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09/06/2021 Ead.

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PSICOLOGIA DA RELIGIÃO
A PRÁTICA DA PSICOLOGIA DA
RELIGIÃO
Autor: Me. Jhonatan Diógenes e Oliveira Alves
Revisor: Luis Zaghi

INICIAR

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introdução
Introdução

Olá, aluno(a)! Nesta unidade estudaremos as questões que contribuem com o sucesso da prática da
psicologia da religião. Iniciaremos nosso conteúdo desenvolvendo o tema da saúde emocional a
partir das teorias evolucionistas e social. Por elas compreenderemos as expressões da emoção ao
longo da história, bem como suas particularidades em determinadas culturas. Em seguida,
estudaremos sobre os distúrbios e patologias mentais, identificando alguns transtornos e a relação
que eles possuem com a dimensão religiosa e espiritual. Na sequência, nosso assunto tratará sobre
a psicologia e teologia da educação, onde analisaremos o processo de compreensão do homem e do
modo como ele aprende, bem como a possibilidade de uma educação religiosa como instrumento
de autoconhecimento. Por último, encerraremos nossa unidade falando sobre psicologia pastoral e
a necessidade de um atendimento por parte dos líderes religiosos que contemple esses dois campos
do saber, ou seja, o teológico e o psicológico, tendo como objetivo o bem-estar e saúde integral do
homem. Desejo a você bons estudos.

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Saúde Emocional

O termo saúde está constantemente presente em nosso cotidiano. O número de academias cresce
significativamente a cada ano, bem como modalidades de exercícios físicos, receitas fitness e a
moda específica para esse tipo de atividade. Ser saudável atualmente é mais que uma escolha,
tornou-se obrigação, tendo em vista os fatores sociais que exigem do homem constante dedicação
ao trabalho, aos estudos e demais deveres. Consequentemente o aumento da carga diária de

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obrigações e compromissos reflete na saúde, tornando a atividade física o melhor instrumento para
combater e prevenir os sintomas da agitação da vida moderna.

Contudo, um tema que por vezes passa despercebido, sendo ignorado pela maioria das pessoas, é o
da saúde emocional. Conforme dito, em um mundo onde somos cada dia mais cobrados em nossas
tarefas cotidianas, qual o tempo que dedicamos para falar e cuidar de nossas emoções e
sentimentos? Por vezes, a pressão das relações que assumimos no decorrer dos dias exige mais que
esforço físico, mas interfere diretamente em nossas sensações e sentimentos, ocasionando
montantes emocionais que não se estabilizam com um mero bom noite de sono. Aqui não estamos
falando somente de sentimentos particulares e o modo como eles afetam a vida de quem os sente!
Nossa reflexão é social, tendo em vista que, até mesmo nossos sentimentos passam por regras
comportamentais, nos quais eles são aceitos ou rechaçados (FRANCO; SANTOS, 2015).

Comportamentos como excesso de raiva, ou então a falta de demonstração de sentimento diante de


uma situação específica, a empatia exacerbada referente a assuntos públicos e tantos outros
sentimentos são reprovados quando não cumprem com determinados valores. A exigência social
está nos mais inusitados aspectos, como nossos sentimentos e o modo como os demonstramos.

A regulação das emoções refere-se à capacidade de modular a intensidade ou a duração


dos estados emocionais. Todas as sociedades têm as suas regras para a regulação das
emoções, como por exemplo, o que é aceitável na forma como são expressos os
sentimentos emocionais. Isso aplica-se obviamente à agressão, que precisa ser inibida e
canalizada para que não seja prejudicial à vida social. No entanto, isso também se aplica
às emoções positivas, como a alegria e o orgulho. Em algumas culturas manifestar a

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expressão de tais sentimentos também é desaprovado e desencorajado (FRANCO; SANTOS,


2015, p. 340).

Nesse aspecto, tratamos sobre a saúde emocional como um componente da estrutura


antropológica responsável por nosso adoecimento físico quando não estimulada ou tratada
adequadamente. É por isso que a definição de emoção não se limita mais à simples interpretação de
uma condição complexa e momentânea relacionada ao afeto (MIGUEL, 2015), mas se utiliza de
outras teorias para explicar o que significa esse sentimento.

Teorias da Emoção
Dentre algumas teorias sobre o significado de emoção, destacamos duas que tratam acerca desse
assunto, a começar pela teoria evolucionista. Nas teorias evolucionistas se acredita que expressões
faciais e demais formas de demonstrar emoções vieram da herança genética de nossos
antepassados. Mesmo que determinados comportamentos possam ser aprendidos, a capacidade de
compreendê-los e pô-los em prática não é social, mas biológica. Temos como exemplo crianças que
nasceram cegas, porém, apesar de sua deficiência aprenderam a sorrir na felicidade ou chorar na
tristeza, sem nunca terem presenciado tal cena (MIGUEL, 2015). Isso aponta para um conjunto de
emoções básicas no ser humano, que foram gradativamente evoluindo.

É por isso que, segundo essa teoria, determinados comportamentos independem de cultura e
valores sociais. Nossa carga genética traz comportamentos que nos levam a um agir quase que

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instintivamente, como ressalta Vils et al. (2017, p. 555):

De acordo com os pressupostos da Psicologia Evolucionista, os programas específicos


moldados por problemas ancestrais recorrentes em nosso passado ancestral seriam,
assim, responsáveis por comportamentos universais, como: a) reações emocionais
vigorosas contra traições e violações da reciprocidade [...], b) repugnância ao incesto; c)
ciúme masculino como forma de evitar investimento no cuidado da prole que não a sua; e
pelos d) padrões físicos preferenciais como indicadores de atratividade sexual para
indivíduos do sexo masculino e feminino.

Lembremo-nos que esta é apenas uma das teorias existentes, sendo, no caso, a segunda teoria, isto
é, a teoria social praticamente o oposto da evolucionista. Na teoria social das emoções estas se dão
conforme o contexto de sociedade que o sujeito experimenta. Nela seus sentimentos não são
herdados por uma carga genética, apesar de possuir relação com a dimensão cognitiva, isto é, passa
pela interpretação dos fatos de modo lógico e analítico. A experiência social contribuirá
constantemente nas emoções trazidas pelo indivíduo que, ao compreender sua cultura e nela
identificar o espaço que ocupa agirá conforme a satisfação ou insatisfação, confiança ou temor,
certeza ou dúvida de quem é, daquilo que deseja e o que lhe é possível enquanto membro de
determinado grupo social.

