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Apostila Pericia Contabil Completa UFRA 022023 2
Apostila Pericia Contabil Completa UFRA 022023 2
Curso:CiênciasCon
tábeis
Disciplina: Perícia Contábil
Professor: Claudio Oliveira
Semestre: 2010/2
1 Breve Histórico
2 Conceituação
3 Tipos de Perícia
3.1 Perícia Judicial
3.2 Perícia Contábil Judicial
3.3 Perícia Semi Judicial
3.4 Perícia Extra Judicial
3.5 Perícia Arbitral
4 Objetivos da Perícia Contábil
5 Prova Pericial
6 Utilização de Trabalho de Especialista
7 A Pericia em Face de Fraudes e Irregularidades
8 Laudo Pericial
9Parecer `Pericial Contábil
10 Perito Contador
10.1 Saber Técnico Científico
10.2 Vivência Profissional
10.3 Perspicácia e Sagacidade
10.4 Índole Criativa e Intuitiva
11 Impedimento
12 Plano de Trabalho Pericial
13 Honorários
13.1 Em Processo Judicial
13.2 Em Inquérito Policial
13.3 Em Comissões Parlamentares de Inquérito
13.4 Em Juízo Arbitral
14 Sigilo
15 Responsabilidade do Perito
16 Ética e a Perícia
Considerações Finais
BREVE HISTÓRICO.
Porém, a figura do perito, ainda que associada a árbitro, fica definida no Direito Romano
primitivo, no qual o laudo do perito constituía a própria sentença.
De Sá (1997:13) :
No tempo do Brasil Colônia, relevante já era a função contábil e das perícias, conforme
se encontra claramente evidenciado no Relatório de 19 de junho de 1779 doVice-rei
Marquês do Lavradio a seu sucessor Luís de Vasconcelos e Souza (Arquivo Nacional
do Rio de Janeiro).
“No Brasil, a Perícia Judicial foi introduzida pelo Código de Processo Civil de 1939, em
seus artigos 208 e 254, que regulam a Perícia, nomeação do perito pelo juiz e
indicação pelas partes.”
1 - INTRODUÇÃO
A perícia pode ser entendida como sendo qualquer trabalho de natureza específica.
Pode haver em qualquer área, sempre onde existir a controvérsia ou a pendência, inclusive
em algumas situações empíricas (baseada na experiência sem caráter cientifico). Sua origem é
no interesse de pessoas litigantes, no interesse da justiça e no interesse público, podendo ser:
arbitral, judicial, extrajudicial, administrativa ou operacional. As mais conhecidas são
classificadas como sendo de natureza criminal, contábil, trabalhista e outras que necessitem de
constatação, prova ou demuonstração, científica ou técnica, da veracidade de situações, coisas
e fatos.
A instalação de uma Perícia Judicial poderá ser provocada por uma das partes
interessadas ou no entendimento do Juízo, em caso de o processo não apresentar elementos
suficientes de convencimento que levem a um julgamento justo. O objetivo da perícia é trazer
aos autos provas materiais ou científicas obtidas por meio de procedimentos como: exame,
vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação
(Resolução nº 858/99 - Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC T 13 - Da Perícia Contábil -
Conselho Federal de Contabilidade).
2 CONCEITUAÇÃO.
A expressão Perícia advém do Latim: Peritia, que em seu sentido próprio significa
Conhecimento (adquirido pela experiência), bem como Experiência.
Aplica-se a Perícia, por incumbência direta ou indireta dos interessados, para que este
examine, refira e opine com relação à matéria.
Através das citações de D´Áurea et al (1953:134) :
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Podemos observar que desde os tempos primórdios a figura do Contabilista esteve
presente em diversos momentos da história. Esta situação apenas vem demonstrar a sua
importância, tanto para a sociedade física quanto para a jurídica.
3 TIPOS DE PERÍCIA.
Muitos são os casos de ações judiciais para os quais se requer a Perícia Contábil.
Como força de prova, alicerçada em outros elementos que provam, como a escrita
contábil, os documentos, entre outros, a perícia é específica.
São elas às vezes decisivas nos Julgamentos. Onde se envolvem fatos patrimoniais de
pessoas, empresas, instituições, portanto, onde esteja a dúvida, aparece a perícia como
auxiliar.
A perícia judicial é especifica e define-se pelo texto da lei; estabelece o artigo 420 do
Código de Processo Civil na parte relativa ao “Processo de Conhecimento”:
FASE PRELIMINAR:
1. A pericia é requerida ao juiz, pela parte interessada na mesma;
2. O juiz defere a pericia e escolhe o perito;
3. As partes formulam quesitos e indicam seus assistentes;
4. Os peritos são certificados da indicação;
5. Os peritos propõem os honorários e requerem deposito;
6. O juiz estabelece prazo, local e hora para inicio.
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Ainda segundo o mesmo autor, de Sá (1997:63) , o ciclo da Perícia Judicial compõe-se de três
fases:
FASE OPERACIONAL:
7. Inicio da perícia e diligências;
8. Curso do trabalho;
9. Elaboração do laudo;
FASE FINAL:
10. Assinatura do laudo;
11. Entregado laudo ou laudos;
12. Levantamento dos honorários;
13. Esclarecimentos (se requeridos).
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do Distrito Federal e Territórios (Varas Cíveis, Fazenda Pública, Criminais, Falência e
Concordatas e Órfãos e Sucessões). Querendo o perito ainda, efetuar cadastro na Justiça
Federal e na Justiça do Trabalho (Varas Trabalhistas), deverá fazê-lo por Tribunal.
