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Cubismo (1907-1915 / França): influenciado por Cézanne e pela arte tribal africana.

Rejeição a todo conteúdo literário, anedótico ou simbólico.


Redução da natureza visível às formas geométricas essenciais. A arte cubista passou a ser
regida por leis internas: uma realidade paralela a da natureza. É com o cubismo que se
difunde o conceito de obra de arte como entidade construída e dotada de vida própria, não
refletindo ou imitando o mundo exterior, mas recriando-o de um modo distinto e independente
da realidade visual: “autonomia da arte” / “arte pela arte”.

Cubismo analítico (1910/1912): decomposição do tema para sugerir a estrutura total quando
se vê completa e simultaneamente todos os ângulos do objeto em sua totalidade, ou seja,
desperta numa construção estática, a idéia de tempo. A análise cubista decompõe a imagem
em ângulos que se cruzam, entrecruzam e interpenetram para criar uma nova visualidade – o
quadro/objeto ou pintura-objeto. Observa-se que a excessiva fragmentação da figura levou a
pintura cubista a uma quase-abstração.

Cubismo sintético (1912/1914): manteve os princípios gerais do período anterior, mas


diminuiu a decomposição das figuras em favor da sintetização para evitar o excesso de
hermetismo. Tornou-se mais colorista e decorativo. Divisão da superfície da tela em áreas
coloridas segundo princípios geométricos.

Utilização de novos materiais: origem da colagem (areia, vidro etc. misturados ao óleo e
fragmentos de jornais, palhinha de cadeira, tecido etc.) e da assemblagem (montagem a
partir de objetos já existentes). Inclusão de letras tipográficas (plasticidade) na composição.
André Derain – A ponte de charing-cross – 1906
Fauvismo

Pablo Picasso – A represa de Horta de Ebro – 1909


Cubismo

Erich Heckel – Fábrica de tijolos – 1907


Expressionismo Alemão
Georges Seurat –
Modelo de perfil –
1885
Neo-
impressionismo
ou pontilhismo

Paul Cézanne

Referências do Cubismo

Félix Valloton – Sintetismo


Pablo Picasso – Autorretrato com a
paleta – 1906 – 92 x 73 cm – óleo/tela

Pablo Picasso – Autorretrato – 1907 – 50 x 46


cm – óleo/tela
Máscara Baule/Costa do Marfim Máscara Kwele/África
Ocidental
Escultura Neoclássica – séc. XIX Escultura Africana
Picasso – Torso de mulher de meio perfil Pablo Picasso – Mulher – 1907 – 118 x 93 cm –
esquerdo – 1907 óleo/tela
Pablo Picasso – Busto de
uma senhorita – 1907 –
65 x 58 cm – óleo/tela
Pablo Picasso – As donzelas
de Avignon – 1907 – 244 x
233 cm – óleo/tela
Pablo Picasso – Mulher sentada com leque – Pablo Picasso – Banhista – 1908/09 – 130 x
1908 – 152 x 101 cm – óleo/tela 97 cm – óleo/tela
Pablo Picasso – A fábrica de Horta de Ebro – 1909 – 53 x 60 cm – óleo/tela
Pablo Picasso – A represa de
Horta de Ebro – 1909 – 60,3 X
50,1 cm – óleo/tela
Pablo Picasso – Retrato de Fernande – 1909 – Pablo Picasso – Cabeça de uma mulher
61 x 42 cm – óleo/tela (Fernande) – 1909 – 40,5 x 23 x 26 cm – bronze
Pablo Picasso – Pão e fruteira
sobre a mesa – 1909 – 164 x
132,5 cm – óleo/tela
Pablo Picasso – Retrato de
Ambroise Vollard – 1910 – 92
x 65 cm – óleo/tela
Pablo Picasso – Retrato de Daniel-
Henry Kahnweiler – 1910 – 100,6 x
72,8 cm – óleo/tela
Pablo Picasso – Moça com bandolim
(retrato de Fanny Tellier) – 1910 –
100,3 x 73,6 cm – óleo/tela
Pablo Picasso – Mulher com bandolim – 1910
– 91,5 x 59 cm – óleo/tela Pablo Picasso – Ma Jolie (mulher com
cítara ou violão) – 1911/12 – 100 x
65,4 cm – óleo/tela
Pablo Picasso – Nosso porvir está no ar – 1912 – 38 x 55,2 cm – óleo/tela
Pablo Picasso – Natureza-morta com palhinha
– 1912 – 27 x 35 cm – óleo, papel, palhinha/tela oval emoldurada por uma corda
Pablo Picasso – Violino, taça, cachimbo
– 1912 – 81 x 54 cm – óleo/tela
Pablo Picasso –
Guitarra – 1912/13
– 77,5 x 35 x 19,3
cm – cartão e
cordão

