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NORMALIZACAO TECNICA 4.INTRODUGAO Disse alguém que o "bom senso é a caracterstica mais democritica do planeta, pois quase todo mundo dele so considera portador. Numa sociedade, © conjunto dos “bons senscs" inividuais vai Produzir aqulo que chamamos de “senso comum’, que na verdade representa os conceltos Predominantes daquela cultura, “Todavia, via de regra © "bom senso" ou 0 “eenco comum’ vio de encontro a ciéncia. Ja fol “senso ‘comum’, por exemplo, que a Tera era piana e girava em tomo do Sol. Ou que a humenidade se dlivdria em ragas e que alguma seria superior & outres, Para muitas pessoas, ainda hoje existe \erdades ~ suas verdades ~ indiscutivels e absolutas. Isso nfo causava grandes transiornos fenquanto os povos permaneciam isolados. Em alguns casos, como nos idiomas e nas attes, & interessante para a Intsigéncia humana que existam vias expressOes dferentes, Mas, muito antes que se falasse em globalizarSo, j4 se via a necessidede de estabelecer pacrées pare Geterminadas atvidades. Vlo 20 ‘infiito as ‘situagtes om que a falta de um padido é simplesment inolerével + Voc’ jé perdou a calma com aquele aperelho cujp plague no encalxa na tomada de sua ‘+ Lombra daquolo martolo cuja caboga voou na segunda pancada? “+ Jé sofrou quanto tentou entender a csténcla que earresponde a ‘uma miha"? ‘+ Jé pensou no suloco que passaria para dgi- um carro na Inglaterra ou no apo? ‘Se respondeu ‘sim’ a qualquer uma das perguntas acima, vocé ja entendeu a importancia da Normalizacio. ‘Norma é sindnimo de regra, padi, modelo, paradigma. NORMAL 6 0 mesmo que habitual, de ‘acardo com a8 normas. Podemes ver assim que nem sempre uma norma se reveste de um ‘carter formal. Pode ser simplesmente um costume, como par exemplo servi café @ um vista, Nao hd nada que obrigue alguém a fazer isso, mas a fata dessa cortesia pode soar como um insuto, ‘A palavra ‘norma’, em geral, representa um conceifo que pode ser: + Flosétio (tica) 1 Sociotégico (cultura) + duricio (i); + Técnico (ciéncia © tecnologi). Estes conceitos nBo sto estanques. Uma norma juridica pode ter origem num aspecto cultural ou Conta. Uma norma técnica pode apresentar aspectos éticos subjacortos. Ha outras acopeoes 1 termo “norma”, como aquela da Analise Velovil, que no s8o importantes neste estudo. 2. NORMALIZAGAO, Aividade que estabelece, om relacdo a problemas existentes cu potencials, prescrigdes ‘destinades & utizago comum e ropottiva com vistas @ obtencéo do grau imo de ordem em um ‘dado contexto, 2.4. Nomma Documenta que estabelece as regras @ caractersticas minimas que determinade produto, servo ‘ou processo deve cumprir,permitindo melhor ordenacao 0 a glebalizacdo dossas atvidades cu Produtos. Com as nommas, & possivel estabelecer padres teenolégices, permitinds que Fredutores, govemo e consumidores falem @ mesma linguagem. S30 usualmente denominadas Normas Técnicas para distinguilas de outros tips, como as juridicas e as de conduta. Quanto ‘mais detalhada for uma norma, mais restita serd sua. [No Braci eto civdiias em dois grandes grupos: ‘+ Normas Técnicas, que so de caractersticas voluntrias © consensadas; ‘+ Regulamertos Técnicos, de cardter obrigetrio. 2.2.Norma técnica DDocumento aprovado por uma instiuicdo reconhecida que prevé, para um use comum e repetitive, regras, detizes ou caractersicas para os produtcs OU processos e métodos de producéo Cconexos, © cuja observéncia néo é obrigatéria. Também pode inclu prescribes em matéria de terminciogia, simboios, embalagem, marcagao ou etiquetagem aplicéveis a umn produto, proceso ‘ou método de producSo, ou tratar exctusivamente delas, ‘As normas técnicas 680 aplcdvets a produtcs, servgos, processos, sistemas de gestto, recursos hhumanes, enim, nos mais dversos campos e sua utizagdo é facuitaa. Todavia, em alguns ‘casos 8 ndo observancia de determinadas normas téenicas pode aljar uma empresa ou Profissionsl do mercado, tal a forga que adquirem, Caso soja clade por Regulamento Técnico, a norma passa a ter caréter obrigatorio. LUsuaimente o cliente