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Direito Penal Aula 03
Direito Penal Aula 03
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 2
2 APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO ........................................................................................ 2
2.1 Territorialidade ........................................................................................................................... 2
2.2 Território Nacional ..................................................................................................................... 6
2.3 Mar Territorial ............................................................................................................................. 7
2.4 Extraterritorialidade ................................................................................................................... 7
2.5 Pena Cumprida no Estrangeiro ................................................................................................ 9
3 CONCURSO/CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS ......................................................... 10
3.1 Requisitos do Concurso Aparente de Normas .................................................................... 10
3.2 Princípios que Solucionam o Concurso Aparente de Normas .......................................... 10
4 QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................. 13
5 LEGISLAÇÃO CITADA ..................................................................................................................... 16
6 SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIA ..................................................................................................... 21
7 LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS ................................................................................. 22
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional,
ao crime cometido no território nacional.
Ademais, o Brasil se submete ao Tribunal Penal Internacional e, sendo assim, um crime cometido em
território nacional pode não se submeter a lei brasileira. A competência material que está no Estatuto e é do
TPI é para julgar os crimes internacionais de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra
e o crime de agressão, conforme artigos 5º e seguintes do Decreto 4.388/02.
> Genocídio:
3. Para efeitos do presente Estatuto, entende-se que o termo "gênero" abrange os sexos masculino e
feminino, dentro do contexto da sociedade, não lhe devendo ser atribuído qualquer outro significado.
3. O disposto nas alíneas c) e e) do parágrafo 2o, em nada afetará a responsabilidade que incumbe a todo
o Governo de manter e de restabelecer a ordem pública no Estado, e de defender a unidade e a integridade
territorial do Estado por qualquer meio legítimo.
> Crimes de Agressão: este crime só passou a valer em 2018, sendo o uso da força armada por parte de
um Estado contra a soberania, a integridade territorial ou a independência política de outro Estado.
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional,
ao crime cometido no território nacional.
Brasileira
Aplica-se a lei brasileira apenas no espaço
Privada aéreo nacional e em águas neutras (alto-mar)
Embarcação
+
Aeronave
Aplica-se a lei estrangeira
Pública independentemente do lugar.
Estrangeira
Aplica-se a lei brasileira apenas no espaço
Privada aéreo e território marítimo nacional.
2.4 Extraterritorialidade
É a aplicação da lei brasileira a fatos que aconteceram no estrangeiro. Só é possível para crimes, pois
há a proibição da extraterritorialidade na Lei de Contravenções Penais.
ESPÉCIES DE EXTRATERRITORIALIDADE
> Incondicionada: não há nenhuma condição para aplicar a lei brasileira, por conta da relevância do bem
jurídico tutelado. Os crimes submetidos a extraterritorialidade incondicionada encontram-se no art. 7, I do CP:
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro.
> Condicionada: os casos desta extraterritorialidade estão previstos no art. 7, II do CP, havendo requisitos
para aplicação da lei brasileira, ainda que o fato tenha sido praticado no estrangeiro:
Requisitos
Perdoado no
estrangeiro OU
> Hipercondicionada: são casos de crimes praticados por estrangeiros, contra brasileiros, fora do Brasil.
Nestes casos, devem ser preenchidos os requisitos previstos no art. 7, §§2 e 3 do CP:
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
Este dispositivo deve ser interpretado a partir do art. 6º do CP, que trata do lugar do crime,
utilizando a teoria da ubiquidade, uma vez que o lugar do crime é onde ocorreu a ação/omissão ou onde
se produziu o resultado:
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Com relação aos crimes à distância, onde a conduta ocorre em um país e o resultado se produz em
outro país, haverá dois inquéritos e, poderá haver duas condenações pelo mesmo fato. Por tal motivo, se
utiliza a regra do art. 8º do CP. Assim, quando a pena cumprida no estrangeiro e a pena cumprida no Brasil
Pluralidade
(aparente) de
Normas
Concurso
Aparente
de Normas
Vigência
Unidade de Contemporânea
Fato (Crime) de Todas as
Normas
> Princípio da Especialidade (lex especialis derrogat legi generali): lei especial (que contém todos os
elementos da lei geral e acresce os elementos especializantes) afasta a aplicação da lei geral. Em crimes que
não são idênticos, mas que tutelam o mesmo bem jurídico, também se utiliza a especialidade. Por exemplo, o
homicídio e o infanticídio tutelam a vida, assim, o “matar alguém” do homicídio, já está dentro do infanticídio,
que acrescenta três regras especializantes: filho, parto e estado puerperal, transformando a lei geral em lei
especial.
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
O que importa é a especialidade, e não a gravidade que a lei traz, sendo que a análise é feita em
abstrato. E deve-se levar em conta o art. 12 do CP:
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não
dispuser de modo diverso.