"Art 421 - O juiz nomeará o perito fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo.
Parágrafo 1º - Incumbe às partes, dentro em cinco (5) dias, contados da
intimação do despacho de nomeação do perito;
I - indicar o assistente técnico;
II - apresentar quesitos.
Parágrafo 2º - Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir
apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da
audiência de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem
informalmente examinado ou avaliado"
A nomeação poderá ser no próprio Termo de Audiência de Conciliação, onde não
havendo conciliação, as partes solicitam a realização de uma perícia técnica contábil. O Juízo
defere o pedido, entendendo ser necessário a presença de um expert no tema da controvérsia,
objetivando o deslinde, nomeará um perito de sua confiança e se dará nos seguintes termos:
..."Defiro a prova pericial requerida. Nomeio perito deste Juízo, o Contador Dr. Douglas Will
Martins com endereço na Secretaria, que terá vista dos autos e aceitando apresentará a
proposta de honorários, faculto às partes a indicação de seus assistentes técnicos e
apresentação de quesitos e,m 05 dias" .
As intimações, inclusive da nomeação se dará através do "Mandato de Intimação" por
via postal - AR ou também por via telefone devidamente certificado pela Diretora de Secretaria,
junto aos autos. A falta de intimação do despacho de nomeação do perito pode ser suprida
pelo Juiz com ampliação do prazo estipulado no Código de Processo Civil, artigo 421, § 1º
"Incumbe às partes dentro em (5) dias, contados da intimação do despacho de nomeação do
perito".
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escusar-se dos serviços sempre que reconhecer não estar capacitado à altura do
encargo confiado, conforme o item 2.2.3 da Resolução nº 857;
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Elaboração do Laudo Pericial - o seu planejamento, execução e redação são de
responsabilidade exclusivas do Perito do Juízo. O Laudo Pericial é o produto final da
perícia que tem por objetivo auxiliar as partes no entendimento e propiciar ao Juízo a
possibilidade de fazer justiça. O Laudo deverá conter no mínimo:
a) Cabeçalho (Identificação do Juiz e da Vara responsável pelo processo, nº do processo
e tipificação da ação e nome das partes);
b) Metodologia aplicada na execução dos trabalhos;
c) Os quesitos serão transcritos e as respostas serão ofertadas de forma objetiva e clara a
não deixar dúvida quanto à matéria, evitando respostas diretas como simples "sim" e "não",
iniciando pelos do Juízo, se houver, passando para os do Requerente e, por último para os do
Requerido; e
d) Se possível, uma conclusão técnica.
Apresentação do Laudo e Solicitação de Alvará de Levantamento - concluído o
Laudo Pericial dentro do prazo previamente definido pelo juiz, o Perito do Juízo fará,
por meio de petição, o seu encaminhamento, a restituição do processo e solicitar a
liberação do Alvará de Levantamento referente ao depósito de honorários periciais com
os acréscimos legais.
o Do Requerente;
o Do Requerido;
o Conclusão
Os esclarecimentos não podem ser prestados por meio de precatória, mas se o perito
não residir na sede do Juízo, nada impede que o julgador remeta pedido de esclarecimento ao
mesmo, que os prestará por escrito.
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3.2 PERÍCIA CONTÁBIL JUDICIAL.
No entendimento de Sá (1997:63) :
“Perícia contábil judicial é a que visa servir de prova, esclarecendo o juiz sobre
assuntos em litígio que merecem seu julgamento, objetivando fatos relativos ao
patrimônio aziendal ou de pessoas.”
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depois que um especialista apresentar um parecer sobre a situação contábil da
companhia.
Há dois tipos de perícia contábil: judicial ou extrajudicial. No caso da judicial, o perito
contador é nomeado por um juiz para analisar uma determinada causa e emitir seu
parecer. No caso da perícia extrajudicial, ela serve para avaliar bens e direitos, cálculo
de indenizações, venda e compra de empresas, partilha de bens, liquidação de haveres,
divórcio. A perícia é o único meio de prova capaz e eficaz de avaliar as questões
materiais que são controvertidas durante a ação.
O contador, na função de perito, deve manter adequado nível de competência
profissional, atualizado sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), além das
técnicas contábeis, especialmente as aplicáveis à perícia.
O trabalho do perito contábil tem como base a análise de livros, registros de transações
e documentos que envolvem os fatos a serem investigados. No entanto, na prática, os
peritos muitas vezes devem procurar procedimentos de acordo com os fatos adotados
pelas partes, desde que não comprometam as normas legais e a sua ética profissional.