que estabslace @ norma técnica que sera seguida no forecimento do bem fu servigo que pretende adquirr. Isio pode ser feito expliitamente, quando 0 ciente define Caramente @ norma aplcével, ou implistamente se ele espera que as nomas em vigor no ‘mercado onde alva sejam seguidas. Elae podem estabelocer requisites do qualidade, do desompenho, de soguranca (soja no fomedimento de ago, no seu uso oU mesmo na’ sua destinagde final), mas também podem estabelecer provecimentos, padronizar formas, dimensGes, tos, usos, fixar clessiicagdes ou terminologias © glosearios, dafini a mancira de medir ou determinar a6 caractristicas, como os rétodos de ensaio. ‘Norma Téonica de Emevasa, "Norma prepersda por uma empresa, em obediéncia as normas técnica nacionais e a legislagao {0 pals, cuo uso 6 restito 2s InstalacSes do sua propriedade © a servicos © produtos por ola adquiides ou forecidos. Na nossa atvidade, as princpais normas desse grupo Go as Normas PETROBRAS, ‘Norma Técnica Necional ‘Noma ona por aster rormava cal dou pala, No Bass chads de Normes represertacas pela eigla ABNT NBR [NUMERO]. No exterior, podemos citar como trope es omas Go American Notional Standards Isto ANSI (EUA) een Standards Institute - BSI (RU). Norma Téonica de Associacto [Norma emitida por associacto nocmativa de outro pals, podendo ser Nacional ou de carder mais restrto, Como exemplos podemos citar as Nomas do American Petroleum Insitute ~ API; da ‘American Associaton of Mechanical Engineers — ASME; do Deutsche Instiut for Normung ~ DIN. ‘Norma Téonica Norma deimitada a um grupo de palses de uma mesma regizo ou continents. Em geral resulta da associazSo das entidades normativas nacionais. Como exempies oxistem @ COPANT (Comisso Panamericana de Normas Técnicas) @ 0 CEN (Comité Europeu de Normalizag2o). ‘Norma Téenica Internacional Norma emitida por associagio internacional de normalizaglo, tas como. Intemational ‘Standardization Organzation- ISO e a Intemational Eletrotechrical Comission - IEC. NIVEIS DE NORMALIZAGAO ‘Manos oxigento INTERNACIONAL ARNT (Gonoriea) Iso lee representa 0 Brasil REGIONAL ANN COPANT NACIONAL ‘ABNT DIN BSIAFNOR ‘ASSOCIACAO — ‘ASME ASTM AWS EMPRES PETROBRAS Mats exigente (Restritiva) Normas Técnicas Equivelentes [Normas emiidas por entidades diferentes mas que possuem 0 mesmo conteGdo técnico. Exemplo: NACE MR 0175 = ISO 18156-1 2.3 Regulamento téenico ‘Um regulamento téonico & um documento, adotado por uma autoridade com poder legal para ‘tanto, que contém regras de cardter obnigatéio © o qual estabelece requis técnicos, seja retamente, sea pela referéncia a normas técricas ou a incorporagso do seu conteddo, no todo ‘ou em parte, Em gota, regutamentos técnicos visam assegurar aspectos relativos a saide, & seguranga, a0 ‘meio ambiente ou & protegdo do coneumicor e da concorréncia usta. © cumprimento de um regulamento técnico 6 cbigatio, e 0 seu no cumprimento constitu uma llegalidace com a correspondente punicao. Por vezes um regulamenta técnica, além de estabelacer as regras e requisites técnices para um produto, process ou servico, também pode estabelecer procedimentos para a avalagéo de ‘conformidade 20 regulamento, inclusive a certiicapso compulsoria. Poder sar adotados pelos diversos 6rg80s nos nives federal, estadual ou municipal, de acordo ‘20m 88 ua competéncias eopecticas estabelecidas logalmente. Por raz6es de tradigso, nem Sempre s20 chemados de Regulamentos Técnicos, como caso das Normas Regutamentadores (NR) do Ministrio do Trabalho e Emprego. ‘Todos os Estados emitem regulamentos técricos. Assim, quando se pretender exportar um produto para um determinado mercado, é imprescndivel conhecer se 0 produto ou servigo a ser ‘exportado esta sujeito a um reguiamento tecnico naquele pais em particular (0s regulamentos técricos tm um grande potencial de se constiuirem em bareiras tcricas 20 ‘comerci. 