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ATIVIDADE INDIVIDUAL

Matriz Atividade

Estudante: Filipe Gaudenci Marcondes Ferraz

Disciplina: Economia dos Negócios-0623-6

Turma: MBA_ENMBAEAD-24_05062023_6

INTRODUÇÃO
Em dezembro de 2019, iniciou-se o surto da Covid-19 na cidade de Wuhan, na
China, sendo que esse surto se alastrou pelo mundo a fora, chegando no Brasil em
fevereiro de 2020. Em março, alguns estados do Brasil começaram a decretar o
isolamento social, como pode ser visto na tabela abaixo.
Estado Decreto Data de Publicação
São Paulo nº 64.881 22/03/2020
Minas Gerais Declarou estado de calamidade 23/03/2020
Bahia nº 19.529 16/03/2020
Santa Catarina nº 515 17/03/2020
Rio de Janeiro nº 46.973 16/03/2020
Rio Grande do Sul nº 55.154 01/04/2020
Distrito Federal nº 40.520 14/03/2020
Goiás nº 9.633 13/03/2020

Tabela 1 – Início do isolamento social


Fonte: Diário oficial da União, Jornais locais.
Com o início do isolamento social, vários setores da economia nacional foram
impactados, em especial o setor da aviação civil. Dito isso, vamos avaliar mais a
fundo os impactos da pandemia para esse setor tão importante para a economia
brasileira e mundial.

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CONTEXTO DO SETOR
O transporte aéreo é essencial para o desenvolvimento econômico e social de um
país. Tratando-se exclusivamente do Brasil, um país com grande extensão territorial,
o setor é, por vezes, o único meio de acesso à determinadas localidades, além de
ser um meio que possuí grande agilidade e reduz as distâncias. Sendo ainda que o
Brasil, em 2019, foi o quinto maior país em movimentação de passageiros, ficando
atrás apenas dos Estados Unidos, China, Índia e Japão.
Esse setor é fundamental para às atividades de turismo, sendo que de acordo com a
Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), levando em conta o ano de
2019, por ser o último antes dos impactos da pandemia, o setor foi responsável por
25,6% do valor adicionado bruto ao turismo, gerando 27,1% dos impostos à
atividade turística.
Utilizando as estatísticas da ICAO (2021), comparando o ano de 2020 com 2019,
houve uma queda de 70% de tráfego mundial de passageiroa (RPK) e o transporte
de cargas reduziu bem menos, cerca de 1%. Analisando esses números e trazendo
para o âmbito nacional, o transporte de passageiros está em linha com a redução
global, porém o transporte de cargas brasileiro está cerca de 20% mais baixo que o
mundial.
Analisando a oferta e demanda no mercado nacional entre 2019 e 2020, temos o
seguinte gráfico abaixo, que demonstra bem a grande polarização entre quatro
principais empresas (Gol, Latam, Azul e Avianca). O gráfico demonstra a relação
entre ASK (Available seat kilometer - refere-se ao volume de assentos por
quilômetros oferecidos) e RPK (Revenue passenger Kilometer – refere-se ao volume
de passageiros por quilômetros transportados).

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Figura 1 – Participação de Mercado Nacional
Fonte: Panorama 2020, ABEAR.
Analisando a oferta e demanda no mercado internacional entre 2019 e 2020, temos
o seguinte gráfico abaixo. O gráfico demonstra a mesma relação entre ASK e RPK.

Figura 2 – Participação de Mercado Internacional.


Fonte: Panorama 2020, ABEAR.

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Podemos notar que a Azul aumentou sua participação na demanda nacional,
absorvendo praticamente toda a parcela deixada pela suspensão das atividades da
Avianca. Porém de forma geral, tanto na oferta como na demanda, as empresas
nacionais se equivalem em território nacional. Analisando em âmbito internacional,
notamos um aumento das empresas internacionais, tanto na demanda como na
oferta.
Trazendo a análise para março de 2023, conseguimos analisar uma melhora nos
índices, até mesmo chegando em valores melhores dos apresentados em período
pré-pandemia, como pode ser analisano na imagem abaixo.