Um exemplo representativo seria um indivíduo numa sociedade, percebendo que seu


salário é menor do que considera justo, paga altas taxas e não recebe o retorno desejado
do governo, poderia se sentir frustrado com maior frequência e, então, pequenos atos que

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interferissem no seu bem-estar e autonomia, como uma discussão no trânsito, poderiam


levá-lo a reações agressivas extremas (MIGUEL, 2015, p. 155).

Nos deparamos mais uma vez com uma ciência que trata de questões profundamente subjetivas,
sendo impossível a sua exatidão. Ou seja, apesar dos esforços teóricos em demonstrar o modo
como nossos sentimentos se expressam e o porquê se expressam, sabemos que cada sujeito
demonstra suas emoções de uma maneira específica. Nem sempre o choro pode representar
tristeza, assim como a felicidade não é vista somente no sorriso.

Contudo, não podemos deixar de considerar as observações trazidas por aqueles que investigam tal
campo da pesquisa sobre o comportamento humano. Vale destacar que as considerações trazidas
por estes colaboram no exercício de decifrar o homem, bem como de encontrar alternativas frente
aos possíveis problemas e questionamentos que este venha a ter futuramente.

No caso das emoções, é possível destacar alguns trabalhos citados por Miguel (2015), nos quais se
verifica que cada cultura se atenta numa parte específica do rosto, a fim de reconhecer expressões
emocionais. No caso dos caucasianos ocidentais, geralmente se observa a região dos olhos e da
boca, enquanto que no leste-asiático, o que predomina é a atenção à região central do rosto. Em
outra pesquisa realizada por Scollon et al. (2004) citada por Miguel (2015, p. 155), os autores
afirmam que “[...] americanos de descendência europeia, americanos de descendência asiática,
japoneses, indianos e hispânicos apresentaram diferenças tanto na vivência quanto na frequência
das emoções”. Por fim, as pesquisas de Singh-Manoux e Finkenauer (2001), também citada por

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Miguel (2015, p. 155) trazem que “[...] ingleses e indianos apresentaram maneiras próprias de
compartilhar emoções entre si”.

Perceba que tais trabalhos trazem um padrão comportamental de emoções e nos levam a acreditar
que, mais que simples caprichos dos sentidos, o ato de sentir pode e deve ser analisado numa
perspectiva científica. É por isso que, mais que sentir, podemos considerar o grau de importância da
expressão de nossas emoções a partir de nossa capacidade de regulação delas.

Regulação Emocional
Consideramos a regulação emocional basicamente como a capacidade biológica, comportamental e
cognitiva de uma pessoa exercer controle/influência sobre seus sentimentos ou sobre os
sentimentos de terceiros. Arruda (2015) explica que fatores internos, como os psicológicos, bem
como fatores externos, como situações e comportamentos geram mudanças no estado
comportamental e nos sentimentos do indivíduo, o que lhe impele a uma reação. Regular a própria
emoção é, por exemplo, evitar olhar uma cena triste para não se sentir mal, ou o contrário, buscar
experiências positivas, como tomar um sorvete de chocolate para se sentir feliz. O mesmo pode
ocorrer com as emoções alheias, como é o caso de uma mãe que deseja acalmar o filho,
controlando sua ansiedade ou tristeza (ARRUDA, 2015). Fatores como esses representam a tentativa
de que o homem possa conduzir suas emoções em diversos contextos.

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reflita
Reflita
Você saberia dizer o quanto se conhece? Tem domínio sobre seus sentimentos,
ou então sobre o modo como os apresenta? Quando tratamos de saúde
emocional, sobretudo aqueles que trabalham diretamente no cuidado com
pessoas, como profissionais da saúde, educação, religiosos(as), nos ocupamos em
cuidar da saúde emocional alheia, o modo como nosso público lida com seus
sentimentos, contudo, esquecemos de nos autoavaliar e perceber quais aspectos
precisam ser melhorados em nosso interior, a fim de acabar com experiências de
projeção, dor psíquica e outros. Em outras palavras, é necessário cuidarmos do
cuidador, garantindo a ele um tratamento com a mesma qualidade e respeito que
ele oferta aos seus.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Mais que se ocupar em “deter” os sentimentos negativos ou aqueles que incomodam, a regulação
emocional significa a capacidade de modular todos os sentimentos. Tal regulação muito se aproxima

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da ideia de inteligência emocional, porém, aborda a questão por um novo ângulo, isto é, não pauta o
sentir conforme o entendimento racional, mas sim pela experiência vivida.

Arruda não classifica as regulações como boas ou ruins, mas como adaptativas ou não adaptativas,
sendo a primeira aquela recomendada. A compreensão sobre aquilo que se sente não deixa de ser
considerada importante nessa abordagem, pois, para diferenciar um sentimento do outro é preciso
conhecê-los. Contudo, o mais importante nessa abordagem - e que se relaciona diretamente com
nossa questão - é a possibilidade de vivenciar cada sentimento sem qualquer julgamento prévio, no
intuito de aproximar-se dele a fim de compreendê-lo. Em seguida, vem a interpretação de tal
sentimento para que o indivíduo consiga inverter os casos em que, ao invés de controlar, é
controlado por eles (ARRUDA, 2015).

Isso gera liberdade e, acima de tudo, o autoconhecimento, evitando o acúmulo exatamente oposto
de tal experiência, que é a desregularização dos sentimentos. Consequentemente, como afirma
Arruda, a regulação emocional adaptativa é indispensável para o ajuste psicológico saudável, uma
vez que, qualquer sentimento quando vivenciado com intensidade errada refletirá futuramente num
desenvolvimento de estágios psicopatológicos (ARRUDA, 2015).

ti
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praticar
Vamos Praticar
A regulação emocional é um componente da técnica de autoconhecimento. Tal instrumento se torna útil
quando o assunto é saúde emocional, pois, administrar aquilo que vivemos ao longo de nossa vida, bem
como os sentimentos que resultam de tais experiências pode nos tornar pessoas melhores ou não, tudo vai
depender do modo como lidamos com aquilo que somos. Nesse caso, ao falarmos de regulação emocional,
em que ela se resume?