2.4 Certificacae Conjunto de atvidades desenvolvdas por um organismo independente da relaco comercial com ‘© objeto de atestar publcamenta, por eset, que determinado produto, processo ou servo esta fem conformidade com os requistos especicadcs. Estes requisitos podem ser. nacionass, ‘strangeios ou internacionsis. A certiicapao usualmente é obtda através de aucitoriss. Anda qué ‘uma autora de certfcac3o possa envolver aspectos legals, ela no deve ser confundlda com a FISCALZAGKO, avidade que é monopblio do Estado © no visa & cancesséo de certiicados, mas ‘apenas a verficar se ale esta sendo respettada e, caso contrio, aplear as eangies cabivels, 2.6 Acreditagao (Credenciamento) Reconhetimento formal por um organismo de acrestapo de que um organismo (de ceticapSc) atendeu aos requisites previamente definidos e demonstrou ser competent para realizar suas alvidades (certiteagSes). ‘Assim, 0 esquema da Ceriicacdo segue o fixe: [ACREDITADOR > CERTIFICADOR > ORGANZAGAO -> USUARIO 3. SISTEMA BRASILEIRO Em 1862, 0 mperador Dom Peso il promulgou a Lel Imperial. 1157 e com ela oficietzava, em {odo 0 tewtéco nacional, o sistema mstren decimal francés. © Brasil fol uma das primoras rages a aotaro novo sistema, que srauliizado em todo o mundo. Com o erescimento industial do século seguite, fez-se necesséro car ro pais instruments ‘mals eficazes de contot que vessem a impuliona epreyer produtorese consumidores ‘Assim, em 1951, fi riado 0 Inatuto Nacional de Pesos e Medias (NPM), que implaniou a Rede Braslo ce Meircloga Legal © Quaitade, os alualsIPEMs, e ntti o Sistema internacional de Uridades (1) em todo o tertio nacional. Logo, verifcou-s0 que iso nio ora o bastante. Era necessério acompanhar 0 mundo na sua cartida Tecnalgiea, no aperfelgoamento, na exatdo e, principalmente, no alendimento. 3s xigéncias do consumo. Era necosséro garantr @ Quabdado. 3. SINMETRO Em 1973, a Lei $966 estabeleceu o SINMETRO. Sua finaldade 6 formular e executar a Poltica Nacional de Metrologia, Normaiizago Industrial © Certiicagio da Quaidade de Produtos Industiais. Esse sistema 6 composto por enfidados ‘prvadas que constituem uma inf estrutura de servos tecneléeicos capaz do avaliare certfcar a qualidade de produtos, processos ® servos por melo de organismos de certficacdo, rede de laboralérios de eno @ de callbracdo, ‘orgarismos de treinamento, organismos de enssios de prficiénciae organismos de inspecao, DDenire as entidaces que comp8em 0 SINMETRO, podem ser destacadas como principals: + Conmetroe seus comes teonioas = Inmet ‘+ Organismos de Certficagdo Acredtados, (Sistemas da Qualdade, Sistemas de Gestéo ‘Ambiental, Produtos @ Pessoal) OCC ‘+ Organismos de Inspogio Credenciados - 1G © Organismos de Treinamento Credenciados — OTC ‘+ Organismo Provedor de Ensaio de Proficiéncia Crecenciado - OPP ‘+ Laboratrios Credenciados ~ Calbragées @ Ensalos ~ RBCIRBLE ‘+ AssociapSo Brasileira de Normas Técricas — ABNT ‘+ Institutos Estaduais de Pesos @ Medidas ~IPEMS + Redes Metroligicas Estaduaist 32 CONMETRO © Consstho Nacional de Metrologia, Normalizacio e Qualtiade Industial & 0 6rg80 normativo do SINMETRO, a9 qual compete formular, cootdenar © supervsionar a Poltica Nacional de ‘Metrologia, Normalizacao Indusirial ¢ Certiicardo da Qualtiade de Produtos industiais, prevendo rmecanismos de consuitas que harmorizem os intoresses pablicos das empresas industiais © do ‘consumidor. € composto pelos |. Ministroe de Estado ‘+ Do Desenvolvimento, inddstria @ Comércio Exterior (PRESIDENTE), + Do Meio Ambiente: + Do Trabatho © Emprego; + Da Saide; Da Ciéncia e Tecnologia ‘+ Das Relagdes Exteriors; + Da tustica; “+ Da Agricutura, Pecutiia e do Abastociments + DaDetesa. 