade da peç onha. O c ativeir o intensivo apesar
de pr oporcionar facilidade na vistor ia dos animais necessita de modificaç ões na
infra estr utura e manejo. No cativ eiro s emi-ex tens ivo, foi observado que as
instalações facilitam o manejo dos animais, nec ess itando apenas de
adequaç ões nos aquecedores . No biotér io de roedor es são necessár ias
divers as mudanças estr uturais , contr ole de temperatur a, umidade, tratamento
da ração, mar avalha e água oferecida aos animais. Na anális e microbiológica,
não foi observ ada diferença na freqüência de bactér ias entre as espécies, mas
ocorr er am difer enç as entre os diferentes regimes de c ativ eir o utiliz ados, com
destaque para o cativ eiro intens iv o. O is olamento de potencial patógenos nas
amos tras das s erpentes estudadas apesar de não s er s inônimo de doença, foi
cons ider ado importante no proc esso de avaliaç ão do tipo de manejo utiliz ado,
cons ider ando as numeros as condições estr essantes proporcionadas pelo
ambiente do c ativ eir o e o c ar áter oportunis ta dess es agentes. Os r esult ados
suger em que o tipo de manejo adotado influencia na contaminaç ão do
ambiente utilizado pelos animais. A pesar de o sistema intens ivo ser o método
tradic ionalmente utiliz ado na manutenç ão de of ídios destinados a pr odução de
peçonha, o sis tema s emi-ex tens ivo pode ser mais apropriado para es te fim.

Palavras-chav e: s erpentes, manejo, cativeiro, microbiologia

xi
GENERAL ABSTRACT

The Center for the Study of Venoms and V enomous Animals ( CEVA P) w as
founded in 1989 by a gr oup of researc hers from the Sao Paulo State University
– UNES P, w ith the objective of pr omoting basic, applied, and tec hnological
researc h of snake venoms. The pur pos e of the pres ent study w as to dev elop a
implementation pr ogr am propos al for a more efficient captiv ity maintenance,
aiming to extend the s nakes ’ life ex pectancy and the independence of animals
brought from the w ild. Ther efore, it w as necess ary to build a s nake r egistry
system, an infrastr uctur e and handling procedures ev aluation, as w ell as a
microbiological pr ofile ev alu ation of each c aptivity environment adopted. It w as
observed that an on line data bank allow s arrangement of the data as w ell as
the tr ac eability of the venom. Although intens ive c aptivity enables easy c hec k of
the animal, it demands modifications in the infrastructure and handling. In s emi-
extensiv e c aptiv ity it w as obs erv ed that the facilities meet all the str ucture and
safety r equirements in addition to making the animals’ handling eas ier . In the
rodents ’ the biotery, s everal structural changes are needed bes ides
temperatur e and humidity control, feed tr eatment, saw dust and w ater. In the
microbiological analys is , it w as obs erved a differenc e in the frequency of
bacteria betw een the species, but also betw een the dis tinct c aptivity
envir onments used, w ith special remar k to the intensiv e c aptiv ity . Ev en though
the pres ence of pathogens does not mean il lness , the isolation of potential
pathogens in the s nakes ’ s amples analyz ed w as considered impor tant in the
evaluation proc ess of the ty pe of handling us ed, considering the numer ous
stress in g c ondit ions pr omoted by the captiv ity environment and the
opportunistic char acter of thes e agents . Results suggest that the type of
captiv ity adopted influences in the contamination of the env ir onment used by
the animals . Even though the intensive system is the method tradit ionally used
in maintain ing s nakes for the pr oduction of venom, the semi- extens ive system
can be mor e appr opr iate for this purpos e.

Key w ords: snakes, handling, captivity, microbiology

xii
LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1. Fic ha de informaç ões do Banco de Dados on line


12
par a cadas tro de s er pentes...................................
Figura 2.2. Nú mer o de r egistros de s erpentes peçonhentas
cadastr adas no Banco de Dados de Janeiro de 14
2004 e Janeiro de 2009.........................................
Figura 2.3. Pr ocedência das 786 s er pentes c adastradas no
15
Banc o de Dados....................................................
Figura 2.4. Ambientes de c oleta r egis trados par a Caudisona
16
durissa terrifica.......................................................
Figura 2.5. Ambientes de c oleta r egis trados par a Bothr opoides
16
jarar aca..................................................................
Figura 2.6. Ambientes de c oleta r egis trados par a Bothr opoides
17
pauloensis..............................................................
Figura 2.7. Ambientes de c oleta r egis trados par a Rhinocerophis
17
alter natus...............................................................
Figura 2.8. Ambientes de c oleta r egis trados par a Bothr ops
18
mooj eni..................................................................
Figura 2.9. Distr ibuição s az onal dos viper ídeos c adas trados
19
entre 2004 e 2009..................................................
Figuras 3.1A- B. Estrutur a do Serpentário Intens ivo do CEVA P 38
Figuras 3.2A- B. Estr utura do Ser pentár io semi-ex tensivo do
39
CEVAP...................................................................
Figuras 3.3A- B. Estrutur a do Biotério de roedor es do CEVAP.. 40
Figuras 3.4A- B. Manipulaç ão de s er pentes peçonhentas......... 41
Figuras 3.5A- B. Sala de triagem do CEVAP.............................. 42
Figuras 3.6A- B. Coleta de dados biométr icos das s er pentes
43
recém-c hegadas....................................................
Figuras 3.7 A- B. Manejo realiz ado no Serpentário Intensivo..... 44
Figura 3.8A- B. Manejo realiz ado no Ser pentár io Semi-
46
extens iv o................................................................
Figuras 3.9A- B. Metodologia de extração utiliz ada no CEVAP 48
Figura 3.10 Microchip utiliz ado para marcação indiv idual das
49
serpentes.............................................................
Figuras 3.11A-C. Roedores mantidos no Biotér io do CEVAP... 50
Figuras 3.12A-B. Pedilúvios utiliz ado no manejo sanitário........ 52
Figuras 3.13A-B. Agente f ís ic o (vass oura de fogo) utilizado no
53
manejo sanit ário do Serpentário Semi-ex tens ivo..
Figuras 4.1A- B. Espécies de s erpentes env olv idas na anális e
85
microbiológica........................................................
Figuras 4.2A- B. Ser pentes com lesões s ugestiv as de micose 87
Figuras 4.3A- B. Cole ta das amostr as da cavidade oral e
88
cloacal....................................................................
Figuras 4.4A- B. Coleta das amos tras de esc amas .................... 89
Figura 4.5 Coleta de peç onha de Bothropoi des jar araca........... 90
Figura 4.6 Percentagem de bactérias isoladas nos diferentes
100
grupos estudados ..................................................
Figura 4.7 Análise comparativa da freqüência de bactér ias
101
isoladas nos difer entes grupos de estudo.............
Figura 4.8 Anális e comparativ a entr e a freqüência de
bac tér ias is oladas nas amostr as e o regime de 104
cativeir o..................................................................
Figura 4.9 Análise comparativa da freqüência de bactér ias
isoladas nas difer entes amostras 105
analisadas ..............................................................
Figura 4.10 Anális e comparativ a entr e a freqüênc ia de
bac tér ias is oladas nas amostr as e a es pécie de 105
serpente analis ada.................................................
Figura 4.11 Análise comparativa da freqüênc ia de bactér ias 106
isoladas em amostr as de Bothr opoides
jarar aca..................................................................
Figura 4.12 Análise comparativa da freqüênc ia de bactér ias
isoladas em amos tras de Caudisona durissa 107
terrifica...................................................................
Figura 4.13 Anális e comparativ a entr e a freqüênc ia de
bac tér ias isoladas e o tipo de cativeiro utilizado 107
pela serpente Bothropoides jar araca.....................
Figura 4.14 Anális e comparativ a entr e a freqüênc ia de
bac tér ias isoladas e o tipo de cativeiro utilizado 108
pela serpente Caudisona durissa terrifica..............
Figura 4.15 Análise comparativa da freqüênc ia de bactér ias
isoladas em amostras de s erpentes r ecém- 109
captur adas .............................................................
Figura 4.16 Análise comparativa da freqüênc ia de bactér ias
isoladas em amostr as de s erpentes mantidas em 109
cativeir o intens iv o..................................................
Figura 4.17 Análise comparativa da freqüênc ia de bactér ias
isoladas em amostr as de s erpentes mantidas em 110
cativeir o s emi- extensivo.........................................
Figura 4.18 Teste F 2 ( qui- quadrado) dos res ultados “s ens ív el”
(S), “ inter mediár io”( I) e “resistente”( R) dos
115
resultados obtidos frente aos 12 antimicr obianos
testados .................................................................
2
Figura 4.19 Teste F ( qui- quadrado) dos res ultados “s ens ív el”
(S), “ inter mediár io”( I) e “resistente”( R) dos 116
isolados dos difer entes grupos analis ados ............
2
Figura 4.20 Teste F ( qui- quadrado) dos res ultados “s ens ív el”
(S), “ inter mediár io”( I) e “resistente”( R) dos 117
isolados nos difer entes r egimes de cativeiro.........
Figura 4.21 Anális e da compar aç ão entre os r esultados
“sensível” ( S), obtidos frente aos 12
antimicr obianos testados....................................... 118

Figura 4.22 Anális e da compar aç ão entre os r esultados


“inter mediário” ( I), obtidos frente aos 12 119
antimicr obianos testados.......................................
Figura 4.23 Anális e da compar aç ão entre os r esultados
“resistente” ( R) , obtidos frente aos 12 119
antimicr obianos testados.......................................
Figuras 4.24 A- E Macromorfologia dos isolados de
121
Trichos poron s p em esc amas de s erpentes..........
Figuras 4.25 A- F Car acter ísticas morfológicas de
Trichos poron sp em A gar Saboraud- Dextrose 122
(SA B).....................................................................
Figura 4.26 Eletrofor es e em gel de agar ose 1,5% do pr oduto
da extr ação de DNA genômic o bruto de cinco 124
isolados de Trichosporon s p..................................
Figura 4.27 Eletrofor es e em gel de agar ose 1,5% do pr oduto
da amplificação do material genético das
125
amostras de Trichospor on sp is olados em
escamas de s erpentes...........................................
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1. Espéc ies de s er pentes cadas tradas no Banc o de Dados


13
entre Janeir o de 2004 e Dez embro de 2009........................
Tabela 2.2. Distr ibuição da freqüência absoluta (n) e relativa (%) das
serpentes cadastradas no Banc o de Dados entre Janeiro 14
de 2004 e Dez embr o de 2009..............................................
Tabela 2.3. Fr equência de machos e f êmeas de s erpentes r egistradas
19
durante o período de estudo................................................
Tabela 2.4. Média e mediana da s obr evida das s erpentes peç onhentas
20
(n=308) mantidas no CEVAP no per íodo de 2004 a 2009
Tabela 4.1. Gr upos de estudo de Bothropoides j arar aca.......................... 86
Tabela 4.2. Gr upos de estudo de Caudisona durissa terrifica.................. 86
Tabela 4.3. Es pécies de ser pentes c om lesões sugestiv as de mic ose
87
inc luídas no ex per imento micr obiológico..............................
Tabela 4.4. Distribuiç ão das freqüênc ias abs oluta ( n) e relativ a (%) das
bactér ias is oladas nos dif er entes gr upos de s erpentes 99
estudados.............................................................................
Tabela 4.5. Distribuiç ão das freqüênc ias abs oluta ( n) e relativ a (%) das
amos tras is ola das nos difer entes grupos de estudo (G1 a 102
G6)........................................................................................
Tabela 4.6. Distribuiç ão das freqüênc ias abs oluta ( n) e relativ a (%) das
bactér ias isoladas nas dif er entes amostr as dos grupos 102
estudados.............................................................................
Tabela 4.7. Distribuiç ão das freqüênc ias abs oluta ( n) e relativ a (%) das
103
bactér ias isoladas nas diferentes amos tras analis adas.......
Tabela 4.8. Perfil de s ensibilidade (%) dos 129 microor ganismos
isolados da cavidade oral e peç onha dos difer entes grupos 112
estudados.............................................................................
Tabela 4.9. Perfil de r es istência (%) dos 129 microorganis mos is olados
da c av idade oral e peçonha dos difer entes grupos 113
estudados.............................................................................
Tabela 4.10. Perfil de sens ibilidade intermediária (%) dos 129 114
microor ganis mos isolados da cavidade oral e peç onha dos
difer entes grupos estudados ................................................
Tabela 4.11. Amostr as utilizadas para identificaç ão molec ular pelo
123
seqüenc iamento de r DNA ....................................................
Tabela 4.12. Quantificação do produto de extr ação analisado em
124
espectr ofotômetro NanoVue®..............................................
Tabela 4.13. Identificação, espécie de ser pente, númer o de acesso no
126
Gene Bank e homologia dos cinc o isolados s eqüenc iados
SUM ÁRIO

RESUMO GERAL xi

GENERAL ABSTRACT xii

CAPÍTULO 1: Introdução Geral 1


RESUMO 2
1.0 INTRODUÇÃO 3
1.2 OBJETIVO 5
1.2.1 Objetiv os específ icos 5
1.3 REFERÊNCIA S 6

CAPÍTULO 2: Elaboração de um sistem a de cadastro de serpentes –


08
Banco de Dados on line.
RESUMO 09
2.1 INTRODUÇÃO 10
2.2 OBJETIVO 11
2.3 MATERIAL E MÉTODOS 11
2.3.1 Banco de Dados on line 11
2.3.2 A nálise es tatístic a 12
2.4 RESULTADOS 13
2.4.1 Espécies 13
2.4.2 Procedênc ia 15
2.4.3 A mbiente de coleta 15
2.4.4 Sazonalidade 18
2.4.5 Sexo 19
2.4.6 Sobr ev ida e óbitos 20
2.5 DIS CUSSÃ O 21
2.6 REFERÊNCIA S 26
CAPÍTULO 3: Avaliação da Infra estrutura e m anejo 31
RESUMO 32
3.1 INTRODUÇÃO 33
3.2 OBJETIVOS 34
3.3 MATERIAL E MÉTODOS 34
3.3.1 Avaliação da Infra estrutura do CEVAP 34
3.3.2 Manejo dos Serpentár ios e Biotér ios de r oedores do CEVA P 34
3.3.3 Rec urs os Humanos 35
3.4 RESULTADOS 36
3.4.1 Infra estrutura 36
3.4.1.1 Sala de tr iagem 36
3.4.1.2 Quarentenário 36
3.4.1.3 Serpentário Intens iv o 37
3.4.1.4 Serpentário Semi-ex tens ivo 38
3.4.1.5 Bio tério de roedor es 39
3.4.2 Rec urs os Humanos 40
3.4.3 Manejo dos Serpentár ios 41
3.4.3.1 Material usado no manejo das s erpentes 41
3.4.3.2 Triagem 41
3.4.3.3 Quarentenário 42
3.4.3.4 Serpentário Intens iv o 44
3.4.3.5 Serpentário Semi-ex tens ivo 45
3.4.3.6 A li mentação das s erpentes 46
3.4.3.7 Rotina de extração de peçonha 47
3.4.3.8 Microc hipagem dos animais 49
3.4.4 Manejo do biotér io de roedor es 49
3.4.5 Manejo sanitário 51
3.4.5.1 Higienizaç ão do material utilizado no manejo das s erpentes 51
3.4.5.2 Pedilúv ios 52
3.4.5.3 Higienizaç ão do Quar entenário e Ser pentário Intens iv o 52
3.4.5.4 Higienizaç ão do Ser pentár io Semi- extensivo 53
3.4.5.5 Higienizaç ão do Biotério de r oedor es 53
3.4.5.6 Higieniz aç ão das caixas pr ovenientes do Serpentário Intens iv o e 54
Biotér io de roedor es
3.4.6 Desc arte do lix o 54
3.4.6.1 Material proveniente das ativ idades v eterinár ias 54
3.4.6.2 Mater ial prov eniente das camas de roedor es e c aix as das
54
serpentes
3.4.5.3 Carc aç a de animais 56
3.5 DISCUSSÃ O 56
3.6 REFERÊNCIA S 75

CAPÍTULO 4: Análise microbiológica dos diferentes regim es de


81
cativeiro adot ados pelo CEVAP
RESUMO 83
4.1 INTRODUÇÃO 84
4.2 OBJETIVOS 84
4.3 MATERIAL E MÉTODOS 84
4.3.1 A nimais 84
4.3.2 Grupos de estudo 85
4.3.3 A nimais com lesões s ugestiv as de mic os e 86
4.3.4 Coleta das amostr as para anális e microbiológic a 87
4.3.4.1 Cav idade oral e c loac al 88
4.3.4.2 Esc amas 88
4.3.4.3 Peçonha 89
4.3.5 Process amento micr obiológico 90
4.3.5.1 Identif ic aç ão bacter iológica 91
4.3.5.2 A ntibiograma 91
4.3.5.3 Identif ic aç ão mic ológica 92
4.3.5.3.1 Car acterís ticas macr omorfológicas ( Colônia gigante) 93
4.3.5.3.2 Car acterís ticas micr omorfológic as (Microcultivo) 93
4.3.5.3 Identif ic aç ão molecular pelo sequenc iamento de rDNA 93
4.3.5.3.1 Extração do DNA genômico 93
4.3.5.3.2 A mplific ação do DNA 95
4.3.5.3.3 Pur ificaç ão do DNA 96
4.3.5.3.4 Sequenciamento do DNA 96
4.3.5.3.4 Anális e das sequênc ias 97
4.3.6 A nálise es tatístic a 97
4.4 RESULTADOS 98
4.4.1 A nálise bacter iológic a 98
4.4.1.1 Grupos de estudo 98
4.4.1.2 A mostr as 101
4.4.1.3 Espécies de serpentes 105
4.4.1.4 Regimes de c ativ eir o 108
4.4.2 A ntibiograma 110
4.4.3 A nálise mic ológica 120
4.4.3.1 Macromorfologia 120
4.4.3.2 Micromorfologia 122
4.4.3.3 Identif ic aç ão molecular pelo seqüenc iamento de rDNA 123
4.4.3.3.1 Extr aç ão do DNA genômic o 123
4.4.3.3.2 Amplific ação do DNA 125
4.4.3.3.3 Sequenciamento do DNA 126
4.5 DISCUSSÃ O 127
4.6 REFERÊNCIA S 148

CAPÍTULO 5: CONCL USÕES E SUGESTÕES 163

ANEXOS 166
INTRODUÇÃO GERAL
CAPÍTULO 1
1
Introdução G era l
Michelle Vanessa Cam pagner

RESUM O

Os v iper ídeos repr esentam o gr upo de s erpentes mais importante par a


a saúde públic a, sendo causador es da maioria e dos mais grav es acidentes
ofídicos registrados. Além da pr odução do sor o antiofídico, as peçonhas
ofídicas têm sido utilizadas par a a eluc idaç ão de proc ess os biológicos
complexos, na elaboração de novas ferramentas de uso terapêutico, pr odução
de nov os fár mac os e imunobiológicos. O CEVA P ( Centr o de Estudos de
Venenos e A nimais Peçonhentos) foi criado em 1989 por um gr upo de
pesquis ador es da Universidade Estadual Paulis ta Júlio de Mes quita Filho –
UNESP, c om a finali dade de promover a pesquisa básica, aplic ada e
tecnológica das peç onhas ofídicas . No iníc io a estr utura er a c onstituída de
apenas uma quar entena, um pequeno biotério de roedores e quatro baias . No
final de 2005 os pesquis ador es do CEVAP iniciar am a ocupaç ão da nova Sede
no c ampus Lageado e a estr utura do ser pentár io conta atualmente com
Recepção e Quarentenár ios, Ser pentár ios Intensiv o e Semi-extensiv o e
Biotér io de Roedor es. O plantel de ser pentes do CEVA P é for mado atualmente
por c erca de 500 animais doados pela Polícia Flor estal, Corpo de Bombeir os,
Polícia Militar, Vigilânc ia Sanitár ia e faz endeir os da r egião de Botuc atu. Dev ido
ao declínio no r ec ebimento das serpentes, o Setor de Her petologia do CEVAP
perc ebeu a necess idade de estudos na ár ea de manutenç ão em cativeiro, com
a finalidade de buscar a auto-sufic iênc ia. O objetiv o dess e es tudo foi elaborar
uma propos ta par a a implantação de um pr ogr ama de manutenção em cativ eiro
mais eficiente. Para tanto, foi necessário avaliar os difer entes r egimes de
cativeir os adotados pelo Centr o, além de apontar os pr oblemas env olv idos na
infra estr utura e manejo utiliz ados, c om a finalidade de aumentar o bem- estar e
sobr evida dos animais e melhorar a qualidade e quantidade de peçonha
produzida.

Palavras-chav e: s erpentes, cativ eiro, CEVAP

2
Introdução G era l
Michelle Vanessa Cam pagner

1 INTRO DUÇÃO

O Brasil possui uma riquíss ima ofidiofauna, c om 371 espécies divididas


1
em 76 gêner os e 10 famílias . Apesar dos esforços de tradicionais instituiç ões
e es pecialis tas no ass unto, muitas es pécies dessa fauna são ainda mal
conhecidas ou pouco estudadas 2.

Recentemente foi s uger id a alter aç ão dos gêneros dos princ ipais


viper ídeos causador es de ac identes no Bras il. As Cr otalus, popular mente
1, 4
conhecidas como cascav éis , atualmente são referidas como Caudis ona . As
Bothrops, r epresentadas pelas urutus, caiç ac as, jar arac as e jararacas- do-r abo-
branc o, atualmente são c onhecidas como Rhinocer ophis alternatus, Bothr ops
1 ,4
mooj eni, Bothropoides jar araca e Bothropoides pauloensis . Nesse es tudo foi
cons ider ada a nov a nomenclatur a.

Os v iper ídeos repres entam o gr upo mais importante par a a saúde


públic a, sendo causadores da maior ia e dos mais gr aves acidentes ofídicos
5
registrados . Em 2008 no Bras il foram notificados 26.905 ac identes , sendo o
“grupo Bothrops” ( Bothrops, Bothr opoi des e Rhinocer ophis) responsáv el por
73,5% das notificações, s eguido do gênero Caudisona ( 7,5%), Lachesis (3%) e
Micrurus ( 0,7%). As ser pentes cons ider adas não peç onhentas foram
responsáveis por 3,5% dos ac identes e 11,8% dos casos não foram
identific ados 5 .

As peçonhas of ídic as são misturas heter ogêneas complexas contendo


proteínas que correspondem de 90 a 95% do pes o seco do veneno, muitas das
6
quais com ativ idades enzimáticas . Além disso, podem conter peptídeos,
carboidr atos, lipídeos , aminas biogênicas e componentes inor gânicos c omo
sódio, c álcio, potáss io, magnésio e pequenas quantidades de metais c omo
7-1 0
ferro, zinco, cobalto, manganês e níquel .

Além da pr odução do sor o antiof ídic o, as peç onhas ofídicas têm sido
utiliz adas para a eluc idação de process os biológicos complex os, na elabor ação
3
Introdução G era l
Michelle Vanessa Cam pagner

de novas ferr amentas de uso terapêutic o, pr oduç ão de novos fármacos e


11-17
imunobiológicos .

O CEVA P ( Centro de Estudos de Venenos e Animais Peç onhentos) foi


criado em 1989 por um gr upo de pesquisadores da Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mes quita Filho – UNES P, com a finalidade de pr omov er a
18
pesquis a básic a, aplic ada e tecnológica das peçonhas ofídicas . Para tanto,

foi necessár ia a implantação de um pr ograma de manutenç ão de ser pentes em


cativeir o par a a obtenç ão de matéria-prima. No início a estrutur a era c onstituída
de apenas uma quar entena, um pequeno biotério de roedores e quatr o baias.

No final de 2005 os pes quis ador es do CEVA P inic iaram a ocupação da


2
nova Sede Administr ativ a e de Pes quis a com cerca de 2.000 m de área
2
cons truída dentro da área de 15.323,65 m doada pela Faculdade de Ciênc ias
Agronômicas, na Faz enda Ex per imental Lageado, Campus de Botuc atu. A
estr utura do s erpentár io conta atualmente com Recepção e Quar entenários,
Serpentários Intens iv o e Semi- extensiv o e Biotér io de Roedor es.

O plantel de s erpentes do CEVAP é for mado atualmente por c erca de


500 animais doados pela Polícia Florestal, Corpo de Bombeir os, Polícia Militar,
Vigilânc ia Sanitária e faz endeir os da r egião de Botucatu. Cabe ressaltar que
não s ão r ealizadas campanhas para captur a dos animais.

O númer o de s erpentes doadas ao CEVA P diminui a cada ano. Devido a


esse dec línio no r ecebimento das s erpentes, o Setor de Herpetologia percebeu
a necessidade de estudos na ár ea de manutenção em c ativeir o, com a
finalidade de buscar a auto-s uficiência.

O objetiv o desse estudo foi elabor ar uma proposta par a a implantação


de um programa de manutenç ão em cativeiro mais efic iente. Para tanto, foi
necessário av aliar os diferentes r egimes de cativeiros adotados pelo Centro,
além de apontar os pr oblemas envolv idos na infra estr utura e manejo
utiliz ados, com a finalidade de aumentar o bem-estar e sobr evida dos animais e
melhorar a qualidade e quantidade de peç onha produzida.
4
Introdução G era l
Michelle Vanessa Cam pagner

1.2 OBJ ETIVO GERAL

Avaliar a infra estr utura, o manejo e comparar a microbiota de serpentes


peçonhentas mantidas em difer entes r egimes de cativ eiro no Centro de
Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da UNES P – CEVA P, Campus de
Botucatu.

1.2.1 Objetivos específ icos

x Elaborar um sis tema de c adastr o de ser pentes por meio de um Banc o de


Dados online;

x Descr ev er a es trutura fís ica do s erpentário e propor melhor ias nas s uas
instalações;

x Avaliar o manejo das s erpentes peç onhentas mantidas em diferentes


regimes de cativeiro;

x Identific ar e comparar a micr obiota bac ter iana e lev eduriforme pres ente
nas esc amas , cav idade cloacal, cav idade or al e peç onha de
Bothropoides jararaca e Caudisona durissa terrifica r ecém captur adas, e
aquelas mantidas em diferentes regimes de c ativeir o;

x Identific ar por seqüenciamento de r DNA a microbiota lev edur if or me


pres ente nas amostr as de esc amas, cav idade or al, cloacal e peçonha
das ser pentes mantidas em dif er entes regimes de c ativ eiro;

x Avaliar a s usceptibilidade “in v itro” das bac térias is oladas da cavidade


oral e peçonha frente a difer entes antimicrobianos;

x Suger ir melhorias no manejo das s erpentes mantidas em c ativ eiro.

5
Introdução G era l
Michelle Vanessa Cam pagner

1.3 REFERÊNCIAS*

1. Bérnils RS. Brazilian reptiles - lis t of species. Soc iedade Br asileir a de


Herpetologia 2010. [Ac esso em 21 Set 2010]. Disponív el em
http://www.sbherpetologia.or g.br/checklist/r epteis .htm.
2. Melgarejo A R. Ser pentes peçonhentas do Br asil. Em: Car dos o JLC,
Fr ança FOS, Wen FH, Málaque CMS, Haddad Junior V. Animais
peçonhentos no Br as il. Biologia, clínic a e terapêutic a dos acidentes. São
Paulo: Sav ier. p. 33-61.
3. Hoser R. A r ec lass ific ation of the Rattlesnakes: s pecies former ly
exclusively r eferred to the gener a Cr otalus and Sistr urus . A us J Herpetol.
2009;6:1-21.
4. Fenw ick AM, Gutberlet RL, Evans JA, Par kinson CL. Mor phologic al and
molec ular evidenc e for phylogeny and c lass ific atio n of South Amer ican
pitvipers, gener a Bothrops, Bothriopsis, and Bothr ocophias ( Ser pentes:
Viper idae). Zoo J Linn Soc. 2009;156:671- 40.
5. Ministér io da Saúde ( Bras il). Secr etaria de Vigilâ ncia em Saúde,
Departamento de Vigilânc ia e Epidemiologia. Guia de v igilância
epidemiológica. Acidentes por animais peç onhentos. 2008. p. 5-6.
6. Henr iques OB, Fichman M, Ber aldo WT. Bradykinin-r eleasing factor from
Bothrops jarar aca v enom. Natur e. 1960;187:414-5.
7. Devi A. The protein and nonpr otein c onstituints of snake v enoms. In:
Bucher l W, Buc kley E, Deulofen V, editors. V enomous Animals and their
Venoms. New York: Academic Press; 1971. p.129-31.
8. Bieber A l. Metal and nonprotein c ons tituents in s nake v enom. In: Lee
CY, editor. Snake v enoms . Berlim: Spr inger; 1979. p 295-306.
9. Bjarnson JB, Fox JW. Hemorrhagic tox ins from snake venoms . J Toxicol
Toxin Rev. 1988;7:121-9.

* Segundo normas de Vancouv er: “Unif orm R equiriments f or Manuscripts to Biomedical


Journals” (International C omitte of Medical Journals Editors, 2008. http:// www.ic mje.org) e por
deliberação do Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropic ais da Fac uldade de
Medicina de Botuc atu – UNESP.
6
Introdução G era l
Michelle Vanessa Cam pagner

10. Laporta- Ferreir a IL, Santos MAS. Compar ative analysis of inorganic
elements in v enoms from three subs pec ies of Cr otalus durissus from
Br azil J Nat Toxin. 1997;6 Suppl 1:103-10.
11. Wen FH. Soroterapia. In: Cardoso JLC, Fr ança FOS, Wen FF, Málaque
CMS, Haddad V Jr, editor es. Animais Peçonhentos no Bras il. São Paulo:
Sarvier; 2003. p. 380- 93.
12. Tibballs J, Suther land S, Kerr S. Studies on austr alian snake v enoms .
Part 1: The haemody namic effects of br ow n snake (Pseudonaja) spec ies
in the dog. A naesth Intens iv e Care. 1989;17( 4):466- 9.
13. Ménez A. Functional architectures of animal tox ins: a clue to drug
design? Tox icon. 1998;36(11):1557-72.
14. Deluca M, Ward CM, Ohmori K, Andr ew s RK, Berndt MC. Jararhagin
and jaracetin: novel snake venom inhibitors of the integr in c ollagen
Receptor, Į2ȕ1. Biochem Biophys Res Commun. 1995; 206(2) :570-6.
15. Koh DCI, Armugam A, Jey aseelan K. Snake venom components and
their applic atio ns in biomedic ine. Cell Mol Lif e Sc i. 2006; 63( 24):3030-41.
16. Bustillo S, Leiva LC, Merino L, Ac osta O, Bal de Kier Joffé E, Gorodner
JO. Antimicrobial ac tiv ity of Bothrops alter natus v enom from the
Northeast of Argentin e. Rev Latin A m Microbiol. 2008; 50(3- 4):79-82.
17. Juan FC, Thomaz ini IA, Gianin i MJ M, Viter bo F, Toscano E, Mor aes RA ,
Barravieira B. Reparation of peripheral nerv es w ith fibr in glue pr epared
from snake venom. Pr eliminary res ults. Sao Paulo Med J. 1995;113( 5):
1000-2.
18. Barr avier a B. O inter ior do Estado de São Paulo na his tór ia dos animais
peçonhentos. Em: Venenos. Aspectos clínicos e ter apêutic os dos
acidentes por animais peç onhentos. São Paulo: EPUB; 1999. p.3- 6.

7
B anco de Dados
Michelle Vanessa Cam pagner

Elaboração de um sistema de cadastro


de serpentes – Banco de dados on line
CAPÍTULO 2 8
B anco de Dados
Michelle Vanessa Cam pagner

RESUM O

Um banc o de dados bio lógic o tem como pr incipal objetivo integr ar e cons ultar
os elementos res ultantes de pesquisas de um projeto biológico de for ma
otimiz ada. O objetivo desse estudo foi elabor ar um s istema de cadastro par a as
serpentes mantidas no CEVAP, possibilitando o ar mazenamento, or ganização,
eficiência e rapidez na distr ibuição e c ons ulta de dados. Par a a c ons trução do
banc o de dados online foi utilizado o Sistema Relacional SQL Serv er e a
linguagem ASP. O banc o de dados foi baseado nas infor mações sobr e a
espéc ie , pr ocedência e dados biométr icos das serpentes. For am inc luídas 786
serpentes, sendo a Caudisona durissa terrific a a es pécie mais abundante
(n=594). As serpentes regis tradas foram pr ovenientes pr inc ipalmente da cidade
de Botuc atu, poss ivelmente dev ido à loc aliz ação do CEVAP. O ambiente de
coleta mais r egistr ado par a a gr ande maior ia dos v iper ídeos foi pastagem,
prov avelmente dev id o aos tipos de hábitat ocupados por ess as espéc ies. Os
meses de Março a Maio apr esentar am maior númer o de registros de ser pentes
corroborando o pico de atividade da maior ia dos v iper ídeos tr opicais. Nos
primeiros 12 meses de c ativeir o oc orr eu alta mortalidade entre as es péc ies de
Micrurus spp e B. jararac uss u, prov avelmente dev ido à s índrome da má
adaptação em c ativeiro. O cativ eiro intens iv o foi respons áv el pelo maior
número de óbitos entr e C. d. terrifica, s uger indo que a ausênc ia de gradientes
de temper atura, priv ação de banhos de sol e o manejo constante ex põe as
serpentes a permanente es tress e cr ônic o, aumentando a mor talidade dos
animais nesse sistema. Recordes de longevidade foram observ ados em
Bothrops moojeni e Bothropoides jar arac a. Apesar dos animais que ocupam
áreas abertas apr esentarem maior toler ânc ia as alter ações ambientais , a
umidade mantida no s erpentário intensiv o merec e ser reavaliada, pois par ece
favorecer a longevidade de s erpentes enc ontr adas em áreas mais flor estadas.

