Trabalho - Peça 02 Contestação

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Camila K.

Daneluz, 10° noturno

AO JUIZO DA ... VARA DO TRABALHO DE CURITIBA/PR

Processo nº ...

STE MERCADO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ


nº ..., com sede à Rua ..., nº ..., Bairro ..., CEP ..., Curitiba – PR, neste ato
representada por seu sócio NOME ..., nacionalidade ..., estado civil,
empresário, portador de célula de identidade RG nº ..., inscrito no CPF sob
nº ..., com endereço eletrônico ..., residente e domiciliado à ..., vem por meio de
seu advogado que abaixo subscreve (procuração anexa), com escritório
profissional à Rua ..., nº ..., Bairro ..., CEP ..., Curitiba/PR, onde recebe
notificações e intimações, apresentar:

CONTESTAÇÃO

com base no artigo 847 da CLT, à ação movida por DIANA, já qualificada nos
autos do processo em epígrafe, pelos argumentos de fatos e direito que passa
a expor.

I – DOS FATOS

A reclamante trabalhou para a reclamada exercendo a função de


gerente de gerente da matriz em Curitiba/PR de 01/01/2017 a 01/01/2023.
Percebia o salário mensal de R$15.000,00 (quinze mil reais), acrescido de
gratificação de função de R$7.500,00 (sete mil e quinhentos reais).
No exercício de sua função, a reclamante comandava 120 empregados,
designando suas respectivas funções. Ademais, era responsável por contratar,
demitir, advertir e suspender empregados.
No dia 01/01/2023, a reclamante expressou sua vontade de encerrar o
contrato de trabalho com a reclamada. Ao dia 14/02/2023, ajuizou a presente
Reclamação Trabalhista pleiteando diversos direitos que acredita ser titular.
Tendo em vista os argumentos jurídicos a seguir apresentados, interpõe-
se a seguinte Contestação no intuito de demonstrar que todos os direitos
pleiteados pela Reclamante são infundados e devem ser considerados
totalmente improcedentes.

II – DO DIREITO

II.1 – DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

A prescrição quinquenal, prevista no artigo 7º, XXIX, da Constituição


Federal, estabelece que o empregado só poderá discutir os últimos 5 anos
retroativos trabalhados contados do ajuizamento da ação. Logo, requer-se a
decretação da prescrição quinquenal parcial, declarando a prescrição de todos
os direitos anteriores a 14/02/2019.

II.2 – DAS HORAS EXTRAS E SUPRESSÃO DO INTERVALO


INTRAJORNADA E INTERJORNADA

A reclamante requereu a condenação da reclamada ao pagamento de


horas extras SUPRESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA e
INTERJORNADA referente à sua jornada de trabalho, qual seja, de segunda-
feira a sábado das 07 às 22h com intervalo de 30 minutos para refeição, porém
a reclamante não faz jus a essas horas extras de acordo com o artigo 62, II, e
parágrafo único, da CLT.
Art. 62. Não são abrangidos pelo regime previsto neste
capítulo:
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos
de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto
neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.
[...]
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será
aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste
artigo, quando o salário do cargo de confiança,
compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior
ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40%
(quarenta por cento).
A reclamante recebia R$15.000,00 de salário acrescido de gratificação
de função de 50% (R$7.500,00) se enquadrando, assim, na regra do parágrafo
único do artigo 62 e, portanto, não se aplica o pagamento de horas extras.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de pagamento de
horas extras conforme o artigo 62, II, e parágrafo único, da CLT.

II.3 – DA INDENIZAÇÃO DE 40% SOBRE O FGTS

A reclamante pleiteia o pagamento da indenização de 40% sobre o


FGTS depositado. De acordo com o artigo 18, § 1º da lei 8.036/90, (Lei do
FGTS), o empregador deverá depositar o equivalente a 40% do montante de
todos os valores de FGTS já depositados, acrescidos de juros, na conta
vinculada ao trabalhador no FGTS, em caso de demissão sem justa causa.
Entretanto, a reclamante solicitou à reclamada a extinção de seu contrato de
trabalho por iniciativa própria, não se enquadrando, portanto, na regra do artigo
supracitado.
Sendo assim, requer a improcedência do pedido de pagamento de
indenização referente aos 40 % do FGTS.

II.4 – DO DANO MORAL

A reclamante pleiteou indenização por dano moral por suposto atraso no


pagamento dos salários dos últimos 3 meses do contrato de trabalho,
argumentando que teve seu nome inscrito em cadastro restritivo de crédito,
tendo apresentado certidão do Serasa demonstrando a inserção de seu nome
no rol de maus pagadores em novembro de 2020.
Nesse sentido, estabelece o artigo 459, §1º da CLT, que quando o
pagamento de salário houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado até
o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.
Destaca-se, no entanto, que a reclamada possui os holerites referentes
a todos os meses de trabalho, assinados pela reclamante, datados do dia 05
de cada mês, conforme documentação anexa. Resta, portanto, infundada a
alegação em questão.
Desse modo, requer a improcedência do pedido de pagamento de
indenização por dano moral.

II.5 – DA INTEGRAÇÃO DOS PRÊMIOS

A reclamante requereu a integração em sua remuneração de valores dos


prêmios recebidos em pecúnia a partir de 2018, porém o artigo 457, § 2º, da
CLT, estabelece que as importâncias pagas em pecúnia a título de prêmio não
integram a remuneração do empregado e, consequentemente, não serão
incorporados ao contrato de trabalho, e não servirão de base para qualquer
encargo de natureza trabalhista e previdenciária.
Logo, requer a improcedência do pedido de integração dos prêmios à
remuneração da reclamante e de seus reflexos nas verbas salariais e
rescisórias, com o pagamento das eventuais diferenças recorrentes da
integração, conforme o artigo 457, § 2º, da CLT.

II.6 – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

A reclamante requereu o pagamento de honorários advocatícios de 20%


sobre o valor da condenação com base no artigo 85, § 2º do Código de
Processo Civil Brasileiro. É importante destacar que o Código de Processo Civil
Brasileiro somente é aplicado ao Direito Processual do Trabalho de forma
supletiva e subsidiária, no que for compatível com as regras trabalhistas,
conforme o artigo 15 do CPC.
No entanto, essa omissão não existe no caso em tela, pois a CLT prevê
expressamente o regramento de incidências dos honorários advocatícios em
seu artigo 791-A, caput, estabelecendo como porcentagem mínima 5% e
máxima 15%.
Com base no exposto, requer a limitação dos honorários advocatícios
sucumbenciais em 15%, conforme o artigo, artigo 791-A, caput, da CLT.

III - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:


a) O acolhimento da prejudicial de mérito quanto a declaração da prescrição
quinquenal sobre os supostos direitos anteriores a 14/02/2019;
b) A total improcedência dos pedidos da autora constantes na presente
Reclamação Trabalhistas, quais sejam:
I. o pagamento de horas extras, conforme o artigo 62, II e parágrafo único,
da CLT;
II. o pagamento da indenização de 40% sobre o FGTS, conforme o artigo
18, §1º, da lei 8036/90;
III. a indenização por dano moral, conforme artigo 459, §1º da CLT;
IV. a integração dos prêmios à remuneração da reclamante, conforme o
artigo 457, § 2º, da CLT; e
V. a limitação dos honorários advocatícios sucumbenciais em patamar
superior a 15%, observando-se a regra do artigo 791-A, da CLT;
c) A condenação da reclamante em honorários advocatícios, conforme o artigo
791-A, da CLT; e
d) Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos em direito.

Nestes termos, pede deferimento


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Advogado...
OAB...

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