Durante o processo da perícia, três profissionais podem atuar concomitantemente, pois o
autor e o réu podem indicar assistentes técnicos para acompanharem o profissional
indicado pelo magistrado. Este faz o laudo e o submete aos assistentes. Caso um deles
discorde, é feito então um outro laudo.
Quando a perícia é solicitada é porque não se tem condições de resolver o que está
sendo pleiteado por uma das partes com as provas existentes. Surge então a necessidade
de entrar na matéria técnica, nome dado à perícia, seja, ela contábil, administrativa ou
médica, entre outras.
Em áreas como a Justiça do Trabalho é muito grande a procura pela perícia. Já na
Justiça Estadual, onde estão as áreas cível, de família e fazenda pública, a perícia não é
muito pedida na fase de instrução do processo. Mas, em compensação, o laudo pericial é
solicitado na liquidação da sentença.
O perito é indicado pelo juiz e goza da confiança do mesmo, devendo realizar o trabalho
e apresentar o laudo por escrito, respondendo aos quesitos determinados. Quesitos são
questões ou perguntas determinados pelo juiz ou pelas partes interessadas.
A pericia semijudicial é aquela realizada dentro do aparato institucional do estado porém fora
do poder judiciário, tendo como finalidade principal ser meio de prova nos ordenamentos
institucionais usuário. Esta espécie de perícia subdividi-se segundo o aparato estatal atuante,
em policial (nos inquéritos), parlamentar (nas comissões parlamentares de inquérito ou
especiais) e administrativo tributário (nas esferas da administração pública tributaria ou
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conselhos de contribuintes) classificamo-las em semijudiciais porque as autoridades policiais,
parlamentares ou administrativas tem algum poder jurisdicional, ainda que relativo e não com a
expressão e extensão do poder jurisdicional classicamente enquadrável como pertencente ao
poder judiciário e ainda por estarem sujeitas a regras legais e regimentares que se
assemelham as judiciais.(ALBERTO, 2002 p. 53, 54)
É aquela realizada fora do judiciário, por vontade das partes. Seu objetivo poderá ser:
demonstrar a veracidade ou não do fato em questão, discriminar interesses de cada pessoa
envolvida em matéria conflituosa; comprovar fraude, desvios, simulação.
A perícia extrajudicial é aquela realizada fora do estado por necessidade escolha de entes
físicos e jurídicos. Esta espécie de perícia subdivide-se, segundo as finalidades intrínsecas
para as quais foram designadas, em demonstrativos, discriminativas e comprobatórias. Assim o
dizemos por que, no primeiro caso das demonstrativas, a finalidade para a qual se busca a via
perícia é demonstrar a veracidade ou não do fato ou coisa previamente especificados na
consulta; já no segundo caso, esta via instada a colocar nos justos termos ou interesses de
cada um dos envolvidos na matéria potencialmente duvidosa ou conflituosa; e no terceiro caso,
quando visa a comprovação das manifestações patológicas da matéria periciada (fraudes,
desvios, simulações etc). (ALBERTO, 2002 p.54)
É a realizada por um perito, e, embora não seja judicialmente determinada, tem valor de
perícia judicial, mas natureza extrajudicial, pois as partes litigantes escolhem as regras que
serão aplicadas na arbitragem.
Por final, a perícia arbitral, que é a perícia realizada no juízo arbitral – instância decisória criada
pela vontade das partes -, não sendo enquadrável em nenhuma das anteriores por suas
características especialíssimas de atuar parcialmente como se judicial e extrajudicial fosse.
Subdivide-se em probante e decisória, segundo se destine a funcionar como meio de prova do
juízo arbitral, como subsidiadora da convicção do arbitro, ou é ela própria a arbitragem, ou seja,
funciona seu agente ativo como o próprio arbitro da controvérsia. (ALBERTO, 2002 p.54).
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A Perícia tem como objetivo fundamentar as informações demandadas, mostrando a
veracidade dos fatos de forma imparcial e merecedora de fé, tornando-se meios de prova para
o juiz de direito resolver as questões propostas.
Objetividade;
Precisão;
Clareza;
Fidelidade;
Concisão
Confiabilidade inequívoca baseada em materialidades, e
Plena satisfação da finalidade.
Clareza : está em usar em sua opinião de uma linguagem acessível a quem vai utilizar-
se de seu trabalho, embora possa conservar a terminologia tecnológica e cientifica em seus
relatos.
Fidelidade : caracteriza-se por não deixar-se influenciar por terceiros, nem por informes
que não tenham materialidade e consistência competentes.
Concisão : compreende evitar o prolixo e emitir uma opinião que possa de maneira fácil
facilitar as decisões.
5 PROVA PERICIAL.
A prova pericial contábil tem como objetivo primordial mostrar a verdade dos fatos do
processo na instância decisória e é utilizada se o objeto da questão o requerer.
“A prova pericial é o meio de se demonstrar nos autos, por meio de documentos, peças
ou declarações de testemunhas, tudo que se colheu nos exames efetuados”.