a) Regulação emocional é o conhecimento por meio de nossa capacidade racional acerca daquilo que sentimos. Isto é, todos
os sentimentos que experienciamos em nosso cotidiano devem ser filtrados pela razão, a fim de selecionarmos aqueles que
nos fazem bem e os que devem ser descartados e ignorados.
b) Regular significa controlar. Portanto, a regulação emocional está preocupada em garantir que em todos os momentos
tenhamos controle sobre aquilo que sentimos. Ou seja, o indivíduo poderá sentir raiva ou felicidade sempre que desejar. Não
são mais os sentimentos que o controlam, mas ele controla seus sentimentos.
c) A regulação emocional está relacionada ao autoconhecimento. Mais que querer ter domínio sobre os sentimentos que
temos, o objetivo é que, por meio da experiência, possamos compreendê-los, a fim de que eles não exerçam domínio sobre
nós e não os vivamos de maneira desregulada, mas tenhamos capacidade para lidarmos com eles.
d) A regulação emocional significa que os sentimentos devem guiar as decisões e escolhas dos indivíduos. Isso é necessário,
pois, em tempos onde a racionalidade predomina, a infelicidade humana se tornou quase que uma sina. Para evitar tal
situação, somente uma vida guiada pelas emoções.
e) Regulação emocional representa uma estratégia naturalista, na qual o homem retorna para seu estado primitivo, onde era
feliz por não precisar conviver com sentimentos de tristeza, ódio e tantos outros que permeiam nossa realidade. Nessa
técnica, se rompe com as regras sociais para que se viva alinhado aos desejos individuais.

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Distúrbios e Patologias Mentais

A saúde nos é cara! O bem viver exige comportamentos organizados e a busca de uma vida
equilibrada, a fim de que nossos dias sejam mais tranquilos e prazerosos. Ainda falando de saúde
emocional, temos uma análise específica, indispensável de ser abordada quando o assunto é saúde.
Estamos falando do oposto dela, ou seja, dos distúrbios e patologias mentais.

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Por distúrbio entende-se a disfunção, desordem de algo que não apresenta comportamento ou
função correspondente ao esperado, enquanto que patologia mental está relacionada a doenças
mentais. Tais doenças não apresentam sintomas físicos, e por esse motivo podem ser ignoradas por
quem as possua ou por seus amigos e familiares. Porém, os efeitos da falta de um diagnóstico e
acompanhamento interferem no bem-estar de todos os envolvidos, tornando a vida social e familiar
muito mais difícil.

Denominadas de distúrbios, disfunções ou perturbações, estão ligadas a estilo de vida,


cuidados pessoais, cultura, influências hereditárias etc. Transtornos ou perturbações
mentais afetam muitos indivíduos na sociedade contemporânea, dificultando
relacionamentos que demandam intervenção para os cuidados necessários rumo à cura
ou à diminuição dos sintomas (PEZZINI, 2017, p. 94).

Por vezes, profissionais da educação, religiosos(as) ou até mesmo pais ou cuidadores se deparam
com determinados comportamentos que fogem à normalidade, conforme seja a idade da pessoa
em questão. No desejo de solucionar determinados males da mente, atribuem-se valores religiosos
a doenças que necessitam de um cuidado além do espiritual. Por esse motivo, é de suma
importância compreendermos que a prática de uma psicologia da religião saudável se faz a partir de
informações precisas e atualizadas, num diálogo constante com outras áreas do saber, como a
psicologia e a psiquiatria.

No Brasil, por exemplo, temos casos de transtornos mentais que vão de leves a graves, sendo o
acompanhamento dessas pessoas uma questão de saúde pública. Dependendo do diagnóstico

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recebido, muitos ficam impossibilitados de realizarem certas atividades desacompanhados, por mais
simples que aparentemente possam ser. Ir às compras, frequentar espaços públicos, trabalhar,
relacionar-se afetivamente etc. são algumas das restrições para diagnósticos de transtornos mentais
graves. As consequências são o isolamento social, bem como, em alguns casos, a piora do estado
emocional dessas pessoas.

No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 5 milhões de pessoas necessitem de cuidados


contínuos em saúde mental, em função de acometimentos como: psicoses, transtornos de
humor graves, neuroses graves e retardo mental grave. A importância desse cuidado é
ratificada pela Agência Nacional de Saúde (ANS), órgão regulador em Saúde Suplementar
no Brasil (DRUMMOND; RADICCHI; GONTIJO, 2014, p. 70).

Enquanto profissionais que lidam com o ser humano em suas diversas dimensões, é fundamental a
reflexão a respeito de como esses distúrbios são identificados e lidos pelos profissionais da área,
assim como a necessidade de compreendermos e diferenciarmos questões emocionais das
patologias. Infelizmente, tal diferenciação é rara, sendo comum a realização de atendimentos,
sobretudo os religiosos, nos quais o indivíduo é tratado como alguém acometido de males de ordem
espiritual.

Por isso, vale abordarmos algumas considerações trazidas pelo Manual diagnóstico e estatístico de
desordens mentais (Diagnostic and Statistical Manual of mental Disorders - DSM-5), bem como a
Classificação Internacional de Doenças - CID. Tais documentos representam a leitura realizada pela
comunidade científica médica e psiquiátrica a respeito das patologias, distúrbios e transtornos que

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estão presentes na modernidade e devem ser diagnosticados por profissionais qualificados. A última
atualização desse manual ocorreu em 2013 (PEZZINI, 2017).

Nele é possível encontrar diversos transtornos, sendo o intuito do manual sensibilizar os médicos e
demais agentes de saúde sobre a importância de diagnosticar e tratar tais distúrbios. Essa tarefa
não é fácil, sobretudo quando identificamos que o número listado é extenso, o que exige dos
profissionais da saúde exames e testes próprios, a fim de não haver resultados equivocados.
Citamos alguns desses transtornos abaixo:

Transtorno do neurodesenvolvimento; transtorno do espectro autista; transtorno de


ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH); transtorno específico
da aprendizagem; espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos; transtorno
bipolar e outros transtornos relacionados; transtornos depressivos; transtorno obsessivo-
compulsivo e outros transtornos relacionados; trauma e transtornos relacionados ao
estresse; transtornos dissociativos; sintomas somáticos e outros transtornos relacionados;
alimentação e transtornos alimentares; transtorno da excreção; transtorno do sono-
vigília; disfunções sexuais; disforia de gênero; transtornos disruptivos, controle dos
impulsos e conduta; transtornos relacionados a substâncias e adição; transtornos
neurocognitivos; transtornos de personalidade; transtornos parafílicos; outros transtornos
mentais; transtornos do movimento induzidos por medicamentos; outros efeitos adversos
de medicamentos; outras condições que podem ser foco de atenção clínica (PEZZINI,
2017, p. 95).