4. PResinenTe D0 INMETRO 1M, PRESIDENTES OAS SEGUNTES INSTTUIGOES ‘+ Assosiagio Bresilera de Normas Técnicas — ABNT ‘+ Confederacte Nacional da indistia—CNI + Instituto de Defesa do Consumidor —IDEC 3.3 INMETRO (© Instituto Nacional de Metrologia, Normaiizaco © Qualdade industial 6 uma autarquia federal, Vinculada 20 Ministero do Desenvolvimento, Indistia e Comércio Exterior, que ala como Secretaria Executva do CONMETRO. bjetivando integrar uma estrutura sist8mica artculada, 0 SINMETRO, 0 CONMETRO © 0 INMETRO foram criados peia Lei 5.966 de 1873, cabendo a este titimo substiuir 0 INPM & ‘amplarsignficelvament © seu ralo de atuacdo a servico da sociedad brasira No ambito de sua empla miss institucional, o INMETRO objetiva fortalecer as empresas: acionais, aumentanda ua produtidade por meio da adocso de mecanismes destinados ‘melhoria da qualidade de produtos e servigos. ‘Sua missio é promover a qualidade de vida do cidado sda metrologia e da qualidade. entre as competéncias e atibuicdes do INMETRO destacam-se: competitvidade da economia através ‘Executar 28 poitican nacionsie de metrologiae da qualidade: Yerfioara observancia das normas técnicas e legais, no que se refer as unidades {de medida, métodos de medicao, medidas mateializadas,instrumertios de mediyao € produtes pré-medidos: Manter e conservar os padiSes das unidades de media, assim como implantar @ mantra cadela de rastreablidade dos padres das unidades de medida no Pals, de forma a tomé-las harménioasinteramente © compativeis ro plano intsracional \isando, em nivel pimaro, @ sua acetacao universal e, em nivel secundéro, & sua Uutzago como suporie 30 setor produtive, com vistas & qualdade de bens e services: inac3o do Pais nas atvdades inemacionas relacionadas com melroigia e qualidade, alm de promover 0 inlerchmbio com emiidades ‘xgarismos estrangeirs @ iniemacionais, Presta suporte técrico © adiministratvo 20 Conmtta, bem como a0s seus comites de assessoramento,aluando como sua Secretaria-Cxecutiva, Fomentar a ubiizacéo da técnica de gestéo da qualidade nas empresas brasieiras: exe e laboratrios de calbreeso © de ‘ensalos, de provecores de ensalos de profcinc:a, de organisms de cerifcacdo, { inspecio, de rehnamento e de outros, necessérios a0 desenvolvimento da infra estrutura de eervigos tecnol6gicos no Pats; ‘Coordenar_no_émbito_do_Sinmetro, a_cartficagio compulséria © voUuntaria de Produtos, de processos, de Servigos e a certficagdo vountaria de pessoal Dentro do SINMETRO, existe uma subesirutura voltada especiicamente para a area de rnormalizagdo, Os principas érgios com essa finaldade so o Comité Brasileiro, 0 Foro Nacional e OINMETRO. 3.4 Comité Brasileiro de Normalizacao e Foro Nacional de Normalizac30 ‘Ao CBN (antigo CNN) cabe, principalmente, assessorar ¢ subsidiar o CONMETRO nos assuntos ‘elativos & notmalzagao, 0 Foro Nacional de Normalzagio & uma ONG, sem fins lcraivos, reconhecida pelo CONMETRO como tal ‘Ao Foro Nacional de Normalizagao compete: Coordenar, orienta, supervisionar e gerir 0 processo de elaboraglo de normas brasilras Representa 0 Pals nos organismos intemacionais e regionals de normalzagso, de ‘carter nfo goverramental Coordenar a participagio brasileira nos orgarismos regionais e intemacionais de rnormalizagéo, fomentando a partiipacéo dos setores especticamente envolvidos. ‘soguindo 2 orientagao estratégica do Piano Brasilro de Normalzacio - PEN © programago do Programa Anual de Normalizago - PAN; ‘Auer no processo de conscientizago, ditusdo e uizagao da Norma Bresitira em todo 0 Pais, com énfase na continua aproximagao com a normaltzagao internacional ce regiona + Elaborar 0 PAN, levando em conta o PBN, aotesentando-o ao CBN. para ‘conhecimento, coments e deliberagSo sobre apes a serem tomades pelos membros do GBN para aderéncia do PAN 20 PBN; ‘© Credenciar Organismos de Normalizacio Setoral -ONS: ‘= Estabelecer sistema de informagéo sobre o cumprimento do PAN para ‘acompanhamento pelos membros do CEN. ‘A Resolugo CONMETRO N*7 de 24 de agosto de 1962 designa a ASSOCIGIO BRASLEIRA OF "Norewas TEcwcAS (ABNT) como 0 Fore Nacional de Normalzagio. Como pode ser visto acima, no cabe necessariamente & ABNT a olaborapo de normas. Em ‘geval, as Normas Brasileres (NBRs) sergo geradas por um ONS acreditado pela propria ABNT. (Os ONS também dever ser entidades sem fins lucratlos, podendo ser pablcos, privados ou rristos. {3.5 Principals grupos de normas de interesse da inspepo de equipamentos ‘+ Normas PETROBRAS ‘+ Normas Brasteiras (NBR) ‘+ Normas Rogulamentadoras do Ministerio do Trabalho e do Emprego (NR) = ASME + APL + NACE - AWS + asm

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