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A prova pericial é obtida mediante procedimentos determinados pela Resolução do CFC
858/99 – Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC-T 13.4.1, da Perícia Contábil.
Todos os meios são válidos para que o perito forme a sua opinião, evidenciando sempre
a verdade dos fatos, porém, não se esquecendo de sua conduta ética.
O perito contábil em qualquer trabalho que venha desenvolver, terá acesso a todos os
documentos necessários para a elaboração do laudo pericial, inclusive, em alguns casos
poderá solicitar o depoimento dos envolvidos.
“2.8.1. O perito contábil pode utilizar-se de especialistas, de outras áreas, como forma
de propiciar a realização de seu trabalho, desde que parte da matéria objeto da perícia
assim o requeira.
2.8.2. Na perícia extrajudicial a responsabilidade do perito fica restrita a sua área de
competência profissional quando faz uso do trabalho de especialista, com efeito
determinado no laudo contábil, fato que deve constar do mesmo.”
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Judicialmente, o perito é responsável por sua opinião e, se recorreu a terceiros, deve,
igualmente, assumir a responsabilidade, pois dividiu a tarefa, mas não a responsabilidade.
Essas necessidades são manifestadas nas imperfeições e nas inadequações. Algumas das
razões são:
- os métodos são imperfeitos:
- os homens também o são;
- os sistemas são inadequados;. etc, etc.
IRREGULARIDADES ADMINISTRATIVAS
Imperfeições:
(boa gestão, boa administração da massa patrimonial) - contaminação.......
Exemplo: acúmulo de funções incompatíveis; subordinação entre parentes próximos; falhas na
aquisição-guarda-conservação-alienação dos meios materiais; sua danificação, extravio ou
desvio; etc (todas atingindo a integridade patrimonial própria e de terceiros; realização de
negócios, cujos efeitos podem causar prejuízos às partes interessadas);
Negligências:(vigilância, zelo e ordem devem presidir os atos e fatos de gestão para alcance
dos fins propostos e sem perturbações na ação executBiva)
Exemplo: falhas humanas, físicas ou psíquicas; omissões na vigilância, zelo e ordem,
causando danos substanciais.
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Simulações:aparência de irregularidade em determinado ato ou determinado negócio, pelo
interesse pecuniário, a ambição e avidez pela conquista de riquezas, lançando mão de ardis,
de astúcia e malícia, para ludibriar outrem em benefício próprio. Na realidade, os atos ou
negócios simulados contrariam as normas jurídicas e a ética.
Fraudes:enganar ou burlar em proveito próprio. A fraude não se presume, deve sr provada por
quem acusa, embora admita-se a “ prova por indícios ou circunstâncias “.
Variantes de fraudes: furto, roubo, lesão, desfalque, estelionato, falsificação.
Exemplo: adulterações de pesos e medidas; substituição e subtração de mercadorias;
furtos nas transações; roubo e desvio de mercadorias e valores; abuso de poder nas funções;
apropriação indébita; cálculos errados/ documentos falsos; faltas de caixa; irresponsabilidade
em prestação de contas.
Culpa:aquele que por negligência, comete omissão-------- é culpado. É causa do dano pelo
qual responde moralmente seu autor, quando ineficiente e de boa-fé e de direito; quando deixa
de cumprir obrigações explícitas ou com tendências para a má-fé.
IRREGULARIDADES CONTÁBEIS
Sendo a contabilidade, por suas funções, uma forma de representação de fatos, ela,
como qualquer outra forma de expressão, não pode prestar-se às aparências, figurando fatos
inexistentes ou desvirtuados por artifícios, falsas situações, isto com o caráter de simulação, ou
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seja, a intenção de induzir a interpretações que não condizem com a realidade, a verdade e
exatidão de coisas e fatos
5 - Simulações: quando coisas e fatos não correspondem à verdade, quando alguém contraria
normas e preceitos, ou quando são arquitetadas situações irreais e irregulares. São aqueles
que não se verificaram ou com desvirtuação gráfica, ou omissão de operações e negócios
legítimos.
Exemplo: simulação de inventários; operações ou negócios; débitos e créditos; de
despesas ou prejuízos; rendas ou lucros; distribuição indevida ou evitada de lucros; de déficit
ou superávit falsos; situações aparentes ou falsas de balanços.
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6 - Adulteração: dentre as irregularidades contábeis, são elencadas como adulteração não
apenas o simples fato de alterar a escrituração em alguma de suas partes, mas a emenda,
eliminação ou acréscimos que alterem, propositadamente, os registros. As alterações podem
ser de contas, históricos, datas, quantias, lançamentos ou peças contábeis já elaboradas.
Exemplo: adulteração de inventários; escrituração de livros; nos próprios livros; em débitos;
créditos; contas e sub-contas de receitas e despesas; nos resultados econômicos; nos
balanços e peças que os acompanham.
Assim é que, segundo a alínea “d” , do art. 27, do Decreto-Lei nº 9.295/46, aplica-se a
pena de suspensão do exercício da profissão àqueles que“dentro do âmbito de sua atuação e
no que se referir à parte técnica forem responsáveis por qualquer falsidade de documentos que
assinarem e pelas irregularidades de escrituração praticadas no sentido de fraudar as rendas
públicas”.
