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O pescador e o gênio

Havia um pescador que passava por uma situação


financeira difícil. Ele vivia com a mulher e seus três
filhos. O sustento da sua família dependia somente
dele que pescava para trazer comida para casa.
Ele saía de madrugada para pescar e garantir que
teria comida na mesa, sempre jogava sua rede quatro
vezes.
Como todos os dias, saiu para pescar numa noite de
lua e chegando lá jogou sua rede. Ficou entusiasmado
porque estava bem pesada, mas quando puxou a rede
veio uma carcaça de burro. Logo a alegria se
transformou em tristeza.
Sua rede estava toda rasgada, mas ele tinha que
correr contra o tempo. Teria que costurar a rede
porque era a única e sem dinheiro para comprar
outra.
Deu certo, ele mesmo conseguiu consertar. Pela
segunda vez lançou sua rede com esperança de vir
peixes para matar a fome de seus filhos e de sua
mulher. Não se importava com ele, só com a família.
Quando puxou na rede sentiu grande resistência
acreditando que eram muitos peixes, mas só
encontrou um cesto cheio de areia e lama.
Coitado, ele estava arrasado porque não sabia fazer
outra coisa na vida. Mas, mesmo assim não desistiu.
Pela terceira vez lançou sua rede ao mar e só
conseguiu tirar pedras e sujeira.
Quase enlouqueceu de tanto desespero, até pensou
em se jogar no mar e tirar sua própria vida.
Havia percebido que o dia começava a nascer e não se
esqueceu de sua prece como um bom mulçumano que
era.
Disse para ele mesmo:
- Não posso ser fraco ao ponto de tirar minha vida!
Ruim comigo, pior será se minha família me perder.
Lembrou que ainda tinha uma chance em lançar a
rede, já era a quarta vez...
Tirou forças da onde não tinha e assim lançou sua
rede ao mar com o pouco de fé que ainda restava. No
fundo tinha certeza que viria algum peixe, mas estava
errado e seus olhos encheram de lágrimas.
Veio na rede um vaso de cobre e sua curiosidade
tomou conta do seu ser.
Examinou o vaso cuidadosamente, sacudiu-o e para
sua surpresa saiu um gênio.
O gênio disse como uma horrível voz de trovão:
- Salomão, perdoe-me?! Daqui para frente não te
desobedecerei e farei sempre a sua vontade!
- Da onde você tirou isso, espírito orgulhoso?- disse o
pescador.
- Você me respeita! Vê se escolhe a maneira que quer
morrer, não era essa sua vontade?- disse o gênio.
Inconformado, o pescador estava sem entender
porque gênios costumam realizar desejos. Aí lembrou
que no desespero pensou em tirar sua vida e acreditou
que o espírito sabia disso.
Só que não era isso. O gênio falou que era um espírito
rebelde e se revoltou contra a vontade de Deus.
"Salomão mandou me buscar e ordenou que eu
abandonasse meu modo de vida, queria também que
eu reconhecesse seu poder, jurasse submissão e
fidelidade -disse o gênio."
"Como me recusei, fui castigado e colocado nesse
vaso!"
Depois de tanto implorar para não ser morto, o
pescador teve a brilhante ideia de duvidar que o gênio
caberia novamente no vaso.
Como o gênio odiava que duvidassem dele, resolveu
provar que cabia sim. Entrou no vaso e o pescador
correu colocando a tampa de chumbo para que ele
não saísse nunca mais dali e ia arremessar ao mar.
Disse também que falaria para os outros pescadores
que se pescassem um vaso de cobre não era para
abrir porque lá havia um gênio muito mal que jurava
matar quem o libertasse.
O gênio usou de várias forma para que o pescador
soltasse ele, mas nada...
Aí falou que se soltasse ele contaria uma história
interessante. O pescador disse que jamais, mas
quando o gênio falou que iria ensinar como ficar rico
acabou abrindo o vaso.
Foi aí que o gênio cumpriu sua promessa levando o
pescador até um lago entre as montanhas. Pediu que
ele lançasse a rede.
Para sua surpresa conseguiu pescar quatro peixes:
um branco, um vermelho, um azul e um amarelo.
Aí o gênio disse que era para levar até o sultão que
lhe daria uma boa quantia em dinheiro. A partir desse
dia nunca mais passou por dificuldades financeiras,
mas era só uma vez por dia que podia pescar. Essa era
a recomendação do gênio que foi engolido pela terra .
A cada dia eram mais e mais peixes...
O pescador era só felicidade!!

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