Pablo Picasso – Guitarra – 1912 – 33 x


18 x 9,5 cm – cartão, papel, tela, cordão,
óleo e pincel
Pablo Picasso – Cabeça – 1913 – 41 x
32 cm – carvão e pastel/papel
Pablo Picasso – Garrafa de
vinho Marc, taça e jornal – 1913
– 62,5 x 47 cm – carvão e
pastel/papel
Pablo Picasso – Guitarra partitura e copo
de vinho – 1913 – 121,9 x 91,4 cm –
carvão, guache e pastel/papel
Pablo Picasso – Violão – 1913 – 66,4 x
49,6 cm
– Colagem, pastel, carvão, crayon e
nanquim/tela
Pablo Picasso – Retrato de
menina – 1914 – 130 x 97 cm –
óleo/tela
Pablo Picasso – Homem com
cachimbo – 1915 – 130 x 89,5 cm
– óleo/tela
Pablo Picasso – Copo de absinto – 1914
– 21,5 x 16,5 x 8,5 cm – bronze pintado
Pablo Picasso – Arlequim – 1915 – 183 x
com colher de absinto em prata
105 cm – óleo/tela
George Braque – Casas de
L’Estaque – 1908 – 73 x 59,5 cm
– óleo/tela
George Braque – Estrada perto
de L’Estaque – 1908 – 60,3 x 50,2
cm – óleo/tela
George Braque – Violino e
cântaro – 1910 – 117 x 73,5 cm –
óleo/tela
George Braque – Le guéridon –
1911 – 116 x 81 cm – óleo/tela
George Braque – Tocador de mandolim –
1911 – 116 x 81 cm – óleo/tela
George Braque – O português –
1911 – 117 x 81,5 cm – óleo/tela
George Braque – A mesa do músico – 1913 – 65 x 92 cm – óleo/tela
George Braque – Copo, garrafa e jornal
– 1913/14 – óleo e colagem/tela
Juan Gris – Retrato de Picasso –
1912 – 74 x 93 cm – óleo/tela
Juan Gris – Fântomas – 1915 – 60 x 73 cm – óleo/tela
Jean Metzinger – Na corrida de
bicicletas – c.1911/12 – 103,4 x 97,1
cm – óleo e colagem/tela
Jean Metzinger – As banhistas – 78 x
55 cm – c.1913 – óleo/tela
Jacques Villon – Mulher jovem –
1912 – 146,8 x 114,7 cm –
óleo/tela
Jacques Villon – Garota no piano
– c.1912/14 – 129 x 96,4 cm –
óleo/tela
Roger de la Fresnaye – A conquista
do ar – 1913 – 235,9 x 195,6 cm –
óleo/tela
Roger de la Fresnaye – Homem sentado – 1914 – 131 x 162 cm – óleo/tela
André Lhote – Jogadores de Rugby – c.1917 – 148 x 179 cm – óleo/tela
André Lhote – Rugby – 1917 – 127 x 132,5 cm – óleo/tela
Alexander Archipenko – Mulher
a andar – 1912 – 67,5 cm –
bronze
Alexander
Archipenko –
Médrano II – 1913 –
126,6 x 51,5 x 31,7
cm – chapa de metal
pintada, madeira,
vidro e oleado Alexander Archipenko – Soldado a
pintado marchar – 1917 – 116,8 cm –
bronze
Henri Laurens – Guitarra – 1914 – 44 cm – chapa de ferro pintada
Henri Laurens – Palhaço – 1915 – 51,5 x Henri Laurens – O fumante – 1918 –
29,5 x 22,5 cm – madeira pintada 50 x 20 x 25 cm – assemblagem
Raymond Duchamp-Villon – Mulher
sentada – 1914 – 73 x 22 x 29 cm –
bronze dourado
Raymond Duchamp-
Villon – O cavalo –
1914 – 150 x 97 x 153
cm – bronze
Jacques Lipchitz – Banhista
III – 1917 – 71 cm – pedra
Ossip Zadkine – Mãe e filho
(formas e luz) – 1918 –
58,4 x 50 x 16,7 cm –
mármore
Ossip Zadkine – Mulher em pé –
1922 – 77 x 31 x 19 cm – pedra
Oto Gutfreund – Viky (cabeça cubista) –
1911/13 – 33 cm – bronze
Joseph Csáky – Cabeça – 1914 – 39
x 20 x 21,5 cm – pedra
Orfismo ou cubismo órfico (1911/12 – Paris/França):

•Tentativa de produzir a “pintura pura”: modos de pintar que desligavam o


artista da realidade exterior para absorver-se no próprio processo de criação
da forma – expressar a apreensão simultânea pela mente de um número
infinito de objetos, pensamentos, sensações e estados de espírito. Uso
constante dos contrastes simultâneos das cores.