> Princípio da Subsidiariedade: uma norma que prevê uma ofensa mais ampla e mais grave, afasta outra
norma que prevê uma ofensa menos ampla e menos grave aquele bem jurídico. Esta norma que é menos
grave, é chamada de norma subsidiária.
a) Subsidiariedade Expressa/Explícita: a própria lei já diz de forma expressa que tal norma só será
aplicada se não houver norma com ofensa mais ampla e mais grave. Por exemplo, é o caso do art. 132 do CP:
Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(...)
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
O Crime Complexo em Sentido Amplo é o que resulta da fusão de um crime típico e um crime atípico,
como se houver ameaça (crime) e relação sexual (fato atípico), haverá estupro.
b) Crime Progressivo: para a prática de um deleito, necessariamente deve se praticar outro delito.
Para matar, deve se ferir, ou seja, passar pela lesão corporal (que será absorvida pelo homicídio). Aqui, na
origem, o agente está voltado ao crime mais grave.
c) Progressão Criminosa: há uma mutação no dolo do agente. Na origem, o dolo do agente está
voltado ao crime menos grave. É durante a prática do crime menos grave que se decide praticar o mais
grave. Todos os fatos devem ter ocorrido no mesmo contexto fático.
d) Fato Anterior Impunível: o crime-meio é absorvido pelo crime-fim. Por exemplo, a Súmula 17
do STJ estabelece que a falsificação de assinatura é absorvida pelo estelionato, se tudo ocorreu dentro do
mesmo contexto fático. Aqui, não importa se o crime-meio possui pena superior que o crime-fim:
> Princípio da Alternatividade: serve para resolver conflito entre verbos nucleares de um mesmo tipo
misto alternativo.
01 (Promotor de Justiça Substituto – MPE/MG – FUNDEP – 2017) No direito brasileiro, adota-se, no âmbito
espacial, como regra, o princípio da territorialidade. Dada, porém, a relevância de certos bens, protege-os o direito
até mesmo contra crimes praticados inteiramente fora do Brasil, em respeito a certos princípios. É o que chama a
doutrina de aplicação extraterritorial condicionada ou incondicionada, conforme o caso, da lei penal brasileira.
A esse respeito, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A lei brasileira é aplicável, por força do princípio da justiça cosmopolita, ao crime contra a dignidade sexual de
criança praticado no estrangeiro, quando o agente ou vítima for brasileiro ou pessoa domiciliada no Brasil, falando
a doutrina, nesse caso, de aplicação extraterritorial incondicionada.
b) A lei brasileira é aplicável, por força do princípio da personalidade, ao crime praticado no estrangeiro por
brasileiro, falando a doutrina, nesse caso, de extraterritorialidade condicionada.
c) A lei brasileira é aplicável, por força do princípio da proteção, ao crime praticado no estrangeiro contra a
Administração Pública por quem está a seu serviço, falando a doutrina, nesse caso, de aplicação extraterritorial
incondicionada.
d) A lei brasileira é aplicável, por força do princípio do pavilhão, ao crime praticado a bordo de embarcação
mercante brasileira, quando em território estrangeiro e aí não seja julgado, falando a doutrina, nesse caso, de
aplicação extraterritorial condicionada.
Resposta: A
Comentários: A) FALSO. Não é hipótese de extraterritorialidade incondicionada. Segundo o princípio da justiça
universal: ou princípio da justiça cosmopolita, ou da competência universal, da jurisdição universal, da jurisdição
mundial, da repressão mundial ou da universalidade do direito de punir, é característico da cooperação penal
internacional, porque todos os Estados da comunidade internacional podem punir os autores de determinados
crimes que se encontrem em seu território, de acordo com as convenções ou tratados internacionais, pouco
importando a nacionalidade do agente, o local do crime ou o bem jurídico atingido. Fundamenta-se no dever de
solidariedade na repressão de certos delitos cuja punição interessa a todos os povos. Exemplos: tráfico de drogas,
comércio de seres humanos, genocídio etc. É adotado no art. 7.º, II, “a”, do CP: “os crimes que, por tratado ou
convenção, o Brasil se obrigou a reprimir” (extraterritorialidade condicionada).
B) CERTO. Princípio da personalidade ou da nacionalidade. Esse princípio autoriza a submissão à lei brasileira
dos crimes praticados no estrangeiro por autor brasileiro (ativa) ou contra vítima brasileira (passiva). De acordo
com a personalidade ativa, o agente é punido de acordo com a lei brasileira, independentemente da nacionalidade
do sujeito passivo e do bem jurídico ofendido. É previsto no art. 7.º, I, alínea “d” (“quando o agente for brasileiro”),
e pelo inciso II, alínea “b”, do CP. Por sua vez, aplica-se o princípio da personalidade passiva nos casos em que
a vítima é brasileira. O autor do delito que se encontrar em território brasileiro, embora seja estrangeiro, deverá
ser julgado de acordo com a nossa lei penal. É adotado pelo art. 7.º, § 3.º, CP: A lei brasileira aplica-se também
ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo
anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça (extrat.
condicionada).