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Todos estes pertencem à lista de transtornos e disfunções que são compreendidas pela comunidade
médica internacional como necessárias de atendimento e tratamento especializado. Imagino que, ao
se deparar com esses nomes, alguns lhe sejam familiares, outros nem tanto, porém, é quase
provável que você se lembre de alguém que aparenta, ou então já foi diagnosticado(a), com um ou
mais deles e está em processo de tratamento. Esta é, infelizmente, uma condição comum nos dias
atuais, sendo a sensação de desconforto diante de situações do cotidiano, bem como a incapacidade
para superar ou procurar ajuda frente aos problemas, um fator que ocupa a mente de milhares de
pessoas. Por vezes, esse mal-estar é tão intenso, que logo o relacionam com os citados transtornos
acima, ou então, com causas de cunho religioso, como males espirituais etc.

Porém, devemos nos lembrar que, para que esse mal-estar seja considerado um transtorno, é
necessário que seus sintomas sejam recorrentes, afetando a qualidade de vida do sujeito, ou
resultando em complicações em uma ou mais esferas pessoais (PEZZINI, 2017). Para que haja
certeza daquilo que se sente, novamente reafirmamos a necessidade da procura médica
especializada e não apenas o auxílio espiritual.

Aparentemente tais considerações podem soar como se a religião/espiritualidade não pudesse


contribuir significativamente nos casos de distúrbios e patologias. Entretanto, pesquisas recentes
demonstram os efeitos da experiência religiosa em casos de saúde/doença mental. Apesar da
psicanálise, pelas teorias pautadas nos estudos de Freud demonstrarem histórica aversão às
possibilidades de benefícios trazidos pela religião, hoje se compreende que, conforme for a
experiência religiosa do sujeito, esta poderá lhe ser benéfica.

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Pesquisas apontam que o envolvimento religioso está relacionado a melhores resultados


na recuperação de doença física e mental, na manutenção da saúde mental, física e da
longevidade. Por outro lado, também pode estar associado a resultados negativos – como
o fanatismo, as mortificações e o tradicionalismo opressivo – e ao uso inadequado dos
serviços de saúde (REINALDO; SANTOS, 2016, p. 163).

O senso comum sempre afirmou e a ciência, com o passar do tempo, apresenta evidências: a
religião tem efeitos sobre a mente, positivos e negativos. Tal interpretação ao invés de refutar o
trabalho das instituições religiosas e de seus líderes, evidenciam a importância que ele tem para a
manutenção de uma vida religiosa saudável, capaz de gerar bons frutos não apenas para a
comunidade em questão, mas para toda a sociedade.

A atenção dada por parte de tais personalidades em relação à saúde de seus fiéis e seguidores
determina o perfil de religião, bem como de relação que se pratica naquele local. Quando há o
esforço de fazer acontecer sintonia nas diversas áreas da existência humana, isto é, espiritual,
emocional, psicológica, social, intelectual e física, há, de fato, um processo de cura em sua
totalidade. Em casos assim é que identificamos os benefícios da fé compartilhada e quão necessário
é o apoio espiritual dado por grupos e instituições religiosas. Caso contrário, quando tal sintonia não
ocorre, por inúmeros fatores, o resultado esperado é sempre o pior, pois, se fragmenta o indivíduo
rompendo com as possibilidades de cura, crescimento e evolução.

Na tentativa de atribuir responsabilidade somente ao espiritual, perde-se a dimensão do


biopsíquico, ou seja, do funcionamento neuroquímico. Por exemplo, é preciso saber

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diferenciar um estado afetivo deprimido da doença depressão. Para isso, faz-se necessário
o acompanhamento de cada caso, observando-se os detalhes que podem ser expressos
pela pessoa ou pela família, para fazer os devidos encaminhamentos (PEZZINI, 2017, p.
97).

Nessa reflexão, identificamos a necessidade de uma orientação espiritual intelectualizada, ou então,


um tratamento médico humanizado, no qual se respeitam as crenças de cada paciente. Tais
atributos ao invés de ferirem os princípios religiosos, ou no caso, os científicos, fazem o contrário,
reforçam o diálogo franco e o respeito por saberes que se complementam. Além disso, deve-se ter
como foco a capacidade de proporcionar ao homem uma vida mais saudável, na qual mais que
dividi-lo ao ponto de fragmentar suas crenças e condições psicológicas e emocionais, a meta deve
ser integrá-lo, fortalecendo sua capacidade mental, ou ao menos, diminuindo os efeitos
degenerativos de seus males.

praticar
Vamos Praticar
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Infelizmente, os diagnósticos de distúrbios e patologias têm crescido significativamente a cada ano. Tanto é
verdade que o Manual diagnóstico e estatístico de desordens mentais sofreu alterações em sua lista de
transtornos e síndromes no ano de 2013. Frente a tal contexto, o que podemos afirmar acerca dos
fenômenos de desordem mental presentes em nossos dias?

a) Todos nós temos algum tipo de transtorno, e isso se dá pela má alimentação, o número de produtos químicos e o estresse
da vida moderna. Diante disso, todos devemos nos prevenir e procurar medicamentos que amenizem os sintomas e nos
permitam viver melhor e mais felizes.
b) As desordens mentais e patologias se configuram em casos recorrentes, os quais afetam diretamente a vida de quem os
sente. Porém, sentir-se mal ou desconfortável com determinada situação não indica, num primeiro momento, um transtorno
mental.
c) As desordens mentais geralmente são ocasionadas por questões religiosas. Estudos comprovam que a religião afeta
diretamente o cérebro das pessoas, levando-as, em casos extremos, a terem visões e ouvirem vozes.
d) A única maneira possível de se tratar os transtornos mentais é pelo cuidado espiritual. Muitos males acometem o corpo a
partir de brechas que abrimos com comportamentos e pensamentos que ferem nossa alma e desagradam a Deus.
e) O Manual diagnóstico e estatístico de desordens mentais foi criado para que o paciente tenha acesso aos inúmeros
distúrbios existentes. Com isso, ele poderá identificar quais os sintomas que mais se assemelham aos que ele sente,
facilitando o seu diálogo com o médico que lhe acompanha.