•Tentativa de fusão do cubismo (estrutura) com o fovismo (cor) e o futurismo


(dinamismo), provocando no espectador uma sensação derivada da interação
simultânea dos valores prismáticos.

•Exaltação da luz e da cor associada às formas circulares (associação com a


música) despertam a sensação de tempo.

•Elementos abstratos e figurativos ou associação de imagens reconhecidas e


formas abstratas. Cor feérica e intensa movimentação.
Robert Delaunay – A Torre Eiffel (a
torre vermelha) – 1909 – 133,7 x 90
cm – óleo/tela
Robert Delaunay – Campo de
Marte, a torre vermelha – 1911 –
162,6 x 130,9 cm – óleo/tela
Robert Delaunay – As
janelas – 1912 – 92 x 86 cm
– óleo/tela
Robert Delaunay – A equipe de
Cardiff – 1913 – 195,5 x 132
cm – óleo/tela
Robert Delaunay –
Homenagem a Blériot –
1914 – 251 x 250 cm –
óleo/tela
Sonia Delaunay-Terk
– Prisma elétrico –
1913 – 56 x 47 cm –
óleo/tela
Sonia Delaunay-Terk
– Prismas elétricos –
1914 – 250 x 250 cm
– óleo/tela
Frantisek Kupka –
Amorfa: fuga em
duas cores – 1912 –
211 x 220 cm –
óleo/tela
Frantisek Kupka – Catedral –
1913 – 180 x 150 cm –
óleo/tela
Fernand Léger – Mulher de
vermelho e verde – 1914 – 100 x
80 cm – óleo/tela
Fernand Léger – Soldado com
cachimbo – 1916 – 127 x 69 cm –
óleo/tela
Francis Picabia – Udnie,
garota americana – 1913
– 300 x 300 cm –
óleo/tela
Francis Picabia – Revejo na
lembrança a minha querida Udnie
– 1914 – 250,2 x 198,8 cm –
óleo/tela
Marcel Duchamp –
Jogadores de xadrez – 1911
– 108 x 101 cm – óleo/tela
Marcel Duchamp – A noiva – 1912 –
89,5 x 55,3 cm – óleo/tela
Marcel Duchamp – Nu descendo
a escada – 1912 – 146 x 89 cm
– óleo/tela
Sincromismo (1913 – Paris/França)
•Movimento atraído pela abstração. Começaram a explorar as propriedades
e os efeitos da cor.

•Procuraram associar o Cubismo e as teorias da cor do Neo-


impressionismo.

•Tentaram identificar e definir uma linguagem e um vocabulário para a


pintura abstrata. As obras sincromistas derivavam dos resultados da cor e
da forma aplicados em uma tela.

•. Intenção de formular uma teoria da cor na qual os relacionamentos entre


cores e formas criassem ritmos musicais.
Morgan Russell – Sincromia
em laranja: formar –
1913/14 – 342,9 x 308,6
cm – óleo/tela
Morgan Russell – Sincromia
cósmica – 1914 – 41,2 x 33,3 cm
– óleo/tela
Morgan Russell –
Sincromia – 1914 –
34,9 x 33 cm –
óleo/tela
Staton MacDonald-
Wright – Sincromia
n.3 – 1917 – 99,1 x
96,5 cm – óleo/tela
Staton MacDonald-Wright –
Sincromia em azul – 1917/18
– 66,4 x 51,1 cm – óleo/tela
Raionismo ou Raísmo (1913 – Rússia)
•Síntese do Cubismo, Futurismo e Orfismo.

•Uma das primeiras manifestações abstratas russas. O raionismo tornou-se


um modo de pintar independente da forma real.

•As pinturas raionistas retratam não os objetos, mas a interseção de raios


refletidos a partir deles.

•. Linhas dinâmicas transmitem o movimento e a paixão pela estética da


máquina.

•Representação do espaço pelo uso das cores, planos, linhas e manchas


coloridas.