C) CERTO. Princípio da defesa, real ou da proteção: Permite submeter à lei penal brasileira os crimes praticados
no estrangeiro que ofendam bens jurídicos pertencentes ao Brasil, qualquer que seja a nacionalidade do agente
e o local do delito. Adotado pelo CP, em seu art. 7.º, I, alíneas “a”, “b” e “c”: a) contra a vida ou a liberdade do
Presidente da República; b) contra o patrimônio e e fé pública União e demais entes da administração direta e
indireta (inclusive territórios); c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço (extrat.
incondicionada).
II - A lei penal brasileira é aplicável aos crimes cometidos a bordo de embarcações e aeronaves estrangeiras de
propriedade privada que estejam localizadas no mar territorial ou sobrevoando o espaço aéreo brasileiro, sendo
também consideradas como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, mercantes
ou de propriedade privada, localizadas em mar territorial ou no espaço aéreo de outro país, desde que estejam a
serviço do governo brasileiro.
III - Segundo dispõe o princípio da consunção, quando a concretização da prática de um crime depende direta e
necessariamente da prática de uma conduta delitiva antecedente, o juiz, no momento da sentença, deve afastar
o reconhecimento do concurso de infrações, aplicando ao réu apenas a pena do crime mais grave.
III – INCORRETO. No princípio da consunção não necessariamente será aplicada a pena do crime mais grave. É
o caso, por exemplo, do agente que falsifica documento (com pena de reclusão de 2 a 6 anos) e posteriormente
utiliza-o para a prática de estelionato (com pena de reclusão de 1 a 5 anos); aplicação da Súmula 17 do STJ
("Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido".)
04 (Analista Jurídico – MPE/SP – VUNESP – 2018) Sobre o conflito aparente de normas penais e os princípios
dirimentes, é correto afirmar que
a) a norma especial prevalece sobre a norma geral e, necessariamente, descreve um tipo penal apenado mais
severamente.
b) o conflito aparente de normas penais tem por requisito a unidade fática; a pluralidade de normas aplicáveis ao
mesmo fato (aparente) e a vigência contemporânea de todas elas.
c) a norma subsidiária descreve um grau maior de lesividade ao bem jurídico e, necessariamente, um tipo penal
apenado mais severamente.
d) a consunção, pela qual uma conduta absorve outra, é possível no crime progressivo, no crime complexo e na
progressão criminosa. Em todos, necessariamente, há unidade de desígnios do sujeito ativo, desde o primeiro
ato.
e) pelo princípio da subsidiariedade, prescinde-se do caso concreto para se saber qual a norma aplicável. A análise
é feita de forma abstrata, confrontando-se as normas.
Resposta: B
Comentários: a) FALSO. Entende-se como lei especial aquela que contém todos os elementos da norma geral,
acrescida de outros elementos que a torna distinta (chamados de especializantes). Não interessa se o crime
especial representa um minus (punido com menor rigor) ou um plus (punido com maior rigor) em comparação com
o tipo geral.
Ex: o art. 123 do CP (infanticídio- pena de 2 a 6 anos) prevalece sobre o art. 121 caput do CP (homicídio simples-
pena de 6 a 20 anos). O infanticídio não é mais completo nem mais grave, ao contrário, é mais brando, no entanto,
é especial.
b) CERTO. São pressupostos do conflito aparente de normas a unidade de fato e a pluralidade de normas
simultaneamente vigentes. Verificados esses pressupostos, impõe-se a solução do conflito (aparente).
c) FALSO. É o contrário. A norma subsidiária descreve um grau menor de violação de um mesmo bem jurídico,
ou seja, um fato menos amplo e menos grave. Só há que se falar em princípio da subsidiariedade quando a norma
principal for mais grave que a subsidiária.
d) FALSO. Na progressão criminosa não há unidade de desígnios desde o primeiro ato. Ocorre na progressão
criminosa a mudança no dolo do agente (dolo cumulativo).
Ex: agente que inicialmente pretende causar lesões corporais na vítima, porém, após consumar os ferimentos,
decide matá-la. O crime de homicídio absorverá a lesão.
e) FALSO. Para a aplicação do princípio da subsidiariedade, é imprescindível a análise do caso concreto, sendo
insuficiente a comparação abstrata dos tipos penais.