Figura 3 – Comparação Março 2023 x Março 2019


Fonte: ANAC.

ANÁLISE MACROECONÔMICA
Ao fazermos uma análise macroeconômica do setor aéreo nacional, podemos
analisar os pontos que dizem respeito ao PIB, taxas de emprego e preços aplicados
durante o período da pandemia e o pós-pandemia.

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Vale ressaltar que no período da pandemia os impactos mais marcantes foram:
 Redução de 90,9% no número de decolagens;
 Redução de 94,5% no número de passageiros;
 Queda de 16,3% na taxa de ocupação das aeronaves;
 Baixa nas ações das principais empresas do setor, sendo 45,6% ações da
Gol (GOLL4) e 48,8% ações da Azul (AZUL4).
Para analisrmos as questões macroeconômicas, utilizaremos gráficos apresentados
pela ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), tendo dados
apresentados apenas até o ano de 2021, porém a tendência é que esses valores
aumentem no decorrer de 2023.

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Figura 4 – Impactos econômicos do transporte aéreo no Brasil
Fonte: ABEAR.

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Analisando os gráficos acima apresentados, notamos que o ano de 2020 teve uma
queda brusca nos índices, devido à existência da Covid-19, porém ao analisarmos o
ano de 2021, notamos que os índices estão aumentando gradativamente, portanto,
fazendo uma projeção para os próximos anos a tendência, até mesmo pelos
especialistas, é que esse número tende a aumentar visando igualar e ultrapassar os
dados de 2019.
Ao analisarmos as tarifas médias, notamos que temos um pico no ano de 2022,
muito provavalemnte pela retomada dos voos com a melhora da pandemia, ou seja,
a demanda aumentou e consequentemente os valores subiram. A Azul tem a média
mais alta de valores ao longo de todos os anos analisandos, desde 2019 a 2023. Os
valores da LATAM são respectivamente, R$496 (2019), R$430 (2020), R$483
(2021), R$599 (2022) e R$543 (2023)

Figura 5 – Tarifa aérea média


Fonte: ANAC.

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ANÁLISE MICROECONÔMICA
Ao realizarmos uma análide microeconômica voltada para o setor da aviação civil,
conseguimos analisar de forma individual os consumidores do setor em questão.
Dessa forma analisamos que com a existência da Covid-19, os usuários do setor
acabaram impedidos de usufruir do mesmo, devido às recomendações de
isolamento, com isso a oferta e demanda do setor se viu comprometida, uma vez
que não teria para quem oferecer os serviços prestados, dessa forma os índices,
como já apresentados anteriormente, acabaram caindo de forma drástica. Porém, ao
analisarmos o panorama de melhora da pandemia, seja devido à vacinação e ou
controle do isolameneto, a necessidade e procura pela utilização do setor aéreo
volta a crescer, com isso, os valores das tarifas aumentam à medida que essa
demanda vai aumentando, conforme já aprsentado acima, o que pode ser visto no
ano de 2022. Porém, ao adentrarmos em um ambiente de melhora geral (2023),
nota-se uma redução dos valores, pois essa demanda já está, de certa maneira,
mas estabilizada.
Podemos então concluir, que essas variáveis sofrem pressão tanto no âmbito
nacional como internacional, por exemplo, a questão da Pandemia, que foi uma
questão global e impactou diretamente todos os setores da economia nacional.
Analisando a questão de composição de custos e despesas operacionais das
empresas aéreas brasileiras, chegamos na seguinte imagem abaixo:

Figura 6 – Composição de custos e despesas operacionais das empresas aéreas brasileiras

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Fonte: ABEAR.
Conseguimos analisar que a composição depende de vários setores, portanto
podemos notar que apesar de ser um único setor (aéreo), a composição do mesmo
está atrelada a outros, portanto se em algum momento, seja por problemas de
mercados internos ou externos, algum desses componentes vir a “falhar”, teremos
consequencias diretas ao setor aéreo, que atingirá o mercado nacional e também o
internacional, trazendo prejuízos às ofertas e demandas do setor em questão.
Ao analisarmos a estrutura de mercado da aviação civil, podemos afirmar que se
trata de oligopólio, uma vez que apresenta poucos concorrentes, sendo que três
companhias aéreas (GOL, LATAM e AZUL) possuem mais que 90% da demanda do
transporte aéreo nacional. E o que as diferenciam são as experiências fornecidas
por cada companhia e não o preço, que em suma são bem parecidos. Além disso, a
entrada de novos concorrentes nesse mercado é bem difícil, então a lucratividade
das mesmas torna-se mais duradoura.