Palavras-chav e: banc o de dados online, serpentes, c ativ eir o

9
B anco de Dados
Michelle Vanessa Cam pagner

2.1 INTRODUÇÃO

A bioinfor mática envolv e as pectos multidisc iplinar es, intimamente


ligados ao c onhecimento biológico, fundamentais no momento atual em que as
pesquis as r essaltam o s eu v alor e utilidade par a a Ciência 1. Suas aplicaç ões
são variadas, seja no diagnós tic o de doença, desenv olv imento de novos
fármacos , ou análise dos dados originados de genomas s eqüenc iados, a partir
1-6
da utiliz ação de algor itmos para as seqüências de DNA .

A cresc ente aplicaç ão da tecnologia de informaç ão nas c iênc ias


biológic as c onduz a uma mudança fundamental na maneir a como a pesquis a
1
biológic a é realiz ada . A tendência, portanto, é armazenar infor maç ões
1-2
biológic as br utas de todos os tipos em banco de dados .

Normal mente nas coleções biológic as, sejam museus, herbár ios, bancos
de germoplasma e ser pentár ios, as infor mações fic am armaz enadas em fic has
e liv ros de r egis tro e geralmente repres entam um recurs o subutilizado devido a
2-6
dificuldades par a a sua recuper ação de for ma efic ie nte .

Em estudos realizados na ár ea de toxinologia, os dados biológic os das


serpentes s ão extremamente importantes devido à difer ença na c ompos iç ão e
7
atividade das peç onhas ofídicas . Essas difer enças s ão r elatadas por vár ios
8-11 12-1 4
autor es e pode ser observada em nív eis ontogenétic o , s exual ,
15 ,16 1 3,1 6,1 7
geográfic o , in ter e intraespecíf ico e pode s er influenciada pelo tempo
18, 19
decorrido entr e uma extração de peçonha e a imediatamente anterior .

Portanto, o objetiv o dess e estudo foi elabor ar um s is tema de cadastr o


para as ser pentes mantidas no CEVA P, poss ib ilitando o ar maz enamento,
organização, eficiência e rapidez na distribuição e consulta de dados. Dessa
maneira, foi poss ív el que a peçonha produz ida foss e r astr eada, viabiliz ando a
disponibiliz ação de venenos certific ados, com gar antia de or ig em e qualidade.

10
B anco de Dados
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2.2 OBJ ETIVO

O presente capítulo teve como objetiv o elabor ar um sis tema de cadastr o


de s erpentes por meio de um banco de dados online, c om a finali dade de
organizar sistematicamente as informações sobre as serpentes mantidas no
Centr o de Estudos de Venenos e A nimais Peçonhentos – CEVAP.

2.3 M ATERIAL E M ÉTODOS

2.3.1 Banco de Dados online

Foi c ons truído um sis tema de c adas tro de ser pentes por meio de um
Banc o de Dados a fim de poss ibilitar maior controle de recebimento e óbitos
dos animais mantidos nos difer entes s etores do CEVAP.

Para a constr ução do Banco de Dados online, foi utilizado o Sistema


Ger enciador de Banco de Dados Relacional SQL Server . A criação do banc o e
suas tabelas foram efetuadas por meio da linguagem ASP. A empresa Vis ual
Infor mática foi res pons áv el pela elabor ação do banc o de dados.

O Banco de Dados foi baseado nas infor maç ões contidas nas Fic has de
Registr os utilizadas no pr ocesso de cadastr amento dos animais. Foram
cons ider adas as informações relacionadas à es péc ie, procedênc ia, dados
biométr icos , data de rec ebimento e coleta, infor maç ões sobr e o coletor e
ambiente de coleta (Figur a 2.1).

O sistema foi alimentado diariamente com as infor maç ões contidas no


livro de Regis tr o de Ser pentes que deram entr ada no Ser pentár io no per íodo
de Janeir o de 2004 a Dez embro de 2009.

11
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Figura 2.1. Ficha de Informaçõe s d o Banco de Dado s online


para cadast ro d as serpente s.

2.3.2 Análise estatística

Os dados cadastr ados no Banc o de Dados foram analisados utilizando-


se tabelas de freqüência absoluta (n) e percentual (%), anális e de v ariância
(A NOVA) e tes te “t” de Student.

12
B anco de Dados
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2.4 RESULTADOS

2.4.1 Espécies

No período de es tudo, foram incluídas 786 ser pentes dis tribuídas em


duas famílias e oito espécies ( Tabela 2.1) . O ano de 2004 foi r esponsáv el pelo
maior númer o de r egistr os para todos os v ip erídeos analisados. No per íodo de
estudo, a Caudisona durissa terrifica foi a espécie mais abundante (n=594),
seguida de Bothr opoi des jar araca ( n=100). A serpente Micr urus cor allinus foi
responsável por um únic o r egis tro e a Bothrops jararac ussu por somente dois
registros (Tabela 2.2).

Ta bela 2. 1. E spé cie s de se rpente s cada stradas no Banco de


Dado s ent re Janeiro de 2004 e Dezembro de 2009.

Família Espécie N %
Viperidae Bothropoides jar ar aca 100 12,72
Bothropoides pauloensis 50 6,36
Rhi noc erophis alter natus 18 2,3
Bothrops jarar acussu 2 0,25
Bothrops moojeni 16 2
Caudisona durissa terrifica 594 75,6
Elapidae Micrurus c orallinus 1 0,12
Micrurus lemniscatus 5 0,65
TOTAL 786 100

N: número de animais; %: perc ent agem em relação ao número t otal de


animais

13
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Tabela 2.2. Di stribuição da f requência ab soluta (n) e relativa (%) das e spé cie sde
serp ente s cada strada s no Ban co de Dado s ent re Janeiro de 2 004 e De zembro de
2009.

Espécies 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total


n 30 23 16 10 11 10 100
Bothropoides jararaca
% 30 23 16 10 11 10 12,72
n 12 12 8 6 8 4 50
Bothropoides pauloensis
% 24 24 16 12 16 8 6,36
n 1 0 0 0 0 1 2
Bothrops jararacussu
% 50 0 0 0 0 50 0,25
n 5 5 3 1 1 1 16
Bothrops moojeni
% 31,25 31,25 18,75 6,25 6,25 6,25 2,03
n 134 123 95 100 63 79 594
Caudisona durissa terrifica
% 22,55 20,7 16 16,85 10,6 13,3 75,57
n 0 0 1 0 0 0 1
M icrurus corallinus
% 0 0 100 0 0 0 0,14
n 0 0 1 1 1 2 5
M icrurus lemniscatus
% 0 0 20 20 20 40 0,64
n 6 5 1 3 1 2 18
Rhinocerophis alternatus
% 33,33 27,8 5,55 16,66 5,55 11,11 2,29
n: f reqüência absoluta; %: f reqüênc ia perc entual

Foi obs ervado ao longo do per íodo de estudo, um dec línio anual no
número de registros par a todos os viper ídeos analisados, com des taque para
Bothropoides jar ar aca e Caudis ona durissa terrific a ( Figura 2.2) .

200
180
160
140
120 Número de Reg istro s
100 Número de Reg istro s - C.d. terrif ica
80 Número de Reg istro s - B.jararaca
60 Linear (Número de Reg istro s)
40
20
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Figura 2.2. Número de regi stros de serpentes p eçonhe nta s cada stradas no Banco
de Dad os de Janeiro de 2004 a Dezembro d e 2009.

14
B anco de Dados
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2.4.2 Procedência

As serpentes r egistradas for am pr ovenientes de 39 c idades do interior


do Estado de São Paulo ( Figur a 2.3). A cidade de Botucatu foi a mais
expr ess iva no envio, com 279 ser pentes , seguida pela cidade de Bofete com
89 e Par dinho c om 77 ser pentes , r espectiv amente.

300

250

200

150

100

50

Figura 2.3. Pro cedência das 786 serpente s cada st radas no Banco de
Dado s.

2.4.3 Am biente de coleta

Foram c ons ider ados 300 apontamentos c om infor maç ões relacionadas
ao ambiente de coleta das serpentes. Para a espécie Caudisona durissa
terrifica, foram analis ados 236 r egistr os de ambientes de coleta, sendo ár eas
de pasto ( 24,58%) e euc alipto (14%) os mais registrados ( Figura 2.4). Para
Bothropoides jarar ac a foram considerados 31 regis tros , sendo ár eas de pasto
(25,8%) e pomar (16,13%) os mais abundantes ( Figura 2.5) .

15
B anco de Dados
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Figura 2.4. Pe rcentagem do s am biente s de coleta re gistrad o s para


Caudisona durissa terrifica.

Figura 2.5. Percentagem do s am bientes de coleta regist rado s para


Bothropoides ja rara ca.

Foram analisados 17 r egistros para Bothr opoides paul oensis, sendo


áreas de pasto (35%) e entulho ( 23,53%) os ambientes mais freqüentes ( Figura
2.6). Par a as s erpentes Rhinocerophis alternatus, dos nove registr os de
ambientes de c oleta analis ados, ár eas de pasto (44,45%), paiol e res idência

16
B anco de Dados
Michelle Vanessa Cam pagner

(ambos com 22,22%) foram os mais freqüentes ( Figura 2.7) . Dos quatro
registros de ambiente de c oleta cons ider ados par a Bothr ops moojeni, foram
encontr adas ár eas de paiol (50%), eucalipto e res idência (ambos com 25%)
(Figur a 2.8).

Figura 2.6. Pe rcentagem dos ambiente s de coleta regi stra dos pa ra


Bothropoides pauloen sis.

Figura 2.7. Percentagem dos am biente s de coleta re gi strad os pa ra


Rhinocerophis alternatu s.

17
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Michelle Vanessa Cam pagner

Figura 2.8. Pe rcentagem dos am bientes de coleta regi strados para Both rop s
moo jeni.

Para serpentes do gênero Micrurus, os registros de ambiente de coleta


são r efer entes a áreas de mata. Não foram obtidos registros de ambiente de
coleta para ser pentes B. j arar ac ussu.

2.4.4 Sazonalidade

Os mes es de Març o, A br il e Maio for am r espons áveis pelo maior númer o


de r egis tros de serpentes pertencentes á família Viperidae (Figur a 2.9). Os
elapídeos foram registr ados em Fever eiro ( n=2), Março ( n=1), Abr il ( n=1) e
Maio (n=2).

18
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100 Bothro poides j araraca


90 Bothro poides p auloensis
80 Rhino cerop his al ternatus
70 Bothro ps jararacussu
60 Bothro ps moojeni
Caudi son a duri ssa terri fica
50
40
30
20
10
0

Figura 2.9. Distribuição sazonal do s viperídeos cada st rado s entre Jan eiro de
2004 e Dezem bro de 2009.

2.4.5 Sexo

No período de estudo, as fêmeas foram r es ponsáveis por 404 (51,4%)


dos r egistr os e os mac hos por 382 registros ( 48,6%) ( Tabela 2.3). O teste “t de
Student” e análise de variância (A NOVA) mostr aram que não houve difer ença
estatisticamente significativa entre o número de r egistros de machos e fêmeas
de todas as es péc ies de ser pentes ( Figur a 1 e Tabela 1 - Anex o III).

Ta bela 2.3. Frequência de m achos e fêmeas de serpente s


regi st rada s dura nte o pe ríodo d e e studo.

E spécie 1 Ƃ 1 ƃ Total
Bothropoides jararaca 55 45 100
Bothropoides pauloensis 30 20 50
Rhinocerophis alternatus 11 7 18
Bothrops jararacussu 2 0 2
Bothrops moojeni 8 8 16
Caudisona durissa terrifica 293 301 594
Micrurus corallinus 1 0 1
Micrurus lemniscatus 4 1 5
Total 404 382 786
N (Ƃ): número de fêmeas; N (ƃ): número de m achos

19
B anco de Dados
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2.4.6 Sobrevida e óbitos

Foram analisados 308 regis tros r efer entes aos óbitos das serpentes
peçonhentas mantidas em cativ eiro in tens ivo no CEVA P no período de Janeiro
de 2004 a Dezembr o de 2009. Foram c ons ider adas s omente as fichas com
datas de rec ebimento e óbito contendo dia, mês e ano. A média e a mediana
da sobr evida das ser pentes analisadas estão descritas na Tabela 2.4.

Ta bela 2.4. M édia e mediana da sob revida das se rpent es pe çonhent a s


(n=30 8) m antida s no CEVAP no pe ríodo de 2004 a 20 09.

Serpente N=308 Média (dias) Mediana (dias)


Bothropoides jararaca 48 674,37 375
Bothropoides pauloensis 30 541 345
Bothrops jararacussu 2 75 75
Bothrops moojeni 10 891 1020
Caudisona durissa terrifica 199 538,94 360
Micrurus lemniscatus 5 180 180
Rhinocerophis alternatus 14 486,43 255
N: núm ero de anim ais registrados.

Nos pr imeir os 12 meses de c ativ eir o foram obs erv ados 52,22% de
mortalidade par a C. d. terrific a, 51,02% para B. j arar ac a, 40% par a B. m ooj eni,
53,33% par a B. paul oensis e 78,57% para R. alternatus. Foi observado que
100% das ser pentes do gênero Micrur us vêm a óbito em um período de s eis
meses.

Foi analisado o númer o de óbitos ( n=212) que ocorrer am entre 2007 e


2009 par a C. d. terrific a mantida em c ativ eir o indiv idual e c oletiv o. Os testes “t
de Student” e ANOVA (análise de var iância) mostr ar am que houve difer ença
estatisticamente significativa entre o numer o de óbitos , sendo mais freqüente
em c ativeir o in tens ivo (Figur a 2.11 e Tabela 2 - A nex o III).

Não foi poss ív el a anális e do número de óbitos par a as demais


serpentes devido ao baix o número de dados existentes .
20
B anco de Dados
Michelle Vanessa Cam pagner

2.5 DISCUSSÃO

Um banc o de dados é um conjunto de registr os dis postos em estrutur a


regular e pode ser c onsiderada uma c oleç ão de dados inter-relacionados,
estr uturados e pr ojetados para supr ir as nec essidades de um gr upo es pec íf ic o
de aplic aç ões e usuár ios 1. Um banco de dados organiz a e estrutura as
1
infor maç ões de modo a facilitar consultas e atualiz aç ões de dados . A
organização s istemática dos dados depos itados no s istema criado para
cadastr o de s erpentes do CEVA P aperfeiçoou a prec is ão das buscas de
infor maç ões , tor nando-as disponív eis de forma imediata.

A preponderância da es pécie Caudisona durissa terrifica nos registros


do pr esente es tudo reflete sua predominância na entrada no Ser pentár io e seu
20
padr ão de atividade em c ampo . Essa superior idade de c ascav éis também é
observada em outr os criadouros científicos da Região Sudeste do Br asil 21.

A Bothr opoides jar araca foi a s egunda espéc ie de ser pente peçonhenta
mais registrada no banco de dados. Dentro do gênero Bothropoides, a espécie
B. j arar aca é freqüentemente a espécie mais abundante nos institutos de
21
pesquis a localizados em s ua ár ea de dispers ão .

O pequeno númer o de registros de serpentes do gênero Micrur us pode


ser ex plic ado pelo s eu comportamento foss orial e baix a densidade
2 2,23
populac ional . A captura dess as ser pentes oc orreu em ár eas de mata,
corroborando o c omportamento discr eto desses animais e oc upação de ár eas
2 2, 23
flores tadas .

A baixa freqüência da espécie Bothrops jararacuss u pode estar


relac ionada à sua r egião de ocorrência, princ ipalmente em áreas de mata
fechada, dificultando ass im s eu enc ontro, c aptur a e env io 24 .

21
B anco de Dados
Michelle Vanessa Cam pagner

A reduç ão no númer o de ser pentes registr adas r egistr ada nesse es tudo
25
também foi obs erv ada por pesquis ador es do Instituto Butantan . Nas décadas
de 50, 60, 70, 80 e 90 for am r ec ebidas 6562, 6045, 4853, 3293, 1898
Bothropoides jarar aca res pectivamente 25 .

O declínio do númer o de serpentes peçonhentas ocorr e no mundo


todo 26 . Entr e 1970 e 1977 foram coletadas 7330 ser pentes da es pécie Crotalus
horri dus em Minnesota ( EUA), enquanto que entr e 1980 e 1987 este númer o foi
26
reduz ido para apenas 1082 s erpentes . Reading et al, em um estudo
realizado na Europa, Austrália e Nigér ia, v erificou um s ér io declínio em 11 das
27
17 populaç ões de ser pentes estudadas per tenc entes a 8 es péc ies . Embora
as caus as desse declínio s ejam desconhecidas, acredita-se que este fato
esteja r elac ionado à modif icaç ão da paisagem que antigamente er a formada
por áreas de mata e atualmente foi alterada por monoc ulturas e ár eas de
2 6, 27
pastagem .

A grande maioria das espécies de ser pentes das flor estas tr opic ais
bras ileir as não c ons egue s obr eviver em ambientes alt erados como pastos,
plantações de div ers os tipos ou flor estas monoes pec ífic as para extr ação de
28
madeira e c elulos e, c omo euc aliptais e pinheir ais . Por outr o lado, algumas
espéc ies parecem se beneficiar da alteração de habitats causada pela ação
humana, como é o cas o da c asc avel ( Caudisona durissa), cuja distr ibuição
geográfic a esta em constante ex pansão 28, 29.

Os dados analisados apontaram a cidade de Botucatu como princ ipal


proc edência das serpentes regis tradas. Essa predominância é prov ável
cons eqüência da loc aliz ação do CEVA P, fac ili tando dessa maneira, o ac esso
dos fornecedor es.

O grande número de capturas de C. d. terrifica em ár eas de pas tagem


20 ,23
está r elacionado ao tipo de habitat oc upado por essa espécie . Apesar de
estar assoc iada prefer encialmente as fitofis ionomias abertas, ness e estudo a
espéc ie foi regis tr ada em áreas alteradas com presenç a de mata, ev ento

22
B anco de Dados
Michelle Vanessa Cam pagner

29
também observado por Bastos et al . A intensific ação do pr ocesso de
fragmentaç ão de áreas flor estais pode facilitar a ampliação na distr ibuiç ão e o
29
aumento da dens idade populacional de cascavéis . Trata-se de um fato
relev ante, uma vez que o gêner o está associado a aprox imadamente 8% dos
acidentes caus ados no Bras il, além de apresentar o maior índic e de letalidade
30
entre os ac identes of ídic os r egistrados .

O ambiente de coleta mais r egistr ado par a B. jarar aca, B. paul oensis e
R. alternatus foi área de pastagem, fato obs erv ado para todos os viperídeos
descr itos ness e estudo, com exc eç ão de B. moojeni. Esse fato pode ser
explicado pelo tipo de habitat ocupado por ess as es péc ies, que pode variar
23,3 1,3 2
desde flor estas tropicais decíduas até sav anas e campos abertos .
Apes ar de B. moojeni s er a princ ipal es pécie de Bothr ops dos c err ados, o
ambiente de c ole ta mais registr ado foi ár ea de paiol, prov av elmente devido à
33
disponibilid ade de alimento proporcionado por esse ambiente .

A ativ id ade das s erpentes depende de fator es ass ociados ao c lima, a


disponibilid ade de alimento ou a aspec tos r eprodutivos, os quais interferem
34, 35
pelo modo como elas ex plor am o ambiente . Na região tr opical o pic o de
atividade da maioria dos viperídeos é unimodal e ocorr e entre abr il e
maio2 0, 36, 37, fato que corrobor a os dados r elac ionados à s azonalidade das
serpentes r egistradas nesse estudo.

Em um c entr o produtor de peçonha, a produç ão de matéria-pr ima de boa


qualidade é dependente da sobrev ida de cada exemplar mantid o em cativ eiro
22, 38
. Entr etanto, muitas vez es são obs ervadas altas taxas de mortalidade das
38
serpentes nos plantéis .

Ness e estudo foi observado que a grande maioria dos viperídeos


analis ados, 50% dos exemplar es vem a óbito nos primeiros 12 meses de
cativeir o, enquanto que par a ser pentes do gêner o Micrurus, 100% dos animais
39
vem a óbit o dentr o de um per íodo de s eis meses . Langlada verific ou que sob
algumas condições impostas pelo cativeir o, a sobrevida média de animais do

23
B anco de Dados
Michelle Vanessa Cam pagner

40
gênero Crotalus não excedia 70 dias. Leinz et al , reportaram o óbito de 50%
de Bothr ops jar ar acussu nos primeiros seis meses de cativ eiro, mesma taxa
referida por Ser apicos e Mer usse 4 1 par a Micr urus corallinus .

A alta mortali dade encontrada nos ser pentár ios é apontada por alguns
42, 43
autor es, como síndrome da má adaptação em c ativeir o . Ess a s índrome é

descr ita como uma enfer midade que aflige ser pentes mantidas em c ativ eiro,
devido ao estr ess e prolongado decorr ente de um ambiente c ativo e rec us a de
44
alimentação . Os tec idos tendem a per der a integridade estr utur al e diversas
enfer midades começ am a se manifes tar tais como, ulc eraç ões da mucosa or al
e entér ic a, além de oc orr er debilidade alimentar e um aumento dos efeitos de
44
paras itis mo . Foi observado que viper ídeos norte amer ic anos que não se
adaptaram em cativ eiro, apr esentar am necros e espontânea do pâncreas,
seguida de r egener aç ão defic ie nte 4 4,4 5.

Quanto à longevidade, r ecor des observados nesse es tudo referem-s e á


Bothrops m ooj eni e Bothr opoides jarar aca. Esses dados discordam dos
38
encontr ados por Costa et al , onde os maiores r egistr os de longevidade foram
observados par a ser pentes que ocupam pr inc ipalmente áreas abertas c omo
Bothropoides erythromelas e Caudisona durissa. Apes ar de C. d. terrifica
apres entar maior toler ância às alteraç ões ambientais , a umidade mantida no
serpentário intens ivo merec e s er reavaliada. A manutenç ão da umidade em
tor no de 60% mantida no s er pentário inter no do CEVAP par ec e favorec er a
longevidade de ser pentes encontradas em ár eas mais “v egetadas”.

A baixa s obrevida obs ervada na ser pente da espécie Bothr ops


40
jarar acussu corrobor am os dados encontr ados por Leinz et al e difer em dos
38
encontr ados por Costa et al . Os r es ultados sugerem que devido à oc upação
de ár eas mais flor estadas, a B. jar aracuss u adapta-s e c om mais dific uldade ao
ambiente ar tific ial do c ativ eir o.

A sobrevida observada ness e estudo par a M. lem niscatus é infer ior a


46
encontr ada por Oliveir a et al . As serpentes do gênero Micrur us são muito

24
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sens íveis do ponto de vista fisiológic o, e, portanto de difícil manutenção em


cativeir o.

O grande número de óbitos r egistr ados no cativeiro intens iv o em r elação


1 9,4 7
ao s emi- extensivo difer e dos resultados observ ados por outros autores .
Normal mente, os óbitos são menos freqüentes em cativ eiro intens ivo dev ido ao
maior contr ole da umidade, temper atura e alimentaç ão 4 7.

Os r es ultados dess e estudo sugerem que devido à ausência de


19,48
gradientes de temperatura, impedindo a termorr egulação , pr ivaç ão de
banhos de sol e o manejo constante do cativ eiro in tens ivo, ex põe as ser pentes
em c ons tante estress e cr ônico, aumentando a mortalidade dos animais nesse
4 9,5 0
sistema .

51
Morgan & Tr ombor g c itam a r eduç ão de espaço, temperatur a
subótima, umidade e s ubs trato inadequados c omo potenciais fontes de
estr esse cr ônic o. Enquanto o es tresse agudo é considerado adaptativo,
capac it ando os animais par a esc apar do perigo, o str ess crônico por tempo
52
prolongado pode afetar o bem es tar dos animais mantid os em cativeiro .O
53 4 9,5 4
stress cr ônico pode suprimir c iclos repr odutiv os , res pos tas imunes ,
53
reduz ir a razão de crescimento, além de ac arretar redução de peso .

Portanto, os res ultados da anális e do Banco de Dados per mitem suger ir


que o sistema aplicado no manejo dos animais mantidos em cativ eiro s emi-
extensiv o no CEVAP é mais indic ado par a a manutenção de ser pentes
Caudisona duriss a terrific a. Estudos futuros s ão necessários par a a av aliação
do melhor sistema de manutenção para outras es péc ies de viper ídeos .

25
B anco de Dados
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Michelle Vanessa Cam pagner

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30
Avaliação da Infra estrutura e Manejo
Capítulo 3
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

RESUM O

Devido à grande importânc ia do manejo na sobrev ida de ser pentes em


cativeir o, o objetiv o dess e estudo foi avaliar a infra estr utur a e o manejo de
difer entes sistemas adotados pelo Centro de Estudos de Venenos e Animais
Peçonhentos ( CEVAP). Par a a av aliação da infra estr utura, consider ou-s e o
tamanho das instalaç ões, mater iais e equipamentos utiliz ados na constr ução
dos ser pentár ios e biotérios. Na avaliação do manejo for am utilizados dados
relac ionados à alimentação das serpentes e r oedores, temper atura e umidade
nos s erpentários e biotér io , metodologia de ex traç ão de peçonha e contr ole
sanitário dos difer entes s etores . O cativeiro intens ivo apesar de proporcionar
facilidade na vistor ia dos animais necessita de modificações nas estr uturas das
estantes e a ins talação de mecanis mos de contr ole de temper atur a e umidade.
No c ativ eir o semi-extens iv o, as instalaç ões além de atender em todos os
requisitos estrutur ais e de s egurança, facilitam o manejo dos animais,
necessitando apenas de adequações nos aquec edor es. O tempo de
quar entena de 270 dias é consider ado adequado, embora ex ames c línicos
sejam necessár ios par a evitar a introdução de doenças no plantel pr inc ipal. O
manejo alimentar é apr opr iado, s endo r ecomendado o contr ole de peso do
alimento oferec ido. A metodologia utilizada na extr ação de peçonha é segura
para o animal e par a o extrator , além de permitir estudos individualiz ados. A
marcação das serpentes por micr ochipagem poss ib ilita a identificaç ão das
serpentes mantidas em cativeir o s emi-extensiv o. No biotér io de r oedores é
recomendado o contr ole de temper atura e umidade, autoclav agem da r ação e
maravalha, além do tratamento da água ofer ecida aos animais. Deve ser
cons ider ada a implantaç ão de um sis tema de gestão ambiental, par a que s eja
estabelecido um compromis s o c om a c ausa da c onserv ação do meio ambiente.

Palavras-chav e: infra estr utura, manejo, c ativeir o, ser pentes

32
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

3.1 INTRODUÇÃO

A experiência do Br as il é pioneira na criação de ser pentes par a


1-2
produção de peç onhas e foi inic iada nos primeir os anos do s éculo XX .
Apes ar do pioneir is mo do Brasil na criação de ser pentes em c ativ eir o para essa
finalidade, apenas um reduzido número de autor es tem abordado
cientific amente a montagem e a importância da manutenção de s erpentár ios
3-7
para a pr odução de peçonhas .

A manutenç ão de um biotério de ser pentes envolve a c aptura de animais


na natur eza, infra estr utura de c usto elev ado, técnic as de manejo adequadas e
8,9
profissionais es pecializados . Par a que ocorr a s ucesso na manutenção
dess es animais , além de fatores estruturais e logísticos, é necessár io um
conhecimento mínimo sobre o habitat, a dieta e a r epr oduç ão de cada espécie
3, 10
de serpente em partic ular .

Devido ao grande potenc ial far mac ológic o das peç onhas, a criação de
serpentes em cativeiro vis ando à obtenção de veneno, vem tornando-se
atividade cada vez mais r elev ante 3. Dess a maneir a, os ser pentár ios vêm
enfrentando o des afio de aprimorar a manutenç ão desses animais, a fim de se
1 1,12
obter uma maior s obr evida do plantel , já que as principais causas de óbitos
13-1 5
em s erpentes c ativas estão r elac ionadas ao manejo inadequado .

Devido à grande importância do manejo na sobrev ida de serpentes em


cativeir o, o objetiv o dess e estudo foi avaliar a infra estr utur a e o manejo de
difer entes sistemas adotados pelo CEVA P, com a finalidade de id entificar os
pontos deficientes da manutenção, vis ando à melhor ia na qualidade de v ida
dos animais e na qualidade de peç onha pr oduzida.

33
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

3.2 OBJ ETIVOS

O pr esente capítulo teve c omo objetivos:

x Avaliar a infra estrutura do ser pentár io (setor es de triagem,


quar entenários e diferentes s istemas de cativ eiro) ;
x Avaliar o manejo das s erpentes peç onhentas mantidas em diferentes
regimes de cativeiro;
x Avaliar a infra estrutur a e o manejo do Biotér io de roedor es;
x Suger ir melhorias na infra es trutura e manejo desses diferentes setor es.

3.3 M ATERIAL E M ÉTODOS

3.3.1 Avaliação da Infra estrutura do Centro de Estudo de Venenos e


Anim ais Peçonhent os (CEV AP)

Para a avaliaç ão da infra estrutura, c ons ider ou-se o tamanho das


instalações, tipo de piso, vedaç ão de portas, sistemas de aquec imento,
ventilação e luminos idade, dens idade de animais , segur ança dos
equipamentos e mater iais utilizados.

3.3.2 Manejo dos Serpentários e Biotério de roedores do Centro de Est udo


de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP)

Para a av aliação do manejo das serpentes for am utilizados dados


relac ionados à r ec epç ão dos animais, manipulação (metodologia e
instrumentos utilizados), manutenç ão (temperatur a, umidade, freqüência de
alimentação), metodologia par a a extr ação de peç onha, micr oc hipagem e

34
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

controle sanitário ( higienizaç ão e desinfecção) do quarentenár io e s erpentár ios


intens iv o e semi-extensiv o do CEVA P.

Para a avaliaç ão do manejo no biotério de roedor es for am utilizados


dados r elac ionados à repr oduç ão e manutenção dos animais (temperatura,
umidade e freqüência de alimentação) do CEVAP.

3.3.3 Re cursos Humanos

Para a avaliaç ão dos rec ursos humanos considerou-s e a for mação


profissional e a familiaridade da equipe com os c ompor tamentos das serpentes.

35
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

3.4 RESULTADOS

3.4.1 Infra estrutura

Foi observado que até a finaliz ação dess e estudo ( 22 de Dez embr o de
2009), o plantel do CEVA P er a composto de 450 ser pentes peçonhentas
destinadas à pr odução de peçonha.

As ins talações do Serpentário do CEVAP são cons tituídas pelos setores


de Triagem e Quarentenários, Biotér io de r oedores, Serpentário Semi-
extensiv o e Serpentário Intensivo.

3.4.1.1 Sala de Triagem

A Sala de Triagem do CEVAP é loc aliz ada junto ao Quar entenár io e


apres enta piso frio, az ulejos até o teto e banc adas de gr anito.

3.4.1.2 Quarentenário

O Quar entenár io do CEVAP é dividido em três setor es: Quarentena 1


(Q1) e Quar entena 2 ( Q2) e Quarentena 3 (Q3).

As salas s ão reves tidas com piso frio e azulejos até o teto. A


temperatur a do loc al é mantida por aquecedores exter nos (r esistência cônic a
220V). As portas dos s etores não apres entam visor e a vedaç ão é inefic iente.

No quarentenár io, as s erpentes s ão mantidas em estantes de aço,


individualiz adas em c aix as de polipr opileno. As caix as variam de 45 x 32 x 28
c m, 34 x 22 x 12 c m e 56 x 37 x 24 c m, dependendo do tamanho da ser pente.
O número de estantes mantidas no Quarentenár io não é s ufic iente para alojar o
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Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

número de ser pentes existentes em c ada sala. As es tantes não apres entam
estabili dade e alguns animais fic am sobrepostos nas pr ateleiras, ac ima da
altur a dos técnicos.

Foi observado que as instalações do Quar entenário são pequenas par a


o número de ser pentes mantidas no loc al, além de fic ar em loc aliz adas muito
próx imas ao Serpentár io Semi- extensiv o ( dis tânc ia infer ior a 10 metr os).

As caix as utilizadas par a o ac ondicionamento de ser pentes no


Quarentenár io e Ser pentár io Intens iv o foram consider adas s egur as e de fác il
manutenção. Por ser em tr ans parentes per mitiram r ápida vistoria, mas o
sistema de v entilaç ão foi considerado ineficiente.

Não for am observ ados mec anismos de controle de fotoperíodo nas


salas.