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Psicologia e Teologia da Educação

“Quem espera que a vida seja feita de ilusão, pode até ficar maluco ou morrer na solidão. É preciso
ter cuidado pra mais tarde não sofrer! É preciso saber viver!” (CARLOS apud TITÃS, 1998).

Essa famosa canção composta por Roberto e Erasmo Carlos, posteriormente gravada pelos Titãs,
nos diz algo importante a respeito do tema dessa aula: para se viver é preciso saber, isto é, devemos
aprender. É por isso que o processo de autoconhecimento passa, indubitavelmente, pela educação.

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Obviamente que tal definição não é nova, pois, felizmente, ao longo da história da humanidade,
diversos intelectuais se ocuparam em compreender o processo cognitivo no homem. A busca por
métodos fora acompanhada pelas teorias acerca do homem, ora numa perspectiva filosófica, ora
psicológica, porém, todas no intuito de encontrar os métodos mais adequados que auxiliassem no
processo da aprendizagem.

De modo especial, ao olharmos para a dimensão religiosa e teológica, vemos que a compreensão do
saber ultrapassa a relação homem-mundo, e caminha rumo a outro norte, no qual se busca uma
interpretação transcendental. Sem qualquer julgamento moral, o que se quer aqui destacar é que,
de modo autêntico e inovador, o ensino pautado nos valores teológicos souberam compreender
que, o conhecimento e o processo de educação do homem deviam superar as experiências que
foram gradativamente adquiridas pela cultura e tradição de determinado grupo. Ou seja, o homem
ao se deparar com o sentimento e vivência de fé, precisava experimentá-la efetivamente, e não
somente realizar determinados ritos no intuito de cumprir com protocolos e burocracias
socioculturais. A este saber deu-se o nome de Teologia da Educação (MORAES, 2015).

Aqui pode parecer que demos um salto gigante entre a ideia de saúde emocional para a educação
religiosa, mas não! A experiência religiosa, apesar de aparentemente distante da psicologia e do
cuidado com as emoções, está intimamente ligada à saúde emocional, sendo seus resultados
positivos em contextos em que a fé se deu em um processo deliberativo, ou seja, foi questionada e
refletida, a ponto de trazer uma resposta satisfatória ao indivíduo e torná-lo livre para que
escolhesse acreditar num ser divino ou não (GIGLIO, 2014). Tal resultado só se torna possível a partir

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da educação e, numa leitura psicológica, pela individualização do processo de descoberta de si


mesmo.

Ou seja, apesar da importância e da contribuição que a cultura e a tradição têm na formação de


nossa identidade, há certas definições sobre quem somos que passam exclusivamente pelo
autorreconhecimento. Mesmo que certas escolhas possam desagradar às pessoas mais próximas,
ou quem sabe, até mesmo às mais distantes, é nosso dever enquanto sujeitos construirmos nossa
personalidade pautados na honestidade daquilo que desejamos e nos esforçamos em ser.

Caso contrário, poderemos ser o que não queremos só porque outros querem. Por
exemplo, o modelo social em que vivemos pode requerer mais engenheiros, mais
economistas e matemáticos, porque o mercado de trabalho exige e, teoricamente, são
carreiras mais promissoras. Não há problema algum nisso, desde que não seja em
detrimento da existência de outras carreiras, que, no mínimo, tornariam o mundo mais
criativo e diversificado (COELHO, 2014, p. 51).

O processo de desenvolvimento humano é exigente e todos nós sabemos o quão difícil é


organizarmos todas as nossas características, relações e sentimentos numa única personalidade. O
mesmo ocorre com a ideia de formação e/ou educação teológica, tendo em vista a pluralidade de
crenças e interpretações sobre o sentido da vida. Portanto, frente à diversidade ideológica presente
em tal assunto, escolhemos por uma reflexão própria da academia, e que retoma o conhecimento
teológico e religioso a partir de uma fundamentação analítica, própria do saber científico. Nessa
perspectiva, o que se propõe para o ensino religioso é um saber que ultrapasse as técnicas para

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alcançar a essência de tal conhecimento a partir do próprio educador, ao ponto de configurar-se de


um saber meramente intelectual para aquele que se sente e pratica:

Assim, o conhecimento, para ser transmitido, precisa passar também pelo coração do
professor. Uma inteligência sem coração é fraca, e um coração sem inteligência é cego. A
união da inteligência com o coração é a sabedoria; o amor eterniza as coisas - neste
mundo, tudo é passageiro; no entanto, quando se vive cada momento com amor, a
eternidade começa sempre agora (MORAES, 2015, p. 44).

Apesar de Moraes (2015) dirigir-se diretamente ao professor, nosso diálogo se estende aos pais, aos
cuidadores e aos profissionais que, de modo geral, trabalham com o ser humano e suas emoções. A
reflexão apresentada pela autora é válida, pois, acompanhada da psicologia, o que temos é a
descrição de um conhecimento humanizado, que reconhece como finalidade de sua ação a
conversão daquele que o recebe, bem como de quem o transmite. Novamente o que se encontra no
centro da discussão é a descoberta do homem em si, os atributos que lhe tornam único e, conforme
a análise teológica cristã, digno de amor por parte daquele que o criou. Nisso, o saber teológico
deve, num primeiro momento, ser encarnado, sentido por quem o administra para que seu
conhecimento se torne efetivo, visível aos olhos. Em outras palavras, para se ensinar sobre Deus, é
preciso saber a teoria, mas não se deve esquecer que ele também fala aos corações.

Essa definição de educação é a mais próxima do conceito grego de sabedoria, do qual somos
herdeiros, sobretudo em sua máxima ética. Sócrates, por exemplo, ao compreender que o
verdadeiro conhecimento não era aquele a respeito da natureza e das coisas externas, mas sim

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sobre o homem, sua alma e sobre o modo como ele age, garante a premissa de que um
conhecimento sem ação é morto, de nada serve, pois, nada produz! O mesmo se deu a partir das
ideias do Iluminismo, pois, apesar da centralidade na razão, sabia-se que ela não surgia do nada,
mas tinha como origem a espera, o crescente desenvolvimento dos fatos, até mesmo daqueles de
cunho religioso (CASSIRER, 1992).

