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FUNDAMENTOS DE CTBMF

Bases anestésicas e vasoconstritores


Anestesia local: perda da sensação em uma área circunscrita do corpo causada pela
depressão da excitação nas terminações nervosas ou pela inibição do processo de
condução dos nervos periféricos.
O anestésico não deve ser irritante ao tecido, não deve causar qualquer alteração
permanente da estrutura nervosa (existem relatos na literatura de parestesia química),
baixa toxicidade sistêmica (toda droga tem potencial de toxicidade utilizada em excesso),
ser eficaz independente de aplicação por injeção em tecidos ou tópica em mucosa (a
grande maioria dos anestésicos promovem anestesia por infiltração e existem os
anestésicos tópicos e essa opção é mais usada para minimizar o incomodo da anestesia
injetável), ter rápido efeito (tempo de latência = início de ação), ter suficiente duração
para realizar o procedimento, ter potencial suficiente para proporcionar anestesia
completa (o paciente não deve sentir dor mas ele sentirá toque e pressão), ser
completamente reversível, ser estéril ou capaz de esterilizado.
Farmacologia dos anestésicos locais
Absorção: é o deslocamento da droga do seu local de deposição até o sangue. Quanto
mais rápida a absorção, maior a toxicidade. Quanto mais tempo o ALs passar no tecido,
maior a duração e menor a toxicidade. Quando o ALs vai para a corrente sanguínea perde
o efeito e tem toxicidade. A droga só faz efeito enquanto está no tecido. Quanto mais
tempo passa no tecido melhor e diminui a toxicidade. Quanto mais rápido chega na
corrente sanguínea, maior toxicidade e menor duração pois foi absorvida mais rápido.
Grande parte dos ALs são vasodilatadores (exceto a cocaína), fazendo com que absorva
mais rápido diminuindo a duração.
Distribuição: Depois de absorvidos na corrente sanguínea, o AL é distribuído por todo o
corpo. Os anestésicos atravessam as barreiras hematoencefálicas e placentária.
Metabolização: As bases do tipo Ester são mais alergênicas, elas se metabolizam no
plasma sanguíneo. Essas bases são biotransformadas em ácido PABA (que tem potencial
alergênico). As bases do grupo Amida são metabolizadas no fígado. A droga para de fazer
efeito quando é metabolizada.
A Articaina tem parte da metabolização no plasma, mas é uma molécula hibrida, tem
parte éster e amida.
Se o paciente tem cirrose hepática, a droga demorará a ser metabolizada, passando mais
tempo na corrente sanguínea e aumentando a sua toxicidade.
Excreção: Uma porcentagem muito pequena de base anestésica em sua forma original pe
encontrado inalterada na urina. O anestésico em sua forma original (sem ter sido
metabolizado) é excretado.
Pacientes com doença renal grave podem ser incapazes de eliminar do sangue o AL
original ou seus principais metabólitos aumentando o potencial da toxicidade.
Ações sistêmicas do AL
SNC: A ação farmacológica é a depressão (diminui a excitabilidade nervosa); tem
propriedade anticonvulsivante (lidocaína, mepvacaína, prilocaína, procaína) elevam o
limiar convulsivo por meio da redução da excitabilidade dos neurônios; analgesia
(aumentam o limiar de reação a dor).
S. CARDIOVASCULAR: Produzem depressão do miocárdio, diminuindo velocidade
de condução e força de contração; causa vasodilatação periférica por relaxamento da
musculatura lisa da parede dos vasos; o efeito primário sobre a pressão é a hipotensão; a
cocaína e ropvacaína causam vasocontrição
Vasoscontritores
Vasocontritores são fármacos que contraem o vaso sanguíneo e portanto controlam a
perfusão tecidual. Por si só, a base anestésica dilata o vaso, por isso é adicionado