3.4.1.3 Serpentário Intensivo

O Serpentário Intensiv o do CEVA P abriga serpentes de for ma


individualiz ada, sendo dividido em tr ês salas, cada uma com apr oximadamente
2
70m . A Sala 1 abriga animais jov ens de diferentes es pécies, a Sala 2 abr iga
serpentes do gênero Caudisona e a Sala 3 abriga es pécies pertencentes ao
“grupo Bothrops” ( Bothr opoides j arar aca, Bothr opoides paul oensis, Bothr ops
mooj eni e Bothr ops jar aracussu) (Figur a 3.1 A).

As salas possuem pis o frio e az ulejos até o teto. As portas dos s etores
não apr esentam v isor e a vedação é inefic iente. A temperatur a do loc al é
fornecida por aquecedor es externos (r esistênc ia c ônica 220V) ( Figur a 3.1B).

As serpentes s ão mantidas em estantes, ac ondicionadas em caixas de


polipr opileno, de maneir a individual. As caixas variam de 45 x 32 x 28 c m, 34 x
22 x 12 c m e 56 x 37 x 24 c m, dependendo do tamanho da ser pente. O número
de es tantes mantidas nas s alas do Serpentário Intens ivo não é s ufic iente para
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Infra estrutura e M anejo
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alojar o númer o de ser pentes existentes em c ada sala. Foi obs erv ado que 10%
das s erpentes mantidas na Sala 1 (juv enis) e aproximadamente 20% das
serpentes mantidas na Sala 2 (Caudisona) ficam alojadas no chão. As estantes
não apr es entam es tabilidade e alguns animais ficam s obrepostos nas
prateleir as, acima da alt ur a dos técnic os.

As caix as utilizadas par a o ac ondicionamento de ser pentes no


Quarentenár io e Serpentário Intensivo são consideradas s egur as e de fác il
manutenção. Por ser em transparentes permitem r ápida v istor ia, mas não são
dotadas de um bom s istema de ventilaç ão.

Não for am observ ados mec anismos de controle de fotoperíodo nas


salas.

A B

Figuras 3.1 A-B. E strutura do Se rpentário Inten sivo do CEVA P. A. Sala 2 (g rupo
“Both rop s”) mo st rando serpente s m antidas em caixas de polipropileno. B.
Resi stência cônica de 220 V utilizada com o aquecedo r e xte rno.

3.4.1.4 Serpentário Sem i-Extensivo

O Ser pentár io Semi-ex tensivo, também c hamado de cativ eiro coletiv o, é


composto de oito recintos, s endo seis ocupados por serpentes e dois
reservados par a r odízio no c ontr ole sanitár io. Os r ecintos s ão div ididos em área
externa ( 5,5 x 3,1 m) e área interna ( 5,5 x 2,2m) . A ár ea externa é constr uída

38
Infra estrutura e M anejo
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de alvenaria, c om muros lis os de 1,5 m de altur a e cobertura em tela metálica,


forrados com gr ama, bebedour o c om água c orr ente (1,3 x 0,56m) e abr igo de
telhas de fibrocimento (2,8 x 1,2) (Figur a 3.2 A). A área interna é c ons truída em
cimento, forrada c om mar avalha e com aquecedores ( 2 x 0,3m) contendo
quatr o lâmpadas de 60 W cada ( Figura 3.2 B) . Estas duas áreas são
comunicáveis por meio de uma porta que pode ser trancada dur ante a
manutenção dos animais .

A B

Figuras 3.2 A-B. E st rutu ra do Se rpent ário Sem i-exten si vo do CEV AP. A. Á rea
externa. B. Á rea inte rna.

3.4.1.5 Biotério de roedores

O Biotér io de r oedores do CEVA P é div id ido em salas de cr iação e


recebimento de animais e setor de lav agem. A s ala de criaç ão também é
utiliz ada para o ar maz enamento de mater ial do pr ópr io biotério e do
Serpentário Semi-extens ivo.

Foi constatado que o s etor de lav agem fic a muito pr óx imo a sala de
criaç ão do biotér io ( dois metros de distância) e a higienizaç ão das caixas de
serpentes e do biotério s ão r ealizadas no mes mo local.

39
Infra estrutura e M anejo
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A sala de cr iaç ão apr esenta bancada de gr anito e estantes de madeir a


utiliz adas para o ar mazenamento de mater ial. A temperatura das s alas é
proporcionada por aquec edores ex ter nos (resistênc ias cônicas de 220 V). Não
foi observado sistema de ventilação mecânica ness e setor . (Figur as 3.3 A e 3.3
B).

As matr izes dos r oedores são mantidas em c aixas de polipropileno c om


dimensões de 30 x 20 x 13 c m ou 41 x 34 x 16 c m, dependendo do tamanho do
roedor. Todas as c aix as apresentaram gr ades de aç o-inox.

A B

Figuras 3.3 A-B. Sala do Biotério de roedore s do CEVAP. A. Caixa s de anim ais n as
bancada s de g ranito. B. A rmazenamento de materiai s

3.4.2 Re cursos Humanos

O CEVA P conta atualmente c om um pes quis ador, dois técnicos de


laboratór io, um pós-doutorando, quatro pós- graduandos lato sens u e oito pós-
graduandos em níveis de mestrado e doutorado. Ef etiv amente apenas s eis
profissionais das áreas de biologia, veterinária e zootec nia se env olv em com a
manutenção das s erpentes uma vez que dev e-se obedecer r igor osas nor mas
além do r is co no manejo.

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Infra estrutura e M anejo
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3.4.3 Manejo dos Serpentários

3.4.3.1 M aterial usado no m anejo das serpentes

No manejo das s erpentes são utilizados ganc hos her petológicos c om


haste de madeira par a a manipulação dos animais. Os ganc hos apres entam
entre 70 e 150 c m, dependendo do tamanho da serpente manipulada. Os
ganc hos utiliz ados per mitem manipulaç ão do animal com seguranç a e
pratic idade ( Figur as 3.4 A e 3.4 B).

A B

Figuras 3.4 A-B. M anipulação de serpe nte s peçonhenta s. A. M anejo de


Rhinoce rophis alternatus com gancho de 1,50m. B. M anejo de Bothropoides
jarara ca com gancho de 0,70 m .

3.4.3.2 Triagem

A sala de triagem do CEVAP é localiz ada ju nto ao Quarentenár io e


destinada ao r ecebimento e triagem dos animais r ecém chegados da natur eza.

As serpentes r ecém c hegadas r ec ebem uma ficha de identificação, na


qual são ar maz enados dados sobr e a pr ocedênc ia do animal, data e ambiente
de coleta, data de r ecebimento e número de r egis tro da ser pente ( Figur as 3.5 A
e 3.5 B).

41
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

Após o registr o na sala de tr iagem, o animal pass a por uma avaliação


clínic a, sendo c ons ider ada a c ondição cor pórea ( desenv olv imento da
musculatura ax ial e palpação das costelas) , pr esença de les ões e hidr atação
da s er pente. Após a avaliaç ão, as ser pentes s ão encaminhadas para o
Quarentenár io.

A B

Figuras 3.5 A-B. Sala de triagem do CEVAP. A. Ficha de identificação de se rpen te s.


B. Prepa ração de Caudisona du rissa t errifica para a avaliação clínica.

3.4.3.3 Quarentenário

O Quar entenár io do CEVAP é dividido em três setor es: Quarentena 1


(Q1), Quarentena 2 (Q2) e Quarentena ( Q3). Em c ada setor o animal
permanece em obs ervaç ão dur ante 90 dias, totalizando no mínimo, 270 dias de
quar entena.

No Quarentenár io, as s erpentes são mantidas em c aixas de


polipr opileno de maneira individual. As caixas são forradas com jornal e água
ad libitum. A inspeç ão é realizada diar iamente, sendo as caixas trocadas
quando necess ár io.

A temper atura do loc al é mantida entre 25o C e 28o C, umidade r elativ a


em torno de 60% e fotoperíodo de oit o hor as de c laro e 16 hor as de esc uro. Foi

42
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

observado que nos mes es mais frios, apesar dos aquecedor es, a temper atura
o
mantida no Quarentenár io chegou a 20 C.

Após o proc ess o de registr o, as ser pentes permanecem um per íodo de


no míni mo 90 dias na Quar entena 1 ( Q1). Nesse per íodo, são ar maz enados na
ficha de r egistr o dados relacionados ao c ompr imento r ostr o-cloacal ( CRC),
comprimento da cauda (CC), peso e sexo do animal. A c ontenç ão das
serpentes par a a coleta de dados biométr ic os é r ealizada com o aux ílio de
ganc hos e tubos de polipr opileno ( Figuras 3.6 A e 3.6 B) .

Para contr ole de endoparas it as e ectopar asitas, todas as serpentes


pass am por ver mif ugação com Iver mectina (Ivomec ®) (0,2 mg/Kg
intramuscular – duas dos es, com o interv alo de 15 dias) e banho de imersão
em água morna para controle de ectopar as itas, além de borrifar uma s olução
de Tr iclorfon 0,02% ( Neguvon®) nos animais quando necessár io.

Durante o per íodo de per manênc ia na Q1, Q2 e Q3, também são


observados a freqüênc ia alimentar, defec ação e ecdise.

A B

Figuras 3.6 A-B. Coleta de dado s biométrico s das serpent es recém-chegada s. A.


Im obilização de serpente peçonh enta p ara obtenção de dad o s biom étrico s. B.
Conten ção em tubo de p olipropileno.

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Infra estrutura e M anejo
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3.4.3.4 Serpentário Intensivo

No Ser pentário Intens iv o, também chamado de indiv idual, os animais


são mantidos em estantes , individualizados em c aix as de polipropileno
transpar entes dependendo do tamanho do animal. As caixas s ão forradas com
jor nal, sendo oferecidos 100 mL de água em bebedouros de polipropileno para
evitar o exc ess o de umidade com a movimentaç ão da s erpente ( Fig ura 3.7 A e
3.7 B). As c aixas são inspec ionadas diariamente e tr ocadas quando
necessário.

Apes ar da pouca quantidade de água mantida nos bebedouros, alguns


animais em espec ial as s erpentes C. d. terrifica ficam constantemente úmidos,
surgindo em alguns casos, lesões esbranquiç adas (suges tivas de micos e) nas
escamas das s erpentes.

Foi obs erv ado que nos meses mais frios, a temperatur a mantida no
Serpentário Intens ivo chegou a 20o C, apesar do uso dos aquec edores.

Nos meses mais quentes, a umidade mantida no Serpentário Intens iv o


foi c ons ider ada elevada par a a Sala 2 (ser pentes do gêner o Caudisona).

A B

Figuras 3.7 A-B. Manejo realizado no Serpentário Intensivo. A. Rhinocerophis


alternatus m antida individualizada em cativeiro inten sivo. B. Caudisona du rissa
terrifica em caixa de polipropileno forrada com jornal e recipiente com água.

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Infra estrutura e M anejo
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3.4.3.5 Serpentário Sem i-extensivo

O Ser pentário Semi-ex tensivo, també m chamado de c oletivo, é


composto de oito recintos, s endo seis ocupados por serpentes e dois
reservados par a r odízio no c ontr ole sanitár io. Os r ecintos s ão div ididos em área
inter na, forrada com mar avalha e com aquec edor es (Figur a 3.8 A) e área
externa, forrada c om grama, bebedour o c om água c orr ente e abr ig o de telhas
de fibroc imento (Figura 3.8 B).

A temper atura e o fotoper íodo s ão pr oporc ionados pelo clima natural. O


o
aquecedor da ár ea inter na pr oporc io na aumento de 5 C de temperatura em
relaç ão à fornec id a pelo ambiente natur al.

A manutenç ão do Serpentár io Semi-ex tensivo é realizada cada 15 dias ,


sendo r etir adas sobras de pele e fezes. Esse per íodo é reduz ido ou aumentado
quando necess ár io.

Foi observado que o número de serpentes mantido nesses recintos não


interfere nos pr ocedimentos de limpeza e alimentação. Na alimentaç ão dos
animais , as ser pentes são separ adas em diferentes pontos do rec into para que
ocorr a melhor distr ib uição do alimento e para evitar a dis puta das ser pentes
pelo mes mo roedor .

O aquec edor mantido na parte exter na apesar de for nec er aquec imento,
alter a o fotoperíodo dos animais nos mes es frios, dev ido à per manência
cons tante das s erpentes s ob a luz do aquecedor.

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Infra estrutura e M anejo
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A B

Figuras 3.8 A-B. Manejo realizado no S erpentário Semi-ext ensivo. A. Área interna
do cativeiro semi-ext ensivo com aquecedo res. B. Área exte rna do cativeiro semi-
exten sivo com abrigo e bebed ouro de água corrente . A s seta s ve rmelhas indicam a
com unicação entre os doi s setore s.

3.4.3.6 Alim entação das serpentes

A alimentação dos animais do plantel nor mal (s er pentes não incluídas


em pr ojetos de pes quisa) é ofer ecida mensalmente (um roedor não pes ado por
serpente), sendo c ons tituída por c amundongos (Mus musculus), ratos (Rattus
norvegicus) ou gerbils (Meri ones unguicul atus) de acor do com o tamanho da
serpente (não pesados). A alimentaç ão dos animais do plantel de pesquisa é
seguida de acor do com o protoc olo es tipulado par a c ada es tudo.

Foi observado que, s e o animal r ecus av a o alimento, era oferec ido um


roedor de outr a espécie, ou de tamanho dif erente. Foi constatado que os
animais mantidos no quar entenár io (princ ipalmente na Q1) rec usar am o
alimento com fr eqüênc ia.

Alguns es péc imes de Caudisona duriss a terrifica mantidos tanto em


cativeir o intens ivo (n=2) quanto no s emi- extensivo (n=5), e um espéc ime de
Bothrops m ooj eni mantida em c ativeir o intensiv o apr esentar am r egur gito
crônic o. Não foi realiz ado nenhum exame clínico par a diagnosticar a causa.

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Infra estrutura e M anejo
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A alimentação forçada é utilizada somente no c aso de filhotes. Par a os


filhotes de Bothropoides j arar ac a e Bothropoides pauloensis são usados
pedaços de gir inos intr oduz idos na c avidade oral da ser pente. No c aso de
Bothrops jar aracussu, é utilizado r ação felina pastos a administr ada por meio de
sonda gástrica.

Foi observ ado que nos sete primeir os dias após a alimentaç ão das
serpentes, o manejo e a circ ulaç ão de pessoas no quarentenário e s er pentár io
intens iv o são evitados . Dur ante ess e per íodo são tr ocadas apenas c aix as com
grande quantidade de fez es e extr emamente úmidas.

3.4.3.7 Rotina de extr ação de peçonha

As serpentes s ão s ubmetidas a ex traç ões de peçonha a c ada 30 ou 45


dias, dependendo das pes quisas r ealiz adas no Centro. Os animais são
submetidos à hipóx ia com dióx ido de c arbono ( CO2 ), por um per íodo de 4 a 12
minutos, dependendo do tamanho da s er pente. Os animais são ac ondic ionados
em caix as de polipr opileno trans par entes par a facilitar a vis ualizaç ão da
sedaç ão do animal. Após a dor mência da s erpente, o animal é c ontido com o
apoio suav e de gancho herpetológico.

Apes ar de alguns ex emplar es apr es entarem hemorr agia discr eta na


mucosa or al, não foi observ ada nenhuma enfer midade nas ser pentes
submetidas à extração.

A extraç ão de peç onha dos animais mantidos em c ativeir o individual


ocorr e na Sala de Extr aç ão localizada no Serpentário Intensiv o. A extraç ão dos
animais mantidos na Quarentena e no Serpentár io Semi- extensiv o é realiz ada
no Biotér io de Roedores.

O process o de extr ação de peç onha é realiz ado por três pess oas
(extr ator, auxiliar de c oleta e auxiliar de s edaç ão). A peç onha é coletada por

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Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

meio de compressão suav e das glândulas ( Figura 3.9 A). São utilizados
prendedores de madeira com cabo longo e micr otubos es téreis de 1,5 mL ou 2
mL, dependendo do tamanho do animal. Nesse processo, o es gotamento
completo das glândulas de peçonha foi ev itado.

Após o procedimento de ex traç ão, a peçonha extr aída é ar maz enada


em s ac ola tér mic a a 4o C e os animais são devolv idos em suas respectivas
o
caixas. Em s eguida, o veneno é ar maz enado a - 18 C para poster ior liofilização
(Figur a 3.9 B).

No período de estudo, não foram registrados animais c om estomatites e


não ocorrer am óbitos dur ante o pr ocesso de hipóx ia que antecede a extr ação
de peçonha.

A metodologia aplicada per mitiu o aproveitamento máximo da peçonha


extr aída, sem que oc orressem danos aos animais .

A B

Figuras 3.9 A-B. A. Metodologia de extra ção utilizada no CEVAP. A. Coleta de


peçonha em m icrotubos. B. Microtubo s de 1,5 mL com peçonha s congelada s
prepa radas para a liofilização.

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Infra estrutura e M anejo
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3.4.3.8 M icrochipagem dos animais

Todos os animais do CEVAP são microchipados após 270 dias de


quar entena. O microc hip (tr ansponder) é encaps ulado em biovidr o 8625, possui
12 mm de c ompr imento, 2 mm de diâmetro e s eqüência única de 15 dígitos
(Figur a 3.10). O micr oc hip é implantado por via subc utânea com aux ílio de
aplicador, no lado es quer do do último terç o do cor po da s erpente. Filhotes de
serpentes e animais com peso infer ior a 40 gr amas não são micr oc hipados
devido a baixa quantidade de musculatura axial c apaz de manter o micr ochip.

Figura 3.10. Microchip utilizado para m arca ção individual da s serpente s.


Fonte: AnimalTag® (imagem am pliada).

3.4.4 Manejo do Biotério de Roedores

O biotér io de roedor es do CEVAP é car acter izado como bio tério


conv encional des tinado à alimentação das s erpentes. Ev entualmente alguns
animais são utilizados em ex perimentos relac ionados às dif er entes ativ idades
das peç onhas ofídicas .

A temperatur a é mantida entre 25oC (r 2), c om umidade r elativa de


60%. O fotoper íodo adotado foi oito hor as de clar o e 16 hor as de escuro.

49
Infra estrutura e M anejo
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Os animais mantidos no biotér io s ão cons id erados “ outbred” ( linhagens


geneticamente heterozigotas para muitos dos par es de alelos). Os r oedores
pertenc em às es péc ies, Mus musc ulus, Rattus nor vegicus e M eriones
unguiculatus ( Figur as 3.11 A, 3.11 B e 3.11 C).

A B C

Figuras 3.11 A. C. Roe dores mantido s no Bioté rio do CEVAP. A. Mu s musculus. B.


Rattu s no rvegicus. C. Meriones unguiculatus.

As matriz es são formadas por duas fêmeas e um macho por caixa. Os


acas ala mentos realiz ados no biotério seguem esquemas pré-definidos (duas
fêmeas par a cada macho) e são r ealizados de acor do com a necessidade de
repos ição de c ada gr upo. Cada caixa apresenta fichas com infor mações s obre
a data de for mação da matr iz , a data de nasc imento dos filhotes e data do
desmame.

Foi observado que os ins umos ( mar avalha e raç ão) utilizados no bio tério
não passam por proc ess o de autoclav agem. A forr agem da cama dos animais
é constituída de serragem gr ossa de Pinus não ester iliz ada. A água é
oferecida em mamadeir as de vidro de 500 mL, e, apes ar de potável, não é
submetida a tr atamento específ ico.

A raç ão oferec ida é específica para animais de biotér io, em for ma de


pellets (Labina®), com 10 mm de diâ metr o e níveis adequados de vit amina C

50
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

estabiliz ada, dispens ando suplementação. A quantidade de raç ão ofer ecida é


de 25 a 40g por animal.

Os animais pr ovenientes do des mame for am separados por s exo e


mantidos em c aixas de 41 x 34 x 16 cm, c om no máximo 20 animais.

A manutenç ão das caixas é r ealizada três vezes por s emana, onde são
trocadas a cama dos animais ( mar avalha) e a mamadeira de água. A
manipulação dos animais é r ealiz ada c om luvas cirúr gicas es tér eis, sem o
auxilio de pinç a.

Foram encontr ados alguns exemplares (6% das caixas de matriz es) de
Mus musculus com ár eas do corpo sem pelagem e Meriones unguiculatus com
lesões no focinho (20% das caix as de matrizes).

A criação dos roedores apr es enta princ ípios bás icos de higiene nos
quais se pr oc ede à limpeza e desinfecç ão do ambiente e material utiliz ado.
Quanto ao pessoal téc nic o, é us ado jaleco par a o tr abalho com os animais.

3.4.5 Manejo sanitário

3.4.5.1 Higieniz ação do material utiliz ado no m anejo das serpentes

No manejo das ser pentes os tratadores utiliz am luv as cirúr gic as estér eis
e jalecos. Entr e o manejo dos animais, os ganchos herpetológicos são
mergulhados em solução de Iodophor 0,08% ( Biofor®) . Foi obs erv ado que esse
proc edimento não é realiz ado nos ganc hos utiliz ados no manejo das ser pentes
alojadas no Ser pentár io Semi-extensiv o.

51
Infra estrutura e M anejo
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3.4.5.2 Pedilúvios

No Quarentenár io e Serpentário Intens ivo são adotados pedilúvios como


barr eiras de reduç ão de contaminaç ão de vetores.

Os pedilúv ios são fix ados nas entr adas das Quar entenas Q1 e Q3, e
Serpentário Intens ivo. A higieniz aç ão dos c alçados ness a s oluç ão é obrigatória.
Para a circ ulaç ão o Ser pentár io Intensiv o, além do pedilúvio, é necessár io a
troca do calçado por botas de polipr opileno (Figur as 3.12 A e 3.12 B). Foi
observado que os pedilúvios são tr ocados semanalmente.

A B

Figuras 3.12 A-B. Pedilúvio s utilizado s no manejo sanitário. A. Pedilúvio na


entrada do cativeiro inten sivo do CEVA P. B. Pedilúvio na entrada da quarentena
(Q3 ) do CEVAP.

3.4.5.3 Higieniz ação do Quarentenário e Serpentário Intensivo

A higienização do Ser pentár io Intensiv o é realiz ada a c ada s ete dias ou


quando necess ár io. A higienização das salas é iniciada com limpeza seca,
sendo lavadas a cada sete dias com água, sabão e hipoclor it o de sódio
(produto comercial na diluição de 1:5).

52
Infra estrutura e M anejo
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3.4.5.4 Higieniz ação do Serpentário Semi-extensivo

A higienização do Serpentário Semi-ex tensivo é realiz ada a cada 15-20


dias, com a lavagem dos bebedouros c om água e s abão e lav adora de alta
press ão.

A cada três meses é realiz ado um r odízio entre os rec intos para a
realizaç ão da v ass our a de fogo ( agente f ís ic o), higienizaç ão dos bebedouros
com hipoclor it o de sódio (agente químico) e vaz io sanitário (agente químico) de
45 dias, totaliz ando uma intervenção s anitár ia pelo menos uma vez por ano em
cada rec into (Figur as 3.13 A e 3.13 B).

A B

Figuras 3.13 A-B. A gente fí si co (vassoura de fogo) utilizado no manejo sa nitário do


Serpentário Sem i-exten sivo

3.4.5.5 Higieniz ação do Biotério de roedores

A limpez a do biotér io é realiz ada tr ês vezes por semana, após a


manutenção das c aixas de criação. As s alas são higieniz adas c om álcool três
vezes por s emana e lavadas c om água, sabão e hipoc lorito de s ódio (produto
comercial na diluição de 1:5) a c ada sete dias .

53
Infra estrutura e M anejo
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3.4.5.6 Higienização das caixas provenientes do Serpentário Intensivo e


Biotério

A higienização das caixas de s erpentes e roedor es é realiz ada no s etor


de lavagem. As c aixas são higieniz adas com água, detergente e desinfetadas
com hipoclorito de sódio (pr oduto c omerc ial na diluição de 1:5) . As caixas de
serpentes do Ser pentár io Intens ivo são lavadas nas própr ias salas das
serpentes.

3.4.6 Descarte do lixo

3.4.6.1 M aterial proveniente das atividades veterinárias

Os mater ia is s ólidos prov enientes do atendimento labor ator ia l (s eringas ,


agulhas, algodão, papel toalha) s ão depositados em s ac os plástic os brancos
com o status de lixo contaminado e des tinados a c ole ta s eletiva hospitalar
oferecida pelo departamento munic ipal de limpez a ur bana.

O mater ia l perfur ante/cortante ( lâminas de bistur i e de v idro) é


acondic ionado em caixas padr oniz adas de papelão par a descarte de material
biológic o contaminado e destinado a c oleta s eletiva hos pitalar.

3.4.6.2 Material proveniente das camas de roedores e caixas das


serpentes

O material proveniente das c amas dos roedor es, Ser pentár io Intensivo e
Semi- extensivo é depos itado em s acos plásticos branc os com o status de lix o
contaminado e destinados a c oleta seletiv a hos pitalar oferecida pelo
departamento municipal de limpeza ur bana.

54
Infra estrutura e M anejo
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3.4.6.3 Car caças de animais

Após a necr opsia, os animais não inc luídos em c oleç ão científica são
depositados em s acos plásticos br anc os com o status de lix o contaminado e
destinados a coleta s eletiva hos pitalar oferec id a pelo depar tamento municipal
de limpeza urbana.

55
Infra estrutura e M anejo
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3.5 DISCUSSÃO

Para cr iar ou manter ser pentes em c ativ eir o é nec ess ário que a infra
estr utura do ser pentário esteja direc io nada as nec essidades básic as dos
3-4
animais . Segundo Melgar ejo, a área físic a de um s erpentário deve
apres entar algumas car acter ístic as indispens áveis para per mitir tanto o
conforto dos animais quanto a segurança da equipe de tratadores . A ár ea f ís ic a
ideal depende do tipo do r egime de cativeiro adotado e do númer o de animais a
3
serem criados .

Difer entemente do que ocorr e c om os biotér ios para ma míf eros


(roedores, cães, didelf ídeos e pr imatas não- humanos), a ár ea fís ic a dos
serpentários destinados a pr odução de peçonha não poss uem r egras par a as
17
suas ins talações . Nor malmente os ser pentár ios apres entam s omente
biotér ios de r oedores, quar entenár ios e salas de manutenç ão e criaç ão de
serpentes 3 ,1 8,1 9.

No CEVAP, as instalaç ões divididas em triagem, bio tério, sala de


extr ação, quarentenários e diferentes regimes de cativeir o visam à
independência desses setor es quanto á estr utur a física, pessoal e mater ial, a
fim de prov er maior seguranç a e menor risco de contaminaç ões.

A sala de triagem do CEVAP é loc aliz ada no iníc io das instalações par a
que somente os animais recém chegados da natureza tenham acesso a essa
área, sem nec essidade de pass ar pelos outr os ambientes do ser pentário.

A importância das instalações da quar entena em cr iadour os c omerc iais ,


20- 22
científ ic os e zoológic os é ressaltada por div ersos autor es . A pes ar de não
existir uma legislaç ão que es pec if ique a estr utura de um quarentenár io, há um
cons enso sobr e o is olamento da área, c onstruções c om par edes e pisos de
21
fácil limpez a e hig ieniz ação, além da pr es enç a de pontos de ener gia .

Em cr ia dour os de av es e suínos, r ecomenda-s e que as instalaç ões da


quar entena devem ficar distantes pelo menos 500 metros da ár ea de produção,

56
Infra estrutura e M anejo
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20
e de pr efer ência utilizar barreira física entre ambas . Em zoológicos, a
distância rec omendada entr e a quarentena e os rec intos de exposição é de no
23
míni mo 50 metros . Apesar de diversos autor es rec omendarem que o
quar entenário e a coleção pr inc ipal de s er pentes devem f icar dis tantes,
20,24, 25
nenhum autor infor ma qual a distânc ia mínima adequada . Se for

cons ider ada a mesma distânc ia r ecomendáv el para z oológic os, o


quar entenário do CEVA P está localizado muito pr óximo ao plantel de
serpentes, além de não poss uir barr eir a f ís ica entre ess es s etores.

As serpentes podem ser mantidas em dois sistemas de cativeir o: o s emi-


extensiv o, onde os ofídios são mantidos coletiv amente, em áreas aber tas
limitadas , e o intensiv o, onde os animais s ão confinados em c aix as individuais
3,5
. A escolha do sistema de manutenç ão depende principalmente do objetiv o
3-5
da criaç ão e da localizaç ão geográfica do s erpentár io .

O sistema semi-extensiv o é apropr ia do para estabelec er o manejo de


monocultur as de s er pentes por períodos longos, quando se dispõe de uma
3
área extens a, situada dentro da dis tribuiç ão da espéc ie em questão . O
sistema intensivo é utilizado na cr iaç ão de um variado número de es pécies,
3-6
prov enientes de div ersos climas, em uma área r eduz ida .

Os serpentár ios semi- extensivos devem poss uir gramado, fonte de água,
6
abrigos par a as serpentes, e áreas destinadas ao manejo . Os s erpentár ios
intens iv os dev em poss uir salas rev estidas com pisos lisos de fác il manutenção,
portas c om vis ores e boa vedaç ão, além de estantes laváveis com rodízios e
3
eficiente estabilidade para ev itar ac identes .

No s erpentário do CEVA P, os dois sistemas de cativeir o s ão adotados .


No Serpentário Intens ivo o tipo de piso é liso, não por oso, sem rodapés e de
fácil higienizaç ão. Em contrapar tida, as portas não poss uem visor, nem
fechamentos c om boa vedaç ão.

As estantes mantidas no Serpentário Intensiv o do CEVAP são instáv eis ,


sem rodíz ios e de númer o r eduzido. É recomendáv el que as estantes
57
Infra estrutura e M anejo
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apres entem tr ês ou quatro fileir as horizontais de c aix as que devem ser


3,18
acomodadas na altura dos membr os da equipe . O empilhamento de caixas
é des ac ons elhável, pois dific ulta a ventilação das c aixas, além de aumentar o
índic e de acidentes .

O número de s erpentes por sala no pr esente estudo chegou a


ultrapassar 100 animais mantidos empilhados nas prateleiras das estantes e
acondic ionados no c hão. O ser pentár io do Instituto Vital Bras il ocupa de 80 a
3 5
100 ser pentes por s ala, mas todas alojadas em estantes . Leloup
recomenda o máx imo de 50 ser pentes por s ala a fim de ev it ar doenças
trans missíveis . É r ecomendáv el, portanto, a diminuiç ão do número de
serpentes por sala ou a aquis iç ão de novas es tantes .

As caixas utiliz adas no Serpentário Intens ivo dev em ser constr uídas c om
material res istente, c om amplo ac esso, de fác il des infecç ão e s istema de
26,27
fechamento efic ie nte . As caixas de ser pentes de polipr opileno utilizadas
no CEVAP possuem todos os requisitos básicos para o acondic ionamento de
serpentes, alé m de pr oporc ionar rápida v istor ia dos animais. As desvantagens
estão na ac omodação nas prateleir as e na deficiência na v entilação.

No Serpentário Semi-extens ivo, as instalaç ões além de atenderem todos


os r equisitos estrutur ais e de s egurança, fac il itam o manejo dos animais. As
portas entr e a ár ea externa e inter na per mitem o manejo adequado das
serpentes. O revestimento de alvenaria na ár ea interna e a gr ama utilizada na
área externa permitem fác il higieniz aç ão do local.

Como nos s er pentários, as instalaç ões de qualquer biotério de r oedores


devem ser projetadas de for ma a atender ás rec omendações par a criação e/ou
manutenção dos animais, bem c omo as necessidades particulares de c ada
17,2 8
instituiç ão . Como regr a ger al, r ecomenda-se que a instalação de um

biotér io seja dividida em ár eas des tinadas ao quar entenár io, salas de criação,
depósitos de mater iais , c orredores de distribuiç ão e r ecolhimento, labor atór ios

58
Infra estrutura e M anejo
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28
e setor es de higienização e ester ilização . Todos os setor es dev em possuir
17
paredes e pisos lis os de fác il manutenç ão .

O biotér io de cr iaç ão de r oedor es do CEVAP possui paredes e pisos de


superfície lis a, imper meável, não abs orvente e res istente a agentes químic os,
17
sendo c ons ider ado apr opriado nesses r equisitos . A divisão entr e s etores
somente entre salas de cr iação e higieniz aç ão é prejudic ial ao bom
funcionamento do biotério devido á proximidade dess es setor es.

A sala de criaç ão do biotér io de roedor es é também utilizada para o


ar mazenamento de caix as e ins umos. O armazenamento de material nas
dependênc ias do biotério deve ser descar tado a fim de diminuir o trânsito de
pess oas, evitando o aumento do nív el de ruídos no local, que pode
29
proporcionar str ess nas colônias .

Além de instalaç ões adequadas, o s ucess o da manutenção de um


plantel de ser pentes destinado à pr odução de peç onha está diretamente
11,1 2, 14, 15
relac ionado ao manejo empregado . Par a uma boa oper ac ionalização
de um ser pentár io, s ão de fundamental importânc ia a existência de
27
equipamentos apr opr iados e setores c om protoc olos de rotina bem definidos .

