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Geração de Energia Elétrica

•Aula 1 – Introdução
• Professor: Thiago de Oliveira Alves Rocha
Email: thiago.rocha@dee.ufrn.br

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Thiago Rocha
Informações Importantes
Plano de Curso e Cronograma de atividades.
Não há abono de faltas. Não há reposição, quem faltar alguma prova fará a quarta
avaliação.
A lista de presença será passada no final da primeira aula (11h40).
As notas da disciplina serão divididas da seguinte forma
Uni1 Prática - 2 pontos Simulação - 0 pontos Avaliação - 8 pontos
Uni 2 Prática - 2 pontos Simulação - 4 Pontos Avaliação - 4 pontos
Uni 3 Práticas - 0 Pontos Simulações - 10 pontos Avaliação – 0 Pontos
Vistas de Prova. Horário para duvidas 5T56
PSIM (Arquivo – Instalação do PSIM 9.0 – Arquivo Word)
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1 – Componentes Básicos do Sistema de Potência
Os sistemas de potência (SEP) possuem três distintos sistemas
1 – Geração;
2 – Transmissão;
3 - Distribuição .
No sistema de geração estão as turbinas e geradores, que têm grande importância no sistema
elétrico de potência.
As fontes de energia mais usadas na geração de eletricidade no mundo, são (IEA 2016):
1 – Carvão;
2 – Gás natural;
3 – Hidrelétrica;
4 – Nuclear;

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Produção de energia no mundo e Brasil (IEA 2022):

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Produção de energia elétrica no mundo e Brasil (IEA 2022):

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Nas termoelétricas há uma transferência de energia mecânica para as turbinas
térmicas a partir da queima de combustíveis fósseis ou a partir de uma reação nuclear.
Nas hidroelétricas, o fluxo da água possui energia potencial e cinética e as turbinas
convertem tal energia em energia mecânica.
Tais turbinas mecânicas são acopladas a geradores eletromecânicos que convertem a
energia mecânica em energia elétrica.
Que tipos de geradores são usados?

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1 – Geradores síncronos de polos salientes (baixa velocidade) – Usinas Hidrelétricas;
2 – Geradores síncronos de polos lisos (alta velocidade) – Usinas térmicas;
3 – Geradores de indução de gaiola de esquilo SCIG (do inglês, Squirrel Cage Induction
Generator) – Sistemas eólicos de baixa potência;
4 – Geradores síncronos de imãs permanentes PSMG (do inglês, Permanet Magnet
Synchronous Generator) – Geração eólica de alta potência.
5 – Geradores de indução de gaiola de esquilo DFIG (do inglês, Double Feed Induction
Generator) – Geração eólica de alta potência.

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Sistema elétrico tradicional.

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Algumas usinas podem ter alta capacidade, como exemplo a de Itaipu.
Seu atual recorde anual de produção de energia, de 103,1 milhões de MWh, foi
obtido no ano de 2016.
A capacidade instalada da Itaipu é de 14 GW, sendo 20 geradores de 700 MW.
A Itaipu Binacional é líder mundial em produção e produziu mais de 2,6 bilhões de MWh
desde o início de sua operação.
Em 2022, Itaipu produziu um total de 69.873 milhões de MWh.

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1.1 - Turbinas
As turbinas giram o eixo dos geradores para que a energia mecânica presente na turbina,
proveniente de uma fonte que pode ser térmica ou hidrelétrica, seja convertida em energia
elétrica.
Existem dois tipos de turbinas nos sistemas convencionais de geração, que são as de
termoelétricas e as de hidrelétricas.

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As turbinas possuem lâminas curvadas, montadas em um eixo de tal forma que seja
capturada a maior energia possível.
O ângulo da lâmina pode ser ajustado em alguns tipos de turbinas para um melhor
controle sobre a potência mecânica de saída.
Nas usinas térmicas, combustíveis fosseis ou reações nucleares são usadas para gerar
alta temperatura e uma alta pressão.
O vapor passa pelas lâminas da turbina que causam a rotação da turbina.
O vapor pode ser controlado para que a turbina gire na velocidade desejada.
Nas usinas hidrelétricas a queda d'água garante a rotação da turbina.
A diferença de altura entre a superfície da agua, atrás da barragem, e a localização da
turbina, regula a energia potencial presente na água.
As comportas regulam fluxo da água que passa pela turbina, desta forma a velocidade do
gerador é controlada.

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Usina hidrelétrica.

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Usina térmica.

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• CUSTO DE ENERGIA COMPREENDE:
 Custo da usina;
 Custo de operação;
 Custo de manutenção;
 Custo de transmissão;
 Custo de perdas de potência.
 USINAS HIDRELÉTRICAS
– Alto custo inicial;
– Baixo custo operação e manutenção;
– Produção de energia condicionada à hidrologia.
 USINAS TÉRMICAS (óleo, carvão, nucleares ou gás).
- Menor custo inicial;
- Maior custo operação e manutenção

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1.2 – Geradores Síncronos
Leitura sugerida: Item 4.1 do Chapman – Fundamentos de máquinas elétricas.
O gerador síncrono possui um circuito de campo montado em seu rotor.

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Os geradores síncronos são por definição síncronos, significando que a frequência
elétrica produzida está sincronizada ou vinculada à velocidade mecânica de rotação do
gerador.
Agora, a taxa de rotação dos campos magnéticos da máquina está relacionada com a
frequência elétrica do estator por:

Como o rotor gira com a mesma velocidade que o campo magnético, essa equação
relaciona a velocidade de rotação do rotor com a frequência elétrica resultante.