O mesmo Decreto-Lei no art. 10, alínea “c”, prevê a fiscalização das profissões de
Contador e Técnico em Contabilidade, impedindo e punindo infratores.
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8 LAUDO PERICIAL.
O Perito Contador é o único responsável pela preparação e redação do laudo, que deve
ser produzido de maneira clara e objetiva, expondo a síntese do objeto da perícia, os critérios
adotados e as conclusões.
O laudo poderá ser com quesitos, que serão transcritos e terão as respostas
circunstanciadas na pesquisa efetuada, respondidos primeiros os quesitos oficiais e,
posteriormente, os formulados pelas partes; e, quando não houver quesitos, a perícia será
orientada pelo objeto da matéria.
Não existe normatização quanto à estrutura do laudo, mas existem formalidades que
compõem a estrutura dos mesmos.
a) abertura:
Nome da pessoa a quem se dirige a perícia;
Nº do processo, se houver;
Nome das partes envolvidas – autor e réu; e
Parágrafo introdutório.
No parágrafo introdutório consta:
Declaração formal de realização do trabalho pericial;
Identificação legal do perito;
Nº do órgão de classe;
Declaração de observância da legislação processual aplicável e
E das Normas Brasileiras de Perícia e do perito-contador;
E a declaração da espécie de laudo que se apresenta.
b) Considerações iniciais
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Se não houver diligência, descrição dos elementos que foram objeto de exame, análise
ou verificação;
Se houver diligência, descrição dos elementos pesquisados e vistoriados;
Descrição de técnicas, análises, métodos e raciocínios utilizado para conclusão
pericial.
d) Considerações finais
Síntese da conclusão;
Opinião técnica do perito sobre a matéria;
Síntese de apuração de valor e seu montante (se for o caso);
Síntese da finalidade do laudo;
Indicação de quesitos (se houver).
e) Quesitos - Respostas
f) Encerramento do laudo:
g) Anexos
Não existe um modelo padrão para o Laudo Pericial, porém, todos devem conter os
elementos básicos relatados anteriormente.
Anexos a “folha de rosto” que estamos apresentando, devem figurar os quesitos e outros
documentos complementares, necessários à confecção do Laudo Pericial.
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MODELO LAUDO PERICIAL
(TIPO DE AÇÃO)
Processo nº (número do processo)
.......VARA CÍVEL DA COMARGA DE................................
(caracterização dos responsáveis pela vara – juiz, promotor e escrivão)
Requerente:
Requerido:
Objeto da Perícia (enumera os objetivos do trabalho pericial, conforme pedido das partes ou
identificado nas manifestações)
Perito do Juízo:
Requerente:
Requerido:
Orientação observada pelo signatário deste quando na função como perito do Juízo:
Corpo da Perícia
Metodologia Aplicada
Resposta aos quesitos
Anexos
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9 PARECER PERICIAL CONTÁBIL.
Quanto as formalidade que norteiam os procedimentos que devem ser observados pelo
Perito Contador assistente na elaboração do parecer pericial contábil, é essencial a observação
dos seguintes itens:
O laudo técnico divergente é o laudo elaborado pelo assistente técnico quando não concorda
com o laudo oficial. Neste caso, devem-se seguir todos os procedimentos aplicados ao laudo
pericial judicial.
O fato é que, ultimamente, tem-se dado muito valor ao parecer técnico, isto em função de
alguns entendimentos entre eles podemos citar:
Os arts. 332 e 333 CPC, que dizem caber à parte a prova do que está alegando. Isto acaba
antecipando as provas, e alguns juízes, entendendo que o parecer juntado à inicial é prova
suficiente e até dispensa a pericia, concedem liminares. Por isso, entendemos que o parecer
técnico deve estar revestido de todas formalidades e procedimentos aplicados à pericia,
guardadas as devidas particularidades.
10 PERITO CONTADOR.
É à busca da verdade real oriunda do eficaz e efetivo desempenho do perito contábil nos
registros, documentos contábeis, controles internos da entidade e de quaisquer outros
elementos materiais disponibilizados pelas partes ou obtidos junto a terceiros, visando a
promover a verdade formal mais próxima possível da realidade estudada e identificada no
trabalho de campo.
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Além desses elementos, existem os veículos acessórios, como a documentação que
suporta a escrituração ou outros necessários para a comprovação do fato, conforme previsto
no Código de Processo Civil (art.429), tais como depoimentos de testemunhas, documentos em
poder de partes, repartições publicas e outros.
Cabe destacar que um dos procedimentos mais adequados que o Perito Contador deve
promover quando se questiona a validade legal da escrita contábil de uma das entidades do
litígio e valer-se, dentre as diversas modalidades de certificação oriundas da tecnologia contábil
de auditoria interna, da determinada prova emprestada.
Depreende-se que, para o desempenho de tal função, o Perito deve estar dotado de
habilidade, destreza e, principalmente, de conhecimento técnico-científico de Contabilidade.