O trabalho de um s er pentár io deve s er realizado por uma equipe


familiariz ada c om os c omportamentos e as necessidades bás ic as das
3-7
serpentes . Desse modo, são evitadas atitudes que pr oduzam reaç ões
agressivas ou defens ivas que poss am coloc ar em r isco o bom andamento da
rotin a 3,2 6.

Os instr umentos utilizados no manejo das s erpentes pr ecis am ser


27
prátic os e pr oporcionar seguranç a ao tratador e ao animal . O gancho

herpetológic o é o instr umento tr adic ional util iz ado no manus eio das s erpentes e
30
permite lev antar, tr ansportar e imobilizar o animal c om muita pratic idade . O
comprimento do ganc ho dev e ser apr opr iado para o tamanho da s er pente e
30
deve estar de acor do com a ár ea dis ponível da sala . Os ganc hos utilizados

59
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no manejo das ser pentes do CEVA P s ão pr átic os, efic ientes , além de possuir
baix o custo.

O s etor de tr iagem em criadour os tem como objetiv os realizar a


investigação das condiç ões físicas dos animais, prov id enciar adequado
21
tratamento v eterinário inicial e orientar o des tino dado par a c ada indiv íduo .

No CEVAP, o s etor de tr iagem funciona como uma etapa inicial de quarentena.

A quarentena tem o pr opósito de possibilitar a detecç ão dos animais que


podem apresentar doenç as com período de incubação cur to, e sinais c línicos
31-34
de doenç as que apresentam per íodos longos de inc ubaç ão .

O per íodo míni mo de quarentena rec omendado para répteis é de 90


2 4,27, 32, 34
dias . Devido à natur eza ectotér mica das ser pentes , alguns agentes
2 7,3 5
patogênicos podem s e manif estar após um ano da entrada no serpentário .
Alguns autor es rec omendam um período de 180 dias dev ido à alta prev alência
24, 32, 35
de doenç as vir ais .

Durante o per íodo que a s erpente passa no quarentenário, medidas


profiláticas dev em s er instituídas, c omo exames copropar asitológicos para
identific ação de Salmonella s p, Cr yptosporidi um sp, Amoeba s p, exames
hematológicos , sor ologia par a Par amixovirus sp, e contr ole de ectoparasitas
18, 19,27 ,34
com acaric ida . Além diss o, todos os animais rec ém incluídos no
quar entenário devem possuir ac ompanhamento na freqüência de alimentação,
21,2 4,3 4
ganho de peso e tr ocas de pele .

No quar entenário do CEVAP, as ser pentes fic am em observaç ão por um


18, 24, 27, 32 ,34
período além do recomendado pela maior ia dos autor es . São
adminis trados medic amentos para endo e ectopar asitas e a freqüência de
alimentação e ecdise é s upervisionada. Em c ontr apartida, não há realiz ação de
exames laborator iais . Ess a atitude é prejudic ial par a o ser pentár io, pois pode
proporcionar a introduç ão de agentes capazes de diz imar todo o plantel
3 4,3 5
estabelecido .

60
Infra estrutura e M anejo
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O sis tema intens iv o é o tipo de manejo mais empregado entr e os


4,1 8,1 9
serpentários . Ess e sistema pr oporciona fac il idade na v igilânc ia dos
animais em r elaç ão à alimentação, r epr odução, e controle de fatores
ambientais c omo temper atur a e umidade 3, 4,1 8.

No c ativ eir o intens ivo, um substr ato apropriado forrando o piso da caix a
25
da serpente é ex tremamente importante para o c onforto do animal . A
finalidade do substr ato é manter a umidade, pr oporcionar suporte físic o e
21, 30
segur anç a psic ológic a ao animal . Freqüentemente os ser pentár ios utilizam
25 ,2 6,3 6
maravalha, jor nal ou papelão ondulado como substr ato . Nas caixas de

serpentes do CEVAP é utilizado jor nal. Par a proporcionar maior confor to e


diminuir o es tresse dos filhotes em geral e serpentes foss or iais, é
recomendáv el o us o de r efúgios c omo tijolo oco, c anudo de papel ou v aso de
planta v azado 36.

Alguns autores recomendam o uso de um rec ipiente com água limpa em


19, 37
cada caixa de ser pente . A per manênc ia de um rec ipiente com água auxilia
nas tr oc as de pele, dev ido à umidade e a pres ença de um substr ato r ígido e
26
rugos o que per mite o atr ito nec ess ário par a que oc orr a a liber ação da pele .
Foi observ ado nesse estudo que apesar da pouc a quantidade de água nos
bebedouros , alguns animais ficam constantemente úmidos, tor nando a c aix a
impr ópria par a o animal. Como as ser pentes são animais que geralmente
bebem pouca água, a retirada do bebedouro por per íodos curtos pode diminuir
a umidade da c aix a e a freqüênc ia do manejo, sem caus ar prejuíz os ao animal.

A temperatura e a umidade são os princ ipais fatores que podem


influenc iar na capacidade das serpentes se ajustarem ao ambiente do cativ eiro
21, 25, 26
. Índices de temper atur a e umidade inadequados podem proporc ionar o
surgimento de inúmer as doenç as, diminuindo dess a maneira, a s obrev ida dos
3 6,3 8
animais nos ser pentár ios .

As serpentes s ão animais ectotérmicos , dependendo, por tanto, de fonte


de c alor ex ter no para r egular funções como alimentaç ão, assimilaç ão de

61
Infra estrutura e M anejo
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2 1,2 6 o
nutrientes e r epr odução . Temper aturas abaix o de 25 C não são
recomendáv eis , pois podem causar str ess fisiológic o, podendo alter ar a
digestão e o apetite, além de causar problemas respir atórios e
39,40
imunossupr essão .

A umidade relativ a do ar r ec omendada difere entre as es péc ies de


25, 27 ,41
serpentes . A umidade em tor no de 60% é r ecomendada para espéc ies
como Bothropoides jarar ac a, Bothr opoides pauloensis, Bothr ops jar ar acussu,
25, 40
Bothrops mooj eni e Rhi noc er ophis alter natus . Par a Caudisona durissa
terrifica, a umidade r elativa recomendada é infer ior a 30% e par a Lachesis
25
muta, ultrapass a 70% . A umidade relativ a inferior a r ec omendada causa
16 ,40
desidratação e dis ec dises (tr oc as de peles imperfeitas) , enquanto que a
umidade ac ima do ideal pode pr oporcionar a proliferação de fungos e bactérias,
41
além de ser extr emamente deletéria para a maioria dos r épteis .

No cativ eir o intens iv o do CEVAP, as r esistênc ias cônic as mantém a


o o
temperatur a entre 22 C e 28 C, além de retir ar a umidade do ambiente. A
umidade r elativ a do ar mantida em 60% par a todas as es péc ies deve ser
reconsider ada, devido à umidade exc ess iva observada nas caix as de
serpentes C. d. terrifica. É r ec omendável, portanto, mec anis mos de contr ole
que mantenham umidade adequada para cada s ala e a temper atura ac ima de
25 oC.

O manejo s emi-ex tens iv o foi o primeiro r egime de cativeiro empr egado


no início da criação dos s erpentár ios para pr oduç ão de peçonha 1. O mais
famoso s erpentário semi- extens ivo foi constr uído em 1911 por V ital Br azil, na
2
tentativa de recriar as condições ecológicas do habit at das ser pentes . Esse
serpentário apesar de ofer ecer ár eas para banho de sol, água, sombr a e
3
abrigos, não pr oporcionava boa sobr ev ivência às serpentes .

Apes ar da alta mortalidade de s er pentes obs erv ada no iníc io da criação


do s erpentário semi-extens ivo, esse s istema pode ser utiliz ado c om grande

62
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sucesso, desde que as ins talações sejam adequadas e as nec ess idades
7
biológic as das espécies de serpentes sejam atendidas .

Esse tipo de sistema per mite que as ser pentes aproveitem elementos

natur ais como sol, c huvas , v entos, e os es paços amplos poss ib ilitam a
ter morregulação e movimentação dess es animais 3,7 .

A ter morregulaç ão nas serpentes é uma ativ idade realiz ada por meio de
posturas c omportamentais como ac hatamento, inclinaç ão, enr olamento ou
extensão do cor po, per mitindo tr oca de temperatur a entre a ser pente e o
42
ambiente . A importância da ter morregulaç ão na v ida das s erpentes v ar ia
conforme s ua espécie, r elaç ões filogenéticas, distr ibuiç ão geográfic a e fatores
4 3-45
fisiológic os .

Anterior mente acr editav a-se que os r épteis conservassem a sua


46
temperatur a c orpor al pr óxima a uma temper atur a ótima fixa . Atualmente é
conhecido que as div ers as atividades des empenhadas por esses animais têm
4 7,4 8
difer entes temperatur as ótimas . A possibilidade de ter morregular pode
49,50
proporcionar as ser pentes maior sucesso na dig estão, r eprodução e defesa .

Além disso, devido à manutenç ão de muit os animais no s istema s emi-


extensiv o, o comportamento s ocial de agregação pode modific ar a inter ação
entre s uperf íc ie e meio, e há evidências de que algumas agr egações são
42
ter morregulador as .

As desv antagens do sistema s emi- extensivo estão r elac ionadas à


necessidade de gr andes ár eas para a ins talação dos ser pentár ios e ao c lima,
que dev e s er o mesmo, ou muito s emelhante ao ambiente nativo das ser pentes
que s er ão criadas 7 .

A manutenç ão adequada da temper atura é o maior proble ma enfrentado


3
pelo manejo s emi-extensiv o . Temper aturas muito baixas impedem a
atividade normal das enz imas gás tric as, pancreátic as e hepátic as, e mes mo
nos r épteis mais adaptados ao c ativeir o, ocorre alter aç ões no apetite, digestão
3 8,39
e ass imilação da die ta . Nos dias mais frios do inv erno, apes ar do uso do
63
Infra estrutura e M anejo
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o
aquecedor, a temperatur a das baias do CEVAP dificilmente ultrapass a 20 C. A
adiç ão de novos aquecedor es c om o objetivo de pr oporcionar um aumento na
temperatur a, e o fechamento das portas de c omunicação entr e as áreas interna
e externa devem ser cons ider ados.

Embora a manutenção da umidade seja c ons iderada um dos princ ipais


25, 27, 16
problemas enc ontr ados nos s erpentários , no sistema s emi-ex tens iv o
esse problema dificilmente é enfrentado, já que a umidade é proporc ionada
7
pelo ambiente natural . No CEVAP, a umidade mantida no c ativeir o s emi-
extensiv o é suplementada pelos bebedour os de água c orr ente.

Além da temper atura e umidade, o fotoperíodo tem um papel


16 ,51
fundamental na manutenção de s er pentes e répteis em geral . Alguns

autor es sugerem que o fotoper íodo pode influenc iar dir etamente o pr oc esso
51,52
repr odutivo e outros proc ess os fis ioló gicos s az onais . O fotoper íodo
inapropr iado pode r esultar na recus a do alimento, vitelogênes es anormais,
granulomas, tumores, obesidade, além de tornar as ser pentes mais
susceptíveis ao str ess, podendo ac arr etar supressão na res posta inflamatória e
40 ,53
na pr odução de antic orpos .

Os aquecedor es mantidos no Serpentário Semi- extensivo pr ecisam ser


adaptados par a que a lu minosidade não per maneça constante nas 24 horas do
dia, evitando a alt eraç ão do fotoperíodo das ser pentes mantidas nesse
sistema.

O manejo alimentar inapropr iado e o descuido na qualidade da dieta


oferecida para as ser pentes mantidas em c ativeir o podem caus ar doenças e
39,54
até mes mo óbitos nesses animais .

O tr ato gas trointestinal das ser pentes é simples e relativ amente curto,
40
quando compar ado a outros répteis . Devido a esta s ingular anatomia, é
extr emamente importante que as ser pentes sejam prov idas de uma dieta
balanceada e de alta qualidade em cativ eiro, par a que poss am maximiz ar a
26 ,40
absorção de nutrientes .
64
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

A freqüência da alimentaç ão das ser pentes varia com a idade e depende


26
da r otina do ser pentár io . Nor mal mente s ão oferec idos roedor es Mus
muscul us ou Rattus norvegicus, c ujo tamanho, peso e quantidade são
3, 18, 19
deter minados confor me a necessidade de cada ser pente . No s er pentár io
do CEVAP, além dessas duas es pécies, são ofer ecidos r oedores da espécie
Meriones unguiculatus.

Apes ar dos roedor es não ser em pesados antes da alimentaç ão das


serpentes mantidas no CEVAP, é ofer ecido somente um roedor por mês, para
18
se evitar a obesidade .

A obes idade é uma doença não infeccios a freqüentemente


4 0,2 6,54
diagnosticada em s erpentes mantidas em cativeiro . A falta de
movimentação devido à per manência no c ativeir o intensiv o, aliado a
26
super alimentaç ão, traz sérios r iscos á saúde das serpentes . A lguns autores
recomendam de 10 a 20% do peso do animal em alimento por mês, a fim de se
18 ,19 ,4 0
evitar a obesidade .

Além da obes id ade, a anorexia e a r egur gitação são distúrbios


54
normal mente obs ervados em cativ eiro . A anorex ia é definida como f alta de
16
apetite ou falta de resposta alimentar . É c onsider ada c omo um s inal clínic o
relac ionada à gas troenterites caus ada por par as itis mo, vírus, fungos , bactérias,
absc ess os orais, es tomatites necrótic as, normalmente prov enientes de um
55
manejo inadequado . Nos s erpentários, nor malmente a anor exia é
proporcionada pelo estr esse caus ado na adaptação da s erpente ao ambiente
2 6,5 5
do cativ eiro .

Para a deter minaç ão da v erdadeira causa da anorex ia é rec omendáv el a


55
realizaç ão de exames c opr oparas itológic os e hemogr ama c ompleto . Em
alguns cas os, a alimentação forçada é r ecomendada par a a r ecuperação do
5 4,56
animal .

A regur gitação também é considerada c omo um s in al c línico assoc ia do a


55
importantes doenç as e ao manejo inadequado . Regurgitos são c omuns em
65
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

serpentes mantidas em ambientes com temperaturas baix as ou quando a


16
queda da temper atur a noturna é muito br usca . Exc essivo manejo pós-
prandial, it ens inapropriados , endopar asitas e estresse não es pec íf ic o também
16, 40
podem c aus ar r egurgitos em serpentes .

Portanto, a interr upção do manejo adotado pelo CEVA P nos pr imeiros


sete dias após a alimentação das s erpentes mantidas em cativeir o intensivo é
uma prática altamente rec omendada para evitar a regur gitação. Rec omenda-se
a realiz ação de ex ames clínic os nos animais com regurgit aç ão cr ônic a para
evitar per das no plantel.

O manejo seguro das ser pentes durante o pr ocedimento de extr ação de


peçonha es tá entr e as prioridades dos ser pentár ios produtores de sor os e
57
imunobiológicos . Esses centr os pr odutor es estão s empre em busc a de novas
58
técnic as que minimizem os r isc os e fac ilitem a ex ecução dess a tar efa .

A contenção da s erpente e seu manuseio para a extração de peçonha


apres entam dificuldades que s e constit uem em perda de peçonha, tr aumas
58
para o animal e riscos par a os técnicos .

A metodologia aplic ada no pr oc esso de ex traç ão depende da espécie de


57-59
serpente e a r otina utiliz ada pelo s erpentário . A técnica tradic ionalmente
empr egada par a a extr ação de s erpentes peç onhentas, que compreende o
manuseio do animal sem sedativ os, repr esenta consideráv el risc o par a a
58,5 9
serpente e para o técnico extr ator de v eneno . Atualmente, os c entros
realizam a extr ação com o auxílio de gás car bônico ( CO2) , e a coleta é feit a em
57, 60
pool, utilizando Bec ker de vidro graduados .

No CEVAP, a metodologia de ex tração adotada é segur a par a os


técnic os e extr atores, per mitindo o estudo na identific ação de diferenças
61
regionais, s exuais e indiv iduais das peçonhas of ídic as .

A oc orrênc ia de discr eta hemorragia na cavidade or al das serpentes


57 ,58
durante o proc edimento de extr ação é relatada por outros autores e

66
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

normal mente é observada em animais que permanecem muito tempo sob


58
efeito do gás c arbônic o .

A estomatite infecciosa é uma enfermidade freqüentemente


diagnosticada em serpentes mantid as em cativeiro, es tando nor malmente
3 7, 38
assoc iadas a agentes bac ter ianos . Normalmente ocorr e em ser pentes que
62,63
sofrem r epetidos processos de extr ação de peç onha . A pes ar de ser

cons ider ada c omum, não foi obs ervado nenhum animal com estomatite no
CEVAP. A metodologia aplic ada per mitiu o apr ov eitamento máximo da peçonha
extr aída, sem que oc orressem danos na c avidade or al dos animais.

Embora ex ista uma grande var iedade de técnic as par a r ealizar a


64
marcação individual em r épteis , poucas podem ser utilizadas em
6 5,6 6
serpentes . A aus ência de patas exc lu i a téc nica de “toe-clipping” e a
mudança periódic a da pele impede uma marc aç ão externa per manente 65 ,6 6.

Um sis tema de marc ação per manente não deve interferir no


crescimento, c omportamento, sobr eviv ência ou na pr obabilidade de rec aptura
64, 67
dos animais .

Diversos métodos de identific aç ão já foram util iz ados para individualizar


as serpentes mantidas nos criadour os, s endo muitos deles consider ados
68
invas ivos . Lew ke & Stroud empregaram um método de queimadur as com
69
gelo sec o nas later ais do corpo das serpentes, enquanto que Pough utilizou
pequenos “ brinc os” plástic os color idos nas escamas.

70
Em 1988, Saz ima adotou um sistema de identificaç ão por meio de
marcas naturais pr esentes em Bothropoides jararac a, env olv endo um s istema
de registro fotográfico. Apes ar de não inv asiv o, o método logo foi cons ider ado
limitado.

O sistema de marc ação c ons iderado tr adicional c onsis te em c ortes c om


71, 72
retiradas de fragmentos das esc amas ventrais dos animais . Como a maior

parte das espécies de serpentes apresenta mais do que 100 placas v entrais,

67
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

esse sis tema per mite identific ar plantéis razoavelmente grandes, apesar da
72
grande mão- de- obra par a marcação e leitura . No entanto, esse método pode
71
prejudic ar a perfor manc e da s erpente até que haja c icatrização completa .
Além disso, a leitura pode s er feita de maneira incorreta, r esultando em
65
identific ação errônea do animal .

Recentemente, este pr oblema foi r esolv id o c om a criação de uma


73
Instr ução Normativ a do IBAMA (02/2001) que es tabelec eu a obrigator iedade
de s e identific ar os animais mantidos em criadour os por sis tema eletrônico,
utiliz ando-se microchips (transponders). Este sistema é prátic o, s eguro par a o
animal, além de extr emamente eficiente, pois per mite a leitura do código do
74
microchip a 1,5m de distância da ser pente . A únic a desvantagem desse
sistema é o cus to extrema mente elevado 74.

A partir de 2007 o CEVAP iniciou o pr ocesso de microc hipagem de todos


os animais pertencentes ao plantel. Após a saída do quar entenário, todas as
serpentes são dev id amente microchipadas. Des de o iníc io do proc esso não
foram observadas complicaç ões relacionadas à implantação dos tr ans ponders
nas s erpentes. Além diss o, ess e sis tema per mitiu a identific ação das ser pentes
mantidas em c ativeir o semi- extensiv o.

A saúde de um r éptil cativo es ta diretamente relacionada com o modo


16
em que é cr iado . A dieta inadequada é um dos pr incipais fator es que
27 ,54
acarr etam enfer midades nesses animais .

Os s erpentários pr odutor es de peçonha freqüentemente possuem um


biotér io de roedor es par a supr ir as necess idades alimentar es dos animais
mantidos no plantel. Par a que o roedor pr oduz ido seja de boa qualidade, são
necessários conhecimentos bás icos das técnicas utiliz adas no manejo desses
75
animais .

Em um biotér io de r oedores, r ecomenda-s e apenas uma espécie de


1 7,76
animal por sala . A presença de mais de uma es péc ie no biotério (Mus
muscul us, Rattus nor vegicus e Meri ones unguiculatus) do CEVAP não é
68
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

recomendada, pois podem acarr etar contaminaç ão cruz ada entre os patógenos
76
pres entes nas diferentes colônias . Par a a r esolução do pr oblema, é
17
recomendada a instalação de barr eiras sec undárias como paredes ou portas .

A cama dos roedor es mantidos em um biotér io deve apresentar


partíc ulas macias, ser inócuo, ter alto poder de abs orç ão, per mitir um eficiente
17 ,76
isolamento tér mic o e ser facilmente descar táv el . A cama, por estar em
contato íntimo com os animais, deve s er autoclav ada, evitando-s e assim a
77
contaminaç ão das colônias por ácar os, v írus e bactérias . No biotér io
analis ado ness e estudo, é utiliz ada serr agem gr ossa de Pi nus não autoclav ada,
o que pode ter permitido o aparecimento de ár eas s em pelagem em alguns
espéc imes de Mus musc ulus e lesões no foc inho em Meriones unguiculatus .

A quali dade do alimento e da água for nec ida na dieta dos roedor es tem
sido descr ita c omo parte essenc ial no des env olvimento da defes a desses
76
animais . Vários componentes nutric ionais da dieta influenciam na r esistência
ou na predisposição ao des env olvimento de doenç as causadas por paras itas,
76
bactérias e v ír us mur inos .

O uso da r ação peletiz ada autoc lavável sem suplementação é altamente


indicado por proporcionar nutrição adequada, melhor rendimento e fác il
1 7,7 7
manuseio . A água dev e ser tr atada com esterilizaç ão, ac idificaç ão ou
78
filtração . No CEVA P, embor a a raç ão utilizada não seja autoc lavada, é de
boa qualidade, pois atende as necessidades nutr icionais dos animais sem
prec is ar de suplementação. A ausênc ia de água tr atada ofer ecida aos animais
pode veicular agentes nociv os que podem c omprometer a qualidade s anitár ia
78
das colônias . A lém diss o, a ausência de bebedouros autoc lav ados pode
facilitar a instalaç ão de biofilmes de bactér ias nesses r ecipientes, sendo
recomendado, portanto, ou uso de filtr os ou a ac idificação da água pela adição
de ac ido clorídr ico como medida de c ontrole de c ontaminação nos bebedouros
79
e tratamento da água .

69
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

A temperatura e a umidade relativ a do ambiente do biotério são


77, 80
importantes par a a higidez dos animais . A temper atur a de c onforto de
o o
pequenos roedores é de 21 C a 24 C enquanto que a umidade ideal é de 45%
80
a 55% .

As mudanç as brusc as de temperatura c ostumam provoc ar estr esse, c om


76, 80
queda de resistênc ia e maior s usceptibilidade a infecç ões . Temper aturas
elev adas prov ocam queda na repr odução e até s ua par ada total, enquanto
77
temperatur as baix as podem prov oc ar afecções r espir atórias .

A umidade r elativ a das s alas dos roedor es tende sempr e a aumentar ,


devido à liber aç ão contínua de vapor d’água pela da res piraç ão e da
evaporaç ão da urina, tor nando-se necessário um sis tema que r etire
80
eficaz mente o excess o de água do ambiente . Ess e pr ocess o é realiz ado
durante a tr oc a de ar da s ala, que dev e s er r egulada par a que a retir ada
77
excessiv a de v apor não torne o ambiente s ec o . A baix a umidade causa
ressecamento de mucos as e pele, enquanto a alta umidade pode pr ov ocar
problemas r es piratór ios.

A ausência de mec anis mos renovadores de ar causa acúmulo de


76,7 7
subs tânc ias tóx icas na sala de criação . A liber ação de amônia pr ov eniente
da degr adaç ão de excretas nitr ogenadas pode afetar o sistema r espir atório dos
80
roedores e dos bioter istas .

A temperatur a e umidade mantidas no biotér io do CEVA P s ão


cons ider adas adequadas, mas não são c ons tantemente monitor adas. Um
sistema de ventilaç ão que pr oduza troc a r egular de ar ( 10 a 15 trocas/hora) das
salas é r ec omendável para que ocorr a contr ole na temperatur a, umidade, além
de diminuir os possív eis poluentes químicos resultantes da higieniz aç ão das
80, 81
salas .

O fotoper íodo é um dos mais importantes itens que influenciam o ritmo


80
biológic o de animais de laboratório . O c ontr ole automátic o do fotoper íodo
nas s alas dos animais do bio tério do CEVA P deve s er es tabelec ido, pois a
70
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

variaç ão na dur ação dos per íodos clar o/escur o pode alter ar cic los reprodutiv os,
76
tempo de duraç ão do parto e hábitos c ompor tamentais .

A per manência de animais utilizados par a experimentaç ão na mes ma


sala de cr iação é desac onselháv el. O biotér io de criação e ex per imentação
deve ser independente quanto à estrutura f ísic a, material e pess oal, a fim de
evitar contaminações indes ejáv eis, prejudic ando dessa maneir a, os
81
exper imentos r ealiz ados .

O som é uma das v ariáveis mais importantes do meio ambiente em


81
biotér ios . O r uído, apesar de inevitável, dev e s er contr olado par a que não
80
prov oque estr esse, podendo levar os animais a convulsões e mor te . É
acons elhável que os materiais mantidos na sala de criaç ão sejam
ar mazenados em outr o local e que e a sala de higieniz ação pr óx ima ao biotér io
do CEVAP seja transferida para uma área mais distante par a diminuir a
intens id ade de r uídos nesse s etor.

Portanto, por s e tratar de material biológic o v iv o, dev emos gar antir a


integr idade fís ica tanto das ser pentes, quanto dos r oedores, levando-se em
cons ider aç ão a nutriç ão, a manipulação adequada e c ontaminaç ões
microbiológicas dess es animais utilizados como pr odutores de matér ia- prima e
77
exper imentação animal .

Na c omplexa operaç ão de um criadouro de serpentes, as aç ões


assoc iadas ao manejo e alimentação dos animais, ao des tino das camas,
dejetos e c arc aças, dev em ser estabelec idas por meio de proc edimentos
82
apropriados .

O manejo sanitário, tem por objetivo manter as c ondiç ões de higiene no


sistema de criação, c om o intuito de minimiz ar a oc orrênc ia de doenças , obter
boa perfor manc e e bem- estar dos animais, além de assegur ar um produto de
83,84
boa qualidade . A higienizaç ão das ins talações e o contr ole de v etores são
83
formas de contr olar as doenç as em um plantel .

71
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

O uso de luvas no manejo das ser pentes vis a à diminuiç ão na


22
contaminaç ão entre o manipulador e o animal manejado . Essa pr ática é
extr emamente impor tante, uma vez que divers os tr abalhos têm apontado os
répteis c omo importantes transmiss or es de zoonoses 85-8 7.

O uso de s oluç ões v iricidas, bactericidas e fungicidas para limpeza e


desinfecção dos ganchos her petológic os entr e o manejo dos animais auxilia no
88
controle da disseminação de patógenos entre as ser pentes . Esta pr átic a
deve s er utiliz ada em todos os setor es do Centr o, incluindo os animais
mantidos no cativeiro semi- extensiv o.

A pr esenç a de barr eiras de contaminação util iz adas na for ma de


pedilúvios em todos os s etores do Ser pentár io Intensiv o é extrema mente
recomendada par a que o ingress o de doenças por meio de vetor es s eja
89
reduz ido . A lém disso, recomenda-se o uso de pedilúvios no ser pentár io
Semi- extensivo.

O processo de limpeza de um sistema de criaç ão cons is te na remoção


dos detritos acumulados nas instalaç ões , com o objetivo de reduzir a carga
microbiana e minimiz ar o contato dos animais com exc esso de matér ia
orgânica, a qual potenc ialmente aumenta o risco da veiculação de agentes
82
patogênicos aos animais . A limpeza pr évia é um pass o ess encial ao suc esso
83
dos programas de des infecção .

A desinfecç ão é o c onjunto de medidas empr egadas para impedir a


penetração e cr escimento de germes num deter minado ambiente ou es trutura,
tor nando-os livres de agentes infectantes , com o uso de s ubs tânc ias
89
desinfetantes ou outr as for mas fís icas de desinfecção . Desinfetantes são
subs tânc ias químic as que des troem as for mas vegetativ as de
89
microor ganismos, mas não necess ariamente s ua for ma es porulada .

No pass ado, era prática comum a realização de des infecções apenas


83
nos casos de ocorr ência de sur tos de doenças . Hoje, por meio do
desenvolvimento de pr ogramas de limpeza e des infecção como parte dos
72
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

esquemas de pr ofilaxia, a desinfecção pr eventiv a r epr esenta uma pr átic a


82
comum e ex tremamente nec ess ária em criadouros . Uma desinfecção
completa e efic iente somente pode ser ex ec utada após a r etir ada dos animais
das instalaç ões. Somente assim s e obtém o máximo de ação do desinfetante,
uma vez que a ausência de animais e de equipamentos permite que o produto
tenha um c ontato dir eto com os micr organismos e tempo sufic iente para a
8 2-84
ação .

A limpeza sec a, s eguida de li mpeza químic a no Serpentário Intens ivo,


diminui a chanc e de contaminação do ambiente por micr oorganismos,
83
melhorando a qualidade de vida dos animais mantidos ness e s istema .

No Ser pentár io Semi- extens iv o, a limpeza fís ica (vassour a de fogo)


aliada à limpeza química proporcionada pelo vazio sanitário per mite uma
desinfecção adequada das baias das s erpentes. Consider a-se vazio sanitário o
período em que a instalação per manece vazia e os process os de limpeza e
desinfecção são realizados. O tempo de vazio sanitár io varia com o tipo de
90
criaç ão, status sanitário da propr iedade e a pr ogr amação dos novos lotes .

O us o da c al no v az io s anitário aumenta o pH, reduz a quantidade de


água livre, afetando diretamente a micr obiota do loc al, impedindo a pr olifer ação
90
de bactérias, inclus iv e Salmonella sp e Clostri dium sp . O período de 45 dias
utiliz ado no vazio sanitário na higienização do Serpentário Semi-ex tens ivo
prejudic a o des envolv imento da grama utiliz ada na área externa das baias , e
dificulta a limpeza do loc al devido à impr egnação da cal nos recintos . Portanto,
90
o per íodo entre 15 e 30 dias de v azio deve ser c ons ider ado .

Embora não ex ista uma r otina de limpeza simplificada e univ ers almente
aplicável, nem tampouco cr itérios rígidos sobre os intervalos de tempo para
higieniz ação das salas de criação do Biotério de r oedores do CEVAP, a
limpeza r ealizada três vez es por s emana reduz o nível de poeira e dejetos que
80
são ress us pensos no ar . Dess a maneira, há reduç ão do nív el desses
poluentes no ambiente e, por cons eqüência, diminuição da v elocidade de

73
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

disseminaç ão de micr oor ganismos e o risco de c ontaminações cr uzadas entre


90
as c olônias .

A higienizaç ão das caix as de manutenç ão de roedor es e s erpentes é


realizada de for ma adequada, com limpeza prév ia e des infecção química. No
entanto, foi obs ervado que as caix as de ser pentes e roedores s ão lavadas na
mes ma s ala. Essa prátic a não é adequada, pois facilita a contaminação entre
90
as caixas . Portanto, rec omenda-s e que a lavagem das c aixas das ser pentes
oriundas da quarentena s eja realiz ada em sala adequada par a este fim.

Apes ar do CEVA P não possuir um sistema de gestão ambiental, as


medidas utilizadas no destino de res íduos or gânicos e de ativ idades
veterinárias, bem como o descarte das c arcaças de animais mortos, são
cons ider ados adequados e estão de acordo com o sis tema de gestão
82
ambiental adotados pelos zoológic os bras ileir os .

O sistema de ges tão ambiental em criadour os (SGA) vem ass umindo


importância cada vez mais r elev ante e objetiv a minimizar ou solucionar
82
impactos ambientais dec orr entes da manutenç ão de animais selv agens .
Portanto, o CEVA P deve consider ar a implantação de um SGA, para que além
do c ompromisso c om a sanidade, c om o bem-estar dos animais e com a
qualidade da peç onha pr oduzida, seja es tabelecido um c ompromisso com a
caus a da c ons erv ação do meio ambiente.

Deste modo, a adequação da infra estr utura, aliada ao aperfeiçoamento


de medidas utilizadas no manejo, tanto dos ofídios , quanto dos roedor es,
podem proporc ionar um aumento no bem- estar dos animais e na quantidade e
qualidade da peçonha pr oduz id a.