Ou seja, a história dos intelectuais evidencia que o saber quando experienciado, se torna eficaz,
complementando a razão ao mesmo tempo em que é iluminado por ela. Assim, a educação religiosa
e teológica atua na vida de quem a recebe não apenas nas questões teóricas e burocráticas do
saber, mas o aproximam do objeto analisado, o que modifica sua vida e leva a uma experiência de
conversão. Lembremos que conversão significa mudança, transformação, é a alteração do alvo.
Portanto, numa interpretação teológica, a educação no processo de autoconhecimento e maturação
é aquela que converte e indica um novo caminho, mais adequado, mais sólido e com resultados que
vão além da racionalização, mas passam pelo fator humano.

No caso da educação religiosa cristã, há princípios que norteiam tal processo de aprendizagem e
que são próprios dessa fé, não devendo ser ignorados, mas sim tomados como base para
construção de um saber sólido. Três questões se sobressaem, a saber, primeiro, o fato de que Deus
está e se manifesta na história; segundo, conforme sua bondade e justiça, ele não tolera
comportamentos que discordem desses valores e, terceiro, a sua palavra presente nos textos
sagrados se atualiza constantemente (MORAES, 2015).

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A educação cristã, conforme nos apresenta a autora, traz em si a possibilidade de uma reflexão
sobre o mundo e a vida, onde a completude do homem e de seu conhecimento se faz por uma fé
em ação. Ou seja, ela move o indivíduo a partir da certeza de que Deus é quem guia a história, não
apenas de modo coletivo, mas individual.

O educador cristão deve ser claro ao transmitir para seus alunos que a alegria só vem do
encontro com a Palavra de Deus; que é preciso ver na realidade as dificuldades, mas sem
se esquecer da esperança, de modo a levar o seu aluno a concluir que o cristianismo não
é uma religião apenas escrita e muda, mas também encarnada (praticada) (MORAES,
2015, p. 43).

Essa junção de uma teoria com a prática é interpretada como sabedoria, trazendo um
conhecimento que se organiza a partir daquilo que se vive. Esse saber híbrido, isto é, composto por
duas ou mais áreas de conhecimento, reafirma a capacidade do homem de se aprimorar e conhecer,
o que garante a ele a possibilidade de, a partir da experiência e da teoria adquirida, produzir novos
saberes, novas experiências, a ponto de se tornar sujeito ativo em seu próprio processo de
desenvolvimento e maturação.

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saiba mais
Saiba mais
O Brasil conta atualmente com a Base Nacional Comum
Curricular - BNCC, documento no qual se estabelecem os
parâmetros para que os currículos das escolas de todo o
país cumpram com uma carga horária mínima, bem como
conteúdos semelhantes em todos os Estados. Sendo a
educação um direito, mas também uma obrigação, famílias
que tiverem seus filhos matriculados no Ensino
Fundamental - Anos Iniciais e Finais, contarão com as aulas
de Ensino Religioso.

Porém, qual o objetivo dessa disciplina? Ela trabalhará sobre


religiões? Dará ênfase a alguma denominação religiosa
específica? E se eu for ateu e não quiser que meu filho
receba essas aulas, eu tenho essa escolha? Para
compreender um pouco mais sobre os objetivos e os
conteúdos da disciplina de Ensino Religioso nas escolas
públicas e privadas, segue um link com um breve vídeo
explicativo.

Acesso em: 28 jan. 2020.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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ACESSAR

Assim se renova a concepção a respeito do significado de uma educação religiosa, pois, se


compreende que tal saber não se dá meramente pelo cumprimento de preceitos e dogmas, mas
pelo encontro com um conhecimento que é palpável e vivo. Os valores religiosos alinhados à
capacidade de autoconhecimento por meio de uma educação crítica fazem com que o homem
escolha qual espaço e preceitos irá acolher como seus, a fim de que sua espiritualidade reproduza
em si a riqueza de um Deus que ao invés de aprisioná-lo a doutrinas e preceitos por vezes vagos, o
torna livre para se conhecer e viver a partir de aprendizados reais e duradouros.

praticar
Vamos Praticar

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Ao longo da história da humanidade, diversos intelectuais procuraram respostas para como e quando a
educação deveria ser aplicada ao homem. Frente às diversas possibilidades e teorias existentes acerca
desse assunto, encontramos os fundamentos da teologia da educação.

Conforme apresentado, é correto afirmar que tais fundamentos se dão da seguinte forma:

i. A teologia da educação ultrapassa a interpretação de conhecimento como relação entre homem-


mundo.
ii. O saber teológico apresenta Deus como a fonte de todo conhecimento, não sendo possível
aprender algo fora dele.
iii. Todo conhecimento provém do esforço humano, cabendo ao homem lutar constantemente para
validar aquilo que aprendeu.
iv. Pela teologia da religião se identifica o transcendente como instrumento de aprendizado e
autoconhecimento.
v. A religião se opõe ao saber científico, sendo necessário escolher por uma delas, isto é, a fé ou a
razão.

Está correto o que se afirma em:

a) I e IV, apenas.

b) II, III e IV, apenas.

c) IV e V, apenas.

d) II e IV, apenas.

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e) I, II, IV e V, apenas.

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Psicologia Pastoral

Breve História da Psicologia Pastoral


Há historicamente uma separação entre religião e ciência, que fez dessa última um conhecimento de
estrutura distinta. Gradualmente, a partir do século XV com o Renascimento temos as primeiras

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rupturas, mas somente no século XVIII houve a cisão entre elas a partir do Iluminismo. Mesmo
sendo interpretada como positiva a separação entre ciência e fé, a modernidade demonstra que a
religião começa a retomar seu espaço nos debates acadêmicos, nos discursos políticos, na
organização de cidades, sociedades, culturas etc. demonstrando que seu conteúdo interfere
diretamente na visão de homem e do mundo à sua volta. Em outras palavras, a religião e o
sentimento de fé demonstram-se indissociáveis da experiência humana.

De modo específico, no campo da psicologia, foi o século XIX que demarcou essa etapa de
investigação religiosa, a partir das escolas que surgiam junto às diversas possibilidades de
interpretação da alma. Ali coube espaço para o debate espiritual e, consequentemente, a abertura
para a retomada dos princípios religiosos e sua necessidade ao homem, porém, tendo como base a
luz da razão.