CONCLUSÃO
Ao decorrer do trabalho, podemos analisar o quão impactante foi a ação da Covid-19
no mercado de aviação civil, tanto que foi um dos mais afetados pela pandemia.
Porém, ao mesmo tempo, notamos que ao passar da pandemia, a tendência é o
mercado voltar à tona, atingindo números melhores dos apresentados no período de
pré-pandemia, uma vez que para o mercado nacional e internacional, tanto no que
diz respeito ao turismo e também transporte de carga, o setor aéreo é imprescindível
para o bom andamento, uma vez que traz agilidade e encurta trajetos.
Além disso, fica como reflexão, o quão impactante são os fatores externos e até
mesmo internos para o mercado econômico, portanto é de suma importância que as
liderenças tenham sempre em mente essas questões para que as tomadas de
decisões sejam sempre embasadas e com responsabilidades, com o intuito sempre
de manter seu segmento com saúde financeira para conseguir passar pelas
turbulências que podem ocorrer. E para isso, é importante conhecer sobre a
economia do local em que está implantada, que pode variar de acordo com a
cultura, leis, governos, parceiros, operações, entre outros pontos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
STOCKER, Fabrício. Economia dos Negócios.
MINISTÉRIO DA ECONOMIA PUBLICA LISTA DE SETORES MAIS AFETADOS
PELA PANDEMIA. G1, 2020. Disponível em:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/09/15/ministerio-da-economia-publica-
lista-de-setores-mais-afetados-pela-pandemia.ghtml. Acesso em 13 de julho de
2023.
BRASIL TRANSPORTA 7,3 MILHÕES DE PASSAGEIROS EM MAIO, RECORDE
PARA O MÊS DESDE 2015. Ministério da Infraestrutura, 2023. Disponível em:
https://www.gov.br/anac/pt-br/noticias/2023/brasil-transporta-7-3-milhoes-de-
passageiros-em-maio-recorde-para-o-mes-desde-2015 . Acesso em 13 de julho de
2023.
PANORAMA 2021, O SETOR AÉREO EM DADOS E ANÁLISES. ABEAR.
Disponível em:
https://www.abear.com.br/wp-content/uploads/2022/12/Panorama2021.pdf . Acesso
em 14 de julho de 2023.
INDICADORES DO TRANSPORTE AÉREO PERMANECEM SOB IMPACTO DA
PANDEMIA. Ministério da Infraestrutura, 2021. Disponível em:
https://www.gov.br/anac/pt-br/noticias/2021/indicadores-do-transporte-aereo-
permanecem-sob-impacto-da-pandemia. Acesso em 14 de julho de 2023.
RELATÓRIO DE DEMANDA E OFERTA. ANAC. Disponível em:
https://app.powerbi.com/view?
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TRANSPORTE AÉREO DE CARGA E OFERTA DOMÉSTICA SUPERAM ÍNDICES
PRÉ-PANDEMIA. Ministério da Infraestrutura, 2023. Disponível em:

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https://www.gov.br/anac/pt-br/noticias/2023/transporte-aereo-de-carga-e-oferta-
domestica-superam-indices-pre-pandemia. Acesso em 15 de julho de 2023.
PANORAMA 2020, O SETOR AÉREO EM DADOS E ANÁLISES. ABEAR.
Disponível em:
https://www.abear.com.br/wp-content/uploads/2021/08/Panorama2020-vf.pdf.
Acesso em 14 de julho de 2023.

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