74
Infra estrutura e M anejo
Michelle Vanessa Cam pagner

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80
Análise microbiológica dos diferentes
regimes de cativeiro adotados pelo CEVAP
Capítulo 4
81
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

RES UM O

A mortalidade de s er pentes mantidas em cativeiro é elevada, e prov avelmente


está relacionada ao estress e caus ado pelas dific uldades dess es animais se
adaptarem ao ambiente cativ o. O objetivo desse estudo foi av aliar a microbiota
bacteriana e fúngica de duas espécies de ser pentes mantidas em diferentes
regimes de cativeir o no Centr o de Estudos de Venenos e A nimais Peçonhentos
( CEVAP). Bac ilos gram- negativ os foram os principais agentes isolados, com
destaque para repres entantes da família Enter obacteriac eae. Por meio de
seqüenc iamento de r DNA, foi id entificado Tric hos poron as ahii em animais
saudáveis e com lesões sugestivas de micos e mantidos em c ativeir o intensivo.
Os antimicrobianos mais efetiv os foram os aminoglic os ídeos e as
fluor quinolonas . Os isolados bacter ianos mostraram baixa r es istência a
divers os antimicr obianos testados , per mitindo o us o desses antibiótic os com
segur anç a em proc ess os infecc iosos que afligem estas serpentes. As doenças
infecc iosas causadas por bactér ias e fungos nor malmente estão r elac io nadas à
imunossupr essão causada pelo ambiente cativo e ao manejo inadequado. Não
foi observada diferença na freqüênc ia de bactérias entre as espécies, mas
ocorr er am dif er enç as entre os distin tos r egimes de c ativ eir o utiliz ados, com
destaque para o c ativeir o intensivo, onde for am mais frequentes. O isolamento
de potencial patógenos nas amostr as das ser pentes estudadas apes ar de não
ser s inônimo de doença, foi considerado importante no pr ocesso de av aliação
do tipo de manejo utilizado, consider ando as numer osas condiç ões
estr essantes proporcionadas pelo ambiente do c ativ eir o e o caráter oportunista
dess es agentes. Os resultados s ugerem que o tipo de manejo adotado
influenc ia na contaminaç ão do ambiente utilizado pelos animais . Apes ar de o
sistema intensivo ser o método tr adic ionalmente utiliz ado na manutenção de
ofídios destinados a pr oduç ão de peçonha, os r es ultados sugerem que o
sistema semi- extensiv o pode ser mais apr opr iado para este fim.

Palavras-chav e: micr obiota, s er pentes, manejo, cativ eiro


82
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

4.1 INTRODUÇÃO

Apes ar da extens a ex periência que os c entros e os institutos poss uem


na manutenção de serpentes em cativeir o, a mor talidade desses animais é
elev ada, e pr ovavelmente es tá relacionada ao es tresse caus ado pelas
1-5
dificuldades de se adaptar em ao ambiente cativo .

Condições in adequadas de cativeir o, nutrição defic iente e más


condições sanitár ias podem direta ou indir etamente, por meio da
imunossupr essão pr omovida pelo es tresse, lev ar a ins talação de doenças
6-8
infecc iosas nestes animais . Estas por sua v ez, são a pr inc ipal caus a de
9-11
morte em répteis c ativos , ocas ionando problemas para o laboratór io
produtor de peç onha, que pode não dispor de matéria- prima de qualidade 1,1 2.

Dentr e os agentes infeccios os bacter ianos, o gr upo mais importante


pelas elevadas taxas de morbidade e mortalidade nos r épteis , é o dos
10 ,11,1 3-16
bastonetes Gr am- negativos . Os bas tonetes gram- negativos estão
17 1 3,1 4,1 8 9,
envolvidos em pr ocessos infecc ios os cutâneos , pulmonares , or ais
14, 19 2, 5,1 6 1 6,2 0
, gas troentéric os e generalizados , além de vislumbrar a oc orrência
2,19
de absc essos . Além das infecções bacterianas, doenç as fúngicas têm s ido
2 5-2 8
devastador as par a as ser pentes c ativas . Nor mal mente há dif ic uldade no
isolamento do agente e os óbit os oc orrem com muita freqüênc ia 2 5, 29, 32.

Dess e modo, a finalidade desse es tudo foi avaliar a micr obiota de duas
espéc ies de serpentes mantidas em difer entes regimes de cativeiro e utilizadas
como pr odutor as de peç onha no Centr o de Estudo de Venenos e Animais
Peçonhentos ( CEVAP).

83
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

4.2 OBJ ETIVOS

O pr esente capítulo teve c omo objetivos:

x Identific ar a microbiota bacteriana e lev eduriforme pres ente nas


escamas, c avidade cloacal, or al e peçonha de Bothropoides jararac a e
Caudisona duriss a terrifica rec ém captur adas, e aquelas mantidas em
difer entes r egimes de cativeiro;

x Comparar as freqüências dos micr o organismos bacterianos


encontr ados nas amostr as das serpentes mantidas nesses diferentes
regimes;

x Avaliar a s usceptibilidade “in v itro” das bac térias is oladas da cavidade


oral e peçonha frente a difer entes antimicrobianos;

x Identific ar as leveduras is oladas por meio do Sequenciamento do r DNA.


.

4.3 M ATERIAL E M ÉTODOS

4.3.1 Animais

Na av aliação da micr obiota das serpentes foram utilizados 56 animais


adultos de ambos os sex os, sendo 26 de Bothropoides jar araca ( Figura 4.1 A)
e 30 de Caudisona durissa terrifica ( Figur a 4.1 B) mantidos em diferentes
regimes de cativeiro. For am av aliados os regimes de quar entenário (r ecém-
capturadas) , cativ eir o intensiv o (indiv idual) e semi- extens iv o (coletivo),
conforme descrição prév ia no capítulo 3 deste es tudo.

84
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Foram incluídas no ex perimento ser pentes r ecém-c apturadas


cons ider adas apar entemente saudáv eis com bas e na condição c orpórea
( musculatura axial bem des envolv ida e costelas dificilmente palpáveis). As
serpentes cativ as for am incluídas com base na condiç ão c or pórea, s ucess o da
realizaç ão da ecdise, r otina alimentar e hidratação.

A contenção das ser pentes para a coleta de dados biométric os foi


realizada com o aux ílio de gancho her petológico e tubos de polipr opileno.
Foram c oletados dados relacionados ao comprimento rostr o-c loac al ( CRC),
comprimento da cauda (CC), peso, sexo e data da c hegada do animal
(Tabelas 1 e 2 – Anex o II). Durante o ex perimento os animais não foram
submetidos a proc edimentos de c ontenç ão químic a, us o de antibióticos ou
medic amentos para endo e ectoparasitas.

A B

Figuras 4.1 A-B. E spécie s de serpe nte s en volvida s na análise m icrobiológica. A.


Bothropoides ja rara ca. B. Caudisona durissa terrifica.

4.3.2 Grupos de Estudo

Foram deter minados seis grupos de estudo baseados na espécie de


serpente estudada e no tipo de r egime de cativeir o analisado. Os gr upos estão
descr itos nas Tabelas 4.1 e 4.2.

85
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Ta bela 4.1. Grupos de e st udo de B othropoides jarara ca.


Bothropoides jararaca
Recém - captur adas (n=10) Cativeiro individual (n=10) Cativei ro coletivo (n=06)
Grupo RG Microchip Sexo Grup o RG Microchip Sexo Grupo RG Microchip Sexo
G1-01 1397 Ø Ƃ G3-01 219 303115 ƃ G5-01 558 305191 Ƃ
G1-02 1423 Ø ƃ G3-02 535 339162 Ƃ G5-02 565 366986 Ƃ
G1-03 1458 Ø ƃ G3-03 541 363261 ƃ G5-03 632 368199 Ƃ
G1-04 1525 Ø ƃ G3-04 564 308050 ƃ G5-04 646 320505 Ƃ
G1-05 1653 Ø Ƃ G3-05 603 340335 Ƃ G5-05 751 330884 ƃ
G1-06 1655 Ø Ƃ G3-06 675 305893 ƃ G5-06 777 319399 Ƃ
G1-07 1670 Ø ƃ G3-07 809 346211 ƃ Ø Ø Ø Ø
G1-08 1695 Ø ƃ G3-08 860 313471 Ƃ Ø Ø Ø Ø
G1-09 1696 Ø Ƃ G3-09 861 331069 Ƃ Ø Ø Ø Ø
G1-10 1697 Ø Ƃ G3-10 1364 346464 Ƃ Ø Ø Ø Ø

G1: Bot hropoides jararaca recém -capturadas; G3: Bothropoides jararac a mantidas em cativ eiro
intensivo; G5: Bothropoides jararac a m antidas em cativeiro s emi-ext ensiv o; ‡: ausente; Ƃ 
f êmeas; ƃPDFKRV.

Nota: A numeraç ão inicial dos mic roc hips é 963000000.

Ta bela 4.2. Grupos de e st udo de Caudiso na durissa terrifica.


Caudisona durissa terrifica
Recém - capturadas (n=10) Cativeiro individual (n =10) C ativeiro coletivo (n=10)
Grupo RG Micro chip Sexo Grupo RG Microchip Sexo Grupo RG Microch ip Sexo
G2-01 1482 Ø Ƃ G4-01 606 306026 Ƃ G6-01 623 340738 Ƃ
G2-02 1488 Ø Ƃ G4-02 837 368447 ƃ G6-02 637 307398 Ƃ
G2-03 1530 Ø Ƃ G4-03 843 328484 ƃ G6-03 639 334920 ƃ
G2-04 1531 Ø ƃ G4-04 870 369585 ƃ G6-04 640 318731 ƃ
G2-05 1535 Ø ƃ G4-05 884 305445 ƃ G6-05 810 319342 ƃ
G2-06 1542 Ø ƃ G4-06 885 337892 Ƃ G6-06 815 326418 Ƃ
G2-07 1544 Ø ƃ G4-07 886 306059 Ƃ G6-07 831 330981 Ƃ
G2-08 1545 Ø Ƃ G4-08 891 304123 Ƃ G6-08 862 360826 Ƃ
G2-09 1546 Ø ƃ G4-09 901 363167 ƃ G6-09 890 325614 ƃ
G2-10 1547 Ø Ƃ G4-10 904 315509 Ƃ G6-10 941 304537 ƃ
G2: C. d. terrifica recém-c apt uradas; G4: C. d. terrifica mantidas em c ativ eiro intensiv o; G6: C. d.
terrific a mantidas em cativ eiro sem i-extensivo; ‡: ausente; ƂI êmeas; ƃPDF KRV.

Nota: A numeraç ão inicial do mic roc hip é 963000000.

4.3.3 Animais com lesões sugestivas de micose

Foram inc luídos no ex perimento microbiológico tr ês animais das


espéc ies Bothr opoides pauloensis, Bothr ops moojeni e C.d. terrific a mantidos
em c ativeir o intens ivo e que apres entavam les ões esbr anquiç adas nas

86
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

escamas, s ugestiv as de mic ose (Tabela 4.3 e Figur as 4.2 A e B). Para a coleta
das amostr as foi utiliz ada a metodologia descrita no item Escamas 4.3.4.2.

Ta bela 4.3. E spé cie s de serpe nte s com lesõe s suge stiva s de mico se
incluídas no experimento microbiológico.

N Amostra Espécie RG Microchip


1 Escama Caudisona durissa terrifica 158 307337
2 Escama Bothropoides pauloensis 828 336229
3 Escama Bothrops moojeni 1350 336362
N: núm ero da amostra.
Nota: A numeração inicial dos microchips é 963000000.

A B

Figuras 4.2 A-B. Serpent es com lesõe s suge stiva s de m ico se. A. Caudisona
durissa terrifica. B. Both ropoides pauloensis.

4.3.4 Colet a das amostras para análise microbiológica

Foram coletadas amostras de peçonha em micr otubos e duas


zaragatoas da c avidade or al, cloac al e esc amas, para pos ter ior anális e
microbiológica. Após a c oleta, as zar agatoas destin adas á anális e
bacteriológic a for am imedia tamente intr oduz idas em tubos de ensaio contendo
49
5 mL de solução salina ( 0,85%) estéril . As z aragatoas par a análise mic ológic a
49
foram introduzidas no pr óprio invólucro das z aragatoas .
87
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

As amostras for am devidamente identificadas com o número do gr upo,


RG da s erpente e tipo de mater ial c oletado. Após a coleta, as amostras foram
imediatamente enc aminhadas ao Laboratór io de Micologia e Microbiologia do
Instituto de Biociências da Univ ersidade Es tadual Paulis ta – UNES P c ampus
de Botuc atu, para proc ess amento biológic o.

4.3.4.1 Cavidade oral e cloacal

Para a obtenção das amostr as da cavidade oral e c loacal for am


utiliz adas zar agatoas es tér eis de padrão nor mal embebidas em s olução
fisiológic a estér il. As zaragatoas foram intr oduzidas no inter ior da cav idade or al
(Figur a 4.3 A) e c loac a ( Figur a 4.3 B) do animal e rotac ionadas por um per íodo
49
de apr oximadamente 15 segundos . Após a coleta, o mater ial foi
acondic ionado em sac ola tér mic a a 4o C 49 .

A B

Figuras 4.3 A-B. Coleta das am ost ras d a cavidade oral e cloacal. A. Coleta da
cavidade oral de C. d. te rrifica. B. Coleta da cavidade cloacal de C. d. t errifica.

4.3.4.2 Escamas

Para a obtenção das amostras das escamas foram utilizadas zar agatoas
estéreis de padrão normal, umedecidas com soluç ão fisiológica estéril ( Figura

88
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

4.4 A). As zaragatoas foram fricc ionadas nas esc amas dorsais do s egundo
terço do corpo das ser pentes por um período de aprox imadamente 15
49
segundos ( Figura 4.4 B). Após a coleta, o material foi ac ondicionado em
o 49
sacola térmica a 4 C .

A B

Figuras 4.4 A-B. Coleta da s amostra s de e scam as. A. Zaragatoa um edecida com
solução fi siológica e sté ril para coleta da amo stra de e scama s. B. Coleta da am ost ra
3.11.2 Cavidade
de e scam a de C. d.cloacal
t errifica e oral

4.3.4.3 Peçonha

Para a obtenção das amostr as de peç onha os animais fora submetidos á


hipóxia c om dióx ido de car bono ( CO2) por um período de 4 a 12 minutos,
50
dependendo do tamanho da ser pente .

Após a s edação, foi introduzida na cav idade or al e presa das serpentes


uma zar agatoa umedecida com álcool 70%, proporcionando ass eps ia do local.
Esse pr ocedimento foi r ealizado na tentativa de minimizar a contaminação da
peçonha pelos micro or ganismos pr esentes na mucosa oral. A peçonha foi
coletada por meio da compr essão suave das glândulas de peç onha em
microtubos estéreis de 1,5 mL ( Figura 4.5) e acondicionada em s acola tér mica
a 4o C 49.

89
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Figura
. 4.5. Coleta de pe çonha de Bothropoide s jara raca

4.3.5 Processamento microbiológico

As amostras de peçonha (20 µL por plac a) e as zaragatoas obtidas da


cavidade oral, cloac al e esc amas foram distr ib uídas em placas de Petri
contendo A gar Sangue de car neir o ( 5%) desfibrinado (A S) , Agar Mc Conkey
( MC) e Agar Sabor aud- Dex trose (SAB). O proc edimento foi r ealizado em
câmara de flux o laminar e c om o aux ílio de uma alç a de níquel-cr omo e um
bico de Bunsen, foram r ealizadas semeadur as por es gotamento de modo a
poss ibilitar a obtenção de culturas is oladas e pur as.

o
Os meios A S e MC f oram incubados em es tufa bacteriológic a a 37 C
o
com leituras a cada 24, 48 e 72 horas e o meio SA B foi incubado a 25 C em
estufa micológic a c om le itur as de no mínimo s ete dias.

90
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

4.3.5.1 Identificação bacteriológica

A avali aç ão da morfologia c olonia l foi avaliada quanto a car acter ís ticas


macrosc ópic as (tamanho e coloração das colônias , pr es enç a ou não de
hemólis e), microsc ópicas (caracter izaç ão morfo-tintorial) e pr ovas bioquímicas
51
gerais e espec íficas de acor do c om Quinn et al .

A id entificaç ão dos micr o organis mos pr ov enientes do AS e MC foi


realizada por meio de sér ie bioquímica EPM ( Fer mentação da glicose,
Pr odução de gás, Ur éia e Fenilalanina) , Mili ( Motilidade, Descarboxilação da
o
Lisina e Indol) e Citrato de Simmons, incubados em estufa a 37 C por 24h para
52
posterior le itur a e inter pr etação das provas .

Foi r egistr ada a produção de gás (CO2), pr odução de sulfeto de


hidr ogênio ( H2S), hidr ólis e da ur éia, des aminação do triptofano,
desc arboxilação da lisina, motilidade, indol e utilização do citrato. Como pr ovas
complementar es foram utiliz adas os testes de V oges-Pr os kauer (VP), Catalase
e DNAs e (5). Os r esult ados positiv os e negativ os for am compar ados c om as
52
tabelas de identific aç ão de bactérias .

4.3.5.2 Antibiograma

As cult uras bacter ianas obtidas das peçonhas e cav idade oral for am
submetidas aos testes de susceptibilidade “in vitr o” frente a 12 diferentes
antimicr obianos: A mic acina (30 ȝg), A moxicilina (10 ȝg) , Ampic ilina ( 10 ȝg),
Ceftiofur (30 ȝg), Clor anfenicol (10 ȝg) , Enroflox acina ( 05 ȝg), Gentamic ina (10
ȝg), Norflox ac ina ( 10 ȝg), Polimix ina B (300 µg), Sulfametox az ol+trimetoprim
(25 ȝg) , Tigecic lina (15 ȝg) e Tobr amicina (10 µg). A escolha dos
antimicr obianos foi realizada de acordo com a importânc ia clínic a e
epidemiológica dos isolados obtidos.

91
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Os antibio gramas for am realiz ados em meio de Muller & Hinton,


empr egando-s e o método de disco difusão, indic ado par a bactérias aeróbias de
crescimento rápido, com o objetivo de observar o perfil de res istência e
sens ibilidade de um deter minado micro or ganismo por meio das zonas de
51 ,52
inibiç ão de crescimento in “v itro” .

As colônias pur as c om no máximo 24 horas de incubaç ão foram colhidas


em “ pool” com alç a de níquel-cr omo, diluídas em 5 mL de solução salina estér il
e homogeneiz adas até ver ificar-se uma turbidez c orres pondente à escala 0,5
de McFarland ( 1,5 x 108 UFC/mL) 53
. A semeadura foi aplic ada unifor me mente
com o auxílio de z ar agatoas umedecidas nas cultur as bac ter ianas e os discos
de antimicr obianos foram depositados manualmente nas placas com o aux ílio
de uma agulha estér il, em c ondições de es ter ilidade em fluxo laminar. A pós 18-
24 horas de incubaç ão em aer obiose a 37º C foi r ealiz ada a leitura com uma
régua trans par ente milimetr ada para deter minar precis amente o diâmetro (em
mm) do halo de inibiç ão.

As conc entraç ões, bem c omo os critér ios de inter pr etação, for am
baseadas nas rec omendações do “ Clinical and Laboratory Standards Instit ute –
CLSI” 5 4.

4.3.5.3 Identificação micológica

Na avaliaç ão micológic a, for am consideradas s omente as colônias


levedur ifor mes dev ido á relev ânc ia na medicina humana e na medic ina de
répteis 10, 11 .

As difer entes c olônias de lev eduras foram repicadas em tubos de ensaio


contendo SAB inclinado e inc ubadas a 25o C. A pós c inco dias os micro
55
organismos for am submetidos a testes de identificaç ão pres untiva .

92
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

As lev eduras foram identific adas quanto a car acter ísticas


macromorfológicas (técnic a de c olônia gigante) e micromorfológic as ( téc nica de
5 5,5 6
microcultivo) .

4.3.5.3.1 Características macromorfológicas ( Colônia gigante)

Foi inserido um pequeno fragmento de cada amostr a de levedur a no


centro de uma placa de Petri c ontendo SAB. As plac as for am inc ubadas em
0
estufa a 25 C por sete dias e após o des envolv imento, a c olônia foi submetida
á aç ão do for mol (0,5 mL) , e observ ados o tempo de crescimento, tex tura,
55
topografia, aspecto, superfíc ie, bordas, coloraç ão e pigmento .

4.3.5.3.2 Características micromorfológicas (M icrocultivo)

Para observaç ão das c ar acter ísticas micr osc ópic as for am utilizadas
plac as de Petri de vidr o contendo lâminas dis pos tas sobre um bastão de v idro.
2
Foram s emeados fragmentos das amostr as em quadr ados de um c m de SAB
e em seguida cobertas por lamínula estér il. Foi adicionado algodão embebido
em s oluç ão salina es tér il para ev itar o r ess ecamento da amos tra. As placas
foram incubadas a 25o C durante s ete dias e após o des env olv imento
satisfatório, foi adicionado 0,5 mL de for mol, retirado a lamínula e adic ionado
56
lactofenol az ul de algodão para análise .

4.3.5.3 Identificação molecular pelo seqüenciamento de rDNA

4.3.5.3.1 Extração do DNA genôm ico

O procedimento para ex traç ão de DNA seguiu os princ ípios básicos da


57
lis e alcalina e digestão protéica por pr oteinas e K .

93
Análise M icro bio lógica
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A extração de DNA genômico foi adaptada do protoc olo descrito por


57
McCullough et al . As amostras foram tr ansfer idas par a micr otubos “safe lock”
de 2 mL contendo 500 mg de “glass-beads” (“Glass-beads” acid w ashed, 0,4-
0,6 µm, Sigma®) e adicionados 500µL da solução tampão ( 1 mL de sor bitol 1M
e 125 mM de EDTA). As amos tras for am agitadas no agit ador de tubos
Pr ecellys 24®, sendo r ealiz ados 3 c iclos de 40 segundos a 5000rpm, com
interv alos de descans o de 20 segundos .

Após a agitaç ão, as amostras for am c entrifugadas (Centr ifuge 5804 R,


Eppendorf®) em temper atura ambiente por 10 minutos a 13000 r pm. O
sobr enadante foi desc artado e for am adicionados 500 µL da solução tampão
de ex tração ( Tris- HCL 100 mM, EDTA 20 mM, SDS 1%, 2-merc aptoetanol
0,2%) e 20 µL de proteinase K gelada ( 20mg/mL).

o
As amos tras for am incubadas a 54 C por 12 hor as. Em s eguida,
acrescentou-se 50 µL de acetato de sódio a 3M e os micr otubos foram
o
mantidos por 60 minutos a -20 C.

o
Foi realizada centr if ugaç ão a 4 C por 10 minutos a 13000 rpm e o
sobr enadante foi transfer ido par a novos micr otubos de 2 mL, sendo adic ionado
1 mL de etanol 100% gelado. As amostras for am homogeneizadas por inversão
e foi realiz ada centrifugação a 4o C por 10 minutos a 13000 rpm, oc orrendo
prec ipitação do DNA.

O sobrenadante foi desc artado, e o pr ecipitado foi lavado com 500 µL de


etanol 70% gelado, seguida de nova centr ifugação a 4o C por 10 minutos a
o
13000 r pm. Após es ta etapa os mic r otubos for am incubados a 50 C por 20
minutos. Em seguida o DNA seco foi r essus pendido em 50 µL de água MiliQ
o
estéril aquec id a e mantidos a -20 C até a s ua utilização.

Para a quantificação do DNA foi utiliz ado o espectr ofotômetr o


NanoVue®.

94
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Para a confir mação da pres ença do DNA e tamanho dos fragmentos, foi
preparado gel de agar os e 1,5% em tampão de corr ida TBE 1x ( Tris- base 24,5g,
Ácid o bórico 27,82 g, EDTA 4,66g, Água MiliQ 1000 mL) e brometo de etídio
0,5 µg/mL. O tempo de corrida foi de 77 minutos, sendo os primeiros 11
minutos pr ocessados a 65V (volts) e os 66 minutos restantes a 80V (v olts). O
marcador de peso molecular utiliz ado foi o DNA Low Mass Ladder. Foram
aplicados no gel 4µL do mater ial genético extr aído e após eletr oforese, foi
visualizado por meio de um fotodocumentador AlphaImager®EC.

4.3.5.3.2 Amplificação do DNA

A região ITS dos isolados fúngicos foi amplificada pela téc nica de PCR
com o uso dos primers ( inic iadores) ITS-4 (5'TCCTCCGCTTA TTGA TATGC-3')
e ITS5 (5'GGAA GTAAAAGTCGTAACAA GG-3'), de acordo c om a téc nic a
58
descr ita por Kemker et al . Para cada reaç ão em cadeia pela polimeras e foi
adic ionado ao micr otubo 2,5 µL de tampão da Taq polimerase, 0,5 µL de dNTP
mix, 1 µL do primer forw ard, 1 µL do pr imer rev erse, 0,2 µL de Taq polimer ase
(Taq Amersham Biosc iences), 1,5 mM de Mg Cl 2, 2 µL da amostr a de DNA (10
ng/ µL), e água MiliQ até o v olume final de 25 µL.

A amplificaç ão foi r ealizada em termoc iclador (Mastercycler gr adient-


eppendorf) programado par a realiz ar uma desnatur ação inicial a 94o C por 5
minutos, 1 ciclo a 94o C por 1 minuto, 1 ciclo de 58 o C por 1 minuto, 1 c iclo de
72 oC por 2 minutos, e 34 cic los de 94 o C por 1 minuto e uma extens ão final de
o
72 C por 5 minutos.

Para a confir maç ão da amplific ação e quantif ic aç ão do DNA, foi


preparado gel de agaros e 2% em tampão de corrida TBE 1x ( Tr is-base 24,5g,
Ácid o bórico 27,82 g, EDTA 4,66g, Água MiliQ 1000 mL) e brometo de etídio
0,5 µg/mL. O tempo de corr ida foi de 70 minutos, pr oc essados a 80V (v olts). O
marcador de peso molecular utiliz ado foi o DNA Low Mass Ladder. Foram

95
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

aplicados no gel 4µL do mater ial genético extr aído e após eletr oforese, foi
visualizado por meio de um fotodocumentador AlphaImager®EC.

4.3.5.3.3 Purif icação do DNA

Para degr adar os inic iadores não incor por ados e hidr olis ar os
nucleotídios livres , os pr odutos de PCR (amplicons) com apr oximadamente
TM
600pb for am purific ados utiliz ando o kit Ex oSAP- IT (Amers ham
Biosc iences).

TM
Foram adic ionados 5 µL de ExoSA P-IT aos micr otubos c ontendo 2 µL
dos pr odutos de PCR (amplicons). A amostra foi homogeneiz ada e o
ter mocic lador ( Mas tercyc ler gradient-eppendorf) foi programado par a 1 c iclo de
o o
37 C por 20 minutos e 1 cic lo de 80 C por 20 minutos. A pós a pur ificação, as
o
amos tras foram ar maz enadas a -20 C.

Para a quantificação do DNA foi utiliz ado o espectr ofotômetr o


NanoVue®.

4.3.5.3.4 Seqüenciam ento do DNA

Para o s eqüenciamento, os amplicons de apr ox imadamente 600 pb


foram enviados ao Labor atór io de Seqüenciamento e Diagnóstic o Molec ular do
Departamento de Microbiologia e Imunologia do Instituto de Bioc iênc ias da
Unes p- Botucatu.

As reações de seqüenc iamento foram realiz adas utilizando o BigDy e®


Terminator v.3.1 Cyc le Sequencing kit. As amostr as foram prec ipitadas com
etanol, EDTA e acetato de sódio e r essus pendidas em for ma mida Hi-Di •
o
(Applied Biosystems). A temper atura de anelamento foi de 55 C.

96
Análise M icro bio lógica
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As amostras foram seqüenc iadas utiliz ando-se o seqüenciador ABI 3500


DNA Analys er (Applied Biosystems). As corridas foram feitas em c apilares de
36 c m, utiliz ando-s e o polímero PO P 7.

4.3.5.3.5 Análise das seqüências

As seqüências s ense e antisense obtidas foram visualiz adas por meio do


softw are Chr omas 2.3, na for ma de eletroferogr ama e alinhadas pelo progr ama
MEGA 4.0. Par a a identific ação dos isolados fúngicos, as sequencias foram
analis adas comparativ amente v ia BLA STn (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/BLA ST)
contra a base de dados do GenBank que utiliza o método heur ístic o para
encontr ar o melhor scor e de alinhamentos locais entre a s equênc ia submetida
e o banc o de dados. A identificação foi r ealizada em nível de espéc ie, a partir
da class ificação taxonômica de sequências de linhagens bem c ar acterizadas
que apr esentam os v alores mais altos de similar idade com as sequênc ias
submetidas .

4.3.5 Análise estatística

Para a anális e estatístic a dos res ultados de freqüência de bactér ias


isoladas nas amostras dos difer entes grupos , foram realiz ados testes de
anális e de var iânc ia (ANOVA). A freqüência de bactérias nas duas espécies de
serpentes mantidas nos difer entes regimes de c ativ eir o foi c ompar ada
utiliz ando-se os testes “t” de Student e o teste de Tukey- Kr amer.

Os r esultados do antibiograma foram analisados utiliz ando-s e os testes


“F2” ( Qui- quadrado) e anális e de variância (ANOVA) .

Todos os testes foram r ealizados com o nív el de signif ic ânc ia de 5%,


utiliz ando-se o programa JUMP/SA S (vers ão 8.02) 6 0.

97
Análise M icro bio lógica
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4.4 RESULTADOS

4.4.1 Análise Bacteriológica

4.4.1.1 Grupos de Estudo

Foram avaliadas 30 serpentes Caudisona durissa terrifica e 26 serpentes


Bothropoides jararaca num total de 56 animais divididos em s eis gr upos ( G1 a
G6). For am obtidas 224 amos tras , 426 is ola dos, 12 gêner os e um gr upo
(Bacilos gram negativ os não fer mentador es excluindo Ps eudomonas spp).

As bac tér ias mais frequentemente isoladas for am Bac ilos gr am


negativos não fer mentador es (23,47%), Enter obacter sp (12,67%),
Ps eudomonas aer ugi nos a ( 12,4%) e Morganella m or ganii (8%) em diferentes
frequências entre os gr upos ( Tabela 4.4 e Figura 4.6). As bactér ias P.
aeruginosa e Ps eudomonas sp foram avaliadas isoladamente dos Bacilos gram
negativos não fer mentadores devido à relevânc ia nos ac identes of ídic os e na
clínic a de r épteis.

98
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Ta bela 4. 4. Di st ribuição das frequên cia s a b soluta (n) e relativa (%) da s ba cté rias
isolada s no sdiferente s gru po sde se rpentes estudados.

BGNnf : Bacilos gram-negativ os não ferment adores excluindo Ps eudomonas spp; G1: B.
jararaca rec ém-c apt uradas; G2: C.d. terrifica rec ém-c apturadas; G3: B. jararaca m antidas
em c ativ eiro int ensiv o; G4: C. d. t errifica mantidas em c ativ eiro intensiv o; G5: B. jararac a
mantidas em c ativ eiro semi-extensivo; G6: C.d.terrifica mantidas em cativeiro s emi -
extensiv o.

99
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

30
P
o
25
r
c
20
e
G1
n 15
t G2
a 10 G3
g
5 G4
e
m G5
0
G6

Bactérias

Figura 4.6. Frequência relativa (%) das ba ctérias i solada s no s diferente s g rupo s de
e studo (G1 a G6).
BGNnf: Bacilo gram-negativ o não f ermentador; St aphyloc occus coagulas e (-):
Staphylococc us coagulase negativ a; G1: B. jararaca recém-c apt uradas; G2: C. d.terrifica
recém-c apt uradas; G3: B. jararac a mantidas em cativeiro intensiv o; G4: C. d.terrifica
mantidas em cativeiro intensivo; G5: B. jararaca mantidas em cativ eiro semi-extensiv o; G6:
C. d. terrific a mantidas em cativeiro semi-extensiv o.

O teste ANOVA (Anális e de Var iânc ia) foi utilizado par a ver ificar s e
ocorr er am dif er enças na freqüênc ia do is olamento das bactér ias entr e as
variáv eis estudadas (regime de cativeiro, es pécie de ser pente e tipo de
amos tra) . O teste de Tukey- Kr amer e o teste “ t” de Student for am utilizados
para ver ificar entre quais grupos houv e diferenç a estatisticamente s ignific ativ a
na freqüênc ia de is olamento de bactér ias.

A Figur a 4.7 e Tabela 3 - A nex o II, apres entam res ultados do teste de
Tukey-Kramer e do teste A NOVA utilizados na comparaç ão entre o número
total de bactérias isoladas nas dif er entes amostr as e os gr upos de estudo ( G1
a G6). Foi obs erv ado similar id ade no númer o total de bactér ias is oladas nas
amos tras dos gr upos G1 e G2, G3 e G4 e G5 e G6 e difer enç a es tatis tic amente
significativa entre os grupos G1 e G2 com G3, G4, G5 e G6 e gr upos G3 e G4
com G5 e G6.

100
Análise M icro bio lógica
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Figura 4.7. Análise com parativa da frequência de bactéria s


isoladas nos dife rentes gru pos de e studo (G1 a G6).
G1: B. jararac a rec ém-capt uradas; G2: C.d.t errific a rec ém-capt uradas;
G3: B. jararaca mantidas em c ativ eiro intensiv o; G4: C. d.terrific a
mantidas em cativ eiro intensiv o; G5: B. jararac a m antidas em c ativ eiro
semi-extensiv o; G6: C. d.terrifica mantidas em cativ eiro s emi-
extens ivo.