Para que o desempenho dessa função seja eficiente e eficaz, exige-se do Perito, dentre
outros, requisitos fundamentais, que são:
Podemos observar nos itens acima, que a responsabilidade delegada ao Perito começa
no planejamento do trabalho, na execução e elaboração do laudo pericial. Sua criatividade,
competência e responsabilidade farão com que seu trabalho torne-se sustentável
juridicamente.
CARACTERISTICAS:
10.1 SABER TÉCNICO-CIENTÍFICO.
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sua especialidade, visando a levar aos autos a verdade real, de que resulta para qualquer das
partes a adequada aplicação da justiça no processo judicial ou a administração de um
patrimônio, quando a perícia for extrajudicial.
O Perito pode extrair elementos, interpreta-los e ainda delimitar um fato quanto tiver
pleno domínio dos conhecimentos de sua realidade.
A perícia versa sempre sobre matéria de fato, que muitas vezes não é atingida pelos
conhecimentos teóricos puros de uma Ciência, resultando dessa condição a integração entre
conhecimento teórico e experiência profissional.
Embora tais qualidades sejam fruto do íntimo do ser humano, em alguns desenvolvidos e
aprimorados de forma mais evidente, não significa que o profissional, que objetiva tornar-se um
Perito, desconsidere tais particularidades.
Pode-se dizer que tais características sejam o sexto sentido do profissional, que encontra
no trabalho pericial a sua forma plena de servir ao próximo e à humanidade, trabalhando com a
união de seu corpo e espírito.
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TEXTO COMPLEMENTAR
O perito como auxiliar da Justiça e assistente das partes.
Vimos na aula anterior questões relacionadas à diligência e papéis. Reforçamos entendimento discutido
na aula passada quanto à possibilidade de o perito obter cópias de livros e documentos fiscais,
trabalhistas, previdenciários além de outros documentos que entender relevantes para justificar quesitos
ou provas. Tal procedimento é necessário como meio de diminuir riscos de adulteração de provas. Nesta
aula, com base no presente paper, discutiremos o perito como auxiliar de justiça e como assistente das
partes. Nenhuma dúvida que o marco para discussão será a Resolução CFC n. 803/96, que traz o Código
de Ética do Contabilista. Portanto, o art. 1º determina que o Código de Ética Profissional tem por objetivo
fixar a forma pela qual se devem conduzir os contabilistas, quando no exercício profissional. Digamos,
trata-se de cláusula pétrea, ou seja, aquela que não se move, não se modifica, sob pena de absoluto
desregramento profissional. Em seguida, no art. 2º, dá-se outra regra rígida que trata dos deveres do
contabilista e, enumera, no seu inciso I: exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada
a legislação vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da
dignidade e independência profissionais. Essas regras encontram-se no âmbito da legislação de regência
profissional e afetam ambas as designações do perito, seja como perito de justiça, seja como assistentes
das partes. Outra regra substancial é a constante do Código de Processo Civil – CPC, art. 422, que
dispõe que o perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de
termo de compromisso. É importante observarmos que o art. 5º dispõe nove regras diretas aplicáveis ao
perito, assistente técnico, auditor ou árbitro. Ressaltamos ainda a questão de sigilo, porquanto, os peritos
devem respeitar e assegurar o sigilo do que apurarem durante a execução de seu trabalho, sendo-lhes
terminantemente proibida a sua divulgação, salvo quando houver obrigação legal de fazê-lo, que seria o
caso de algum tipo de ordenamento judicial. É necessário que se destaque que aos profissionais impõe-
se que se mantenham atualizados profissionalmente, em programas de educação continuada quando for
o caso, independente de qualquer regulamentação neste sentido pelo Conselho Federal de Contabilidade
e, no mínimo, que mantenham suas bibliotecas atualizadas com obras que tragam conhecimento e relatos
de casos ou experiências de outros profissionais.
11 IMPEDIMENTO.
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12 PLANO DE TRABALHO PERICIAL
A etapa de planejamento está descrita na NBC T 13 do item 13.2. Esta seção relata que o
planejamento deverá considerar os seguintes fatores relevantes na execução dos trabalhos:
a) o conhecimento detalhado dos fatos concernentes a demanda;
b) as diligências a serem realizadas;
c) os livros e documentos a serem compulsados;
d) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de perícia a serem aplicados;
e) a equipe técnica necessária para a execução do trabalho;
f) os serviços especializados, necessários para a execução do trabalho;
g) os quesitos, quando formulados; e
h) o tempo necessário para a elaboração do trabalho.
O planejamento elaborado, aliado aos métodos e recursos disponibilizados, determina os
procedimentos utilizados pela perícia no desempenho de sua função. Nesse sentido, o
trabalho pericial é garantido pelo artigo 429 do Código de Processo Civil, que estabelece ao
perito utilizar de todos os meios técnicos necessários e disponíveis à solução técnica de seu
trabalho.
