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Para comemorar este evento construiu-se uma cidade chamada Ifé (que significa
distensão, aumento de tamanho, ou inchamento), no local onde rebentou o corpo
de Yemojá, essa cidade transformou-se em cidade sagrada para os povos de fala
Yorubá. O local onde seu corpo caiu costumava ser mostrado e provavelmente
ainda o é; mas a cidade foi destruída em 1882, na guerra entre o Ifés contra os
Ibadans e os Modakekes. O mito de Yemojá explica assim a origem de diversos dos
Deuses, fazendo-os netos de Obatàlá e de Odùdúwá.
AJAKÁ
O Aláàfin de Òyó, o Oba Ajaká, meio irmão de Sàngó, era muito pacifico, apático
e não realizava um bom governo. Sàngó, que cresceu nas terras dos Tapas (Nupe),
local de origem de Torosí, sua mãe, e mais tarde se instalou na cidade de Kòso,
mesmo rejeitado pelo povo por ser violento e incontrolável, mas sendo tirânico, se
aclamou como Oba Kòso. Mais tarde, com seus seguidores, se estabeleceu em Òyó,
num bairro que recebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kòso e com isso
manteve seu titulo de Oba Kòso.
Sàngó percebendo a fraqueza de seu irmão e sendo astuto e ávido por poder,
destrona Ajaká e torna-se o terceiro Aláàfin de Òyó. Ajaká, também chamado de
Dadá, exilado, sai de Òyó para reinar numa cidade menor, Igboho ,vizinha de Òyó,
e não poderia mais usar a coroa real de Òyó. E, com vergonha por ter sido deposto,
jura que neste seu reinado vai usar uma outra coroa (ade), que lhe cubra seus
olhos envergonhados e que somente irá tira-la quando ele puder usar novamente o
ade que lhe foi roubado.
Esta coroa que Dadá Ajaká passa a usar, é rodeada por vários fios ornados de
búzios no lugar das contas preciosas do Ade Real de Òyó, e esta chama-se Ade
Bayánni. Dadá Ajaká então casa-se e tem um filho que chama-se Aganjú, que vem
a ser sobrinho de Sàngó. Sàngó reina durante sete anos sobre Òyó e com intenso
remorso das inúmeras atrocidades cometidas e com o povo revoltado, ele abandona
o trono de Òyó e se refugia na terra natal de sua mãe em Tapa.
Após um tempo, suicida-se, enforcando-se numa árvore chamada de àyòn (àyàn)
na cidade de Kòso. Com o fato consumado, Dadá Ajaká volta à Òyó e reassume o
trono, retira então o Ade Bayánni e passa a usar o Ade Aláàfin, tornando-se então o
quarto Aláàfin de Òyó. Após sua morte, assume o trono seu filho Aganjú, neto de
Òrànmíyàn e sobrinho de Sàngó, tornando-se o quinto Aláàfin de Òyó. Como
Aganjú não teve filhos, com ele acaba a dinastia de Odùdúwá em Òyó, assim
termina o primeiro período de formação dos povos yorubanos. De Ifé até Òyó, de
Odùdúwá a Aganjú, passando por Sàngó.