4.4.1.2 Amostras

Na análise da frequênc ia de bactérias prov enientes das amos tras de


peçonha, c avidade or al, cloacal e esc amas, foi constatado que as amos tras
prov enientes da cavidade cloac al e or al for am r espons áveis pelo maior número
de is ola dos, com 32,16% e 30,75% res pec tiv amente (Tabela 4.6).

Os Bacilos gram negativos não fer mentador es (incluindo Pseudomonas


aeruginosa) , Citr obacter fr eundii, Enterob acter sp, M organella m organii,
Pr oteus vulgaris foram encontrados em amostr as de todos os gr upos
estudados. A bac tér ia Proteus mirabilis foi enc ontr ada somente em amos tras
de c avidade or al do grupo G1, Serratia marcens es enc ontrada somente na
cavidade oral dos gr upos G1 e G2, e os Staphyl ococc us coagulas e negativ a
somente nas esc amas dos grupos G1, G2, G5 e G6. Citr obacter diversus foi
isolada s omente em amostr as de c av idade cloacal e escamas dos grupos G1,
G2, G5 e G6 ( Tabela 4.7).

101
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Ta bela 4.5. Di stribuição das frequên cia s ab soluta (n) e relativa (%) d as amo stra s
isolada s no sdiferente s gru po sde estud o (G1 a G6 ).

GRUPO VE (%) CO (%) CC (% ) ESC (%) TOTAL (%)


G1 8 (11,27) 20 (28,17%) 25 (35,21) 18 (25,35) 71 (16,67)
G2 8 (10,67) 25 (33,33) 22 (29,33) 20 (26,67) 75 (17,61)
G3 12 (12,24) 30 (30,61) 29 (29,6) 27 (27,55) 98 (23)
G4 10 (11,11) 29 (32,22) 28 (31,11) 23 (25,56) 90 (21,13)
G5 0 (0) 12 (32,43) 13 (35,14) 12 (32,43) 37 (8,68)
G6 0 (0) 15 (27,28) 20 (36,36) 20 (36,36) 55 (12,91)
TOTAL (%) 38 (8,92) 131 (30,75) 137 (32,16) 120 (28,17) 426 (100)
VE: peç onha; CO: cav idade oral; CC; cav idade cloacal; ESC: escamas G1 e G2: B.
jararaca e C. d. terrifica rec ém-c apt uradas; G3 e G4: B. jararaca e C. d. terrifica mantidas
em cativ eiro intensiv o; G5 e G6: B. jararac a e C. d. terrific a mantidas em cativ eiro sem i-
extens iv o.

Tabela 4.6. Di st ribuição da s frequên cias ab soluta (n ) e relativa (%) das bactéria s
isoladas na s dife rentes am ostra s dos grupos e studad os.

Microorganismos VE CO CC ESC
BGN não fermentadores G1, G2,G3, G4 T T T
C itrobacter freundii G4 G4 T G1,G2, G4,G5, G6
Citrobacter diversus Ø Ø G1, G2, G5 e G6 G6
Citrobacter sp Ø G3,G6 G2 Ø
Enterobacter cloacae Ø G3 G2, G3,G4, G6 G1,G3,G4
Enterobacter sp G1, G2,G4 G1,G2, G3,G4, G5 T G1,G2, G3,G4, G6
Escherichia coli Ø G4 T G1,G3
Staphylococcus coagulase - Ø Ø Ø G1,G2,G5,G6
Klebsiella oxytoca G4 G3,G4 G1,G2, G3,G4, G6 G1,G2, G3,G4, G6
Klebsiella pneumoniae Ø Ø G1, G2,G4, G5 G4
Morganella morganii G1, G2,G3, G4 T G5 G3,G5
Proteus m irabilis Ø G1 Ø Ø
Proteus vulgaris G1,G3 G2,G3, G4,G5, G6 G1,G2 G2,G3,G4,G5
Providencia rettgeri G1, G3,G4 T Ø Ø
Pseudomonas aeruginosa G2,G4 T T G4
Pseudom onas sp Ø G4 G4 G1
Salm onella sp G2 G1, G2,G4 G4 G1,G4
Serratia marcenses Ø G1,G2 Ø Ø

VE: peçonha; CO: cav idade oral; CC: cav idade cloacal; ESC: escamas; G1: B. jararac a
recém-c apt uradas; G2: C. d. terrific a recém-c apturadas; G3: B. jararaca mantidas em
cativ eiro intens iv o; G4: C. d. terrifica mantidas em cativ eiro intensiv o; G5: B. jararac a
mantidas em c ativ eiro s emi -ext ensivo; G6: C. d. terrifica mantidas em c ativ eiro semi-
extensiv o; T: todos os grupos (G1 a G6), ‡: não isolado.

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Os bac ilos gram- negativ os não fermentadores (39,47%), Mor ganella


morganii (18,42%) e Provi dencia r ettgeri (13,15%) foram os pr inc ipais micro
organismos isolados em amostr as de peç onha. Em amostr as de c avidade oral,
os is olados mais freqüentes foram Bacilos gram-negativos não fer mentadores
(19,1%), Morganella morganii (18,33%) e Ps eudom onas aer uginosa. Para as
amos tras de c avidade c loacal, Ps eudom onas aer ugi nos a (16,05%), Bac ilos
gram negativos não fermentadores (14,6%), Citr obacter fr eundii e Enter obacter
sp (ambos c om 12,4%) foram respons áv eis pelo maior freqüênc ia de isolados.
Em amostr as de esc amas, os Bac ilos gr am negativos não fer mentadores
(33,35%), Enterobacter sp (17,5%) e Staphyloc occus coagulase negativ a
(13,34%), foram os pr inc ipais agentes isolados ( Tabela 4.8).

Tabela 4.7. Di st ribuição da s f requências absoluta (n ) e relativa (%)


das bactéria si soladas nas diferentes amo st ra sa nalisada s.

Microorganismo VE (%) CO (%) CC (%) ESC (%)


BGNnf 15 (39,47) 25 (19,1) 20 (14,6) 40 (33,35)
Citrobacter freundii 1 (2,64) 1 (0,76) 17 (12,4) 8 (6,67)
Citrobacter koseri 0 (0) 0 (0) 8 (5,84) 1 (0,83)
Citrobacter sp 0 (0) 3 (2,29) 1 (0,74) 0 (0)
Enterobacter cloacae 0 (0) 2 (1,52) 10 (7,29) 3 (2,5)
Enterobacter sp 3 (7,89) 13 (9,92) 17 (12,4) 21 (17,5)
Escherichia coli 0 (0) 3 (2,29) 16 (11,67) 5 (4,16)
Estafilo coag - 0 (0) 0 (0) 0 (0) 16 (13,34)
Klebsiella oxytoca 1 (2,64) 3 (2,29) 15 (10,96) 5 (4,16)
Klebsiella pneumoniae 0 (0) 0 (0) 4 (2,92) 3 (2,5)
Morganella morganii 7 (18,42) 24 (18,33) 2 (1,45) 1 (0,83)
Proteus mirabilis 0 (0) 1 (0,76) 0 (0) 0 (0)
Proteus vulgaris 3 (7,89) 11 (8,4) 1 (0,74) 9 (7,5)
Providencia rettgeri 5 (13,15) 11 (8,4) 1 (0,74) 0 (0)
Pseudomonas aeruginosa 2 (5,26) 23 (17,55) 22 (16,05) 6 (5)
Pseudomonas sp 0 (0) 2 (1,52) 1 (0,74) 1 (0,83)
Salmonella sp 1 (2,64) 4 (3,05) 2 (1,46) 1 (0,83)
Serratia marcenses 0 (0) 5 (3,82) 0 (0) 0 (0)
TOTAL 38 (8,92) 131 (30,75) 137 (32,16) 120(28,17)
VE: peç onha; C O: cavidade oral; C C: cav idade cloac al; ESC: escamas;
BGNnf: Bacilos gram-negativ os não f ermentadores, excluindo
Pseudomonas spp; Staphylococc us coag (-): Staphyloc occus c oagulas e
negativa.

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Foi observado que houv e difer ença estatisticamente significativa entr e a


freqüência de bac tér ias isoladas nas amos tras das s er pentes mantidas em
cativeir o in dividual, c oletiv o e r ecém-capturado ( Figura 4.8 e Tabela 4 - Anexo
II).

Figura 4.8. Análise com parativa entre a frequ ência de bacté ria s
isoladas nas amo st ra s e o regim e de cativeiro utilizado.
Cativ eiro coletiv o: cativ eiro semi-ext ensivo; C ativ eiro individual:
cativeiro s emi-extensiv o.

A Figur a 4.9 e a Tabela 5 – Anexo II, apr es entam os r esult ados da


freqüência de bactérias is oladas nas difer entes amostr as analis adas. Foi
observada diferença es tatistic amente s ignificativ a entr e a frequência de
bactérias is oladas nas amos tras de peçonha (veneno) em relação às demais
amos tras .

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Figura 4.9. Análise com parativa ent re a frequê ncia de


bactéria si soladas na s difere ntes am ost ras analisa das.

Veneno: peç onha.

4.4.1.3 Espécies de serpentes

Foi observ ado que não houve difer enç a estatistic amente significativ a
entre a frequência de bac tér ias isoladas nas s erpentes Bothr opoides jar arac a e
Caudisona durissa terrifica ( Figura 4.10 e Tabela 6 – Anex o II).

Figura 4.10. Análise comparativa ent re a frequência de


bacté ria s i soladas na s amo stra s e a e spé cie de
serpente analisada.

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A Figur a 4.11 e a Tabela 7 – Anexo II apr esentam os r es ultados da


frequência de bactérias is oladas nas difer entes amostras pr ovenientes de
Bothropoides jararac a. Foi observ ado que houve diferença es tatis tic amente
significativa entre a frequênc ia de bac tér ias is oladas das amostr as de peçonha
(veneno) e as amostr as de escamas, cavidade c loac al e cavidade or al.

Figura 4.11. An álise comparativa ent re a f requên cia de


bacté rias isoladas em amostra s de Bothropoides
jarara ca.
Veneno: peç onha.

Foi observada dif er ença estatisticamente s ignific ativa entr e a frequência


de bactérias is oladas das amostr as de peç onha e as amostr as de escamas,
cavidade c loac al e cavidade or al de Caudisona durissa terrifica ( Figura 4.12 e
Tabela 8 – A nexo II).

106
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Figura 4.12. Análise comparativa e ntre a frequência de


bacté rias isolada s em amostra s d e Caudisona du rissa
terrifica.

Foi obs erv ado que houv e difer ença estatisticamente s ignific ativa entr e
as frequências das bac térias isoladas e o tipo de cativeir o utilizado pela
serpente Bothr opoides j arar ac a. O c ativeir o intensiv o apr esentou a maior
frequência de isolados, seguido do recém-capturado e do cativ eiro s emi-
extensiv o ( Figur a 4.13 e Tabela 9 – Anexo II).

Figura 4.13. Análise comparativa ent re a fre quência de


bacté rias isolada s e o tipo de cativeiro utilizado pela
serpente Both rop oides ja ra raca .

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Foi observado que houv e difer enç a estatistic amente s ignificativ a entr e
as frequências das bac térias isoladas e o tipo de cativeir o utilizado pela
serpente Caudisona durissa terrifica. O c ativeir o intens ivo apres entou a maior
frequência de isolados, seguido do recém-capturado e do cativ eiro s emi-
extensiv o ( Figur a 4.14 e Tabela 10 – Anex o II).

Figura 4.14. Análise compara tiva ent re a f requência de


bacté rias isoladas e o tipo de cativeiro utilizado pela
serpente Caudisona durissa te rrifica.

Cativ eiro coletivo: cativeiro semi-extensiv o; Cativ eiro individual:


cativeiro s emi-extensiv o.

4.4.1.4 Regimes de cativeiro

A Figura 4.15 e a Tabela 11 – A nexo II apr esentam os r esultados obtidos


na frequênc ia de bactér ias is oladas nas amostr as das s er pentes r ecém-
capturadas . Foi obs erv ada difer ença es tatistic amente signific ativ a entre o
número total de bactér ias isoladas das amos tras de peçonha (veneno) e
escamas em r elaç ão às demais amostras (cav idade oral e c loaca).

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Figura 4.15. Análi se comparativa ent re a fre quência d e


bacté ria s isoladas em am ostras de se rpente s re cém -
captu rada s.

Na av aliação entr e o número total de bactér ias is oladas nas amostras


das ser pentes mantidas em cativeiro intensivo, foi obs ervada difer ença
estatisticamente signific ativ a entr e a frequência de bactér ias isoladas e as
amos tras de peçonha (veneno) e amos tras de escamas em r elaç ão às demais
amos tras (cavidade oral e cloac a) ( Figura 4.16 e Tabela 12 – A nexo II).

Figura 4.16. Análise comparativa entre a f requência de


bactérias isolada s em am ostras de serp entes mantida s em
cativeiro inten sivo.

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Os resultados obtidos da c ompar ação entre a frequência de bactér ias


isoladas e amostr as das s erpentes mantidas em cativ eiro s emi-ex tens iv o
mostr aram que houve diferença estatisticamente significativ a entr e a frequência
de bactérias isoladas nas amos tras de peçonha (v eneno) e amos tras de
cavidade oral em relação às demais amostr as (cavidade cloacal e escama)
(Figur a 4.17 e Tabela 13 – Anex o II).

Figura 4.17. Análise comparativa ent re a f requ ência de


bactéria s i solada s em amost ra s da s serpente s mantidas
em cativeiro semi-extensi vo.

4.4.2 Antibiogram a

Foram r ealizados 129 antibiogr amas dos isolados obtidos das amostras
de c avidade or al e peç onha das ser pentes es tudadas. As amostras foram
class ific adas c omo “sens íveis”, “r esistentes” e “ intermediárias”. Os r esultados
dos antibiogramas estão r epr es entados nas Tabelas 4.8, 4.9 e 4.10.

Os antimicrobianos que apr es entaram altos índic es de sensibilidade


foram A micac ina, Norfloxac ina e Tobramicina, c om 98,45%. Entr e os que
apres entar am sensibilidade inter mediár ia estão a Tigecilina ( 20,2%) e o
Clor anfenicol (19,4%). A A mox icilina ( 7,75%) e A mpicilina (37,21%)
apres entar am os índices mais baix os de s ens ibilidade.

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Os maiores índices de resistênc ia frente aos 12 antimicr obianos testados


foram observados para Enter obacter sp (50%) e Pseudom onas aer uginosa
(41,67%). Pseudomonas s p foi o único agente sensív el a todos os
antimicr obianos utilizados .

Das 129 amostras testadas, somente 28 (21,70%) apr esentar am


resis tênc ia a um único antimicr obiano (96,43% para A mox icilina e 3,57% para
A mpicilina). Cento e v inte e sete amos tras (98,45%) foram r esistentes a dois ou
mais antimicrobianos , oc orr endo nov e difer entes combinações entr e eles. A
resis tênc ia múltipla ( estir pes resistentes a tr ês ou mais antimicrobianos) foi
observada em 36 amostras (27,90%), e a combinaç ão mais freqüente ocorreu
entre Amox icilina, Ampic ilina e Polimixina B ( 37%).

111
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Tabela 4.8. Perfil de sensi bilidade (%) dos 129 microorganism os i solado s da ca vidade oral e peçonh a dos diferente s g rupos
e studado s.

Isolados N AMI AMO AMP CTF CLO ENO GEN NOR POL SUT TIG TOB
Citrobacter sp 4 100 0 100 100 0 100 100 100 100 100 100 100
Citrobacter freundii 2 100 0 50 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Enterobacter sp 15 93,33 26,67 46,67 60 66,6 100 86,67 93,3 100 100 100 86,7
Enterobacter cloacae 2 100 0 50 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Escherichia coli 3 100 25 75 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Klebsiela oxytoca 4 100 0 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Morganella morganii 31 100 0 9,7 100 100 100 100 100 42 96,7 96,7 100
Proteus mirabilis 1 100 0 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Proteus vulgaris 15 100 6,7 60 100 100 100 100 100 86,67 100 100 100
Pseudomonas sp 2 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Pseudomonas aeruginosa 25 100 0 0 16 16 80 100 100 100 40 0 100
Providencia rettgeri 16 100 0 100 100 100 100 100 100 62,5 100 100 100
Salmonella sp 4 75 50 50 100 100 75 100 75 100 100 100 100
Serratia marcenses 5 100 0 0 20 100 100 100 100 100 100 100 100
TOTAL 129 98,45 7,75 37,21 75,2 79,83 95,35 97,45 98,45 79,85 87,6 79,8 98,45
N: f reqüência abs oluta; AMI: Amic acina (30 µg); AMO: Amoxicilina (10 µg); AMP: Ampicilina (10 µg); C TF: Cef tiof ur (30 µg); CLO: Cloranf enicol
(30 µg); EN O: Enroflox acina (5µg); GEN: Gentamic ina (10 µg); N OR: Norfloxacina (10 µg); POL: Polimixina B (300 µg); SUT:
Sulf ametoxazol+trimet roprim (25 µg); TIG: Tigecilina (15 µg); TOB: Tobramicina (10 µg).

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Ta bela 4.9. Pe rfil de re si stência (%) do s 129 m icro organi smo s i solado s da cavidade o ral e peçonh a do s diferente s
grupo s e studado s.

Isolados N AMI AMO AMP CTF CLO ENO GEN NOR POL SUT TIG TOB
Citrobacter sp 4 0 25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Citrobacter freundii 2 0 100 50 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Enterobacter sp 15 6,67 53,33 46,67 40 6,67 0 0 6,67 0 0 0 0
Enterobacter cloacae 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Escherichia coli 3 0 25 75 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Klebsiela oxytoca 4 0 100 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Morganella morganii 31 0 87 87 0 0 0 0 0 51,6 3,3 0 0
Proteus mirabilis 1 0 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Proteus vulgaris 15 0 93,33 20 0 0 0 0 0 13,33 0 0 0
Pseudomonas sp 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pseudomonas aeruginosa 25 0 100 100 44 0 8 0 0 0 32 0 0
Providencia rettgeri 16 0 93,75 0 0 0 0 0 0 25 0 0 0
Salmonella sp 4 25 25 50 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Serratia marcenses 5 0 80 80 40 0 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 129 1,55 82,95 55,81 14,8 0,77 1,55 0 0,77 17,05 6,97 0 0

N: freqüência absolut a; AMI: Amic acina (30 µg); AMO: Amoxicilina (10 µg); AMP: Ampicilina (10 µg); C TF: Cef tiofur (30 µg); CLO:
Cloranf enicol (30 µg); EN O: Enrof loxacina (5µg); GEN: Gentam icina (10 µg); N OR: Norfloxacina (10 µg); POL: Polimixina B (300 µg);
SU T: Sulf amet oxazol+trim etroprim (25 µg); TI G: Tigecilina (15 µg); TOB: Tobramicina (10 µg).

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Ta bela 4.10. Pe rfil de sen sibilidade intermediária (%) do s 129 m icroorgani smo s i solados da cavidade oral e
peçonha dos diferentes grup os e studados

Isolados N AMI AMO AMP CTF CLO ENO GEN NOR POL SUT TIG TOB
Citrobacter sp 4 0 75 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Citrobacter freundii 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Enterobacter sp 15 0 20 6,66 0 26,67 0 13,3 0 0 0 0 13,3
Enterobacter cloacae 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Escherichia coli 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Klebsiela oxytoca 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Morganella morganii 31 0 13 3,2 0 0 0 0 0 6,4 0 0 0
Proteus mirabilis 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Proteus vulgaris 15 0 0 20 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pseudomonas sp 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pseudomonas aeruginosa 25 0 0 0 40 84 12 0 0 0 28 100 0
Providencia rettgeri 16 0 6,25 0 0 0 0 0 0 12,5 0 0 0
Salmonella sp 4 0 25 0 0 0 25 0 25 0 0 0 0
Serratia marcenses 5 0 20 20 40 0 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 129 0 9,3 6,98 10 19,4 3,1 2,55 0,78 3,1 5,43 20,2 1,55
N: f reqüência absoluta; AMI: Amicacina (30 µg); AMO: Amoxic ilina (10 µg); AMP: Am picilina (10 µg); CTF: Ceftiof ur (30 µg);
CLO: Cloranf enicol (30 µg); EN O: Enrof loxacina (5µg); GEN: Gent amicina (10 µg); NOR: N orf loxacina (10 µg); POL: Polimixina
B (300 µg); SU T: Sulf ametoxazol+trimet roprim (25 µg); TIG: Tigecilina (15 µg); TOB: Tobramicina (10 µg).

114
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A análise do tes te F2 ( qui-quadr ado) mostrou que cada uma das


bactérias is oladas no ex per imento r espondeu de for ma difer enciada aos 12
antimicr obianos tes tados ( Figur a 4.18 e Tabela 12 – Anexo II).

Figura 4.18. Te ste F2 (qui-qu adra do) do s resultados


“sensível” (S), “inte rm ediário” (I ) e “re sistente” (R)
frente ao s 12 antimicrobianost e stados.

AMI: Amic acina; AMO: Amoxicilina; AMP: Am picilina; CTF:


Ceftiof ur; CLO: Cloranf enicol; ENO: Enrof loxacina; GEN:
Gentamicina; NOR: Norf loxacina; POL: Polimixina B; SU T:
Sulfam etox azol+trimet roprim; TI G: Tigecilina; TOB:
Tobramicina.

Na c ompar ação dos antibiogramas entre os seis grupos estudados, foi


cons tatado que houve difer ença estatis ticamente signific ativa entre os
resultados obtidos (Figur a 4.19 e Tabela 14 – Anexo II).

115
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Figura 4.19. Te st e F2 (qui-quad rado) dos re sultado s


“sensível” (S ), “inte rmediário” (I) e “resi stente” (R) do s
isolados dos dife rentes gru pos analisados (G1 a G6).

G1: B. jararaca recém-capturadas; G2: C.d.terrifica recém-


capturadas; G3: B. jararaca mantidas em cativ eiro intensiv o;
G4: C.d.terrifica mantidas em cativeiro intensivo; G5: B.
jararaca mantidas em cativ eiro semi -ext ensiv o; G6: C.d.
terrific a mantidas em cativ eiro sem i-extensivo.

Foi observado que não houv e difer ença estatistic amente s ignific ativ a na
anális e do antibiograma entr e os isolados das serpentes recém c apturadas,
mantidas em cativ eiro intens iv o e semi- extensiv o ( Figura 4.20 e Tabela 15 –
Anex o II).

116
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Figura 4.20. Te ste F2 (qui-quad rado ) dos re sultado s


“sensível” (S ), “inte rmediário” (I) e “re si stente ” (R) dos
isolado s nos dife rente s regim es de cativeiro.

Cativeiro coletiv o: cativ eiro semi-extensiv o; Cativ eiro


individual: cativ eiro intensiv o.

O tes te de Tukey- Kr amer e a análise de var iância (A NOVA) indicar am


que na comparaç ão entr e os r esult ados considerados “s ens ível” ( S), houve
difer ença estatistic amente signific ativ a entr e a Amoxicilina e A mpicilina em
relaç ão aos demais antimicr obianos testados (Figur a 4.21 e Tabela 16 – Anexo
II).

117
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Figura 4.21 . Análise da comparação ent re os re sultado s


“sensível” (S) obtido sf rente ao s 12 an timicrobianost e stados.

AMI: Amic acina; AMO: Amoxicilina; AMP: Ampicilina; C TF: C ef tiof ur;
CLO: Cloranf enic ol; EN O: Enrofloxacina (5µg); GEN: Gentamicina; NOR:
Norfloxacina; POL: Polimixina B; SU T: Sulf ametoxazol + trimet roprim;
TI G: Tigecilina; TOB: Tobramicina.

Na c ompar ação dos res ultados “inter mediário” (I), foi observado que
houv e diferenç a es tatistic amente s ignificativa entre a A mox icilina, Cloranfenicol
e Tigecilina em r elaç ão aos demais antimicr obianos testados ( Figura 4.22 e
Tabela 17 – Anex o II).

118
Análise M icro bio lógica
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Figura 4.22. Análise da com para ção ent re o s resultados


“intermediário” (I) obtidos f rente ao s 12 antim icrobianos testado s

AMI: Amicacina; AMO: Am oxicilina; AMP: Ampicilina; CTF: Cef tiofur;


CLO: Cloranfenicol; EN O: Enrof loxac ina; GEN: Gentamicina; N OR:
Norf loxacina; POL: Polimixina B; SU T: Sulf amet oxazol+trimetroprim; TI G:
Tigec ilina; TOB: Tobram icina.

Na comparaç ão dos r esultados “r esis tente” (R), houve diferenç a


estatisticamente significativa entre a A moxic ilina e Ampic ilina em r elação aos
demais antimicr obianos testados ( Figur a 4.23 e Tabela 18 – A nex o II).

Figura 4.23. Análi se da compara ção entre os re sultado s


“re si stente ” (R) obtidos f rente ao s 12 antim icrobianos testado s

AMI: Amic acina; AMO: Amox icilina; AMP: Ampicilina; C TF: Cef tiof ur;
CLO: Cloranf enic ol; ENO: Enrof loxac ina; GEN: Gentamicina; N OR:
Norf loxacina; POL: Polimixina B; SU T: Sulf ametoxazol+trimetroprim;
TI G: Tigecilina; TOB: Tobramicina.
119
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

4.4.3 Análise micológica

Foram obtidos cinco is ola dos de fungos lev edur ifor mes na anális e
micológic a pr ovenientes de tr ês animais com les ões s ugestiv as de mic ose
(Bothrops m oojeni, Bothr opoides paul oensis e Caudisona durissa terrifica), e
duas Bothr opoides jararac a mantidas em c ativeir o intens iv o.

4.4.3.1 M acrom orfologia

De maneir a geral, os c ultiv os de lev edur as mantidos em temperatur a


o
ambiente ( 25 C) apr esentar am rápido cr esc imento, color ação cr eme, aspecto
seco e opaco, textur a me mbr anosa, formato cerebr if or me c om superf ície
rugos a ou estriada, tor nando-se com o tempo levemente penugentas e
ader indo fortemente ao meio de cultur a. Somente uma c ultura (20%)
apres entou textura lis a, mas com as pecto semelhante as demais lev edur as.
Todas as c olônias for am identificadas fenotipicamente como Trichosporon sp
(Figur as 4.24 A- E).

120
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Figuras 4. 24 A-E. M acromorfologia do s i solado s de Trichosporon sp em


e scama s de serpentes. A) Am ost ra 5: Bothrops moojeni (RG 13 50); B) Am ost ra
4: Bothropoide s jara ra ca (RG 860); C) Am ost ra 3: Bothropoides pauloensis (RG
828); D) Am ostra 2: Bothropoides ja raraca (RG 564); E) Amost ra 1: Cau disona
durissa terrifica (RG 158).

121
Análise M icro bio lógica
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4.4.3.2 M icrom orfologia

O ex ame micr oscópico de todos os is olados de Trichos poron sp r ev elou


blastoconídeos, ps eudo-hifas e hif as v erdadeir as (Figuras 4.25 A- F).

Figura 4.25 A-F. Cara cterí sticas morfológica s de Trichosporon sp em Agar


Saboraud De xtro se (SAB). A) Basto conídeos, art roconídeos e p seudo-hifa s. B)
Amost ra 5: Both rop s moojeni (RG 1350); C) Amo stra 4: Both ropoides jararaca
(RG 860); D) Amo st ra 3: Both ropoides pauloensis (RG 828); E) Am o stra 2:
Bothro poides jarara ca (RG 564 ); F) Am ostra 1: Ca udisona durissa t errifica (RG
158).

122
Análise M icro bio lógica
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4.4.3 Identificação m olecular pelo seqüenciam ento de r DNA

As colônias fúngicas for am submetidas à extr ação do DNA genômic o


para a r ealiz ação da r eação em c adeia pela ação da polimer ase (PCR) . Duas
amos tras for am prov enientes das s er pentes env olvidas no estudo
microbiológico (amos tras 2 e 4) e tr ês for am prov enientes de animais com
lesões s ugestiv as de mic ose (1,3 e 5) ( Tabela 4.28) .

Tabela 4.11. Amos tras utilizadas para identific ação molecular pelo
sequenciamento de r DNA.

N Amostra Espécie RG
1 Escamas Crotalus durissus terrificus 158
2 Escamas Bothrops jararaca 564
3 Escamas Bothrops pauloensis 828
4 Escamas Bothrops jararaca 860
5 Escamas Bothrops moojeni 1350
o
N: n da amostra; RG: número de registro da serpente.

4.4.3.1 Extração do DNA genômico

A Tabela 4.29 e a Figura 4.26 mos tram r espectiv amente a determinação


da c oncentr aç ão e a v isualização do produto da extração das amos tras
identific adas c omo Trichospor on sp em escamas de serpentes.

123
Análise M icro bio lógica
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Tabela 4.12. Quantif ic aç ão do produto de extr aç ão


analis ado em espectr ofotômetro NanoV ue®.

N RG Ng/µg/ µL A280/260 A260/230


1 158 549,5 1.761 1.407
2 564 579 1.773 1.385
3 828 560 1.769 1.418
4 860 586 1.762 1.139
5 1530 594.0 1.737 1.186
N: número da am ostra; R G: número de registro da serpente;
Ng: nanogram as; A: absorbânc ia.

Figura 4.26. Eletrofore se em gel de agarose (1,5%) d o


produto da e xt ração de DNA genôm ico bruto de cinco
isolados de Trichosporon sp.

M: m arc ador (DNA Low Mass Ladder); 1: amostra 158


(C.d.terrifica); 2: amost ra 564 (B. jararaca); 3: amostra 828 (B.
pauloensis); 4: am ostra 860 (B. jararaca); 5: amostra 1350 (B.
moojeni).

124
Análise M icro bio lógica
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4.4.3.2 Amplificação do DNA

O perfil eletroforético dos produtos da reação de amplific ação rev elou


cinco bandas de aproximadamente 600pb (Figur a 4.27).

Figura 4.27. Eletrofo rese em gel de agaro se (1, 5%) do


produto da amplificação do material genético das
am ost ra s de Trich osporon sp isolados em e scam as de
serp entes.
M: marcador (DN A Low Mass Ladder); 1: am ostra 158
(C.d.terrifica); 2: amost ra 564 (B. jararaca); 3: amostra 828 (B.
pauloensis); 4: amostra 860 (B. jararaca); 5: amost ra 1350 (B.
moojeni).

125
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

4.4.3.3 Seqüenciamento do DNA

Os iniciadores ITS4 e ITS5 foram efic ientes par a o sequenc iamento do


gênero Tric hos poron. For am seqüenciadas em média 469 nucleotídios e obtida
a identificaç ão da espécie Trichosporon as ahii para todos os is olados . A Tabela
4.13 mostr am a homologia e o númer o de acesso no Gene Bank obtidos em
cada amostr a prov eniente de escamas de ser pentes .

Tabela 4.13. Identificação, espécie de serpente, númer o de acesso no Gene


Bank e homologia dos cinco isolados sequenc iados.
No. Acesso %
Isola do Serpente (RG) Gene Bank Homol ogia
Trich osporon a sahii Caudisona du rissa te rrifica (158 ) FJ94 3429.1 100%
Trich osporon a sahii Bothropoides ja rara ca (564) FJ94 3429.1 99%
Trich osporon a sahii Bothro poides pauloensis (82 8) FJ94 3429.1 100%
Trich osporon a sahii Bothropoides ja rara ca (860) FJ94 3429.1 100%
Trich osporon a sahii Bothro ps moo jeni (1350) FJ94 3429.1 100%

126
Análise M icro bio lógica
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4.5 DISCUSSÃO

As doenças infeccios as são a maior c aus a imediata de mor te de répteis


9
em c ativeir o . Um estudo r etr ospectivo conduzido no Detr oit Zoo ( Estados
Unidos) concluiu que dos 1300 óbitos oc orridos por um per íodo de 10 anos,
36.6% foram caus ados por agentes micr obianos . Em um estudo s emelhante
61

realizado por Cow an no Philadelphia Zoo (Estados Unidos), a percentagem de


7
óbit os entr e os r épteis chegou a 80% .

A pr edominância de bactérias da família Enterobacteriac eae em is olados


de r épteis, é relatada em vários estudos r ealizados tanto com animais
14, 38 ,62 ,6 3,6 4 35,6 5, 66
cativos , quanto de vida livre . Bac térias gram pos itivas e
bacilos gram negativ os não fer mentador es, com exc eção de Pseudomonas
spp, s ão relatados com menor freqüência e normalmente não s ão consider adas
10
como patogênicas par a as s erpentes .

A família Enter obacteriac eae, é for mada por bastonetes gram- negativos
51
móveis que fer mentam e ox idam a glic ose e não for ma m esporos . Os micro
organismos pertencentes a este grupo poss uem uma grande heter ogeneidade
5 1,6 7
em r elaç ão a s ua ec ologia, s eus hospedeiros e seu potencial patogênico .
São dis tr ibuídos mundialmente, podendo s er enc ontrados no trato intestinal de
67
animais e humanos, contaminando a v egetaç ão, o solo e a água .