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DILIGÊNCIAS E QUESTIONARIOS
Este é um aspecto de extrema importância a ser considerado no laudo, é ele que assegura a
sua eficácia enquanto prova. É a sua fundamentação.
Aliás, a cientificidade da prova está essencialmente no fato de poder ser testado os resultados
a que chegou, e de serem estes passíveis ou não de validação.
...é evidente que a característica original da regra do jogo é o teste. Testar através de
observadores verificadores, diferentes opiniões ou diferentes idéias (...) É claro que um teste -
não tem valor absoluto (...) uma teoria é considerada sólida quando é um pouco confirmada de
um modo multicruzado (como nas palavra cruzadas), ou seja, quando diferentes indícios,
diferentes inferências lógicas, diferentes verificações fazem com que essa teoria se ache bem
consolidada por diversos lados (Morin,1998).
Portanto, somente conhecendo os passos seguidos pelo vistor oficial, tais como a legislação
pesquisada, doutrina contábil na qual se embasou, inspeções realizadas, , procedimentos
técnicos empregados etc., os assistentes técnicos poderão se manifestar sobre a qualidade da
prova apresentada.
O laudo pericial-contábil não pode refletir mera e vaga opinião pessoal ou conceitos de ordem
puramente subjetivos do perito e dos assistentes, seja em laudo ou na crítica técnica ao laudo
do perito judicial, mas conceito técnico fundamentado e objetivo quanto à matéria fático-
contábil ou contábil-fiscal (Monteiro, 1985).
Quando o perito omite essa informação que confere credibilidade ao seu trabalho, poderá a
peça técnica produzida ser invalidada.
A falta de fundamentação objetiva do laudo pericial contábil, de forma que não possa ser
valorado e apreciado criticamente pelas partes, leva à nulidade "pleno jure" do mesmo ou da
crítica técnica dos assistentes (Monteiro, 1985).
A perícia, necessariamente para produzir efeitos legais, ter validade, deve estar assentada em
bases sólidas, deve possuir sustentação científica, técnica ou documental, entre outros, que
permitam-lhe consistência, segurança nas informações em que se traduz.
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Se o perito judicial não traz nenhum documento idôneo, pertinente à causa, que embase as
respostas ao seu laudo, e se limita a responder quesitos seca ou laconicamente, com base tão
somente nos lançamentos do Diário, sem porém, examinar os documentos essenciais da
controvérsia e que deram origem àqueles lançamentos, anexando-os ao laudo, por xerox
autenticado, esse laudo não tem fundamentação, sendo desprovido de consistência
(segurança) contábil, faltando-lhe validade técnico-contábil, o que lhe retira toda e qualquer
eficácia como prova pericial a produzir efeitos. (monteiro,1985)
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13 HONORÁRIOS.
Os honorários periciais estão regulados pelo CPC, artigo 19, 20 e 33, e pela Resolução
857/99 – NPC-P2, do Perito Contábil :
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O perito contábil quando nomeado pelo magistrado, no âmbito judicial, deve fixar sua
remuneração, na qual representa o seu esforço. Do ponto de vista das normas técnicas e
funcionais de perícia contábil “o magistrado pode determinar, primeiramente, seus honorários
mediante a avaliação dos serviços” (NBC P-2 – Normas Profissionais do Perito).
É comum, os juizes fixarem prazos para a realização do trabalho. A lei nº 8.455 fixa o limite
desses prazos. A melhor forma para poder acompanhar as etapas e tempo gasto é fazer um
cronograma de tarefas com o tempo previsto para cada uma. Os cronogramas devem ter uma
margem de segurança para cobrir imprevistos, que são naturais (SÁ, 2004, p. 35).
A primeira comunicação do perito com os autos ocorre após a nomeação. Intimado pelo
magistrado a apresentar a proposta de honorários, comparece ao cartório da vara
correspondente e pede carga dos autos. No curto tempo que lhe for concedido, geralmente
cinco dias, o perito deverá estudar os mesmos com a finalidade de interar-se de seu conteúdo,
avaliar o seu grau de complexidade, a extensão e o tempo necessário para o desempenho do
seu trabalho, para então estimar o valor dos honorários (MORAIS e FRANÇA, 2000, p. 109).
A petição de verbas honorárias deve trazer todos os fundamentos necessários para evidenciar
as etapas de realização do trabalho pericial. Pode ainda requerer o depósito judicial prévio do
valor dos honorários até a data de instalação da perícia, para que, após a entrega do laudo
pericial, a importância depositada seja levantada mediante a expedição de alvará judicial. A
questão remuneratória obriga o perito a se comunicar com o magistrado, em várias
oportunidades, requerendo o arbitramento de sua remuneração, apresentando orçamento,
pedindo o levantamento de depósito prévio e suplementar ou de levantamento do depósito
integral de seus honorários (YAMAGUCHI, 2001, p. 48). Yamaguchi (2001, p. 49)0, afirma que
“a falta da apresentação de um planejamento detalhado do trabalho pericial, incluindo planilha
de custos justificada, é uma das principais dificuldades enfrentadas pelos juízes no
arbitramento dos honorários de peritos judiciais.