•Desejo de comunicar tensões dinâmicas e vertiginosas acentuadas pela


incidência de grandes retas (raios).
Natalia Goncharova – A colheita – 1911 – 92 x 99 cm – óleo/tela
Natalia Goncharova – Lâmpadas
elétricas – 1912 – 125 x 81,5 cm –
óleo/tela
Natalia Goncharova – Aeroplano sobre um trem – 1913 – 55 x 83,5 cm – óleo/tela
Natalia Goncharova – Ciclista – 1913 – 79 x 105 cm – óleo/tela
Natalia Goncharova –
Máquina dinâmica– 1913 –
116 x 102 cm – óleo/tela
Mikhail Larionov – Raionismo – 1912/13 – 52,5 x 78,5 cm – óleo/tela
Mikhail Larionov – Raionismo vermelho – 1913 – 56 x 80 cm – óleo/tela
Mikhail Larionov – Composição raionista – 1915 – 56 x 80 cm – óleo/tela
Suprematismo (1915 – Rússia): formulado pelo artista Kazimir Malevitch
(“O Mundo sem Objetos”). Defendia a supremacia da sensibilidade sobre o
próprio objeto. Buscava a suprema sensibilidade humana.

Desejava uma expressão pura, sem qualquer representação, num espaço não
físico (cor neutra). Malevitch dizia que as aparências exteriores da natureza
não tinham para ele nenhum interesse, o essencial era a sensibilidade, livre
das impurezas que envolviam a representação do objeto, mais do que isso,
que envolviam a própria percepção do objeto.

O suprematismo tinha por pressuposto a redução das formas visuais em


simples figuras geométricas (quadrado, círculo, retângulo etc.) dispostos
diagonalmente sobre um fundo neutro contínuo.
Kazimir Malevitch – Samovar – 1913 – 88 x 62 Kazimir Malevitch – Um inglês em Moscou –
cm – óleo/tela 1914 – 88 x 57 cm – óleo/tela
Kazimir Malevitch – Composição
suprematista – 1915 – 76 x 100
cm – óleo/tela
Kazimir Malevitch – Oito
retângulos vermelhos – 1915 –
57,5 x 48,5 cm – óleo/tela
Kasemir Malevitch – Quadrado negro – 1914/15 – 79,5 x 79,5 cm – óleo/tela
Kasemir Malevitch –
Quadrado vermelho:
realismo pictórico de uma
camponesa em duas
dimensões – 1915 – 53 x
53 cm – óleo/tela
Kazimir Malevitch – Composição
suprematista: quadrado vermelho e
quadrado negro – 1915 – 71 x 44,5
cm óleo/tela
Kazimir Malevitch –
Suprematismo dinâmico – 1916
– 102 x 67 cm – óleo/tela
Kazimir Malevitch –
Quadrado branco sobre
branco – 1918 – 78,7 x
78,7 cm – óleo tela
Telas de Kazimir Malevitch que participaram da exposição 0-10 – São Petersburgo/Rússia – 1915
Purismo (1918/1925 – Paris/França): O manifesto, publicado em
1918, com o título “Após o Cubismo”, de autoria de Amédée
Ozenfant e Charles Édouard Jeanneret (Le Corbusier), defende “a
restauração de uma arte sadia, sem fantasias e preciosismos”, ao
mesmo tempo que se propõe a “restituir aos objetos sua
simplicidade arquitetônica”.

Busca de clareza e objetividade - a beleza da eficiência funcional, a


importância do intelecto, a nenhuma importância aos indivíduos, o
valor da precisão.

Objeto típico: banalidade que o coloca da figura humana como tema


da grande arte.

Na revista Espirit Nouveau (1920/25), Jeanneret anunciou, “há um


espírito novo: é um espírito de construção e de síntese, guiado por
uma concepção clara”.
Charles-Édouard Jeanneret – Natureza-morta com pilhas de pratos – 1920 – 81 x 100 cm – óleo/tela
Charles-Édouard Jeanneret – Natureza-morta – 1921 – 81 x 100 cm – óleo/tela
Charles-Édouard Jeanneret –
Natureza-morta purista vertical –
1922 – 146,3 x 89,3 cm –
óleo/tela
Amédée Ozenfant – Natureza morta
purista – Estudo para acordes ou fugas –
1921 – 130 x 97 cm – pastel e lápis/papel
Amédée Ozenfant – Acordes –
1922 – 130 x 97 cm – óleo/tela
Amédée Ozenfant – Vaso, garrafa e livro aberto – 1925 – 27 x 34,9 cm – pastel, guache e
carvão/papel

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