Nos r épteis , as enter obac tér ias apesar de compor a flora nor mal desses
68, 69
animais , s ão normalmente destacadas como agentes c aus ador es de
7 0,71 7 2,73, 74 19, 75 11 ,10,7 6
osteomielite , seps e , estomatites , gastr oenter ites e
11 ,75
infecç ões pulmonares . Os princ ipais micro or ganismos is olados em
amos tras pr ovenientes de serpentes per tenc em aos gêneros Citrobac ter spp,
Enterob acter spp, Klebsiella spp, Pr oteus s pp, Ps eudom onas aer ugi nos a e
20 ,23,3 7,38,7 7,78
Salmonella spp .

127
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Os r esultados obtidos nos estudos relacionados à inv estigaç ão da


17,6 3,7 9
microbiota ofídica são influenciados pelo tipo de amostr a analis ada ,
8 0, 81, 82 33, 36, 80
metodologia aplic ada , es péc ies de s erpentes , condiç ões nas quais
2 1,37
as serpentes são mantidas (c ativeir o ou vida livre) e s anidade dos
83
animais .

Ness e estudo, o númer o de is olados bacterianos obtidos nas amostras


de c avidade cloac al das s erpentes for am inferior es aos enc ontr ados por Bas tos
79
et al para Bothr opoi des jar araca rec ém-captur adas e superior es aos obtidos
37
por Ferr eir a- Junior et al par a Caudisona durissa terrific a mantidas tanto em
cativeir o quanto recém-capturadas . Para amostras de esc amas, os r esult ados
17
obtidos nesse estudo corroboram os dados enc ontr ados por Sheridan et al
em Crotalus atr ox de vida livr e e mantidas em cativeiro.

A carga bacter iana is olada nas amostr as de cav idade or al e peçonha na


33
pres ente inves tigação é semelhante à encontr ada por Arroyo et al para
viper ídeos c osta-riquenhos mantidos em cativeiro e super iores aos r esultados
63
obtidos por Baylock em amos tras pr ov enientes de ser pentes africanas
recém-c apturadas, tanto peçonhentas quanto não peçonhentas . Alguns
autor es 3 3,65, 84 des tac am que em inv estigaç ões onde a cav id ade oral e a
peçonha são analisadas s eparadamente, a carga bacter iana da c avidade oral é
muito superior, fato também obs ervado nesse es tudo.

A identific ação de agentes bac ter ianos em répteis tem focado


princ ipalmente micro organis mos patogênic os da cav idade oral e cloacal de
6 3,6 6,79,8 3
animais cativos e de vida livre . Relatos sobre a microbiota bacteriana
1 7,8 5
de escamas de s erpentes são pouco comuns e nor mal mente estão
86
relac ionados a doenç as .

No pres ente estudo, os micr o or ganismos mais is olados em amostras de


escamas foram Bacilos gram-negativos não fer mentadores , Enterob acter sp e
Staphyl ococcc us coagulase negativ a. Estes res ultados diferem dos
17
encontr ados por Sher id an et al , na qual for am isolados Staphyloc occcus

128
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

coagulas e negativ a, Pseudomonas spp e Citr obacter fr eundii das escamas de


cascavéis norte-americanas cativas e de v ida- liv r e.

Os Bac ilos gram- negativ os não fermentador es são micro or ganis mos
aeróbios estritos amplamente distribuídos na naturez a, sendo encontr ados
67, 87
princ ipalmente no solo e na água . Ger almente saprofíticos, apres entam
88
potencial patogênico em indiv íduos imunodepr imidos . Nos r épteis, esses
2 1,8 9
micro or ganismos faz em parte da microbiota normal , mas há r elatos de
90
septic emia causada por S. maltophilia em crocodilianos e estomatite
21
ulcer ativa em of ídios mantid os em c ativ eir o .

As bactérias do gêner o Enterobac ter s ão encontradas na superfície do


solo, plantas, água e coloniz am superf íc ies de muc os as de mamífer os, sendo
91 ,92
normal mente is oladas de indivíduos imunodeprimidos . Apes ar de não
serem c ons ider adas c omo flor a normal de escamas de répteis , as bactér ias
dess e gênero foram isoladas em quas e todos os grupos de ser pentes
analis adas nesse estudo. Ess e gênero é c onsiderado opor tunista e
10
normal mente está ass ociado a doenças em r épteis . Em quelônios cativ os, há
relatos de isolamento de Enter obacter em absc ess os, dermatite ulcerativ a e
66,9 3,94
ulcer ação da c arapaça . Em crocodilianos foram consider ados
11
responsáveis por sev eras les ões de escamas , e em serpentes, esses micro
95
organismos estão associados a lesões or ofaciais .

Os Staphyloc occ us c oagulas e negativa são micro or ganis mos


normal mente enc ontr ados na pele e me mbranas mucos as de humanos , e
geralmente possuem um r elac ionamento benigno ou s imbiótico com seu
5 1,6 7
hospedeiro . No entanto, adquir em potenc ia l patogênico s e penetr arem no
96
tecido do hospedeiro por meio de tr auma da barreir a cutânea . Em répteis , os

Staphyl ococcus coagulas e negativ a també m são cons ider ados como flora
1 1,14
normal das esc amas e c avidade oral . No entanto, há cas os de estomatites

e necros es de escamas em quelônios, mas sempre em ass oc iaç ão com outras


10
bactérias, pr inc ipalmente gr am- negativas .

129
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

As escamas dos répteis, c omo a pele de outros animais , protegem


estr uturas inter nas de trauma, diss ecação, invas ão de bactérias , fungos,
paras itas e temperaturas ex tremas, além de servir c omo alerta quando há
86
problemas com o organis mo . Dess a maneira, o conhec imento da microbiota
bacteriana das escamas dos répteis é necessár io par a que diagnósticos
17, 86
apropriados sejam estabelec idos em casos de enfer midades c utâneas .

A microbiota gastrointestinal de répteis é geralmente c ompos ta de


97
bactérias gr am positivas e negativas, leveduras e pr otozoários . Vár ios
autor es s ugerem que os micro or ganis mos ger almente c onsiderados como flora
normal do s istema digestór io de répteis podem atuar como agentes etiológicos
79 ,97
de doenç as gastr ointestinais .

Os agentes bacter ianos mais is olados da c av idade c loacal nesse es tudo


foram Ps eudomonas aer uginosa, Bac ilos gr am negativos não fer mentadores
(excluin do Pseudomonas spp), Citrob acter freundii e Enterobac ter sp. Esses
79
resultados dif er em dos enc ontrados por Bastos et al , onde os pr incipais
isolados de cloaca de jar arac as cativas foram Salmonela s pp, Citrob acter sp e
Escheric hia coli, e concordam parc ialmente c om os ac hados de Ferreir a-Junior
37
et al , na qual Salmonella enterica (IIIb), Ps eudom onas aer ugi nos a e
Morganella morganii foram as pr incipais bactérias isoladas em cascav éis
recém-c apturadas e mantidas em c ativeir o.

As bactérias do gêner o Pseudomonas são Bacilos gr am negativ os não


fermentadores de maior importância médica, s endo a P. aer uginosa o
98
microor ganismo de maior destaque . Ess e agente pode s er enc ontr ado no
solo, matér ia or gânica em decomposição, vegetaç ão, água e s ão muito
freqüentes em infecç ões hospitalares e infecções c ausadas por acidentes
99
ofídicos . Embor a seja considerada c omo par te da flora nor mal da cavidade
2 1,3 6
oral e tr ato intestinal dos répteis , divers os r elatos ass ociam P. aer uginosa
76 ,97,1 00
a gas troenterites em ser pentes, lagartos, quelônios e cr ocodilianos .

130
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Os micr o or ganis mos pertencentes ao gênero Citr obacter s ão bacilos


aeróbios gram negativos , nor malmente encontrados na água, solo, alimentos e
10 1
trato intestinal de animais e humanos . Essa bactéria tem s ido registr ada

como c ausadora de um amplo es pec tro de infecç ões em humanos , incluindo


infecç ões do tr ato urinário, per itonites, endoc ardites, meningites e
10 2
bacteremias .

Nos r épteis, esses micro organis mos são relatados como micr obiota
10 3
cloac al nor mal , mas for am relacionadas às infecç ões gastrointestinais em
73
serpentes Laticauda col ubrina mantidas em c ativ eiro , conteúdo intes tinal de
75
necr opsia de ser pentes e ass oc iados a diarr éias em cr ocodilianos e
1 04
serpentes .

A espéc ie E. cloacae é encontr ada tanto em répteis s adios quanto


10 4
doentes . Nor malmente é is olada em répteis mantidos em c ativ eir o c omo
pets e pode estar associada a diarr éias em crianças e infecções genito-
10
urinárias em adultos .

A microbiota da c avidade oral dos répteis é rica e apres enta micr o


3 6, 66, 10 5
organismos saprófitas e oportunistas . Alguns autor es cons id eram que a
microbiota pertencente à cavidade or al das ser pentes reflete a flor a fecal de
suas pr esas 8 4,106
. Com r elaç ão às peç onhas ofídicas, Golds tein et al 1 06

suger em que os micro organis mos is olados nas peç onhas refletem a flora
pres ente na c avidade oral desses animais, e alegam que a peçonha na
realidade é um pr oduto biológic o estér il.

Dentr e os micro or ganismos mais is olados na cavidade oral de


serpentes desse estudo, destac am-se a bac tér ia Mor ganella mor ganii e
novamente o bacilo gram- negativo não fer mentador Ps eudomonas aer uginosa.
Estes r esultados c oncor dam parcialmente com os descr it os por Ferreir a-Junior
et al 3 7, na qual os pr incipais isolados foram Ps eudomonas aerugi nos a e
75
Pr oteus vul garis e os r elatados por Mavridis et al , na qual os pr incipais

131
Análise M icro bio lógica
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isolados da mucos a oral de B. jararac a foram Pseudomonas sp, Enter obacter


sp e Aeromonas sp.

Os resultados descr itos nesse estudo indic aram que as amos tras de
peçonhas dos viperídeos analisados apres entam microbiota aeróbic a
abundante, constituída princ ipalmente de Enter obacter iaceae, c om destaque
para Mor ganella mor ganii e Pr ovidencia rettgeri. Estes res ultados diferem dos
75
encontr ados por Theakston et al par a Callos elasm a r hodostoma.

Os acidentes ofídicos freqüentemente caus am infecç ões bacterianas


1 07
sever as que r equerem antibioticoter apia . Os micro or ganis mos c ausadores
dess as infecções podem s er prov enientes da microbiota natural da pele do
acidentado, do ambiente, da muc os a oral, pres as ou peçonha das
serpentes1 08, 10 9. Cultura das presas, bainhas das pr es as e peçonha de ofídios
dos gêneros Bothr ops, Cr otalus e Naja têm mostrado s imilaridade c om os
80 ,1 07, 11 0,1 11
isolados de abscessos de pacientes ac identados .

A enter obactér ia Morganella m organii é amplamente encontrada no


ambiente, no tr ato intestinal do home m e outros mamífer os, e como parte da
1 07, 10 8,1 10
flora nor mal da cav idade oral das serpentes .

A Mor ganella m organii é freqüentemente identific ada como um


importante patógeno ass oc iado aos acidentes of ídic os, sendo is ola do com
freqüência em absc ess os e ár eas necrótic as enc ontradas no local da
picada11 0,112 ,11 3. Alguns autores suger em que esse agente pode ser inoculado
no momento do acidente ou infectar s ecundariamente o tecido necrosado pela
10 7,113
peçonha .

Em répteis , apesar de consider ada como microbiota normal, há relatos


de isolamentos de M . mor ganii em ser pentes e crocodilianos com
14 ,11 4 104
pneumonia e estomatit es ulcer ativas .

132
Análise M icro bio lógica
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De maneir a similar a M. morganii, a bac tér ia P. aerugi nosa apesar de


11 5, 116
ser isolada na c avidade oral de s erpentes sadias , é amplamente
117-1 20
assoc iada a estomatites ulcer ativas .

Em humanos, os membr os do gêner o Provi denci a podem causar


91
infecç ão do tr ato urinário, princ ipalmente em pac ientes imunodepr imidos .
Apes ar de ser em c onsiderados como flora nor mal da cavidade oral de
10
serpentes e outr os répteis , s ão agentes opor tunistas caus ador es de
65 ,1 06, 11 6
inúmeras infecç ões , incluindo es tomatites em ser pentes .

A estomatite ulcer ativ a infecc iosa é uma infecção bacter iana


12 1,1 22
relativ amente c omum em s erpentes c ativ as . Oc orr e princ ipalmente em
animais depauperados, em c ons eqüência de condiç ões advers as,
123
proporcionadas pela v id a em c ativ eir o . Os ofídios utiliz ados nas extraç ões
rotin eiras de veneno constituem um grupo de destaque na predis pos ição ao
1 18 ,12 0
desenvolvimento des ta doenç a , em vir tude do manejo c onstante e
75
sucessiv os traumas na muc osa oral .

Além da estomatite ulcerativ a, problemas res piratór ios como a


pneumonia tem sido respons áveis por um grande número de óbitos r egistr ados
20, 124,1 25
em gr andes coleções de r épteis . O desequilíbr io de fatores
microclimáticos do cativeiro, como aquec imento ins ufic iente e gr au de umidade
relativ a incorreta c ontribuem par a o des envolv imento da doenç a 1 26.

As infor mações baseadas na c ompos ição da mic r obiota presente nas


peçonhas, assoc iada à cavidade or al desses animais apr es entam grande
80,84, 110,1 27
relev ânc ia não só na clinica dos acidentes , mas também no efeito
dess as bactérias c omo agentes causador as de infecções em of ídios utilizados
como matriz es pr odutor as de matér ia- pr ima para fár mac os e
118 ,120, 38
imunobiológicos .

Os agentes micr obianos pertencentes aos gêner os Escherichia,


Klebsiella, Pr oteus, Salmonella e Serr atia apesar da baixa freqüência de

133
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isolamento nesse estudo, são c ons ider ados opor tunistas e apres entam grande
relev ânc ia na clínic a de répteis 10,11, 128.

A maior ia das cepas de Esc herichia c oli viv e s imbiotic amente no tr ato
51, 67
gastrointestinal do home m e outr os animais . Entretanto, algumas linhagens
apres entam alta virulênc ia, podendo causar uma variedade de doenças em
animais , inc luindo dis enteria, s índr ome da uremia hemorr ágica, infecç ões de
67
rins, s epticemia, pneumonia e meningites .

No pr es ente es tudo, E. coli foi isolada em amostras de c av idade oral,


cloac al e escamas. A baix a frequênc ia de isolamento de E. coli em répteis
ness e estudo reflete a baixa incidênc ia dess a bactéria em animais ectoter mos
129
. Embor a poss a ser c onsiderada como microbiota nor mal da cav idade or al
de animais saudáveis mantidos em cativ eiro, há relatos de isolamentos de E.
10 3,1 28
coli de infecções r espir atórias em s erpentes .

O gêner o Klebsiella é freqüentemente is olado de mater iais biológicos


1 30
humanos , sendo encontr ado c om freqüênc ia nas fez es e nasofar inge . A
espéc ie K. pneumoni ae é cons ider ada de maior impor tânc ia dev ido ao grande
13 0
número de infecções nos ocomiais atribuídas a esse agente .

Na pres ente investigaç ão, K. ox ytoc a foi isolada em amostr as de


peçonha, escamas, c avidade oral e cloac a. K. pneumoniae foi isolada s omente
em c avidade c loac al e escamas. As espécies de bac tér ias do gêner o Klebsiella
1 0,3 3,67
apes ar de ser em consider adas por alguns autor es como microbiota
normal de r épteis , têm s ido associadas a vár ias infecç ões nesse grupo de
13 1 7 3,1 27 97
vertebrados , inc lu indo osteomielites pneumonia e gastroenterites . A

maior ia das cepas causadoras de infecç ões, ass im como em humanos, estão
51 ,130
assoc iadas a K. pneumoniae .

O gêner o Proteus é consider ado micr obiota intestinal de animais e


1 30
humanos . A es péc ie Pr oteus mirabilis tem s ido implic ada em uma

134
Análise M icro bio lógica
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variedade de infecções em animais domésticos (cães e gatos) e de pr odução


(aves , ovinos, bovinos) 51.

Ness e estudo, o gênero Proteus foi enc ontr ado na peçonha, cavidade
oral, cloacal e esc amas de s er pentes. Nesses animais, as espéc ies do gênero
21
Pr oteus também são c onsideradas como microbiota nor mal da cavidade or al ,
33 132
peçonha e cavidade cloacal , mas nor malmente s ão associadas a
6 2,1 17 35, 128 85
estomatites infecções r espir atórias e lesões de escamas .

O gêner o Salmonella ocorre freqüentemente no trato intestinal de


divers os vertebrados e s ua excreç ão resulta em contaminaç ão do ambiente,
13 3, 134
água e alimentos . Div ers os sor otip os pertencentes à espéc ie Salmonella
enterica são identific ados c omo pr inc ipais agentes causador es de
133
gastroenterite em humanos . Além da gas troenterite, div ersos sor otipos são
130 ,1 35
assoc iados à s epticemia, bacteremias e febre tifóide .

A salmonelose é consider ada como um grave proble ma de saúde


1 36
públic a, e afeta milhões de pess oas em todo o mundo . O número de c asos
de s almonelos es em humanos pr ovenientes de r épteis tem aumentado nos
1 35 ,137, 13 8,1 39
últimos 20 anos e es tima-s e que de 5 a 11% de todos os casos de
salmonelose humana que ocorr em na A mérica do Norte são associados ao
13 8, 139
contado dir eto ou indir eto c om “ pets exótic os” , ocorr endo r egis tro de

óbit os 140.

Na pr es ente investigação, Salmonella s p foi is olada em amos tras de


peçonha, v eneno, cav idade oral e cloacal. A baixa freqüência de isolados pode
ser explicada pela eliminação inter mitente desse microorganis mo pelos
1 42 ,14 3 1 44
répteis e pelo tipo de metodologia utilizada .

1 45
Pf leger et al , em um es tudo realiz ado por um per íodo de tr ês anos
sobr e o padr ão de excr eção do gênero Salmonella em anfíbios e r épteis,
cons tatar am difer enças na distr ibuiç ão desse agente entre os animais
analis ados. For am observados episódios de apenas um is olamento, excr eção

135
Análise M icro bio lógica
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inter mitente em períodos de tempo c urto e pr olongado, e não foi verific ada
excreção per manente de Salmonella. Res ultados semelhantes foram
1 29
encontr ados por Goopee et al em um estudo r ealizado em animais mantidos
em z oológic o.

As condições nas quais as amostras são tr ansportadas, e a utilização


dos meios de c ultiv o podem afetar drastic amente a r ec uper ação de Salmonella
14 2-144
nas amostr as . Para um eficiente isolamento de estirpes do gênero
Salmonella, é r ec omendado o uso de água peptonada tamponada c omo meio
144
de tr ansporte, caldos de pré- enr iquecimento como o Tetrationato , RV
1 43 1 43 ,1 44
( Rappaport-Vassiliadis) ou Selenito-cistina e meios de cultur a seletiv os,
14 4 1 41
como o XLT4 ( Xilose- Ter gitol 4) , Á gar verde- brilhante , SS ( Salmonella-
144 14 1,144 1 33
Shigella) , Á gar HE ( Entéric o Hektoen) , Rambac h e XLD (Xilose
12 9,133, 14 5
Lisina Des oxilato) . A lguns autores r ecomendam a associaç ão de
divers os c aldos de pré-enr iquecimento e difer entes meios de c ultur a para
14 4-14 6
recuperação s egur a dess e agente .

Embora seja considerada como micr obiota normal de répteis , ess e


agente tem sido associado a inúmeras enfermidades nesses animais c omo
10,1 1,1 4 76,97
pneumonias , gastr oenter ites les ões c utâneas 14 6,147, ostemiolites 148
,
97 73
estomatites e sepse .

Os membr os do gênero Serratia s ão enter obactérias encontradas na


51, 130
água e no solo . A grande maior ia das infecções res piratór ias, urinár ias e
bacteremias c aus adas por esse gênero em humanos pertence à espécie S.
1 30
marcens es .

O gênero Serr atia faz parte da micr obiota de escamas , cavidade or al e


10,1 7, 149
cloac al de div ers os répteis e já foram is olados da cav id ade oral e
11 5
peçonha de ser pentes saudáveis . Nesse estudo, ocorr eu isolamento de S.
marcens es somente em amostr as da cav idade or al. Como a gr ande maioria
das bactér ias descr itas ness e estudo, o gênero é considerado c omo
oportunis ta, sendo freqüentemente is olado em lesões cutâneas pres entes em

136
Análise M icro bio lógica
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66 1 55
quelônios e cr ocodilianos . Em ser pentes , são raramente ass oc iadas à
11
pneumonia .

Diversos estudos relacionados à micr obiota de serpentes em c ativeir o


têm identific ado a bactéria Aer om onas hydr ophila em amos tras de cavidade
18, 10 6,1 18
oral e cloacal . A ausênc ia de Aer omonas hydrophila nas amos tras

obtidas ness e estudo confir ma o status desse micro or ganis mo como agente de
estomatite necrosante em of ídios mantidos em c ativeir o utiliz ados para
1 18
produção de peç onha . Essa aus ênc ia também foi observada por outros
autor es em of ídios recém-capturados 36,11 6,150.

Diversas doenças infeccios as que acometem r épteis mantidos em


10 4
cativeir o podem s er tratadas s e diagnosticadas a tempo . Nor malmente
essas enfer midades apar ecem após imunoss upr ess ão associada ao estr esse
151 -15 4
do ambiente cativ o .

Estudos sobre o estr esse cr ônic o em répteis demonstr ar am que oc orr e


elev ação nos nív eis de c ortic osterona sérico, podendo acarr etar falência
repr odutiva, s upress ão imunoló gica e uma redução ou aus ência no
15 5
crescimento . Portanto, em indiv íduos cronic amente estr essados o risc o de
1 53
desenvolvimento de doenças aumenta .

Em grandes coleções de ser pentes , as maiorias das doenç as que


15 6
acometem es tes animais estão relacionadas ao manejo inadequado .
Diversos autores alegam que agentes es tress antes constantes c omo
temperatur a e umidade imprópr ias , superpopulação, péssimas condições de
higiene e manipulação c onstante são os princ ipais fator es catalis adores de
153, 15 6-159
doenças nessas c oleç ões .

Os achados bacteriológicos do pres ente estudo não apr esentar am


difer ença quanto à es pécie de ser pente analis ada, s ituação també m observ ada
33
por outr os autores .

137
Análise M icro bio lógica
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A diferença entre a freqüênc ia de bactér ias encontr adas em serpentes


recém-c apturadas e mantidas em cativ eiro corrobora os dados encontrados por
65
Theakston et al par a viper ídeos tailandes es, e difer em dos achados
33 63
encontr ados por Arr oyo et al par a viper ídeos cos ta-r iquenhos. Bay loc k
suger e que a discrepânc ia dos ac hados entre flor a de serpentes cativ as e
recém-c apturadas está r elacionada à c ar ga bacter iana do ambiente e à
habilidade que as s er pentes possuem de limpar a c avidade or al.

Em relação ao númer o de bactérias isolado em cada grupo de estudo,


foi observado que houve similar idade entre os grupos per tenc entes ao mes mo
regime de cativeir o utiliz ado. Por tanto, a difer ença enc ontr ada no total de
bactérias entr e os sis temas de cativeir o adotados pelo CEVAP suger e que o
tipo de manejo interfere na quantidade de bac tér ias presentes no ambiente,
37, 38, 63
fato também observado por outros autores .

No manejo semi-extensivo, as s erpentes fic am em baias que poss uem


grama, aquecedores externos e água corrente. Nesse s istema as ser pentes
têm acess o a espaç os amplos, v entilaç ão, luz solar , e os animais podem
explorar vários gr adientes de temper atur a. A manutenção dess e ambiente é
realizada em intervalos de tempo pr olongados , e s ão adotados eficientes
métodos de desinfecç ão como o vazio sanitário e a vassoura de fogo. Apesar
do manejo semi- extensivo ser pouc o utiliz ado entre os pr incipais c entros
1 ,15 8
produtores de peçonha do Br asil , alguns autores c ons ider am ess e s istema
1, 160
apropriado par a o manejo de monoc ulturas de ser pentes .

No manejo intens iv o, as ser pentes s ão mantidas em caix as de


polipr opileno e ac ondicionadas em estantes. Apesar de per mitir a rápida
visualização do animal, a temperatur a inter na da caix a é per manentemente
cons tante, a v entilação é inadequada e as ser pentes fic am em contato com
suas pr óprias fez es e fezes de suas pr esas . A manutenção dessas c aix as é
realizada freqüentemente para proporcionar um ambiente adequado par a o
animal. Embor a s eja o sis tema mais utiliz ado em gr andes centr os c omo o
47 ,158 1
Instituto Butantan e o Instituto Vital Br azil , ess e r egime apr es enta
138
Análise M icro bio lógica
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inúmeros agentes es tressantes que podem pr oporc ionar supressão


imunológica nas s erpentes 155,1 59.

Vale lembrar que o is olamento de potencial patógenos nas amostr as das


10,1 04
serpentes estudadas não é sinônimo de doença . O uso da microbiologia
como uma ferramenta par a av aliar as c ondiç ões pr oporcionadas por c ada
regime de cativeiro adotado foi extr emamente impor tante no processo de
avaliação do manejo utilizado, considerando as numer osas condiç ões
estr essantes proporcionadas pelo ambiente do c ativ eir o e o caráter oportunista
dos agentes is olados.

Com base nos r esultados apres entados, podemos sugerir que a


quantidade de bactér ias isoladas es tá r elacionada ao tipo de c ativeir o utiliz ado
e não á es péc ie de s erpente analis ada. A lém disso, os res ultados indicam que
apes ar de o s istema intens iv o s er o método tr adic ionalmente utilizado na
manutenção de of ídios destinados a pr oduç ão de peç onha, o s is tema s emi-
extensiv o pode ser mais apr opr iado para este fim.

O tratamento das infecções causadas por agentes bac ter ianos é


1 61
realizado com uso de antimicr obianos es pec íficos . Além do uso na clínic a
de r épteis, os antimicr obianos s ão utilizados no tratamento de acidentes
ofídicos que caus am complic aç ões loc ais como abscessos , c elulite, er is ipela e
necr ose 1 62 .

A resis tênc ia antimicr obiana é um grav e problema enfrentado pela


16 3,1 64
medic in a humana e v eterinária . Um fator que contr ibuiu para o
desenvolvimento dessa resistênc ia foi o uso indev ido de antibióticos em
divers os s etores, entre eles, a medicina humana, v eterinária, pecuária,
139 ,1 63, 165
agric ultur a e aqüic ultura . O uso inadequado de antimicrobianos tem
proporcionado a seleç ão de bactérias r esis tentes a div ersos tipos de
antibiótic os, causando falhas nos tr atamentos e impondo limitações na escolha
de dr ogas par a ter apia 165 ,166.

139
Análise M icro bio lógica
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A resistênc ia a antib ióticos já foi enc ontr ada em animais considerados


1 42,16 7 167
exótic os . Headr ic k et al relatou r es istência a estr eptomic ina,
tetrac iclina e ao ac ido nalidix ico em cepas de Salmonella is oladas de ser pentes
e resistênc ia a ampicilin a, kanamic ina, tetr ac iclina, sulfametox azol-tr imetopr im,
142 ,16 7
estr eptomic ina e ácido nalidixic o em Salmonella isoladas de lagartos .
Apes ar do percentual de r esistência adquir ida de cepas is oladas em r épteis ser
cons ider ado baix o, o aumento da popularidade de r épteis como pets pode
168
contribuir para esse aumento .

Ness e estudo, os antimicr obianos mais eficientes for am os


aminoglicos ídeos (amic acina, gentamicina, tobramic ina) e as quinolonas
16 9
(norflox acina e enrofloxacina) . Esses achados diferem de Foti et al e
37
corroboram os enc ontrados por Ferreir a et al .

Os aminoglicos ídeos são bactericidas efetiv os sobre bactér ias gr am-


negativas aeróbias, alguns Staphylococcus, Pseudomonas aeruginos a e
130
Acinetobac ter baumanii . Os aminoglic os ídeos são considerados a melhor
opção par a seps e c aus ada por gr am-negativos e são geralmente indicados
para casos de infecções em r épteis inc luindo E. coli, Klebsiella sp,
Enterob acter s p, Pseudomonas sp, Pr oteus sp, Pr ovidencia s p, Salmonella sp
e Serratia sp17 0. Nesse estudo, todos os micr o or ganis mos mostr aram alta
sens ibilidade a ess e gr upo de antimicr obianos.

As fluorquinolonas como a enrofloxacina e a norfloxacina são


bacteric idas e apresentam alta atividade antibacteriana em baixas
conc entr ações, quando compar adas a outr as classes de agentes
85
antimicr obianos .

A enrofloxacina é amplamente usada na medicina de répteis, pois é ativ a


contra a maioria dos gram-negativ os e gram-positivos que nor malmente
8 5,1 71
caus am doenç as nesses animais . As fluor quinolonas s ão nor malmente
indicadas no tr atamento de bac tér ias gr am- negativas , especialmente

140
Análise M icro bio lógica
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67
Ps eudomonas . Todos os agentes micr obianos analisados apr esentar am alta
sens ibilidade às fluor quinolonas.

As cefalosporinas são uma impor tante c lass e de antibiótic os de amplo


espectr o us ada em medic ina veter inár ia e humana, e geralmente são
17 1
repr esentadas por quatr o class es de ger ações . Na medic ina v eterinária, as
class es de um a tr ês são rotineir amente utiliz adas, sendo a classe quatro
170
usada c om freqüência na medic ina humana .

Ness e estudo, a c efalos porina de terc eir a ger ação utilizada (ceftiofur) ,
17 0
apes ar de ser rec omendada em infecções caus adas por gr am-negativ os ,
não foi efetiva sobre Enter obacter sp, Pseudomonas aeruginosa e Serr atia
1 71
marcens es. Segundo Par e et al , o us o c ontínuo dess as cefalospor inas na
medic in a veter inár ia tem c ontribuído para o aumento de resistênc ia.

O cloranfenicol é um antimicr obiano bactericida e bac teriostático de


amplo espectro. É r ecomendado no tratamento de infecções c ausadas por
micro organis mos gr am- negativos e gr am-pos itivos, tanto aer óbios quanto
5 1,6 7
anaeróbios .

Na pr es ente inv estigaç ão, o clor anfenicol não foi eficaz sobr e Citrobacter
sp, Enterobac ter s p e P. aeruginosa. Há regis tros do uso de cloranfenicol
assoc iado c om ampicilina para eliminar Salmonella em lagartos e quelônios,
mas a pr átic a é c ons ider ada inadequada, pois os animais podem ser
79 ,143
carreadores latentes e não eliminar a bactér ia ativ amente . A lém disso,
pode ocorr er s eleç ão de linhagens r es istentes de Salmonella 17 1.

1 72
A tigeciclina é um antimicrobia no deriv ado das tetr acic linas utilizado
67,1 30
em medic ina humana . Tem amplo es pectr o de ativ idade contra
enter oc occus r esistentes a vanc omicina, Staphyloc occus aureus res istentes a
oxac ilina e bac ilos gr am- negativos aer óbios e anaeróbios
17 3,174
multirres istentes .

141
Análise M icro bio lógica
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17 5
A FDA ( Food and Drug A dministr ation) aprovou o uso da tigecic lina
para o tr atamento de adult os c om sev er as infecções de pele e tecidos moles,
bem c omo par a infecções intr a-abdominais , tanto hos pitalares quanto
17 3,1 76
adquiridas na comunidade . Seu uso tem s ido indic ado pr inc ipalmente nas
17 6
infecç ões c aus adas por micr o organismos multirresistentes confir mados .

Infecç ões de tecidos moles pode ser uma importante complicaç ão no


1 62
acidente por serpentes peçonhentas com env enenamento loc al . O
tratamento dessas infecç ões tem s ido baseado no is ola mento bacteriano do
177,1 78
material drenado do absc ess o pres ente no loc al da picada .

Ness e estudo, a tigeciclina foi eficiente sobre a grande maioria dos micr o
organismos analis ados, c om exceç ão de Ps eudomonas aeruginos a. A baix a
atividade “in vitro” sobr e esse agente já foi observ ada por outros
1 72,17 4,17 6
autor es .

A polimixina B é um antimicrobiano do gr upo dos polip eptídeos e


13 0
apres enta ação bactericida sobr e quase todos os bacilos gr am- negativos .
Ness e estudo, a polimix ina B apres entou baixa ativ idade sobr e a P. rettgeri e
M. mor ganii. Estes r esultados foram s emelhantes aos encontr ados por Bas tos
79
et al par a bactér ias is oladas de amostras de cloaca de B. jar arac a e
1 79
Coutinho et al para bactérias isoladas de abscessos de escamas e ór gãos
de Helicops modestus.

A assoc iação de sulfametoxaz ol/tr imetropr im é uma c ombinação


quimioter ápica de importante aç ão bacter iana 6 7,1 30 . Possui atividade de amplo
51
espectr o contr a gr am- pos it iv os e gram-negativos aeróbios , mas com baix a
efetividade para Pseudom onas spp.