vasoconstritor (contraem os vasos sanguíneos e, portanto, controlam a perfusão tecidual);
reduzem o fluxo sanguíneo, menor absorção pelo SCV, diminuem a toxicidade, maior
duração do efeito anestésico, diminuição do sangramento (melhora o campo operatório).
Adrenalina/Epinefrina, Noradrenalina, Fenilefina, Levornodefina
Análogo da vasopressina: Felipressina.
Modo de ação: O vasoconstritor exerce ação nos receptores adrenérgicos; existem dois
tipos de receptores Alfa (contração da musculatura lisa; vasoconstrição) e Beta (ligado ao
relaxamento da musculatura lisa e estímulos cardíacos; atua no vaso e no coração
propriamente dito).
Concentração do vasoconstritor: Ex: Adrenalina 1:100.000 significa que há 1g de
vasoconstritor para 100.000ml de solução. É importante calcular a concentração do
vasoconstritor especialmente no atendimento a cardiopatas (é o guia para a quantidade de
anestésico). Em outros pacientes, o que guia a quantidade de anestésico que se pode
utilizar é a base anestésica.
Adrenalina
É o vasoconstritor mais comum; se liga aos receptores Alfa e Beta adrenérgicos
(principalmente os Beta); aumenta a pressão arterial, débito cardíaco, aumento da
frequência cardíaca e força de contração levando uma diminuição da eficácia cardíaca
(pois o coração está trabalhando de forma acentuada).
É broncodilatadora = usada em pacientes asmáticos pois dilata os brônquios.
Aumenta a concentração de glicose no fígado;
Aplicações clínicas: vasoconstritor em anestesia local, vasoconstritor para homeostasia
(para diminuir o sangramento), tratamento de reações alérgicas agudas, tratamento de
episódios asmáticos agudo, tratamento da parada cardíaca.
Em um paciente saudável, é seguro usar 0,2 mg de Adrenalina. Ou seja, 10 tubetes de
1:100.000 e 20 tubetes de 1:200.000.
Em pacientes cardíacos, usa 0,04 mg de Adrenalina. Ou seja, 2 tubetes de 1:100.000 e 4
de 1:200.000.
QUESTÃO DE CÁLCULO DE BASE ANESTÉSICO NA PROVA!!
Noradrenalina
Se liga principalmente nos receptores Alfa de forma mais forte causando vasoconstrição
excessiva podendo levar a uma necrose; menos eficaz pois é 4x mais fraca que a
adrenalina; aumenta a glicemia em menor grau; aumenta a pressão arterial, diminui a
frequência cardíaca.
Fenilefrina
Possui 5% da potência de adrenalina; promove estimulação direta dos receptores Alfa;
vasoconstrição potente; produz aumento da pressão sistólica e diastólica; glicogenólise
no fígado (aumentando a concentração de glicose no sangue).
Felipressina
Não atua na musculatura do coração; análogo sintético do hormônio vasopressina; não
atua nos receptores adrenérgicos; não apresenta efeito direto no coração; não apresenta
efeito na transmissão nervosa adrenérgica e é contraindicado para gestantes devido a
presença de ocitocinas, que causam contrações, podendo levar a partos prematuros ou
abortos espontâneos; a felipressina não causa controle de sangramento
Seleção do vasocontritor
Tem que pensar na duração do procedimento; se for longo não pode pensar em usar ALs
sem vasoconstritor (pensa em adrenalina); condição sistêmica do paciente (doenças
cardiovasculares ASA 3 e 4 e diabéticos descompensado não utiliza adrenalina; gestantes
não usam felipressina); necessidade de hemostasia (só leva em consideração
procedimento cirúrgico; a felipressina não causa homeostasia)
A adrenalina causa vasodilatação rebote (as vezes pode levar a um caso de hemorragia
pós-operatória). Noradrenalina pode causar risco de necrose tecidual na odontologia.
Felipressina mínimo valor na homeostasia e contrai mais a circulação venosa.

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