Você está na página 1de 11
‘UNIVERSIDADE FEDERAL. DA BAHIA Do eat Rost nia Rogiio Bastos Leal t. EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Dione iva Goat os Gar Ros Cont ada —— Angel Seat ert Sepa ‘Albers es Novas Splemes ‘tee Faro Mendes reli de Cua 8 Hl Mati Vil de Neri Camargo AFRICA NEGRA HISTORIA, E CIVILIZACOES ‘Tomo Il (Do século XIX aos nossos dias) Elikia M’Bokolo ‘Com a colaboracio de SOPHIE LE CALLENNEC e de THIERNO BAH ‘Tradugao de MANUEL RESENDE Revisto académica da traduZo para a ediggo brasileira DANIELA MOREAU \VALDEMIR ZAMPARONI Assistente: Bruno Pessoti EDUFBA | Case das Africas | 2011 IDADE DE OURO OU CREPUSCULO DA COLONIZACAO -1910-1940" “A eta colonial” (ean-Suret Canale), “a idade de cuto doe etrangt | \GosephKi-Zetbo), “a conslidegfo da dominacto colonial” (Adu A. Boahen) | Arca dominada pele Europa” (André Slifu), “a império do silencio” Gere Daye, a propdsto do Congo Belg}: muitas vezes te desereveuo petiodo entre «3 conguistaseuropsias ea Segurvla Guerta Mundial como oapogeu i doco esrangeira na Afica, como época em que a Europa, segura cas orga material «do seu deito, execia sobre os aficanas uma hegemonia seri parila, cxjo principio é quase ning na Europe penseva pér em causa, © ue os prdpies | iano, antes de emengtncia dos grandes partidos moderns, nos ano8 1940- | 1945, scombatiam em fleiras dspersse,aparentements, sem sceditarem nuina ‘tira prétia, verdade que osanosde 190521914 repesentaram uma espécie | 4e rnsigdo entre um tempo em que os aflcanos, senores do st solo em quase odo o continente, thar ebrgao os europans a onerosat eincertas pueeras ste conguista ede pacifico ¢ uma ora durante a qual os colonizadores vera ‘das es oportunidades pera, x eu bel-prazer edicarem sistemas eccnémicos, saparelhes de Estado e represencaSes dos negro confores aos seus intereses. Home que aguardat 0 able provocaco pela Segunda Guerra Mundial para ver simutaneunente os europeus duvidaremda axa forcae dose cei csaficanos sacredizarem na possiilidade ce poe temo &domtinaga estrangeira eclaborstern as estrutgias mais adoquedas pare 0 conseguiz: Este visto tradicional est hoje sendo seriamence posta em causa, Parao nigeriano J. Ade Ajayi, esas poueas décadas nfo represencarim mi [ | “um eplsdio® nahistSraeiicana, aa perspective ds longa durago. Para outro, 1 pergunta “a colonizago:ruptra ou paréntesis” (Marc Hi, Feu) nfo podert eceber uma resposta nica para oconjunto da Afticae ainda mene pare roan fs estas da vila socal Em 1914-1015, ature om que tomavem efetivamente posse do contnente, os colonzadars Foam obrigados« pei ajuda 8 Area © “ssocar os seus habitents una guerra entre europeds cujos efeitos contrbuiam Inditetanente pare reforear a dominagio estrangeirae, acon pare heretiar f legiimidade Além disso, se & certo que @ apo econdmica e administanva los eucopeus ia no sentide ca despossessio da Africa, também suscton entre ‘os colonizados procesos sits, ideol6geose clturaisfundamentalmeste emt entrain com a.clonizago, De modoque o pesiodo que separa asdaas uerras mundial presenta pace Afica uma autntice “ate de curo™ da colorizcio, surgindo simultaneamente como 0 seu crepsculo. 1 19141918: 0 APELO A AFRICA (© titulo de guerra munil assenta bom a guerra de 1914-1918, 6 cero ‘que envolvia prioruariamente os grandos Estos europeus, nasa pareipags0 (4 Rissa, do Japa, da Chin e dos Estados Unidos da América jé Te confria tum carder ertr-europen, Contedo, como os Estados eurapens,& comear pela rang, pla Gri-Bretanha, pela Alemankae pela Blgics, tinham sob os jug0 fama bos parte do resto do mundo e fam buscar nos seus impéries mass para Fazerem « guerra ¢ sobreviverem, 0 confit assumle Irtemtediavelmente um speci munlal A Aftica foi especialmente tocada: teve de forecer mantel © homens e de aclher combstes no sea soo. Para ela, a Frimeira Guerra Mandal ‘marca uma vtada brucal: paciicasSo"ndo estaes anda cotalmente consuls Jhocontinentese via mergulhado nama ata sangrenta,naqua, ana pci, ‘acivagem jf no era como nos primelros rempos dacolonzagSo a queopanha olonizadoresa colonizados, aneas a nogros, mas colonzadoresa colontzadores, brancos @brancs. A. Soldados e carregadores afticanos A participa da Afticacomegou por ser ados hanes (iitares, as tam- bem cvs eanpregadon em tarefas de apoio, come o transport), Esta conribulcto susctou, lis, ma impercante controvérsia, 1. Debates em torna dos exéritos negros Dees hi vrias dctdss, os europeus tam recutadoe insalacotopas “indigenas, mals ou mence mumescsas,equipadssetcinadas pars o combate de tipo moderno. Mas, até ent, tas tropastinham ficado confinada sn fungs0 oan Be as in ct ut tot tn pn tp St rl de Seana emilee eg tes Seatpost ee ‘theatre a pone a ne iettycocemnemnme tegen on pronta a intervir a0 primeito sinal”. ae Sees a et at toatl nn Seana Pie snes rca eer cpr CLS ares meio separate te ss re agen Cenetntn mines cae ae at Moan haga cnet oe Sree ens te ne inept forte cena ame An fon ea ce no De ren nan! ‘Ortrhlos dere Mh mesa bem ue Inosram em qe tara argos 8 fot te poet: parsons cl, tas sna, esprit lig deconeatilar ose s do ar a = ote em caso de combat tas tne tread por den orechl iar capsdercoa or exc respttnon encod conf ‘io pos oti slr que spn cfs cin clu asc ceshanitraoe 3 enteral dos ape Pe elgnn oh lens pein costa xt uc de cao qo serene ane e penta geserars vida dos tends banc eso qu onan Bere Nas asinalare crate quand em 1915, eclarn qe alae despre cols do qo deport a Fan, Os plo avn nesses soldados porenciaie uma selagera, urna resistacia ¢ uma impecuosidade «que afugentaie 08 inimiges As opus eis oot pens nee so ange ports trots tine atc peer tester erpenes nue ern ein dp aaes qe ena pots vel ep ‘ev rns eer regains on long coe pes en rh ti» ty ma et sure deere us nel foe cogs hsacisee “Srna os toens snes neon sone, ema ves Sinopec de que vara en op ail nr, asnaceqao ee 2 Hears malar stan voce pscnercs ete (et, naa increment nisurstemsieyetor ea ove nese eke cas Censmvn umbrosou lo dca let da certs ean 709 Crewe ma ent crop con a Af, mds doy soube dence por So alent Pr mos 0 ols queer ‘oentnc tov conge «ub, as anbum dp ae Seo pus cn o> spores Nena rnc es pres densi Ions nenbunsthdamaio dra Fon psn ool de sll, tn Suto pre sopora proves crea un ol ng te 8 fra, Ys tcaros fram pomovdos tendo ing poo de meg, Eporam pea, ramet een considera como gape eros curpeur Medal eecsnpnse ltrs fo lente es ropes“ que otis desmereso aia plo corr B. Africa, terra de combates Quando eclotiy a guerra na Europe, os olhares viraram-se para ¢femte renana. De fato, 0 czene da diaputa situava-ee, sobretudo, entre 2 Franga € 4 Alemanha, mes também na Bégica e nos pulses aliados dos dots campos. “a4 Era, porém inevitivel que a questio do local das batalhase das ents se vetse ‘colocar fora da Europa: na Afica 1A guerra chega a Africa Com efito, era no continente negro que exitia a malar extenso de fon teiras comuns entre os beligerantes, sen cantar que Afilcs fora, antes da guerra, teatro suchas tenses, No entanto, na inkiodo confit, esperara-cequea Aca ‘lo vies a oer paleo de combates. Nem oe slemfes, porque rer infeciores em ‘ndimero, nem os Allados, porgue no estvarn preparedos para uma guerra nas cobb, ninguée destjava estendero confio para Id da Europe Foi nessa tica «que, no nico do mts de Agosto de 1914, 0 governadar do Togo, Hans Georg von ing, enviw velegramas aos seus homélogos do Daomé, da Gold Coast e da ‘Aiica Ocdental Francesa a propor-thes a neutralzag do Togo, io fol isso que acomteceu. Demasiedasraztes levavam a forgas em pee- senga 2 entrar em chogue. Os Aliedos no peiam mals do que poder provar & ‘sua supeicridad-em rere, ber como no mit, 10 cso dos britnices Eapersram ‘ambém, esobretudo, poder ropartir enue

Você também pode gostar