Dificuldades como esta, obrigam os juizes a fixarem valores baseados em avaliação própria,
muitas vezes não representando a remuneração justa pelo trabalho pericial”.
Segundo Morais e França (2000, p. 118) para que as partes não encontrem falhas que gerem
controvérsias quanto ao valor cobrado, e para que, também o magistrado possa encontrar
subsídio de provas e análises suficientes para não arbitrar os honorários do perito, é
conveniente que a petição seja formalizada observando no mínimo:
a) Volume de documentos dos autos;
b) Possível necessidade de diligências;
c) Possíveis deslocamentos e viagens;
d) O tempo necessário à realização do trabalho;
e) Quantidade de pessoas necessárias;
f) Necessidade do uso de laudos de empresas especializadas;
g) Necessidades de uso de trabalhos interprofissionais;
h) Pesquisas complementares;
i) Cálculos financeiros e elaboração de planilhas;
j) Avaliação da responsabilidade, em função do conhecimento técnico empregado e ainda da
relevância da causa;
k) Complexidade do trabalho;
l) Necessidade de desembolso financeiro antes do levantamento dos honorários.
Complementando Morais e França, Yamaguchi (2001, p.47) afirma que o perito não pode
aviltar os honorários, nem valorizá-los excessivamente. A proposta deve trazer todos os
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fundamentos necessários a evidenciar as etapas de realização do trabalho pericial dando
suporte aos honorários, evitando assim a adoção de petições simplórias para o requerimento
dos honorários, pois estas contribuem de forma negativa para a valorização do seu trabalho.
Quanto à fixação dos honorários, cabe ressaltar que os mesmos poderão ser impugnados
pelas partes ou sofrer reduções. O perito, embora não sendo parte no processo, pode e deve
requerer reconsideração, se a remuneração fixada representar, em seu entender, aviltamento
de seu trabalho. Em hipótese alguma, o perito, na função judicial, pode ser pago diretamente
pela parte responsável pela remuneração pericial. Este é um ato financeiro que precisa ser e
estar comprovado nos autos do processo (MORAIS e FRANÇA, 2000, p. 119).
Deveria ser mediante licitação, mas, dada a urgência de alguns casos, isso não ocorre, e
devem ser observados os critérios já existentes.
O juízo arbitral é instituído pela vontade das partes, e cada uma delas responde pelos
honorários.
14 SIGILO.
De acordo com a Resolução CFC nº 733/92 de 22/10/92 – NBC – P-2 – Normas Profissionais
de Perito Contábil, item 2.6 - Sigilo:
“2.6.1. O perito contábil deve respeitar e assegurar o sigilo do que apurar durante a
execução de seu trabalho, não divulgando em nenhuma circunstância, salvo quando
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houver obrigação legal de fazê-lo, dever que se mantém depois de entregue o laudo ou
terminados os compromissos assumidos.”
O que se conhece em razão de confiança não pode ser divulgado, sendo crime fazê-lo.
O CPC em seu artigo 144 diz “Ninguém pode ser obrigado a depor de fatos, a cujo respeito, por
estado de profissão, deva guardar segredo.”
15 RESPONSABILIDADES DO PERITO.
“2.7.1. o perito contábil deve cumprir os prazos e zelar por suas prerrogativas
profissionais nos limites de sua função, fazendo-se respeitar e agindo sempre com
seriedade e discrição.
2.7.2. Os peritos contábeis, no exercício de suas atribuições, respeitar-se-ão
mutuamente, defesos elogios e críticas de cunho pessoal.”
16 ÉTICA E A PERÍCIA.
A ética, como principio contábil, envolve aspectos objetivos em que sua aplicação não
depende de opção ou escolha do profissional, mas é conseqüência da própria natureza da
Contabilidade, contida no princípio contábil, a qual precisa ser respeitada.
Assim, como não se pode alegar ignorância da lei, para não cumpri-la, também não se
podem ignorar exigências técnicas e culturais para o exercício da profissão.
Da mesma forma, quando o indivíduo não tem boa formação ética, também não sabe se
está ou não cometendo ato aético. Quando incompetente e mal formado, seu erro pode
abranger os dois aspectos, ou seja, ele erra no julgamento de seus próprios atos e na
aplicação da ética contábil.
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O Conselho Federal de Contabilidade, com poderes concedidos por Lei, aprovou o
Código de Ética Profissional do Contabilista. Resolução CFC nº 803/96, de 10 de outubro de
1996, incluindo as alterações da Resolução CFC nº 819/97, de 20 de novembro de 1997.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
Fonseca, Alice Aparecida da Silva et al. Revista Brasileira de Contabilidade. Ano XXIX nº
123.
Brasília. Mai/Jun 2000.
D´Áurea , Francisco – Revisão e Perícia Contábil, 2. ed. 1953. Rio de Janeiro: Nacional.
De Sá, Antônio Lopes – Perícia Contábil, 3. ed. – 1997 - São Paulo: Atlas.
Normas da Profissão Contábil – 24ª edição – Conselho Regional do Estado de São Paulo.
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