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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA

BAHIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA
SAÚDE
Práticas de Nutrição II – Políticas e Serviços de Saúde
Prof. Dr. Félix de Jesus Neves
Atividade II
1. Quais os principais objetivos da Rede de Atenção Psicossocial? Aponte os componentes dessa rede e ao
menos um ponto de atenção de cada um deles, explicando suas funções dentro da rede.

A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é uma Rede que cuida das pessoas com transtornos mentais e
com problemas em decorrência do uso de álcool e drogas. Seu objetivos é: Ampliar o acesso à
atenção psicossocial da população em geral, promove o acesso das pessoas com transtornos mentais
e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de
atenção e garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território,
qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às
urgências. A Rede de Atenção Psicossocial é organizada pelos seguintes componentes: Atenção
Primária à Saúde, Atenção Especializada, Atenção às Urgências e Emergências, Atenção Residencial
de Caráter Transitório, Atenção Hospitalar e Estratégias de Desinstitucionalização e Reabilitação. Os
pontos de atenção são distribuídos de acordo com o nível de complexidade demandando pelo
paciente, por exemplo os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) - oferecem atendimento clínico em
regime de atenção diária à população, com equipe multiprofissional que reúne médicos, assistentes
sociais, psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, terapêutas ocupacionais, entre outros agentes da rede
pública; os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) - constituem-se como alternativas de moradia
para um grande contingente de pessoas que estão internadas há anos em hospitais psiquiátricos por
não contarem com suporte adequado na comunidade. Além disso, as residências terapêuticas servem
de apoio a usuários de outros serviços de saúde mental, que não contem com suporte familiar e social
suficientes para garantir espaço adequado de moradia; os Centros de Convivência e Cultura, são
serviços comunitários abertos a toda população. Integram a rede substitutiva de atenção à saúde
mental e oferecem às pessoas com ou sem transtornos mentais, espaços de sociabilidade, de
educação e produção cultural. Estes centros facilitam a construção de laços sociais e a inclusão das
pessoas com transtornos mentais através de espaços de convívio e trabalho na comunidade; e as
Unidade de Acolhimento (UAs), são serviços residenciais de caráter transitório que, articulados aos
outros pontos de atendimento da RAPS, acolhem temporariamente pessoas com necessidades
decorrentes do uso de álcool e outras drogas que apresentem acentuada vulnerabilidade social e/ou
familiar e precisam de acompanhamento terapêutico e proteção temporária

2. A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência é uma rede que procura trabalhar a reabilitação da pessoa com
deficiência para torná-la o mais autônoma possível. Como os componentes dessa rede auxiliam esse grupo
populacional na busca por autonomia.
A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência é organizada pelos seguintes componentes: Atenção
Primária; Atenção Especializada em Reabilitação Auditiva, Física, Intelectual, Visual, Ostomia e em
Múltiplas Deficiências , Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência. Estes componentes
favorecem uma maior interlocução entre os pontos de atenção, aproximando dos serviços
especializados em reabilitação, setores como a atenção primária e o componente hospitalar. A
assistência à saúde passa a ser planejada de forma integral e intersetorial, garantindo ações de
promoção à saúde e prevenção de deficiências ou intervenção precoce, minimizando suas
consequências. O componente Atenção Especializada em Reabilitação Auditiva, Física, Intelectual,
Visual, Ostomia e em Múltiplas Deficiências oferece serviços de reabilitação e contam com equipes
especializadas, para ofertar assistência na lógica da interdisciplinaridade, na melhora da
funcionalidade e promoção da inclusão social das pessoas com deficiência. São responsáveis por
diagnósticos, avaliações especializadas, concessão de órteses, próteses e meios auxiliares de
locomoção, habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência. Assim, através do diagnóstico
precoce de deficiências, é possível haver uma intervenção em momento oportuno, por profissionais
especializados, a fim de minimizar danos e sequelas que podem afetar o desenvolvimento global na
infância, trazendo consequências limitadoras que se estendem pelo resto da vida.

3. Discorra sobre a importância e como se dá o apoio matricial de profissionais de saúde à equipe de referência
da atenção básica. Cite dois exemplos.
O Ministério da Saúde conceitua: “O matriciamento ou apoio matricial é um modo de produzir saúde
em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de
intervenção pedagógico-terapêutica” (MS, 2011). Partindo deste conceito, pode-se dizer que o Apoio
Matricial é de grande importância pois fornece suporte, discute, intervém conjuntamente e capacita
os profissionais das Unidades de Saúde no cuidado ao paciente, promovendo a corresponsabilização
dos casos existentes e aumentando a capacidade resolutiva das equipes de referência no manejo com
esses usuários. A proposta compõe de duas equipes, uma de referência e outra de apoiadores, que
devem compartilhar experiências, saberes e poderes para a tomada de decisões, igualmente, de
modo integrado. A equipe de referência é responsável pela condução do caso, com vistas à ampliação
das possibilidades de vínculo favorável no tratamento e avanço da intervenção junto ao caso em
discussão. O apoiador matricial, por sua vez, é um especialista que pode agregar um conhecimento,
contribuindo para a intervenção pensada na resolução de determinado problema de saúde. Deste
modo, esta metodologia de trabalho é muito importante na estruturação da rede de saúde por meio
da transformação das relações entre os profissionais e, consequentemente, destes com os outros
atores sociais, incluindo os usuários. É a partir das relações que se constituem o sujeito, o mundo e a
própria saúde.

4. Apresente de forma explicativa quais os principais motivos que resultaram na criação da Rede de Urgências e
Emergência, relacionando com as suas principais linhas de cuidado.

A Rede de Urgência e Emergência surgiu, no Brasil em meados de 1890 sendo influenciado pelos
modelos americano e francês, por conta do contexto de guerras, tinham a necessidade de resgatar os
soldados feridos durante as batalhas, com maior rapidez, projetando unidades de transporte de
feridos. A partir daí o Senado da República Brasileira aprovou a Lei que pretendia estabelecer o socorro
médico de urgência em vias públicas, com o objetivo de assegurar o atendimento das vítimas de
trauma, acidentes e de males súbitos. Em 1904, foi encomendado ambulâncias da Europa, para
realizar o transporte dos pacientes, sendo um marco para o início do atendimento móvel de urgência.
Já no ano de 2003, o Ministério da Saúde publicou a Política Nacional de Atendimento Pré-Hospitalar,
resultando consequentemente na criação do Serviço Médico de Assistência Móvel de Urgência (SAMU),
que nos dias atuais constitui um serviço de atendimento médico pré-hospitalar, que deve ser acionado
em casos de emergência. Quando o cidadão aciona o SAMU, através do telefone 192, ele estará
ligando para uma central de regulação que conta com profissionais de saúde e médicos treinados para
dar orientações de primeiros socorros por telefone. São estes profissionais que definem o tipo de
atendimento, ambulância e equipe adequada a cada caso. Há situações em que basta uma orientação
por telefone. Outra linha de cuidado desta Rede são as Unidades de Pronto Atendimento - UPA’s, que
foi criada com a finalidade de diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais, evitando que casos
que possam ser resolvidos nas UPAS, ou unidades básicas de saúde, sejam encaminhados para as
unidades hospitalares. Estas Unidades funcionam 24h por dia, sete dias por semana, e podem resolver
grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e
derrame, oferecendo uma estrutura simplificada – com Raio X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório
de exames e leitos de observação. Quando o paciente chega às unidades, os médicos prestam
socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. A partir daí, analisam se é necessário
encaminhar o paciente a um hospital ou mantê-lo em observação por 24h.

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