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A tensão interna gerada 𝐸𝑎 é diretamente proporcional ao fluxo e à velocidade, mas o
fluxo propriamente depende da corrente que flui no circuito de campo do rotor.

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A tensão 𝐸𝑎 é a tensão interna que é produzida em uma fase do gerador síncrono.
Há uma série de fatores que são responsáveis pela diferença entre 𝐸𝑎 e 𝑉∅:
1. A distorção do campo magnético do entreferro pela corrente que flui no estator,
denominada reação de armadura;
2. A autoindutância das bobinas da armadura;
3. A resistência das bobinas da armadura.
4. O efeito do formato dos polos salientes do rotor.
Os efeitos do formato de polo saliente sobre o funcionamento de uma máquina
síncrona serão ignorados (Disciplina de Máquinas II).

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Uma corrente trifásica circulando no estator produzirá por si própria um campo
magnético na máquina.
Tal campo distorce o campo magnético original do rotor, alterando a tensão de fase
resultante.
Esse efeito é denominado reação de armadura, porque a corrente de armadura
(estator) afeta o campo magnético que o rotor produziu em primeiro lugar.
O campo magnético 𝐵𝑟 do rotor produz uma tensão gerada internamente 𝐸𝑎, cujo
valor de pico coincide com o sentido de 𝐵𝑟 (a).
Se não houver carga aplicada ao gerador, não haverá fluxo de corrente de armadura
e 𝐸𝑎 será igual à tensão de fase 𝑉∅.
Agora, suponha que o gerador seja ligado a uma carga reativa atrasada. Como a
carga está atrasada (b), o pico de corrente ocorrerá em um ângulo após o pico de tensão.
A corrente que circula nos enrolamentos do estator produz um campo magnético 𝐵𝑆
e seu sentido é dado pela regra da mão direita (c).

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O campo magnético do estator 𝐵𝑠 produz uma tensão por si próprio no estator e
essa tensão é denominada 𝐸𝑒𝑠𝑡. A tensão total em uma fase:

A densidade de fluxo magnético resultante é dada por

Como os ângulos de 𝐸𝑎 e 𝐵𝑟 são os mesmos e os ângulos de 𝐸𝑒𝑠𝑡 e 𝐵𝑠 são os


mesmos, o campo magnético resultante 𝐵𝑙í𝑞 coincidirá com a tensão líquida 𝑉∅.
O ângulo 𝛿 entre 𝐵𝑟 e 𝐵𝑙í𝑞 é conhecido como ângulo interno ou ângulo de
conjugado da máquina.
A tensão 𝐸𝑒𝑠𝑡 está em um ângulo de 90° atrás do plano de corrente máxima 𝐼𝑎
(comportamento indutivo).
A tensão 𝐸𝑒𝑠𝑡 é diretamente proporcional à corrente 𝐼𝑎.

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(a) Um campo (b) A tensão
magnético resultante
girante produz produz um
a tensão 𝐸𝑎 fluxo de
gerada corrente
internamente. atrasado
quando é
(c) A corrente ligada a uma
de estator carga reativa
produz seu atrasada.
próprio campo (d) O campo
magnético 𝐵𝑆, magnético 𝐵𝑆 é
o qual produz somado a 𝐵𝑅 ,
sua própria distorcendo-o e
tensão 𝐸𝑒𝑠𝑡 resultando 𝐵𝑙í𝑞 .
nos A tensão 𝐸𝑎 é
enrolamentos somada a 𝐸𝑎 ,
do estator da produzindo 𝑉∅
máquina. na saída da fase.
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Essa equação é exatamente a mesma que descreve a tensão da reação de
armadura.
Portanto, a tensão da reação de armadura pode ser modelada como um indutor em
série com a tensão gerada internamente.
Além dos efeitos da reação de armadura, as bobinas do estator têm uma
autoindutância e uma resistência.

Sendo 𝑋𝑆 a reatância síncrona:

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Circuito equivalente de Regime Permanente.

𝑋𝑆 - reatância síncrona
𝑅𝑎 - Resistência de armadura
𝐼𝑎 - Corrente da armadura
𝐸𝑎 - Tensão interna
𝑉∅- Tensão terminal
𝑉𝐹 - Tensão de campo
𝐼𝐹 - Corrente de campo
𝑅𝐹 - Resistência do campo
𝐿𝐹 - Indutância do campo
𝑅 𝑎𝑗 -Potenciômetro

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Simulação

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Como as tensões de um gerador síncrono são tensões CA, elas são expressas
usualmente como fasores, os quais têm módulo e ângulo.

Ângulo de conjugado
da máquina

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Figura – Em atraso.

Figura - Adiantado.

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Maq. I USP

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Figura – Delta.

Figura – Estrela.

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Exercício
Em uma cidade da Europa, é necessário fornecer 1000 kW de potência em 60 Hz.
As únicas fontes de potência disponíveis operam em 50 Hz. Decide-se gerar a potência
por meio de um conjunto de motor-gerador consistindo em um motor síncrono que
aciona um gerador síncrono. Quantos polos deve ter cada uma das duas máquinas para
que a potência de 50 Hz seja convertida em 60 Hz?

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Solução
A velocidade do gerador síncrono pode ser obtida pela seguinte expressão

Para que uma máquina de 50 Hz e 60 Hz tenha a mesma velocidade mecânica para


que possam ser acopladas, vemos isso

Portanto, um motor síncrono de 10 polos deve ser acoplado a um gerador síncrono


de 12 polos para realizar essa conversão de frequência.

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