A psicologia pastoral surgiu num momento adequado em que o fracionamento gradativo


da psicologia em escolas psicoterapêuticas emergia, cada uma com suas premissas,
métodos e objetivos diferentes. Algumas teorias e seus autores têm mais eco na prática
pastoral do que outros, entre eles a psicanálise (Jung), a terapia centrada no paciente
(Rogers), cuidando com o exacerbo no individualismo e a logoterapia (Frankl) (PEZZINI,
2017, p. 105).

A partir desse momento, datando de meados do século XX, temos o surgimento específico da
psicologia pastoral, ainda no cenário da Segunda Guerra Mundial. Nele muitos enfermos eram
atendidos por profissionais da saúde, mas também eram ouvidos e acompanhados por religiosos. É

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por isso que a psicologia da religião está intimamente ligada à psicologia, sendo o seu saber uma
subárea de tal ciência (PEZZINI, 2017). Nos dias de hoje, os cursos de psicologia abordam o saber
psicológico voltado à religião e espiritualidade em disciplinas específicas, assim como em cursos de
especialização em nível de mestrado e doutorado.

Como um de seus princípios, a psicologia da religião a partir do atendimento pastoral carrega em si


um dos atributos que marcam o atendimento psicológico, que é a capacidade da escuta. Em um
mundo onde tantas vozes ressoam ao mesmo tempo, e todos os lugares e pessoas têm algo para
dizer, o atendimento pastoral compreende um espaço de silêncio, no qual pouco se fala e muito se
escuta aquilo que o indivíduo traz consigo em forma de palavras, de lágrimas e até mesmo de
silêncio. Nesse aspecto é que a prática da psicologia pastoral deve manter a integridade de sua
essência, a partir de um trabalho que tem como diferencial - sobretudo da psicologia - a escuta e
acolhimento, porém, aos moldes da tradição da espiritualidade e da fé.

A prática da Psicologia Pastoral


Ao abordarmos a temática da prática da psicologia da religião, devemos ter em mente que tal saber
se compõe pela psicologia como ciência e a religião em sua perspectiva teológica. Ou seja, apesar de
o objeto de estudo ser as manifestações mentais e comportamentais do homem unidas à expressão
de fé, todo debate se fundamenta em experimentos, pesquisas e resultados científicos, capazes de
nortear o agir e pensar humano, na busca por autoconhecimento. Nesses termos, psicologia e
teologia, apesar de atuarem em campos distintos, ou seja, a psicologia na psicoterapia, enquanto

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que a teologia se concentra no cuidado pastoral, estas podem, se assim quiserem, caminharem
juntas na interpretação da mente e da alma humana.

A teologia deve estabelecer um diálogo com as demais ciências, sem, no entanto, perder
sua identidade. Psicologia e teologia, dois campos com afinidades e diferenças marcantes,
se ocupam da pessoa humana, mais precisamente da sua ‘alma’ (em grego psykhé, em
latim anima). Com métodos distintos, terminologia própria e instrumental específico,
pretendem a cura do ser humano, o resgate de alguma forma de enfermidade, da
‘perdição’ (PEZZINI, 2017, p.101).

Esse complemento de ideias forma uma área inédita no cuidado com o íntimo de cada homem,
buscando respostas para quem ele é, como demonstrar isso, quais suas dores e aflições da alma,
porém, no respeito às suas crenças e práticas espirituais. O trabalho pastoral se enriquece com a
análise psicológica, pois, encontra instrumentos de reflexão e investigação sobre determinados
casos que, após as tentativas religiosas, não se resolvem pelos meios espirituais.

Mesmo que como última alternativa, ela se torna uma luz para problemas onde a teologia não tem
mais respaldo teórico e a fé realizou todos os seus esforços. Em contrapartida, a psicologia colabora
com o trabalho das igrejas e dos líderes religiosos com terapias de grupo, práticas de correção
fraterna, bem como atendimento individualizado a pessoas com transtornos e distúrbios mentais
(PEZZINI, 2017).

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Como bem se sabe, muitas questões que permeiam a vida de grupos e instituições religiosas vão
além das questões de fé. Em toda e qualquer relação humana, a luta de egos, o desejo de ser visto,
valorizado, respeitado e, por vezes, deter o poder e domínio sobre os demais membros do grupo
acabam por tornar certas relações quase que impossíveis. Nesses momentos é que o conhecimento
psicológico pode auxiliar líderes religiosos, a fim de perceberem desejos, comportamentos
dominantes, agressivos, passivos e tímidos que nem sempre se expressam claramente, mas estão
presentes em alguns discursos e comportamentos de seus pares. Compreender tal dinâmica auxilia
no modo como intervir nas relações ali presentes, bem como os cuidados para não fragmentar
ainda mais a comunidade e distanciar os seus membros.

Conforme visto, o trabalho de psicologia pastoral é recente e surgiu devido aos atendimentos e
aconselhamentos pastorais realizados em situações de guerra e morte. Apesar de ser um saber
novo, ela se resume no auxílio da psicologia no trabalho de líderes religiosos, os quais ampliam sua
leitura sobre o homem através da compreensão analítica trazida por essa ciência. Por um certo
momento, essa relação pode parecer contraditória, pois, como seria possível ao saber teológico
dialogar com uma área tão múltipla, de diversas interpretações, algumas delas contrárias à
possibilidade de uma vida religiosa saudável, como é o caso da psicanálise freudiana?

A possibilidade de uma psicologia da religião é verdadeira, apesar de alguns professores e


pesquisadores não concordarem com essa afirmativa ou serem cautelosos acerca dessa temática. A
linha que separa a atuação do psicólogo, seus valores e perspectivas de fé ou ateísmo na prática de
seu atendimento pode ser tênue, isso quando esse profissional não consegue, ou então, pouco se
preocupa com aquilo que seu paciente traz, encarando desde o começo suas convicções como

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patologias. Por essas questões é que alguns psicólogos preferem manter a nítida separação entre
psicologia e teologia.

A Psicologia é uma ciência laica. A religiosidade e a espiritualidade podem ser objeto de


estudo da Psicologia, o que não é o mesmo que a Psicologia adotar pressuposto religioso
em seus modos de significar o mundo, a condição humana e as relações sociais. A
Psicologia deve se manter laica para que não decorra em prejuízo nos modos de
significação de distintas condições de vida e de subjetivação, considerando especificidades
culturais que também podem abranger distintas referências a doutrinas religiosas e
mesmo a recusa à religiosidade ou expressa afirmação da crença de que Deus não existe
(LIONÇO, 2014, p. 13).