01 (Assistente Social – PC/ES – Instituto AOCP – 2019) A extraterritorialidade presente no art. 7º do Código
Penal se divide em condicionada e incondicionada. Na extraterritorialidade incondicionada, aplica-se a lei nacional
a determinados crimes cometidos fora do território, independentemente de qualquer condição, ainda que o
acusado seja absolvido ou condenado no estrangeiro, EXCETO
a) quando o crime for contra a vida ou a liberdade do Presidente da República.
b) quando o crime for contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território,
de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder
Público.
c) no caso de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
d) quando, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir o crime praticado.
e) quando o crime for contra a administração pública, por quem está a seu serviço.
02 (Investigador – PC/ES – Instituto AOCP – 2019) De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa
correta.
a) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução, mas não os efeitos penais da sentença condenatória
b) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, exceto se decididos
por sentença condenatória transitada em julgado.
c) Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente,
no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
d) Considera-se praticado o crime no momento em que o agente atinge o resultado pretendido.
e) Em nenhuma situação, a lei brasileira pode ser aplicada aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada.
03 (Assistente Jurídico – CORE/SP – INAZ do Pará – 2019) Marque a alternativa correta que representa o
princípio da territorialidade:
a) Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território internacional.
b) Aplica-se a lei estrangeira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.
c) Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.
d) Aplica-se a lei brasileira, com prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.
e) Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito nacional, ao crime cometido
no território nacional.
04 (Auditor-Fiscal da Receita Federal – SEFAZ/SC – FCC – 2018) Acerca da aplicação da lei penal no direito
brasileiro, o ordenamento vigente estabelece que
a) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, exceto se já houve o
trânsito em julgado da sentença, hipótese em que a decisão se torna imutável.
b) a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, somente se a sua vigência for
anterior ao início da prática delitiva, em razão do princípio da irretroatividade da lei penal mais severa.
c) as contravenções praticadas contra a Administração pública, por quem está a seu serviço ficam sujeitas à lei
brasileira, embora cometidas no estrangeiro.
d) a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando idênticas, ou nela
é computada, quando diversas.
e) a lei temporária aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, embora decorrido o período de sua duração.
06 (Papiloscopista – Polícia Federal – CESPE – 2018) Na tentativa de entrar em território brasileiro com drogas
ilícitas a bordo de um veículo, um traficante disparou um tiro contra agente policial federal que estava em missão
em unidade fronteiriça. Após troca de tiros, outros agentes prenderam o traficante em flagrante, conduziram-no à
autoridade policial local e levaram o colega ferido ao hospital da região.
( ) Certo ( ) Errado
07 (Delegado de Polícia Civil – PC/PI – NUCEPE – 2018) Em relação à aplicação da lei penal
é CORRETO afirmar que:
a) ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes cometidos contra a vida ou o
patrimônio do Presidente da República;
b) ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes praticados por brasileiro; mesmo que
o fato não seja punível também no país em que foi praticado;
c) ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra o patrimônio ou a fé pública
da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
d) para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves
brasileiras, de natureza privada onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras mercantes, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar;
e) é aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de
propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou em alto-mar.
09 (Juiz Substituto – TJ/PR – PUC/PR – 2014) Com observância das assertivas abaixo, responda:
I. Há progressão criminosa quando o agente, a fim de alcançar o resultado pretendido pelo seu dolo,
obrigatoriamente, produz outro, antecedente e de menor gravidade, sem o qual não atingiria o seu fim.
III. Em relação ao concurso ou conflito aparente de normas, pode-se falar em princípio da consunção, quando um
crime é meio necessário ou normal fase de preparação ou de execução de outro crime, bem como nos casos de
antefato e pós-fato impuníveis.
IV. Em relação ao concurso ou conflito aparente de normas, pelo princípio da subsidiariedade, na ausência ou
impossibilidade de aplicação da norma principal mais grave, aplica-se a norma subsidiária menos grave.
10 (Advogado – CODEBA – FGV – 2016) Em uma embarcação pública estrangeira, em mar localizado no
território do Uruguai, o presidente do Brasil sofre um atentado contra sua vida pela conduta de João, argentino
residente no Brasil, que conseguiu se infiltrar no navio passando-se por funcionário da cozinha, já planejando o
cometimento do delito. O presidente do Brasil, porém, é socorrido e se recupera, enquanto João é identificado e
preso na Bahia, um mês após os fatos.
Considerando a situação narrada, sobre a aplicação da lei penal no espaço, é correto afirmar que a João
a) não pode ser aplicada a lei brasileira, já que o crime foi cometido no estrangeiro.
b) poderá ser aplicada a lei brasileira, com base no princípio da territorialidade.
c) poderá ser aplicada a lei brasileira, ainda que o autor do crime tenha sido absolvido ou condenado no
estrangeiro.
d) poderá ser aplicada a lei brasileira, desde que o autor do crime não seja julgado no estrangeiro.
e) não poderá ser aplicada a lei brasileira, já que o autor do crime é estrangeiro.
GABARITO
09.B 10.C