A assoc iaç ão des tes dois antibiótic os é rotineir amente us ada na clínic a
de r épteis, mas alg uns autor es não rec omendam o us o em quelônios ou
serpentes de ár eas desérticas, pois normalmente c aus am diarréia logo após a
1 70
adminis traç ão .

142
Análise M icro bio lógica
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Ness a investigação, c omo esperado, a s ulf a potenc ializada apr esentou


baix a efetiv idade par a Pseudom onas aeruginos a. Esses resultados c onc or dam
37
com os apr es entados por Ferr eira et al par a amos tras de c avidade or al e
1 69
cloac al de C. d. terrific a e Foti et al par a amostras de cavidade or al e cloacal
de Caretta c ar etta.

As penic il inas semi-sintétic as como a ampic ilina e amox icilina são


antimicr obianos de es pec tro moderado que poss uem atividade s obre bactér ias
51
gram- negativas .

Apes ar de ser em rec omendadas par a o us o na medicina de r épteis ,


ness e estudo foi obs ervado alta res is tência bacteriana, princ ipalmente par a P.
aeruginosa, K.oxytoc a, M . m organii e S. m arc ens es. Estes achados c orroboram
33
os encontr ados por Arroyo et al par a amostras de mucos a oral e peçonha de
Bothrops as per , Lachesis muta e Cr otalus durissus.

Os is olados bacterianos ex aminados nesse es tudo mos trar am baix a


resis tênc ia a diversos antimicr obianos testados. Isso per mite o us o desses
antibiótic os com s eguranç a em proc essos infecc ios os e aumentam as chances
73
de s ucess o no tr atamento de doenças que afligem estas ser pentes .
Adic ionalmente o conhec imento de padrões de resistência aos antimicr obianos
de is ola dos de répteis é de extr ema importânc ia par a o tratamento de acidentes
11, 10 7,1 70
ofídicos e zoonoses c ausadas por ess es animais .

Além das doenças bacter ianas, as enfer midades c aus adas por fungos
têm s ido relatadas em todas as ordens e subor dens de Reptilia, com exceção
18 0
da or dem Rhy nchoc ephala (tuataras) . Tanto leveduras quanto fungos
filamentosos têm sido incriminados em mic os es cutâneas e s istêmic as em
40
répteis .

A infecção por fungos em répteis é c onsiderada por muitos autores c omo


oportunis ta, pois são caus adas por agentes sapr ófitas que invadem o
180, 181
organismo sobr e determinadas circ unstâncias favor áveis . Nor malmente

143
Análise M icro bio lógica
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esses fungos s ão considerados como caus ador es de infecç ões secundár ias
correlacionadas c om alguma for ma de imunossupressão, nor malmente
assoc iada ao manejo inadequado, lesões, má nutrição ou debilid ade por outras
40,1 57
doenças .

Em of ídios mantidos em cativeiro, as doenç as cutâneas estão entre as


27, 43, 18 2,1 83
princ ipais enfer midades caus adas por fungos . Um estudo realiz ado
41
por Par e et al s obre a microbio ta fúngica em escamas de Squamatas
saudáveis mostrou que há mais de 50 diferentes gêner os de fungos que podem
ser enc ontrados nas esc amas de squamatas saudáv eis , e nor malmente, os
fungos opor tunistas incluem as leveduras dos gêner os Candida, Geotric hum e
Trichosporon. Um organis mo que tem s id o descrito como patógeno pr imário e é
raramente isolado da flor a normal da pele é o CA NV (Chrys os pori um anamorph
184
Nannizziopsis vriesii) . O CANV atualmente é descr it o como o maior c aus ador
de micos es hialinas em r épteis , proporcionando dúvidas na autenticidade de
relatos de micoses c aus adas por Trichophyton, G eotrichum, Chrysos porium,
Malbranc hea, e alg uns relatos de Trichos poron, devido a c aracter ísticas
1 0,1 80
morfológicas s emelhantes .

Um númer o pr ogr ess ivo de cas os de doenças superficiais e invas ivas


39, 40, 18 0
relac ionadas às es péc ies de lev edur as tem s ido descr ito em répteis e
3 0,31
envolvem is olamentos de Candida spp em quelônios , Geotrichum spp em
27,43
serpentes , CANV (Chr ysosporium anamorph Nannizziopsis vri esii) em
1 85 1 84, 18 6 27, 187,1 88
crocodilianos lagartos e ser pentes e Trichosporon, Trycophyton
25, 18 9,1 90
e Chr ysos pori um ophiodiicola em ser pentes . O diagnóstic o
normal mente é confir mado por meio de téc nicas histopatológic as aliadas à
1 89, 19 0
obtenção de culturas .

191
De acordo com Flamant et al , como os répteis são animais
pecilotér mic os, a temper atura cor poral não tem papel deter minante na flora
fúngic a externa e interna dess es animais. Alguns autor es suger em que as
difer enças na prevalênc ia destes agentes podem ser atribuídas a diferentes

144
Análise M icro bio lógica
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métodos amostrais, protoc olos de es tudo, es péc ies e númer o de animais


examinados, e localização geográfic a 41 ,42 .

O baixo númer o de isolados mic ológic os obtido no presente es tudo


39
também foi observ ado por Kots ka et al , na qual r elatar am que espéc ies
herbívor as pertenc entes ás famílias Tes tudin idade (quelônios terr estres) e
Iguanidae ( lagartos) apres entaram maior númer o de isolados levedur ifor mes do
que qualquer réptil c arnívor o per tenc ente às famílias Boidae ou Emydidae
42
(serpentes). Estes resultados também for am observados por Nardoni et al
em amostr as de c avidade cloac al de répteis mantidos c omo pets.
Pr ovavelmente o tipo de ambiente e os componentes da dieta utilizados por
39 ,42
esses difer entes répteis influenc iam na microbiota fúngic a dess es animais .

A técnic a padr ão para id entificação de es pécies de lev edur as é baseada


em c ar acter ís ticas fenotípicas , inc lu indo assimilaç ão de 50 c ompostos de
1 92
carbono e 10 c ompos tos com nitrogênio . A maior dificuldade para se obter
uma identificação adequada em deter minadas leveduras está no fato de
difer entes cepas dentr o de uma es péc ie responderem dif erentemente a muitos
192
dos testes . Conseqüentemente, estas podem s er identificadas
erroneamente, e a ex is tênc ia de espéc ies genetic amente distintas pode ser
19 3
omitida . Es ta dificuldade pode s er resolv ida atualmente por técnicas
molec ulares, envolvendo o seqüenc iamento do DNA , técnica adotada por esse
estudo par a a identific aç ão das leveduras is oladas em escamas de
1 92
serpentes .

As levedur as do gênero Tric hos por on habitam nichos ecológicos


natur ais div ers ificados, podendo s er encontrados tanto no meio ambiente,
195
como na superf ície cor pórea de seres humanos e animais .

As espécies de Tric hosporon são tr atadas como lev eduras e a


carac ter ização do gêner o é baseada nas es trutur as das hifas, ps eudo-hifas,
blastoconídios e artr oconídios com c aracter ístic as var iáveis, dependendo da
1 95, 196
espéc ie .

145
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

O gêner o foi submetido a uma ex tensa rev isão que r esultou na


invalidação da espéc ie Trichosporon beigelii, sendo assumida por novas
1 92,19 5
espéc ies . Atualmente esse gêner o inclui 25 espécies de lev edur as,
19 7
sendo oito relacionadas a infecções ou doenç as alér gic as em humanos .
T.as ahii, T.asteroi des , T.cutaneum, T.inkin, T. mucoi des e T.ovoides estão
envolvidas em infecções profundas e superficiais. Doenças alér gicas e
pneumonias s ão ass ociadoas ás es pécies T. asahii, T. domesticum, T.
197, 198.
montevi deens e T. mucoi des .

As espécies de Trichos por on podem causar fungemia e infecção


disseminada s emelhantes àquelas produz idas por Candida spp. Caus a c omum
de piedr a br anca, principalmente em r egiões de clima tr opical e s ubtr opical, as
espéc ies de Trichosporon podem s er agentes de infecç ões gr av es e fatais em
194, 19 6,1 97
pacientes tr ans plantados ou com leucemia .

Nos r épteis , as es péc ies de Tric hos poron são normalmente isoladas em
4 1, 42
escamas e cav idade cloac al de animais saudáveis , sendo as espéc ies
1 98
Trichosporon beigelii e Trichos por on asahii nor mal mente mencionadas . No
entanto, tr icos poronosis tem s ido r elatada c omo infecç ão oportunis ta em
19 9
cavidade or al e carapaç a de quelônios , lesões da muc os a or al e escamas
em crocodilianos 200, dermatites sever as em lagar tos 2 01,2 02
e doenças
25, 200
sistêmic as em s er pentes .

Ness e estudo, os isolados identificados como T. as ahii for am


prov enientes de ser pentes com les ões s ugestiv as de micos e e animais
saudáveis mantidos em c ativ eir o intens iv o. Em estudo sobr e a inves tigação da
microbiota fúngica em quelônios , lagartos e s erpentes saudáveis pr ovenientes
de diferentes instituições, observ ou-se que animais da mes ma ins tituição
apres entav am os mes mos is olados , sugerindo que o us o dos mes mos tipos de
subs tratos e c aixas par a acondic ionamento dos animais, além do uso de
instrumentos de manipulação e coleta, pode atuar como fonte de c ontaminação
42
para ess es animais .

146
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

Dermatites causadas por fungos são nor malmente encontr adas em


17 0
serpentes mantidas em ambientes úmidos com ventilaç ão pobr e . No
cativeir o intens ivo do CEVAP, os animais não têm acesso ao sol ou v entilação,
além da temper atura da caixa s er constante. Como os res ult ados sugerem que
o Trichospor on as ahii pode partic ipar da microbiota normal das escamas das
serpentes analisadas, as condições pr oporc io nadas pelo cativ eir o intens iv o
podem caus ar imunossupressão nos animais e conseqüentemente a atuação
dess e fungo cons ider ado como oportunista 2 03.

A inv estigação da micr obiota bacter iana e fúngic a das serpentes


mantidas em cativ eiro s ão indispensáveis para que medidas apropriadas de
manejo sejam es tabelec idas com o intuito de diminuir a incidênc ia dessas
infecç ões ness es animais. Dess a maneira, as melhor ias es tabelec idas
permitem a manutenç ão de um plantel sadio e com constante produção de
matéria- prima.

147
Análise M icro bio lógica
Michelle Vanessa Cam pagner

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162
CONCLUSÕES e SUGESTÕES
CAPÍTULO 5
163
Co nclusõ es e Sugestõ es
Michelle Vanessa Cam pagner

5 CONCLUSÕ ES E SUG ESTÕES

Com bas e nas anális es realiz adas, foi possív el chegar ás seguintes
conc lusões e s ugestões:

x O s istema de cadas tro ela borado possibilit a a r astr eabilidade da peçonha


produzida e a análise da população de ser pentes mantidas no plantel;

x Apes ar dos animais que ocupam ár eas abertas apresentarem maior


toler ância as alter aç ões ambientais, a umidade mantida no s erpentário
intensivo mer ece ser reavaliada, pois parec e favor ecer a longevidade de
serpentes enc ontr adas em áreas mais flor estadas;

x É imprescindível a implantaç ão de uma r otina envolvendo ex ames c línicos


em s er pentes rec ém-captur adas par a ev itar a intr odução de doenças no
plantel;

x O c ativ eiro intens ivo apresenta div ersos agentes estressantes, expondo as
serpentes em constante estresse crônico, aumentando a mortalidade dos
animais nesse sistema;

x A implantação de s istemas mais efetiv os de controle de temperatur a e


umidade no quar entenár io e no cativeiro intensiv o é rec omendada para que
cada sala tenha temper atur a e umidade adequada para a espécie alojada;

x O s istema aplic ado no cativ eiro semi-extens ivo no CEVAP é mais indic ado
par a a manutenção de s erpentes Caudisona durissa terrific a;

x A modificaç ão do sistema de aquecimento no cativeir o semi- extensiv o é


recomendada par a que o fotoper íodo seja semelhante ao do ambiente
natur al;

164
Co nclusõ es e Sugestõ es
Michelle Vanessa Cam pagner

x A metodologia atualmente utiliz ada na extraç ão de peçonha é segura tanto


par a o extr ator quanto par a a serpente, pr evenin do-se prejuízos par a os
animais ;

x A instalação de sistemas de contr ole de temper atur a, umidade e ins talação


de troc as de ar no Biotér io de Roedores é necess ária para que o alimento
fornecido para as serpentes seja de boa qualidade;

x É rec omendáv el a implantaç ão do us o de mar avalha, r ação autoclavada e


água filtrada par a s e ev itar o contato dos animais c om micr oorganis mos
patogênicos;

x A higienizaç ão das caixas das serpentes e dos roedor es deve ser realiz ada
em diferentes setor es para que não oc orr a c ontaminaç ão entre os
materiais;

x A implantação de um Sistema de Ges tão A mbiental ( SGA) deve ser


cons ider ada par a minimiz ar os impactos ambientais decorrentes da
manutenção de s erpentes em c ativeir o;

x O is olamento de patógenos potenc ia is nas amostras das ser pentes


estudadas pode ser c onsiderado importante no pr ocesso de avaliação do
tipo de manejo util iz ado, considerando as numer os as condições
estr essantes proporcionadas pelo ambiente do cativeiro e o car áter
oportunista desses agentes;

x Os r es ultados sugerem que o tipo de manejo adotado influencia na


contaminaç ão do ambiente utiliz ado pelos animais.

x Apes ar de o sistema intensivo ser o método tr adic ionalmente utilizado na


manutenção de of ídios destinados a pr odução de peçonha, o sis tema semi-
extensiv o pode ser mais apr opr iado para este fim.

165
Anexos
166
Anexo I

Capítulo 2 – Elaboração de um sistema de cadastro de serpentes – Banco


de Dados on line

Figura 1. Frequência de fêmeas e m achos de se rpente s


regist rada s no Banco de Dado s no período de Jan eiro de 2004 a
De zembro de 200 9.

Ta bela 1. Análi se de va riância da f reqüên cia de fêmeas e m acho s de se rpente s


regist rada s no B anco de Dado s no período de Janeiro de 2004 a Dezembro de
2009.

Erro Limite Limite


Nível Número Média
padrão inferior 95% superior 95%
Fêmeas 6 6.73333 8.6532 4.8053 8.6614

Machos 6 6.36667 8.6532 4.4386 8.2947

167
Figura 2. Análi se d o núm ero de óbitos d e C. d. te rrifica em
cativeiro intensivo (individual) e semi-extensivo (coletivo).

Ta bela 2. Análi se de va riância do núm ero de óbitos de C. d. te rrifica em


cativeiro inten sivo (individual) e sem i-exten sivo (coletivo).

Erro Limite Limite


Nível Número Média
padrão inferior 95% superior 95%
Coletivo 3 2.73333 0.94281 2.4716 2.9951

Individual 3 3.40000 0.94281 3.1382 3.6618

168
Anexo II

Capítulo 4: Análise microbiológica dos diferentes regim es de cativeiro


adot ados pelo CEVAP

Tabela 1. Gr upo 1: Bothr opoi des jar araca r ec ém captur adas

Bothropoides jararaca recém-capturadas


Grupo RG Microchip Sexo CRC(cm) CC (cm) Peso Data Procedência
G1-01 1397 Ø Ƃ 87 10,5 100 29/02/2008 Botucatu
G1-02 1423 Ø ƃ 135 17 370 15/12/2008 Botucatu
G1-03 1458 Ø ƃ 60 7,5 40 28/02/2009 Sorocaba
G1-04 1525 Ø ƃ 84 11,5 95 16/03/2009 Pardinho
G1-05 1653 Ø Ƃ 78 10 210 23/09/2009 Laranjal Pauli sta
G1-06 1655 Ø Ƃ 90 11 200 25/09/2009 Botucatu
G1-07 1670 Ø ƃ 93,5 13 150 26/11/2009 Botucatu
G1-08 1695 Ø ƃ 72 9,5 80 26/11/2009 Botucatu
G1-09 1696 Ø Ƃ 82 10 110 03/12/2009 Botucatu
G1-10 1697 Ø Ƃ 123 17,5 510 03/01/2010 Botucatu

Tabela 2. Gr upo 2: Caudisona durissa terrific a r ecém captur adas

Caudisona durissa terrifica recém-capturadas


Grupo RG Microchip Sexo CRC(cm) CC (cm) Peso Data Procedência
G2-01 1482 Ø Ƃ 99 5,5 680 22/12/2008 Botucatu
G2-02 1488 Ø Ƃ 94 6 850 22/01/2009 Laranjal Paulista
G2-03 1530 Ø Ƃ 76 5 300 18/03/2009 Botucatu
G2-04 1531 Ø ƃ 95 9,5 730 31/03/2009 Botucatu
G2-05 1535 Ø ƃ 75 7 300 15/04/2009 Botucatu
G2-06 1542 Ø ƃ 97 11 660 08/04/2009 Dois Córregos
G2-07 1544 Ø ƃ 87 7 480 15/05/2009 Anhembi
G2-08 1545 Ø Ƃ 74 7 320 18/05/2009 Botucatu
G2-09 1546 Ø ƃ 86 8 500 20/05/2009 Botucatu
G2-10 1547 Ø Ƃ 77 7 450 23/04/2009 Botucatu

169
Tabela 3. Grupo 3: Bothr opoides jararac a mantidas em c ativ eir o indiv idual

Bothro poides jararaca mantidas em cativeiro individual


Gru po RG Microchip Sexo CRC (cm) CC (cm) Peso Data Procedência
G3-01 219 303115 ƃ 95,5 13,5 110 04/11/2005 Itatinga
G3-02 535 339162 Ƃ 111 13 350 05/03/2004 C erqueira C ésar
G3-03 541 363261 ƃ 77 13 100 19/02/2004 Botucatu
G3-04 564 308050 ƃ 70 8,5 50 16/03/2004 Tejupá
G3-05 603 340335 Ƃ 79 10,5 250 23/04/2004 Botucatu
G3-06 675 305893 ƃ 81,5 11 80 05/07/2004 C erqueira C ésar
G3-07 809 346211 ƃ 75 10 110 04/02/2005 Itatinga
G3-08 860 313471 Ƃ 84 10 250 11/04/2005 Itatinga
G3-09 861 331069 Ƃ 76 9,5 90 11/04/2005 Itatinga
G3-10 1364 346464 Ƃ 81 12 130 17/12/2004 Sorocaba

Tabela 4. Grupo 4: Caudisona durissa terrific a mantidas em c ativ eir o individual

Caudiso na durissa terrifica mantidas em cativeiro in dividu al


Grupo RG Microchip Sexo CRC(cm) CC (cm) Peso Data Procedência
G4-01 606 306026 Ƃ 94 8 390 26/04/2004 Santa Maria da Serra
G4-02 837 368447 ƃ 93 9,5 450 06/04/2005 Botucatu
G4-03 843 328484 ƃ 95 9,5 470 04/04/2005 Piraju
G4-04 870 369585 ƃ 97 11 680 02/05/2005 Botucatu
G4-05 884 305445 ƃ 93 9 450 30/05/2005 Conchas
G4-06 885 337892 Ƃ 104,5 8 660 26/06/2005 Botucatu
G4-07 886 306059 Ƃ 90 7 500 13/06/2005 Pardinho
G4-08 891 304123 Ƃ 84 7,5 350 13/06/2005 Bofete
G4-09 901 363167 ƃ 104 10 640 08/01/2005 Avaré
G4-10 904 315509 Ƃ 101 8,5 760 13/05/2005 Bofete

170
Tabela 5. Grupo 5: Bothr opoides j arar aca mantidas em cativeir o c oletivo

Bothropoides jararaca mantidas em cativeiro coletivo


Grupo RG Microchip Sexo CRC(cm) CC (cm) Peso Data Procedência
G5-01 558 305191 Ƃ 90 15 180 12/03/2004 Tejupá
G5-02 565 366986 Ƃ 63 8,5 100 16/03/2004 Tejupá
G5-03 632 368199 Ƃ 111 13 650 14/05/2004 Cerqueira César
G5-04 646 320505 Ƃ 93 11 160 15/06/2004 Cerqueira César
G5-05 751 330884 ƃ 98 12,5 250 03/01/2005 Botucatu
G5-06 777 319399 Ƃ 82 10 120 18/01/2005 Botucatu

Tabela 6. Grupo 6: Caudisona duriss a terrifica mantidas em cativ eir o c oletivo

Caudisona durissa terrifica mantidas em cativeiro coletivo


Grupo RG Microchip Sexo CRC(cm) CC (cm) Peso Data Procedência
G6-01 623 340738 Ƃ 65 4,5 200 05/05/2004 Santa Mari a da Serra
G6-02 637 307398 Ƃ 95 7 510 31/05/2004 Itatinga
G6-03 639 334920 ƃ 73 7,5 300 25/04/2004 Santa Mari a da Serra
G6-04 640 346382 ƃ 84 8 380 31/05/2004 Cerqueira César
G6-05 810 329102 ƃ 92 8,5 520 04/02/2005 Pardi nho
G6-06 815 326418 Ƃ 98 7,5 580 04/03/2005 Pardi nho
G6-07 831 330981 Ƃ 95 7 340 29/03/2005 Botucatu
G6-08 862 343177 Ƃ 94 7 470 01/03/2005 Anhembi
G6-09 890 325614 ƃ 93 9 410 20/05/2005 Itatinga
G6-10 941 369107 ƃ 110 11 630 31/10/2005 Conchas

171
Tabela 3. M édia, erro padrão, limite inferior e superior da f reqüên cia de
bacté ria s isolada snas amo stra sdo s difere nte sg rupo s de e studo (G1 a G6).
Limite
Erro Limite
Nível Número Média superior
padrão inferior 95%
95%
G1 40 1.75000 0.14038 1.4733 2.0267
G2 40 1.90000 0.14038 1.6233 2.1767
G3 40 2.45000 0.14038 2.1733 2.7267
G4 40 2.25000 0.14038 1.9733 2.5267
G5 24 1.54167 0.18123 1.1845 1.8988
G6 40 1.37500 0.14038 1.0983 1.6517
G1: B. jararaca rec ém -capturadas; G2: C. d. t errifica rec ém-c apt uradas; G3: B.
jararaca mantidas em cativ eiro intensiv o; G4: C. d. terrific a mantidas em c ativ eiro
intensiv o; G5: B. jararac a m antidas em c ativ eiro s emi-ext ensivo ; G6: C. d. terrifica
mantidas em cativeiro s emi-extensiv o.

Tabela 4 . Média, erro padrão, limite inferior e su perior da frequên cia de ba cté rias
isoladas nas am o st ra s e o regime de cativeiro utilizado.

Erro Limite Lim ite


Nível Número M édia inferior superior
padrão
95% 95%
Cativeiro coletivo 64 1.43750 0.11076 1.2192 1.6558
Cativeiro indiv idual 80 2.35000 0.09906 2.1548 2.5452
Rec ém-captur ado 80 1.82500 0.09906 1.6298 2.0202

Cativ eiro coletiv o: cativ eiro semi-extensiv o; Cativ eiro indiv idual: cativ eiro sem i-ext ens ivo.

Tabela 5. M édia, erro pad rão, lim ite inferior e superior da f requência de ba ctérias i solada s
nas diferent es amo st ra s analisad a s.

Erro Limite Lim ite


Nível Número Média
padr ão inferior 95% superior 95%
Cavidade oral 56 2.35714 0.08360 2.1924 2.5219
Cloaca 56 2.44643 0.08360 2.2817 2.6112
Esc ama 56 2.14286 0.08360 1.9781 2.3076
Peçonha(v eneno) 56 0.66071 0.08360 0.4960 0.8255

Tabela 6. Média, erro padrão, limite inferior e supe rior da fre qüência de bactérias
isolada s na sam ost ras e a espécie de serpente anali sada. 172
Erro Limite Limite
Nível Número M édia
padr ão inferior 95% superior 95%
B. jar araca 104 1.97115 0.09375 1.7864 2.1559
C. d. terrifica 120 1.84167 0.08727 1.6697 2.0137

Tabela 7. Média, erro padrão, limite inferior e supe rior da freqü ência de bactéria s
isolada s em am ostras de Both ropoides jarara ca.

Erro Limite Limite


Nível Núm ero M édia
padr ão inferior 95% superior 95%
Cavidade oral 26 2.38462 0.12958 2.1275 2.6417
Cloaca 26 2.57692 0.12958 2.3198 2.8340
Escama 26 2.19231 0.12958 1.9352 2.4494
Peçonha(v eneno) 26 0.73077 0.12958 0.4737 0.9878

Ta bela 8. M édia, erro pad rão, lim ite inferior e sup erior da f reqüê ncia de bacté ria s
isoladas em amostra s de Ca udisona du rissa terrifica.

Erro Limite Limite


Nível Número Média
padrão inferior 95% superior 95%
Cavidade oral 30 2.33333 0.10885 2.1177 2.5489
Cloaca 30 2.33333 0.10885 2.1177 2.5489
Escama 30 2.10000 0.10885 1.8844 2.3156
Peçonha(veneno 30 0.60000 0.10885 0.3844 0.8156

173
Ta bela 9. Média, erro padrão, limite inferior e superio r da freqüência de bacté rias i solada s e
o tipo de cativeiro utilizado pela se rpente Both ropoides ja rara ca.

Erro Limite Lim ite


Nível Número Média
padr ão inferior 95% superior 95%

Cativeiro coletiv o 24 1.54167 0.18544 1.1738 1.9095

Cativ eiro indiv idual 40 2.45000 0.14364 2.1651 2.7349

Rec ém-captur ado 40 1.75000 0.14364 1.4651 2.0349

Cativ eiro c oletivo: cativ eiro semi-extensiv o; Cativeiro indiv idual: cativeiro semi-ext ensiv o.

Ta bela 10. Média, erro padrão, limite inferior e su perior da freqüên cia de bactéria s
isoladas e o tipo de cativeiro utilizado pela serpente Caudison a durissa terrifica.

Erro Limite Limite


Nível Número M édia superior
padr ão inferior 95%
95%
Cativ eiro coletivo 40 1.37500 0.13750 1.1027 1.6473
Cativeiro indiv idual 40 2.25000 0.13750 1.9777 2.5223
Recém-c apturado 40 1.90000 0.13750 1.6277 2.1723

Cativ eiro coletiv o: cativ eiro semi-extensiv o; Cativ eiro indiv idual: cativ eiro sem i-ext ens ivo.

Ta bela 11. M édia, erro pad rão, lim ite inferior e supe rior da f reqüên cia de ba ctéria s
isoladas em amostra s de se rpente s re cém -capturada s.

Erro Limite Lim ite


Nível Número Média
padr ão inferior 95% superior 95%
Cavidade oral 20 2.30000 0.13645 2.0282 2.5718
Cloaca 20 2.35000 0.13645 2.0782 2.6218
Esc ama 20 1.90000 0.13645 1.6282 2.1718
Peçonha(v eneno) 20 0.75000 0.13645 0.4782 1.0218

174
Tabela 12. Média, erro padrão, limite inferior e superior da f reqüência de ba cté rias
isoladas na s am ost ras das se rpentes mantidasem cativeiro intensivo.

Erro Limite Lim ite


Nível Número Média
padr ão inferior 95% superior 95%
Cavidade oral 20 2.95000 0.10972 2.7315 3.1685
Cloaca 20 2.85000 0.10972 2.6315 3.0685
Esc ama 20 2.50000 0.10972 2.2815 2.7185
Peçonha(v eneno) 20 1.10000 0.10972 0.8815 1.3185

Tabela 13. Média, erro padrão, limite inferior e supe rior da freqüência de bacté rias
isoladas na s am ost ras das se rpentes mantidasem cativeiro sem i-exten sivo.

Erro Limite Lim ite


Nível Número Média
padr ão inferior 95% superior 95%
Cavidade oral 16 1.68750 0.06751 1.552 1.8225
Cloaca 16 2.06250 0.06751 1.927 2.1975
Esc ama 16 2.00000 0.06751 1.865 2.1350
Peçonha(v eneno) 16 0.00000 0.06751 -0.135 0.1350

Ta bela 14. Análi se F2 (qui-quad rado ) dos re sultado s


“Sensível ” (S), “Interm ediário” (I ) e “Re si stente” (R) obtido s
com os 12 antimicrobiano ste stados.

Teste F2 p<0,05
Qui-quadrado 806.555 0.001

175
Ta bela 1 5. A nálise F2 (qui-quad rado ) dos re sultado s
“sen sível” (S), “interm ediário” (I ) e “re si stent e” (R) dos
isolado s do sdiferente s gru po san alisado s

Teste F2 p<0,05
Qui-quadrado 19.743 0.0347

Ta bela 16. Análise F2 (qui-quad rado ) dos re sultado s


“sensível” (S), “inte rmediário” (I ) e “re si st ente” (R) do s
isolado s nos dife rente s regim es de cativeiro

2
Teste F p<0,05
Qui-quadrado 1.410 0.8424

Ta bela 16. M édia, erro padrão, limite inferior e superior n a análi se


da com paração ent re os re sultado s “sensível ” (S) obtido s com o s
12 antimicrobianost e stados.

Erro Limite Limite


Nível Número Média
padrão inferior 95% superior 95%

AMI 84 0.009921 0.02133 -0.0319 0.05179


AMO 84 0.377381 0.02133 0.3355 0.41925
AMP 84 0.244378 0.02146 0.2023 0.28649
CLO 84 0.002976 0.02133 -0.0389 0.04484
CTF 84 0.064187 0.02133 0.0223 0.10605
ENO 84 0.007440 0.02133 -0.0344 0.04931
GEN 84 0.000000 0.02133 -0.0419 0.04187
NOR 84 0.003968 0.02133 -0.0379 0.04583
POL 84 0.075066 0.02133 0.0332 0.11693
SUT 84 0.020966 0.02133 -0.0209 0.06283
TIG 84 0.000000 0.02133 -0.0419 0.04187
TOB 84 0.000000 0.02146 -0.0421 0.04212

AMI: Amic acina; AMO: Am oxicilina; AMP: Ampicilina; CTF: Cef tiof ur; CLO:
Cloranf enicol; EN O: Enrof loxacina; GEN: Gentamicina; NOR: N orf loxac ina;
POL: Polimixina B; SUT: Sulfamet oxazol+trimetroprim; TIG: Tigecilina;
TOB: Tobramicina.

Ta bela 17. Média, erro pa drão, limite inferior e superior n a análise


176
da com paração en tre os resultados “interm ediário” (I) obtidos com
os 12 antimicrobiano s te stados.
Erro Limite Limite
Nível Número Média
padrão inferior 95% superior 95%

AMI 84 0.000000 0.01578 -0.0310 0.03097


AMO 84 0.068849 0.01578 0.0379 0.09982
AMP 84 0.029167 0.01578 -0.0018 0.06014
CLO 84 0.082044 0.01578 0.0511 0.11302
CTF 84 0.034028 0.01578 0.0031 0.06500
ENO 84 0.015377 0.01578 -0.0156 0.04635
GEN 84 0.014881 0.01578 -0.0161 0.04585
NOR 84 0.005952 0.01578 -0.0250 0.03693
POL 84 0.017989 0.01578 -0.0130 0.04896
SUT 84 0.016667 0.01578 -0.0143 0.04764
TIG 84 0.072751 0.01578 0.0418 0.10372
TOB 84 0.006944 0.01578 -0.0240 0.03792

AMI: Amic acina; AMO: Am oxicilina; AMP: Ampicilina; C TF: Cef tiof ur; CLO:
Cloranf enicol; ENO: Enrof loxacina; GEN: Gentamicina; NOR: N orf loxac ina;
POL: Polim ixina B; SUT: Sulf ametoxazol+trimetroprim; TIG: Tigecilina;
TOB: Tobramicina.

Ta bela 18. Média, erro padrão, limite inferior e supe rior na análise
da com paração entre os resultados “re sistente ” (R) obtidos com
os 12 antim icrobianos testado s.

Erro Limite Limite


Nível Número Média
padrão inferior 95% superior 95%
AMI 84 0.009921 0.02133 -0.0319 0.05179
AMO 84 0.377381 0.02133 0.3355 0.41925
AMP 84 0.244378 0.02146 0.2023 0.28649
CLO 84 0.002976 0.02133 -0.0389 0.04484
CTF 84 0.064187 0.02133 0.0223 0.10605
ENO 84 0.007440 0.02133 -0.0344 0.04931
GEN 84 0.000000 0.02133 -0.0419 0.04187
NOR 84 0.003968 0.02133 -0.0379 0.04583
POL 84 0.075066 0.02133 0.0332 0.11693
SUT 84 0.020966 0.02133 -0.0209 0.06283
TIG 84 0.000000 0.02133 -0.0419 0.04187
TOB 84 0.000000 0.02146 -0.0421 0.04212

AMI: Amic acina; AMO: Am oxicilina; AMP: Ampicilina; C TF: Cef tiof ur; C LO:
Cloranf enicol; ENO: Enrof loxac ina; GEN: Gent amicina; NOR: N orf loxacina;
POL: Polim ixina B; SUT: Sulfametox azol+trimetroprim; TIG: Tigecilina;
TOB: Tobramicina.

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