Porém, como dissemos, essa área de conhecimento é relativamente nova, o que certamente lhe
rende e ainda renderá duras críticas, uma vez que todo o trabalho se faz pela experiência e,
consequentemente, está sujeita a erros e acertos. Frente a tantas vertentes da psicologia, Pezzini
(2017) faz um alerta para que a relação entre os saberes seja harmoniosa e respeitosa, a fim de que
o progresso de tal ciência se faça paulatinamente.

Do mesmo modo que a psicologia preserva a sua identidade e a procura pela laicidade para
interpretar o homem de modo neutro, a teologia não pode se deixar levar pelos modismos que cada
época traz consigo. Preservar os ensinamentos da fé é também um dos princípios para que o
diálogo aconteça. Assim se garante a possibilidade de um aconselhamento que permita que a
crença no transcendente ocorra de maneira natural, acreditando nos benefícios da ciência que foi

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dada ao homem por Deus, porém, sem se esquecer que o saber teológico acredita no poder da
providência e da ação divina para curar e transformar vidas (PEZZINI, 2017).

Essa sobriedade é indispensável ao líder religioso, fazendo do saber psicológico um auxílio para que
a graça divina aconteça. As ciências não devem ser ignoradas, porém, ao mesmo tempo, os atributos
da fé não devem ser esquecidos. Nesse esforço constante é que se deve realizar o trabalho da
religião com o auxílio da ciência psicológica, tendo em mente que toda atuação visa, primeiramente,
o bem-estar e a possibilidade de uma vida sadia e prazerosa para quem procura ajuda em
momentos de sofrimento.

praticar
Vamos Praticar
A psicologia pastoral é um conhecimento consideravelmente novo, o que implica num processo atual de
construção de saberes ainda não explorados e/ou não validados pela ciência. Desse modo, é correto afirmar
que a psicologia pastoral…:

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a) É um conhecimento incerto. Nada nela é válido, pois, não há comprovações de sua eficácia, tendo em vista que religião é
algo inteiramente subjetivo e não deve ser objeto de estudo da ciência.
b) A psicologia pastoral deve ser interpretada como uma extensão da teologia. Seu conhecimento é útil para reforçar provas
sobre a existência de Deus.
c) A psicologia pastoral se resume no auxílio da psicologia no trabalho de líderes religiosos, os quais ampliam sua leitura
sobre o homem através da compreensão analítica trazida por essa ciência.
d) Ela cumpre com uma função burocrática, na qual, todo paciente que procura atendimento psicológico e se diz religioso é
encaminhado para psicólogos específicos que acreditam em Deus.
e) A psicologia pastoral é ainda um experimento, não tem caráter científico, pois, não traz argumentos válidos e possíveis de
investigação. Portanto, sua compreensão sobre o homem não necessita ser considerada pelo psicólogo quando o paciente
afirmar ser religioso.

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indicações
Material Complementar

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FILME

Nome: O Auto da Compadecida

Ano: 2000

Comentário: Neste clássico do cinema brasileiro inspirado na obra de


Ariano Suassuna, temos uma história que relaciona fé e razão. Neste
filme vale a reflexão sobre a necessidade de sobreviver em meio à
pobreza e à fome, ao mesmo tempo em que a fé e a tradição das
devoções permeiam a vida de todos daquela região, até mesmo do
cangaceiro matador. Isso nos leva a questionar: a religião nesse caso é
libertadora ou opressora? Crer em Deus é sinal de mudança de vida ou
adaptação da fé às nossas imperfeições? É possível viver e ser feliz sem
descumprir com os preceitos morais estipulados pela religião? Para
conhecer mais sobre o filme, acesse o trailer disponível em:

TRAILER

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LIVRO

Nome do livro: Quem me roubou de mim?

Editora: Planeta

Autor: Padre Fábio de Melo

ISBN: 9788542201604

Comentário: Nesta obra o autor Pe. Fábio de Melo faz uma investigação
a respeito do sequestro da subjetividade e o esvaziamento de si. Por
diversos motivos e com diversos relatos, vemos que o ato de ser pessoa
é um desafio constante, o que exige autoconhecimento e vontade de
superar seus limites sem se subjugar a algo ou alguém. Relações que
aprisionam devem ser evitadas, sendo a psicologia e a religião fortes
componentes de autonomia e liberdade.

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conclusão
Conclusão

Ao longo desta unidade estudamos a respeito da saúde emocional e o modo como ela se
desenvolveu historicamente, sendo suas características próprias de cada cultura e época, o que
desmistifica a ideia de emoção e sentimento como algo superficial e passageiro. Também
debatemos a respeito dos distúrbios e patologias mentais, compreendendo que a investigação
acerca de tais transtornos é importante para que entendamos que a sua relação com a religião,
quando realizada com respeito e seriedade pode ser benéfica para a cura ou diminuição dos
sintomas. Na sequência estudamos sobre a psicologia e teologia da educação, aproximando essas
áreas numa leitura positiva a respeito de sua relação com a formação humana, começando pelo
educador até chegar no educando. E como último assunto abordado, nossa aula foi sobre a
psicologia pastoral, ramo da psicologia que estuda as formas de atendimento e aconselhamento ao
indivíduo, numa perspectiva religiosa acompanhada de técnicas e aprendizados da psicologia.

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referências
Referências Bibliográficas

ARRUDA, B. B. Emoções e Perturbação Emocional: Reconhecimento de Expressões Faciais. 107 f.


Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Fernando Pessoa, Portugal, 2015.

CARLOS, E.; CARLOS, R. É preciso saber viver. Intérprete: Titãs. In: TITÃS. Volume dois. São Paulo:
WEA, 1998.

CASSIRER, E. A filosofia do Iluminismo. Campinas: UNICAMP, 1992.

COELHO, W. F. (org.). Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Person, 2014.

DRUMMOND; B. L. C.; RADICCHI, A. L. A.; GONTIJO, E. C. D. Fatores sociais associados a transtornos


mentais com situações de risco na atenção primária de saúde. REV BRAS EPIDEMIOL, São Paulo, p.
68-80, 2014.

FRANCO, M. da G. S. d'E. C.; SANTOS, N. N. Desenvolvimento da Compreensão Emocional. Psic.:


Teor. e Pesq., Brasília, v. 31, n. 3, p. 339-348, set. 2015. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
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